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AULA 3 Lesão celular irreversível, apoptose e necrose

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3/15/2016
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Aula 3: UNIDADE II – RESPOSTA CELULAR ÀS AGRESSÕES
Lesão celular irreversível 
Morte celular, apoptose, necrose e gangrena
PATOLOGIA EM ENFERMAGEM – SDE 0289 
Patologia em Enfermagem
Morte 
Morte somática - parada definitiva das funções
orgânicas e dos processos metabólicos.
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Patologia em Enfermagem
Morte 
Morte celular ou tecidual - acomete um organismo ainda
vivo, isto é, que ainda conserva suas funções orgânicas.
Parte do organismo perde suas características morfológicas e
capacidade fisiológica.
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Morte celular 
Ao agirem sobre as células os agentes lesivos causam:
• Lesões reversíveis
• Lesões irreversíveis - morte celular
•Essas consequências dependem da natureza do agente agressor e 
da intensidade e duração da agressão.
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Patologia em Enfermagem
Lesão celular reversível
• Lesões letais
• São aquelas que resultam em 
• Necrose - morte celular seguida de autólise, e
• Apoptose - morte celular não seguida de autólise.
Patologia em Enfermagem
Morte celular 
• A morte celular é um processo às vezes
bastante difícil de se estabelecer qual o
fator que determina a irreversibilidade da
lesão.
• Nem sempre a morte celular é precedida de
lesões degenerativas.
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Patologia em Enfermagem
Morte celular 
Patologia em Enfermagem
Necrose
• Necrose - morte celular no organismo vivo
• É a morte celular seguida de autólise
• Autólise - degradação enzimática dos
componentes celulares por enzimas da própria
célula liberadas pelos lisossomos após a morte
celular.
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Patologia em Enfermagem
Morte celular 
Necrose 
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Necrose
Agentes causadores de necroses
• Físicos - ação mecânica, temperatura, radiação, efeitos
magnéticos
• Químicos - substâncias tóxicas e não tóxicas
–Ex. Medicamentos, detergentes
• Biológicos - infecções viróticas, bacterianas ou
micóticas, parasitas, etc.
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Necrose
• Conceito
• É a soma das alterações morfológicas que ocorrem após a morte celular nos tecidos 
ou órgãos vivos, que se caracteriza por desnaturação de proteínas e digestão 
enzimática de organelas e citosol.
• É a morte de uma parte do organismo, podendo atingir células, tecidos e órgãos, 
acompanhada de autólise. 
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AULA 1: Introdução à Patologia
Necrose
• Alterações nucleares nas células lesadas 
• A- As alterações nucleares ocorrem pela quebra não específica do 
DNA. 
• B – Picnose -retração da cromatina nuclear e retração progressiva 
do núcleo. 
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AULA 1: Introdução à Patologia
Necrose
• Alterações nucleares nas células lesadas 
• C, D – Cariorrexe - pode ocorrer pós-picnose. Fragmentação do núcleo em 
pequenos grumos. 
• E – Cariólise - é uma das possíveis alternativas pós-picnose. Dissolução 
progressiva da cromatina com diminuição da basofilia. 
• Perda do núcleo: ocorre em 1 a 2 dias 
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AULA 1: Introdução à Patologia
Apoptose 
Necrose x Apoptose
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Necrose
 Necrose
 A agressão é suficiente grave para interromper as funções 
vitais
 Cessam a produção de energia e as sínteses celulares
 Lisossomos perdem a capacidade de conter as hidrolases
 Hidrolases podem digerir praticamente todos os substratos 
celulares
– Ex.: proteases, lipases, glicosidases e nucleases
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Necrose
 Causas de Necrose
 Redução de energia (isquemia, anoxia, inibição 
de processos respiratórios celulares);
 Produção de radicais livres;
 Ação de enzimas inibindo processos vitais;
 Agressão à membrana plasmática.
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AULA 1: Introdução à Patologia
Necrose
• Tipos de necroses:
• Necrose por coagulação
• Necrose liquefativa 
• Necrose caseosa
• Necrose gangrenosa
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Necrose
• Necrose por Coagulação (= isquêmica): 
• Causada por isquemia do local. 
• Infartos isquêmicos. 
• Há perda da nitidez dos elementos nucleares e manutenção do contorno celular 
devido à permanência de proteínas coaguladas no citoplasma, sem haver 
rompimento da membrana celular. 
• Hepatite Viral Aguda 
• Necrose Centrolobular Hepática, de hepatócitos e necrose em ponte 
(entre o espaço porta e a veia centrolobular) - doença mais grave.
• Doença Vascular Cerebral - necrose psudolaminar pela lesão de neurônios 
piramidais do córtex.
• Febre Amarela 
• Anemia Falciforme
• Intoxicação por organo-fosforados
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Tipos de Necrose
 Necrose por Coagulação ou Isquêmica
– As células necrosadas apresentam citoplasma com
aspecto de substância coagulada - gelificado;
– Causa
• Isquemia - falta de suprimento sanguíneo para um
tecido, devido à obstrução causada por placas
gordurosas ou por coágulos sanguíneos).
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AULA 1: Introdução à Patologia
Necrose
Necrose por coagulação em infarto isquêmico de baço. Nesse tipo de necrose, é 
possível ainda visualizar o contorno celular (setas), apesar de a célula já estar 
sofrendo um processo de lesão irreversível. Ex.: infarto do miocárdio, do rim, do 
baço.
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Necrose
• Necrose de liquefação 
• Em parede de abscesso. 
• É característica a presença de neutrófilos.
• É observada principalmente em tecidos agredidos por bactérias. 
• Febre Maculosa - Rickettsia rickettsii 
• Abscesso pulmonar 
• Abscesso pulmonar primário 
• Abscessos pulmonar secundário
• Amebomas por Entamoeba histolytica
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Necrose
 Necrose por Liquefação
– As zona necrosada adquire consistência 
mole, semifluida e/ou liquefeita;
• Causa: liberação de grande quantidade 
de enzimas lisossômicas.
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Necrose
Necrose por Liquefação - É própria de tecidos ricos em lípides,
como o cérebro e a supra-renal.
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Necrose
• Necrose caseosa
• Caracterizado pela perda dos contornos celulares. 
• No citoplasma, bastante eosinofílico, notam-se também vacuolizações. 
• O foco de necrose caseosa geralmente encontra-se delimitado e localizado bem 
no centro da inflamação
• Característica da tuberculose. 
• Na sífilis - Necrose Gomosa 
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Necrose
 Necrose caseosa
– Área necrosada adquire aspecto de massa de queijo, do 
latim caseum.
– As células perdem totalmente seus contornos e os 
detalhes estruturais.
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Necrose
Necrose Caseosa - É um tipo especial de necrose que se instala em meio à
reação inflamatória provocada por certas doenças, principalmente a
tuberculose.
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Necrose
• Necrose Gangrenosa
• Provocada por isquemia ou por ação de microrganismo. 
• É uma forma de necrose de coagulação acometendo um único membro. 
• Pode ser úmida ou seca, dependendo da quantidade de água presente. 
• Comum em membros inferiores. 
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Evolução da necrose
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• Gangrena 
• Resultante da ação de agentes 
externos sobre o tecido necrosado
• Gangrena seca ou mumificação
• Desidratação da região atingida
Ocorre nas extremidadesdos dedos, ponta do nariz
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Evolução da necrose
AULA 1: Introdução à Patologia
• Gangrena úmida ou pútrida
• Invasão da região necrosada por microrganismos anaeróbios
produtores de enzimas que tendem a liquefazer os tecidos mortos e
a produzir gases de odor fétido que se acumulam juntamente como
material liquefeito.
• Comum no tubo digestivo, pulmões e pele
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Evolução da necrose
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• Gangrena gasosa
• É secundária à contaminação do tecido necrosado por bactérias do 
gênero Clostridium que produzem enzimas proteolíticas e lipolíticas e 
grande quantidade de gás (sendo evidente a formação de bolhas 
gasosas).
• Comum em feridas infectadas.
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AULA 1: Introdução à Patologia
Outras alterações celulares
• Calcificações 
• Depósitos patológicos de sais de cálcio em células e tecidos. 
• Pode iniciar-se dentro ou fora da célula (extra ou intracelular).
• Pode ocorrer nos tecidos em duas formas: 
• Calcificação distrófica ou local –
• Afeta tecidos lesados e não depende dos níveis plasmáticos de 
cálcio e fósforo; 
• Calcificação metastática ou geral ou discrásica ou gota cálcica 
• A hipercalcemia resulta na precipitação dos sais em tecidos 
normais 
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Necrose
Necrose - Microabscessos no miocárdio
 Abscesso é uma área de 
infecção purulenta localizada, e 
que constitui uma cavidade 
nova. 
 Esta cavidade é formada por 
necrose do tecido por ação das 
bactérias e dos neutrófilos.
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Necrose
 Necrose liquetica
– Necrose de hepatócitos nas hepatites virais, os quais sofrem lise.
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Necrose
• Necrose gomosa
• Necrose por coagulação em que o tecido necrosado 
assume aspecto compacto e elástico como borracha 
(goma) ou fluido viscoso;
• Ex.: Sífilis tardia ou terciária.
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Necrose
• Esteatonecrose - necrose gordurosa 
• É um tipo especial de necrose que ocorre quando há o extravasamento 
de enzimas lipolíticas para o tecido adiposo
• Leva à liquefação da membrana de adipócitos e quebra das ligações 
estericas dos triglicéridos, liberando assim ácidos graxos livres. 
• Estes ácidos graxos se combinam com íons Ca++ (reação 
de saponificação) e formam áreas esbranquiçadas no tecido adiposo. 
• Ex.: pancreatite aguda nos quais as lipases ativadas extravasam 
os ácinos pancreáticos e caem no parênquima pancreático e 
na cavidade peritoneal.
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Necrose
Necrose enzimática gordurosa (NE) em pâncreas. Há intensa liberação de lipases nesse órgão, as quais 
podem atingir o próprio tecido adiposo pancreático, destruindo-o.
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Evolução da necrose
• Evolução das necroses
• Células mortas ou autolisadas comportam-se 
como corpo estranho e desencadeiam uma 
resposta no organismo no sentido de:
• Promover a sua reabsorção;
• Permitir reparo posterior.
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Necrose
• Evolução das necroses
• Geralmente, como consequência da necrose, há um
processo inflamatório que se encarrega de digerir as
células mortas para que possam ser reabsorvidas e
substituídas por células semelhantes àquelas destruídas
(regeneração) ou por tecido fibroso (cicatrização).
• A necrose pode evoluir para calcificação distrófica,
cicatrização, encistamento, eliminação ou mesmo
regeneração.
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Evolução da necrose
• Regeneração
• Quando o tecido necrosado tem a capacidade regenerativa, os
restos celulares são reabsorvidos e fatores de crescimento são
liberados pelas células vizinhas e pelos leucócitos exsudados.
NÓDULOS DE 
REGENERAÇÃO 
HEPATOCELULAR
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Evolução da necrose
• Cicatrização
• O tecido necrosado é substituído por tecido conjuntivo cicatricial;
• Na área lesada são liberados mediadores químicos que se difundem
para o tecido não-lesado, nele iniciando as alterações vasculares e a
exsudação celular necessárias à reabsorção dos restos celulares.
• Ex.: Pele
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Evolução da necrose
• Encistamento
• Quando o material necrótico não é absorvido por ser muito 
volumoso ou por fatores que impedem a migração de 
leucócitos.
• A reação inflamatória com exsudação 
de fagócitos se desenvolve somente 
na periferia da lesão.
•Ex.: Cisto ou quisto 
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Evolução da necrose
• Eliminação
• A zona de necrose atinge a parede de uma estrutura canalicular que 
se comunica com o meio externo
• O material necrosado é lançado nesta estrutura e daí eliminado, 
originando uma cavidade.
Cavernas tuberculosas
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Evolução da necrose
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• Calcificação
• A zona de necrose se calcifica.
• Após necrose caseosa
• Principalmente em crianças
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Apoptose
AULA 1: Introdução à Patologia
• Conceito
• Apoptose é a morte programada de uma população celular 
• Kerr, Wyllie e Currie, 1972 - Foram observadas mudanças
morfológicas, bolhas, que levam a uma desintegração celular (cellular
blebbing, do inglês: bleb = bolhas) e a digestão das pequenas
vesículas resultantes por macrófagos.
• Não ocorre autólise.
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AULA 1: Introdução à Patologia
Apoptose
• Apoptose – é a morte programada da célula.
• Mecanismo pelo qual a célula promove a sua
autodestruição de modo programado
• Processo natural de morte celular => mantém
equilíbrio tecidual.
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Apoptose
• A Apoptose é a morte celular por processo ativo
• A célula sofre contração e condensação de suas
estruturas
• Fragmentação
• Fagocitose por células vizinhas ou macrófagos
residentes.
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Morte celular 
Apoptose
Fragmentação
É isso 
mesmo?
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Apoptose
• Apoptose
• Responsável por mecanismo importante de remodelação
de órgão durante a embriogênese e na vida pós natal
• Mantém o número de células num tecido, juntamente com
a mitose.
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Apoptose
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• Apoptose
• Se refere a uma grande variedade de processos fisiológicos e
patológicos
• Ocorre a morte celular programada, através de um processo ativo,
geneticamente controlado
• Atua na remoção das células indesejáveis ou lesadas no organismo
humano.
• Geneticamente programado atua na homeostase de tecidos,
controlando a proliferação celular, pois o descontrole quase sempre
leva a malformações e doenças.
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Morte celular 
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AULA 1: Introdução à Patologia
Apoptose
• A apoptose é a via pela qual o organismo remove células 
desnecessárias 
• É também chamada de morte celular programada. 
• A apoptose participa da homeostase no controle do 
equilíbrio entre a taxa de proliferação e morte em um tecido
• Auxilia na manutenção do tamanho e forma dos tecidos e 
órgãos. 
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Apoptose
• A apoptose pode ser fisiológica ou patológica.• Apoptose fisiológica 
• Destruição programada de células durante a embriogênese
e a involução mamária após a lactação. 
• Apoptose patológica 
• Em condições tais como hepatite por vírus (hepatócitos 
apoptóticos) e destruição de células lesadas por radiação 
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AULA 1: Introdução à Patologia
Apoptose
• Células apoptóticas são fagocitadas por macrófagos 
• Não desencadeiam processo inflamatório
• No macrófago, a célula apoptótica é rapidamente desmontada, e seus blocos de 
constituintes químicos, reutilizados.
• Exemplos de Apoptose: 
• Morte das células constituintes das membranas interdigitais do embrião
• Células da cauda de um girino durante a metamorfose
• Neutrófilos duram poucos dias; hemácias 30 dias
• Células absortivas do epitélio intestinal - menos de uma semana 
• A descamação da pele ou morte das células queratinizadas
• Seleção clonal de linfócitos B nos centros germinativos
• Luteólise, ou regressão do corpo amarelo.
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Apoptose
Apoptose: População celular :: Envelhecimento: Célula individual
• Um aspecto interessante
• Numa cultura de tecidos, normalmente, cerca de 50 ciclos celulares de divisões 
mitóticas, após o que as células da cultura começam a exibir apoptose, mesmo que o 
material nutritivo seja adequadamente renovado. 
• Quando cultivamos células de um tumor maligno, frequentemente, podemos obter 
uma linhagem celular imortal, na qual as células estão imunes ao processo de 
apoptose. 
• Algumas linhagens imortais foram obtidas à partir de células embrionárias, não 
malignas, como é o caso da vetusta linhagem de Alex Carrel, obtida no início do 
século à partir de fibroblastos de embrião de galinha.
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Acabou! Que pena!!!!
Obrigado.

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