Buscar

Patologia aula 18

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Raphael Simões Vieira – Medicina Veterinária 4º período
Oncogênese
Houve várias teorias sobre a oncogênese. A teoria aceita atualmente é a de mutação de células somáticas, são mutações sucessivas. Todo câncer tem uma origem genética, é uma mutação genética em vários genes envolvidos na formação do câncer. Todos os genes têm alelo, então a mutação é pelo menos em dois gens.
A mutação tem que ser múltipla. Tem que envolver os oncogenes, os genes supressores de tumores e os genes da mobilidade celular. Quando há oncogenes, mas os genes supressores estão atuantes, eles fazem com que a célula entre em apoptose. Se houver mutação tanto nos oncogenes, quanto nos genes supressores, vai ter uma neoplasia. Se houver mutação nos genes da mobilidade celular = metástase. Mutação nos oncogenes = célula pré-neoplásica. Perda dos genes supressores de tumor = célula transformada. Produção de fatores de crescimento = tumor cresce. Ativação da mobilidade = tumor infiltrante (invasividade). 
Cascata da carcinogênese: há uma célula normal, à medida que ocorre mutação no oncogene = célula pré-cancerosa. Há formação de clones atípicos. Há proliferação local da célula neoplásica. Se houve alteração de genes da mobilidade celular, e o tumor está só localmente = carcinoma in situ. O acúmulo de mutações leva ao câncer. 
O gene P53 comanda a síntese de uma proteína, que é capaz de varrer o DNA celular em busca de mutações. Quando mutações são detectadas, há indução da síntese de outras proteínas, que vão tentar corrigir a mutação. Se não houver a correção, há a produção de proteínas de apoptose. Se a mutação for no próprio gene p53, a proteína pode ficar modificada e perder a capacidade de reparo do DNA. 
Câncer pode ser usado tanto para o animal que tem tumor maligno quanto benigno. 
Mecanismo de ação dos oncogenes: oncogenes = são genes que vão dar origem ao câncer. Alguns desses oncogenes são expressos normalmente nas nossas células. Mecanismos: análogo de fator de crescimento. Há oncogenes que funcionam como homólogos de receptores para fatores de crescimento. Alguns oncogenes funcionam como segundo mensageiros, ou proteínas reguladoras da transcrição. (PROVA)
As neoplasias são baseadas na teoria da cocarcinogênese ou crescimento bifásico: tem uma iniciação e promoção. A iniciação pode ser um processo rápido ou lento. O iniciador é uma substancia que vai promover a mutação no DNA, vai depender da potencia e exposição ao fator lesivo, vai depender também da predisposição genética do indivíduo. Hábitos, dieta, ambiente, também são influencia na fase de iniciação. Na iniciação há diminuição da velocidade do ciclo mitótico, aumento da fração de crescimento, aumento do grau de perda celular (ataque imunológico). 
Na fase de latência, há seleção de clones atípicos. As células que crescem mais, que têm maior resistência à vigilância imunológica e com maior proliferação clonal, são as células selecionadas. 
Há uma célula normal. Vem um iniciador, uma substância química por exemplo. A célula agora está adulterada. Se o DNA não foi reparado, há morte por apoptose, ou por toxicidade celular (NK). Se essa célula sofre um novo estímulo, ela vai sofrer a promoção, vai ter proliferação celular clonal, com progressão tumoral = câncer.
Fase de promoção: ação continuada de irritantes, levando a mutações adicionais. Não depende mais da potente do iniciador, e sim do tempo. Nessa fase, há exteriorização do tumor (se torna visível), causando alterações clínicas.
Genes supressores de tumor: APC, WT-1, Rb, P53, etc. A maioria dos tumores tem mutação no gene P53. 
Morfologia geral das neoplasias
Características macroscópicas: tamanho. TNM = tamanho, metástase para linfonodo, e metástase à distância. O tamanho Varia de 0-4 (1cm = 0, 2cm = 1, 3cm = 2, 4cm =3, maior que 4cm = 4). Quanto à metástase para linfonodo: 0 é quando não há, 1 quando há metástase para linfonodo local, 2 quando há metástase para linfonodo regional. Quanto a metástase à distância, 0 se não houver, ou 1 quando tiver. Na hora de descrever coloca, por exemplo: T4 N2 M0.
Quanto à forma: nodosa (forma de nódulo), vegetante (verruga), ulcerovegetante (há o crescimento vegetante e uma úlcera), ulcerada (normalmente para epitélio). 
Cor e consistência: varia de acordo com tecido envolvido, irrigação sanguínea, degenerações e necrose. Para consistência adicionar ainda a relação estroma-parênquima. Quanto mais estroma houver, mais duro vai ser o tumor. 
Alterações bioquímicas: diminuição da amplitude enzimática (a célula não precisa produzir o tanto de enzimas que produzia antes, o metabolismo é mais simplificado, ela precisa multiplicar), aumento do teor hídrico, diminuição do pH (faz glicose anaeróbica, muitas vezes falta vascularização), aumento da concentração de potássio, diminuição da concentração de cálcio e ferro, diminuição da glicose, diminuição do teor de aminoácidos (há maior síntese de proteínas), aumento do colesterol, aparecimento de enzimas anormais. 
Etiologia: o que leva ao aparecimento das neoplasias. Não é possível apontar especificamente um único agente. Iremos falar de fatores. Há multiplicidade de fatores. Fatores físicos: radiações ionizantes (raios X, tomografia). Ressonância não é por raios x, é por radiação eletromagnética (colchões magnéticos, não é bom usar, é um tipo de radiação). Radiação não ionizante (UV). Traumas. 
Radiação ionizante causa dano direto no DNA. O DNA pode ser reparado, havendo sobrevivência celular. Se o DNA não for reparado, há apoptose. Se não houver apoptose = câncer. 
Fatores químicos: hidrocarbonetos e derivados, asbestos (produção de amianto, usado em caixas d’água), aflatoxinas (toxinas fúngicas, são termoestáveis, não comer nada mofado), aminas (corantes antigamente; nitrato e nitrito são usados até hoje, em salsicha, lingüiça, etc), metais (cromo, bromo, níquel, chumbo, urânio), citotóxicos (até os antineoplásicos), amido (se aquecido, vira acrilamida, que é tóxico). Essas substancias químicas são genotóxicas, causando alteração no DNA. 
Fatores biológicos: DNA vírus. São eles: herpesvírus, papova, adenovírus. RNA vírus: leucovírus, oncornavírus, retrovírus. HTLV: vírus da leucemia de células T humanas. Todo vírus é potencialmente oncogênico, depende de onde ele vai incorporar seu material genético. Pode ter a ativação de oncogenes, levando ao aparecimento de tumores. 
Conseqüências gerais: síndrome paraneoplásicas. Além da neoplasia o individuo vai ter outros sintomas/sinais. Na maioria de cânceres de pulmão, o animal desenvolve hipercalcemia, com conseqüente mineralização de outros tecidos. Feminilização, quando o animal é macho e tem produção excessiva de progesterona. Hiperinsulinemia quando há tumor de pâncreas. 
Vias de metástase: linfática/sanguínea. É mais comum linfática, pois não tem tecido conjuntivo. Canicular (como no caso do esôfago, do intestino, solta uma célula do rim e desce pelos ureteres). Celomática (dentro das cavidades torácica ou abdominal, se soltar uma célula, pode ter metástase). Implantação (TVT, é por implantação). 
Fases de metástase: infiltração (em um vaso), embolização (no vaso), segregação (volta a atravessar a parede do vaso), sobrevivência (ao ataque imunológico) e proliferação.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando