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06 Administracao Financeira e Orcamentaria

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DPE/RS 
Analista - Área Administração 
 
 
 
Administração Pública: Princípios Constitucionais Relativos à Administração Pública. ........................ 1 
Probidade e Discricionariedade Administrativa. ................................................................................. 10 
Orçamento Público: Conceito, Princípios Orçamentários. .................................................................. 11 
Ciclo Orçamentário: Elaboração da Proposta, Estudo e Aprovação, Execução e Avaliação da Execução 
Orçamentária.......................................................................................................................................... 27 
Orçamento Programa: Fundamentos e Técnicas. .............................................................................. 45 
Orçamento Público no Brasil: Lei Federal nº 4.320/1964 atualizada. ................................................. 53 
Orçamento na Constituição Federal de 1988: Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei 
Orçamentária Anual................................................................................................................................ 75 
Despesa Orçamentária: Estrutura da Programação Orçamentária. Classificação da Despesa por 
Esfera Orçamentária. Classificação Institucional. Classificação Funcional da Despesa. Estrutura 
Programática. Classificação: Categoria Econômica, Grupo de Natureza da Despesa, Modalidade 
Aplicação, Elemento de Despesa. .......................................................................................................... 92 
Acompanhamento e Controle da Execução Orçamentária. ................................................................ 94 
Despesas de Exercícios Anteriores. .................................................................................................. 98 
Suprimento de Fundos. .................................................................................................................... 101 
Receita Orçamentária: Classificação por Natureza: Categoria Econômica, Origem, Espécie, 
Desdobramentos para Identificação de Peculiaridades da Receita, Tipo. Classificação da Receita por 
Esfera Orçamentária. Recursos Arrecadados em Exercícios Anteriores. ............................................. 107 
Créditos Orçamentários Iniciais e Adicionais. .................................................................................. 115 
Etapas da Receita Orçamentária e da Despesa Orçamentária. ....................................................... 119 
Restos a Pagar. .............................................................................................................................. 125 
Dívida Ativa...................................................................................................................................... 125 
Lei Complementar nº 101/2000 atualizada: Disposições Preliminares, Planejamento, Receita e 
Despesa Pública, Transferências voluntárias, Destinação de Recursos para o Setor Privado, Dívida e 
Endividamento... ................................................................................................................................... 137 
Gestão Patrimonial e Contábil. ........................................................................................................ 162 
Execução orçamentária e financeira na visão da Nova Contabilidade Pública (Parte I do Manual de 
Contabilidade Aplicada ao Setor Público ± Procedimentos Contábeis e Orçamentários)...................... 168 
Gestão Organizacional das Finanças Públicas: Sistema de Planejamento e Orçamento e de 
Programação Financeira constantes da Lei nº 10.180/2001 atualizada. ............................................... 259 
Licitações: Lei nº 8.666/1993 atualizada. Lei nº 10.520/2002. .......................................................... 271 
 
 
 
1332661 E-book gerado especialmente para ROSILENE FERNANDES DOS SANTOS
 
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Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
1332661 E-book gerado especialmente para ROSILENE FERNANDES DOS SANTOS
 
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Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Os Princípios da Administração Pública se encontram no artigo 37 da Constituição, a saber1: 
 
“Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência”. 
 
 
 
Perfazem um total de cinco princípios, podendo ser facilmente memorizados através da palavra 
LIMPE. Vejam: L (legalidade), I (impessoalidade), M (moralidade), P (publicidade) e E (eficiência). 
Esses princípios têm natureza meramente exemplificativa, posto que representam apenas o mínimo 
que a Administração Pública deve perseguir quando do desempenho de suas atividades. Exemplos de 
princípios implícitos: supremacia do interesse público, razoabilidade, motivação, segurança das relações 
jurídicas. 
Ressaltamos que não há hierarquia entre os princípios (expressos ou não), visto que tais diretrizes 
devem ser aplicados de forma harmoniosa. Assim, a aplicação de um princípio não exclui a aplicação de 
outro e nem um princípio se sobrepõe aos outros. 
Os princípios da Administração abrangem a Administração Pública direta e indireta de quaisquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (art. 37 da CF/88). 
 
Princípio da Legalidade 
 
É fundamento do Estado democrático de direito, tendo por fim combater o poder arbitrário do Estado. 
Os conflitos devem ser resolvidos pela lei e não mais através da força. 
Dessa forma: “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de 
lei” (art. 5º, II da CF). 
 
O Princípio da legalidade estabelece um limite para a atuação do Poder Público ao mesmo tempo em 
que expressa a garantia de que o Estado deverá atuar com base na lei. Já a iniciativa privada, vistas as 
exigências do Estado para as empresas, são somente aquelas que estiverem previstas na lei. 
 
1 Princípios constitucionais da Administração Pública. Disponível em: http://jus.com.br/artigos/3489/principios-constitucionais-da-administracao-
publica/2#ixzz3hTZDFxTZ. 
Princípios da Administração Pública. http://sitenovo.ceart.udesc.br/wpcontent/uploads/Principios_da_Administracao_Publica.pdf. 
Administração Pública: Princípios Constitucionais Relativos à 
Administração Pública. 
1332661 E-book gerado especialmente para ROSILENE FERNANDES DOS SANTOS
 
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Nodireito público, a atividade administrativa deve estar baseada numa relação de subordinação com 
a lei, na qual “Administrar é aplicar a lei de ofício”, “É aplicar a lei sempre”. Já no direito privado, a atividade 
desenvolvida pelos particulares deve estar baseada na não contradição com a lei. 
Em outras palavras, o Estado pode fazer tudo o que a lei permite e a iniciativa privada pode fazer tudo 
o que a lei não proíbe. 
 
Existem algumas exceções a serem observadas: 
1- Medidas provisórias: Atos com força de lei que só podem ser editados em matéria de relevância e 
urgência. Deve ser editada dentro dos parâmetros constitucionais (requisitos da relevância e da urgência); 
2- Estado de sítio e estado de defesa: Momentos de anormalidade institucional. São instituídos por um 
decreto presidencial que poderá obrigar a fazer ou deixar de fazer - mesmo não sendo lei. 
 
Princípio da Impessoalidade 
 
Refere-se à neutralidade da administração em relação aos administrados, ficando proibida de 
estabelecer discriminações gratuitas. Não pode haver favoritismo ou perseguição de nenhum contratado, 
e questões pessoais não devem se interpor ao trabalho da administração pública. Só pode fazer 
discriminações que se justifiquem em razão do interesse coletivo, pois as gratuitas caracterizam abuso 
de poder e desvio de finalidade, que são espécies do gênero ilegalidade. 
O administrador não pode contratar quem quiser, deve abrir concurso público, o qual pode trazer 
discriminações relacionadas à natureza do cargo, mas não discriminações gratuitas, e deve-se respeitar 
a ordem de classificação dos candidatos para o ingresso no serviço público. 
Para contratação de serviços ou aquisição de bens deve-se abrir licitação, a qual também pode conter 
discriminações, mas não gratuitas. 
Na liquidação de seus débitos, a Administração tem que respeitar a ordem cronológica de 
apresentação dos precatórios para evitar privilégios. Se for quebrada a ordem, pode gerar sequestro de 
verbas públicas, crime de responsabilidade e intervenção federal. 
 
“À exceção dos créditos de natureza alimentar, os pagamentos devidos pela Fazenda Federal, 
Estadual ou Municipal, em virtude de sentença judiciária far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica 
de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou 
pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim” (art. 100 da CF). 
 
 Publicidade nos meios de comunicação de atos do governo: 
“A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter 
caráter educativo, informativo, ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou 
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridade ou servidores públicos” (art. 37, §1º da CF). 
A publicidade dos atos de governo deve ser impessoal em razão dos interesses que o Poder Público 
representa quando atua (também fere ao princípio da publicidade). 
 
Princípio da Moralidade 
 
A administração deve atuar com moralidade - tendo em vista que tal princípio integra o conceito de 
legalidade. Decorre a conclusão de que ato imoral é ato ilegal, inconstitucional e, portanto, o ato 
administrativo estará sujeito a um controle do Poder Judiciário. É preciso ter ética na conduta 
administrativa. A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, 
devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum (nem tudo que é legal é moral). 
“Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio 
público ou entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e ônus 
de sucumbência” (art. 5º, LXXIII da CF). Já a “Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação 
popular” (súmula 365 do STF). 
 
Da imoralidade administrativa: 
Atos de improbidade administrativa que importem em enriquecimento ilícito (art. 9º da Lei 8429/92). 
Atos de improbidade administrativa que importem em prejuízo ao erário (art. 10 da Lei 8429/92). 
Atos de improbidade administrativa que atentem contra os princípios da Administração (art. 11 da Lei 
8429/92). 
1332661 E-book gerado especialmente para ROSILENE FERNANDES DOS SANTOS
 
. 3 
É crime de responsabilidade o ato do Presidente da República que atente contra a Constituição 
Federal, especialmente contra probidade administrativa (art. 85, V da CF). 
 
A Lei n. 8.429/92, no art. 9.º, apresentou, exemplificativamente, as hipóteses de atos de improbidade 
administrativa: 
a) Usar bens e equipamentos públicos com finalidade particular; 
b) Intermediar liberação de verbas; 
c) Estabelecer contratação direta quando a lei manda licitar; 
d) Vender bem público abaixo do valor de mercado; 
e) Adquirir bens acima do valor de mercado (superfaturamento). 
 
Princípio da Publicidade 
 
Significa que a administração tem o dever de manter plena transparência de todos os atos que praticar 
e de todos os seus comportamentos, inclusive de oferecer informações que estejam armazenadas em 
seus bancos de dados, quando sejam solicitadas, em razão dos interesses que ela representa quando 
atua. 
Assim, deve dar total transparência a todos os atos que praticar, uma vez que o ato administrativo não 
pode ser sigiloso. Este princípio se refere à obrigatória divulgação dos atos da Administração Pública, 
com o objetivo de permitir seu conhecimento e controle pelos órgãos estatais competentes e por toda a 
sociedade. 
 “Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de 
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, 
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado” (art. 5º, XXXIII 
da CF). O prazo para que as informações sejam prestadas é de 15 dias (Lei 9051/95). 
“A lei disciplinará as formas de participação do usuário na Administração direta e indireta, regulando 
especialmente o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, 
observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII” (art. 37, §3º, II da CF). 
Ressalta-se que a publicidade só será admitida se tiver fim educativo, informativo ou de orientação 
social, proibindo-se a promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos por meio de nomes, 
símbolos e imagens. 
Exceções podem ser apontadas (art. 37, § 3.º, II, da CF/88): 
 -Quando os atos e atividades se relacionarem com a segurança nacional 
 -Quando o conteúdo da informação for resguardado por sigilo 
 
Princípio da Eficiência 
 
A Administração Pública deve buscar um aperfeiçoamento na prestação dos serviços públicos, 
mantendo ou melhorando a qualidade dos serviços, com economia de despesas. O princípio da eficiência 
é de suma importância nas mais diversas searas em que a Administração Pública atua, desde a 
contratação e exoneração de agentes públicos até a prestação de seus serviços. 
“A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de 
provas ou provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma 
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação 
e exoneração” (art. 37, II da CF) - também presente no princípio da impessoalidade. 
“A União, os Estados, e o Distrito Federal manterão escolas de governo para formação e 
aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos como um dos 
requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre 
os entes federados” (art. 39, §2º da CF). 
O servidor nomeado para cargo de provimentoefetivo em virtude de concurso público submete-se a 
um estágio probatório de 3 anos, em que o administrador irá apurar a eficiência na prática (art. 41 da CF). 
Exemplos: O administrador verificará a frequência, o rendimento no trabalho, o cumprimento de ordens 
emitidas pelo superior. 
 “Como condição à aquisição de estabilidade, o servidor está submetido à avaliação de desempenho 
por uma comissão constituída para essa finalidade” (art. 41, §4º da CF): Trata-se de uma norma de 
eficácia limitada, pois está na inteira dependência de uma lei que dirá quem vai integrar a comissão, quais 
serão os critérios, quais matérias serão avaliadas, etc. 
O servidor público estável poderá perder o cargo em razão de insuficiência de desempenho, mediante 
procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei complementar, assegurada a ampla 
1332661 E-book gerado especialmente para ROSILENE FERNANDES DOS SANTOS
 
. 4 
defesa e contraditório (art. 41, III da CF): Trata-se de uma norma de eficácia limitada, pois está na inteira 
dependência da lei. 
“A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar” (art. 169 da CF). 
A Lei Complementar 101/00 estabeleceu que a União não pode gastar com seu pessoal mais de 50% 
do que arrecada. Já os Municípios e os Estados não podem gastar mais de 60% do que arrecadam. Para 
cumprimento destes limites acima, o Poder Público pode tomar algumas medidas (art. 169, §3º da CF): 
Redução de pelo menos 20% das despesas com servidores que titularizem cargo em comissão e 
função de confiança (art. 169, §3º, I da CF). 
Exoneração dos servidores não estáveis (art. 169, §3º, II da CF). 
Se as medidas acima não forem suficientes, dispensarão servidores estáveis, desde que o ato 
normativo especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto de redução de 
pessoal (art. 169, §4º da CF). O Poder Público deve demonstrar porque a escolha recaiu em determinado 
servidor, tendo em vista que os critérios não são livres, isto é, deve considerar o tempo de serviço, a 
remuneração percebida, o número de dependentes, a idade do servidor, etc. 
Assim, o servidor público pode perder o cargo por excesso de quadro ou despesa, quando o Poder 
Público estiver gastando mais do que lhe for permitido, sendo assegurados o contraditório e a ampla 
defesa. 
 “A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e 
indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder 
público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para órgão ou entidade, cabendo à lei 
dispor sobre: o prazo de duração do contrato; os controles e critérios de avaliação de desempenho, 
direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes, a remuneração do pessoal” (art. 37, §8º, I, II e III 
da CF): Trata-se do contrato de gestão através do qual se oferece maior autonomia às Autarquias e 
Fundações em troca do atingimento, durante prazo certo e determinado, de novas metas de desempenho 
(Agências executivas). 
“Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos 
orçamentários provenientes da economia com despesas decorrentes de cada órgão, autarquia e 
fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e 
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a 
forma de adicional ou prêmio de produtividade” (art. 39, §7º da CF). 
 
Princípios Secundários da Administração Pública2 
 
Além dos princípios que estão no art. 37, este segundo grupo trata dos princípios que são os implícitos 
no texto constitucional. Também são conhecidos como princípios infraconstitucionais e derivam de outras 
legislações esparsas e específicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 http://principios-constitucionais.info/direito-administrativo/principios-da-administracao-publica.html. Acesso em: 23.07.2015 
1332661 E-book gerado especialmente para ROSILENE FERNANDES DOS SANTOS
 
. 5 
Princípio da Supremacia do Interesse Público 
 
O princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado é intimamente unido em toda 
e qualquer sociedade organizada. Segundo a própria CF, “todo o poder emana do povo”, por isso, o 
interesse público irá trazer o benefício e bem-estar à população. 
A Administração Pública, na prática de seus atos, deve sempre respeitar a lei e zelar para que o 
interesse público seja alcançado. Natural, assim, que sempre que constate que um ato administrativo foi 
expedido em desconformidade com a lei, ou que se encontra em rota de colisão com os interesses 
públicos, tenham os agentes públicos a prerrogativa administrativa de revê-los, como uma natural 
decorrência do próprio princípio da legalidade. 
 
Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público 
 
Este princípio é o segundo pilar do regime jurídico-administrativo, funcionando como contrapeso ao 
princípio da Supremacia do Interesse Público. 
Ao mesmo tempo em que a Administração tem prerrogativas e poderes exorbitantes para atingir seus 
fins determinados em lei, ela sofre restrições, limitações que não existem para o particular. Essas 
limitações decorrem do fato de que a Administração Pública não é proprietária da coisa pública, não é 
proprietária do interesse público, mas sim, mera gestora de bens e interesses alheios que pertencem ao 
povo. 
Em decorrência deste princípio, a Administração somente pode atuar pautada em lei. A Administração 
somente poderá agir quando houver lei autorizando ou determinando a sua atuação. A atuação da 
Administração deve, então, atender o estabelecido em lei, único instrumento capaz de retratar o que seja 
interesse público. Assim, o princípio da Indisponibilidade do Interesse Público tem estreita relação com o 
princípio da Legalidade, sendo que alguns autores utilizam essas expressões como sinônimas. 
Este princípio também se encontra implícito em nosso ordenamento, surgindo sempre que estiver em 
jogo o interesse público. Exemplos da utilização deste princípio na prática: 
- os bens públicos não são alienados como os particulares, havendo uma série de restrições a sua 
venda. 
- em regra, a Administração não pode contratar sem prévia licitação, por estar em jogo o interesse 
público. 
- necessidade de realização de concurso público para admissão de cargo permanente. 
 
Princípio da Finalidade 
 
É dever do administrador público buscar os resultados mais práticos e eficazes. Esses resultados 
devem estar ligados às necessidades e aspirações do interesse público. 
"Esse princípio impõe que o administrador, ao manejar as competências postas a seu encargo, atue 
com rigorosa obediência à finalidade de cada qual. Isto é, cumpre-lhe cingir-se não apenas à finalidade 
própria de todas as leis, que é o interesse público, mas também à finalidade específica obrigada na lei a 
que esteja dando execução" (Mello). 
Enfim, o princípio da finalidade é aquele que imprime à autoridade administrativa o dever de praticar o 
ato administrativo com vistas à realização da finalidade perseguida pela lei. 
 
Princípio da Igualdade 
 
O art. 5º da CF prevê que todos temos direitos iguais sem qualquer distinção. Para o administrador 
não é diferente. Ele não pode distinguir as situações, sendo obrigado, por lei, a agir de maneira igual em 
situações iguais e desigual em situações desiguais. 
Aristóteles afirmava que a lei tinha que dar tratamento desigual às pessoas que são desiguais e igual 
aos iguais. A igualdade não exclui a desigualdade de tratamento indispensável em face da particularidade 
da situação. Como exemplo, podemos pensar emum portador de necessidades físicas especiais para 
locomoção. Já que ele está em uma situação desigual, um tratamento desigual é demandado para que 
ele esteja em condições de acesso e locomoção equivalentes aos demais, por meio de rampas de acesso 
e outras estruturas (o tratamento desigual cabe apenas no quesito de acessibilidade). 
A lei só poderá estabelecer discriminações se o fator de discriminação utilizado no caso concreto 
estiver relacionado com o objetivo da norma, pois, caso contrário, ofenderá o princípio da isonomia. Ex: 
A idade máxima de 60 anos para o cargo de estivador está relacionada com o objetivo da norma. 
1332661 E-book gerado especialmente para ROSILENE FERNANDES DOS SANTOS
 
. 6 
A lei só pode tratar as pessoas de maneira diversa se a distinção entre elas justificar tal tratamento, 
senão seria inconstitucional. Assim, trata diferentemente para alcançar uma igualdade real (material, 
substancial) e não uma igualdade formal. 
“Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: promover o bem de todos sem 
preconceitos de origem, raça, sexo, cor idade e quaisquer outras formas de discriminação” (art. 3º, IV da 
Constituição Federal). 
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza...” (art. 5º da Constituição Federal). 
“São direitos dos trabalhadores: Proibição de diferença de salário, de exercício de funções e de critério 
de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil” (art. 7º, XXX da Constituição Federal). 
 
Princípio da Lealdade e boa-fé 
 
O princípio da legalidade e boa-fé resume-se em que o administrador não deve agir com malícia ou de 
forma astuciosa para confundir ou atrapalhar o cidadão no exercício de seus direitos; deve agir de acordo 
com a lei e com bom-senso. 
A boa-fé pode ser entendida como expressão da sinceridade, veracidade e franqueza. A boa-fé 
representa o contrário da mentira, hipocrisia, duplicidade, rechaçando, assim, dissimulações e artifícios, 
ou seja, todas as possíveis formas da má-fé3. 
Dando continuidade à análise do significado da boa-fé, deve-se observar outra perspectiva a ser citada 
que é a da ligação existente entre a boa-fé e a ética. A palavra ética, em grego, significa caráter e, de 
acordo com a interpretação feita por Aristóteles, ética é a busca do bem. 
 
Princípio da Motivação 
 
Para todas as ações dos servidores públicos deve existir uma explicação, um fundamento de base e 
direito. O princípio da motivação é o que vai fundamentar todas as decisões que serão tomadas pelo 
agente público. 
 
Motivação segundo o Estatuto do servidor público da União (Lei 8112/90): 
Segundo o artigo 140 da Lei 8112/90, motivar tem duplo significado. Assim, o ato de imposição de 
penalidade sempre mencionará o fundamento legal (dispositivos em que o administrador baseou sua 
decisão) e causa da sanção disciplinar (fatos que levarão o administrador a aplicar o dispositivo legal 
àquela situação concreta). 
A lei, quando é editada é genérica, abstrata e impessoal, portanto é preciso que o administrador 
demonstre os fatos que o levaram a aplicar aquele dispositivo legal para o caso concreto. Só através dos 
fatos que se pode apurar se houve razoabilidade (correspondência) entre o que a lei abstratamente prevê 
e os fatos concretos levados ao administrador. 
 
Falta de motivação: 
A falta de motivação leva à invalidação, à ilegitimidade do ato, pois não há o que falar em ampla defesa 
e contraditório se não há motivação. Os atos inválidos por falta de motivação estarão sujeitos também a 
um controle pelo Poder Judiciário. 
 
Motivação nas decisões proferidas pelo Poder Judiciário: 
Se até mesmo no exercício de funções típicas pelo Judiciário, a Constituição exige fundamentação, a 
mesma conclusão e, por muito maior razão, aplica-se à Administração quando da sua função atípica ou 
principal. 
“Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as 
decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias 
partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade 
do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação” (art. 93, IX da CF). 
 
“As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas, sendo as disciplinares tomadas pelo voto 
da maioria absoluta de seus membros” (art. 93, X da CF). 
 
 
 
 
3 COMTE-SPONVILLE, 2004, p. 214. 
1332661 E-book gerado especialmente para ROSILENE FERNANDES DOS SANTOS
 
. 7 
Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade 
 
Na medida que o administrador público deva estrita obediência à lei (princípio da legalidade) e tenha 
como dever absoluto a busca da satisfação dos interesses públicos (princípio da finalidade), há que se 
pressupor que a prática de atos administrativos discricionários se processe dentro de padrões estritos 
de razoabilidade, ou seja, com base em parâmetros objetivamente racionais de atuação e sensatez. 
Deveras, ao regular o agir da Administração Pública, não se pode supor que o desejo do legislador 
seria o de alcançar a satisfação do interesse público pela imposição de condutas bizarras, descabidas, 
despropositadas ou incongruentes dentro dos padrões dominantes na sociedade e no momento histórico 
em que a atividade normativa se consuma. Ao revés, é de se supor que a lei tenha a coerência e a 
racionalidade de condutas como instrumentos próprios para a obtenção de seus objetivos maiores. Dessa 
noção indiscutível, extrai-se o princípio da razoabilidade: Em boa definição, é o princípio que determina à 
Administração Pública, no exercício de faculdades, o dever de atuar em plena conformidade com critérios 
racionais, sensatos e coerentes, fundamentados nas concepções sociais dominantes. 
O princípio da razoabilidade tem o objetivo de proibir o excesso, com a finalidade de evitar as restrições 
abusivas ou desnecessárias realizadas pela Administração Pública. Esse princípio envolve o da 
proporcionalidade, assim as competências da Administração Pública devem ser feitas proporcionalmente, 
sendo ponderadas, segundo as normas exigidas para cumprimento da finalidade do interesse público. 
Pode-se entender que, se a administração pública fizer menos do que está previsto na lei, é uma 
conduta abusiva e, se fizer a mais, também é abuso. Deve-se seguir o limite do que é estabelecido em 
lei, sem excesso ou escassez. 
 
Outros Princípios: 
 
Princípio da Autotutela 
 
A Administração Pública tem possibilidade de revisar (rever) seus próprios atos, devendo anulá-los por 
razões de ilegalidade (quando nulos) e podendo revogá-los por razões de conveniência ou oportunidade 
(quando inoportunos ou inconvenientes). 
“A Administração pode declarar a nulidade dos seus próprios atos” (súmula 346 STF). 
 
-Anulação: Tanto a Administração como o Judiciário pode anular um ato administrativo. A anulação 
gera efeitos “ex tunc”, isto é, retroage até o momento em que o ato foi editado, com a finalidade de eliminar 
todos os seus efeitos até então. 
-Revogação: Somente a Administração pode fazê-la. Caso o Judiciário pudesse rever os atos por 
razões de conveniência ou oportunidade, estaria ofendendo a separação dos poderes. A revogação gera 
efeitos “ex nunc”, pois até o momento da revogação o ato era válido. 
 
 Anulação Revogação 
Fundamento Por razões de ilegabilidade Por razões de conveniência e oportunidade 
Competência Administração e Judiciário Administração 
Efeitos Gera efeitos “ex tunc” Gera efeitos “ex nunc” 
 
Princípio da Continuidade da Prestação do Serviço Público 
 
A execução de um serviço público não pode vir a ser interrompida. Assim, a greve dos servidores 
públicos não pode implicar em paralisação total da atividade, casocontrário será inconstitucional (art. 37, 
VII da CF). 
 
Não será descontinuidade do serviço público: 
 
Serviço público interrompido por situação emergencial (art. 6º, §3º da lei 8987/95): Interrupção 
resultante de uma imprevisibilidade. A situação emergencial deve ser motivada, pois resulta de ato 
administrativo. 
Se a situação emergencial decorrer de negligência do fornecedor, o serviço público não poderá ser 
interrompido: 
- Serviço público interrompido, após aviso prévio, por razões de ordem técnica ou de segurança das 
instalações (art. 6º, §3º, I da lei 8987/95). 
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. 8 
- Serviço público interrompido, após aviso prévio, no caso de inadimplência do usuário, considerado o 
interesse da coletividade (art. 6º, §3º, II da lei 8987/95): Cabe ao fornecedor provar que avisou e não ao 
usuário, por força do Código de Defesa do Consumidor. Se não houver comunicação, o corte será ilegal 
e o usuário poderá invocar todos os direitos do consumidor, pois o serviço público é uma relação de 
consumo, já que não deixa de ser serviço só porque é público. 
 
Questões 
 
01. (TRT-3ª Região – Técnico Judiciário – FCC/2015) A Administração pública deve nortear sua 
conduta baseada em certos princípios. Assim, entre os princípios expressamente informados na 
Constituição Federal, NÃO se incluem os princípios da 
(A) moralidade e eficiência. 
(B) legalidade e publicidade. 
(C) entidade e indisponibilidade. 
(D) impessoalidade e publicidade. 
(E) legalidade e moralidade. 
 
02. (DPE-MT – Assistente Administrativo – FGV/2015) A respeito dos princípios da Administração 
Pública, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa. 
( ) O princípio da continuidade estabelece que os serviços públicos não podem ser paralisados, pois 
as necessidades da população são incessantes. 
( ) O princípio da impessoalidade significa que qualquer atividade da gestão pública deve ser dirigida 
a todos os cidadãos. 
( ) O princípio da moralidade determina que os atos da gestão pública são condicionados por princípios 
éticos. 
 
As afirmativas são, respectivamente, 
(A) V, V e V. 
(B) V, V e F. 
(C) V, F e V. 
(D) F, V e V. 
(E) F, F e V. 
 
03. (TJ-SC – Analista Administrativo – FGV/2015) A Administração Pública brasileira é regida por 
princípios definidos na Constituição de 1988. Estes determinam condições para o bom funcionamento do 
aparelho do Estado e órgãos públicos, orientando principalmente a ação dos servidores públicos no 
exercício de suas funções. O servidor que, no exercício de sua função, realiza ações legais de forma 
oculta ou interfere na fiscalização de qualquer tipo de atividade contraria o princípio da: 
(A) legalidade; 
(B) impessoalidade; 
(C) moralidade; 
(D) publicidade; 
(E) eficiência. 
 
04. (TRT 38ª Região – GO- Analista Judiciário - Área Administrativa – FCC) A Administração 
pública tem como finalidade 
(A) a prestação de serviços aos cidadãos. 
(B) a conservação e aprimoramento de bens públicos. 
(C) a limitação dos princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas. 
(D) a ampliação da estrutura constitucional do Estado. 
(E) o estabelecimento de alicerces da formalidade e da materialidade. 
 
05. (FUB - Auxiliar em Administração – CESPE/2016) Com relação à administração pública, julgue 
o item que se segue. 
Como um dos princípios da administração pública brasileira, a publicidade destina-se a garantir a 
transparência dos atos dos agentes públicos 
( ) Certo ( ) Errado 
 
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. 9 
06. (SEGEP-MA - Técnico da Receita Estadual - Tecnologia da Informação - Conhecimentos 
Gerais - FCC/2016) São princípios da Administração pública expressos na Constituição brasileira: 
(A) moralidade e eficiência. 
(B) legalidade e proporcionalidade. 
(C) eficiência e razoabilidade. 
(D) motivação e publicidade. 
(E) moralidade e proporcionalidade. 
 
Respostas 
 
01. Resposta C. 
Lembrem-se do macete: LIMPE - L (legalidade), I (impessoalidade), M (moralidade), P 
(publicidade) e E (eficiência). 
 
02. Resposta: A. 
Princípio da continuidade: via de regra, os serviços públicos não podem ser interrompidos, não 
podem ser paralisados. Exemplo da exceção é a INADIMPLÊNCIA. 
Princípio da impessoalidade: abrange os princípios da finalidade (a administração pública deve 
buscar a satisfação do interesse público) e isonomia (tratar os iguais de maneira igual e os desiguais de 
forma desigual). 
Princípio da moralidade: O administrador deve respeitar aos princípios éticos. Sendo assim, deve 
cumprir seu dever funcional de acordo como manda a lei, respeitando a moralidade administrativa. 
 
03. Resposta: D. 
O princípio da publicidade significa que a administração tem o dever de manter plena transparência de 
todos os atos que praticar e de todos os seus comportamentos, inclusive de oferecer informações que 
estejam armazenadas em seus bancos de dados, quando sejam solicitadas, em razão dos interesses que 
ela representa quando atua. 
 
04. Resposta A. 
A Administração Pública tem como fim a realização do bem comum, atendendo ao interesse da 
coletividade, desde a proteção das fronteiras, segurança da paz, até as mínimas necessidades comuns 
das pessoas. 
 
05. Resposta: Certo. 
O Princípio da PUBLICIDADE apresenta uma dupla acepção em face do sistema decorrente da CF/88, 
a saber: 
A - exigência de publicação oficial, como requisito de eficácia, dos atos administrativos que devam 
produzir efeitos externos e dos atos que impliquem ônus para o patrimônio público; 
B - exigência de transparência da atuação administrativa. 
 
06. Resposta: A. 
CF/88 Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...] 
Legalidade 
Impessoalidade 
Moralidade 
Publicidade 
Eficiência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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. 10 
 
 
Probidade Administrativa 
 
DEVERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO 
 
Os poderes que são conferidos ao administrador público dentro dos órgãos públicos são espécies de 
deveres administrativos. Enquanto no setor privado os deveres não passam de mera faculdade, no setor 
público se trata de um compromisso para com a humanidade, em virtude do cargo que exercem. 
 
Entre os deveres mais citados pela doutrina está o de dever de probidade. 
 
- Dever de Probidade: uma das mais importantes condutas a ser praticada pelo administrador diz 
respeito a probidade. Com efeito, além de estar consolidada na Lei, a conduta dos agentes públicos deve 
ser honesta, respeitando a noção de moral administrativa e em seio social. 
 
Tem força de status constitucional, conforme se vê no § 4º, art. 37 da Carta Magna, verbis: 
 
Os atos de improbidade importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a 
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo 
da ação penal cabível. 
 
DISCRICIONARIEDADE: CONCEITO E LIMITES 
 
Antes de mais nada é importante conceituar o que é discricionariedade. Nas palavras de Celso Antônio 
Bandeira de Mello, discricionariedade é à margem de "liberdade" que remanesce ao administrador para 
eleger, segundo critérios consistentes de razoabilidade, um, dentre pelo menos dois comportamentos, 
cabíveis perante cada caso concreto, a fim de cumprir o dever de adotar a solução mais adequada à 
satisfação da finalidade legal, quando, por força da fluidez das expressões da lei ou da liberdade conferida 
no mandamento, delanão se possa extrair objetivamente uma solução unívoca para a situação vertente4. 
 
Diante de tal conceito, o que se pode notar é que a noção de discricionariedade oferece uma certa 
autonomia, de forma liberal, para alguma autoridade. Significa dizer que atuar discricionariamente é 
proceder, no exercício de uma atividade, de forma racional e proporcional, com liberdade para optar pela 
melhor atuação em face da situação concreta que se apresenta, sempre visando satisfazer o bem comum. 
Assim sendo, a discricionariedade implica em escolher, entre todas as possibilidades, buscando 
atender o interesse público daqueles que estão sob sua atribuição e competência. 
 
No que se referem aos limites da atividade discricionária da Administração Pública, é preciso 
consignar que no exercício de suas funções, a autoridade deverá atuar baseada na norma jurídica, mas 
também tendo em vista todo o ordenamento jurídico. Desta forma, a discricionariedade será sempre 
relativa. 
A atividade da Administração Pública como um todo é regida pelos princípios administrativos, que 
antes de tudo são princípios constitucionais e regerão toda a atividade legislativa e administrativa. 
A atividade discricionária deverá ser pautada pelo princípio mestre que é o Princípio da Legalidade, 
o que implica dizer que os atos administrativos não podem ultrapassar a linha do razoável, ou seja, não 
podem sem praticados sem nenhuma restrição. Reafirmando tal proposição, afirma Mello Neto5: 
indiscutivelmente o princípio constitucional capital da legalidade deve servir de referencial maior para a 
Administração Pública. Entrementes, entendemos que muito mais que a mera conformação do atuar da 
Administração Pública com a norma posta, o dito princípio deve ser visto, a bem da cidadania, como um 
instrumento de verificação da conformidade do funcionamento da máquina estatal com o Direito. 
Caberá ao Judiciário o poder/função de controlar a legalidade dos atos discricionários, uma vez que 
esta é assegurada à Administração Pública dentro dos limites do ordenamento jurídico, como já afirmado 
acima. 
 
4 MELLO, Celso Antônio Bandeira apud CAMPOS, Alinaldo Guedes. Discricionariedade administrativa: limites e controle jurisdicional, Disponível 
em:http://jus.com.br/artigos/6587/discricionariedade-administrativa/2#ixzz3buKp5waV, Acesso em: 02/06/2015. 
5 MELLO NETO apud CAMPOS, Alinaldo Guedes. Discricionariedade administrativa: limites e controle jurisdicional, Disponível 
em:http://jus.com.br/artigos/6587/discricionariedade-administrativa/2#ixzz3buKp5waV, Acesso em: 02/06/2015 
Probidade e Discricionariedade Administrativa. 
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. 11 
Ou princípio de grande importância sob a luz do qual os atos discricionários deverão se pautar é o 
Princípio da Moralidade, o qual se refere à probidade da Administração Pública, pois os atos não só 
precisam estar dentro da legalidade, mas precisam ser moralmente aceitos. 
A moralidade deve sempre estar na intenção do agente ao utilizar-se de meios que levarão à 
consecução do bem comum, ou seja, a Administração precisa pautar-se, continuamente, pela ética. Este 
princípio é mais um dos componentes que delineiam uma das bordas da esfera limitativa da discrição 
administrativa como uma prerrogativa, jamais como mera tradução de "Poder"6. 
Portanto, pode-se inferir que a discricionariedade é uma prerrogativa jurídica conferida ao gestor 
público e os limites desta são os princípios constitucionais e os demais princípios legais, além do próprio 
interesse coletivo. Além disso, a Função jurisdicional atuará no controle dos atos emanados na atividade 
estatal discricionária, realizando a aplicação correta e precisa da intensão da lei. 
 
 
 
Orçamento Público 
 
Orçamento é um dos mais antigos e tradicionais instrumentos utilizados na gestão dos negócios 
públicos, sendo concebido inicialmente como um mecanismo eficaz de controle parlamentar sobre o 
Executivo. Ao longo do tempo, sofreu mudanças no plano conceitual e técnico (aspectos jurídico, 
econômico, financeiro, de planejamento e programação, gerencial e controle administrativo, por exemplo) 
para acompanhar a própria evolução das funções do Estado. 
Os primeiros Orçamentos de que se têm notícia eram os chamados orçamentos tradicionais, que se 
importavam apenas com o gasto. Eram meros documentos de previsão de receita e autorização de 
despesas sem nenhum vínculo com um sistema de planejamento governamental. Simplesmente se fazia 
uma estimativa de quanto se ia arrecadar e decidia-se o que comprar, sem nenhuma prioridade ou senso 
distributivo na alocação dos recursos públicos. 
Era compreendido como uma peça que continha apenas a previsão das receitas e a fixação das 
despesas para determinado período, sem preocupação com planos governamentais de desenvolvimento, 
tratando-se, assim, de mera peça contábil-financeira. Tal conceito se revela ultrapassado, pois a 
intervenção Estatal na vida da sociedade aumentou de forma acentuada e, com isso, o planejamento das 
ações do Estado é imprescindível. 
A história divide a evolução conceitual do Orçamento Público em duas fases: o Orçamento tradicional 
e o Orçamento moderno. Até o século XIX, o s doutrinadores consideram que perdurou o Orçamento 
Tradicional, que, é marcado pelo controle político (orçamento como instrumento de controle) cuja 
preocupação seria controlar os gastos públicos. Os gastos públicos eram vistos como um mal necessário. 
A partir dos primórdios do século XX, tendo como indutor os EUA, desenvolveu-se na Administração 
Pública a preocupação em ser mais eficiente, visando promover o desenvolvimento econômico e social. 
O orçamento, antes era considera do um mero demonstrativo de autorizações legislativas e que não 
atendia as necessidades, passou a ser visto como algo mais que uma simples previsão de receitas ou 
estimativa de despesa. Este passaria a ser considerado como um instrumento de administração visando 
cumprir os programas de governo. 
Desta forma, o Orçamento evoluiu ao longo da história para um conceito de Orçamento-programa, 
segundo o qual o Orçamento não é apenas um mero documento de previsão da arrecadação e 
autorização do gasto, que além de conter a previsão de receitas e a estimativa de despesas a serem 
realizadas por um governo, em um determinado exercício financeiro mas um documento legal, que 
contém programas e ações vinculados a um processo de planejamento público, com objetivos e metas a 
alcançar no exercício (a ênfase no Orçamento-programa é nas realizações do Governo). 
 
O orçamento é utilizado hodiernamente como instrumento de planejamento da ação governamental, 
possuindo um aspecto dinâmico, ao contrário do orçamento tradicional já superado, que possuía caráter 
eminentemente estático. 
Apesar de todas as divergências existentes na doutrina, considera-se o orçamento como uma lei 
formal, que apenas prevê as receitas públicas e autoriza os gastos, não criando direitos subjetivos nem 
modificando as leis tributárias e financeiras. 
Sendo uma lei formal, a simples previsão de despesa na lei orçamentária anual não cria direito 
 
6 CAMPOS, Alinaldo Guedes. Discricionariedade administrativa: limites e controle jurisdicional, Disponível em:http://jus.com.br/artigos/6587/discricionariedade-
administrativa/2#ixzz3buKp5waV, Acesso em: 02/06/2015 
Orçamento Público: Conceito, Princípios Orçamentários. 
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subjetivo, não sendo possível se exigir, por via judicial, que uma despesa específica fixada no orçamento 
seja realizada. 
São listadas as seguintes características da lei orçamentária: 
a) lei formal – formalmente o orçamento é uma lei, mas, conformevimos acima, em vários casos ela 
não obriga o Poder Público, que pode, por exemplo, deixar de realizar uma despesa autorizada pelo 
legislativo; embora lei, em sentido formal não possui coercibilidade. 
b) lei temporária – a lei orçamentária tem vigência limitada. 
c) lei ordinária – todas as leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) são leis ordinárias. Os créditos 
suplementares e especiais também são aprovados como leis ordinárias. 
d) lei especial – possui processo legislativo diferenciado e trata de matéria específica. 
 
O orçamento compreende quatro aspectos fundamentais: 
a) o jurídico, que envolve a natureza do ato orçamentário quanto aos direitos e obrigações que ele 
gera à Administração, aos agentes públicos e aos administrados. 
b) o político, que indica para qual direção o poder político está atuando, isto é, qual necessidade 
coletiva entendeu ser de interesse público e usará, para sua satisfação, o serviço público mediante seu 
critério de gasto. 
c) o econômico, quanto às diretrizes econômicas e políticas fiscais adotadas em sua elaboração e 
que se tornarão postulados a serem seguidos. 
d) técnico-financeiro, estabelecendo metodologias e procedimentos administrativos e contábeis 
adotados à persecução dos fins do instrumento orçamentário. 
 
Os objetivos da política orçamentária são corrigir as falhas de mercado e as distorções, visando manter 
a estabilidade, melhorar a distribuição de renda, e alocar os recursos com mais eficiência. O Orçamento 
tem a função de também regular o mercado e coibir abusos, reduzindo falhas de mercado e 
externalidades negativas (fatores adversos causados pela produção, como poluição, problemas urbanos, 
dentre outros). 
O Estado intervém de várias formas no mercado, como através da política fiscal e da política monetária, 
com controle de preços, salários, inflação, dentre outros. São exemplos de instrumentos e recursos 
utilizados pelo Estado para intervir na economia: 
 
• Política Fiscal - envolve a administração e a geração de receitas, além do cumprimento de metas e 
objetivos governamentais no orçamento, utilizado para a alocação, distribuição de recursos e 
estabilização da economia. É possível, com a política fiscal, aumentar a renda e o PIB e aquecer a 
economia, com uma melhor distribuição de renda. 
• Política Regulatória - envolve o uso de medidas legais como decretos, leis, portarias, etc., expedidas 
como alternativa para se alocar, distribuir os recursos e estabilizar a economia. Com o uso das normas, 
diversas condutas podem ser banidas, como a criação de monopólios, cartéis, práticas abusivas, 
poluição, etc. 
• Política Monetária – envolve o controle da oferta de moeda, da taxa de juros e do crédito em geral, 
para efeito de estabilização da economia e influência na decisão de produtores e consumidores. Com a 
política monetária, pode-se controlar a inflação, preços, restringir a demanda, etc. 
 
O Orçamento Público funciona como um balizador na economia; existindo elevados investimentos 
governamentais no orçamento, provavelmente haverá reflexos na criação de empregos e aumento de 
renda; em contraposição, um orçamento restritivo em investimentos, provocará desemprego, 
desaceleração da economia e decréscimo no produto interno bruto. 
 
Dentre as funções consubstanciadas no Orçamento Público, destacamos: 
 
A função alocativa diz respeito a promover ajustamentos na alocação de recursos, justifica-se quando 
o funcionamento do mecanismo de mercado (sistema de ação privada) não garante a necessária 
eficiência na utilização desses recursos. Portanto, a utilização desse instrumento de atuação se efetiva 
em situações de “falha de mercado”, como, por exemplo, na presença de externalidades ou de bens 
públicos. 
 
A função distributiva, por sua vez, diz respeito a promover ajustamentos na distribuição de renda. 
Justifica-se seu emprego nos casos em que o resultado distributivo do mecanismo de ação privada não 
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. 13 
for considerado socialmente justificável ou desejado. Mais uma vez a justificativa está ligada à correção 
das falhas de mercado. 
 
A função estabilizadora, por fim, está associada à manutenção da estabilidade econômica, justificada 
como meio de atenuar o impacto social e econômico na presença de inflação ou depressão. Portanto, 
seu emprego gera estabilidade dos níveis de preço (combate às pressões inflacionárias), diminui os 
potenciais efeitos da depressão e mantém o nível de emprego (combate ao desemprego), tendo à 
disposição dois instrumentos macroeconômicos: a política fiscal e a política monetária. 
 
CLASSIFICAÇÃO/TIPOS/TÉCNICAS ORÇAMENTÁRIAS 
 
As técnicas orçamentárias também conhecidas como espécies ou tipos de orçamento, podem ser 
classificadas da seguinte forma: 
 
Orçamento Clássico ou Tradicional 
Era aquele onde constavam apenas a fixação da despesa e a previsão da receita, sem nenhuma 
espécie de planejamento das ações do governo. Era peça meramente contábil – financeira, um 
documento de previsão de receita e de autorização de despesas. 
Neste tipo de orçamento não havia preocupação com a realização dos programas de trabalho do 
governo, preocupando-se apenas com as necessidades dos órgãos públicos para realização das suas 
tarefas, sem se questionar sobre objetivos e metas. 
 
Orçamento de Desempenho ou por Realizações 
Uma evolução do orçamento clássico foi o chamado orçamento de desempenho em um contexto de 
Administração por Resultados. Neste tipo de orçamento, o gestor começa a se preocupar com o resultado 
dos gastos e não apenas com o gasto em si, ou seja, preocupa-se agora em saber “as coisas que o 
governo faz e não as coisas que o governo compra”. Apesar de ser um passo importante, o orçamento 
de desempenho ainda se encontra desvinculado de um planejamento central das ações do governo e, 
embora já ligado aos objetivos, não pode, ainda, ser considerado um orçamento-programa, visto que lhe 
falta uma característica essencial, que é a vinculação ao Sistema de Planejamento. 7 
Nesse tipo de orçamento, a ênfase era as coisas que o governo fazia, ou seja, o foco era, basicamente, 
nos resultados, com desvinculação entre planejamento e orçamento. 
Como objetivos do orçamento de desempenho podem ser citados a melhoria da priorização das 
despesas e o aprimoramento da eficiência técnica. Como meio de alcançar os objetivos realiza-se a 
vinculação de dotações orçamentárias a resultados, utilizando Informações de Desempenho (ID). Pode 
abranger todo governo ou ser setorial. 
Orçamento por desempenho leva tempo para ser realizado, uma vez que demanda um Sistema de 
Informações de Desempenho. Ressalta-se que este orçamento possui sua Contabilidade orientada por 
resultados. 
Outro ponto de destaque é que a capacitação é crucial, tanto para os ministros responsáveis pela 
gestão, como o Ministério da Fazenda e outras agências federais, sendo assim, requerendo grandes 
esforços de capacitação. Por fim, este orçamento de desempenho demanda reformas mais amplas, estas 
são cruciais e necessitam de muito compromisso político. 
 
Orçamento – Programa 
Esse tipo de orçamento foi introduzido no Brasil pela Lei 4320/64 e do Decreto-lei 200/67 e funciona 
como um plano de trabalho, um instrumento de planejamento da ação do governo, pela identificação dos 
seus programas de trabalho, projetos e atividades, além do estabelecimento de objetivos e metas a serem 
implementados, bem como a previsão dos custos relacionados. 
 
A CF/88 implantou definitivamente o orçamento – programa no Brasil, ao estabelecer a normatização 
da matéria orçamentária pelo PPA, da LDO e da LOA, ficando evidente o extremo zelo do constituinte 
para com o planejamento das ações do governo. 
Alguns autores têm destacado as seguintes vantagens do orçamento-programa em relaçãoa métodos 
de elaboração orçamentária tradicionais: 
a) melhor planejamento de trabalho; 
b) maior precisão na elaboração dos orçamentos; 
 
7ENAP. Elaboração e Execução de Orçamento Público Disponível em: 
file:///C:/Users/professor/Downloads/Elabora%20o%20e%20Execu%20o%20de%20Oramento%20Pblico.pdf 
1332661 E-book gerado especialmente para ROSILENE FERNANDES DOS SANTOS
 
. 14 
c) melhor determinação das responsabilidades; 
d) maior oportunidade para redução dos custos; 
e) maior compreensão do conteúdo orçamentário por parte do Executivo, do Legislativo e da população 
em geral 
f) facilidade para identificação de duplicação de funções; 
g) melhor controle da execução do programa; 
h) identificação dos gastos e realizações por programa e sua comparação em termos absolutos e 
relativos; 
i) apresentação dos objetivos e dos recursos da instituição e do inter-relacionamento entre custos e 
programas; e 
j) ênfase no que a instituição realiza e não no que ela gasta. 
 
Em sua elaboração, o Orçamento-Programa tem uma lógica que o distingue de outros modelos. Essa 
lógica pode ser traduzida em fases que, ao serem cumpridas, dão ao orçamento-programa toda a sua 
peculiaridade. São elas: 
- Determinação da situação: identificação dos problemas existentes. 
- Diagnóstico da situação: identificação das causas que concorrem para o aparecimento dos 
problemas. 
- Apresentação das soluções: identificação das alternativas viáveis para solucionar os problemas. 
Estabelecimento das prioridades: ordenamento das soluções encontradas. 
- Definição dos objetivos: estabelecimento do que se pretende fazer e o que se conseguirá com isso. 
- Determinação das tarefas: identificação das ações necessárias para atingir os objetivos. 
- Determinação dos recursos: arrolamento dos meios: recursos humanos, materiais, técnicos, 
institucionais e serviços de terceiros necessários. 
- Determinação dos meios financeiros: expressão monetária dos recursos alocados. 
 
Candidato(a), demos algumas noções gerais, porém ressaltamos que abordaremos mais sobre 
o Orçamento-programa em seu tópico específico. 
 
Orçamento de Base Zero ou por Estratégia 
É um orçamento de baixo para cima, como se o orçamento estivesse sendo preparado pela primeira 
vez. Todos os gastos propostos devem ser revistos. A metodologia do OBZ não é adotada no Brasil, em 
nenhuma das unidades da Federação. 
O orçamento de base zero é uma metodologia orçamentária a qual exige que todas as despesas dos 
órgãos ou das entidades públicas, programas ou projetos governamentais sejam detalhadamente 
justificadas a cada ano, como se cada item de despesa se tratasse de uma nova iniciativa do governo. 
O foco principal do orçamento de base zero é o controle das despesas de capital (investimentos), ou 
seja, parte-se da premissa do que precisa ser feito e não o que seria bom ser feito. Assim sendo, o 
orçamento se torna o mais próximo possível da realidade. 
Essa espécie de orçamento consiste basicamente em uma análise crítica de todos os recursos 
solicitados pelos órgãos governamentais. Neste tipo de abordagem, na fase de elaboração da proposta 
orçamentária, questionar-se-ão as reais necessidades de cada área, sem compromisso com nenhum 
montante inicial de dotação. 
Os órgãos governamentais, por sua vez, deverão justificar anualmente, na fase de elaboração da sua 
proposta orçamentária, a totalidade de seus gastos, sem utilizar o ano anterior como valor inicial mínimo8. 
 
Orçamento Participativo 
Os orçamentos públicos nas democracias representativas são elaborados pelos poderes Executivo e 
Legislativo. Aliás, segundo os juristas especializados, a principal razão da existência do Legislativo na 
sua função precípua de representação popular, está na co-participação com o executivo na alocação dos 
recursos públicos por intermédio da elaboração dos orçamentos. O orçamento participativo incorpora a 
população ao processo decisório da elaboração orçamentária, seja por meio de lideranças da sociedade 
civil, seja por meio de audiências públicas ou por outras formas de consulta direta à sociedade. Trata-se 
de ouvir de forma direta as comunidades para a definição das ações do Governo para resolução dos 
problemas por elas considerados prioritários. É exercitado no Brasil em alguns estados da federação e 
em muitas Prefeituras. Na União, não tem sido aplicado, embora sejam feitas audiências públicas durante. 
 
 
8 ENAP. Elaboração e Execução de Orçamento Público Disponível em: 
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Tabela-resumo de Técnicas e Práticas Orçamentárias 
A tabela abaixo objetiva dar uma visão agregada das técnica orçamentárias vistas até aqui, bem como 
contempla outras práticas de elaboração orçamentária. 
 
Denominação Características Observações 
Orçamento 
Tradicional 
Processo orçamentário em que é 
explicitado apenas o objeto de gasto. 
Apresenta valores para as despesas 
com pessoal, material, serviços etc., 
sem relacionar os gastos a nenhuma 
finalidade (programa ou ação). 
Também é conhecido como 
Orçamento Clássico. 
Orçamento de 
Desempenho 
Processo orçamentário que apresenta 
duas dimensões do orçamento: 
- objeto de gasto; 
- um programa de trabalho, contendo as 
ações desenvolvidas. 
Enfatiza o desempenho organizacional 
Também conhecido como orçamento 
funcional 
Orçamento 
Programa 
Orçamento que expressa, financeira e 
fisicamente, os programas de trabalho de 
governo, possibilitando: 
a) a integração do planejamento com o 
orçamento; 
b) a quantificação de objetivos e a fixação 
de metas; 
c) as relações insumo-produto; 
d) as alternativas programáticas; 
e) o acompanhamento físicofinanceiro; 
f) a avaliação de resultados; 
g) a gerência por objetivos 
Originalmente, integrava o sistema de 
planejamento, programação e 
orçamentação introduzido nos 
Estados Unidos, no final da década 
de 1950, sob a denominação PPBS 
(Planning Programming Budgeting 
System) 
Orçamento 
Participativo 
Processo orçamentário que contempla a 
população no processo decisório, por 
meio de lideranças ou audiências públicas 
Existência de uma coparticipação do 
Executivo e Legislativo na elaboração dos 
orçamentos 
Transparência dos critérios e informações 
que nortearão a tomada de decisões 
Necessidade de um maior 
discricionariedade do governo na 
alocação dos gastos, a fim de que 
possa atender os anseios da 
Sociedade. 
Requer auto grau de mobilização 
social. 
Deve haver disposição do poder 
público em descentralizar e repartir o 
poder. 
Orçamento 
Base-Zero 
Processo orçamentário que se apoia na 
necessidade de justificativa de todos os 
programas cada vez que se inicia um 
novo ciclo orçamentário. 
Analisa, revê e avalia todas as despesas 
propostas e não apenas as das 
solicitações que ultrapassam o nível de 
gasto já existente. 
Abordagem orçamentária 
desenvolvida nos Estados Unidos, 
pela Texas Instruments Inc., durante 
o ano de 1969. Foi adotada pelo 
Estado da Geórgia (governo Jimmy 
Carter), com vistas ao ano fiscal 
de1973. 
Orçamento 
Incremental 
(ou inercial) 
Orçamento elaborado através de ajustes 
marginais nos seus itens de receita e 
despesa. 
Repetição do orçamento anterior 
acrescido da variação de preços 
ocorrida no período. 
Orçamento 
Com Teto Fixo 
Critério de alocação de recursos através 
do estabelecimento de um quantitativo 
financeiro fixo (teto), obtido mediante a 
aplicação de um percentual único sobre 
as despesas realizadas em determinado 
período 
Esse percentual único servede base 
para que os órgãos/unidades 
elaborem suas propostas 
orçamentárias parciais. 
Fonte: ENAP. Elaboração e Execução de Orçamento Público Disponível em: 
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Questões 
 
01. (DETRAN-RJ - Analista – Contabilidade – EXATUS) A história da evolução conceitual do 
Orçamento Público é dividida em duas fases, quais são elas? 
(A) Orçamento Tradicional e Orçamento Moderno. 
(B) Orçamento Conceitual e Orçamento Sustentável 
(C) Orçamento Original e Orçamento Evolutivo. 
(D) Orçamento Primário e Orçamento Vigente. 
 
02. (TRT - 18ª Região/GO - Técnico Judiciário - Área Administrativa – FCC) O Orçamento Público 
no Brasil. 
(A) é uma peça administrativa, de caráter indicativo, sem efeito legal. 
(B) é um instrumento de elaboração técnico-contábil que independe de negociações políticas entre 
esferas de poder. 
(C) tem sua proposição, aprovação e controle de execução como atribuições exclusivas de 
responsabilidade do Poder Executivo. 
(D) constitui-se em instrumento legal que estabelece as possibilidades de despesas do poder público, 
com base em estimativa de receita 
(E) é utilizado como ferramenta de política monetária a partir do controle dos padrões de investimentos 
dos entes financeiros privados. 
 
03. (Secretaria do Estado Planejamento e Gestão/DF – Auditor Fiscal Atividades Urbanas – 
FUNIVERSA) Com relação ao orçamento público, assinale a alternativa correta. 
(A) Tem a natureza jurídica de lei complementar. 
(B) O projeto da lei orçamentária é de iniciativa de qualquer um dos poderes. 
(C) A Lei n.º 4.320/1964 estabelece o regime de tramitação do projeto de lei orçamentária. 
(D) Sob o enfoque formal, tem natureza jurídica de lei anual. 
(E) É um instrumento que estima a despesa e fixa a receita. 
 
04. (TRF 1º REGIÃO – Analista Judiciário – Administrativa – FCC) Com relação aos tipos de 
orçamentos, considere as afirmativas abaixo: 
I. No orçamento de tipo tradicional há grande preocupação com a clareza dos objetivos econômicos e 
sociais que motivaram a elaboração da peça orçamentária. 
II. O orçamento base-zero exige a reavaliação de todos os programas cada vez que se inicia um novo 
ciclo orçamentário e não apenas as das solicitações que ultrapassam o nível de gasto já existente. 
III. O orçamento-programa considera os objetivos que o Governo pretende atingir, num prazo pré-
determinado. 
IV. O orçamento de desempenho não pode ser considerado um orçamento-programa, pois não 
incorpora o controle contábil do gasto e o detalhamento da despesa. 
V. No orçamento-programa a alocação dos recursos para unidades orçamentárias se dá com base na 
proporção dos recursos gastos em exercícios anteriores. 
 
Está correto o que se afirma SOMENTE em: 
(A) I e IV. 
(B) I, III e IV. 
(C) II, III e V. 
(D) I, III, IV e V. 
(E) II e III. 
 
05 – (CVM – Analista – Planejamento E Execução Financeira – ESAF) A abordagem orçamentária 
cujas principais características são a análise, revisão e avaliação de todas as despesas propostas e não 
apenas das solicitações que ultrapassam o nível de gasto já existente, de modo que todos os programas 
devem ser justificados cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário, denomina-se: 
a) orçamento tradicional. 
b) orçamento de base zero. 
c) orçamento de desempenho. 
d) orçamento programa. 
e) orçamento incremental. 
 
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06 - (TER MS – Analista Judiciário – Área Administrativa – CESPE) Acerca do orçamento público 
no Brasil, assinale a opção correta. 
a) A disposição dos três orçamentos que constituem a lei orçamentária anual – fiscal, seguridade social 
e orçamento de investimento das empresas – é, da mesma forma, estabelecida nas leis de diretrizes 
orçamentárias. 
b) A elaboração do orçamento anual desenvolve-se no âmbito do Sistema de Planejamento e de 
Orçamento Federal, cujo órgão central é o Ministério do Desenvolvimento Social. 
c) Assim como os temas orçamentários, a obrigatoriedade de se adotar sistematicamente o 
planejamento nas diversas esferas do governo tornou-se realidade com a Constituição de 1967. 
d) O plano plurianual constitui a síntese dos esforços de planejamento da União, não atingindo os 
demais entes da Federação. 
e) O orçamento anual constitui princípio orientador para a elaboração das diretrizes orçamentárias. 
 
07. (TJ-RR – Administrador – CESPE) Ao determinar o tipo e a quantidade de bens e serviços 
públicos que devem ser oferecidos, bem como o valor das contribuições de cada consumidor, o governo 
exerce sua função estabilizadora, mediante a aplicação de uma política monetária. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
08. (TRE-MS - Analista Judiciário - Área Administrativa – CESPE) Tendo em vista que as funções 
econômicas do Estado são os principais instrumentos de ação estatal na economia, assinale a opção 
correta. 
(A) A função estabilizadora ocorre, principalmente, nas situações em que o governo se utiliza do 
orçamento para a provisão de bens mistos. 
(B) Para o exercício da função estabilizadora, o governo tem à disposição dois instrumentos 
macroeconômicos: a política fiscal e a política monetária. 
(C) A função alocativa do governo justifica-se nos casos em que existe eficiência por parte do 
mecanismo de ação privada (sistema de mercado). 
(D) A função estabilizadora, que promove o ajustamento da distribuição de renda, visa o chamado ideal 
de Pareto, que preconiza a melhoria do indivíduo sem que a situação dos demais seja deteriorada. 
(E) Para o exercício da função distributiva, o governo tem um único instrumento, denominado imposto 
de renda progressivo por faixas de renda. 
 
Respostas 
 
01. Resposta: A. 
A história divide a evolução conceitual do Orçamento Público em duas fases: o Orçamento tradicional 
e o Orçamento moderno. Até o século XIX, o s doutrinadores consideram que perdurou o Orçamento 
Tradicional, que, é marcado pelo controle político (orçamento como instrumento de controle) cuja 
preocupação seria controlar os gastos públicos. Os gastos públicos eram vistos como um mal necessário. 
 
02. Resposta: D. 
O Orçamento Público contém a previsão de receitas e a estimativa de despesas a serem realizadas 
por um governo, em um determinado exercício financeiro. 
 
03 - Resposta “D” 
Lei Orçamentária Anual – LOA 
Orçamento Público O orçamento público é um instrumento de planejamento governamental onde são 
previstas as receitas e fixadas as despesas para um determinado período. 
Discute-se se ela é uma lei anual, entretanto, para a maioria dos autores, não existe tal dúvida, visto 
que essa lei, entre outras metas e prioridades administrativas, inclui as despesas de capital para o 
exercício financeiro subsequente e orientará a elaboração da lei orçamentária anual. 
Além do estabelecimento de metas e prioridades, deve a lei orçamentária dispor sobre a política de 
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento, procurando equilibrar as despesas com as 
receitas 
 
04. Resposta “E” 
Orçamento Base Zero: Processo orçamentário que se apoia na necessidade de justificativa de todos 
os programas cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário. 
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Analisa, revê e avalia todas as despesas propostas e não apenas as das solicitações que ultrapassam 
o nível de gasto já existente. 
Orçamento Programa: Orçamento que expressa, financeira e fisicamente, os programas de trabalho 
de governo, possibilitando: 
a) a integração do planejamento com o orçamento; 
b) a quantificação de objetivos e 
a fixação de metas; 
c) as relações insumo-produto;d) as alternativas programáticas; 
e) o acompanhamento físicofinanceiro; 
f) a avaliação de resultados; 
g) a gerência por objetivos 
 
05. Resposta “B”. 
Orçamento Base Zero: Processo orçamentário que se apoia na necessidade de justificativa de todos 
os programas cada vez que se inicia um novo ciclo orçamentário. 
Analisa, revê e avalia todas as despesas propostas e não apenas as das solicitações que ultrapassam 
o nível de gasto já existente. 
 
06. Resposta “A” 
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: 
I - o plano plurianual; 
II - as diretrizes orçamentárias; 
III - os orçamentos anuais. 
§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá: 
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da 
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; 
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a 
maioria do capital social com direito a voto; 
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da 
administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder 
Público. 
 
07. Resposta: ERRADO. 
A correta é a função Alocativa que diz respeito a promover ajustamentos na alocação de recursos, 
justifica-se quando o funcionamento do mecanismo de mercado (sistema de ação privada) não garante a 
necessária eficiência na utilização desses recursos. Portanto, a utilização desse instrumento de atuação 
se efetiva em situações de “falha de mercado”, como, por exemplo, na presença de externalidades ou de 
bens públicos. 
 
08. Resposta: B. 
A função estabilizadora, por fim, está associada à manutenção da estabilidade econômica, justificada 
como meio de atenuar o impacto social e econômico na presença de inflação ou depressão. Portanto, 
seu emprego gera estabilidade dos níveis de preço (combate às pressões inflacionárias), diminui os 
potenciais efeitos da depressão e mantém o nível de emprego (combate ao desemprego), tendo à 
disposição dois instrumentos macroeconômicos: a política fiscal e a política monetária. 
 
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS 
 
São premissas (ou regras) norteadoras de ação, a serem observadas no processo de elaboração, 
aprovação, execução e controle do orçamento, objetivando assegurar o cumprimento dos fins a que o 
mesmo se propõe. 
Os princípios orçamentários básicos para a elaboração, execução e controle do orçamento público, 
válidos para todos os poderes e nos três níveis de governo estão definidos na Constituição Federal de 
1988 e na Lei nº 4.320/1964, que estatui normas gerais de direito financeiro, aplicadas à elaboração e ao 
controle dos orçamentos. Eis os mais difundidos, sendo distribuídos, doutrinariamente, nas seguintes 
espécies: 
 
 
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Princípio da Unidade 
De acordo com este princípio previsto no artigo 2.º da Lei nº 4.320/1964, cada ente da federação 
(União, Estado ou Município) deve possuir apenas um orçamento, estruturado de maneira uniforme. 
Tal princípio é reforçado pelo princípio da “unidade de caixa”, previsto no artigo 56 da referida Lei, 
segundo o qual todas as receitas e despesas convergem para um fundo geral (conta única), a fim de se 
evitar as vinculações de certos fundos a fins específicos. 
O objetivo é apresentar todas as receitas e despesas numa só conta, a fim de confrontar os totais e 
apurar o resultado: equilíbrio, déficit ou superávit. 
Atualmente, o processo de integração planejamento-orçamento tornou o orçamento, necessariamente, 
multidocumental, em virtude da aprovação, por leis diferentes, de vários documentos (Plano Plurianual – 
PPA -, Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO - e Lei Orçamentária Anual – LOA), alguns de planejamento 
e outros de orçamento e programas. Em que pese tais documentos serem distintos, inclusive com datas 
de encaminhamento diferentes para aprovação pelo Poder Legislativo, devem, obrigatoriamente, ser 
compatibilizados entre si, conforme definido na própria Constituição Federal. 
O modelo orçamentário adotado a partir da Constituição Federal de 1988, com base no § 5.º do artigo 
165 da CF 88 consiste em elaborar orçamento único, desmembrado em: Orçamento Fiscal, da 
Seguridade Social e de Investimento das Empresas Estatais, para melhor visibilidade dos programas do 
governo em cada área. O artigo 165 da Constituição Federal define, em seu parágrafo 5.º, o que deverá 
constar em cada desdobramento do orçamento: 
 
“§ 5.º – A lei orçamentária anual compreenderá: 
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da 
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; 
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, 
detenha a maioria do capital social com direito a voto; 
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela 
vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e 
mantidos pelo Poder Público.” 
 
Princípio da Universalidade 
Segundo os artigos 3.º e 4.º da Lei nº 4.320/1964, a Lei Orçamentária deverá conter todas as receitas 
e despesas, o que possibilita um controle parlamentar sobre todos os ingressos e dispêndios 
administrados pelo ente público. 
 
“Art. 3.º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de 
crédito autorizadas em lei. 
Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de crédito por 
antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ativo 
e passivo financeiros. 
 
Art. 4.º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo 
e da administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o 
disposto no artigo 2.°.” 
 
Tal princípio se complementa pela “regra do orçamento bruto”, definida no artigo 6.º da Lei nº 
4.320/1964: 
 
“Art. 6.º. Todas as receitas e despesas constarão da lei de orçamento pelos seus totais, vedadas 
quaisquer deduções.” 
 
Princípio da Anualidade ou Periodicidade 
O orçamento deve ser elaborado e autorizado para um determinado período de tempo, geralmente um 
ano. No Brasil, o exercício financeiro coincide com o ano civil, conforme dispõe o artigo 34 da Lei nº 
4320/1964: 
 
“Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.” 
 
1332661 E-book gerado especialmente para ROSILENE FERNANDES DOS SANTOS
 
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Observa-se, entretanto, que os créditos especiais e extraordinários - autorizados nos últimos quatro 
meses do exercício - podem ser reabertos, se necessário, e, neste caso, serão incorporados ao 
orçamento do exercício subsequente, conforme estabelecido no § 3.º do artigo 167 da Carta Magna. 
 
Princípio da Exclusividade 
Tal princípio tem por objetivo impedir a prática, muito comum no passado, da inclusão de dispositivos 
de natureza diversa de matéria orçamentária, ou seja, previsão da receita e fixação da despesa. Previsto 
no artigo 165, § 8.º da Constituição Federal, estabelece que a Lei Orçamentária Anual não conterá 
dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a 
autorização para abertura de créditos suplementares e a contratação de operações de crédito, inclusive 
por antecipação de receita orçamentária (ARO), nos termos da lei. As leis de créditos adicionais também 
devem observar esse princípio. 
 
ATENÇÃO CANDIDATO(A)!!! 
Observe que o Princípio da Universalidade não considera as operações de crédito por antecipação da 
receita (ARO), já o Princípio da Exclusividade inclui a (ARO). 
Isso ocorre pois estes dois princípios

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