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A arte da Oratória

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1
Oratória
2012
oratoria.indd 1 17/07/2012 15:38:24
ORATÓRIA
2
 Sejam Bem Vindos ao Curso de Formação para Novos Advogados!
 O Curso de Formação em EAD tem seu foco no exercício da advocacia por parte dos novos 
advogados recém-ingresso no quadro da OAB. Neste curso o aluno conta com plena autonomia 
para estudar com fl exibilidade de estudo, e o principal, não há barreiras geográfi cas que o 
impeçam de participar deste benefício inovador promovido pela Escola Superior de Advocacia da 
OAB em parceria com o grupo UnyLeya educacional para melhorar a cada dia mais a prática da 
advocacia na sociedade e no âmbito dos tribunais do país.
 Um ambiente inovador diferente dos processos tradicionais, como uma sala de aula, 
limitada ao horário previsto e ao local de onde se dá o curso.
 Entretanto, não fugiu da preocupação didático-pedagógica a importância incutir no 
aluno a consciência de que aprender a distância requer disciplina e que existe um cronograma a 
ser obedecido. O sucesso em um curso a distância acontece quando o aluno é o gestor de sua 
aprendizagem. Para isso ressaltamos aos alunos as seguintes premissas:
 • Planejamento e organização;
 • Assumir uma postura de compromisso, disciplina, dedicação, empenho e determinação;
 • Estabelecer um ritmo regular de estudos e respeitá-lo;
 • Seguir a ordem de estudo proposta no material didático.
 • Explorar o máximo, as ferramentas de comunicação, e-mail, fórum etc.
 Este curso é um diferencial de qualidade que é importante e necessário aos alunos que 
dele se benefi ciarão para uma advocacia cada dia com mais qualidade.
 Sucesso e Bons Estudos!
Biografi a do Autor
Geraldo Campetti Sobrinho
Possui graduação em Biblioteconomia pela Universidade de Brasília (1987) e mestrado em 
Biblioteconomia e Documentação pela Universidade de Brasília (2000). Foi professor substituto da 
Universidade de Brasília em 2004. Atualmente é professor titular da Faculdade Jesus Maria José e 
chefe da Seção de Biblioteca do Tribunal Superior Eleitoral. Tem experiência na área de Ciência da 
Informação, com ênfase em Sistemas de Informação, atuando principalmente nos seguintes temas: 
organização e gerenciamento de acervos, editoração, normalização técnica e comunicação. 
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3
SUMÁRIO
Unidade I
Comunicação
Capítulo 1 – Conceito, Importância e Finalidades da Comunicação
Capítulo 2 – Elementos da Comunicação 
Capítulo 3 – Tipos de Comunicação 
Capítulo 4 – A Oratória 
Capítulo 5 – Tipos de Oratória
Unidade II
O Orador
Capítulo 6 – Conceito
Capítulo 7 – Perfi l de um Bom Orador 
Capítulo 8 – Dimensões da Comunicação 
Capítulo 9 – Como Superar o Medo, a Inibição e o Nervosismo ao Falar em Público 
 
Unidade III
Imunidade Profi ssional do Advogado
Capítulo 10 – Tipos de Exposição
Capítulo 11 – Técnicas de Introdução, Desenvolvimento e Finalização de uma Apresentação
Capítulo 12 – A Utilização de Recursos Audiovisuais numa Exposição
Bibliografi a
7
 7
 8
 8
 9
11
14
20
23
29
38
41
23
1212
12
13
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ORATÓRIA
4
Refl exão: Questões 
inseridas durante o estudo 
da disciplina para estimulá-
lo a pensar a respeito 
do assunto proposto. 
Registre sua visão, sem 
se preocupar com o conteúdo do texto. O 
importante é verifi car seus conhecimentos, 
suas experiências e seus sentimentos. É 
fundamental que você refl ita sobre as 
questões propostas. Elas são o ponto de 
partida de nosso trabalho.
Provocação: Pensamentos 
inseridos no material 
didático para provocar a 
refl exão sobre sua prática 
e seus sentimentos ao 
desenvolver os estudos em 
cada disciplina.
Saiba Mais: Textos, trechos 
de textos referenciais, 
conceitos de dicionários, 
exemplos e sugestões para 
lhe apresentar novas visões 
sobre o tema abordado no 
texto básico.
Sintetizando e 
Enriquecendo nossas 
Informações: Espaço para 
você fazer uma síntese dos 
textos e enriquecê-los com 
sua contribuição pessoal.
Curiosidades: 
Aprofundamento das 
discussões.
Atividades: Atividades 
sugeridas no decorrer das 
leituras, com o objetivo 
pedagógico de fortalecer o 
processo de aprendizagem.
Atenção: Destaque do 
assunto referente ao 
conteúdo.
Indo à Sala de Aula: 
Sugestão de ações e 
atividades a serem 
desenvolvidas em sala 
de aula, com base nos 
conteúdos trabalhados.
Para (Não) Finalizar: 
Texto, ao fi nal do Caderno, 
com a intenção de instigá-
lo a prosseguir com a 
refl exão.
Referências: Bibliografi a 
consultada na elaboração 
da disciplina.
ÍCONES UTILIZADOS NO MATERIAL DIDÁTICOÍCONES UTILIZADOS NO MATERIAL DIDÁTICO
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5
Ementa
Prezado(a) aluno(a), seja muito bem-vindo ao curso de Oratória.
Nas próximas páginas você terá contato e aprenderá conceitos da Comunicação e fundamen-
tos da oratória contemporânea. 
O conteúdo do nosso curso irá abordar os seguintes temas: Dicas para falar em público sem 
medo; Aprimoramento dos aspectos comunicacionais e das estratégias para a organização 
de discursos e apresentações; Dicas para a comunicação negocial; Estratégias para falar 
com clareza e objetividade; Aprimoramento das estratégias (sorrir e olhar) para convencer e 
infl uenciar; Técnicas comunicacionais aplicadas aos procedimentos jurídicos; Recursos e as-
pectos linguísticos; Impostação vocal; Falar de improviso; Aprimoramento da técnica da boa 
escuta; Marketing pessoal e comunicacional; e Dicas para utilizar recursos audiovisuais para 
apresentações, negociações e atendimento ao cliente. Para fi nalizar, teremos, também, a re-
avaliação do grupo e avaliação do curso como um todo.
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ORATÓRIA
6
Aprendi na vida que a maioria dos problemas
complexos tem soluções simples
Alcides Tápias
 As pessoas de um modo geral não se 
dão conta do poder e da capacidade que 
possuem de se comunicar. Encantam, 
persuadem, emocionam, vendem, brilham 
nos mais diversos cenários e contextos 
sociais e profi ssionais, ministrando aulas, 
proferindo palestras, sendo entrevistadas 
ou simplesmente relacionando-se com os 
outros. Nem todas, porém, possuem essa 
facilidade ou se reconhecem detentoras 
desses talentos. Surge, então, a necessidade 
de que elas desenvolvam sua competência 
em se comunicar melhor, aprimorando suas 
habilidades de expressão oral, corporal e 
emocional.
Segundo Alves Mendes, um dos expoentes na arte da comunicação, a Oratória “é a mais 
típica e a mais gráfi ca manifestação da arte, porque é a arte da palavra – da palavra que é a 
vestidura do pensamento, da palavra que é a forma da ideia, da palavra que é nítida voz da 
natureza e do espírito [...]”.
A Oratória é valioso instrumento de comunicação por meio do qual os indivíduos podem 
desenvolver capacidades de melhor utilização da voz, dos gestos, da expressividade emocional, 
utilizando sua criatividade com técnicas e recursos para superação do medo e da timidez de 
falar em público e de se relacionar com os outros.
Apresentação
Autoconfi ança, observação das características individuais positivas, conquista de 
segurança e domínio sobre o nervosismo antes, durante e após a apresentação 
são conquistas que você pode realizar com a descoberta e o desenvolvimento de 
seus potenciais de comunicação e expressão verbal.
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7
UNIDADE 1 :: COMUNICAÇÃO
UNID.
Capítulo 1 – Conceito, Importância e Finalidades da Comunicação
A palavra comunicação encerra 
conceitos que estão muito mais próximos de 
nós do que poderíamos imaginar. Ninguém 
consegue viver em plenitude sem se 
comunicar. Por serem animais sociais, homens 
e mulheres precisam estar se comunicando 
constantemente. 
A comunicação expressa a capacidade 
de um indivíduorelacionar-se com outro. Ela 
promove o entendimento entre pessoas e 
nações; mas também, quando não efetivada 
integralmente, pode ser motivo de dissensões, 
guerras e até de morte.
Quando pensamos no termo comunicação, somos capazes de identifi car várias palavras 
que a ele se associam em uma agregação de valores cujos resultados nos surpreendem, tal a 
sua riqueza conceitual. 
1 Comunicação
Façamos um brainstorming ou um exercício de explosão de ideias, aproveitando 
a criatividade dos poetas na elaboração de seus acrósticos. Anotemos a palavra 
comunicação na vertical e pensemos em termos que se iniciem ou que contemplem 
as letras da referida palavra. Devemos deixar um pouco de espaço à esquerda, 
pois poderemos começar com as letras iniciais de cada linha ou utilizá-las no 
meio ou fi nal.
Comum = Comunicação
Interesses Interesses
Como 1= Comum
Fonte: Minicucci (2001). 
Mensagem
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ORATÓRIA
8
Capítulo 2 – Elementos da Comunicação
O processo comunicativo constitui-se de cinco elementos para que possa ser efetivado. 
São eles: orador, sinal ou código, canal, ouvinte e ruídos.
• Orador: é o responsável pelo início do processo comunicativo. É quem seleciona o teor 
da mensagem, o modo como a conduzirá para que seja entendida pelo ouvinte.
• Sinal ou código: é a própria mensagem defi nida pelo orador. Deve estar adequada ao 
assunto a ser tratado, às metas estabelecidas e ao tipo de receptor.
• Canal: é o meio condutor da mensagem. É o método, o caminho. São os procedimentos 
por meio de recursos e técnicas que o orador deverá utilizar para facilitar o acesso e o 
entendimento da mensagem pelo ouvinte e o alcance de seus objetivos com relação àquele 
conteúdo selecionado. O conteúdo deve ser de domínio do orador e estar adequado para 
quem vai ouvir.
• Receptor: é o alvo da comunicação. É também o elemento ativo do processo 
comunicativo, pois a comunicação só tem sentido quando se estabelece entre o emissor e 
o receptor uma identifi cação na mensagem. Quando ambos a compreendem e possuem 
interesses comuns sobre o que se fala e o que se ouve. 
Capítulo 3 – Tipos de Comunicação
 A comunicação pode variar conforme o 
ambiente onde as pessoas se encontram e, 
desse modo, defi ne o tipo de relacionamento 
entre elas. O relacionamento das pessoas 
pode ocorrer entre uma pessoa e outra, 
consigo mesmo, entre membros de um 
grupo, entre grupos numa organização.
Os ruídos são elementos que interferem na emissão e/ou recepção da mensagem. 
Podem ser de natureza ambiental, podem estar relacionados ao modo como a 
pessoa se expressa (ex.: ideias imprecisas), ao emprego de palavras estranhas ao 
ouvinte, erros gramaticais, problemas de ordem psicológica (ex.: personalidade) 
ou de ordem física (ex.: doença), dentre outros. Para evitar a presença de ruídos 
na comunicação, é necessário que os conhecimentos e experiências sejam 
partilhados e que tanto o ouvinte quanto o orador estejam sintonizados para que 
a mensagem fl ua com efi cácia.
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9
O relacionamento entre uma pessoa e outra(s) é chamado de interpessoal. Você como 
pessoa pode relacionar-se consigo mesmo e realiza uma comunicação interior: é a chamada 
comunicação intrapessoal. O relacionamento entre pessoas de um mesmo grupo no ambiente 
de trabalho é a chamada comunicação organizacional. A comunicação realizada entre as 
pessoas em diversas situações é a multipessoal.
Saber se comunicar adequadamente em todas as circunstâncias é imprescindível para 
a sobrevivência do ser humano. Por meio da comunicação, obtêm-se as informações, o 
conhecimento e o atendimento das necessidades emocionais de atenção, consideração e 
reconhecimento. 
A importância da comunicação não está necessariamente sobre a mensagem ou a 
informação que se transmite, mas no que fazemos desse conhecimento; o que somos capazes 
de realizar quando ouvimos as informações, a interpretamos e a colocamos à nossa disposição 
ou a disponibilizamos para terceiros, a fi m de que façam uso dela: eis a razão principal da 
comunicação.
Capítulo 4 – A Oratória
Os pássaros são fi sgados pelos pés; os 
homens, pela língua
Provérbio português
 Os primeiros dados históricos relativos à 
oratória datam da Antiguidade e têm suas 
origens na Grécia, nas cidades-estado. 
Atenas era o maior centro de estudos de 
oratória. O povo grego acreditava que para 
dignifi car a natureza humana todo cidadão 
devia aprender não só a falar, mas a falar 
bem.
 O primeiro fi lósofo a estudar o assunto 
foi Empédocles, responsável pela criação 
dessa ciência de falar em público. Aristóteles 
estudou a temática e conhecia profundamente 
o assunto apesar de nunca ter sido orador, 
mas foi ele quem denominou a arte de falar 
em público de retórica.
 Há autores que informam que o primeiro manual de oratória foi escrito pelos seguidores 
de Empédocles, que seriam Tísias e Corax. Este último pregava métodos e orientações 
sobre a efi cácia da oratória e a necessidade do discurso conter uma introdução, narrativa, 
argumentação, afi rmações e conclusão.
 O primeiro manual de oratória em latim, intitulado Institutio Oratoria, foi escrito por 
Quintiliano (35-95 d.C.) e servia apenas como guia na formação dos fi lhos de famílias ricas 
no Império Romano.
UNIDADE 1 :: COMUNICAÇÃO
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ORATÓRIA
10
No Brasil, os primeiros grandes oradores foram os jesuítas portugueses Manuel da 
Nóbrega e José de Anchieta. O orador mais famoso da época do Brasil Colonial foi o padre 
Antônio Vieira. A partir de 1930, a oratória brasileira notabilizou-se por meio do orador 
gaúcho João Neves da Fontoura, em sua campanha política. Outros grandes oradores foram 
Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e Otávio Mangabeira. Algumas oradoras 
que se destacam são a médica e deputada federal Jandira Feghali, a senadora Marina Silva, 
a ex-governadora Roseana Sarney, dentre outras.
Polito (2003) em seu livro Como falar corretamente e sem inibições cita um conceito 
de oratória resultante das refl exões de Alves Mendes: 
Lopes (2000), no livro Oratória e fonoaudiologia estética, informa que o termo 
oratória originou-se do latim oratoria e signifi ca a arte de falar ao público ou 
falar em público. Quando se fala ao público, dirige-se ao ouvinte, àquele que 
nos ouve, e não se fala apenas entre ouvintes. 
Alguns termos relacionados à oratória são importantes para sua compreensão. 
São eles: eloquência e retórica. 
A eloquência deriva do latim eloquentia e refere-se à fala na sua dimensão 
prática. É a capacidade de falar e de se expressar com facilidade, ao talento de 
persuadir, convencer e comover a plateia por meio da palavra. 
A retórica origina-se do grego rhetoriké. Designa o conjunto de regras relativas 
à capacidade da eloquência. É o tratado que encerra essas regras. Entende-se, 
então, que a oratória é o universo que abarca a teoria e a prática da arte de falar, 
que são respectivamente a retórica e a eloquência.
A oratória é a mais típica e a mais gráfi ca manifestação da arte, porque 
é a arte da palavra – da palavra que é a vestidura do pensamento, 
da palavra que é a forma da ideia, da palavra que é nítida voz da 
natureza e do espírito, da palavra que é tão leve como o ar e tão irisada 
como a mariposa, da palavra que é transparente como a gaze e tão 
sonora como o bronze, da palavra que cicia como a aura e troa como 
o canhão, que murmura como o arroio e ruge como a tormenta, que 
prende como o ímã e fulmina como o raio, que corta como a espada 
e contunde como a clava, que fotografa como o sol e acarinha como o 
fogo; da palavra que ostenta a majestade da arquitetura, o relevo da 
escultura, o matiz da pintura, a melodia da música, o ritmo da poesia, 
e que por seus rendilhadose riquezas, por suas graças e opulências, 
aclama a oratória, rainha das artes, e o orador – rei dos artistas!
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11
UNIDADE 1 :: COMUNICAÇÃO
Leonardi (2002), comentando sobre a diferença entre eloquência e retórica em 
seu livro Curso de oratória geral e oratória forense, afi rma que eloquência: “[...] 
nada mais é do que a arte de tornar a palavra mais cativante, mais despertadora 
de emoções, mais empolgante, através de todo tipo de efeitos sonoros obtidos 
pela voz”.
Capítulo 5 – Tipos de Oratória
 Nos dias atuais, a eloquência basicamente 
se divide em: política, forense ou judiciária, 
acadêmica ou literária, sacra e de 
circunstância.
 A primeira, oratória política, é o 
discurso em que a palavra está a serviço do 
bem comum, da sociedade e suas aspirações 
e para tratar de assuntos ligados à causa 
pública. Deve ser utilizada com muito 
cuidado, pois, quando mal empregada, pode 
dar ao discurso uma forte carga demagógica, 
ludibriando o povo. Está relacionada com a 
defesa dos interesses sociais em reuniões, 
comícios, caráter eleitoral, difundir ideias etc.
 A eloquência forense ou judiciária é o uso da palavra perante o juiz ou tribunal, para 
fazer a defesa da sociedade por promotores, advogados. Requer conhecimento da ciência 
jurídica e dos detalhes dessa prática profi ssional, pois a fi nalidade é a de comover e convencer 
o público constituído pelos tribunais de júri.
 Na oratória sacra, o orador empenha-se em transmitir a doutrina religiosa, usando 
para isso meios como as pregações, o sermão e prédicas evangélicas.
 A oratória acadêmica ou literária está relacionada aos assuntos culturais.
 A de circunstância se diferencia das demais por não obedecer a formalismos; é 
descontraída e solta, não tem lugar certo e nem público defi nido, podendo ser usada por 
qualquer pessoa da sociedade. É também chamada de eloquência do Homem Moderno que 
faz uso do gênero em qualquer situação que o cerca.
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ORATÓRIA
12
UNID. 2
O Orador
Capítulo 6 – Conceito
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13
UNIDADE 2 :: O ORADOR
Capítulo 7 – Perfi l de um Bom Orador
O “GRANDE ORADOR”
Todo o barulho que fazes;
Ó estentórico orador,
 Lançando gestos e frases,
Com trovejante furor,
 Com berros e roncos roucos,
À mesa atirando socos, 
Nada aprova em teu favor:
Também o bombo e o tambor
 Fazem barulho... e são ocos.
Fonte: Bloch (2002).
RECEITA PARA TORNAR-SE UM BOM ORADOR¹:
INGREDIENTES
• Uma boa dose de autoconfi ança;
• Uma colher de humildade;
• Uma chícara de expressão corporal, acrescida de boa voz;
• Riqueza de vocabulário a gosto;
• Uma colher de fermento marca “entusiasmo”.
PREPARO
Bata a humildade com a expressão corporal e em seguida misture a simpatia pessoal, 
naturalmente. 
Coloque uma pitada de assunto paralelo, sem exagerar. 
Vá pondo a postura em todas as fases do preparo e fi nalmente adicione o fermento do 
entusiasmo.
Unte a forma com bastante expressividade e em seguida derrame massa da sabedoria 
e deixe-a crescer.
Não descuide um só instante da temperatura do auditório, conservando-a em nível bem 
elevado.
 Cubra tudo com calda de expectativa para despertar o interesse, a atenção e a curiosidade 
dos ouvintes.
Doure tudo bem quente, no calor do auditório, e saboreie o sucesso.
1 Essa é a fórmula infalível, uma receita que requer acima de tudo conhecimento e treinamento.
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ORATÓRIA
14
Capítulo 8 – Dimensões da Comunicação
 Para o profi ssional moderno, a comunicação é uma ferramenta de especial importância.
No entanto, a utilização adequada desse instrumento requer conhecimentos da atividade 
que executa e a atenção para outros aspectos como a fl exibilidade a mudanças, além da 
atualização constante. Assim, a sua capacidade de se comunicar e de se relacionar com as 
pessoas aumenta as possibilidades de sucesso em outros níveis: 
 • entre colegas de trabalho;
 • com seu superior;
 • com seu subordinado; 
 • com um pequeno grupo;
 • com uma plateia. 
São as habilidades de relacionamento interpessoal aliadas à maturidade e equilíbrio para 
lidar com as emoções. Ao mesmo tempo que lida com as diversidades, adquire-se uma visão 
mais abrangente do papel social que possui como detentor e repassador de conhecimentos 
e informações.
Atualmente, as necessidades e exigências do mercado de trabalho valorizam a característica 
de comunicabilidade no perfi l profi ssional e pessoal. Esses e outros aspectos constituem, 
segundo Passadori (2003), cinco dimensões. São elas:
 • espiritual; 
 • emocional; 
 • vocal; 
 • corporal;
 • intelectual.
A dimensão espiritual é considerada pelo autor a mais importante delas, pois a comunicação 
nessa dimensão revela a maneira de cada um se expressar, a sua essência nos mais variados 
contextos da vida, a forma pelo qual somos percebidos e reconhecidos pelas outras pessoas. 
Enquanto as outras dimensões são aprendidas e desenvolvidas por técnicas e práticas 
pedagógicas, a dimensão espiritual fl ui revelando nosso caráter, nossos valores, nossa 
autenticidade e nobreza da alma.
A dimensão espiritual indica que direcionamento damos a nossa vida, como 
realizamos nossas escolhas e desempenhamos nossos papéis. É a dimensão 
que fala da nossa sensibilidade para agir no mundo. Quem se comunica 
com sensibilidade possui capacidade para liderar, infl uenciar, conseguir bons 
resultados de negociação ou no atendimento a um cliente, porque está mais 
atento a descobrir as necessidades do momento. É indispensável ao orador o 
desenvolvimento da dimensão espiritual para que aprenda a perceber melhor 
as necessidades e interesses dos ouvintes e mantê-los receptivos ao que está 
proferindo. 
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15
UNIDADE 2 :: O ORADOR
Em relação à dimensão emocional, observa-se:
 – Ritmo constante
 – Antipatia
 Quanto à dimensão vocal, nossa voz é produzida pela expiração que canalizamos para 
as pregas vocais, criando-se daí uma massa de ar sonora. Emitimos os sons das vogais e das 
consoantes por meio da movimentação de músculos da face que acionam lábios, língua, 
maxilar, abertura e fechamento da boca. Nossa voz tem um conjunto de características que 
precisa ser desenvolvido para gerar uma emissão harmônica e agradável. Tais características 
são: dicção, pronúncia, ênfase, entonação, expressão, articulação, velocidade, ritmo, altura e 
intensidade.
 Outro artifício utilizado pelo orador é a chamada pausa oral entre o que deve ser 
colocado no decorrer da fala. É a chamada pausa oratória, é diferente das estabelecidas pelas 
regras gramaticais denominadas de pausas sintáticas. Ela não depende de regras absolutas, 
mas de condições ou estratégias de convencimento e persuasão que o próprio orador deseja 
passar aos seus ouvintes.
 A pontuação oral é marcada pelo ouvido, regulada pelos sentimentos que devemos 
fazer ressaltar e pelas ideias que temos de colocar em maior relevo. Para isso, o orador 
deverá conhecer bem o texto e fazer um estudo atencioso para entender o conteúdo e poder 
explorá-lo criativamente, dando-lhe o sentido que deseja, verifi cando também a respiração 
para que a pronúncia fl ua com facilidade.
 A dicção é a pronúncia dos sons das palavras. A defi ciência na dicção é quase sempre 
provocada por negligência. É costume quase generalizado omitir os R e os S no fi nal das 
palavras. Um exercício útil para melhorar a dicção é fazer leitura em voz alta.
 Uma pronúncia defeituosa advém de razões físicas e psicológicas. A voz determina a 
própria personalidade de quem fala. Se estamos alegres, tristes, apressados, seguros etc. A 
primeira identifi cação desse comportamento é transmitida pela voz. 
– Deixar para lá
– Não me interessa– Firmeza
– Integridade
– Rejeitar
– Todos nós
– Um, dois, três
– Adiar
– Liberdade
– Retidão
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ORATÓRIA
16
 Maria Alice Leonardi (2002), citando o professor Silveira Bueno, enfatiza que a dicção 
depende da intuição de quem se dedica à arte de falar, revelando seu senso artístico pelo 
colorido próprio que se consegue dar à interpretação, propiciando uma característica única 
ao discurso.
 Com relação à dicção está a necessidade de se atentar para a expressão correta e a 
articulação cuidadosa das palavras e de seus respectivos sons.
 A pronúncia é a articulação que dá claridade e nitidez à palavra. A boa articulação 
faz ressaltar todas as qualidades da voz. Elementos fundamentais: vogais + consoantes + 
sílabas.
 A ênfase é a energia da fala, a vitalidade das palavras faladas. A colocação correta 
da sílaba tônica é o primeiro passo na ênfase, porque a força e a vida das palavras estão na 
sua tônica. Assim como a palavra tem a sua sílaba tônica, em uma frase existem palavras que 
exigem maior ênfase ao serem enunciadas.
 A entonação é a música da linguagem. Cada palavra tem a sua entonação certa, 
sugerida pelo seu signifi cado. A variedade melódica da entonação tem por fi nalidade facilitar 
a compreensão.
PRONÚNCIA – ENTONAÇÃO – DICÇÃO – ÊNFASE – RITMO
 Faça a leitura silenciosa dos fragmentos de texto abaixo, observando as pausas. Em 
seguida, leia o texto com o recurso do lápis ou da espátula e, fi nalmente, faça três leituras 
orais de cada um.
 
 O riso revela um dos segredos da alma: a alma não gosta 
de marchar. Na marcha tudo é igual, previsível, feito em parada 
militar. A alma é bailarina que gosta mais é de dançar.
(Rubem Alves – O retorno e terno)
 Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, 
no eclipse. Amor foge a dicionários e a regulamentos vários... 
Amor não se troca... Porque amor é amor a nada, feliz e forte em si 
mesmo...”
(Drummond)
 Tenho muitos medos. Mas nunca havia pensado naquele, o 
maior de todos. Bastou, entretanto, que a repórter formulasse a 
pergunta para que ele aparecesse claro e terrível diante de mim. 
“Que é aquilo de que você mais tem medo?”
(Rubem Alves – O retorno e terno)
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UNIDADE 2 :: O ORADOR
 Quer fi car calmo? Respire suavemente diante da chama leve 
de uma vela qua faz sossegadamente seu trabalho de luz.
(Bachelard)
 Tenho um sonho que, acho, nunca realizarei: gostaria de ter 
um restaurante. Mais precisamente: gostaria de ser um cozinheiro. 
As cozinhas são lugares que me fascinam, mágicos: ali se prepara 
o prazer.
(Rubem Alves – O retorno e terno)
 Escrevo como quem cozinha. Minha cabeça é uma cozinha. 
O cozinheiro cozinha pensando no prazer que sua arte irá causar 
naquele que come. Eu escrevo pensando no prazer que o meu texto 
poderá produzir naquele que me lê.
(Rubem Alves – O retorno e terno)
 A revelação acontece de repente, sem avisar. É bem verdade 
que diariamente nos olhamos no espelho. Mas esse olhar diário é 
um ver sem perceber.
(Rubem Alves – O retorno e terno)
 Vamos, não chores! / A infância está perdida / A mocidade 
está perdida / Mas a vida não se perdeu. / O primeiro amor 
passou, / O segundo amor passou, / O terceiro amor passou. / 
Mas o coração continua. / Perdesse o melhor amigo, / Não tentaste 
qualquer viagem. / Não possuis casa, navio, terra. / Mas tens um 
cão... 
(Rubem Alves – O retorno e terno)
 ...e, de repente, um canto da minha memória que o 
esquecimento escondeu se iluminou, e eu o vi de novo, do jeito 
como o havia visto pela primeira vez: o quadro.
(Rubem Alves – O retorno e terno)
 Foi-se, fi nalmente, o Verão, não sem antes fazer algumas 
grosserias e malcriações: trovejou, relampejou, choveu, inundou. 
Não queria ir embora. Compreendo. Queria fi car para ver e 
namorar o Outono, que é muito mais bonito que ele. 
(Rubem Alves – O retorno e terno)
 No mistério do Sem-Fim, / equilibra-se um planeta. / E, no 
planeta, um jardim, / e, no jardim, um canteiro: / no canteiro, uma 
violeta, / e, sobre ela, o dia inteiro / entre o planeta e o Sem-Fim, 
/ a asa de uma borboleta.
(Rubem Alves – O retorno e terno)
 
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ORATÓRIA
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 Ah! Você acha que isso é bobagem, que espelhos são 
inofensivos objetos de vidro, frios e imóveis, que nada fazem além 
de refl etir imagens. Pois é justo aí que está o seu abismo: em seu 
poder de refl etir.
(Rubem Alves – O retorno e terno)
 Pela primeira vez na vida vi que a cebola era bonita. Se fosse 
pintora, pintaria uma cebola. Se fosse fotógrafa, fotografaria uma 
cebola... Minha cebola deixara de ser uma criatura do sacolão, à 
mercê de facas e maxilares mastigantes, e aparecia como criatura 
encantada, moradora do mundo da beleza, ao lado de jóias e de 
obras de arte.
(Rubem Alves – O retorno e terno)
 É preciso muito pouco. A alegria está muito próxima. Mora 
no momento. Nós a perdemos porque pensamos que ela virá no 
futuro, depois de algum evento portentoso que mudará nossa vida. 
(Rubem Alves – O retorno e terno)
 Leio e releio o poema de Álvaro de Campos. Oscilo. Não sei 
se devo acreditar ou duvidar. Se acredito, duvido. Duvido porque 
acredito. 
(Rubem Alves – O retorno e terno)
 Entre os poucos livros que tenho ao alcance da mão, na 
minha estante, está a estória do amor de Tomas e Tereza, que Milan 
Kundera conta em A insustentável leveza do ser.
(Rubem Alves – O retorno e terno)
 Sobre um morro de terra ruim cresceu um cerrado. As 
barbas-de-bode são mechas de cabelo sobre a calva do chão árido. 
Crescem arbustos de troncos retorcidos e rugoso, que para nada 
servem. 
(Rubem Alves – O retorno e terno)
A vida animal se anuncia ruidosa na barulheira dos frangos-
d’água, os gritos das seriemas, os trinados sem fi m dos pintassilgos, 
a tagarelice das maritacas, o coaxar dos sapos ao cair da tarde. 
(Rubem Alves – O retorno e terno)
 A expressão vocal é a habilidade do indivíduo com sua voz e sua fala. É a dinâmica 
de cada palavra, a entonação, o ritmo, a palavra-chave, a qualidade do discurso. É subje-
tiva, vem do interior, da relação direta do indivíduo consigo mesmo, da necessidade de ser 
entendido pelo outro. Depende da intenção do emissor da mensagem.
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UNIDADE 2 :: O ORADOR
 A impostação possui técnica e é mais objetiva. É a utilização de todo potencial da 
voz e de seu trabalho por meio de exercícios de relaxamento, respiratórios, ressonância, 
altura, intensidade, articulação, em que cada pessoa procura empregar a sua voz o mais 
adequadamente possível, evitando-lhe qualquer prejuízo.
 A qualidade vocal é um conjunto de características que identifi cam a voz humana 
e podem variar conforme o contexto da fala, condições físicas e psicológicas do indivíduo. 
Relaciona-se às informações de natureza biológica, anatômica e fi siológica do indivíduo e 
das características de sua personalidade e estado emocional no momento da emissão da 
mensagem.
 Portanto, é bom atentar para a expressividade dedicada às palavras dentro da frase. 
Cada palavra possui uma ou mais sílabas importantes, assim como cada frase possui uma ou 
mais palavras mais importantes. Com a pronúncia mais ou menos acentuada dessas sílabas 
ou palavras, a mensagem poderá ser outra. Assim, podemos dizer: sábia, sabia e sabiá.
 Qual a velocidade correta a ser empregada na fala? Rápida, muito rápida, lenta, muito 
lenta?
 
 Cada orador e cada assunto terão sua velocidade própria, dependerão da capacidade 
de respiração, da emoção, da clareza da pronúncia e da mensagem transmitida. Ao pronunciar 
a oração: “passou rápido como a luz”, é natural que aceleremos o ritmo da fala. 
 Em relação à altura e intensidade, é preciso exercitar e variar a intensidadeda voz.: 
forte ou fraca. A voz precisa encontrar a altura adequada – aguda ou grave – para não irritar 
os ouvintes. A voz é o veículo fundamental no transporte da mensagem e que, portanto, 
requer cuidado para não prejudicar a comunicação. 
VENTO E A ROSA
Vento cicia,
Vento ronrona,
Vento bronqueia.
Rosa ingênua,
Rosa corada,
Rosa expectante.
Vento cobre a rosa,
Sopra leve entre as pétalas,
Força leve o pistilo.
Vento viril,
Rosa virgem,
Bailam a volúpia do envolvimento.
O vento na rosa,
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ORATÓRIA
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A rosa no vento,
Se embalam em pertencimento.
O vento é da rosa,
A rosa é do vento.
Na rosa o vento deixa a seiva,
No vento a rosa deixa o aroma.
E da seiva
E do aroma,
Nasce outra fl or.
Fonte: Poyares (1983).
 Quanto à dimensão intelectual, entende-se que a apresentação oral é desenvolvida 
pelo esforço diário, persistente, de não desistência ante os obstáculos e as difi culdades e os 
obstáculos enfrentados.
 Todo indivíduo imbuído de boa vontade e disposição pode tornar-se um orador. Para 
isso, é necessário que se prepare adequadamente para sua exposição, considerando o 
planejamento de cada etapa do trabalho: tipos de apresentação; análise do público-alvo 
e do ambiente onde ocorrerá o evento; objetivos a serem alcançados; tempo destinado à 
apresentação; pesquisas; utilização de recursos audiovisuais.
 No tópico sobre a exposição oral, detalharemos os assuntos referentes ao planejamento 
e preparação da apresentação pública.
Capítulo 9 – Como Superar o Medo, a Inibição e o Nervosismo ao Falar 
em Público² 
 Quem alguma vez não experimentou o medo de falar em público? Sentiu vontade de 
dizer não quando disse sim em situações que lhe fossem desagradáveis?
 Essas e outras tantas situações 
sociais em que um indivíduo se vê exposto 
a pessoas conhecidas ou desconhecidas e 
sente-se observado ou avaliado sem saber o 
que fazer são sintomas de ansiedade, mais 
especifi camente de fobia social. 
 A fobia social caracteriza-se, 
entre outros sintomas, por um temor ao 
exame minucioso por parte das pessoas. 
Geralmente, ocorre quando pensa que o 
modo como se comporta poderá ser avaliado 
negativamente.
2 Texto elaborado pela psicóloga Mônica Zarat Pedrosa. 
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UNIDADE 2 :: O ORADOR
 A pessoa teme que aconteçam situações embaraçosas e humilhantes para si e tenta 
evitar as circunstâncias em que ela acredita que possa oferecer riscos.
 A fobia social pode-se manifestar de forma diferenciada para cada pessoa portadora 
desse problema, variando em intensidade. Os sintomas físicos mais frequentes quando a 
pessoa responde com medo são: palpitações, tremores, sudorese, tensão muscular, sensação 
de vazio no estômago, boca seca, frio/calor, ruborização facial, tensão e dor de cabeça.
 Não há idade certa para que a fobia apareça na vida da pessoa, mas pode estar 
relacionada a fatos desagradáveis vivenciados pelo indivíduo: situações em que sentiu 
desamparo ou avaliação negativa com grande frequência.
 O tratamento da fobia social é realizado com grande sucesso por meio de intervenções 
cognitivo-comportamentais. Do mesmo modo como em outros tipos de transtorno de 
ansiedade, utilizam-se desde estratégias de relaxamento, treinamentos de habilidades sociais 
e reestruturação cognitiva.
 
 Cada procedimento empregado não garante isoladamente a efi cácia do tratamento 
senão pela participação efetiva do cliente em cada etapa do processo.
 Outra difi culdade que as pessoas 
possuem quando desejam se comunicar é a 
ansiedade para falar em público. Geralmente, 
elas fi cam ansiosas, agitadas, nervosas, 
tensas e até podem entrar em pânico, 
gaguejam, tremem, fi cam ruborizadas, 
quando imaginam que vão ser observadas 
e avaliadas pelos outros. É importante 
conhecer um pouco sobre esse tema para 
facilitar o entendimento do que ocorre nessas 
circunstâncias e, dessa forma, dar início ao 
processo de autocontrole.
 A ansiedade é um sistema de alarme do 
organismo quando este se sente ameaçado e 
cuja função é proteger ou ajudar o indivíduo 
a escapar de situações difíceis.
 As pessoas que vivenciam a ansiedade 
acreditam e interpretam as situações como 
ameaçadoras, ou seja, o ansioso avalia 
incorretamente a situação, percebe os riscos 
de forma excessiva e minimiza os recursos de 
enfrentamento.
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ORATÓRIA
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As crenças centrais do ansioso são principalmente relacionadas à vulnerabilidade, como, 
por exemplo, um ponto fraco pelo qual as pessoas podem ferir ou atacar. A maioria dessas 
crenças gira em torno de questões de aceitação, competência, responsabilidade e controle. 
A ansiedade pode infl uenciar o modo de vida da pessoa, distorcendo a forma com que 
pensamos e sentimos. Assim, as pessoas ou as coisas adquirem um sentido de ameaça para 
quem o sente, mesmo que a realidade mostre o contrário. A pessoa passa a dar importância 
exagerada a certas situações, mobilizando-se excessivamente e sobrecarregando-se. Esquece 
as experiências positivas do passado, antecipando apenas os problemas lamentáveis e o 
sofrimento do futuro. Desenvolve um tipo de preocupação ansiosa, o que representa uma 
tentativa de solução mental de problemas sobre um tema cujo resultado é incerto ou que 
sugira alguma possibilidade de consequências negativas.
A pessoa que se preocupa demasiadamente pode elevar muito sua ansiedade e sentir-se 
com difi culdades de solucionar seus problemas. Falta-lhe o conhecimento ou tem difi culdades 
em aplicá-lo devido a reações contraproducentes diante das situações-problemas. 
Quando o indivíduo tenta diminuir a incerteza empregando um estilo vigilante de 
enfrentamento, aumenta sua excitação emocional. A falta de habilidades para solucionar 
o problema, ou uma inadequada orientação para o enfrentamento, não reduz a excitação 
emocional, levando algumas vezes o indivíduo a querer evitar pensar sobre o que o afl ige. É 
um comportamento inútil.
No processo pré-avaliativo do tratamento psicoterápico, a pessoa pode identifi car 
espontaneamente os melhores comportamentos que pode adotar para começar as mudanças 
e se tornar capaz de resolver seus problemas. Aprende a tornar-se mais ativa e menos 
intolerante com as incertezas. Em terapia, o cliente deve aprender a aceitar as incertezas e 
desenvolver estratégias de enfrentamento quando se deparar com situações dessa natureza.
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UNIDADE 3 :: A COMUNICAÇÃO ORAL
UNID. 3 A Comunicação Oral
Capítulo 10 – Tipos de Exposição
 
Afora a exposição sob a forma de aula ou palestra, como professor, que demanda preparo 
prévio, planejamento e toda uma pedagogia para ser bem-sucedida, e cujo ensino foge aos 
objetivos mais imediatos do presente curso, há vários tipos de discurso para os quais o advogado 
tem de estar pronto em seu cotidiano profi ssional. 
10.1 O improviso
 Uma maneira de discursar é o 
chamado improviso. Ao contrário do que 
muitos pensam, o discurso de improviso 
é proferido com base numa preparação 
acumulada, mas que é passada ao público 
dando a sensação, a aparência de que não 
foi preparado. Saber improvisar é uma das 
qualifi cações necessárias ao orador. Quem 
sabe realizar uma exposição breve de um 
momento para outro pode ser considerado 
um artista na arte da eloquência.
 A pessoa que improvisa fala sobre 
um assunto que conhece bem, dominando 
o que vai tratar e retirando de sua memória 
passagens de apresentações anteriores 
para enriquecer a que irá proferir. Segundo 
Leonardi (2002), na oratória “não há lugar 
para os improvisos repentinos e inspirações 
súbitas”.
O orador, ao preparar um improviso, deve atentar para os seguintes aspectos:
• ter uma boa preparação verbal e ideológica;
• pensar no tema do discursocom antecedência;
• considerar o assunto sob diversos ângulos;
• preparar-se para objeções que possam surgir no discurso;
• selecionar os elementos fundamentais da sua exposição;
• mostrar-se confi ante;
• ser maleável no discurso;
• não se importar com as interrupções do público;
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• tirar vantagens dos acontecimentos inesperados;
• explorar a ideia central e associá-las a assuntos paralelos próximos ou remotos. Para 
isso, é importante considerar: o interesse e o conhecimento prévio do orador, conhecimento do 
auditório, o tamanho do assunto (deve ser curto) e não usar o recurso com muita frequência. 
Ex.: música – canto, desemprego – crime, saudade – viagem
O improvisador deve também estar atento para evitar:
• fadigar o público;
• omissões;
• o verbalismo desconexo;
• a falta de unidade e ordenação das ideias;
• afi rmações inconvenientes;
• esquecimentos.
10.2 Sustentação oral
No discurso forense, não basta apenas o convencimento; é necessária a convicção. As 
pessoas entendem, de modo geral, e cobram dos advogados que eles falem bem (ALVES, 
2004). Além da boa escrita, a oratória deve ser fl uente, pois falar faz parte da área de negócio 
do advogado. A oratória forense é uma arte para ser ouvida e vista, e não para ser lida 
(LEONARDI, 2002). A não ser que seja muito bem lida. É preferível em todos os casos, uma 
boa leitura, com atenção ao público e, sobretudo, aos juízes, a um discurso mal elaborado e 
pronunciado sem fl uência.
Sustentação oral trata-se de um segmento da oratória forense, em que o advogado 
está diante de juízes togados, desembargadores ou ministros. Essas são pessoas sérias, 
de reputação ilibada, maduras, de difícil convencimento. Cabe, portanto, não se portar de 
maneira veemente. Isso pode ridicularizar o orador e desvalorizar seus argumentos.
 O tempo é curto. São quinze minutos, 
no máximo, que o orador terá à disposição. 
Por isso, o advogado deve aproveitar com 
excelência a sua participação. Jamais deverá 
ultrapassar o tempo disponível, pois cairá 
no descrédito não obtendo mais a atenção 
dos interlocutores e, até mesmo, correrá o 
risco de ser repreendido em público, o que 
poderia desmoralizar sua autoridade perante 
a defesa sustentada em seu trabalho. Pode-
se até falar menos tempo que o previsto, mas 
desenvolvendo-se com maestria e humildade 
para conquistar a atenção e o respeito das 
autoridades.
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UNIDADE 3 :: A COMUNICAÇÃO ORAL
Na sustentação oral, deve-se primar pela clareza para que haja completo entendimento 
dos fatos expostos, considerando que estes são, por vezes, complexos. Se não forem bem 
apresentados, enfraquecerão toda a argumentação e a falta de clareza pode levar o 
advogado a perder a causa. Se forem bem expostos, é possível que se eliminem, ou pelo 
menos minimizem, dúvidas e discussões em torno da questão em análise. 
Outro requisito fundamental é a veracidade; os fatos precisam ser reais. A tentativa 
de engodo pode levar a resultados desastrosos. A boa narrativa, ao contrário, será forte 
elemento para a convicção dos julgadores sobre o exposto. 
Finalmente, e não menos importante, são a empolgação e a entrega do orador à tese 
defendida. Ele precisa conhecer em profundidade o assunto, dedicar-se a ele no estudo 
de seus detalhes e meandros, não permanecendo na superfície da questão. Para sustentar 
satisfatoriamente as evidências, que são as provas, o orador deve pautar toda a sua fala com 
vida e entusiasmo, a fi m de conquistar, convencer e persuadir os que lhe ouvem.
10.3 O debate
O debate é caracterizado por uma conversa em torno de um tema específi co e com 
objetivo defi nido, em que os participantes expõem suas opiniões com a fi nalidade de se 
atingir a uma conclusão satisfatória para todos. Portanto, o debate é considerado uma 
competição entre pontos de vista opostos, em que os participantes estão comprometidos com 
sua preferência pessoal ou circunstâncias em que se encontra. É a melhor forma de obter 
informações sobre o pensamento alheio, além de possibilitar resolver problemas por meio de 
uma combinação de informações e opiniões diferentes.
O número ideal de participantes não deve ultrapassar a oito, pois poderá tornar-se 
improdutivo devido à falta de variedade de opiniões apresentadas ou pelo distanciamento do 
foco do debate.
As formas mais comuns de debates são: mesa redonda, comitê, painel, colóquio, 
simpósio, conferência e fórum.
• Mesa redonda: é a reunião em círculo de um grupo de pessoas para que cada 
participante ouça e faça suas colocações.
• Comitê: é semelhante à mesa redonda, porém não se realiza diante de um auditório.
• Painel: ocorre diante de um auditório e possui certas formalidades e regras.
• Colóquio: semelhante ao painel, mas sem formalidade e pode contar com a presença 
de um perito.
• Simpósio: grupo de três ou quatro oradores que apresentam individualmente seu 
discurso sobre o mesmo tema.
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• Fórum: é uma espécie de debate em que se concede um período de tempo aos ouvintes 
para perguntas ou comentários da plateia. O auditório é ativo.
• Conferência: se diferencia do fórum apenas pela mínima participação do auditório.
O debate requer estudo e conhecimento do assunto a ser tratado. Poderá exigir dos 
participantes sua interpretação ou saber como agir diante de certos casos. Os participantes 
devem estar cientes das habilidades e de seus deveres para participarem. São eles:
• conhecimento;
• admitir erros;
• estimular os demais;
• sentir-se à vontade;
• ser bom ouvinte;
• interromper somente quando houver uma pausa na fala do outro;
• não se alterar.
Entre as habilidades citadas existem outras que podem favorecer o orador durante 
a discussão. Falar bem é fato primordial para que o orador possa persuadir as pessoas a 
acreditarem em seu ponto de vista. Acrescentando-se à habilidade de se falar bem, a fala 
entusiasmada, sincera, além do uso da voz, da dicção e dos gestos despertam no público a 
atenção e o respeito, pois prova que o orador dá importância ao assunto. O orador deve, 
ao falar, dirigir frases ou observações interessantes e até engraçadas para os membros do 
grupo, passando aos participantes a sensação de que eles são importantes. Deve olhar para 
os participantes com interesse e não como se os tivesse desafi ando. A voz deverá ser fi rme e 
serena, com ritmo. As palavras devem ser bem articuladas.
A Guerra Verbal, como o próprio nome insinua, é uma espécie de debate sem as regras 
de comportamento do debate formal. Os participantes se alteram e brigam por seus motivos, 
perdem os limites quando contrariados pelas opiniões diferentes das suas e tentam destruir 
o pensamento do outro, impondo o seu. É confl ituoso e exaustivo, não conduz a resultado 
algum. Seu objetivo é deter o avanço do inimigo. O bloqueio é feito pela contradição a fi m de 
convencer a parte contrária. Requer argumentos bem ordenados e sustentados por meio de 
evidências e destreza de raciocínio.
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UNIDADE 3 :: A COMUNICAÇÃO ORAL
10.4 Os comícios
 Atualmente os comícios assumiram características semelhantes a espetáculos artísticos 
a fi m de se tornarem mais atrativos para o público. Devido a essa forma de apresentação, a 
performance da fala do orador é mais exigente para que prenda a atenção da plateia. Assim, 
o seu discurso necessita de entusiasmo e uma voz boa e potente.
 O público do comício se difere do auditório. Enquanto a plateia de auditório está 
preparada tanto fi sicamente quanto psicologicamente para assistir ao evento, a outra platéia, 
a dos comícios, não possui qualquer compromisso em estar presente no local. É indeterminada, 
inconstante, móvel, renovável, varia tantoem número quanto nas características, bem como 
no objetivo de sua passagem pelo ambiente em que foi montado o comício.
 Num auditório, o orador conta com os recursos e o apoio oferecidos pelo evento, já 
num comício, por mais organizado que seja, está sujeito à improvisações, seja por causa das 
circunstâncias físicas de instalações, tempo, local, ou pelo próprio público ouvinte, requerendo 
de si fazer adaptações naquele momento.
 O público de um comício inicialmente não é cativo, poderá tornar-se dependendo 
da atuação e das habilidades do orador. As pessoas não se constrangem em sair do local 
no momento que desejarem. Isso signifi ca que o orador deverá se manter motivado para 
continuar realizando sua apresentação.
 O orador deverá, em seu discurso, usar frases curtas, incisivas, impactantes. A 
linguagem deve ser clara, articulada, de fácil entendimento, mas contagiante, com gestos 
altos e abundantes.
 Outro cuidado que o orador deverá ter é com o microfone, para não causar ruídos 
incômodos. Deverá posicionar sua boca, aproximadamente, a um palmo.
 Para fazer um comício, o orador deverá:
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 • apresentar suas qualifi cações pessoais e as credenciadas para o cargo desejado. Ex.: 
naturalidade, idade, escolaridade, o que já fez, suas experiências na administração pública 
ou no Legislativo e quais ações beneméritas ou em defesa da comunidade o credenciam;
 • levantar os assuntos de interesse da população. Se for candidato da situação deve ter 
sensibilidade para auscultar os anseios da comunidade para reivindicar e fazer defesa do que 
está certo na administração. Se for candidato da oposição, deve levantar os assuntos passíveis 
de críticas da população, por culpa da administração atual;
 • apresentar a plataforma política, que deve ser baseada nas necessidades prioritárias 
da população: o que está errado, o que se deve fazer, como conseguir (recursos fi nanceiros);
 • pedir apoio ao povo por meio do voto.
10.5 Na televisão ou no rádio
 Na televisão, ao contrário da apresentação nos comícios, o orador deve ser moderado 
tanto nos gestos como nas palavras, procurando olhar para as câmeras como se enxergasse 
nela os seus telespectadores. A televisão amplia e deforma os gestos, conforme o ângulo 
em que são tomados, daí a importância do cuidado na gesticulação. Para evitar os gestos 
inapropriados, é bom que as atitudes trágicas sejam evitadas.
 Os discursos lidos não devem ser apresentados pela televisão. São usadas breves 
notas, para não perder o contato com os telespectadores. Ao falar, o orador deve observar 
em qual das câmeras está sendo enquadrado. Se for necessário, peça ajuda ao assistente de 
câmera ou preste a atenção à uma pequena luz vermelha que se acende quando a câmera 
será utilizada. A luz vermelha indica que àquela câmera estará passando a sua imagem e, 
portanto, é para ela que deverá olhar. É importante que o orador haja normalmente, sem se 
preocupar demasiadamente com as câmeras.
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 Quanto à apresentação em uma estação de rádio, o orador poderá falar:
 • sozinho, numa cabine;
 • com um entrevistador;
 • na presença de um auditório e com transmissão ao vivo.
 Na cabine, é prudente que o orador leve o seu discurso escrito. O discurso deverá 
ser escrito como se fala, dando um ar de naturalidade quando proferido. O tom de voz 
deve ser normal, passando credibilidade aos ouvintes. A leitura deve ter ritmo, demonstrando 
certo entusiasmo, mas nada excessivo. Deve-se tomar cuidado para não esbarrar as mãos no 
microfone, evitando ruídos.
 Em uma entrevista, o orador deverá falar normalmente com o entrevistador, num clima 
de conversa, evitando-se a fala em tom de discurso. O orador deverá responder somente 
às perguntas que lhe são feitas, de forma breve, clara e sucinta. Deve sempre esperar o 
entrevistador perguntar, sem se antecipar.
 Na situação de falar para um auditório ao mesmo tempo em que há uma transmissão 
ao vivo através do rádio, o orador deverá se posicionar à frente do microfone e seu discurso 
deverá ser realizado como se não houvesse a transmissão. A atenção do orador deverá estar 
voltada para a plateia.
Capítulo 11 – Técnicas de Introdução, Desenvolvimento e Finalização de 
uma Apresentação
11.1 Planejamento
 Em geral, uma boa apresentação de palestra 
é precedida de bom planejamento, efi ciente 
preparação, ajustes, ensaios, para, enfi m, ser 
realizada.
 O planejamento formará a base sobre a qual 
todo o trabalho se apoiará. O planejamento possui 
etapas e cada tópico desenvolvido considera os 
anteriores, mantendo-se a coerência e a efi cácia da 
apresentação. 
 Uma apresentação conforme esclarecem 
alguns autores, deverá ter começo, também
chamado de introdução ou exórdio, meio, no qual 
se desenvolverão as ideias, e fi m, denominado 
conclusão ou peroração.
UNIDADE 3 :: A COMUNICAÇÃO ORAL
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 Toda apresentação, palestra, discurso, sustentação oral têm um tempo determinado 
para iniciar e para fi nalizar. Deve haver um cronograma com tempo adequado para cada 
fase. Geralmente, uma boa introdução ocupará 15% da apresentação, como nos mostra o 
gráfi co a seguir. O desenvolvimento é a maior parte, consumirá 75%, e a conclusão, 10%. 
 Veja o que acontece em uma apresentação com o tempo de 45 minutos:
 A introdução trata da abertura, saudação, explicações sobre a natureza do tema; serve 
para captar a atenção, romper a resistência e apresentar o resumo do que vai ser dito.
 O desenvolvimento da exposição aborda os pontos principais do tema. Deve ter 
ordenação lógica e sustentação argumentativa.
 A conclusão é o encerramento, no qual a ideia central é realçada para ser fi xada pelo 
público. A fi nalização deve ser simples, objetiva, dinâmica, útil. 
 Ao planejarmos a apresentação, além de seguirmos a orientação das 
etapas (introdução, desenvolvimento e conclusão), é fundamental que façamos 
um planejamento cuidadoso que dê um direcionamento de como nos conduzirmos 
em cada uma delas e que garanta a segurança da exibição. Um bom planejamento 
já garante 50% do sucesso de todo o trabalho. 
 Na execução do planejamento, é preciso, inicialmente, ter em mente a 
defi nição do tema ou do assunto que se deseja tratar. Deve-se considerar também 
quem assistirá a apresentação, o local onde será realizada, as circunstâncias em 
que ocorrerá, o tempo que terá à sua disposição, que metas deseja alcançar, as 
técnicas e os recursos de que lançará mão durante as fases da apresentação e a 
pesquisa das informações necessárias.
Ao escolher o assunto, é importante verifi car: 
 • atualidade do tema;
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 • autoridade sobre o tema;
 • interesse pelo assunto (gostar, apreciar);
 • enfoque novo sobre tema antigo;
 • enfoque desconhecido do público ouvinte;
 • pertinência do assunto à circunstância;
 • tempo para pesquisa e estudo do assunto.
Quanto ao ouvinte, é fundamental que saiba:
 • sexo;
 • idade (público infantil, jovem, adulto, nível cognitivo do público);
 • nível sociocultural;
 • raça;
 • religião.
O que motiva os ouvintes a ouvirem uma palestra?
 • receber informação ou aprimorar-se pessoalmente ou profi ssionalmente;
 • necessidade social;
 • representar ou substituir;
 • curiosidade;
 • acompanhar pessoas;
 • conhece o orador;
 • entreter-se.
Um orador conquistará a atenção de sua 
plateia se souber tocar no que lhe interessa.
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Por que o ouvinte escuta o orador?
 Qual o espírito de participação dos ouvintes e como lidar com cada um?
 • Motivado ou receptivo;
 • amistoso;
 • hostil;
 • apático ou indiferente;
 • desatento.O local e as circunstâncias da apresentação:
 • o tamanho do auditório;
 • o local;
 • os recursos disponíveis;
 • o apoio da apresentação;
 • os ambientes abertos;
 • providências a serem tomadas: nomes, fatos, quem falará antes e depois, 
outros assuntos, como irá falar, uso da tribuna.
 Defi na os objetivos. O objetivo é o que o desejamos que as pessoas 
obtenham com a apresentação. O objetivo dá o direcionamento da palestra. 
 Nem sempre sabemos reconhecer que caminho percorrer durante o 
planejamento. Inicialmente, podemos deixar as ideias fl uírem naturalmente e 
anotá-las para, em seguida, verifi carmos as possibilidades de formulação dos 
objetivos. 
 Eles devem ser específi cos e concretizáveis, sem perder de vista o público-
alvo. Os objetivos de uma apresentação podem ser de: informar, persuadir e 
motivar, entreter e promover. Esses objetivos podem aparecer separadamente, ao 
mesmo tempo ou, ainda, de forma alternada numa mesma apresentação.
 • Informar, orientar, instruir ou treinar: a preocupação do orador deverá 
limitar-se à clareza didática da mensagem, transmitindo informações da forma 
mais objetiva, simples e compreensível que puder.
 • Persuadir, convencer, envolver, motivar, inspirar, estimular: o orador 
deverá levar o ouvinte a aceitar ou rever uma opinião, a produzir algo que esteja 
ou não em seus planos; deverá estudar possibilidades de fazer abordagens que 
sensibilizem e emocionem as pessoas, motivando-as a aceitarem as propostas e 
sugestões apresentadas.
 • Entreter: geralmente é o mais difícil de se atingir; o orador deverá utilizar 
de sua presença de espírito, humor, ironia e informações.
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 • Promover-se: o orador deverá empenhar-se em transmitir informações 
que sutilmente ressaltem seus princípios morais, de honestidade e interesse pelo 
próximo, ou demonstrar conhecimento e habilidade no trato de matérias que 
provoquem a admiração dos ouvintes.
Faça a pesquisa e a escolha das informações:
 • comece a pesquisa e a montagem da apresentação pelo assunto central;
 • não censure;
 • recorra aos próprios conhecimentos;
 • converse com outros especialistas;
 • consulte a internet, a intranet, bibliotecas, livrarias e arquivos de jornais;
 • visite o local;
 • monte um arquivo;
 • concentre-se no assunto;
 • separe e relacione as informações.
11.2 Técnicas para introduzir, desenvolver e fi nalizar uma apresentação
Como introduzir:
 • preparar-se bem quanto ao assunto e verifi car o tipo de público que participará do 
evento, fazer um reconhecimento do local antecipadamente, prever e adaptar-se a qualquer 
acontecimento fora do previsto ou do normal, usando o bom-senso e a experiência;
 • evitar linguagem com teor de intimidade ou gíria;
 • mostrar-se seguro e bem à vontade em relação ao assunto e ao público;
 • utilidade, vantagens e benefícios do assunto;
 • o orador deve saudar o público;
 • pode usar frases ou informações de impacto;
 • fato bem-humorado;
 • história ou narrativa interessante;
 • levantamento de uma refl exão.
 
Como não introduzir:
 • contar piadas;
 • perguntar quando não desejar resposta;
 • pedir desculpas ao auditório;
 • tomar partido sobre assuntos polêmicos;
 • palavras inconsistentes;
 • chavões ou frases feitas;
 • previsibilidade;
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 • fatos que incomodem o público;
 • explicar que o tempo é insufi ciente;
 • criar expectativas e não cumpri-las.
No desenvolvimento:
 
 • falar com expressividade (volume de voz, palavras fi rmes e agradáveis, animadas; 
gestos adequados; postura elegante, alegre);
 • o orador deve dar uma informação que causa impacto no auditório;
 • defi nir um termo, uma ideia, uma fi losofi a ou uma situação;
 • reconhecer as qualidades do adversário;
 • demonstrar a utilidade e relevância do assunto;
 • levantar refl exões;
 • aproveitar um fato bem-humorado;
 • demonstrar neutralidade sobre assuntos polêmicos;
 • prender a atenção e infl uenciar os participantes com a convicção ao falar, o poder da 
opinião, o bom humor, o poder do acreditar; 
 • entusiasmo e impressão de estar fazendo o melhor;
 • aproveitar as circunstâncias: de lugar, tempo e pessoa.
 a) Lugar: são as informações identifi cadas concretamente pelo conhecimento 
da plateia, com relação aos elementos físicos: o prédio onde está reunida, a cidade onde 
mora, a produção agrícola da localidade, o clima da região etc. 
 b) Tempo: são as informações referentes a datas, períodos, ciclos. O aniversário 
de uma cidade, de um clube, de uma empresa, a comemoração de uma data cívica (como 
a Independência, a Proclamação da República), a morte de um líder, a lembrança de uma 
época são elementos de extraordinária utilidade para compor a introdução do discurso.
 c) Pessoa: aproveitar a observação de um ouvinte, fazer referência à presença 
de pessoa conhecida ou comentários sobre as informações fornecidas pelo orador precedente. 
Principalmente se o orador anterior conseguiu conquistar a simpatia do auditório, fazer 
referência às passagens mais signifi cativas da sua fala, desde que tenham relação com o 
restante do discurso, demonstrará que o orador e os ouvintes possuem os mesmos gostos e a 
mesma forma de pensar. Há uma identifi cação na comunicação.
 • Aludir a uma ocasião: é uma das formas mais comuns e mais apropriadas para iniciar 
um discurso. Com rápidas palavras o orador faz referências ao acontecimento que reúne as 
pessoas no recinto envolvendo dessa maneira todo o auditório na sua mensagem;
 • fazer uma citação: a citação no início do discurso credita autoridade ao orador, 
pois suas ideias passam a ser apoiadas por verdades ou autores respeitados pelo público. 
Demonstra o preparo do comunicador, que está municiado de informações extraídas das 
suas leituras ou pesquisas. Podem-se fazer citações de: trechos de livros conhecidos, sendo 
os clássicos aqueles mais indicados, pensamento, máxima ou provérbio, passagem histórica, 
real ou imaginada, afi rmação de autoridade no assunto, frase escrita ou pronunciada por 
personalidade respeitada pelo auditório;
 • repetição: enfatiza um determinado ponto, seja uma afi rmação, uma negação, uma 
decisão ou os dotes de uma pessoa. O uso repetido de sinônimos também reforça a ideia 
daquilo que se quer transmitir;
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 • jogo de palavras: chama a atenção do ouvinte e permite que o texto se torne 
memorável e mais facilmente assimilado;
 • fazer referências retratando com riqueza de detalhes; 
 • gradação: conduz e direciona a emoção dos ouvintes. O orador se serve de palavras, 
frases ou ideias que apresentam uma gradação, seja no sentido ascendente ou descendente. 
Ex.: “...Abanava, ao menos, a cabeça ao poder? Não! Escutava. Emudecia. Quedava. 
Obedecia. Chacelava. Servia” (Olavo Bilac);
 • recurso dos sonhos e das profecias: oferece ao ouvinte uma visão subjetiva dos 
fatos conferindo uma visão projetiva do espaço e do tempo. Ex.: “Eu vejo[...]”, “Eu tenho um 
sonho[...]” e apresenta-o como concretizado. Esse recurso permite ao orador a apresentação 
dos fatos segundo um ponto de vista pessoal, não tem compromisso com a objetividade além 
de apresentar uma expectativa, é um instrumento mágico de premonição, atendendo ao 
anseio do público que deseja enxergar além da limitada capacidade de seus próprios olhos;
 • ironia: se destina a enfraquecer ou desfazer da fi gura pessoal ou de seu discurso com 
preposições rápidas e inteligentes, requer muita habilidade do orador;
 • repetição de ideias e conceitos: a repetição visa retirar qualquer dúvida sobre o 
assunto ou reforçar a ideia apresentada, garante a apreensão da ideia central pelo ouvinte. 
Ex.: “Nós pagaremos qualquer preço, suportaremos qualquer fardo, aceitaremos qualquer 
provação[...]” (JohnKennedy);
 • jogo de palavras: visa despertar a atenção do ouvinte, são frases que identifi cam 
ideias construídas com objetivo de marcar as proposições apresentadas. Ex.: “Não é, nem 
mesmo o começo do fi m. Mas, talvez, seja o fi m do começo...” (Winston Churchill);
 • parábolas: se presta a conduzir o ouvinte a uma conclusão desejada. O orador 
apresenta um exemplo e o associa com o fato ou pessoa a que está se referindo. Ex.: “Aquele 
que ouve minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente que 
edifi cou sua casa sobre a rocha” (Jesus);
 • pinturas verbais: é uma espécie de pintura com palavras e permite que o público 
visualize o que se passa e ao mesmo tempo se emocione como se presenciasse o fato.
Como concluir?:
 • refl exão;
 • citação ou frase poética;
 • pedir ação;
 • elogiar o auditório;
 • fato bem-humorado;
 • arrebatamento;
 • avisar que vai terminar usando os seguintes termos: “concluindo, fi nalizando, 
encerrando”;
 • fazer citações, agradecimentos, despedida, síntese do pronunciamento, entusiasmo 
e alegria, convicção de que tudo esteve bem no pronunciamento, despedida.
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O que evitar na conclusão?:
 • palavras hesitantes ou frases inconsistentes;
 • fi car parado diante do público aguardando aplausos;
 • não saber para onde ir;
 • sentimentos negativos (desempenho);
 • repetir expressões: “assim sendo”, “dessa forma” e “então”.
11.3 Como preparar uma boa apresentação
 O preparo de uma boa apresentação compreende duas fases distintas:
1. Levantar todos os dados que cercam o evento.
2. Iniciar a elaboração do discurso.
 O roteiro de um bom planejamento inicial incluirá informações apropriadas para as 
circunstâncias, de acordo com:
 • o assunto;
 • os objetivos;
 • o público que irá participar.
 Ao selecionar o assunto, o orador poderá:
 • escolher um tema novo ou dar uma nova roupagem a um antigo;
 • escolher um assunto pelo qual tenha interesse e autoridade;
 • escolher um assunto pertinente à circunstância;
 • escolher um tema com tempo para pesquisar e fazer a apresentação;
 • escolher ângulos do assunto que o auditório ainda não tenha ouvido.
 Ao ter em mente o que de fato deseja obter numa apresentação, o orador deve analisar 
e defi nir seus objetivos, que podem aparecer em separado, ao mesmo tempo ou, ainda, de 
forma alternada. Alguns deles são:
 • informar;
 • persuadir e motivar;
 • entreter;
 • promover-se.
Considerando que numa apresentação tudo deverá estar de acordo com o auditório, o orador 
terá que levar em conta:
 • a forma como as pessoas ouvem;
 • os motivos que as levaram à apresentação;
 • quanto já sabem sobre o assunto;
 • quanto elas gostariam de saber e quanto o orador deseja informar;
 • suas motivações de vida;
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 • seu espírito de participação;
 • suas características próprias (sexo, idade, nível sociocultural, raça).
 Ao concluir sua pesquisa, os cuidados com o local e as circunstâncias são bastante 
importantes. Por isso, o orador deverá levar em consideração e se informar sobre:
 • o tamanho do auditório;
 • o local onde será realizada a apresentação;
 • os recursos disponíveis;
 • o apoio da apresentação;
 • o que ocorreu antes da sua apresentação;
 • providências a serem tomadas.
Tema:
Local: Circunstâncias 
Tempo de exposição:
 min
Horário: Público_alvo:
1º Brainstorming
(explosão de ideias)
2º Defi nição dos objetivos
 • Informar
 • Persuadir
 • Motivar
 • Entreter
 • Promover-se
Procedimentos quanto à elaboração da apresentação
Introdução (15%): Desenvolvimento (75%): Conclusão (10%):
• abertura;
• saudação;
• explicações sobre o tema;
• resumo do que vai dizer;
• iniciar de modo impactante 
(frase, informação, história, 
citações, refl exão);
• falar da utilidade, vantagens 
e benefícios do assunto.
• pontos principais do tema 
com ordenação lógica e 
sustentação;
• deve-se aproveitar as 
circunstâncias: lugar, tempo, 
pessoa e ocasião;
• fazer citações;
• prender a atenção e 
infl uenciar os participantes 
com o modo de falar 
(convicção, entonação, 
ênfase, bom humor, 
entusiasmo, colocações bem 
fundamentadas.
• a fi nalização deve ser: 
simples, objetiva, dinâmica, 
útil e impactante;
• deve fi xar a ideia central;
• fi nalizar utilizando: refl exão, 
citação, frase poética, fato 
bem humorado;
• deve-se usar de 
arrebatamento, elogiar o 
auditório, pedir ação, avisar 
que vai terminar usando 
os termos: concluindo, 
fi nalizando, encerrando”;
• fazer agradecimentos, 
despedindo-se com 
entusiasmo e alegria.
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Capítulo 12 – A Utilização de Recursos Audiovisuais numa Exposição
 Utilizar os recursos audiovisuais corretamente e com proveito deve ser uma meta do 
expositor, propiciando, assim, maiores benefícios ao público ouvinte. Os recursos estimulam a 
visão e/ou audição e colaboram para aproximar a aprendizagem de situações reais da vida. 
Devemos ter em mente que o homem toma conhecimento do mundo exterior por meio dos 
cinco sentidos, portanto, a percepção através de um sentido isolado é menos efi caz do que a 
percepção de dois ou mais sentidos, usando simultaneamente os recursos orais e visuais.
 O recurso serve como um reforço da mensagem, ressaltando as informações mais 
importantes, esclarecendo e complementando as partes signifi cativas da apresentação. Dentre 
os mais utilizados atualmente, destacam-se:
 • quadro branco ou magnético;
 • fl ipchart;
 • projetor multimídia;.
 • cd e dvd.
 Outro recurso fundamental é o microfone. Deve-se usar o microfone de forma discreta, 
sem que se chame atenção para ele. Aliás, o microfone só deve aparecer quando der defeito, 
e, mesmo assim, deve-se comportar discretamente em tais casos.
 Vejamos como usar adequadamente os microfones com pedestal, com ou sem fi o, de 
lapela e auricular.
 • Microfone de mesa (sentado) 
Tenha uma postura correta: coluna ereta, coloque apenas as mãos com os punhos sobre 
a mesa, sem apoiar os braços ou cotovelos. Distancie o microfone um palmo de sua boca, 
quando se virar para os lados não retire a boca da direção do microfone.
 • Microfone de pedestal (em pé) 
Ao fi car em pé, mantenha a coluna ereta, os pés fi rmes (20 cm um do outro); distancie o 
microfone (entre 10 cm e 15 cm da boca). Cuidado ao virar para os lados, mantendo a boca 
sempre na direção do microfone. Atenção para evitar a microfonia.
 • Microfone de lapela e auricular (em pé ou sentado) 
A posição correta segue a mesma citada anterior. Cuidado para não bater ou esbarrar no 
microfone de lapela ou auricular, causando barulho, exaltando-se ou emocionando-se ao 
falar. Evitar a respiração ofegante, tossir ou qualquer outro som diferente.
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TUDO O QUE FICA PRONTO NA VIDA FOI CONSTRUÍDO ANTES, NA ALMA
 Dizem que conselho só se dá a quem pede. E se vocês me convidaram para 
paraninfo, sou tentado a acreditar que tenho sua licença para dá-los. Portanto, apesar 
da minha pouca autoridade para dar conselhos a quem quer que seja, aqui vão alguns 
que julgo valiosos.
 Não paute sua vida nem sua carreira pelo dinheiro. Ame seu ofício com todo 
coração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como 
consequência.
 Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser um grande bandido ou um 
grande canalha. Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro. Hitler não matou seis 
milhões de judeus por dinheiro. Michelângelo não passou 16 anos pintando a Capela 
Sistina por dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são 
incapazes de sonhar. E tudo o que fi ca pronto na vida foi construídoantes, na alma. 
 A propósito disso, lembro-me de uma passagem extraordinária, que descreve o 
diálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífi co e um milionário 
texano. O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse: “Freira, eu não faria 
isso por dinheiro nenhum no mundo”. E ela respondeu: “Eu também não, meu fi lho”. 
Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo 
apenas que pensar em realizar tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna. 
 Meu segundo conselho: pense no seu país. Porque, principalmente hoje, pensar 
em todos é a melhor maneira de pensar em si. Afi nal, é difícil viver numa nação onde 
a maioria morre de fome e a minoria morre de medo. O caos político gera uma queda 
de padrão de vida generalizada. Os pobres vivem como bichos, e uma elite brega, sem 
cultura e sem refi namento, não chega a viver como homens. [...]
 Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: seja quente ou seja frio, não 
seja morno que eu te vomito. É exatamente isso que está escrito na carta de Laudicéia: 
seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito. É preferível o erro à omissão. 
O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio. Porque já vi grandes livros e fi lmes sobre a 
tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, 
o remanso. 
 Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue 
fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido, tendo consciência de 
que cada homem foi feito para fazer história. Que todo homem é um milagre e traz em 
si uma revolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro. Você foi criado para construir 
pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e caminhar sempre, com um saco 
de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra. 
 Não use rider, não dê férias a seus pés. Não se sente e passe a ser analista 
da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que 
vivem a dizer: “eu não disse!”, “eu sabia!”
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 Toda família tem um tio batalhador e bem de vida. E, durante o almoço de 
domingo, tem de aguentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo 
o que ele faria, se fi zesse alguma coisa.
 Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que 
fazem coisas fantásticas toda sexta à noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda 
não sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansiar, não sabem perder a 
pose, porque não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar. Eu digo: trabalhem, 
trabalhem, trabalhem. De 8 às 12, de 12 às 18 e mais se for preciso. Trabalho não 
mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é a morada do demônio. E constrói prodígios.
 O Brasil, esse país de malandros e espertos, da vantagem em tudo, tem muito 
a aprender com aqueles trouxas dos japoneses. Porque aqueles trouxas japoneses 
que trabalham de sol a sol construíram, em menos de 50 anos, a segunda maior 
megapotência do planeta. Enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores 
impotências do trabalho. 
 Trabalhe! Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque 
você vai trabalhar enquanto eles veraneiam. Porque você vai trabalhar, enquanto eles 
vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas, mas o tempo, 
que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço. E só o trabalho 
lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão. E a isso 
se chama sucesso.
[...]
Fonte: Texto de Nizan Guanaes. In: VINAS, Rey. Atos administrativos. Brasília: Projecto Ed., 2003.
Prezado(a) aluno(a),
 
 Agora você já tem um excelente material para se preparar quanto às 
competências de expressividade verbal.
 O caminho não é fácil, mas também não é impossível de ser trilhado. 
 O principal agente de mudança é você mesmo! 
 Esforce-se dedicadamente. Isso fará toda a diferença!
 Em oratória, seja na retórica ou na eloquência, sempre haverá alguma 
coisa a aprender. Assim, o estudo e a prática devem ser constantes para a 
garantia de boas apresentações públicas.
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BIBLIOGRAFIA
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