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ESPASTICIDADE (1)

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ESPASTICIDADE
DEFINIÇÃO
A espasticidade pode ser definida como o aumento do tônus muscular (velocidade dependente), apresentando exacerbação dos reflexos profundos, decorrente de hiperexcitabilidade do reflexo do estiramento. A espasticidade está interligada dentro da síndrome do neurônio motor superior, levando a presença de fraqueza muscular, hiperreflexia profunda e presença de reflexos cutâneo-musculares patológicos, como por exemplo o sinal de Babinski. (1)
Pode se dizer então que a espasticidade é a resistência encontrada ao se estirar o músculo, sendo que a resistência está diretamente proporcional à velocidade do movimento. Sendo que o movimento é isocinético, não mantido, mas pode ser alterado por fatores externos como a ansiedade e o estado de consciência. (3)
Ela é um dos componentes da Síndrome do Neurônio Motor Superior e surge em decorrência de situações clínicas tais como: acidente vascular cerebral, paralisia cerebral, lesões medulares, neoplasias do SNC, trauma crânioencefálico, doenças heredodegenerativas e desmielinizantes; entre outras alterações do neurônio motor superior. (8)
Clinicamente, a hipertonia espástica tem sido definida como uma resistência ao alongamento muscular passivo,velocidade dependente, devido à ativação exacerbada dos reflexos de estiramento tônicos. (4)
	Uma das mais graves seqüelas da lesão do SNC, que pode levar à incapacidade funcional, é a espasticidade. Esta pode tornar-se um sério e debilitante problema para os pacientes e para os terapeutas, pois dificulta a realização dos movimentos. (7)
O tônus é um estado de preparação do movimento, um estado não só da musculatura, mas de todo aparelho neuromuscular e se relaciona diretamente com a coordenação. A espasticidade impossibilita o paciente de realizar os ajustes necessários para execução dos movimentos, ocorrendo um bloqueio do movimento, interferindo muitas vezes na reabilitação desses pacientes, impedindo os ganhos funcionais necessários, limitando a mobilização passiva dos membros, sendo responsável por limitações que interferem na qualidade de vida e nas AVD´s do paciente. A espasticidade pode ocasionar uma diminuição da ADM, esta quando adequada é fundamental para um bom desempenho das habilidades funcionais. Com a redução da ADM, particularmente nas articulações da coluna e do quadril, há dificuldades na realização de várias AVD´s. (7)
A Fisioterapia tem por objetivo principal a reinserção do indivíduo na sociedade e a melhoria da qualidade de vida através da promoção da independência funcional, além da melhora da auto-estima e inclusão social desses pacientes. (7)
FISIOPATOLOGIA
Para crianças com paralisia cerebral, a espasticidade geralmente não está presente no primeiro anos de vida, tornando-se mais severa no segundo e terceiro anos, podendo estabilizar-se desde então. Após essa idade a piora dos sintomas se deve a ação constante da espasticidade sobre o organismo, levando as deformidades, contraturas, rigidez e ao aparecimento da distonia. (3) 
A espasticidade é a representação clínica do aumento de tônus muscular que ocorre devido à perda das influências inibitórias descendentes (via retículo-espinhal), como resultado de lesões comprometendo o trato córtico-espinhal. (1), ou seja, a hipertonia. O tônus muscular é regulado pelos neurônios motores alfa e influenciados por estímulos antagônicos. Os impulsos excitatórios chegam à medula através dos neurônios Ia aferentes e liberam assim, os neurotransmissores glutamato e asparato. Já os impulsos inibitórios são descendentes e se originam nos gânglios da base e cerebelo e levam a liberação do neurotransmissor ácido gama-aminobutírico (GABA). O que causa a espasticidade é o desequilíbrio entre os impulsos inibitórios e excitatórios, principalmente, a deficiência de GABA (3), que é a perda da influência inibitória descendente resultará em aumento da excitabilidade dos neurônios fusimotores gama e dos moto-neurônios alfa1. (1) A ação final da espaticidade é a hipertonia que resulta, sobretudo sobre a espasticidade, mas também condicionada a ação da distonia e da rigidez. A dor, as contraturas, as deformidades são as principais conseqüências que ocorrem no organismo da criança devido à hipertonia. (3)
As lesões de espasticidade do adulto e na criança são diferentes, pois na criança ocorre no encéfalo em desenvolvimento, podendo ocorrer uma reorganização cortiço-espinhal e uma melhor distribuição entre agonistas e antagonistas. (3) 
Quando a lesão atinge principalmente a porção do trato piramidal responsável pelos movimentos das pernas, localizada em uma área mais próxima dos ventrículos (cavidades do cérebro), a forma clínica é a diplegia espástica, na qual o envolvimento dos membros inferiores é maior do que dos membros superiores. A região periventricular é muito vascularizada e os prematuros, por causa da imaturidade cerebral, com muita frequência apresentam hemorragia nesta área. As alterações tardias provocadas por esta hemorragia podem ser visualizadas com o auxílio da neuroimagem (leucomalácea periventricular). Por este motivo, a diplegia espástica é quase sempre relacionada com prematuridade. Esta forma é menos grave do que a tetraplegia e a grande maioria das crianças adquire marcha independente antes dos oito anos de idade. (10)
CLASSIFICAÇÃO
O grau de espasticidade pode variar de leve a grave, com distribuição uni ou bi lateral. Crianças que apresentam envolvimento unilateral exibem limitação e disfunção motora semelhantes às de crianças hemiplégicas com paralisia cerebral. Já crianças com envolvimento bilateral frequentemente apresentam distribuição assimétrica e movimentos dominados pela atividade de reflexos primitivos. (2) 
As crianças com espasticidade podem vir a apresentar uma postura anormal das extremidades ou também do corpo com um todo. (2). Normalmente os membros superiores apresentam uma postura de sinergia flexora, normalmente apresentado uma rotação interna com adução de ombros, flexão de cotovelo, pronação do antebraço e flexão dos dedos. (1) Essa posição interfere no uso funcional do membro superior durante a higiene pessoal, realizar o autocuidado, brincar e fazer deveres da escola. (2). Já a postura típica de membros inferiores é a presença de sinergia extensora com extensão e rotação interna do quadril, extensão do joelho, flexão plantar e inversão do pé. (2)
A espaticidade pode ser classificada de acordo com a região do corpo afetada, podendo ser quadriplégica, diplégica, hemiplégica ou monoplégica. Pode ser também focal afetando o tronco, pescoço e musculatura orofaríngea. (3) 
	Na hemiplegia espástica, são observadas alterações do movimento em um lado do corpo, como por exemplo, perna e braço esquerdos. As causas mais freqüentes são alguns tipos de malformação cerebral, acidentes vasculares ocorridos ainda na vida intra-uterina e traumatismos crânio-encefálicos. As crianças com este tipo de envolvimento apresentam bom prognóstico motor e adquirem marcha independente. Algumas apresentam um tipo de distúrbio sensorial que impede ou dificulta o reconhecimento de formas e texturas com a mão do lado da hemiplegia. Estas crianças têm muito mais dificuldade para usar a mão.As crianças com espasticidade tendem a desenvolver deformidades articulares porque o músculo espástico não tem crescimento normal. Flexão e rotação interna dos quadris, flexão dos joelhos e equinismo são as deformidades mais freqüentes nas crianças que adquirem marcha. Além destas, as crianças com tetraplegia espástica podem desenvolver ainda, luxação paralítica dos quadris e escoliose. (10)
Complicação 
Pode ser causa de incapacidade por si só, afetando o sistema músculo esquelético e limitan​do a função motora normal. Inicialmente dificulta o posicionamento confortável do indivíduo, preju​dica as tarefas de vida diária como alimentação, lo​comoção, transferência e os cuidados de higiene, podendo ser um quadro alterado por estímulos internos ou externos. Pode atingir tanto a muscu​latura antigravitária como gravitariae mudar cons​tantemente em reposta aos referidos estímulos. (9)
Os estímulos que causam aumento desse quadro são alterações da postura, estímulos cutâ​neos, temperaturas ambientais, roupas apertadas, cálculos renais ou na bexiga, impactações fecais, bloqueio por cateter, infecções no trato urinário, úlceras de decúbito e estresse emocional. (9)
	A progressão destas deformidades causa dificuldade de deambulação, alimentação, verbalização, cuidados e higiene. (3) 
	Hidroterapia: A água, como recurso terapêutico, é um dos melhores meios para se conseguir o relaxamento muscular e, conseqüentemente, a redução do tônus muscular. À medida que ocorre o relaxamento, a mobilização passiva torna-se mais fácil, aumentando a ADM. A sensação da redução do peso corporal, proporcionado pela
flutuabilidade torna possível realizar os movimentos articulares mais livremente e com menor esforço do que se ele realizasse o movimento em solo. Esta combinação de calor e flutuabilidade possibilita o individuo a alcançar maior amplitude de movimentação. Outro fator que facilita a movimentação articular é a diminuição da força da gravidade. A água proporciona suporte e diminui o estresse biomecânico nas articulações e nos músculos, trabalhando grandes grupos musculares e varias articulações ao mesmo tempo.

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