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Raphael Simões Vieira – Medicina Veterinária 5º período Aula 5 – 15/10 Mieloencefalite protozoária eqüina (vídeo) Doença neurológica mais diagnosticada nos EUA. Acredita-se que 1% somente tem sintomatologia. Agentes causais: Sarcocystits neurona. O eqüino é um hospedeiro aberrante e terminal, o eqüino não transmite. Ele não é capaz de transmitir essa doença. Sintomatologia parecida: Neospora caninium. N caninium ou N. hughesi? Toxoplasma gondii, também é uma possibilidade. Contudo, ainda não foi diganosticado como agente causador da IPM. Gambá: é o HD. É no gambá que ocorre a reprodução sexuada. Elimina nas fezes o esporocisto que é o elemento infectante. Não se sabe qual é o HI, este ciclo está incompleto. Em laboratório, o gato funciona como HI. Eles desenvolveram sarcocystis em músculo esquelético. Os gambás foram alimentados com músculos desses gatos e tiveram reprodução sexuada do sarcocystis. Então, em laboratório o ciclo se fechou com o gato como HI. Contudo, em gatos domésticos, não se encontrou Sarcocystis. HI conhecido: tatu. Contudo, tatu não é distribuído igualmente nos EUA, provavelmente ele não é o único HI, pois nos EUA a doença é bastante espalhada. É provável que as aves funcionem como vetores mecânicos. O pássaro hoje é considerado como vetor mecânico mas não como HI. O cavalo é um hospedeiro aberrante: ingere alimentos contaminados com esporocistos. Adquire o parasito via oral. Apenas poucos cavalos desenvolvem a doença. Não se conhecem muito bem o porque dos sinais clínicos. Mas há especulações. O eqüino se alimenta de alimentos contaminados. O parasito se instala no TGI, penetram o epitélio, caem no sangue. Nos tecidos somáticos, reprodução sexuada = merozoítos = SNC, processo inflamatório, sintomatologia. Fatores que aumentam a possibilidade de doença nos EUA: áreas que contém gambás; estação do ano (verão e outono); alimento comercial. Acesso de animais selvagens aos estoques de alimento e água. Idade do animal (1-3 anos ou mais de 13 anos). Equinos atletas. Diagnóstico clínico – exame neurológico: o teste para o sarcocystis só deve ser usado em casos onde haja sintomatologia nervosa, pois vários fatores podem levar para falso negativo. Sintomatologia clínica: depende de onde o parasito se instalou, e ele pode se instalar ao longo de todo o SNC. A lesão pode ser focal. Sintomas agudos, sub-agudos ou crônicos. Ver se o processo inflamatório é local ou multifocal. Ataxia de membros anteriores, posteriores, ou ambos, é a sintomatologia mais frequente. Fraqueza muscular, manqueira, atrofia muscular (50% dos animais). Diagnóstico diferencial: mielopatia estenótica cervical. Essa doença pode ser diagnosticada por radiografia. Diagnóstico definitivo: é o histopatológico, o único. Contudo, é só depois da necrópsia. Raramente o agente é identificado. Se vê a lesão, e não se vê o parasito. Diagnóstico laboratorial: análise do fluido cérebro-espinhal: citológica e bioquímica. PCR para S. neurona. Coleta do fluido cérebro-espinhal: pode ser no espaço atlanto-occipital (anestesia geral) ou no espaço lombo-sacral (estação*). Não exercer excesso de sucção com o embolo da seringa, pode causar hemorragia local. Lesões macro – post mortem: hemorragias focais, amolecimento e alteração da coloração. Infiltração inflamatória. Não tem vacúolo parasitóforo, o que é bem comum no caso de toxoplasmose. Se no soro der positivo, colher fluido cerebroespinal. PCR no fluido cerebroespinhal. ......................................................................................................... É uma doença infecciosa de cavalos, levando a distúrbio neurológico. As lesões de medula espinhal geralmente são mais evidentes que as lesões de encéfalo. Quadros de ataxia = incoordenação motora, são mais frequentes. Há fraqueza muscular. Atrofia muscular (é gradativo, progressivo) e paralisia de nervos cranianos. Há a possibilidade de Neospora caninum causando MEP, embora o principal seja o Sarcocystis. Didelphis albiventris: HD aqui no Brasil. HI natural não e conhecido, em experimentos o gato funciona como HI. Equinos: hospedeiro aberrantes, ausência de sarcocistos na musculatura. Em 2005, um estuda observou a presença de sarcocisto na musculatura e esquizontes no cérebro de um eqüino, positivo para MEP e eutanasiado (há necessidade de mais trabalhos nessa área, comprovando ou não a presença de sarcocistos na musculatura do eqüino). Se o cavalo realmente tiver sarcocistos na musculatura, ao o gambá ingerir essa carcaça, ele vai conseguir fechar o ciclo, sendo que o cavalo deixa de ser hospedeiro aberrante. Por enquanto, ainda vamos considerar o cavalo como hospedeiro aberrante. Há como possibilidade de HI o tatu, guaxinim, gambá. No Brasil, há 35,6% de soropositividade, lembrar que nem todos vão ter sinais clínicos. Os pássaros são vetores mecânicos. Suscetibilidade: de 1-5 anos, e depois dos 13 anos. Está muito ligado com sistema imunológico. Idade, estresse, exercícios intensos. Patogenia: algumas coisas são especulações. Ocorre merogonia nas células intestinais e endotélio vascular. O cavalo ingere o alimento com esporocistos. O que sai nas fezes são os esporocistos. Há desincistamento, os esporozoítos penetram a luz intestinal. Acredita-se que ele chega ao SNC atravessando a barreira hematoencefálica dentro de leucócitos ou citoplasma das células endoteliais. Os esquizontes penetram e se multiplicam nas células do SNC (neurônios), células da glia e macrófagos intra-tecais. Resulta em processo inflamatório não purulento, com acúmulo de linfócitos, macrófagos e eosinófilos. A patogenia vem por causa da infecção + inflamação = alteração da função neurológica normal. Em função dessa alteração e do local acometido é que vamos ter a sintomatologia. Período de incubação é variável, até de 2 anos. Localização do parasito: encéfalo ou medula espinhal. Pode ser aguda ou crônica, com sinais focais ou multifocais, com evolução lenta ou rápida. Chama a atenção a incoordenação motora assimétrica, com movimentos de lateralização, o animal geralmente não consegue andar em linha reta, há perda do equilíbrio. Há tropeços e relutância em se locomover. Com o comprometimento da substancia cinzenta: quadro de atrofia muscular, principalmente da região posterior (quadris, região glútea). Comprometimento da substancia branca: ataxia e paresia dos membros. Lesões da medula: alterações da marcha. O cruzamento dos membros chama bastante a atenção. O animal ao estar parado (estação), os membros posteriores e anteriores não se alinham. As vezes o animal assume posição de cão sentado = consegue levantar os anteriores, mas não os posteriores.
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