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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ VARA CÍVEL DA COMARCA DE BRUSQUE/ SC 
(10 LINHAS)
PAULO DA SILVA, brasileiro, viúvo, militar da reserva, portador da carteira de identidade nº..., expedida pelo..., inscrita no CPF/MF sob o nº..., endereço eletrônico: paulodasilva@yahoo.com.br, residente na Rua Bauru, 371 - Brusque/SC, por seu advogado, com endereço profissional derickslp@yahoo.com.br, vem a este juízo, propor a presente
AÇÃO DE DECLARAÇÃO DE NULIDADE 
 pelo rito ordinário, em face de
JUDITE DA SILVA, brasileira, solteira, advogada, portadora da carteira de identidade nº..., expedida pelo..., inscrita no CPF/MF sob o nº..., residente na Rua dos Diamantes, 123, Brusque/SC;
JONATAS RIBEIRO, espanhol, casado, comerciante, portador da carteira de identidade nº..., expedida pelo..., inscrita no CPF/MF sob o nº..., residente na Rua Jirau, 366 – Florianópolis/SC;
JULIANA RIBEIRO, brasileira, casada, médica, portadora da carteira de identidade nº..., expedida pelo..., inscrita no CPF/MF sob o nº..., residente na Rua Jirau, 366 – Florianópolis/SC.
pelas razões de fato e de direito que passa a expor. 
I – DA PRIORIDADE DE JUSTIÇA
Conforme documentos pessoais do Autor anexados à Inicial, este conta hoje com 65 anos de idade completos, fazendo, por isso, jus ao benefício da prioridade na tramitação de procedimentos judiciais, nos termos do art. 1.048 do Código de Processo Civil e art. 71 do Estatuto do Idoso.
II - DOS FATOS 
No dia 15/12/2016, a primeira Ré, utilizando-se da procuração outorgada pelo Autor, em novembro de 2011, que continha poderes especiais e expressos para alienação, alienou para os dois últimos Réus, o imóvel do casal pelo valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), situado na Rua Rubi nº 350, Balneário Camboriú/SC.
Ocorre que tal procuração havia sido revogada pelo Autor 16/11/2016, sendo certo que o titular do Cartório do 1º Ofício de Notas onde foi lavrada a procuração, bem como a primeira Ré, foram devidamente notificados da revogação em 05/12/2016, ou seja, dez dias antes da alienação.
Necessário ainda informar o Autor só teve ciência da alienação no dia 1º de fevereiro de 2017 ao chegar no imóvel e ver que o mesmo estava ocupado pelos dois últimos Réus.
Apesar de inúmeras tentativas amigáveis de desfazimento do negócio jurídico, os Réus não respondiam às mensagens e ligações do Autor, não restando alternativa senão buscar a solução da presente lide junto à Tutela Jurisdicional.
III - DOS FUNDAMENTOS 
1 – DA PROCURAÇÃO INVÁLIDA – ARTIGOS 661 Par. 1º, 662 e 682 I CC/2002
Cumpre esclarecer que na presente demanda, houve a extinção do mandado outorgado pelo Autor em favor da primeira Ré, conforme preceitua o artigo 682 I do Código Civil.
Percebe-se ainda que o negócio jurídico celebrado entre os Réus é nulo, devido à revogação da procuração outorgada pelo Autor em favor da primeira Ré alienante, fazendo então cessarem todos os seus poderes.
Logo, conforme descrito no artigo 662 do Código Civil, o ato é ineficaz, visto que a primeira Ré já não possuía mais a procuração com os poderes suficientes para execução do negócio jurídico.
2 – DO DIREITO À PROPRIEDADE – ART. 5° CRFB/88 XXII
Observe ainda Exa., que os Réus não respeitaram o direito fundamental à propriedade previsto na Carta Magna, constituído dos 4 quatro elementos a seguir:
- O primeiro elemento constitutivo da propriedade é o direito de usar (jus utendi), que consiste na faculdade de o dono servir-se da coisa e de utilizá-la da maneira que entender mais conveniente, podendo excluir terceiros de igual uso. 
- O segundo é o direito de gozar ou usufruir (jus fruendi), que compreende o poder de perceber os frutos naturais e civis da coisa e de aproveitar economicamente os seus produtos. 
- O terceiro é o direito de dispor da coisa (jus abutendi), de transferi-la, de aliená-la a outrem a qualquer título. Envolve a faculdade de consumir o bem, de dividi-lo ou de gravá-lo. No entanto, não significa, porém, prerrogativa de abusar da coisa, destruindo-a gratuitamente, pois a própria Constituição Federal prescreve que o uso da propriedade deve ser condicionado ao bem-estar social. 
- O último (quarto) elemento é o direito de reaver a coisa (rei vindicatio), de reivindicá-la das mãos de quem injustamente a possua ou detenha. Envolve a proteção específica da propriedade, que se perfaz pela ação reivindicatória.
Logo, com a celebração do presente contrato de compra e venda, percebe-se a clara violação aos três primeiros elementos ao direito da propriedade do Autor.
3 – DA NULIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO – HIPÓTESE PREVISTA NO ART. 166 V CC/2002.
O ato nulo é conceituado pela doutrina como sendo a sanção imposta pela lei que determina a privação dos efeitos jurídicos do ato negocial, praticado em desobediência ao que ela prescreve.
Como já explicitado anteriormente, trata-se de nulidade no negócio jurídico objeto da lide, visto que realizado em desacordo com a solenidade considerada essencial pela lei para sua validade, sendo no caso a procuração válida.
4 – DA AUSÊNCIA DE BOA-FÉ – AFRONTA AOS ARTIGOS 113 E 422 CC/2002
Necessário ressaltar ainda a clara ausência de boa-fé na realização do contrato de compra e venda, visto que tanto a parte autora não foi cientificada acerca da realização do negócio jurídico.
Ora Exa., a procuração se encontrava vencida há 29 dias da data da celebração do contrato de compra e venda, sendo a primeira Ré cientificada acerca da revogação 10 dias antes da celebração do referido contrato. Logo, não há como alegar desconhecimento da revogação do mandado.
Ademais, não se trata de má-fé por parte de um só dos réus, e sim por parte dos três, pois tanto a alienante quanto os compradores ocultaram a realização da compra e venda do Autor.
Percebe-se, portanto, a evidente má-fé por parte dos Réus na celebração do negócio jurídico.
III - DO PEDIDO 
Diante do exposto, requer: 
– Prioridade na tramitação do processo, tendo em vista que ao Autor é pessoa com mais de 65 (sessenta e cinco) anos.
 - Designação da audiência de conciliação ;
 - A citação do Réus; 
 - Que seja enviada notificação ao Registro Geral de Imóveis acerca da presente ação, devendo a mesma costar na certidão do imóvel situado na Rua Rubi nº 350, Balneário Camboriú/SC;
 - Seja julgado procedente o pedido para que haja a anulação do negócio jurídico celebrado entre as partes;
 - A condenação do Réu ao pagamento de ônus sucumbenciais, fixando os honorários advocatícios sobre o valor da condenação pleiteada.
IV – DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do Réu.
V - DO VALOR DA CAUSA 
Dá-se à causa o valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais). 
Nestes termos,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 27 de agosto de 2017.
Derick V. Pires
OAB/RJ XXX.XXX