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RESUMÃO DE PARASITOLOGIA CLÍNICA: Toxocara humana Filo: Nematódeos / Nematódos / Nematelmintos Características: vermes cilíndricos, maioria de vida livre, alongados, simetria bilateral, macho menor que a fêmea. Representantes: Larva migrans cutânea (LMC) / Larva migrans visceral (LMV) / Larva migrans ocular Larva migrans cutânea (LMV) e Larva migrans ocular (LMO) Espécie mais importante envolvida nestas Síndromes: Toxocara canis, o qual é ascaridídeo de distribuição cosmopolita. Habitat: INTESTINO DELGADO de cães e gatos. Ciclo biológico no hospedeiro definitivo (cães e gatos): LMV 1. Cães jovens se infectam pela ingestão de ovos contendo L3, que eclodem no intestino delgado, atravessam a parede intestinal e, através da circulação, atingem o fígado, coração e pulmão, onde mudam para L4; 2. Estas migram para os alvéolos, brônquios, traquéia e são deglutidas; 3. Ao chegarem ao intestino crescem e atingem a maturidade sexual em torno de 4 semanas. Ciclo biológico no hospedeiro acidental (homem): LMV 1. O homem se infecta ingerindo água ou alimentos contaminados com ovos contendo L3; 2. Ao ingerir o ovo contendo L, no INTESTINO DELGADO ocorre a eclosão e as L3 penetram na parede intestinal, atingem a circulação, distribuindo-se por todo o organismo; 3. Atravessam os capilares sanguineos e atingem os tecidos adjacentes, como fígado, rins, pulmão, coração, medula óssea, músculos estriados, olhos; 4. Nesses órgãos, realizam migrações, e a maioria é destruída formando uma lesão típica, denominada GRANULOMA ALÉRGICO, no qual o parasito morto encontra-se cercado por infiltrados ricos em eosinófilos e mastócitos. Patogenia e sintomatologia: Toxocaríase humana é a doença causada pelas larvas migrans cutânea, ocular e visceral. Na LMV, as manifestações clínicas podem ser: Assintomáticas, subagudas ou agudas e isso dependem da quantidade de larvas presentes no organismo, do órgão invadido e da resposta imunológica do paciente. Quadro clássico de LMV: Leucocitose; Hipereosinofilia sanguinea; Hepatomegalia; Linfadenite. Em alguns casos, podem-se observar infiltrados pulmonares acompanhados de tosse, dispneia, anorexia e desconforto abdominal. Quando ocorre envolvimento do sistema nervoso, pode apresentar manifestações neurológicas, incluindo ataques epileptiformes, meningite e encefalite. Na LMO, as manifestações clínicas podem ser: Olhos enucleados, com suspeita de retinoblastoma; Não há Hipereosinofilia nos pacientes infectados; Resposta imune menos intensa que na LMV; Endoftalmia crônica; Perda de visão em casos graves; Queratites e lesões orbitárias. Diagnóstico: LMV: difícil, pois a única certeza é a identificação da larva nos tecidos através de biópsia; Laboratorial: Hemograma – leucocitose com intensa eosinofilia; Imuno – histoquímica em biópsia de tecidos infectados; ELISA e IFI – anticorpo anti –Toxocara; Exame de fezes – é sempre negativo; Técnica de Western blot também pode ser usada; Hepatomegalia; Hipergamaglobulinemia – IgM e IgE; LMO: Exame oftalmológico: aspecto morfológico, processo uniocular, topografia das lesões; tomografia ocular; Detecção de anticorpos no soro – pouco eficiente; Detecção de anticorpos no humor aquoso. Tratamento: LMV: tiabendazol, albendazol, ivermectina; LMO: corticoides associados ao tratamento anti-helmíntico. Profilaxia: Educação sanitária e saneamento básico; Evitar o contato de crianças com cães e gatos. Referências: NEVES. David Pereira. Parasitologia Humana. 11 ed. Atheneu. São Paulo. 2005.
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