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curso 13901 aula 05 v4

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Aula 05
Direito Civil p/ TRF 2ª Região (Analista Judiciário - Área Judiciária e Oficial) - Com
videoaulas 
Professor: Aline Santiago
02697927328 - ISABELLE PRATA
 
 
 
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DIREITO CIVIL ± TRF 2ª REGIÃO (AJAJ) 
Teoria e Questões 
Aula 05 ± Profa Aline Santiago / Prof. Jacson Panichi 
 
 
Aula 05 
Atos ilícitos. 
Responsabilidade civil. 
 
 
Apresentação da Aula 05 .............................................................................................................. 2 
Cronograma da Aula - 05 .............................................................................................................. 2 
Relação dos Assuntos com o Código Civil ...................................................................................... 2 
Atos Jurídicos Lícitos. ................................................................................................................... 3 
Ato ilícito e o abuso de direito (art. 186 e 187). ............................................................................ 4 
Excludentes de ilicitude (art.188) ................................................................................................. 8 
Da Responsabilidade Civil (arts. 927 a 954). ................................................................................ 11 
¾ A Culpa. ..................................................................................................................................... 14 
¾ O risco e a teoria do risco. .......................................................................................................... 16 
¾ Classificações da responsabilidade civil. ...................................................................................... 16 
¾ O dano....................................................................................................................................... 17 
¾ A responsabilidade civil e a reparação do dano. .......................................................................... 18 
¾ O nexo causal. ........................................................................................................................... 20 
¾ Os efeitos da responsabilidade civil quanto aos titulares da ação ressarcitória e quanto aos 
devedores da indenização. ................................................................................................................. 21 
¾ A Coautoria e a Solidariedade. ................................................................................................... 24 
¾ Outras situações (arts. 939 e 940): .............................................................................................. 25 
¾ A responsabilidade civil e sua relação com a esfera penal. .......................................................... 26 
Considerações Finais .................................................................................................................. 27 
Resumo da Matéria .................................................................................................................... 28 
Questões Comentadas ............................................................................................................... 32 
Lista de questões ....................................................................................................................... 74 
Gabarito .................................................................................................................................... 93 
 
 
 
 
 
02697927328
02697927328 - ISABELLE PRATA
 
 
 
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DIREITO CIVIL ± TRF 2ª REGIÃO (AJAJ) 
Teoria e Questões 
Aula 05 ± Profa Aline Santiago / Prof. Jacson Panichi 
 
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$726�,/Ë&,726��5(63216$%,/,'$'(�&,9,/�� 
Apresentação da Aula 05 
Olá! 
A aula de hoje talvez VHMD� D� PDLV� ³WUDQTXLOD´� HQWUH� DV� TXH� foram 
apresentadas até aqui. É de boa aplicabilidade prática e de fácil assimilação. Ao 
analisar questões que se referem aos atos ilícitos e à responsabilidade civil tenha 
em mente a situação de inferioridade na qual é colocado aquele que sofre o dano 
(em relação àquele que o causa) e que esta situação será sempre levada em 
consideração pelo direito. Imagine as situações na prática, ficando clara esta 
ideia, você poderá acertar questões mesmo sem um domínio absoluto do assunto. 
Coragem. 
 
Cronograma da Aula - 05 
 
AULA Tópicos abordados DATA 
AULA 05 Atos ilícitos. Responsabilidade civil. 06/12/2016 
 
Relação dos Assuntos com o Código Civil 
 
A
U
L
A
 0
5
 Tópicos que serão abordados neste curso Artigos da Lei 
Responsabilidade civil Art. 927 ao 954 do CC 
Atos ilícitos Art. 186 ao 188 do CC 
 
 
2%6(59$d­2� ,03257$17(�� HVWH� FXUVR� p� SURWHJLGR� SRU� GLUHLWRV� DXWRUDLV�
�FRS\ULJKW��� QRV� WHUPRV� GD� /HL� ���������� TXH� DOWHUD�� DWXDOL]D� H� FRQVROLGD� D�
OHJLVODomR�VREUH�GLUHLWRV�DXWRUDLV�H�Gi�RXWUDV�SURYLGrQFLDV� 
*UXSRV� GH� UDWHLR� H� SLUDWDULD� VmR� FODQGHVWLQRV�� YLRODP� D� OHL� H� SUHMXGLFDP� RV�
SURIHVVRUHV� TXH� HODERUDP�RV� FXUVRV�� 9DORUL]H�R� WUDEDOKR�GH�QRVVD�HTXLSH�
DGTXLULQGR�RV�FXUVRV�KRQHVWDPHQWH�DWUDYpV�GR�VLWH�(VWUDWpJLD�&RQFXUVRV�
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02697927328 - ISABELLE PRATA
 
 
 
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Teoria e Questões 
Aula 05 ± Profa Aline Santiago / Prof. Jacson Panichi 
 
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 Atos Jurídicos Lícitos. 
Já estudamos em outra aula que o ato para ser considerado um ato jurídico 
precisa ter repercussão no mundo jurídico. Você se recorda disto? 
Atos jurídicos lícitos (atos jurídicos em sentido amplo) são os ¹negócios 
jurídicos e, também, os chamados ²atos jurídicos em sentido estrito (ou atos não 
negociais), sendo que estes últimos desencadeiam consequências jurídicas 
independentemente da vontade do agente, e isto porque seus efeitos estão 
previamente descritos na lei. 
Os efeitos desses atos se produzem ex lege1 . É o que acontece, por 
exemplo, quando um pai reconhece um filho, deste ato de reconhecimento ± que 
não é um ato negocial, mas é lícito, decorre uma série de consequências jurídicas. 
Deste modo, existe um ato de vontade da pessoa, mas a produção dos efeitos 
não se dá de acordo com o seu querer, mas sim de acordo com o que está 
determinado na lei em relação aquele ato praticado. Isto não pode ser modificado 
pela pessoa interessada. 
Todo negócio jurídico é um ato lícito, mas nem todo ato lícito será 
um negócio jurídico, é o que ocorre com os atos jurídicos em sentido restrito 
que são apenas lícitos ou meramente lícitos. 
O ato ilícito, embora seja um fato jurídico, não será considerado ato 
jurídico, pois atenta contra o direito (desta forma, sempre que você estiver 
diante da expressão ato jurídico ± estará diante de um ato lícito). 
 
 
Figura 1. O Fato Jurídico compreende: O ato Jurídico em sentido amplo (1 e 2); e, também, os atos 
ilícitos (3). Todos estes atos devem ter repercussão no mundo jurídico. 
 
 
1 Ex lege = de acordo com a lei. 
Fato 
Jurídico
1.Ato jurídico 
em sentido 
estrito
2.Negócio 
Jurídico
3.Atos ilícitos02697927328
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Teoria e Questões 
Aula 05 ± Profa Aline Santiago / Prof. Jacson Panichi 
 
A responsabilidade civil poderá ter origem em um ato que a princípioé lícito 
(como, por exemplo, a contratação de uma obrigação), mas que no seu 
inadimplemento (no seu não cumprimento) pode gerar a necessidade de 
indenizar. E a responsabilidade civil poderá se originar pela não observação de 
determinadas regras de convívio em sociedade. 
Portanto, a responsabilidade pode advir de um não cumprimento contratual 
± diz responsabilidade civil ¹contratual ou negocial, ou poderá advir de um não 
respeito a regras de convívio em sociedade ± e, neste caso, diz responsabilidade 
civil ²extracontratual ou aquiliana. 
 
No Código Civil de 2002, a responsabilidade civil extracontratual ou 
aquiliana está baseada em dois dispositivos legais, quais sejam: o art. 186 ± 
que trata do ato ilícito, e o art. 187 ± que trata do abuso de direito. 
 
Passemos agora ao seu estudo mais detalhado! 
 
Ato ilícito e o abuso de direito (art. 186 e 187). 
O ato ilícito, embora também decorra da vontade do agente, produz efeito 
jurídico involuntário, gera obrigação de reparar o dano. 
 
Conforme lição de Flávio Tartuce2: ³De início, o ato ilícito é o ato praticado 
em desacordo com a ordem jurídica, violando direitos e causando prejuízos a 
outrem. Diante da sua ocorrência, a norma jurídica cria o dever de reparar o 
dano, o que justifica o fato de ser o ato ilícito fonte do direito obrigacional. O ato 
ilícito é considerado um fato jurídico em sentido amplo, uma vez que produz 
efeitos jurídicos que não são desejados pelo agente, mas somente aqueles 
LPSRVWRV�SHOD�OHL´� 
 
Assim, estaremos no campo dos atos ilícitos se o agente, por ¹ação ou 
²omissão voluntária, pratica ato contra o direito, com ou sem a intenção 
manifesta de prejudicar, no entanto ocasiona o prejuízo, ocasiona dano a 
outrem. 
 
Observe que para o Direito Civil existirá interesse no ato ilícito se houver 
dano a ser reparado (um dano a ser indenizado). 
 
2 Manual de Direito Civil, vol. Único, ed. Método, 2ª ed., pg. 418. 
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Teoria e Questões 
Aula 05 ± Profa Aline Santiago / Prof. Jacson Panichi 
 
1mR�H[LVWH�QR�'LUHLWR�&LYLO�R�LQWHUHVVH�HP�³SXQLU´�R�FXOSDGR�SHOR�DWR��1HVWH�
ramo do direito o interesse está na reparação do dano, com a recomposição 
patrimonial da pessoa que foi atingida pelo ato ilícito. 
Neste momento, surge, então, a outra figura do nosso estudo de hoje, 
qual seja: a responsabilidade civil. 
 Cabe fazeUPRV�DTXL�³XP�SHTXHQR�SDUrQWHVH´��GLIHUHQFLDQGR o ato ilícito na 
esfera civil (como já explicado) e na esfera penal. 
Na esfera do Direito Penal, há uma série de condutas denominadas típicas, 
que estão descritas na lei, são condutas que atentam contra a lei penal, violam 
a lei, indo de encontro à vida social. Estas condutas constituem os crimes ou 
delitos penais. 
 
 
³(QWmR��D�YLRODomR�GR�GLUHLWR�SRGH�VHU�YLVWD�VRE�PDLV�GH�XP�
DVSHFWR"´ 
 
Exatamente. Para o nosso estudo, no que se refere a esta aula, é 
importante que você entenda que a violação do direito pode configurar ofensa à 
sociedade, pela infração de preceito indispensável à sua existência (infração a 
norma de direito público), ou configurar um simples dano individual (o 
interesse lesado é o privado). No primeiro caso, estaremos diante de um delito 
penal, consistente na violação da lei penal e que induz responsabilidade penal, 
tendente à punição. No segundo caso, estaremos diante de XP�³GHOLWR´�FLYLO, 
consistente na violação de um direito subjetivo privado e que induz 
reparação (indenização) do dano, a chamada responsabilização civil. 
Observe, no entanto, que existe a possibilidade de um ato ilícito violar as duas 
esferas. Neste caso, existirão, ao mesmo tempo, as duas responsabilidades, 
quais sejam: a penal e a civil. 
Outra ótica que pode ser analisada, mas que não cabe nesta aula de direito 
civil o seu estudo aprofundado, é a que diz respeito às infrações administrativas. 
Importante! 
Ainda analisando a relação entre o direito civil e o direito penal, outra 
diferenciação que devemos fazer, para um melhor entendimento da aula, é com 
relação à palavra culpa. 
A culpa será um dos pressupostos da responsabilidade civil. No campo civil usa-
se muito a palavra culpa em sentido lato sensu, ou seja, a culpa em sentido 
amplo. Na responsabilidade, quando falarmos em culpa, estamos nos 
referindo tanto ao dolo3 quanto a culpa4 propriamente dita. Em sentido 
 
3 No dolo o agente procura intencionalmente o resultado. 
4 Na culpa o fato se dá por negligência, imprudência ou imperícia. 
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amplo a culpa abrange toda espécie de comportamento contrário a direito, seja 
ele intencional ou não, bastando que seja imputável ao causador do dano. 
Para o direito civil ato ilícito é aquele contrário à ordem jurídica e lesivo 
ao direito subjetivo individual, criando o dever de reparar tal prejuízo, seja 
ele ¹moral ou ²patrimonial. Assim está normatizado no artigo 186 do CC: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, 
¹violar direito e ²causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato 
ilícito. 
 
Verificamos que o art. 186 menciona tanto o dolo como a culpa (assim 
considerados no campo penal). 
4XDQGR�IDOD�HP�³DomR�RX�RPLVVmR�YROXQWiULD´ se refere ao dolo ± que é a 
situação em que o agente quer o resultado ou assume o risco de produzi-
lo. A culpa, segundo o art. 186, vem representada SHOD�H[SUHVVmR�³negligência 
RX�LPSUXGrQFLD´. Na conduta culposa, há sempre ato voluntário determinante 
de um resultado involuntário. 
A pessoa não previu o resultado, mas a previsibilidade do evento existe, 
isto é, se nós olharmos objetivamente para o evento observaremos que o 
acontecimento era previsível. 
 
 
 
 
Figura 2. Representação do CC art. 186. Ato ilícito. 
 
Veja, então, que no art. 186 existem duas características marcantes: 
¹A violação de direito e o ²dano a outrem. 
 
1.Ação
Imprudência
2.Omissão 
Voluntária
Negligência Violar direito e 
causar dano a 
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No artigo 187 aparece a figura do abuso de direito: 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé 
ou pelos bons costumes. 
 
Assim, o abuso de direito consiste em um ato jurídico de objeto lícito, 
mas cujo exercício não observa os limites que são impostos. Desta forma, o 
agente exercita um direito seu, mas exorbita seus limites e acaba por desviar-se 
dos fins sociais para os quais estava voltado este direito. 
O ato em si é lícito, mas perderá esta licitude (tornando-se ilícito) na 
medida de sua execução. 
Atente que este artigo não fala em culpa, pois para que se caracterize o 
abuso de direito basta que a pessoa seja titular de um direito e que, na utilização 
de suas prerrogativas, exceda os seus limites. 
Uma vez presentes os requisitos do art. 187, a responsabilidade será 
objetiva ± ou seja, independente de culpa. 
 
Os conceitos de responsabilidade objetiva (que independe de culpa) ede 
responsabilidade subjetiva (que depende da comprovação de culpa) são bastante 
importantes e você verá isso no decorrer desta aula. 
 
Neste sentido, temos o enunciado 37 da I Jornada de Direito Civil do 
Conselho Nacional de Justiça��³Art. 187. A responsabilidade civil decorrente 
do abuso de direito independe de culpa, e fundamenta-se somente no critério 
objetivo-ILQDOtVWLFR´� 
 
O Código Civil de 2002 (como vimos acima no art. 187) considera o abuso 
de direito um ato ilícito, isto porque, extrapolar os limites de um direito em 
prejuízo de outra pessoa merece uma resposta, em virtude de consistir em 
violação a princípios de finalidade da lei. 
 
Aquele que transborda os limites aceitáveis de um direito, ocasionando 
prejuízo, deve indenizar. 
A diferença básica entre os institutos vistos acima (ato ilícito e abuso de 
direito) é que no primeiro o ato já nasce ilícito e assim também serão suas 
consequências; já no segundo o ato nascerá lícito, mas será ilícito o exercício 
abusivo de suas prerrogativas. 
 
Ainda sobre o art. 187 temos o enunciado 413 da V Jornada de Direito Civil 
que reforça a orientação do atual código quanto ao princípio da sociabilidade, 
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presente no mencionado artigo: ³2V�ERQV�FRVWXPHV�SUHYLVWRV�QR�DUW������GR�&&�
possuem natureza subjetiva, destinada ao controle da moralidade social de 
determinada época; e objetiva, para permitir a sindicância da violação dos 
negócios jurídicos em questões não abrangidas pela função social e pela boa-fé 
REMHWLYD´� 
 
Veja como esse assunto foi cobrado pela FCC: 
 
 
TCE-SP/Auditor do Tribunal de Contas. A indenização por ato ilícito 
a) Só será devida quando ficar configurado dano material. 
b) Não será devida, se ficar configurado apenas abuso de direito. 
c) Será devida, ainda que o dano seja exclusivamente moral. 
d) Só será devida na hipótese de se apurar dolo ou culpa grave do agente. 
e) Em nenhuma hipótese será devida, se o agente for incapaz. 
 Comentário: 
Art. 186 Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar 
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Gabarito letra C. 
 
Excludentes de ilicitude (art.188) 
O artigo 188 do CC enumera casos de exclusão de ilicitude. São os atos 
lesivos que não são considerados ilícitos. 
 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em ¹legítima defesa ou no ²exercício regular de um direito 
reconhecido; 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover 
³perigo iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as 
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do 
indispensável para a remoção do perigo. 
 
Portanto não se esqueça, há três casos excepcionais que não constituem 
atos ilícitos apesar de causarem lesões aos direitos de outrem, isto ocorre porque 
a própria norma jurídica lhes retira a qualificação de ilícito. São eles: 
x A legítima defesa; 
x Exercício regular (ou normal) de um direito reconhecido; 
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x Estado de necessidade (quando há perigo iminente). 
 
Vamos ver cada um deles! 
 
1. A legítima defesa é considerada como excludente de responsabilidade 
civil, se com o uso moderado de meios necessários alguém repelir injusta 
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 
Observe que existe um ato que é praticado contra um agressor, mas os 
meios utilizados para esta defesa devem ser apenas aqueles estritamente 
necessários. A legítima defesa pode ser real ou, então, pode ser putativa. 
A legítima defesa putativa ocorre quando uma pessoa imagina estar 
sofrendo uma agressão, mas na realidade isso não está acontecendo. Nesta 
situação, se a pessoa tomar alguma atitude com a intenção de se defender deste 
perigo imaginável, caberá indenização para o prejudicado. Como também caberá 
indenização se houver excessos na defesa. 
 
Assim, para que ocorra a legítima defesa é preciso: 
¾ Que a ameaça ou a agressão ao direito seja atual ou iminente; 
¾ Que seja injusta; 
¾ Que os meios utilizados na repulsa sejam moderados, isto é, não vão 
além do necessário para a defesa; 
¾ Que a defesa seja de direito. 
 
2. O exercício regular ou normal de um direito reconhecido exclui 
qualquer responsabilidade pelo prejuízo, por não ser um procedimento que fere 
ao direito. Parte-se do princípio que quem usa de um direito seu não causa dano 
a ninguém. Como exemplos podemos citar a pessoa que executa uma construção 
nos parâmetros permitidos por lei em determinado terreno, mas que acaba por 
prejudicar o imóvel vizinho, ocultando a sua visão ou recepção solar. 
 
Mas cuidado! Conforme já explicado anteriormente, se houver abuso do direito será 
configurado ato ilícito. 
 
 
 
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3. O estado de necessidade é a situação encontrada no inciso II: 
... 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover ³perigo 
iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o 
tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a 
remoção do perigo. 
 
O estado de necessidade consiste na ofensa do direito alheio 
(deterioração ou destruição de coisa pertencente a outrem ou lesão a uma 
pessoa) para remover perigo iminente, quando as circunstâncias o tornarem 
absolutamente necessário e quando não exceder os limites do 
indispensável para a remoção do perigo. 
Assim, por exemplo, age em estado de necessidade quem destrói a 
propriedade alheia para salvar vida de alguém. 
 
Para que se configure o estado de necessidade, exige-se: 
¾ Perigo atual que ameace um bem jurídico, não provocado 
voluntariamente pelo agente; 
¾ Prejuízo indispensável para evitar o dano iminente; 
¾ Limitação do prejuízo ao necessário para a sua remoção; 
¾ Proporção maior do dano evitado em relação ao dano infligido. 
 
Embora a lei declare que a o estado de necessidade (inciso II do art. 
188) e a legítima defesa (art. 188, inciso I) não tipificam um ato ilícito, em 
determinados casos, sujeitam o autor do dano à reparação. É o que 
encontraremos nos arts. 929 e 930: 
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, 
não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que 
sofreram. 
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, 
contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que 
tiver ressarcido ao lesado. 
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou 
o dano (art. 188, inciso I). 
 
Portanto, se a pessoa lesada, ou dono da coisa destruída ou deteriorada não 
forem culpados do perigo, estes terão direito a indenização e o autor do dano 
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será responsável pela reparação, ficando, contudo, com ação regressiva contra 
seu causador. 
 
 
³)LFRX�FRPSOLFDGR��9RFrV�SRGHP�HVFODUHFHU�PHOKRU�LVWR"´ 
 
Sim. Observe que nas hipóteses dos arts. 929 e 930 existem terceiros 
envolvidos. Ocorre mais ou menos o seguinte: 
¹Paulo lesa ²José, mas em virtude de causa provocada por ³Mário 
(causador do perigo). Nesta situação, ²José, não é o culpado pelo perigo e fará 
jus a indenização paga por ¹Paulo que lhe causou dano. ¹Paulo, por sua vez, 
terá direito de ação (regressiva) contra ³Mário (o verdadeiro culpado pelo 
perigo). 
Observe que não há como não associarmos o assunto Atos ilícitos (arts. 
186 a 188) com a Responsabilidade Civil (arts. 927 a 954). Pois o dano, principal 
efeito dos atos ilícito, gera a obrigação de reparação, a responsabilização civil. 
 
Da Responsabilidade Civil (arts. 927 a 954). 
Para que uma pessoa seja responsabilizada civilmente e assim surja o dever 
de indenizar, três 5 são os pressupostos 6 que devem estar presentes, quais 
sejam: 
 
a) Fato lesivo voluntário ou conduta humana, causado pelo agente por 
ação ou omissão, que ocasione dano a outrem, ainda que exclusivamente 
moral. Normalmente ocorre uma ação positiva ± ou seja, o sujeito pratica 
uma ação que ocasionará o dano. Já a omissão é mais trabalhosa para ser 
comprovada, uma vez que se precisa provar que existia um dever de agir 
e também que se tivesse ocorrido esta ação, o dano não se teria 
concretizado. O fato poderá estar relacionado tanto a ato próprio como a 
ato de terceiro e que esteja sob a guarda da pessoa. 
 
b) Ocorrência de um dano, seja ele ¹patrimonial (material) ou ²moral 
(extrapatrimonial). Não pode haver responsabilidade civil sem a 
 
5 Existe divergência entre os doutrinadores sobre quais são os pressupostos do dever de 
indenizar. Alguns acrescentam aos três ± a conduta, o nexo e o dano - a culpa genérica ou lato 
sensu. Nós optamos por explicar a culpa em separado, por uma questão didática, mas vale o 
esclarecimento. 
6 Vocês também poderão encontrar estes pressupostos como elementos da responsabilidade civil. 
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existência de um dano, é também necessário que exista prova, real e 
concreta, desta lesão. 
 
c) Nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do agente. É uma 
ligação virtual entre a ação e o dano resultante. A causa do dano deve ser 
o comportamento do agente. Este nexo ficará afastado, excluindo a 
responsabilidade, por exemplo, se o evento se deu por culpa exclusiva 
da vítima, no chamado estado de necessidade, na legítima defesa e no 
caso fortuito ou força maior. 
 
São elementos necessários a configuração do ato ilícito: 
 ³Nexo de causalidade entre: 
¹Violação de direito ²Ocorrência do dano 
 
O código coloca o Título - Da Responsabilidade Civil ± dentro da Parte 
Especial, no Direito das Obrigações, e o divide em dois capítulos: ¹Da Obrigação 
de Indenizar (arts. 927 a 943) e ²Da Indenização (arts. 944 a 954). 
A responsabilidade civil dirige-se à restauração de um equilíbrio moral e 
patrimonial desfeito. É a perda ou a diminuição verificada no patrimônio do lesado 
ou o dano moral que desencadeiam a reação legal, movida pela ilicitude da ação 
do autor, pela lesão ou pelo risco. 
 
 
 
Assim, todo aquele que causar dano 7 a outrem fica obrigado a 
repará-lo, restabelecendo assim o equilíbrio rompido. É uma espécie de 
contraprestação. 
 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica 
obrigado a repará-lo. 
 
7 Pessoa natural ou pessoa jurídica. 
O dano causa desequilíbrio
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Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos 
¹casos especificados em lei, ou ²quando a atividade normalmente desenvolvida pelo 
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
 
Veja como esse assunto foi cobrado pela FCC: 
 
 
TRE-AP/Analista Judiciário - Área Judiciária. Com relação a 
responsabilidade civil considere as seguintes assertivas: 
I. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa quando a 
atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua 
natureza, risco para os direitos de outrem. 
II. A responsabilidade civil é dependente da criminal, podendo, inclusive, ser 
questionada sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando 
estas questões se acharem decididas no juízo criminal. 
III. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam 
sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, 
todos responderão solidariamente pela reparação. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) II. 
b) II e III. 
c) I. 
d) I e II. 
e) I e III. 
 
Comentário: 
A afirmação I está correta. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica 
obrigado a repará-lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos 
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor 
do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
A afirmação II está errada de acordo com o art. 935, já comentado acima. 
A afirmação III está correta. 
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam 
sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos 
responderão solidariamente pela reparação. 
Gabarito letra E. 
 
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¾ A Culpa. 
Conforme já explicamos, a culpabilidade no campo do direito civil envolve 
¹a culpa stricto sensu (ou aquiliana) e ²o dolo. 
Não há de se confundir os conceitos de dolo e de culpa que são bastante 
distintos, mas as consequências, no que diz respeito às indenizações civis, serão 
as mesmas. 
A indenização baseia-se no dano sofrido, no entanto a culpa poderá ser 
analisada. Veja o que dizem os artigos 944 e 945: 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e 
o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua 
indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com 
a do autor do dano. 
 
No artigo 945 aparece a figura da culpa concorrente, que trará a 
diminuição dos efeitos do ato ilícito como consequência. 
 
 
³(�R�TXH�YHP�D�VHU�D�FXOSD�FRQFRUUHQWH"´ 
 
A concorrência de culpas se dá quando tanto o agente quanto a 
vítima agem com culpa. A culpa da vítima acaba por diminuir a culpa do 
agente. Portanto,quando a vítima também concorreu para o evento danoso, com 
sua própria conduta, é comum a indenização ser concedida pela metade ou em 
fração diversa, dependendo da contribuição da vítima. Pois como ambas as partes 
cooperaram para o evento, não seria justo que uma só respondesse pelos 
prejuízos. 
Mas atenção! 
Quando ocorre culpa exclusiva da vítima não há de se falar em indenização, 
porque, aqui, a outra parte não contribuiu para o evento danoso. 
 
Quando se tem a culpa como elemento necessário para a caracterização do 
dever de indenizar, estaremos diante da responsabilidade subjetiva ± esta 
depende da culpa do agente causador do dano. 
O contrário também foi previsto no nosso ordenamento jurídico. Existem 
várias situações para as quais o ordenamento dispensa a culpa para o dever de 
indenizar, bastando ¹o dano, ²a autoria e ³o nexo causal, o que se denomina 
responsabilidade objetiva. 
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Em questões de prova, principalmente as que envolvem a chamada 
responsabilidade indireta, você deve dominar alguns conceitos, quais sejam: 
culpa in comittendo ± está relacionada a uma ação. 
culpa in omittendo ± está relacionada a uma omissão. 
culpa in eligendo - está relacionada a má escolha do preposto. 
culpa in vigilando ± está relacionada a falta de atenção com o procedimento 
de outrem, cuja pessoa é responsável. 
culpa in custodiendo ± está relacionada a falta de cuidados com a guarda de 
animal ou de objeto. 
 
Vamos falar um pouquinho da imputabilidade. 
 
A imputabilidade, é o termo jurídico utilizado para aferir se alguém 
pode ser responsabilizado por seu ato, é elemento constitutivo da culpa, se 
refere a condições pessoais8 daquele que praticou o ato lesivo, é a verificação se 
o ato é resultado de uma vontade livre. Existem casos que afastam a 
imputabilidade: 
A menoridade ± porém o ato ilícito por ele praticado acarretará a 
responsabilidade objetiva (art. 933 e 932, que será visto mais afrente); 
A demência ou estado de grave desequilíbrio mental, acarretado pelo alcoolismo 
ou pelo uso de drogas, ou de debilidade mental, que torne o agente incapaz de 
controlar suas ações. Também neste caso haverá a responsabilidade objetiva do 
responsável pelo incapaz; 
A anuência da vítima que por ato de vontade interna ou de simples escolha 
elege um de seus interesses em detrimento de outro. 
 
Além disso, temos os três excludentes: 
Exercício normal de um direito, como por exemplo, um credor que penhora bens 
do devedor para pagamento de dívida; 
Legítima defesa; 
Estado de necessidade. 
 
 
 
8 Se no momento da prática do ato, a pessoa tinha consciência do que fazia e mesmo assim o 
praticou. 
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¾ O risco e a teoria do risco. 
O parágrafo único do art. 927 é taxativo quando diz que haverá casos onde 
não se cogita a culpa do agente, são hipóteses em que o dano é reparável 
mesmo sem o fundamento da culpa (responsabilidade objetiva), baseando-se 
simplesmente no risco objetivamente considerado. 
Neste caso, de responsabilidade sem culpa, é preciso esclarecer que o perigo 
deve resultar do exercício da atividade e não do comportamento do agente. A 
atividade é lícita, mas causa perigo a outrem. 
 
Art. 927. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente 
de culpa, nos ¹casos especificados em lei, ou ²quando a atividade normalmente 
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de 
outrem. 
 
São duas as situações da chamada responsabilidade objetiva: 
¹Casos especificados em lei 
²Atividade que por sua natureza implique risco ao direito de outro. 
 
Segundo Caio Mario da Silva Pereira9: ³1R�FDPSR�GD�WHRULD�REMHWLYLVWD�VLWXD-
se a teoria do risco proclamando ser de melhor justiça que todo aquele que 
disponha de um conforto oferecido pelo progresso ou que realize um 
empreendimento portador de utilidade ou prazer, deve suportar os riscos a 
que exponha os outros´. 
 
A teoria do risco muda o foco, que até antão estava localizado na 
culpa. Agora a responsabilidade baseia-se no risco. A culpa não é 
substituída apenas deixa de ser o principal elemento a ser observado. 
 
¾ Classificações da responsabilidade civil. 
Muito importante! (Pensando em provas de concursos) 
As espécies de responsabilidade: 
Quanto ao seu fundamento, poderá ser: responsabilidade subjetiva que 
é a teoria clássica e pressupõe a culpa em sentido amplo como elemento 
necessário, como fundamento, para a responsabilização civil; e 
responsabilidade objetiva que se fundamentada no risco, no dano mesmo sem 
culpa, sendo necessários apenas o dano e o nexo de causalidade. 
 
9 Caio Mario da Silva Pereira, Instituições de direito Civil, volume I, 25 ed., pág. 560. 
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Quanto ao seu fato gerador, como já falado anteriormente, poderá ser: 
responsabilidade contratual (quando oriunda de inexecução de negócio 
jurídico bilateral ou unilateral); responsabilidade extracontratual ou 
aquiliana (a fonte dessa responsabilidade é a inobservância da lei, é a lesão a 
um direito, sem que entre as partes exista qualquer relação jurídica). 
 
A responsabilidade contratual está localizada principalmente no que diz 
respeito ao Inadimplemento10 de obrigações: 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros 
e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e 
honorários de advogado. 
Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em 
que executou o ato de que se devia abster. 
Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor. 
Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o 
contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, 
responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei. 
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força 
maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. 
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos 
efeitos não era possível evitar ou impedir. 
... 
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas 
ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou 
de lucrar. 
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só 
incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem 
prejuízo do disposto na lei processual. 
 
Quanto ao agente (quanto à pessoa que pratica a ação), poderá ser: 
direta (se proveniente da própria pessoa responsabilizada), e indireta ou 
complexa (se derivada de ato de terceiro na vigência de vínculo legal de 
responsabilidade; ou de responsabilidade sobre animais (fato de animal) e 
objetos que estão sob suaguarda). 
 
¾ O dano. 
Após detalharmos a culpa e o risco passemos para o dano. Já falamos 
anteriormente que não pode haver responsabilidade civil sem um dano, para que 
 
10 Não cumprimento. 
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haja pagamento de indenização, é necessária a comprovação da existência de 
lesão. 
 
Pensando em provas você precisa ter os seguintes entendimentos: 
Ao lado do dano individual ± que constitui lesão a patrimônio ou a direito de 
personalidade, nós temos também o dano social - que é uma lesão à sociedade 
no seu nível de vida, tanto por rebaixamento de sua segurança, quanto por 
diminuição de sua qualidade de vida. 
 
O dano individual basicamente poderá ser: 
O dano patrimonial é lesão concreta, a um interesse relativo a 
patrimônio da vítima, consistente na perda ou deterioração, total ou parcial, dos 
bens materiais que lhe pertencem, sendo suscetível de avaliação pecuniária e de 
indenização pelo responsável. 
O dano moral é lesão aos direitos da personalidade, de pessoa natural 
ou jurídica. A indenização por dano moral inclusive encontra respaldo 
constitucional federal em seu art. 5, incisos V e X: 
Art. 5º. 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por 
dano material, moral ou à imagem; 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua 
violação; 
 
¾ A responsabilidade civil e a reparação do dano. 
Como você já pode perceber, a responsabilidade civil constitui uma relação 
obrigacional que tem por objeto a prestação de ressarcimento, ou seja, a 
reparação do dano procurando, na medida do possível, desfazer seus efeitos, 
restituindo o prejudicado ao status quo ante. 
Portanto a função da responsabilidade é servir como sanção civil, punindo o 
lesante e desestimulando a pratica de atos lesivos, mas é também, 
principalmente, a garantia ao direito do lesado, tendo natureza compensatória, 
mediante a reparação do dano causado a vítima. 
A obrigação de ressarcir o prejuízo causado pode originar-se: 
Inexecução contratual, pois se origina de responsabilidade contratual, o não 
cumprimento da obrigação, seja total ou parcial, bem como nos casos de 
retardamento de seu cumprimento. 
 
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A Lesão a direito subjetivo ocorre sem que preexista entre o lesado e lesante 
qualquer relação jurídica. Nesta responsabilidade extracontratual aparecerão, por 
exemplo, os casos de ¹responsabilidade por fato de terceiro, ²de animais e ³de 
coisas, que configuram a responsabilidade indireta. 
 
Vamos dar uma olhada em alguns artigos do Código Civil onde temos a 
possibilidade da responsabilidade indireta: 
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários 
individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos 
causados pelos produtos postos em circulação. 
... 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não 
provar culpa da vítima ou força maior. 
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de 
sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta. 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente 
das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 
 
O princípio que rege a profundidade de alcance da responsabilidade, até 
onde ela atingirá o patrimônio da pessoa que deve indenizar, é o princípio da 
responsabilidade patrimonial. Ou seja, a pessoa deverá responder com seu 
patrimônio pelos prejuízos causados a terceiros. 
A responsabilidade deverá ser total, cobrindo o dano em todos os seus 
aspectos, de modo que todos os bens do devedor, com exceção dos inalienáveis, 
respondam pelo ressarcimento. 
Além disso, a obrigação de prestar a reparação transmite-se com a herança 
e o lesado poderá demandar o espólio até onde este alcançar o saldo positivo 
deixado pelo de cujus aos seus sucessores. 
 
 
³2�TXH�LVWR�TXHU�GL]HU"´ 
 
Quer dizer que os herdeiros responderão até os montantes deixados como 
herança. Os herdeiros não responderão com seu patrimônio pessoal. 
 
Continuando! 
Em tese, apenas o lesado ou seus herdeiros teriam legitimação para exigir 
a indenização do prejuízo, porém, atualmente, se tem admitido que a indenização 
possa ser reclamada pelos que viviam sob a dependência econômica da vítima. 
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Havendo direito à reparação do dano, surge à liquidação, que é a operação 
de vai concretizar a indenização, fixando o quanto e o modo do ressarcimento. 
Este ressarcimento não poderá exceder o valor do dano causado por não 
se permitir enriquecimento indevido. Ao credor se deve dar aquilo que baste para 
restaurar a situação ao status quo ante, sem acréscimos nem reduções. 
 
Para se chegar ao quantum devido, de acordo com os arts. 944 e 945 
deverá o magistrado analisar o grau de culpa do lesante e se houve 
participação (culpa) do lesado: 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, 
poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua 
indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com 
a do autor do dano. 
O juiz deverá analisar também: 
A situação da vítima e do causador do dano; 
A influência de acontecimentos exteriores ao fato prejudicial (visto que a 
responsabilidade civil requer nexo de causalidade entre o dano e a ação que o 
produziu); 
A possibilidade de lucro obtido pela vítima com a reparação do dano. 
 
¾ O nexo causal. 
O nexo causal vem a ser o vínculo entre o prejuízo sofrido e a ação. Para 
caracterizar este nexo, basta que se verifique que o dano11 não ocorreria se o 
fato não tivesse acontecido. 
Você precisa tomar cuidado com a negação da causalidade, as excludentes 
de responsabilidade. 
As principais excludentes de responsabilidade civil são: o estado de 
necessidade; a legítima defesa (já vistos quando analisamos os excludentes de 
ilicitude do art. 188); a culpa da vítima; o fato de terceiro; o caso fortuito ou 
força maior12 e a clausula de não indenizar. 
 
11 O dano poderá ter um efeito indireto, como por exemplo, quando uma pessoa quebra a vitrine 
de uma loja, e por causa desta atitude objetos são furtados da loja. Terá que indenizar o vidro e 
também os objetos que foram furtados, por ser dano indireto, embora efeito necessário da ação 
de quebrar a vitrine. 
12 Se o evento danoso foi resultado de caso fortuito ou força maior, deixa de existir o elemento 
culpa, deixando de existir a responsabilidade. Neste caso, existem dois elementos: um de ordem 
interna ± que é a inevitabilidade do evento, e outro de ordem externa ± que é a ausênciade culpa 
do agente. A alegação de caso fortuito ou força maior cabe ao réu, ou a pessoa que está sendo 
acusada de ter cometido o ato. 
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Todos os casos de excludentes de responsabilidade deverão ser 
devidamente analisados e comprovados, porque sua comprovação deixa o lesado 
sem a composição do dano sofrido. 
 
¾ Os efeitos da responsabilidade civil quanto aos titulares 
da ação ressarcitória e quanto aos devedores da 
indenização. 
Titulares da ação ressarcitória: 
No momento da consumação do fato lesivo surge para o lesado a pretensão 
de indenização, mas seu direito de crédito apenas se concretiza com a decisão 
judicial. Além disso, tal direito transmite-se com a herança. Assim temos o art. 
943: 
Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se 
com a herança. 
 
O direito de ressarcimento do dano atinge a todos os efetivamente 
experimentarem o prejuízo. As pessoas jurídicas, públicas ou privadas, poderão 
propor ação fundada em dano material e em dano moral objetivo. 
 
Devedores da indenização: 
Como vimos o dano é pressuposto da responsabilidade civil e terá obrigação 
de repara-lo aquele para qual a lei impôs tal responsabilidade. 
Em regra, a obrigação de reparar o dano será individual, mas nem sempre 
vai ser direta (como já vimos nas espécies de responsabilidade), será indireta, 
por exemplo, quando a pessoa responder por fato de outrem, por animais ou 
coisas sob sua guarda. 
 
A responsabilidade direta e a responsabilidade indireta: 
A responsabilidade direta, simples ou por fato próprio - é a que decorre de 
um fato pessoal do causador do dano, resultando, portanto, de uma ação direta 
de uma pessoa ligada à violação ao direito ou ao prejuízo ao patrimônio, por ato 
culposo ou doloso. 
 
A responsabilidade complexa ou indireta - é aquela que só poderá ser 
vinculada indiretamente ao responsável. Compreende: A ¹responsabilidade por 
fato de terceiro; a ²responsabilidade pelo fato do animal; e a ³responsabilidade 
pelo fato da coisa. 
 
 
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¹Responsabilidade por fato de terceiro, art. 932: 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua 
companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas 
condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no 
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por 
dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e 
educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a 
concorrente quantia. 
O artigo 932 é muito importante para fins de prova!! 
 
O fato de terceiro não exclui a responsabilidade, mas aquele que ressarcir 
o dano causado por outrem, se este não for seu descendente, absoluta ou 
relativamente incapaz, poderá reaver o que pagou. 
 
Com relação a responsabilidade civil dos incapazes e a reparação do dano 
há outro artigo no código: 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele 
responsáveis ¹não tiverem obrigação de fazê-lo ou ²não dispuserem de meios 
suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá 
lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. 
 
E também o Enunciado nº 41 da I Jornada de Direito Civil: 
³41 ± Art. 928: a única hipótese em que poderá haver responsabilidade 
solidária do menor de 18 anos com seus pais é ter sido emancipado nos 
termos do art. 5º, parágrafo único, inc. I, do novo Código Civil´. 
 
²Responsabilidade pelo fato do animal, caso do art. 936: 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não 
provar culpa da vítima ou força maior. 
 
 
 
 
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³Responsabilidade pelo fato da coisa: 
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários 
individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos 
danos causados pelos produtos postos em circulação. 
 
O art. 931 é caso de responsabilidade objetiva (independente de culpa). 
 
 
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que 
resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade 
fosse manifesta. 
 
 
O titular do domínio ou possuidor, ao usar coisa inanimada que lhe 
pertencer ou que tem permissão para possuir, pode originar acidentes lesivos ao 
patrimônio e à integridade física do terceiro, caso em que deverá reparar o dano 
causado. 
Como exemplos podemos citar os prejuízos resultantes de: ruína total ou 
parcial de um edifício; queda de árvore; instalações domésticas; queda de 
elevador por falta de conservação. 
 
 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano 
proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 
 
Funda-se na obrigação geral de não colocar em risco a coletividade. 
 
 
Veja como esse assunto foi cobrado pela FCC: 
 
 
7-�3(�7pFQLFR� -XGLFLiULR� �� ÈUHD� $GPLQLVWUDWLYD�� Considere as 
afirmativas abaixo sobre responsabilidade civil.� 
I. É responsável pela reparação civil, desde que comprovada a culpa de sua parte, 
o empregador pelos atos praticados pelos seus empregados, no exercício do 
trabalho que lhes competir, ou em razão dele. 
II. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele 
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios 
suficientes. 
III. O dono ou detentor do animal ressarcirá o dano por ele causado, se não 
comprovar culpa da vítima ou força maior. 
IV. Aquele que ressarcir o dano causado por seu descendente relativamente 
incapaz poderá reaver o que houver pago daquele por quem pagou. 
 
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É correto o que se afirma APENAS em: 
a) I, II e III. 
b) I, II e IV. 
c) I, III e IV. 
d) II e III. 
e) III e IV. 
 
Comentário: 
A primeira alternativa está errada. 
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não 
haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. 
A segunda afirmativa está correta. 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele 
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
A terceira afirmativa está correta. 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não 
provar culpa da vítima ou forçamaior. 
A quarta afirmativa está errada. 
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver 
pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, 
absoluta ou relativamente incapaz. 
Gabarito letra D. 
 
¾ A Coautoria e a Solidariedade. 
Se houver coautoria ou cumplicidade no fato lesivo, responderão estas 
pessoas solidariamente, de acordo com o art. 942: 
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam 
sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos 
responderão solidariamente pela reparação. 
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores 
e as pessoas designadas no art. 932. 
 
Assim a solidariedade possibilita que qualquer um dos codevedores seja 
demandado pelo total da dívida, permite que o titular do crédito possa exigir de 
qualquer deles o que lhe é devido e instaura o direito de reembolso do devedor, 
que, demandado pelo débito solidário, satisfez a dívida por inteiro. Este direito 
de reembolso ou direito de regresso está autorizado nos arts. 930 e 934: 
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, 
contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver 
ressarcido ao lesado. 
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Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou 
o dano (art. 188, inciso I). 
... 
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver 
pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, 
absoluta ou relativamente incapaz. 
 
Veja como esse assunto foi cobrado pela FCC: 
 
 
TRT - 6ª Região (PE)/Analista Judiciário - Área Judiciária. No que 
se refere à responsabilidade civil, em matéria de Direito Civil, aquele que ressarcir 
o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem 
pagou, salvo se o causador do dano for seu 
a) Cunhado. 
b) Ascendente até o primeiro grau. 
c) Irmão. 
d) Descendente, absoluta ou relativamente incapaz. 
e) Ascendente até o segundo grau. 
Comentário: 
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver 
pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, 
absoluta ou relativamente incapaz. 
Gabarito letra D. 
 
¾ Outras situações (arts. 939 e 940): 
A responsabilidade do demandante por dívida não vencida está no art. 
939: 
Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos 
em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, 
a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em 
dobro. 
 
Estamos falando de excesso de pedido, onde o autor, movendo ação de 
cobrança de dívida, pede mais do que aquilo a que faz jus. 
Por este motivo, o demandante de má-fé deverá esperar o tempo que falta 
para o vencimento, descontar os juros correspondentes e pagar as custas em 
dobro. Se agiu de boa-fé, deverá pagar tão somente as custas vencidas na ação 
de cobrança, de que decairá, por ser intempestiva. 
 
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A responsabilidade por dívida já solvida rege-se pelo art. 940: 
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar 
as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao 
devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente 
do que dele exigir, salvo se houver prescrição. 
 
Este artigo trata do excesso de pedido, e tem por finalidade impedir que se 
exija uma segunda vez, dívida que já foi paga no todo ou em parte. 
 
Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando o autor 
desistir da ação antes de contestada a lide, salvo ao réu o direito de haver 
indenização por algum prejuízo que prove ter sofrido. 
Portanto, se o credor desistir da ação, antes da outra parte ter respondido, 
não se aplicarão as penas previstas, salvo se o réu (devedor) tiver tido algum 
prejuízo por conta da ação. 
 
¾ A responsabilidade civil e sua relação com a esfera penal. 
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar 
mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões 
se acharem decididas no juízo criminal. 
 
Trata-se do princípio da independência relativa da responsabilidade civil 
em relação à criminal. O indivíduo poderá não ser penalmente responsabilizado 
e, no entanto, ser obrigado a reparar o dano civil ou, vendo por outra ótica, a 
pessoa poderá ser civilmente responsável, sem ter que prestar contas de seu ato 
na esfera criminal. 
No entanto, ainda conforme art. 935, no que diz respeito à existência do 
fato ou de quem seja o seu autor, se estas questões já estiverem decididas 
na esfera criminal, não se pode mais questioná-las na esfera civil. 
 
 
Assim, podemos definir a responsabilidade civil como a aplicação 
de medidas que obriguem alguém a reparar dano moral ou 
patrimonial causado a terceiro em razão de: ato próprio; ato de 
pessoa por quem ele responde; ou de fato decorrente de coisa ou 
animal sob sua guarda; ou, ainda, de simples imposição legal. 
 
Outro assunto que, por vezes, é pedido em provas é a responsabilidade 
civil relacionada aos contratos de transporte, tal temática é encontrada nos 
artigos abaixo (A cobrança deste assunto, quando ocorre, tende a literalidade 
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da lei. Se você tiver dúvidas com relação a algo, por favor, entre em contato 
conosco): 
Art. 733. Nos contratos de transporte cumulativo, cada transportador se obriga a 
cumprir o contrato relativamente ao respectivo percurso, respondendo pelos danos 
nele causados a pessoas e coisas. 
§ 1o O dano, resultante do atraso ou da interrupção da viagem, será determinado em 
razão da totalidade do percurso. 
§ 2o Se houver substituição de algum dos transportadores no decorrer do percurso, a 
responsabilidade solidária estender-se-á ao substituto. 
Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e 
suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente 
da responsabilidade. 
Parágrafo único. É lícito ao transportador exigir a declaração do valor da bagagem a fim 
de fixar o limite da indenização. 
Art. 735. A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o passageiro 
não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva. 
Art. 736. Não se subordina às normas do contrato de transporte o feito gratuitamente, 
por amizade ou cortesia. 
Parágrafo único. Não se considera gratuito o transporte quando, embora feito sem 
remuneração, o transportador auferir vantagens indiretas. 
 
 
Considerações Finais 
Chegamos ao final de mais uma aula, e mais uma vez reiteramos o 
pedido de que façam todas as questões propostas, e caso fiquemem dúvida 
entrem em contato através do fórum. 
Até a próxima. 
 
Aline Santiago & Jacson Panichi. 
 
 
 
 
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Resumo da Matéria 
O ato ilícito, para o direito civil, é aquele contrário à ordem jurídica e 
lesivo ao direito subjetivo individual, criando o dever de reparar tal 
prejuízo, seja ele ¹moral ou ²patrimonial. Assim está normatizado no artigo 
186 do CC: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, 
¹violar direito e ²causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato 
ilícito. 
 
Lembre-VH�TXH�D�³FXOSD´�QR�GLUHLWR�FLYLO��VHQWLGR�DPSOR��FRPSUHHQGH�tanto 
o dolo como a culpa��4XDQGR�IDOD�HP�³DomR�RX�RPLVVmR�YROXQWiULD´ se refere ao 
dolo ± que é a situação em que o agente quer o resultado ou assume o risco 
de produzi-lo. 
 
A culpa, segundo R�DUW�������YHP�HVWDWXtGD�SHOD�H[SUHVVmR�³negligência ou 
LPSUXGrQFLD´. Na conduta culposa, há sempre ato voluntário determinante do 
resultado involuntário. A pessoa ou o agente, não prevê o resultado, mas 
existe a previsibilidade do evento, isto é, se olharmos objetivamente para o 
evento veremos que este era previsível. O agente é que não prevê o resultado, 
pois, se ele previsse o que iria acontecer e mesmo assim praticasse a conduta, 
estaria agindo com dolo e não com culpa. 
 
São elementos necessários a configuração do ato ilícito: 
 ³Nexo de causalidade entre: 
¹Violação de direito ²Ocorrência do dano 
 
No artigo 187 aparece a figura do abuso de direito: 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede 
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou 
pelos bons costumes. 
 
Casos de exclusão de ilicitude: são os atos lesivos que não são 
considerados ilícitos. 
 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em ¹legítima defesa ou no ²exercício regular de um direito 
reconhecido; 
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II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover 
³perigo iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as 
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do 
indispensável para a remoção do perigo. 
 
 Há, então, três casos excepcionais que não constituem atos ilícitos apesar 
de causarem lesões aos direitos de outrem, isto ocorre porque a própria norma 
jurídica lhes retira a qualificação de ilícito. 
Informação: Não constitui ato ilícito a destruição de coisa alheia ou a lesão a 
pessoa a fim de remover perigo iminente. 
 
Mas lembre-se de que, em regra, todo aquele que causar dano a 
outrem fica obrigado a repará-lo. 
Formas de responsabilidade: 
Responsabilidade extracontratual ou aquiliana. (está relacionada ao ilícito 
civil) 
Responsabilidade contratual. (está relacionada ao inadimplemento de 
obrigação ± o não cumprimento de obrigações) Exemplo: Se um escritor, 
culposamente ou não, não entregar ao editor, no prazo estipulado no contrato, a 
obra prometida. 
 
Quanto ao fundamento: 
Responsabilidade Subjetiva ± Depende de culpa do agente. 
Responsabilidade Objetiva - independe de culpa. Exemplo: O empregador ou 
comitente, por ato lesivo de seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício 
de trabalho que lhes competir ou em razão dele, responsabiliza-se objetivamente 
pela reparação civil, pouco importando que se demonstre que não concorreu para 
o prejuízo por culpa ou negligência de sua parte. (responsabilidade objetiva por 
fato de terceiro ± não precisa demonstrar a concorrência de culpa) 
 
Algumas espécies de culpa: 
O proprietário de um automóvel, que vier a emprestá-lo a um sobrinho, sem 
carta de habilitação, ocasionando um acidente, terá culpa aquiliana (culpa 
extracontratual, culpa por não ter tido o devido cuidado) 
 
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Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, 
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
Culpa in comittendo ± relacionada a uma ação 
Culpa in omittendo ± relacionada a uma omissão 
Culpa in ilegendo - relacionada a má escolha do preposto 
Culpa in vigilando ±relacionada a falta de atenção com o procedimento de 
outrem, cuja pessoa é responsável 
Culpa in custodiendo ± falta de cautela ou atenção em relação a uma pessoa, 
animal ou objeto sob os cuidados do agente, que provoca dano a alguém. 
Alguns casos de responsabilidade por fato de terceiro e independentemente de culpa do 
responsável (responsabilidade objetiva) 
 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício 
do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por 
dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a 
concorrente quantia. 
 
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago 
daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou 
relativamente incapaz. 
 
Informação: A responsabilidade, fundada no risco, consiste na 
obrigação de indenizar o dano produzido por atividade exercida no interesse 
do agente e sob seu controle, sem que haja qualquer indagação sobre o 
comportamento do lesante. 
 
Responsabilidade objetiva do Estado: 
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por 
atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado 
direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa 
ou dolo. 
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Outras informações: 
Há responsabilidade objetiva e solidária do empregador pelos erros e 
enganos de seus prepostos para evitar que ele possa exonerar-se dela, provando 
que não houve culpa in eligendo ou in vigilando. 
O empregador responde, por exemplo, por incêndio provocado por empregado 
ao consertar canalização de água, enquanto atendia a cliente seu. 
O empregador tem ação regressiva contra empregado para reaver o que 
pagou ao lesado, por ato lesivo culposo praticado durante o exercício do trabalho. 
(se houver culpa do empregado) 
 
Os empresários e as pessoas jurídicas respondem pelos danos causados pelosprodutos postos em circulação. 
 
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários 
individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos 
danos causados pelos produtos postos em circulação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questões Comentadas 
1. CONSULPLAN 2012/TRT 23ª Região-PB/Estágio-direito. Alberto, menor 
de idade, pessoa muito simples e sem renda, causa acidente de trânsito, 
danificando veículo conduzido por Roberta, pessoa habilitada para dirigir. Os pais 
de Alberto são também pessoas simples, possuindo renda insuficiente para a 
própria manutenção de suas despesas ordinárias. De acordo com a legislação 
prevista no Código Civil Brasileiro, marque a alternativa correta. 
a) Roberta responderá pelos prejuízos causados a Alberto. 
b) Os pais de Alberto responderão pelos prejuízos causados. 
c) Nem os pais, nem Alberto responderão pelo prejuízo se a condenação os 
privarem do necessário para sobreviver. 
d) Em acidentes envolvendo menores, não é possível a propositura de ação 
judicial de indenização. 
e) Somente os pais de Alberto serão responsáveis pelos prejuízos. 
 
Comentário: 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele 
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá 
lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. 
Gabarito letra C. 
 
2. CONSULPLAN 2010/Prefeitura de Santa Maria Madalena±
RJ/Advogado. Sobre o tema Responsabilidade Civil, marque a alternativa 
INCORRETA: 
a) O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele 
responsáveis não tiverem obrigação de fazê- lo ou não dispuserem de 
meios suficientes. Esta indenização, que deverá ser equitativa, não terá 
lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. 
b) A indenização mede-se pela extensão do dano e mesmo que haja excessiva 
desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, não poderá o juiz reduzir 
a indenização. 
c) A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo 
questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, 
quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. 
d) O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não 
provar culpa da vítima ou força maior. 
e) Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente 
das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 
 
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Comentário: 
A alternativa incoUUHWD�p�D�OHWUD�³E´��GH�DFRUGR�FRP�R�DUW������GR�&&������ 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, 
poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. 
Gabarito letra B. 
 
3. FCC 2016/Pref. De Teresina (PI) / Auditor Fiscal de Receita Municipal. 
A respeito da responsabilidade civil, é correto afirmar: 
a) Caso o ato ilícito seja causado por agente incapaz, este poderá responder 
com o seu próprio patrimônio pelos danos que causou, de forma subsidiária 
em relação aos seus pais, tutores ou curadores. 
b) O dano moral tem natureza personalíssima, de modo que a legitimidade 
para pleitear a sua reparação é exclusivamente daquele diretamente 
ofendido pelo ato ilícito, vedado no ordenamento jurídico brasileiro o dano 
moral por ricochete. 
c) A jurisprudência predominante no Superior Tribunal de Justiça sustenta que 
a quebra de um contrato gera dano moral presumido (in re ipsa). 
d) Na responsabilidade civil subjetiva, o valor da indenização deve se medir 
pela extensão do dano causado, de modo que é irrelevante o grau de culpa 
para fins de fixação do montante da indenização. 
e) O caso fortuito e a força maior são excludentes da responsabilidade civil 
subjetiva, pois afastam a culpa genérica (lato sensu) e, assim, não se 
aplicam às hipóteses em que a lei impõe a responsabilidade civil objetiva. 
 
Comentário: 
$OWHUQDWLYD�³D´�± correta. 
Regra descrita no art. 928 do CC/2002, trata-se de responsabilidade subsidiária 
(secundária, pois primeiro o lesado deve cobrar dos responsáveis, se estes não 
tiverem condições, cobra-se do incapaz) em relação a seus pais. 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele 
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá 
lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. 
 
$OWHUQDWLYD�³E´�± errada. 
Dano em ricochete ou dano moral reflexo é aquele que mira em uma pessoa mas 
acaba acertando em outra. Como no caso de difamação de uma pessoa morta, 
onde o morto não será atingido em sua personalidade, tendo em vista que esta 
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surge com o nascimento e se extingue com a morte, mas as outras pessoas da 
família podem vir a sofrer, por reflexo, a dor e o sofrimento. Por este motivo, é 
aceita a legitimidade de irmãos, pais, filhos, dentre outros, para requerer a 
indenização por tal dano. 
 
$OWHUQDWLYD�³F´�± errada. 
Este não é o entendimento do STJ, vide jurisprudência a seguir colacionada: 
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. NEGATIVA 
DE CIRURGIA ESTÉTICA. DANOS MORAIS. MERO DESCUMPRIMENTO 
CONTRATUAL DECORRENTE DE CONTROVÉRSIA A RESPEITO DE COBERTURA. 
RECURSO NÃO PROVIDO. 1. A jurisprudência desta Corte entende que, 
quando a situação experimentada não tem o condão de expor a parte a 
dor, vexame, sofrimento ou constrangimento perante terceiros, não há 
falar em dano moral, uma vez que se trata de circunstância a ensejar 
mero aborrecimento ou dissabor, mormente quando mero 
descumprimento contratual, embora tenha acarretado aborrecimentos, 
não gerou maiores danos ao recorrente. 2. No caso, não ficou demonstrada 
nenhuma hipótese de excepcionalidade. O Tribunal de origem, mediante análise 
do contexto fático-probatório dos autos, entendeu não estarem presentes 
elementos que caracterizem a indenização por danos morais. 3. A reversão do 
julgado afigura-se inviável, tendo em vista a necessidade de reexame do contexto 
fático-probatório dos autos. Incidência da Súmula 7/STJ. 4. Agravo regimental 
não provido. 
 
$OWHUQDWLYD�³G´�± errada. 
Atente para o seguinte artigo: 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e 
o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. 
$OWHUQDWLYD�³H´�± errada. 
Caso fortuito é aquele que ocorre independente da vontade das partes, como 
greve, guerra, e a força maior deriva de acontecimentos naturais, como 
terremotos, por exemplo. Ambos são considerados excludentes de ilicitude. 
Observe a seguinte jurisprudência: 
Ementa:

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