Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof.ª Luana Limoeiro Universidade Estácio de Sá DEFINIÇÕES Substância orgânica solúvel em solventes orgânicos não-polares (éter, clorofórmio, benzeno e alcanos) e insolúveis em solventes polares (água e álcool) Encontrado em plantas e animais Definidos pela operação física para isolar as moléculas Diferente das proteínas e dos glicídios – tamanho da molécula Biomoléculas – desempenham funções chaves no organismo Possuem mais ligações carbono-hidrogênio dentre as biomoléculas Embora não apresentem nenhuma característica estrutural comum Não são polímeros – a contrário das outras biomoléculas Não são repetições de uma unidade básica Geralmente ocorrem combinados como membros de outras classes de biomoléculas DEFINIÇÕES FUNÇÕES Desempenham várias funções biológicas: Reserva de energia – 1g = 9 kcal Armazenamento e transporte de combustível metabólico Origem á células mensageiras - hormônios Componente estrutural das membranas biológicas Homeotermia – manutenção da temperatura Podem funcionar como combustível alternativo à glicose Libera energia na oxidação dos ácidos graxos UTILIZAÇÃO Alimentação Óleos de cozinha, margarina, manteiga, maionese Sabor e textura aos alimentos Produtos manufaturados Sabões, resinas, cosméticos, lubrificantes Combustível alternativo Pesquisa UFBA – uso de azeite de dendê CLASSIFICAÇÃO Simples Formados por carbono, hidrogênio e oxigênio Ácidos graxos, triacilglicerol e cerídeos Complexos Além dos carbono, hidrogênio e oxigênio, possui outro componente Fosfolipídios, esfingolipídios Esteróides ÁCIDOS GRAXOS E TRIACILGLICERÓIS Maior parte da fração lipídica se encontra como ésteres do glicerol Somente uma pequena porção é constituída de ácidos carboxílicos livres Triacilgliceróis à temperatura ambiente Forma líquida – óleos Forma sólida – gordura Exemplos: óleo de amendoim, de oliva, de soja, de milho, de linhaça, manteiga, toucinho, sebo Ácido graxo + Glicerol = Triacilglicerol R geralmente são HC de cadeia longa Podem conter 1 ou mais ligações duplas Triacilglicerol típico: os 3 R são diferentes entre si ÁCIDOS GRAXOS E TRIACILGLICERÓIS Ácidos carboxílicos – obtidos por hidrólise das gorduras e dos óleos Geralmente tem cadeias ramificadas Número par de átomos de carbono Grupo carboxílico em uma ponta da molécula Ácidos graxos mais comuns contém 14, 16 ou 18 átomos de carbono Saturados – apenas ligações simples Insaturados – com até 4 ligações duplas Possibilidade de isômeros cis-trans Apenas as formas cis são encontradas na natureza ÁCIDOS GRAXOS E TRIACILGLICERÓIS NOME ÁTOMOS DE C FÓRMULA FONTE Ácido Butírico 04 C3H7COOH Manteiga Ácido Capróico 06 C5H11COOH Manteiga Ácido Caprílico 08 C7H15COOH Óleo de coco Ácido Cáprico 10 C9H19COOH Óleo de palma Ácido Láurico 12 C11H23COOH Óleo de coco Ácido Mirístico 14 C13H27COOH Óleo de noz-moscada Ácido Palmítico 16 C15H31COOH Triglicerídeos Ácido Esteárico 18 C17H35COOH Triglicerídeos Ácido Araquídico 20 C19H39COOH Óleo de amendoim Ácido Palmitoléico 16 (1) C15H29COOH Manteiga Ácido Oléico 18 (1) C17H33COOH Óleo de oliva Ácido Linoléico * 18 (2) C17H31COOH Óleo de linhaça Ácido Linolênico * 18 (3) C17H29COOH Óleo de linhaça Ácido Araquidônico* 20 (4) C19H31COOH Tecido nervoso As proporções dos ácidos graxos variam para cada tipo de gordura ÁCIDOS GRAXOS E TRIACILGLICERÓIS MÉTODOS DE ANÁLISE Métodos de Análise Extração com solvente a quente 1.Extração da gordura da amostra com solvente 2.Eliminação do solvente por evaporação 3.Gordura extraída é quantificada por pesagem Extração com mistura de solventes a frio Método de Bligh-Dyer Utiliza a mistura de três solventes: clorofórmio + metanol + água Extração da gordura ligada a outros compostos Liberar a gordura que está ligada a PTN e CHO Liberação feita por uma hidrólise ácida ou alcalina EXTRAÇÃO À QUENTE Mais eficiente quando o alimento é seco Preparação da amostra de forma a evitar a degradação lipídica Controle da temperatura e do tempo de exposição Tipos de solventes: Éter de petróleo e éter etílico Lácteos: usar mistura dos solventes EXTRAÇÃO À QUENTE A eficiência depende de alguns fatores: Natureza e tamanho da amostra Umidade da amostra Natureza do solvente Semelhança da polaridade da amostra / solvente Ligação do lipídio com outro nutriente Circulação do solvente através da amostra Velocidade do refluxo = penetração do solvente Quantidade relativa do solvente EXTRAÇÃO À QUENTE Tipos de equipamentos: Soxhlet • Extrator com refluxo de solvente • Extração intermitente • Somente amostras sólidas • Evita a decomposição da gordura, pela temperatura do solvente • Maior quantidade de solvente • Desvantagem da possível saturação do solvente Goldfish • Também utiliza extração com refluxo de solvente • Extração contínua, por isso é mais rápida • Somente amostras sólidas • Solvente muito quente, podendo levar à degradação do lipídio • Utiliza menos solvente EXTRAÇÃO À FRIO Possui uma série de vantagens em relação à extração à quente Extrai todas as classes de lipídios, inclusive os polares Como a extração é a frio, o extrato pode ser utilizado para outras determinações Pode ser usado em amostras secas ou úmidas Não necessita de equipamentos especializados e sofisticados EXTRAÇÃO POR HIDRÓLISE Hidrólise Ácida Processo de Gerber Usado para leite e produtos lácteos Precisa fazer a hidrólise da proteína Processo de Babcock Usado para leite e produtos lácteos Diferença na proporção amostra e solvente e na água Hidrólise Alcalina Rose-Gottlieb e Majonnier Eficiente em amostras com muito açúcar Bastante empregado em laticínios ÓLEOS E GORDURAS COMESTÍVEIS DEFINIÇÕES (Resolução CNPPA 22/77): Óleos ou Azeites ou Gorduras Vegetais Comestíveis: produtos alimentícios constituídos principalmente por triglicerídeos de ácidos graxos, obtidos unicamente de matérias-primas vegetais, através de processos tecnológicos adequados. Poderão conter pequenas quantidades de outros lipídios, tais como fosfatídeos, de constituintes insaponificáveis e de ácidos graxos livres, naturalmente presentes nos óleos vegetais ou nos azeites Óleos Vegetais: é o óleo obtido de sementes vegetais, através de processos tecnológicos adequados, envolvendo etapas de extração, refino e desodorização. Exemplos: algodão, canola, girassol, milho e soja Azeite de Oliva: é o produto obtido somente dos frutos da oliveira (Olea europaea L.), excluídos os óleos obtidos através de solventes ou processos de reesterificação e ou qualquer mistura de outros óleos. ÓLEOS E GORDURAS COMESTÍVEIS Azeite de Oliva Virgem: é o produto obtido do fruto da oliveira, somente por processos mecânicos ou outros meios físicos, em condições térmicas, que não produzam alteração do azeite, e que não tenha sido submetido a outros tratamentos além da lavagem, decantação, centrifugação e filtração. Óleos Mistos ou Compostos: são os produtos obtidos a partir da mistura de óleos de duas ou mais espécies vegetais. Óleos Vegetais e Gorduras Vegetais com especiarias: são os óleos e as gorduras vegetais adicionados de especiarias. ÓLEOS E GORDURAS COMESTÍVEIS Óleos e Gorduras Vegetais Modificados: são os produtos obtidos a partirde óleos ou gorduras submetidos a processos físicos ou químicos tais como fracionamento, hidrogenação ou interesterificação. Creme Vegetal: é o produto em forma de emulsão plástica ou fluida, constituído principalmente de água e óleo vegetal e ou gordura vegetal, podendo ser adicionado de outro(s) ingrediente(s). ÓLEOS E GORDURAS COMESTÍVEIS FUNÇÃO ALIMENTAR A maioria dos óleos e gorduras comestíveis é consumida como alimento Servem como importante fonte de energia Atuam como agentes lubrificantes Tem capacidade de aumentar a plenitude gástrica Retardamento da absorção Melhora a textura dos alimentos Melhora a textura dos alimentos Nos produtos de panificação pelo efeito de retenção de ar Contribui na palatabiliddae e “flavor” de um vasto grupo de alimentos Influenciando nas características sensoriais Funcionam como agentes de transferência de calor em alguns processos de cocção FUNÇÃO ALIMENTAR FONTES São constituintes essenciais de todas as formas vivas Para ser industrialmente aproveitada, a matéria- prima deve apresentar um conteúdo de óleo ou gordura superior a 12-15% Isso restringe muito o número de fontes viáveis de óleos e gorduras 1. Vegetais Sementes, polpas de certos frutos, germes de alguns cereais Mais importantes fontes de óleos Mais de 95% na produção mundial de óleos Soja, girassol, milho, algodão, babaçu, dendê 2. Animais terrestres Dentre as fontes comerciais mais importantes estão os suínos, bovinos e ovinos FONTES 3. Animais aquáticos São os chamados óleos marinhos Os mais importantes provém das sardinhas, arenques e baleias 4. Microorganismos Não é uma fonte comercial Certos fungos e leveduras podem produzir uma biomassa com 40-70% de gordura Estudos em andamento para viabilizar a comercialização desta gordura FONTES ALTERAÇÕES EM ÓLEOS E GORDURAS COMESTÍVEIS Rancificação É uma das principais alterações que sofrem os óleos e gorduras Pode ocorrer por hidrólise ou por oxidação 1. Hidrólise (Lipólise) Caracteriza-se pela liberação de ácidos graxos Ocorre mesmo à baixa temperatura, durante o processamento e armazenamento A causa pode ser de natureza química, autolítica e microbiana Hidrólise química: a) Todos os óleos e gorduras estão suscetíveis b) Ocorre principalmente quando a gordura é rica em ácidos graxos com quantidade inferior a 14 C c) Ocorre quando contém traços de água d) Catalisada pela luz e traços de metais pesados e) Responsável pela rancidez da margarina Hidrólise enzimática (autolítica) a) Ocasionada por lipases b) Condições ótimas de atuação: pH 7 e 37°C c) Ocorre também à temperatura ambiente ALTERAÇÕES EM ÓLEOS E GORDURAS COMESTÍVEIS d) Praticamente todos os tecidos animais contém lipase e) As sementes são muito ricas em lipases Hidrólise microbiana a) Fungos (principalmente Aspergillus niger) e bactérias ricas em lipases b) Ocorre a hidrólise dos alimentos gordurosos: ficam com alto teor de compostos nitrogenados e glicídios - ótimo meio de cultura Torna o alimento ácido devido a liberação de AG Alguns AG possuem odor e sabor muito desagradáveis. EX: ácido butírico (rancidez da manteiga), ácido láurico e ácido mirístico (gosto de sabão na manteiga e gordura de coco) Acidez titulável – controle de qualidade ALTERAÇÕES EM ÓLEOS E GORDURAS COMESTÍVEIS HIDRÓLISE QUÍMICA OU FÍSICA HIDRÓLISE ENZIMÁTICA, QUÍMICA OU FÍSICA ALTERAÇÕES EM ÓLEOS E GORDURAS COMESTÍVEIS 2. Oxidação Óleos e gorduras estão sujeitos à auto-oxidação Na prática, sempre envolve a presença de agentes catalíticos: pró-oxidantes, antioxidantes e luz Autocatálise: diz respeito a uma reação cuja velocidade aumenta com o tempo Formação de produtos catalisadores desta reação ALTERAÇÕES EM ÓLEOS E GORDURAS COMESTÍVEIS Polimerização Oxidação que ocorre a temperaturas que variam entre 200 e 300°C, na ausência de oxigênio Decomposição térmica e oxidativa de AG insaturados Formação de polímeros com hidroperóxidos, epóxidos, grupos carbonilas Ocorre em processos de fritura com temperatura acima de 200°C ALTERAÇÕES EM ÓLEOS E GORDURAS COMESTÍVEIS PRODUTOS DA POLIMERIZAÇÃO DO ÁCIDO LINOLÉICO 1- 2,4 decadienal 2 – ácido otacnóico 3 – 2,4 nonadienal 4 - 3-nonenal 5 – heptanal 6 – 2-heptanona 7 – ácido heptanóico 8 – 2-heptenal CLASSIFICAÇÃO DOS ÓLEOS COMESTÍVEIS Quando couber, nos seguintes grupos e tipos: 1. Óleos: classificados em 9(nove) Grupos, segundo o processo de obtenção ou procedimentos tecnológicos aplicados. 2. Azeites: o azeite será classificado em 8(oito) Grupos, segundo o processo de obtenção ou acidez. CLASSIFICAÇÃO - ÓLEOS Óleo Virgem: produto obtido por extração mecânica ou por outros meios físicos, excluída a dissolução com solvente orgânico, em condições sobretudo térmicas, que não impliquem em alterações do óleo e que não tenha sofrido outro tratamento além da lavagem, depuração por decantação, filtração, centrifugação e desmucilaginação, podendo ser consumido em seu estado natural. Óleo Prensado a Frio: produto obtido unicamente por processos mecânicos, como a extrusão ou prensa, sem a aplicação de calor e sem modificar a sua natureza original. Podem ser purificadas unicamente por lavagem, sedimentação(decantação), filtração e centrifugação Óleo Bruto: produto não comestível obtido por processo de extração mecânica ou por dissolução com solvente orgânico. Óleo Parcialmente Refinado ou Semi-Refinado: produto não comestível que após sua obtenção pelo processo de extração, foi submetido a etapas intermediárias de seu processamento tais como, a neutralização da acidez, degomagem e deceragem, conforme o caso. Óleo Degomado: produto que após sua obtenção pelo processo de extração, foi submetido a degomagem, visando a retirada de substâncias indesejáveis denominadas gomas. CLASSIFICAÇÃO - ÓLEOS Óleo Decerado: produto que após sua obtenção pelo processo de extração, foi submetido a deceragem, visando a retirada de substâncias indesejáveis denominadas ceras. Óleo Refinado: produto obtido pela refinação do óleo bruto ou virgem, ou do óleo semi-refinado ou dos óleos degomado e decerado Óleo ou Azeite Saborizado: produto obtido pela mistura de óleos ou azeites vegetais com condimentos, especiarias ou substâncias saborizantes, através de processos tecnológicos adequados CLASSIFICAÇÃO - ÓLEOS Óleo ou Azeite Misto ou Composto Alimentar: produto obtido a partir da mistura de dois ou mais óleos vegetais, ou de óleo mais azeite de oliva, através de processos tecnológicos adequados, refinados isoladamente ou em conjunto e que se apresentam líquidos a 25°C, devendo a quantidade mínima de qualquer óleo componente ser de 20% (g/100g). Para mistura com azeite de oliva, este deve estar na quantidade mínima de 15% (g/100g). CLASSIFICAÇÃO - ÓLEOS CLASSIFICAÇÃO DE AZEITES 1. Quanto ao processo de obtenção: Azeite Virgem de Oliva ou Azeite de Oliva Virgem: azeite obtido do fruto da oliveira unicamente por processos mecânicos ou outros meios físicos, particularmente em condições térmicas, que não levem a deterioração do azeite e que não tenha sido submetido a outro tratamento que não a lavagem, decantação, centrifugação e filtragem. Excluem-se os óleos obtidos por meio de solvente ou reesterificação e misturas com óleos de outra natureza. Azeite de Oliva Refinado: azeite de oliva obtido pelo refino do Azeite Virgem de Oliva, com acidez final, expressa em ácido oléico, não superior a 0,5g/100g.Azeite de Oliva: azeite de oliva constituído pela mistura de Azeite de Oliva Refinado com Azeite Virgem de Oliva Extra, Fino ou Comum. Não poderá ser misturado com o Azeite Virgem de Oliva Lampante. O produto deve ter acidez, expressa em ácido oléico, não superior a 1,5g/100g. Óleo de Bagaço e ou Caroço de Oliva Refinado: óleo refinado, obtido do Bagaço e ou Caroço de Oliva, com acidez, expressa em ácido oléico, não superior a 0,5g/100g CLASSIFICAÇÃO DE AZEITES 2. Quanto à acidez: Azeite Virgem de Oliva Extra ou Azeite de Oliva Extra Virgem: azeite virgem de oliva com acidez expressa em ácido oléico, não superior a 1,0g/100g. Azeite Virgem de Oliva Fino: azeite virgem de oliva com acidez expressa em ácido oléico, não superior a 2,0g/100g. CLASSIFICAÇÃO DE AZEITES Azeite Virgem de Oliva Comum ou Semi-Fino ou Corrente: azeite virgem de oliva com acidez expressa em ácido oléico, não superior a 3,3g/100g. O Azeite Virgem Comum, quando na sua forma pura, não poderá ser destinado diretamente para o consumidor final. O produto pode ser misturado com Azeite Refinado de Oliva para constituir o tipo comercial designado somente como Azeite de Oliva. Azeite Virgem de Oliva Lampante: azeite virgem de oliva com acidez expressa em ácido oléico, superior a 3,3g/100g. O Azeite Virgem de Oliva Lampante somente poderá ser destinado ao refino, não podendo usado para constituir mistura com azeite refinado e proibido a sua destinação diretamente ao consumidor final. CLASSIFICAÇÃO DE AZEITES DESCLASSIFICAÇÃO Torna o produto proibido para o consumo quando: Características sensoriais com resultado não característico ou anormal Elemento que caracterize fraude Misturas de outros óleos ou azeites não permitidos ou não identificados Presença de aditivos, aromas ou sabores em desacordo com a legislação específica em vigor Presença de resíduos e fragmentos de matérias estranhas Presença de contaminantes, resíduos de produtos fitossanitários e outras substâncias nocivas à saúde humana acima do limite estabelecido por legislação específica vigente REQUISITOS GERAIS Os produtos devem ser obtidos, processados, embalados, armazenados, transportados e conservados em condições que não produzam, desenvolvam e ou agreguem substâncias físicas, químicas ou biológicas que coloquem em risco a saúde do consumidor. Deve ser obedecida a legislação vigente de Boas Práticas de Fabricação Quando se tratar de mistura de azeite de oliva com óleo(s) de outra(s) espécie(s) vegetal(is), o percentual (%) de azeite de oliva deve ser declarado na designação do produto com o mesmo tamanho e destaque Para os óleos vegetais deve constar, em destaque e em negrito, a recomendação “Manter em local seco e longe de fonte de calor” ou expressão equivalente sobre a conservação do produto. Para os produtos acondicionados em embalagens transparentes, acrescentar “ao abrigo da luz”. REQUISITOS GERAIS Certificado de Classificação: Emitido pelo MAPA ou pelas pessoas jurídicas, devidamente credenciadas pelo mesmo, de acordo com a legislação vigente É o documento hábil para comprovar a realização da classificação, correspondendo a um determinado lote de produto classificado Só poderá ser emitido mediante a apresentação do Laudo de Análise Físico-Química, emitido por laboratório oficial ou credenciado Laudo deverá conter: análises realizadas com os respectivos resultados, motivos de (des)classificação e fraudes (quando houver) REQUISITOS GERAIS FRAUDE É toda alteração dolosa, de qualquer ordem ou natureza, praticada na classificação, no acondicionamento, no transporte e na armazenagem, bem como nos documentos de qualidade do produto A comercialização de óleos vegetais refinados em desacordo com o estabelecido na Legislação atual ÓLEOS REFINADOS CARACTERÍSITCAS DE IDENTIDADE MÉTODO ÓLEO DE ALGODÃO ÓLEO DE CANOLA ÓLEO DE GIRASSOL ÓLEO DE MILHO ÓLEO DE SOJA Densidade relativa 20°C 0,918-0,926 0,914-0,920 0,918-0,923 0,917-0,925 0,919-0,925 25°C 0,915-0,923 0,911-0,917 0,915-0,920 0,914-0,922 0,916-0,922 Índice de Refração 1,458-1,466 1,465-1,467 1,467-1,469 1,465-1,468 1,466-1,470 Índice de Saponificação 189-198 182-193 188-194 187-197 190-209 Índice de Iodo 99-119 110-126 10-143 103-128 120-143 Matéria Insaponificável g/100g (máximo) 0,3 2,0 1,5 2,8 1,5 ÁCIDO GRAXO NOMENCLATURA ÓLEO DE ALGODÃO ÓLEO DE CANOLA ÓLEO DE GIRASSOL ÓLEO DE MILHO ÓLEO DE SOJA C < 14 - < 0,1 ND < 0,4 < 0,3 < 0,1 C 14:0 Mirístico 0,4 - 2,0 < 0,2 < 0,5 < 0,1 < 0,5 C 16:0 Palmítico 17,0 - 31,0 2,5 - 6,5 3,0 - 10,0 9,0 - 14,0 7,0 - 14,0 C 16:1 Palmitoléico 0,5 - 2,0 < 0,6 < 1,0 < 0,5 < 0,5 C 18:0 Esteárico 1,0 - 4,0 0,8 - 3,0 1,0 - 10,0 0,5 - 4,0 1,4 - 5,5 C 18:1 Oléico 13,0 - 44,0 53,0 - 70,0 14,0 - 35,0 24,0 - 42,0 19,0 - 30,0 C 18:2 Linoléico 33,0 - 59,0 15,0 - 30,0 55,0 - 75,0 34,0 - 62,0 44,0 - 62,0 C 18:3 Linolênico 0,1 - 2,1 5,0 - 13,0 < 0,3 < 2,0 4,0 - 11,0 C 20:0 Araquídico <0,7 0,1 - 1,2 < 1,5 < 1,0 < 1,0 C 20:1 Eicosenóico < 0,5 0,1 - 4,3 < 0,5 < 0,5 < 1,0 C 22:0 Behênico < 0,5 < 0,6 < 1,0 < 0,5 < 0,5 C 22:1 Erúcico < 0,5 < 5,0 < 0,5 ND ND C 24:0 Lignocérico < 0,5 < 0,2 < 0,5 < 0,5 ND C 24:1 Tetracosenóico ND < 0,2 < 0,5 ND ND Quantidade em g/100g ÓLEOS REFINADOS COMPOSIÇÃO DOS ÁCIDOS GRAXOS CARACTERÍSTICAS ÓLEO DE ALGODÃO ÓLEO DE CANOLA ÓLEO DE GIRASSOL ÓLEO DE MILHO ÓLEO DE SOJA TIPO 1 TIPO 2 TIPO 1 TIPO 2 TIPO 1 TIPO 2 TIPO 1 TIPO 2 TIPO 1 TIPO 2 ASPECTO A 25°C * 1 * 1 * 1 * 1 * 1 * 1 * 1 * 1 * 1 * 1 ODOR E SABOR * 2 * 2 * 2 * 2 * 2 * 2 * 2 * 2 * 2 * 2 COR AMARELA - - - - - - - - 25 25 COR VERMELHA < 4,0 4,0 ≤ 5,0 < 2,5 2,5 ≤ 3,5 < 2,5 2,5 ≤ 3,5 < 3,5 3,5 ≤ 5,0 ≤ 2,5 ≤ 2,5 ACIDEZ LIVRE em g de ácido oléico/100g < 0,10 0,10 ≤ 0,20 < 0,10 0,10 ≤ 0,20 < 0,10 0,10 ≤ 0,20 < 0,10 0,10 ≤ 0,20 < 0,05 0,05 ≤ 0,10 INDICE DE PERÓXIDO em meq/kg ≤ 5,0 ≤ 5,0 ≤ 5,0 ≤ 5,0 ≤ 5,0 ≤ 5,0 ≤ 5,0 ≤ 5,0 ≤ 5,0 ≤ 5,0 SABÕES em mg/kg ≤ 15 ≤ 15 ≤ 15 ≤ 15 ≤ 15 ≤ 15 ≤ 15 ≤ 15 ≤ 15 ≤ 15 * 1 = LÍMPIDO E ISENTO DE IMPUREZAS / * 2 = ODOR E SABOER CARACTERÍSTICOS ÓLEOS REFINADOS CARACTERÍSITCAS DE QUALIDADE MÉTODO AZEITE VIRGEM EXTRA AZEITE VIRGEM AZEITE VIRGEM COMUM AZEITE REFINADO AZEITE VIRGEM LAMPANTE Densidade relativa 20°C 0,910 - 0,916 0,910 - 0,916 0,910 - 0,916 0,910 - 0,916 0,910 - 0,916 25°C 0,907 - 0,913 0,907 - 0,913 0,907 - 0,913 0,907 - 0,913 0,907 - 0,913 Índice de Refração 1,4677 - 1,4705 1,4677 - 1,4705 1,4677 - 1,4705 1,4677 - 1,4705 1,4677 - 1,4705 Índice de Saponificação 184-198 184-196 184-196 184-196 184-196 Índice de Iodo 75 - 94 75 - 94 75 - 94 75 - 94 75 - 94 Matéria Insaponificável g/100g (máximo) 1,5 1,5 1,5 1,5 NA AZEITES CARACTERÍSITCAS DE IDENTIDADE ÁCIDO GRAXO NOMENCLATURA AZEITES C 14:0 Mirístico 7,5 - 20,0 C 16:0 Palmítico 0,3 - 3,5 C 16:1 Palmitoléico < 0,5 C 18:0 Esteárico 55,0 - 83,0 C 18:1 Oléico 3,5 - 21,0 C 18:2 Linoléico = 0,9 C 18:3 Linolênico = 0,6 C 20:0 Araquídico = 0,4 C 20:1 Eicosenóico = 0,2 C 22:0 Behênico = 0,2 C 24:0 Lignocérico = 0,05 Quantidade em g/100g AZEITES COMPOSIÇÃO DOS ÁCIDOS GRAXOS CARACTERÍSTICAS AZEITE VIRGEM EXTRA AZEITE VIRGEM AZEITE VIRGEM COMUM AZEITE REFINADO AZEITE AZEITE VIRGEM LAMPANTE ASPECTO A 25°C * 1 * 1 * 1 * 1 * 1 * 1 ODOR E SABOR * 2 * 2 * 2 * 2 * 2 * 2 COR * 3 * 3 * 3 * 3 * 3 * 3 ACIDEZ LIVRE em g de ácido oléico/100g = 1,0 = 2,0 = 3,3 = 0,5 =1,5 = 3,3 INDICE DE PERÓXIDO em meq/kg Máximo 20 Máximo 20 Máximo20 Máximo 5 Máximo15 NA SABÕES em mg/kg - - - - - - * 1 = LÍMPIDO E ISENTO DE IMPUREZAS / * 2 = ODOR E SABOER CARACTERÍSTICOS * 3 = CARACTERÍSTICA DO PRODUTO AZEITES CARACTERÍSITCAS DE QUALIDADE Azeite de oliva virgem Máximo 0,20 Azeite de oliva Máximo 0,15 Azeite de oliva refinado Máximo 0,10 Óleo de bagaço refinado Máximo 0,10 Matéria Volátil a 105°C – g/100g Azeite de oliva virgem Máximo 0,10 Azeite de oliva Máximo 0,07 Azeite de oliva refinado Máximo 0,05 Impurezas Insolúveis – g/100g AZEITES CONTAMINANTES ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS Acidez É definida como a quantidade de mg de KOH necessária para neutralizar os AG livres contidos em 1g de óleo ou gordura IA = V x fc x Eqg KOH p Índice de Refração Apresenta pequenas variações, sendo utilizado como índice de identidade do produto, em função dos diferentes poderes de refringência, desviando com maior ou menor intensidade os raios luminosos que os atravessam IR = IR’ + K (T’-T) ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS Índice de Saponificação É definida como a quantidade de mg de KOH necessária para saponificar totalmente 1g de óleo ou gordura Indica indiretamente a quantidade em peso de AG obtidos após a saponificação, pois é inversamente proporcional ao peso dos AG presentes IS = (V – v) x 28 p 28 = mg de KOH neutralizados por 1mL de HCL 0,5N ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS Índice de Iodo É a medida do seu grau de insaturação II = (B – A) x fc x 1,27 p ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS Reação de Kreis Aponta rancidez do produto, pois é baseada em uma reação específica do aldeído epihidrico Valor de TBA = (A – B) x 50 p TBA = Teste do ácido tiobarbitúrico ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS Índice de Peróxido É o doseamento dos peróxidos formados inicialmente na oxidação lipídica IP = (n – n’) x N x 1000 p ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS ALTERAÇÕES DE ÓLEOS SUBMETIDOS À FRITURA CONSIDERAÇÕES GERAIS Fritura por imersão total – método eficiente pela rapidez Características principais deste processo: Alta temperatura Rápida transferência de calor Grande aceitação de alimentos submetidos ao processo de fritura Aspectos nutricionais importantes dos óleos de fritura: Envolvem o transporte das vitaminas lipossolúveis Fornecimento dos ácidos graxos essenciais Precursores dos eicosanóides Grande aporte energético Ampla aceitação pelas diversas classes sociais Durante o processo de fritura os óleos são expostos a vários fatores que levam a várias reações químicas como: Hidrólise – umidade proveniente do alimento Oxidação Polimerização da molécula de triacilglicerol ALTERAÇÕES DE ÓLEOS SUBMETIDOS À FRITURA OXIDAÇÃO Pode ser acelerado: Na presença de contaminantes Ex: metais que apresentam mais de um estado de valência (cobalto, cobre, ferro) – originários da terra onde a semente foi cultivada Afetam a taxa de oxidação: Quantidade de ligações duplas na molécula do ácido graxo Posição e geometria das duplas ligações Os isômeros cis são mais susceptíveis à oxidação que os isômeros trans Taxa de oxidação é independente da pressão do oxigênio, quando o fornecimento de oxigênio é ilimitado A taxa de oxidação aumenta de acordo com a área superficial onde os óleos e gorduras são expostos Com o aumento da temperatura a taxa de concentração do oxigênio de torna menos influente O oxigênio é menos solúvel em temperaturas elevadas OXIDAÇÃO MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DO ÓLEO DE FRITURA Há 2 fatores benéficos quanto à manutenção da qualidade dos óleos de fritura: Vapor formado a partir da umidade do alimento arrasta subprodutos do processo de oxidação Reposição do óleo ou gordura durante o processo de fritura, que dilui os subprodutos do processo de oxidação DETERMINAÇÃO DO PONTO DE DESCARTE Importante impacto econômico: Maior custo quando descartado muito cedo Perda da qualidade do alimento quando descartado tardiamente Alguns fatores utilizados pelos restaurantes: Alteração da cor Presença de fumaça em temperaturas de fritura Presença de espuma Alteração do aroma e do sabor Avaliação dos aspectos sensoriais: A avaliação da deterioração se torna subjetiva e instável Método que fornece a medida mais segura do processo de deterioração – determinação dos compostos polares Métodos que fornecem indícios de início de oxidação – índice de peróxido e determinação de ácido graxos livres DETERMINAÇÃO DO PONTO DE DESCARTE FRITURAS POR IMERSÃO Existem 2 tipos Contínua e Descontínua Contínua – utilizada em indústrias Descontínua – utilizada em restaurantes Independente do tipo, o equilíbrio do calor em uma fritadeira é necessário para o preparo do alimento sem deixá-lo encharcado Equilíbrio de calor – relação entre o calor introduzido e o calor necessário Fritadeira: manter o calor de acordo com a demanda Exigência de calor – função de como é removida a umidade do alimento Através da evaporação da umidade por ebulição Adição do alimento na fritadeira – reduz a temperatura do óleo O sistema deverá restabelecer esta temperatura o mais rapidamente o possível Temperatura do óleo mantida durante o processo de fritura com uma evolução contínua do vapor FRITURAS POR IMERSÃO Temperatura de fritura – entre 160 e 200°C Baixa temperatura – tempo excessivo de contato do alimento com o óleo Alta temperatura – importante papel na formação de subprodutos lipídicos (monômeros cíclicos de ácidos graxos e isômeros geométricos de ácidos graxos) Pode levar a um ponto crítico não somente para a quantificação dos produtos formados como para a natureza destes componentes FRITURAS POR IMERSÃO Tempo de fritura (h) Ácidos graxos livres (%) Índice de peróxidos (meq/kg) Índice de refração (40°C) Compostos polares totais (%) 0,5 0,21 9,26 1,4684 16,24 1,5 0,21 8,47 1,4687 17,09 2,5 0,36 8,70 1,4690 21,69 3,5 0,46 10,70 1,4695 24,95 4,5 0,52 9,69 1,4700 31,18 5,5 0,62 26,37 1,4709 46,53 6,5 0,92 29,93 1,4716 54,77 7,5 1,10 33,63 1,4724 63,37 Tabela. Resultados médios das características físico-químicas dos óleo de girassol utilizado em frituras de batatas chips FRITURAS POR IMERSÃO REGULAMENTAÇÃO DO CQ DE ÓLEOS DE FRITURA POR IMERSÃO No Brasil não existe nenhum regulamento que defina legalmente o monitoramento de descarte de óleos no processo de fritura Existem normas que regulamentam a adequação de um óleo para o consumo, baseado em análises físico químicas para o controle da adequação – índice de iodo, índice de peróxido, índice de acidez Índice de iodo – depende da composição do óleo Seu uso se torna muito difícil, pois seria necessário um ajuste para cada tipo de óleo, tipo de interestificação e grau de hidrogenação Índice de peróxido – aplicável no estágio inicial da oxidação Durante o processo de fritura atinge o pico e depois declina Índice de acidez – é o parâmetro químico escolhido pela norma brasileira para controlar a qualidade de óleo de fritura REGULAMENTAÇÃO DO CQ DE ÓLEOS DE FRITURA POR IMERSÃO FDA – não estabeleceu regulamento para controle de óleos de fritura Não foi determinado que estes óleos fazem mal à saúde Contém um manual para assegurar práticas higiênicas e de operações adequadas para o processo de fritura Existem vários estudos queapontam estas alterações e mostram a necessidade de estabelecimento legal de normas de controle REGULAMENTAÇÃO DO CQ DE ÓLEOS DE FRITURA POR IMERSÃO TRANSFORMAÇÕES FÍSICAS E QUÍMICAS DA FRITURA As mudanças físicas incluem: Escurecimento Aumento da viscosidade Diminuição do ponto de fumaça Formação de espuma As mudanças químicas incluem: Hidrólise – formação de ácidos graxos livres, monoacilglicerol, diacilglicerol Oxidação – formação de peróxidos, hidroperóxidos, dienos conjugados, epóxidos, hidróxidos e cetonas Polimerização – decomposição em pequenos fragmentos Análises quantitativas e qualitativas Composição química do óleo Através de modernos equipamento analíticos TRANSFORMAÇÕES FÍSICAS E QUÍMICAS DA FRITURA Parâmetros de Avaliação da Qualidade de Óleo de Soja Utilizado para Fritura Lima, J. R.; Gonçalves, L. A. G., 1994 TRANSFORMAÇÕES FÍSICAS E QUÍMICAS DA FRITURA Tempo de fritura (h) Total saturados Total mono Total poli Total mono trans Total poli trans Não indentificados 0 15,24 22,69 59,90 0,00 2,10 0,07 10 17,38 23,89 52,95 2,10 3,26 0,22 20 18,94 24,75 46,61 6,35 3,08 0,27 30 21,01 25,95 40,45 9,11 3,11 0,37 40 22,59 26,67 35,54 11,99 2,97 0,24 50 23,26 26,64 32,58 14,27 2,85 0,40 Tabela: Composição de ácidos graxos (%) de óleo de soja em diversos tempos no processo de fritura de batata. Sanibal & Mancini-Filho, 2000 TRANSFORMAÇÕES FÍSICAS E QUÍMICAS DA FRITURA IMPLICAÇÕES NUTRICIONAIS Estudos nos efeitos anti-nutricionais dos óleos de frituras Durante a fritura há degradação termo- oxidativa Leva à modificações nutricionais Compostos formados na oxidação possivelmente interferem na ação da lipase Diminuição da digestibilidade Ácido graxo trans x nutrição Controvérsias através de estudos realizados Efeitos negativos no perfil de lipoproteínas Implicações desfavoráveis na ateroesclerose Afetam a disponibilidade dos ácidos graxos essenciais IMPLICAÇÕES NUTRICIONAIS
Compartilhar