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SME0340 Equações Diferenciais Ordinárias Aula 3 Maria Luísa Bambozzi de Oliveira marialuisa @ icmc . usp . br Sala: 3-241 Página: http://www.tidia-ae.usp.br 24 de fevereiro de 2016 Aula Passada Preliminares: … Definições; … Método de Picard; … Teorema da Existência e Unicidade. EDs de Ordem 1: … Introdução; … EDs Lineares. Maria Luísa SME0340 Aula 3 Aula Passada (cont.) ED Linear de Ordem 1: y0 + a(t)y = b(t), a(t), b(t) contínuas para t 2 I. Definição: Se b(t) ⌘ 0, temos uma ED linear homogênea associada, y0 + a(t)y = 0. Senão, temos uma ED linear não homogênea. Como determinar todas as soluções y(t) de y0 + a(t)y = 0, com a(t) contínua em um intervalo I? Maria Luísa SME0340 Aula 3 Aula Passada (cont.) Para resolver y0 + a(t)y = 0, sendo y0 = dy dt , temos dy dt = �a(t)y. Então, através da propriedade de diferenciais, dy y = �a(t)dt, y 6= 0 (mas y ⌘ 0 é solução da ED). Integrando dos dois lados, e sabendo queZ du u = ln |u|+C1, ln |a| = b , |a| = eb, determinamos y(t), a solução geral, válida em um intervalo I. Maria Luísa SME0340 Aula 3 ED Linear Homogênea (cont.) Exemplo 1: Determine a solução geral y(x) de y0 � 3y = 0. Solução: Como y0 = dydx , temos dy dx = 3y ) dy = 3ydx ) dy y = 3dx, y 6= 0 (y ⌘ 0 também é solução da ED) ) Z dy y = Z 3dx ) ln |y|+C1 = 3x+C2 ) ln |y| = 3x+K, K = C2 � C1 2 R ) |y| = e3x+K = eK e3x ) y(x) = ±eK e3x p/ todos os K 2 R: �+eK , �eK , 0 = R © y(x) = Ce3x, x 2 R, C 2 R. Maria Luísa SME0340 Aula 3 ED Linear Homogênea (cont.) Exemplo 2: Determine a solução do PVI® y0 � 2t y = 0 y(1) = 2 . Solução: (na lousa) y(t) = 2 t2, t > 0. Obs. 1: O intervalo t > 0 foi determinado sabendo-se que a solução de um PVI deve ser definida em um intervalo I contínuo de t (sem “buracos”) que contém o valor inicial t0 = 1. Obs. 2: O conjunto das soluções de y0 + a(t)y = 0 é um espaço vetorial com dimensão 1. Maria Luísa SME0340 Aula 3 ED Linear Homogênea (cont.) Outro modo de resolver y0 + a(t)y = 0 : reescrever equação tal que temos d dt (g(t,y)) = 0. Se multiplicarmos toda a ED por uma função u(t) 6⌘ 0, com u(t) diferenciável em I, a solução não muda. Então “escolhemos” um u(t) conveniente para multiplicar. No caso de EDs lineares na forma acima, notamos que há dois termos no lado esquerdo, um com y0 e outro com y. Procuramos um u(t) tal que, multiplicando toda a equação por u(t), o lado esquerdo se torna uma regra do produto. Maria Luísa SME0340 Aula 3 ED Linear Homogênea (cont.) Exemplo: y0 + 3y = 0 Qual é a função u(t) que multiplicamos por toda a ED tal que o lado esquerdo possa ser escrito como a derivada em t de função de t e y? [u(t)y0 + 3u(t)y = 0u(t) = 0]. Como d dt � e3 t � = 3 � e3 t � , então u(t) = e3 t e e3 t y0 + 3e3 t y = 0 ) d dt � e3 t y � = 0 ) Z d � e3 t y � = Z 0dt ) e3 t y = C © y(t) = Ce�3 t, C 2 R, t 2 R. Maria Luísa SME0340 Aula 3 ED Linear Homogênea (cont.) Exemplo: Resolver t3 y0 + 3 t2 y = 0 Solução: (na lousa) y(t) = C t3 , C 2 R, t 6= 0. Obs.: Note que d dt � t3 � = 3 t2 Maria Luísa SME0340 Aula 3 ED Linear Não Homogênea Vamos agora definir o método para resolver EDs lineares não homogêneas, y0 + a(t)y = b(t), onde a(t),b(t) são contínuas num intervalo I de t. Como vimos, podemos determinar uma função contínua u(t) 6⌘ 0 tal que, multiplicando a ED, o lado esquerdo se transforma no resultado da regra do produto da derivada em t de y e uma função de t: d dt (p(t)y) = u(t)y0 + u(t)a(t)y = b(t)u(t) + p(t) = u(t), p0(t) = a(t)u(t) Maria Luísa SME0340 Aula 3 ED Linear Não Homogênea (cont.) Com p(t) determinado, temos d dt (p(t)y) = b(t)u(t). Integrando em t os dois lados da equação, podemos determinar a solução geral da ED não homogênea. Para PVIs da forma® y0 + a(t)y = b(t) y(t0) = y0 , determinamos primeiro a solução geral da ED e, em seguida, aplicamos a condição inicial para calcular a solução única do PVI. Maria Luísa SME0340 Aula 3 ED Linear Não Homogênea (cont.) Exemplo: Determine a solução geral de y0 + 3y = et. Solução: Precisamos reescrever o lado esquerdo tal que esteja na forma da regra do produto de duas funções. Procuramos p(t),u(t) 6⌘ 0 tal que d dt (p(t)y) = u(t)y0 + 3u(t)y = et u(t), ou seja, p0(t) = u0(t) = 3u(t) ) · · · ) p(t) = u(t) = e3 t. Então, d dt � e3 t y � = et e3 t = e4 t ) Z d � e3 t y � = Z e4 t dt ) e3 t y = e 4 t 4 +C ) y(t) = e t 4 +Ce�3 t, t,C 2 R. Maria Luísa SME0340 Aula 3 ED Linear Não Homogênea (cont.) Observação: Mostramos que a solução geral de y0 + 3y = et é y(t) = Ce�3 t + et 4 , t,C 2 R. Note que o primeiro termo da solução é a solução geral da ED linear homogênea correspondente, y0 + 3y = 0, enquanto o segundo termo da solução geral depende da função b(t) aplicada (nesse caso, et). Toda solução geral de ED linear não homogênea poderá ser escrita como a soma de duas partes: a solução geral da ED homogênea correspondente e a solução particular da ED não homogênea. Maria Luísa SME0340 Aula 3
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