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04 ALEGAÇÕES FINAIS MEMORIAIS

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA CRIMINAL DA COMARCA DE VITORIA – ES
AUTOS DO PROCESSO Nº .........................................................................
JORGE, já qualificado nos autos, por seu advogado , nos autos do processo-crime que lhe move o Ministério Público do Estado do Amapá, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 403, §3º, do Código de Processo Penal, apresentar os seus
MEMORIAIS,
 nos seguintes termos:
I – DOS FATOS
O acusado foi denunciado pela pratica de crime disposta no artigo 217-A, pois teria mantido relações sexuais com aa suposta vitima, menor de 14 anos.
Ocorre que estes no dia do fato se conheceram em um bar, no qual só era permitido o acesso a pessoas maiores de 18 anos, o que fez o acusado pensar que a vitima tivesse idade apropriada para frequentar este lugar, tendo descoberto a idade real da vitima somente no dia posterior ao fato.
O Ministério Publico pugnou pela condenação do réu.
II – DO MERITO
DO ERRO DE TIPO
Haja vista a vitima frequentar tal lugar permitido somente a maiores de idade, ocorreu o erro. Erro de tipo inevitável que exclui o dolo e a culpa e consequentemente vem excluir o crime por ausência do elemento subjetivo constitutivo do tipo, nos termos do art. 20 do Código Penal.
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
A absolvição do reu com base no dispositivo 386, IV do Código de Processo Penal:
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: 
III - não constituir o fato infração penal;
INEXISTENCIA NO BIS INDEM – NÃO HÁ CONCURSO MATERIAL 
O princípio em comento estabelece, em primeiro plano, que ninguém poderá ser punido mais de uma vez por uma mesma infração penal. 
O delito de estupro de vulnerável tipificado ao teor do artigo 217-A, caracteriza se por ser crime de ação múltipla. Assim sendo a pratica de mais de uma conduta descrita no tipo penal no mesmo contexto fático contra a mesma vitima, não permiti o reconhecimento de uma pluralidade de delitos e sim de crime único.
c) AGRAVANTE DE EMBRIAGUEZ 
O réu sem conhecimento da idade real da vitima, se encontrava no local ingerindo álcool e de nenhuma maneira se embriagou de forma premeditada, sendo assim excluindo a agravante de embriaguez preordenada. Quando foi ouvida a suposta vitima disse: “... afirmou que aquela foi a sua primeira noite, mas que tinha o hábito de fugir de casa com as amigas para frequentar bares de adultos.” Ninguém a levou para o bar ela foi porque quis juntamente com suas amigas, e mais, não há qualquer prova, nem mesmo a fala da vítima, no sentido de que o reu teria à embriagado. Logo, como não há prova suficiente capaz de sustentar a agravante da embriaguez preordenada , pede se a desconsideração dessa agravante por não haver prova de tal ocorrência.
d) EM CASO DE CONDENAÇÃO
Necessidade de reconhecimento na hipótese de condenação a serem as circunstancias judiciais consoantes ao teor do art 59, CP amplamente favoráveis ao réu. Consequentemente, imputasse a possibilidade de estabelecimento, ainda na hipótese de condenação, da pena privativa de liberdade mínima cominada em leiao delito, a saber 08 anos.
Em sendo estabelecida esta pena mínima, imputa se ao direito do réu de iniciar o cumprimento em regime semiaberto, por ser ele reu primário, nos termos do art. 33, §2º, “b”
e) ADIM INCONSTITUCIONAL 
Reconhecimento da inconstitucionalidade do disposto no artigo 2, §1 da lei 8072/90 que impõe que os condenados por crimes hediondos devem cumprir pena inicial no regime fechado, nos termos da sumula vinculante 26.
 f) ATENUANTE DE MENORIDADE
Vale destacar que o réu conta com 21 anos de idade o que incorre na atenuante do artigo 65, I do Código Penal
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; 
III – DOS PEDIDOS
Ante o exposto requer:
1 – a absolvição do réu – Em razão do erro de tipo;
2 – seja excluída a verificação do CONCURSO de CRIMES;
3 – seja excluída a agravante por embriaguez preordenada;
4 – em caso de condenação seja usado o disposto no artigo 59 do CP, amplamente a favor do réu;
5 – ainda em caso de condenação a fixação do regime inicial semiaberto, conforme artigo 33, § 2º, alínea a do CP, perante a inconstitucionalidade do artigo 2, §1 da lei 8072/90
6 – Reconhecida a atenuante de menoridade do artigo 65, I do código penal;
7 – Condenação no mínimo e indenização fixada no mínimo – art. 387, IV do CPP;
Termos em que
Pede deferimento
VITORIA-ES, 29 de abril de 2014.
ADVOGADO
OAB

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