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4. Teoria da norma penal (1)

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CLASSIFICAÇÃO. CARACTERÍSTICAS DA LEI PENAL. 
A lei penal compõe-se de 02 partes:
Comando principal (preceito primário)
Sanção (preceito secundário)
Ex: Art. 121, “caput” do CPB dispõe:
“Matar alguém” = preceito primário (descrição da conduta criminosa)
Pena, reclusão de 06 a 20 anos = preceito secundário (pena cominado em abstrato)
Da conjunção das 02 partes surge a proibição (norma): “é proibido matar”.
A lei penal não é proibitiva, mas descritiva. Essa técnica legislativa foi desenvolvida por Karl Binding, por ele chamada de teoria das normas, segundo a qual é necessária a distinção entre norma e lei penai. A norma cria o ilícito, a lei cria o delito. A conduta criminosa viola a norma, mas não a lei, pois o agente realiza exatamente a ação que esta descreve.
O CP está dividido em 02 partes: 
PARTE GERAL (arts. 1º ao 120) - normas penais permissivas (justificante ou exculpante), normas penais explicativas, normas interpretativas e normas penais complementares.
PARTE ESPECIAL (arts. 121 ao 360) - normas penais incriminadoras. 
 
A lei penal tem as seguintes características:
Exclusividade (somente a lei define as infrações penais);
Imperatividade (é imposta a todos, independente da vontade);
Generalidade (todos devem acatamento à lei penal);
Impessoalidade (a lei se dirige a todos).
Anterioridade (as leis penais incriminadoras apenas podem ser aplicadas se estavam em vigor quando da prática da infração penal, salvo no caso da retroatívidade da lei benéfica).
Classificação: 
Incriminadoras: descrevem os tipos penais proibindo (crimes comissivos) ou impondo (crimes omissivos) a prática de condutas, sob ameaça de pena. 
Ex.: Art. 121 (preceito primário) e as penas (preceito secundário). 
Não incriminadoras: são as que não criam crimes nem cominam penas. Subdividem-se em:
Permissivas (Justificantes/Exculpantes): não incriminadoras. Autorizam a prática de condutas típicas, ou seja, são as causas de exclusão da ilicitude. Em regra, estão previstas na Parte Geral (CP, art. 23), mas algumas são também encontradas na Parte Especial, tal como ocorre nos arts. 128 (aborto legal) e 142 (exclusão da ilicitude nos crimes contra a honra) do Código Penal;
Exculpantes: estabelecem a não culpabilidade do agente ou ainda a impunidade de determinados delitos. Exemplos: doença mental, menoridade, prescrição e perdão judicial. Encontram-se comumente na Parte Geral, mas também podem ser identificadas na Parte Especial do Código Penal, tais como nos arts. 312, § 3.°, 1.” parte (reparação do dano antes da sentença no crime de peculato), e art. 342, § 2 ° (retratação antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito no crime de falso testemunho ou falsa pericia);
Interpretativas: esclarecem o conteúdo e o significado de outras leis penais. Exemplos: arts. 150, § 4.° (conceito de domicílio), e 327 (conceito de funcionário público para fins penais) do Código Penal;
de aplicação, finais ou complementares: delimitam o campo de validade das leis incriminadoras. Exemplos: arts. 2 ° e 5.° do Código Penal;
diretivas: são as que estabelecem os princípios de determinada matéria. Exemplo: princípio da reserva legal (CP, art. l.°);
 integrativas oh de extensão: são as que complementam a tipicidade no tocante ao nexo causai nos crimes omissivos impróprios, á tentativa e à participação (CP, arts. 13, § 2.°, 14, II, e 29, caput, respectivamente);
 completas ou perfeitas: apresentam todos os elementos da conduta criminosa, É o caso do art. 157, caput, do Código Penal;
incompletas ou imperfeitas: reservam a complementação da definição da conduta criminosa a uma outra lei, a um ato da Administração Pública ou ao julgador. São as leis penais em branco, nos dois primeiros casos, e os tipos penais abertos, no último.
LEI PENAL EM BRANCO
Preceito primário é incompleto, mas secundário é determinado. Exemplos: 1) Art. 33 da Lei 11.343/06 – conceito de drogas é definido por Portaria da ANVISA. 2) Arts. 235 a 237 do CP. Podem ser complementadas por atos normativos de origem legislativa (leis) ou administrativa (decretos ou portarias, etc.): 
Homogêneas ou impróprias: quando são complementadas por normas originárias da mesma fonte ou órgão. Ex. art. 237 “Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta”. O impedimento (arts.1521 e 1522 CC) é norma de direito civil cujo fonte de produção é a União. 
Heterogêneas ou próprias:	quando seu complemento está contido em norma procedente de outra instância legislativa ou administrativa, provem de fonte ou órgão diverso. 
LEI PENAL EM BRANCO INVERSA OU AO AVESSO: o preceito primário é completo, mas o secundário reclama compiementação. Nesse caso, o complemento deve ser obrigatoriamente uma lei, sob pena de violação ao principio da reserva legal. Exemplos dessa espécie de lei penal em branco são encontrados nos artigos 1.° a 3,° da Lei 2.88911956, relativos ao crime de genocídio.
LEI PENAL EM BRANCO DE FUNDO CONSTITUCIONAL: o complemento do preceito primário constitui-se em norma constitucional. É o que se verifica no crime de abandono intelectual, definido no art. 246 do Código Penal, pois o conceito de “instrução primária” encontra-se no art. 208, inc. I, da Constituição Federal.
OBS: As normas penais heterogêneas não afrontam o Princípio da Legalidade (art. 1º do CP). A infração é descrita na lei, que só é complementada. A norma complementa, mas não define crime algum, só especifica um ou outro elemento do fato típico. 
INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
Quanto às fontes: 
Autêntica (feita pelo próprio legislador. Ex: art. 327, CP)
Jurisprudencial (realizada por membros do Judiciário. Em regra, não tem força obrigatória, salvo em dois casos: no caso concreto (em virtude da formação da coisa julgada material) e quando constituir súmula vinculante (CF, art. 103-A, e Lei 11.41712006).
Doutrinária (interpretação realizada por doutrinadores, estudiosos. Não tem força cogente. A Exposição de Motivos deve ser encarada como interpretação doutrinária e não autêntica, pois não faz parte da lei)
Quanto aos resultados: 
Declarativa (aquela que resulta da perfeita sintoma entre o texto da lei e a sua vontade. Nada resta a ser retirado ou acrescentado.
Extensiva (se destina a corrigir uma fórmula legal excessivamente estreita. A lei disse menos do que desejava. Amplia-se o texto da lei, para amoldá-lo a sua efetiva vontade. Por se tratar de mera atividade interpretativa, buscando o efetivo alcance da lei, é possível a sua utilização até mesmo em relação àquelas de natureza incriminadora. Exemplo disso é o art. 159 do Código Penal, legalmente definido como extorsão mediante seqüestro, que também abrange a extorsão mediante cárcere privado. É a posição consagrada em sede doutrinária).
Restritiva (é a que consiste na diminuição do alcance da lei, concluindo-se que a sua vontade, manifestada de forma ampla, não permite seja atribuído a sua letra todo o sentido que em tese poderia ter. A lei disse mais do que desejava). 
Quanto aos meios: 
Gramatical ou literal (acepção literal das palavras)
Histórica (evolução histórica da lei)
Lógico-sistemática (ordenamento jurídico)
Teleológico (finalidade da lei)
 
ANALOGIA: é forma de integração da norma jurídica e não de sua interpretação. Em Direito Penal será sempre “in bonam partem”. Ex: Descarte de embriões. Art. 181, I, do CP. 
Ex: médico que realiza aborto em caso de ato violento ao pudor e não estupro (coito inter-femural). 
INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA – é uma forma de interpretação extensiva, decorrendo do comando da própria lei. Ex: arts. 71 e 121, § 2º, III, ambos do CP. 
	DIFERENÇAS: Analogia 
	Interpretação analógica 
	Forma auto integração 
	Espécie de interpretação 
	Ausência de norma específica 
	É vista na norma existente 
	Não pode ser usada para prejudicar 
(só in bonam partem) 
	Possui caráter incriminador 
	Visa suprir a vontade da lei 
	Visa encontrar a vontade dalei 
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO PENAL I
PROFª.: ANA KARMEN FONTENELE DE CARVALHO
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TEORIA DA NORMA PENAL
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