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Aula 05 – O Projeto Político Pedagógico Construindo Caminhos na Escola I – Planejamento Escolar

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Rejane Sousa 
Aula 05 – O Projeto Político-Pedagógico: Construindo Caminhos na Escola I – 
Planejamento Escolar 
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 
1. Identificar os conceitos, finalidades e características gerais do Projeto Político-Pedagógico concebido e 
realizado no âmbito escolar; 
2. identificar os desafios colocados para o processo de construção coletiva do Projeto Político-Pedagógico; 
3. compreender a relevância e o significado do Projeto Político-Pedagógico para a construção da escola hoje 
e no contexto de uma perspectiva pedagógica crítica e intercultural. 
Conceitos e finalidades do Projeto Político-pedagógico 
Tomando como referência o texto do professor Celso dos S. Vasconcellos, intitulado 
Projeto Político-pedagógico, conceito e metodologia de elaboração (2000), podemos 
afirmar que: 
O Projeto Político-pedagógico se constitui em uma referência importante para 
fundamentar e nortear a proposta global da escola, além de poder explicitar os 
significados e promover a articulação entre as suas atividades/ações e ainda de apontar 
as estratégias necessárias para viabilizar a sua realização, bem como o seu 
acompanhamento e avaliação. 
 
E mais: quando elaborado de modo participativo, o Projeto político-pedagógico pode 
“resgatar o sentido humano, científico e libertador do planejamento” (VASCONCELLOS, 
2000, p. 169). 
É claro que precisamos ter sempre presente uma perspectiva crítica de que o 
planejamento e, consequentemente, o Projeto Político-pedagógico não vão dar conta de 
toda a problemática e da complexidade da escola – eles não fazem mágica ou milagre. 
Contudo, é importante acreditar que eles podem sim contribuir para conceber, organizar 
e fazer acontecer uma prática educativa escolar mais consciente e consistente, na direção 
da construção de uma escola que possa ser qualitativamente melhor para formar cidadãos 
mais críticos, criativos e sujeitos da transformação necessária à construção de um mundo 
mais solidário, justo e digno para todos e todas. 
Não temos mais dúvidas de que o cotidiano escolar nos faz enfrentar constantes desafios 
e que, muitas vezes, esses desafios são verdadeiros obstáculos que nos parecem 
impossíveis de serem superados. 
Todavia, educadores comprometidos com um projeto maior de construção de “um outro 
mundo possível”, tendem a não desistir e seguir buscando caminhos e/ou alternativas para 
a reinvenção da escola. 
E o espaço dedicado à concepção/elaboração do Projeto Político-pedagógico pode ser um 
momento de reflexão, debate, confronto de ideias e definição coletiva desses caminhos 
e/ou alternativas. 
Como Gadotti (1994), reconhecemos que o Projeto Político-Pedagógico (de um modo geral 
elaborado para um período de três anos e anualmente atualizado) não nega nem a história, 
nem a experiência da escola. 
Em outras palavras, não nega as escolhas já feitas e vividas pelos diferentes 
sujeitos/atores que integram a vida escolar. Ao contrário, pode a partir daí recriar e 
conceber novas e/ou diferentes alternativas, de modo a transformar a escola sempre em 
diálogo com as transformações da realidade/sociedade. 
 Rejane Sousa 
Reiteramos que a nossa proposta é pensar a escola em constante movimento e, 
consequentemente, o Projeto Político-Pedagógico também. Reiteramos ainda que a 
participação de todos é um princípio metodológico e uma estratégia a ser respeitada 
quando de sua construção. 
Acreditamos que se todos os envolvidos na vida escolar não assumirem de modo crítico e 
criativo o seu papel e a corresponsabilidade na definição da proposta da escola e, 
portanto, dos princípios, das finalidades, dos objetivos e das características dos processos 
e/ou dos currículos e/ou das práticas/ações educativas ali desenvolvidos, corre-se o risco 
de se implementar um trabalho, sem um sentido claramente definido e reconhecido por 
todos e, consequentemente, marcado por uma visão fragmentada e distorcida da 
realidade e/ou do contexto intra e extraescolar. 
E não custa lembrar: nesta aula estamos adotando como referência básica as reflexões do 
professor Celso dos S. Vasconcellos (2000) que, por sua vez, em várias oportunidades 
utilizou como fonte de inspiração as propostas de Danilo Gandin (1983). 
De certo modo, o projeto pedagógico-Curricular é tanto a expressão da cultura da escola 
(cultura organizacional), como a sua recriação e desenvolvimento. Expressa a cultura da 
escola porque está assentado nas crenças, valores, significados, modos de pensar e agir 
das pessoas que o elaboram. Ao mesmo tempo é um conjunto de princípios e práticas que 
reflete e recria essa cultura, projetando a cultura organizacional que se deseja, visando 
a intervenção e a transformação da realidade. 
O projeto, portanto, orienta a prática de produzir uma realidade: conhece-se a realidade 
presente, reflete-se sobre ela e traçam-se as coordenadas para a construção de uma nova 
realidade, propondo-se as formas mais adequadas de atender às necessidades sociais [eu 
acrescentaria culturais] e individuais dos alunos. 
As características gerais do Projeto Político-Pedagógico 
No que se refere às características e/ou à formatação geral do Projeto Político-
Pedagógico, longe de querer cristalizar um modelo, na perspectiva de um modelo/roteiro 
único ou do melhor modelo/roteiro para construí-lo, assumimos, como no texto 
Vasconcellos (2000), que tal plano é composto por três partes que se que articulam, a 
saber: 
• O Macro Referencial 
Espaço dedicado a responder principalmente à questão: o que queremos alcançar? Ou 
onde queremos chegar? 
Aqui, trata-se de explicitar o posicionamento político e filosófico da escola, ou seja, qual 
a sua visão de sociedade e de pessoa que, nesse caso, vai nortear a vida da escola. Trata-
se ainda de explicitar os fins e também os princípios pedagógicos orientadores das ações 
educativas que serão implementadas, bem como as características e/ou propósitos mais 
gerais da própria instituição responsável por essa implementação. Em síntese, trata-se de 
expressar os ideais da escola. 
• O Diagnóstico 
Espaço dedicado a responder à pergunta: o que nos falta para ser o que desejamos? Ou 
o que temos e o que nos falta para alcançar os nossos ideais? 
Trata-se de identificar as necessidades da escola. É o momento de analisar a sua própria 
realidade, ou seja, de avaliar os pontos fracos e os pontos fortes da instituição e 
 Rejane Sousa 
confrontá-los com o que se deseja/espera que ela seja. Em síntese, faz-se a comparação 
entre a realidade e os ideais da escola. 
• A Programação 
Espaço dedicado a responder à questão: o que faremos concretamente para suprir o que 
falta? 
Trata-se de definir a proposta de ação propriamente dita e que deve levar a escola aonde 
ela deseja chegar ou ao que ela deseja ser. Em síntese, é traçar o caminho para atingir os 
seus ideais. 
Entendemos, como Vasconcellos (2000), que esta estrutura prevista para a 
elaboração/concretização do Projeto Político-pedagógico revela que a ação a ser 
desencadeada é fruto da tensão entre a realidade na qual a escola está imersa e as suas 
finalidades num processo dinâmico de interação. 
E mais uma vez lembramos: a força de um plano está nas suas possibilidades de construção 
e execução coletivas. Caso contrário, ele está fadado ou, no mínimo, corre o risco de ir 
para no fundo da gaveta. 
Uma nota: nas duas próximas aulas vamos detalhar as características mais específicas de 
cada uma dessas partes do Projeto Político-Pedagógico, sugerindo inclusive procedimentos 
metodológicos para sua elaboração. 
Por isso, recomendamos que você tente, desde já, selecionar e analisar um Projeto 
Político-Pedagógico elaborado por uma escola. 
Desse modo, você vai poder comparar as aproximações e os distanciamentosentre as 
ideias veiculadas durante as nossas aulas e o que acontece no cotidiano de uma escola. 
E, segundo a nossa compreensão, uma gestão da educação e da escola vivida nesses termos 
é uma gestão que atinge diferentes aspectos e dimensões, como por exemplo: a 
valorização dos educadores, criando inclusive condições dignas de sua formação, de 
salário e de trabalho; a universalização do acesso à escola, acompanhada da preocupação 
com a permanência dos alunos e a qualidade da sua educação; a viabilização de espaços 
educativos acolhedores e adequados ao desenvolvimento de projetos pedagógicos 
inovadores; a concepção de currículos e também práticas educativas mais “antenadas” 
com as exigências do mundo atual, a transformação do quadro de violência escolar, a 
construção de relações democráticas com a comunidade intra e extraescolar, entre outras 
dimensões de caráter político sociocultural, técnico-pedagógico, técnico-administrativo, 
financeiro e operacional. 
Tendo presente essas considerações, entendemos que o planejamento participativo pode 
ter uma função gerencial importante, na medida em que pode se constituir em um espaço 
de reflexão e de tomada de decisões coletivas, apontando caminhos não só para responder 
às exigências do presente como também para projetar a escola para o futuro. Além de ser 
um instrumento que pode contribuir para e/ou facilitar a concepção, a organização, a 
coordenação, a orientação e a realização das atividades/ações escolares, bem como a 
mobilização e a articulação das condições humanas, materiais e financeiras para fazer a 
escola acontecer, o planejamento participativo pode ser uma oportunidade, um espaço 
para se pensar e conceber os caminhos para a construção de uma escola comprometida 
não só com a promoção de aprendizagens mais significativas para os seus alunos, como 
 Rejane Sousa 
também com a formação de sujeitos mais autônomos, críticos e criativos, capazes de 
serem sujeitos de direitos e cidadãos construtores de uma nova sociedade. 
Procure conversar com alguns professores da escola sobre a participação deles na 
construção do Projeto. 
Acreditamos que você vai perceber que o processo de elaboração nem sempre foi uma 
tarefa muito simples e/ou realizada sem conflitos. Além disso, poderá constatar 
importância e/ou significado desse processo para o grupo. 
E mais: procure se informar com esses mesmos professores sobre alguns aspectos que 
entendemos serem relevantes quando se trata de elaborar o Projeto Político-pedagógico, 
tais como: 
Que metodologia e/ou estratégia foi utilizada para a sua construção? 
O que eles teriam a dizer sobre o grau de compromisso e participação dos sujeitos/atores 
da escola na sua formulação; qual a relação entre a existência do projeto e o grau de 
autonomia da escola? 
O que eles teriam para dizer sobre a ética do projeto, por exemplo: é para valer ou 
apenas para constar? 
Como foi feita a mobilização do pessoal e a conscientização acerca da importância do 
processo de construção do Projeto? 
Essas e muitas outras questões podem ajudar a problematizar a temática dessa nossa aula 
e a construir conhecimento em torno do tema em pauta. 
Só assim vamos compreender melhor o significado e a relevância desse procedimento 
legitimado até mesmo pela Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº 
9.394 - que no seu artigo 12, Inciso I, propõe como uma das atribuições dos 
estabelecimentos de ensino elaborar e executar a sua proposta pedagógica. 
Para finalizar, entendemos que cabe frisar que, para nós, tão importante quanto, ou até 
mesmo mais importante do que o produto final, ou seja, do que o documento e/ou o plano 
final e o processo participativo de sua construção, na medida em que envolve formação e 
crescimento coletivo dos sujeitos que dele participam, constrói compromissos políticos e 
pedagógicos, ajuda a gerenciar conflitos, construir consensos, bem como a promover 
relações mais democráticas. 
 
Bibliografia Complementar Consultada e/ou de Referência 
 
GANDIN, Danilo. Planejamento como Prática Educativa. São Paulo: Edições Loyola, 1983 (1ª 
edição), 2010 (18ª edição). 
 
GANDIN, Danilo. Prática do planejamento participativo: na educação e em outras instituições, 
grupos e movimentos dos campos cultural, social, político, religioso e governamental. Petrópolis: 
Vozes, 2000 (8ª edição). 
 
LIBÂNEO, José Carlos. O Planejamento Escolar e o Projeto Pedagógico-curricular. In: Organização 
e Gestão da Escola. Teoria e Prática, Goiânia, Editora Alternativa, capítulo VIII, 2001 (4ª edição), 
p. 121 a 169. 
 
 Rejane Sousa 
SANTOS, Ana Lúcia C. e GRUMBACH, Gilda Maria. Didática. V. 2. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 
2005. 
 
VASCONCELLOS, Celso dos S. Planejamento. Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político-
Pedagógico. São Paulo, Libertad, 2000 (7ª edição), 2006 (13ª edição). 
 
Síntese da Aula 
Nessa aula você: 
• Nesta aula você identificou os conceitos, finalidades e características gerais do Projeto Político-
Pedagógico concebido e realizado no âmbito escolar, identificou os desafios colocados para o 
processo de construção coletiva do Projeto Político-pedagógico e compreendeu a sua relevância e 
significado para a construção da escola hoje e no contexto de uma perspectiva pedagógica crítica e 
intercultural.

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