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Dir. Civil IV Seminário TRABALHO

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Estácio de Sá
Direito Civil IV
Professora Carina Oliveira
Usucapião Extraordinária
Maceió- AL
2017
Estácio de Sá
Direito Civil IV
Professora Carina Oliveira
Usucapião extraordinária
Alunos: Carlos Guilherme dos Santos Barros 
Igor Leonardo Souza de Lima
Jhaison Maxwell Santos Oliveira
Jhonata Tomé 
José Paulo Amaro dos Santos
Márcio Andrade da Silva
Matheus Lyra Rocha
Victor Arthur Ferreira da Silva
Maceió–AL
2017
INTRODUÇÃO
O presente trabalho se debruçará sobre o instituto da usucapião, abordando seus preceitos gerais e, especificamente, a sua espécie extraordinária.
DESENVOLVIMENTO
A usucapião está prevista na Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, nos artigos 183 e 191, sendo disciplinada nos artigos 1.238 a 1.260, 1260 a 1.262 e 1.379 do Código Civil de 2002 - CC/02.
Inicialmente, é importante evidenciar a definição de propriedade, que pode ser extraída do artigo 1.228 do Código Civil de 2002 (CC/02), in verbis:
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
De tal modo, temos como proprietário quem dispõe da faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, bem como do direito de reavê-la de quem a detiver/possuir injustamente. 
Podemos vislumbrar o instituto denominado usucapião como forma de aquisição da propriedade a partir da lição do Ilustre Paulo Nader (2016, p.114).
“Quem se encontra na posse da coisa móvel ou imóvel pode adquirir o seu domínio pelo decurso do tempo e nas condições definidas em lei.”
Conceitualmente, a usucapião é modo originário de aquisição de direito real suscetível de exercício continuado pela posse que se alonga no tempo cumulado com os demais requisitos exigidos pela legislação, que são: Coisa Hábil; Posse e Tempo, sendo necessária a comprovação dos mesmos pelo usucapiente através de todos os meios disponíveis.
Coisa Hábil
É a necessidade de se verificar suscetibilidade do bem à usucapião, tendo em vista alguns bens que não podem ser usucapidos, como bens fora do comércio, bens de incapazes e bens públicos, conforme o artigo 102 do CC/02, que remete aos artigos 98 e 99 do mesmo diploma legal para elucidar o que são bens públicos.
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. 
Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
Art. 99. São bens públicos:
I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;
II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.
Merece destaque a disposição constante do artigo 1.244 do CC/02, in verbis:
Art. 1.244. Estende-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor acerca das causas que obstam, suspendem ou interrompem a prescrição, as quais também se aplicam à usucapião.
Assim, por efeito do artigo supracitado, verifica-se a impossibilidade de usucapir nas circunstâncias previstas nos artigos 197, 198 e 199 do CC/02, abaixo:
Art. 197. Não corre a prescrição:
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:
I - pendendo condição suspensiva;
II - não estando vencido o prazo;
III - pendendo ação de evicção.
Por fim, é necessário que a coisa objeto da usucapião seja certa e determinada, inclusive com sua individualização quando do pedido.
Posse
Pressuposto central e indispensável ao exercício do direito de usucapir, a posse se caracteriza pelo exercício de alguns dos poderes inerentes à propriedade, conforme dispõe o artigo 1.196 do CC/02. 
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
Entretanto, para fins de usucapião, não se trata de qualquer posse, mas sim de uma posse qualificada, dotada de características que a habilitam para tanto, sendo esta denominada posse ad usucapionem.
A posse ad usucapionem é aquela capaz de gerar direito à propriedade, sendo requisitos para tanto que exista ânimo de dono, que seja mansa e pacífica e, ainda, que seja exercida de forma continua.
A posse, nas palavras de RUGGIERO (apud NADER, p. 160), deve ser “contínua, não interrompida, pacífica, pública, não equívoca, e com ânimo de ter a coisa como própria”.
Assim, vemos aqui uma exceção à teoria objetiva, pois para fins de usucapião a posse tem que ter dentre seus elementos o animus domini, este próprio da teoria subjetiva de Savigny.
Verifica-se o ânimo de dono (animus domini ou animus rem sibi habendi) quando se tem a coisa como sua, ou seja, com intenção de dono, abrangendo, inclusive, quando resultar da modificação do caráter da posse, como no caso do locatário que passa a ter a coisa como se proprietário fosse, não mais pagando os alugueres e, ainda, demonstrando efetivamente o seu animus domini ao rechaçar o proprietário.
Quanto à posse ser mansa e pacífica, deve ser esta exercida de modo público e sem oposição do legítimo interessado durante o prazo exigido legalmente. Assim, a adoção de medidas judiciais, por quem de direito, visando combater a posse, desde que procedente, afasta o aspecto aqui tratado.
Por fim, exige-se a continuidade, que nada mais é do que o exercício da posse sem interrupção durante o período exigido pela lei, sendo conveniente destacar a previsão contida no artigo 1.243 do CC/02, abaixo reproduzido, que afirma pela possibilidade de contar o prazo considerando o dos seus antecessores, desde que pacíficas e contínuas.
Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar à sua posse a dos seus antecessores (art. 1.207), contanto que todas sejam contínuas, pacíficas e, nos casos do art. 1.242, com justo título e de boa-fé.
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.
Decurso de Tempo
Tal pressuposto se associa ao anterior para que se converta em propriedade, caracterizando-se, assim, outro elemento basilar ao exercício da usucapião.
O decurso de tempo aqui tratado varia de acordo com a espécie de usucapião, sendo, por exemplo, de 15 anos para a espécie extraordinária (artigo 1.238 do CC/02), que se reduz para 10 anos caso o possuidor tenha estabelecido moradia habitual no imóvel ou realizado obras ou serviços de caráter produtivo, enquanto para a espécie ordinária é de 10 anos (artigo 1.242 do CC/02), reduzindo-se para 5 anos se houver aquisição onerosa, com base no registro cartorário competente que tenha sido cancelado posteriormente, desde que tenha estabelecido moradia ou realizado investimento de interesse sócio-econômico (PU).
Assim, é imprescindível que a posse tenha se dado no lapso temporal exigido de modo contínuo e sem impugnação para que seja proveitosa à usucapião.
Por derradeiro, friso quea contagem do prazo se dá dia-a-dia, excluindo-se o primeiro dia e incluindo o último, conforme preceitua o artigo 132 do CC/02, e que o prazo deve estar completo antes do ajuizamento da ação, haja vista entendimento do STJ:
“Civil. Usucapião. Prazo. O tempo decorrido entre o ajuizamento da ação e a sentença não pode ser computado para o efeito do usucapião.” [1]
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA
A usucapião extraordinária é aquela em que se adquire a propriedade em 15 anos, salvo se o possuidor houver estabelecido no imóvel sua moradia habitual ou nele tiver realizado obras ou serviços de caráter produtivo sendo, nesse caso, o lapso temporal diminuído para 10 anos, mediante prova de posse mansa e pacífica e ininterrupta, independentemente de justo título e boa-fé.
Essa espécie de usucapião está prevista no artigo 1.238 do CC/02, onde temos no caput a sua forma geral, enquanto no seu Parágrafo Único uma forma com redução do decurso de tempo subordinada a condição especial.
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
[1] STJ. REsp 30325 / SP, rel. Min. Ari Pargendler, 3ª Turma, Julgado em 16/05/2002
Sobre a redução de prazo, convém asseverar: O estabelecimento de moradia habitual aduz o sujeito se tratar de pessoa física e, ainda, que o imóvel não precisa ter sido construído pelo usucapiente, mas sim que sirva de moradia ao mesmo. Quanto à realização de obras e serviços de caráter produtivo, trata-se de condicionante que deva ser efetivada durante o período de 10 anos, logo não somente nos últimos anos de tal prazo, e, ainda, que esteja adequada à capacidade econômica do usucapiente, sendo imperioso frisar que a realização de serviços deve ser considerada sob o manto do valor ou utilidade social do empreendimento.
É relevante abordar o disposto no artigo 1.243 do CC/02, que versa sobre a soma das posses ou acessio possessionis, tendo em vista que o mesmo não consigna qualquer exceção quanto a aplicação às diversas espécies de usucapião, nos levando a concluir que seria instituto afeito a todas. Corrobora VENOSA (apud NADER, 2016, p.165) “... todas as modalidades de usucapião presentes no atual Código admitem a acessão das posses, não havendo mais dúvidas a esse respeito.”
CONCLUSÃO
Importante instituto previsto no Código Civil atualmente vigente, forma de aquisição da propriedade que prioriza a função social desta, evidenciando a relativização de tal direito em razão da socialidade posta à legislação, elevando-se o direito coletivo sobre o individual, busca conferir proteção a quem exerce direitos sobre coisa alheia abandonada durante o tempo estabelecido para tanto, o usucapião, ao longo dos séculos, acaba por se desvelar instrumento de promoção de justiça social.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Código Civil (2002). Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm>. Acesso em: 31 mar. 2017.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 31 mar. 2017.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: direito das coisas. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
NADER, Paulo. Curso de direito civil: direito das coisas. 7ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
ROSENVALD, Nelson e FARIAS, Cristiano Chaves de. Curso de direito civil: reais. 13ª ed. Salvador: Juspodium, 2017.
TARTUCE, Flávio. Direito civil 4: direito das coisas. 6ª Ed. São Paulo: Método, 2014.

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