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CASO JERUSA

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Jerusa, atrasada para importante compromisso profissional, dirige seu carro bastante 
preocupada, mas respeitando os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla, Jerusa 
decide ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade permitida. Para 
realizar a referida manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva seta luminosa sinalizadora 
do veículo e, no momento da ultrapassagem, vem a atingir Diogo, motociclista que, em alta 
velocidade, conduzia sua moto no sentido oposto da via. Não obstante a presteza no socorro 
que veio após o chamado da própria Jerusa e das demais testemunhas, Diogo falece em razão 
dos ferimentos sofridos pela colisão. 
Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, oMinistério Público 
decide oferecer denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso 
simples, na modalidade dolo eventual (Art. 121 c/c Art. 18, I parte final, ambos do CP). 
Argumentou o ilustre membro doParquet a imprevisão de Jerusa acerca do resultado que 
poderia causar ao não ligar a seta do veículo para realizar a ultrapassagem, além de não 
atentar para o trânsito em sentido contrário. A denúncia foi recebida pelo juiz competente e 
todos os atos processuais exigidos em lei foram regularmente praticados. Finda a instrução 
probatória, o juiz competente, em decisão devidamente fundamentada, decidiupronunciar 
Jerusa pelo crime apontado na inicial acusatória. O advogado de Jerusa é intimado da referida 
decisao em 02 de agosto de 2013 (sexta-feira). 
Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos fornecidos, elabore o 
recurso cabível e date-o com o último dia do prazo para a interposição. 
A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não pontua 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da ... Vara Criminal do Tribunal do Júri da Comarca de ... do 
Estado ... 
 
Autos do processo nº: ... 
Autor: MP 
Ré: Jerusa Sobrenome ... 
 
Jerusa Sobrenome ..., já qualificada nos autos da presente ação penal movida pelo Ministério 
Público, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por seu advogado, 
regularmente constituído conforme procuração acostada aos autos em folhas ..., 
inconformado com a decisão de folhas ..., interpor, com fundamento no artigo 581, IV do CPP, 
o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, requerendo seja o mesmo recebido com as razões 
e, após apresentadas as contrarrazões ministeriais, seja feito o juízo de retratação, nos termos 
do art. 589 do CPP. Contudo, caso seja mantida a decisão ora atacada de fls. ..., seja o presente 
recurso encaminhado ao Tribunal de Justiça do Estado de ...., para regular processamento e 
julgamento do mérito, onde se espera a reforma da decisão impugnada. 
 
Termos em que, pede deferimento. 
Local..., 09 de agosto de 2013 
 Advogado..., OAB/SECCIONAL... 
(página seguinte) 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado... 
Colenda Câmara Criminal 
Eminentes Desembargadores 
Autos do processo nº: ... 
Autor: MP 
Ré: Jerusa Sobrenome ... 
 
Jerusa Sobrenome..., já qualificada nos autos da presente ação penal que lhe moveu o 
Ministério Público, vem, respeitosamente, perante esta Egrégia Corte, por seu advogado, 
regularmente constituído e qualificado, com procuração acostada aos autos, apresentar, com 
fundamento no artigo 588 do CPP, suas RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, pelos 
motivos de fato e de direito que abaixo seguem. 
 
I – DOS FATOS 
 O Ministério Público ofereceu denúncia em face da acusa pela suposta prática de crime 
de homicídio doloso, tipificado no art. 121 do CP, com fundamento no fato de que a mesma, 
ao ultrapassar veículo automotor em via de mão dupla, não sinalizou com a seta luminosa 
vindo a atingir Diogo, motociclista que, em alta velocidade, conduzia sua moto no sentido 
oposto, falecendo mesmo após a presteza do socorro diligenciado pela acusada. 
 Diante da denúncia, e, após regular instrução criminal, o douto magistrado deste juízo, 
proferiu decisão de pronúncia da acusada, que, data venia, deve ser reformada conforme 
fundamentos abaixo aduzidos. 
 
II – DO DIREITO 
 Em primeiro lugar, a acusada não agiu com dolo em sua conduta, uma vez que além de 
diligenciar socorro prestativo à vítima, o acidente ocorreu nestas circunstâncias por 
imprudência do motociclista que estava em alta velocidade, não sendo previsível ou não tendo 
assumido o risco de tal fato a acusada, cuja conduta se amolda ao crime de homicídio culposo 
na direção de veículo automotor, tipificado no art. 302 do CTB, razão pela qual, deve ser 
desclassificado o crime de homicídio doloso, tipificado no art. 121 caput do CP, para o 
supracitado crime. 
 Nesta mesma esteira, não se verifica o dolo na conduta da acusada, pois mesmo que se 
admita configurar o dolo eventual, este exige além da previsão do resultado, que o agente 
assuma o risco de ocorrência do mesmo, consoante ao art. 18, I parte final, do CP, que adotou 
a teoria do consentimento, não encontrando tal hipótese, contudo, suporte na realidade 
destes autos. 
 Em segundo lugar, consequentemente à desclassificação de crime acima fundamentada, 
não é competente para julgar a acusada o Tribunal do Júri, nos termos do art. 74 §1º do CPP, 
havendo os autos de ser remetidos para juiz de Direito da Vara Criminal, na forma do art. 419 
do CPP, que expressamente prevê esta hipótese. 
 
IV – DOS PEDIDOS 
 Ante ao exposto requer: 
 
a) Seja conhecido o presente recurso e suas razões; 
b) Seja desclassificado o crime de homicídio doloso, previsto no art. 121 caput do CP, 
imputado na denúncia à acusada, para o crime de homicídio culposo, previsto no art. 302 do 
CTB; 
c) Seja, consequentemente, os autos remetidos ao competente Juiz de Direito de Vara Criminal 
da Comarca de ..., para o devido processamento e julgamento do feito, nos termos do art. 419 
do CPP c/c art. 74 §1º do CPP. 
 
Termos em que, pede deferimento. 
Local..., 09 de agosto de 2013 
Advogado..., OAB/SECCIONAL... 
 
Padrão de Resposta / Espelho de Correção 
 
O examinando deverá elaborar um recurso em sentido estrito com 
fundamento no Art. 581, IV do CPP. 
A petição de interposição deverá ser endereçada ao Juiz da Vara Criminal do 
Tribunal do Júri. 
Deverá, o examinando, na própria petição de interposição, formular pedido de 
retratação (ou requerer o efeito regressivo/iterativo), com fundamento no 
Art. 589, do CPP. 
Caso não seja feita petição de interposição, haverá desconto no item relativo 
à estrutura da peça, além daqueles relativos aos itens de referida petição. 
As razões do recurso deverão ser endereçadas ao Tribunal de Justiça. 
No mérito, o examinando deve alegar que Jerusa não agiu com dolo e sim com 
culpa. Isso porque o dolo eventual exige, além da previsão do resultado, que 
o agente assuma o risco pela ocorrência do mesmo, nos termos do Art. 18, I 
(parte final) do CP, que adotou, em relação ao dolo eventual, a teoria do 
consentimento. Nesse sentido, a conduta de Jerusa amolda-se àquela descrita 
no Art. 302 do CTB, razão pela qual ela deve responder pela prática, apenas, 
de homicídio culposo na direção de veículo automotor. Em consequência, não 
havendo crime doloso contra a vida, o Tribunal do Júri não é competente para 
apreciar a questão, razão pela qual deve ocorrer a desclassificação, nos termos 
do Art. 419, do CPP. 
Ao final, o examinando deverá elaborar pedido de desclassificação do delito 
de homicídio simples doloso, para o delito de homicídio culposo na direção de 
veículo automotor (Art. 302 do CTB). 
Levando em conta o comando da questão, que determinadatar as peças com o último dia do 
prazo cabível para a interposição, ambas as petições (interposição e razões do recurso) deverão 
ser datadas do dia 09/08/2013.

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