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A prática reflexiva do professor em sala de aula

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UNIP – Universidade Paulista 
Educação a distância 
Curso: Pedagogia 
 
 
 
 
 
 
A PRÁTICA REFLEXIVA DO PROFESSOR EM SALA DE AULA 
 
 
 
 
 FALASCA, Roseli Aparecida Guerra 
 
 
 
 
 São Manuel-SP 
 2017 
1 
 
 Roseli Aparecida Guerra Falasca 
 
 
 
 
A Prática Reflexiva do Professor em sala de aula 
 
 
Orientadora: Alessandra Teixeira 
 
 
 
Trabalho Monográfico - Curso de Graduação - 
Licenciatura em Pedagogia, Apresentado à 
comissão julgadora da UNIP Interativa, sob a 
orientação da professora Alessandra Teixeira 
 
 
 
 
 
 
SÃO MANUEL-SP 
2017 
 
 
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 DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
A minha família, que suportou minhas ausências necessárias, 
mesmo estudando em casa; 
Aos professores pelo simples fato de estarem dispostos a ensinar, 
mesmo estando à distância; 
A todos que direta ou indiretamente fizeram parte desse 
longo caminho percorrido. 
A todos que passaram pela minha vida nesse período. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente a Deus por nos ter dado força 
de vontade para nunca desistir, apesar das 
dificuldades; 
A minha família, que com muita satisfação, 
digo que foram minha fonte de inspiração para realizar meu sonho; 
 
A todos os professores que de alguma forma 
contribuíram para esta conquista. 
 
Aos verdadeiros amigos que ganhei no 
decorrer deste período. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mesmo que se sinta só, 
 Continue sua jornada 
 Vá em frente, siga adiante 
 Prossiga sua caminhada! 
 
Ainda que cresçam as trevas, 
Que tudo ao seu redor fique escuro 
Mantenha a chama da fé, 
Tenha esperança no futuro! 
(G. Sanches) 
 
 
 
 
5 
 
 
RESUMO 
 
A formação do professor reflexivo é indispensável como forma de buscar vencer as 
dificuldades de atuação em sala de aula. Os Educadores devem participar da 
construção e do desenvolvimento de uma ação educativa consciente, que promova 
no aluno capacidades de criar soluções e respostas adequadas, ou seja, uma 
consciência cidadã. O trabalho tem por objetivo compreender a formação do 
professor e sua prática pedagógica, contribuindo com conhecimentos relevantes na 
área da educação. A prática reflexiva, cujos elementos principais são o 
conhecimento geral, não se trata de uma receita pronta e sim investigar os 
pressupostos que embasam a atual formação e prática do professor, procurando 
melhorar no processo de ensino-aprendizagem . Os passos metodológicos 
iniciaram-se com o levantamento da reflexão do professor em despertar no aluno o 
prazer de aprender e sua responsabilidade em utilizar-se das diferentes formas de 
comunicação em sala de aula, com o intuito de que todos os alunos aprendam de 
maneira significativa, mediando a construção do conhecimento com atividades 
lúdicas desafiadoras e criativas. Os resultados deste trabalho,divide-se em: 
Introdução- onde o problema e os objetivos são apresentados; no capítulo I – são 
apresentadas a reflexão do professor; no capítulo II - onde são apresentadas as 
referências teóricas sobre a análise; no capítulo III - seção que apresenta a 
metodologia do trabalho; e algumas considerações-seção que encerra o trabalho, 
apresentação da conclusão e possíveis encaminhamentos, com o intuito de 
despertar nos leitores o desejo de novas e mais aprofundadas pesquisas sobre o 
mesmo tema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palavra chave: A Prática Docente. Métodos Ensino/Aprendizagem. Educação 
6 
 
 
 
ABSTRATCT 
 
 
Reflective teacher‟s formation is indispensable as the way to get urnning difficulties 
of performance in classroom. Educators should participate of construction and 
development in na educational and concious action, which promote in the student 
capacities of creating solutions and proper answers, so a citzen consciousness. This 
paper has had the aim to understand teacher‟s formation and his pedagogical 
practice, contributing in relevant knowledge in education área. The reflective practice, 
whose main elements are the general knowledge, it isn‟t a prompt recipe and so to 
investigate the assumptions which base the current formation and practice of the 
teacher, trying to improve in the teaching-learning process. The methodologhical 
steps had started with the requirement of teacher‟s reflection in rousing in the student 
pleasure for learning and his responsability in using different ways of communication 
in the classroom, with the aim in which all the students learn at a significateve way, 
mediating the constructions of knowledge with playful, challenging and creative 
activies. The results of this paper divide in : introduction- where the problems and 
aims are introduced; chapter I – are introduced the teacher‟s reflection; chapter II - 
where the theoretical refereuces about analyse are introduced; chapter III – in this 
section it is introduced the methodology of the work and some considerations- this 
section closes the paper conclusion introduction and possible routings, with aim of 
rousing the readers the wish of new and deepened researches about the same 
theme. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Key words: The teacher practice.Teaching/Learning Methods.Education. 
 
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SUMÁRIO 
 
Introdução...................................................................................................................08 
Capítulo I – O professor e sua prática...................................................................... 11 
1. Professor – O profissional..................................................................................... 13 
1.1. O aperfeiçoamento é indispensável................................................................... 14 
1.2. O professor e a reflexão sobre a sua prática......................................................16 
1.3. A atuação do professor/educador.......................................................................18 
1.4. O Papel do professor.......................................................................................... 20 
1.5. A Relação professor e aluno...............................................................................22 
Capítulo II - A teoria e prática caminham juntas....................................................... 26 
2. O professor e a autonomia como principio............................................................ 26 
2.1. As teorias de aprendizagem e suas implicações na prática de ensino.............. 26 
2.2. Contribuições de Jean Piaget............................................................................. 28 
2.3. O pensamento de Lev Vygotsky......................................................................... 30 
2.4. Aprendizagem e Desenvolvimento: Diferenças entre Piaget e Vygotsky.......... 32 
2.5. A teoria das Múltiplas Inteligências.....................................................................33 
Capítulo III - Metodologia de Pesquisa...................................................................... 34 
3.Introdução...............................................................................................................35 
3.1. A abordagem qualitativa ................................................................................... 35 
3.2.Técnica de análise bibliográfica.......................................................................... 36 
Considerações Finais................................................................................................ 37 
Referências Bibliográficas......................................................................................... 39 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A presente pesquisa tem como objeto levar o professor a refletir sobre sua 
prática em sala de aula. Como melhorar a atuação do professor em sala de aula e o 
que fazer para aperfeiçoar-se. Para que o sucesso aconteça em todo o processo 
escolar, é necessário que os professores abandonem o sentimento de detentor do 
saber e, faça uma reflexão sobre a situação e os desafios que afetam a sua 
formação buscando por subsídios teóricos para a sua formação, tornando-se um 
professor-pesquisador. 
Nos dias de hoje, exercer uma atividade docente é muito diferente do que era 
há tempos atrás. Inúmeras mudanças ocorreram na sociedade e no mundo, tais 
inovações exigem profissionais cada vez mais capacitados humana e 
profissionalmente. A formação do professor reflexivo é indispensável como forma de 
buscar vencer as dificuldades de atuação em sala de aula. 
Os Educadores devem participar da construção e do desenvolvimento de uma 
ação educativa consciente, que promova no aluno capacidades de criar soluções e 
respostas adequadas, ou seja, uma consciência cidadã. Exercer este papel só é 
possível se o professor for um profissional reflexivo, agente de sua própria formação, 
e estimulador da formação do educando, mediando a construção do conhecimento 
com atividades lúdicas desafiadoras, criativas e significativas, possibilitando aos 
alunos tornarem-se sujeitos participantes, autônomos e críticos em relação ao 
contexto em que estão inseridos. Todos têm o direito a uma educação de qualidade. 
A qualidade se constrói no cotidiano escolar, não basta o professor ensinar bem, 
mas ensinar o que é necessário, tendo uma atitude prática e concisa em relação ao 
conteúdo a ser ministrado. 
O trabalho tem por objetivo compreender a formação do professor e sua 
prática pedagógica, contribuindo com conhecimentos relevantes na área da 
educação. A prática reflexiva, cujos elementos principais são o conhecimento geral, 
não se trata de uma receita pronta e sim investigar os pressupostos que embasam a 
atual formação e prática do professor, procurando melhorar no processo de ensino-
aprendizagem. O presente trabalho tem como objetivos específicos contribuir para a 
prática pedagógica do professor, ajudando-o a compreender a sua formação e a 
importância da prática reflexiva em sala de aula. 
9 
 
 
A realidade de nossos professores, não é fácil, pois com pouca remuneração, 
pouca disponibilidade de aperfeiçoamentos, o professor esta deixando de ser 
reconhecido pela sociedade e pelos pais que exigem uma educação de qualidade 
para seus filhos. Apesar de o governo ter um discurso de que a educação é 
prioridade, o que acontece não é bem isso, a educação continua sendo tratada com 
desrespeito e os profissionais da educação não são valorizados. 
Diante de alguns problemas enfrentados pelo professor, ainda há a 
responsabilidade de ensinar e educar, ensinar o que está na grade curricular e 
educar para a vida, como cidadãos críticos, capazes, enfrentadores de desafios. O 
conhecimento teórico é um grande aliado as nossas práticas, pois podemos misturá-
las com nossa experiência de vida e poder passar tanto um ensino e uma educação 
de qualidade. 
Um dos problemas enfrentados é a indisciplina. Através de nossa prática 
precisamos aprender a lidar com os alunos, e, também entender que um dia já 
fomos alunos, e a partir disso, passar a considerar que nossos alunos também têm 
sentimento e muitas vezes, a disposição para a aula, não é a mesma. Entender as 
aflições e confusões de nossos alunos faz parte de uma prática consciente, e, acima 
de tudo baseada no respeito e afeto. É a partir desta relação afetuosa que a 
transmissão de conhecimentos acontece, pois também há confiança entre professor 
e aluno. 
Para tanto, será realizado pesquisas bibliográfica acerca da atuação do 
professor reflexivo e da necessidade de aliar teoria e prática ao refletir sobre a 
docência. Por meio deste estudo, compreende-se que o professor reflexivo deve 
estar alicerçado em ações que compreendam a estreita relação entre teoria e 
prática, de modo a perceber a atuação docente, intervindo nela e ocasionando 
mudanças. 
Para tanto, principia-se, no Capítulo I, tratando da reflexão da prática docente; 
como ocorreram mudanças no mundo e na sociedade que estamos inseridos, tais 
mudanças exigem do profissional se capacitar tanto humana como profissionalmente 
em vários campos de atuação. Com isso houve a necessidade da docência 
reformular e questionar sua ação para atender as necessidades dos alunos. Para tal, 
é urgente uma mudança de postura dos profissionais da educação. A reflexão sobre 
a prática deve ser revista por todos os envolvidos no processo de ensino-
10 
 
 
aprendizagem. No Capítulo II, a teoria e prática devem caminhar juntas. O docente é 
alguém em contínuo aprendizado, por essa razão, defende-se a necessidade de 
formação de professores, para que reflitam sobre sua prática e o que fazem em sala 
de aula, como modificá-la e como planejá-la. 
Segundo Alarcão( 2005, p. 176): 
Sendo assim, o professor não será aquele que só transmite 
conhecimento, e sim, aquele que busca novas ferramentas que 
possibilitará novos recursos para que a aprendizagem ocorra de 
forma significativa. 
 
Sendo assim, o docente deve atuar como profissional reflexivo e não como 
um mero transmissor de conteúdos. Dessa forma, fica evidente a necessidade de 
adequar as teorias utilizadas em sala de aula com a realidade dos educandos. 
Para uma melhora de nossa prática, como professores, precisamos mergulhar 
a fundo nas Teorias das Inteligências Múltiplas de Gardner, para melhor 
entendermos a habilidade de cada um de nossos alunos, as teorias de 
comportamento de Piaget e Vygotsky, sempre atento para fazer de nossa prática, 
uma aula produtiva e fazer com que nossos alunos não somente sejam depositários 
de informações, mas sim, uma experiência para a preparação para a vida. 
Entendendo o desenvolvimento de nossos alunos, levando em conta suas 
experiências de vida, sem dúvida, teremos uma educação que caminha para o 
sucesso desse aluno, não somente na escola, mas preparando-o para um futuro 
cheio de conquistas e vitórias. 
Para tanto, será realizado pesquisas bibliográfica acerca da atuação do 
professor reflexivo e da necessidade de aliar teoria e prática ao refletir sobre a 
docência. Por meio deste estudo, compreende-se que o professor reflexivo deve 
estar alicerçado em ações que compreendam a estreita relação entre teoria e 
prática, de modo a perceber a atuação docente, intervindo nela e ocasionando 
mudança. No capítulo III, tratando da Metodologia da Pesquisa tem como objetivo 
mostrar do que se trata a abordagem qualitativa, o que é a técnica de análise 
bibliográfica e porque elas são as mais indicadas para a referente pesquisa. 
 
 
 
 
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Capítulo I O professor e sua prática 
 
Como educadores, além do compromisso de ensinar conceitos, devemos 
saber envolver os alunos e conseguir que sejam cooperativos e façam as tarefas, 
pois uma coisa é a competência pra expor um tema, outra é a habilidade ou 
competência para conquistar o interessedas crianças e envolve-las nas propostas 
de sala de aula. 
É no dia a dia da sala de aula, na escola, que vemos concretizar a produção 
de fracasso escolar, é onde criamos possibilidades para que o aluno possa 
apropriar-se de conhecimentos de forma a integrar-se com o mundo que o cerca, 
possibilitando a esse aluno a aquisição de uma consciência crítica que amplie a 
visão de mundo. 
D‟Ambrósio (1999, p.75), ao dissertar sobre a transmissão e a difusão do 
conhecimento como meta da educação afirma, que é muito importante na educação 
dar condições aos indivíduos para que possam desenvolver sua criatividade 
estimulando-os com situações novas e que sejam capazes de organizar suas 
experiências criando sequências de ações e de explicações. 
 O bom professor será aquele que além da competência, habilidade 
intelectual e equilíbrio emocional, tenha consciência e saiba respeitar as “diferenças 
individuais de seus alunos,” é necessário estimular e exercitar a capacidade de 
pensar do aluno, o pensar leva a prática consciente e eficiente. Somos todos 
diferentes com habilidade que nos tornam únicos. 
SER PROFESSOR É UM DESAFIO. 
Laranjeira (2000,p.29),defende em seu livro, de maneira empolgante, a 
constituição e consolidação de uma escola para a formação de professores,como 
alternativa para enfrentar a atual crise da educação: 
[...]Desenvolver, através do ensino as capacidades cognoscitivas dos 
alunos, é tarefa que o professor só desempenhará com sucesso se 
dominar o conhecimento sobre o processo de desenvolvimento do 
pensamento, ou seja, os meios da cognição. 
 
Os educadores de hoje tem enfrentado diversos problemas no desenvolver de 
seu trabalho, pois esta ocorrendo um descompasso entre os princípios e conceitos 
da nossa formação profissional com o público que lidamos hoje. Não podemos 
12 
 
 
ensinar um assunto hoje, do mesmo modo que era ensinado a uma ou duas 
décadas atrás. 
O professor é o responsável por trazer a cada assunto novidades para os 
alunos, ele é o responsável por despertar no aluno o prazer por sua matéria e o 
gosto por estudar. Na transmissão de um conteúdo no contexto da sala de aula, há 
professores que sabem fazê-los de forma agradável, comunicativa, com entusiasmo 
e competência. Os alunos, certamente, participam envolvem- se, sente-se incluídos, 
encantados e interessados. Por isso, é insuficiente como formação do professor 
apenas oferecer elementos teóricos ou lhe indicar boas leituras. É importante, 
também, analisar situações práticas. 
Para Freire (1996), ao refletir sobre os saberes necessários á prática 
educativo-criativo, fala: 
[...] O bom professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno 
até a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua sala é assim 
um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam e não 
dormem.( FREIRE, 1996, p. 96). 
 
Estamos cientes de que o momento atual é caracterizado pela mudança com 
a era tecnológica. Cabe a escola definir seu papel, repensar no seu modo de fazer 
escola. Na realidade o professor vem disputando a atenção e o tempo de seu aluno 
com a televisão, o vídeo game, o computador, a internet entre outros; tendo como 
armas as mesmas de gerações passadas, mas sem mudanças conceituais. 
A qualidade e a competência dos educadores tem sido a fala do momento, 
mas o perigo esta no “modismo”. Não existe receita, pois as situações são 
diversificadas. Muitos são os caminhos, cada professor pode encontrar sua fórmula, 
a que mais se adequa a sua prática. Entretanto o que se tem observado é um falso 
conhecimento, isto é, adotam-se tudo sem que se conheça profundamente este ou 
aquele método ou teoria. Mudar é difícil! 
Diante das descrenças que temos observados, onde o professor não acredita 
mais que pode ensinar e o aluno acreditando em não poder aprender questionamos 
e refletimos a postura do professor, seus meios como determinantes para postura de 
seu aluno. 
O professor não é mais importante que o aluno, ambos tem sua importância. 
A preocupação com o aluno a forma de relacionar-se com ele é fundamental para o 
sucesso pedagógico. O aluno é sensível e percebe quando o professor gosta de 
13 
 
 
ensinar e principalmente se gosta dele. Esse respeito mútuo facilita a aprendizagem 
e conseqüentemente levara ao sucesso de ambos. 
O presente trabalho está voltado ao professor e o refletir de sua prática. É 
necessário abordar a importância da formação continuada do professor enquanto 
profissional da educação, o repensar do seu papel de educador, a relação do 
professor/aluno e a busca pela autonomia de ambos. 
A necessidade de conhecer o desenvolvimento da criança e o processo de 
aprendizagem, isto é, como a criança aprende e então olhar as mesmas coisas com 
outros olhos. 
 
1.1 Professor – O profissional 
 
A realidade do professor brasileiro não é fácil, pois quase todos os 
profissionais, em nosso país, tem uma péssima remuneração e vem ocorrendo o 
empobrecimento dessa classe trabalhadora. 
É comum o relato de que o magistério esta em crise e responsabilizá-lo pelo 
fracasso da educação. Como sobreviventes cabe a nós professores a função de 
recriar um novo “mundo”, buscaremos em nós possibilidades vitais, muitas vezes 
adormecidas e cimentada em preconceitos. 
Nóvoa (1991,p.67), fala sobre o professor/profissional e aborda: 
A afirmação profissional dos professores é um percurso repleto de 
lutas e de conflitos, de hesitações e recuos. O Campo educativo esta 
ocupado por inúmeros atores (Estado, Igreja, família e outros) que 
sentem a consolidação do corpo docente como ameaça aos seus 
interesses e projetos. 
 
O professor a bem pouco tempo era um profissional reconhecido pela 
sociedade, era respeitado, seu prestígio social era elevado. A realidade hoje é outra, 
seu status “está em baixa”. O docente vem perdendo prestígio e seu “poder de 
autoridade” junto às instituições e junto à sociedade. 
A sociedade tem exigido um professor que desempenhe novas funções e 
papéis. Transformações tem ocorrido na construção de seu trabalho, ele é 
considerado um profissional cuja competência vai além da aplicação correta de 
métodos de ensino e do domínio de um conhecimento que deverá ser transmitido ao 
aluno. É importante que o professor seja capaz de criar meios para que o aluno 
14 
 
 
desenvolva as condições básicas para refletir, investigar e saber questionar. 
Devendo então buscar a qualificação profissional. 
Mas por outro lado, o discurso político continua o mesmo: “Educação é 
prioridade”, mas assim que assumem os governos, a Educação é tratada 
vulgarmente, é desrespeitada e nada se faz de concreto. Os professores como 
profissionais da educação não são valorizados. 
 Segundo Nóvoa (1991, p.72), na escola provavelmente é o lugar onde se 
concentra um maior número de pessoas qualificadas tanto no potencial cultural 
quanto no técnico científico. E afirma que não podemos desprezar a capacidade de 
desenvolvimento dos professores, pois um projeto de uma autonomia profissional 
responsável, pode preparar um novo ciclo na história dos autores envolvidos nas 
escolas e na história de sua própria instituição. 
O professor ao mesmo tempo em que é profissional professor é a pessoa 
professor; como profissional tem suas funções e obrigações e como pessoa ele 
sonha, deseja, corre riscos, vive em constante desafio, luta com seus limites. 
Quer queira quer não a vocação é um aspecto importante na decisão da vida 
profissional do professor, pois ao envolver-se com suas tarefas terá uma motivação 
que o leva a aperfeiçoar-se. 
Como profissional que leva a sério sua docência não se deixa abater, tem 
consciência de seu papele não atribui culpa aos fracassos ao tornar-se professor 
sabia das dificuldades, e é sabedor de que o que temos é a escola real. É ele o 
mediador entre o aluno e o conhecimento, é reflexivo, é comprometido com o 
processo educativo integrado no mundo de hoje, é responsável socialmente pela 
formação do cidadão e principalmente um eterno aprendiz, podendo ou não se 
tornar merecedor de estima e respeito. 
 
1.2 O aperfeiçoamento é indispensável 
 
O professor tem uma grande responsabilidade no ensino que é e deve ser a 
de promover o sucesso escolar, o ensino brasileiro nas últimas décadas tem sido 
submetido a várias tentativas para atualizar-se; mas a realidade hoje é que vivemos 
uma crise em nossas escolas. 
15 
 
 
Com a globalização e as constantes transformações, a escola não pode ficar 
alheia a uma série de acontecimentos diários e a sociedade vem ficando cada vez 
mais exigente quanto ao perfil do homem moderno e o governo não investe de forma 
suficiente e adequada, nós envolvidos que estamos no processo educativo 
percebemos a necessidade de transformar a prática pedagógica, a fim de garantir a 
qualidade. 
Qualidade esta que tem sido a fala relevante nos dias de hoje quando diz 
respeito à educação na busca pela melhoria técnica dos instrumentos e das 
metodologias dos profissionais que direta ou indiretamente atuam no processo 
educacional, devendo então ter uma formação e conhecimento que lhe permita agir 
de forma adequada sobre o comportamento facilitando o processo da aprendizagem. 
Como profissional o professor deve manter em constante formação a sua 
capacidade de reconstruir o conhecimento, analisando nosso cotidiano, 
questionando nossa prática individual, sempre alerta as transformações que ocorram 
dentro e fora da escola, não devemos e nem podemos ignorar a história social. 
É necessário informar-se do que se passa na sociedade, estar atualizado, 
participar de cursos, congressos, sempre com a finalidade de melhorar a própria 
competência prática na aula, em busca permanente de sua autonomia. 
Conforme nos apresenta Laranjeira (2000,p.53), devemos refletir sobre: 
[...] temos claro, portanto, que a mesma necessidade da qual carece 
o professor: saber como aluno aprende para saber como lhe 
ensinar, deve estar pressuposta por um programa de educação 
continuada: saber como o professor aprende para saber lhe ensinar. 
 
A autora nos mostra sua reflexão e sua preocupação é que o professor 
precisa saber como o aluno aprende para poder ensiná-lo e através da educação 
continuada, saber como o professor aprende para saber ensinar. A partir da 
reflexão, devemos estar preparados para lidar com problemas, habituados a agir 
com independência e assumir responsabilidades. É enganoso acreditar que a 
formação profissional termina quando se recebe o diploma. 
É dever do professor conhecer como funciona o processo ensino 
aprendizagem, pois o processo ensino aprendizagem se concretiza na relação entre 
professor e o aluno e deve ser com ele e a favor dele que a educação deve agir. 
Entre o professor e o aluno deveria existir uma interação que dá vitalidade e ritmo ao 
desenvolvimento intelectual desse aluno, o professor deve se voltar para os 
16 
 
 
interesses, aptidões e capacidades desse aluno, em outras palavras promover o 
sucesso do mesmo. 
Posso até mesmo afirmar que o sucesso reside muito mais no „como é feito‟ e 
„porque é feito „do que no „do que é feito‟. 
Enfocamos em Rios (2000,p.44), para reflexão: 
[...]Uma vez que a escola não tem sido nem eficiente nem eficaz, é 
necessário refletir para que se encontrem caminhos para sua 
transformação. Um deles é a visão crítica do educador sobre o seu 
papel enquanto um dos elementos que constituem o processo 
educativo. 
 
 A autora diz que é necessário que a escola repense sua prática e encontre 
caminhos para que ocorra mudanças no processo educativo. 
O conhecimento teórico aliado as experiências práticas nos proporciona a 
conquista da harmonia no relacionamento professor e aluno e assim promoverá uma 
educação que privilegie a diversidade, preocupados com a formação de um cidadão 
autônomo, crítico, flexível e adaptável. Uma educação voltada para o sucesso. 
Em Adeus professor, Adeus professora José Carlos Libâneo (1999, p.86) 
destaca a necessidade da reflexão sobre a prática para a apropriação de teorias, 
como marco para as melhorias das práticas de ensino. Tratando-se da formação do 
profissional crítico-reflexivo, na qual o professor é ajudado a compreender o seu 
próprio pensamento e refletir de modo critico sobre sua prática. Como professores, 
precisamos trabalhar de novas maneiras, não existem receitas prontas, deparamos 
sim com várias e novas técnicas e metodologias que podem se tornar, quando 
refletidas, em ferramentas na busca do conhecimento. 
 
1.3 O professor e a reflexão sobre sua prática. 
 
Para que se tenham condições de formar alunos críticos, o professor precisa 
exercitar o pensar de sua prática, questionar os acontecimentos em sala de aula, 
rever o que foi feito e o que há por fazer. Partindo dessa reflexão o professor 
interroga-se sobre sua prática e desenvolvimento da aprendizagem de seu aluno 
tendo então condições de chegar bem próximo de um ensino significativo tanto para 
ele como para o aluno. Sendo assim, um trabalho mais consciente. 
Em Para Onde Vai o Professor? de Celso dos Santos Vasconcelos (1996, p 
88-89) comenta a mudança de postura do professor dizendo: 
17 
 
 
[...] O que muda a realidade é a prática. Mas não qualquer prática. 
Aqui está o desafio. Se a prática pela prática resolvesse, nenhuma 
escola teria problema, pois está todo mundo envolvido em infinitas 
práticas... Carecemos, pois da prática para mudar a realidade, mas 
não de qualquer tipo. É necessário qualificá-la buscando a prática 
consciente e transformadora. 
 
 Celso mostra a importância dos envolvidos na escola repensar sobre sua 
prática para mudar a realidade, sendo essas práticas transformadora e qualificada. 
Deve estar bem claro para o professor que ele tem alunos que são diferentes 
e aprendem de formas diferentes, alunos distantes de nossas propostas sendo 
necessário adaptar as diferenças a nossa metodologia, nossa técnica e prática do 
dia a dia da sala de aula, partindo deste ponto fica mais fácil o ensinar, sendo mais 
flexíveis estaremos buscando adaptar as diferenças individuais de cada aluno. 
Temos ciência de que crianças abandonam a escola sem completar o ensino 
fundamental, que repetem ou são selecionadas para classes especiais. É claro 
também que são alunos que fracassam no inicio da escolarização e que acabam 
levando o rótulo. Na maioria das vezes são crianças que não se adaptam a escola 
que não considera a realidade das mesmas, atribuindo a elas a culpa pelo fracasso. 
O rótulo de fracasso acaba fazendo parte da vida dessas crianças que vão se 
comportando de acordo com as expectativas de que possuem um péssimo 
rendimento e que são incapazes. A fala dos professores é carregada de mitos em 
relação a estes alunos em muitas vezes discriminativas: pobres, desnutridos, de 
famílias separadas, crianças emocionalmente destruídas entre outros. 
É necessário que o professor não tenha preconceitos em relação ao aluno e 
perceba que o conteúdo transmitido deve partir da realidade desse aluno, de sua 
vivência, das experiências que tem, ou seja, uma escola que ensine, sobretudo a 
pensar e raciocinar e que devolva o juízo crítico, onde ser diferente não significa ser 
inferior. Um ensino reflexivo é aberto com ausência de preconceitos e mitos, sendo 
imparciale reconhecendo erros. Como desafio dessa prática reflexiva tem o pensar 
da culpa, ou seja, o fracasso. Quando o aluno fracassa refletimos e pensamos toda 
comunidade escolar. 
Paulo Freire (1996, p.43-44) na formação do professor, o momento 
fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática: 
[...] É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se 
pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico, 
18 
 
 
necessário à reflexão crítica, tem de ser de tal modo concreto que se 
confunda com a prática. 
 
 A importância da formação do professor é que o leve a pensar criticamente 
sobre a prática de hoje e de ontem para poder melhorar a próxima prática. 
O sucesso escolar está intimamente ligado ao processo de interação 
professor e aluno, cabendo ao professor proporcionar ao aluno condições para que 
este consiga o seu desenvolvimento e conseqüentemente a construção do 
conhecimento. É necessária então a prática desse professor, prática esta que só 
será obtida na relação rotineira com seus alunos, é a condição de ser do professor, 
aprendida a partir do convívio nas relações cotidianas de sala de aula, na busca 
pelas transformações e crescimento profissional. Pois o professor se forma a cada 
dia. 
 O que o professor diz e como é dito, afetam profundamente as relações 
professor e aluno e também influência diretamente o processo ensino 
aprendizagem. O comportamento do professor na sala de aula expressa suas 
intenções e crenças, seus valores, seus sentimentos. Comportamento este que afeta 
cada aluno individualmente. A importância da boa relação professor e aluno para o 
sucesso escolar é fundamental. 
 
1.4 A atuação do professor/educador. 
 
Enquanto educadores têm que ter consciência que, como agentes da 
construção do conhecimento, somos a ligação entre os alunos que aprendem e o 
conhecimento em si. Ensinar exige querer bem, exige respeito, bom senso e 
responsabilidade. Pois o conhecimento se constrói. Daí, a necessidade do aluno 
estar em condições de buscar a informação e o professor /educador deve ser o 
mediador no processo ensino aprendizagem. O professor ensina, mas também 
aprende. 
Segundo Alicia Fernandez em A Inteligência Aprisionada (1991, p.47) ressalta 
que para aprender, é necessário dois personagens: o que ensina e o que aprende. 
Há um vínculo que se estabelece entre ambos. Não é qualquer um que consegue 
fazer o indivíduo aprender, mas sim aquele que se tem confiança e direito de 
ensinar. 
19 
 
 
 Ainda afirma que o professor e o educador na sua ação são distintos e muitas 
vezes são confundidos e tomados como um só. Professor profissão tem aos montes, 
já o educador é vocação, possui um ideal. O ato de ensinar do professor (profissão) 
é regido pela realidade do sistema, sendo um mero funcionário, segue o ritmo da 
instituição e é preparado de forma que venha atender as necessidades do sistema. 
Ele apenas cumpre a sua função. O educador vive atento ao mundo a sua volta, 
compreende a realidade atual, tem comprometimento com o que faz, tem um 
conhecimento da área em que atua, realiza-se numa sala de aula, cresce mais 
rapidamente na instituição em que é docente, ele destaca-se. O aprender envolve 
pessoas, duas ou mais e qualquer variante em uma delas o resultado é modificado. 
A sociedade mudou e a escola precisa mudar e nós educadores precisamos saber 
que ser professor nos dias de hoje, exige qualidades, competências e habilidades, 
que devemos valorizar nossos alunos permitindo a estes a construção do 
conhecimento de acordo com suas habilidades e ritmos. O educador ajudará o aluno 
na sua caminhada e o mais importante não é o certo ou o errado e sim estar aberto 
para o aprender e buscar o conhecimento. 
Nada é perfeito, é errôneo imitar modelos de bons educadores, é claro que o 
exemplo é importante, nunca deverá ser esquecido, mais uma razão para nós 
professores tomarmos muito cuidado com os exemplos que passamos aos alunos, 
pois o professor não é o detentor da verdade. 
Hamilton Werneck em “Se Você finge que ensina, eu finjo que aprendo” 
(1999, p.71) observa que, ser professor é coisa muito séria. Não pode querer fazer a 
cabeça da maneira que nos interessa, não se deve querer direcionar os 
pensamentos, pois educar não é domesticar. 
 Diz ainda que educadores eliminem barreiras, encontrando suas próprias 
estratégias no sentido de vencer o desafio da construção do conhecimento, desafio 
voltado para que os alunos estejam dispostos a trabalhar com qualidade para 
aprender, pensar e criar. Deve ainda possuir a habilidade de construir um bom 
convívio social entre alunos de diferentes origens sócio-culturais. Todos sabem que 
existem diferenças no atuar do professor, convivemos com aqueles que não lêem, 
não escutam, não se qualificam e não buscam informações e esquecem que o 
professor ensina porque aprende. 
20 
 
 
José Carlos Libâneo em Adeus Professor, Adeus Professora (1999, p. 36) 
afirma que: 
[...] é certo, assim, que a tarefa de ensinar a pensar requer dos 
professores o conhecimento de Estratégias de ensino e 
desenvolvimento de suas próprias competências. Se o professor não 
dispõe de habilidade de pensamento, se não sabe aprender a 
aprender, se é incapaz de organizar e regular suas próprias 
atividades de aprendizagem, será impossível ajudar os alunos a 
potencializarem suas capacidades cognitivas. 
 
A atuação do professor deve a todo o momento ser repensada na sua prática, 
está claro nos dias de hoje que algo está errado dentro da sala de aula. Temos 
alunos que passam dias e anos em instituições que lhes oferecem muito pouco e o 
que vemos em muitos casos é que a repetência é uma constante, isto é, estes 
alunos fracassam. O papel do professor é então melhorar esse rendimento obtendo 
resultados positivo do aluno, ser comprometido com a qualidade do ensinar e com o 
sucesso desse aluno. 
 
1.5 O Papel do Professor 
 
[...] Nos últimos anos a Educação deixou de ser prioritária nos 
esquemas políticos, e o sistema escolar começou a entrar em 
falência, deixando de atingir as suas metas. Assim, os maiores 
prejudicados foram professores e alunos. (IÇAMI TIBA ,1998, p. 21) 
 
Para o autor o reconhecimento da importância do professor no desempenho 
do seu papel do educador não depende exclusivamente dele, depende também da 
escola enquanto instituição social e dos valores determinados pela comunidade a 
qual pertence, pois o professor exerce a sua profissão como parte de um grupo 
social fundamental dessa comunidade em que está inserido. O professor é um 
construtor de si mesmo e ao mesmo tempo constrói a história através de sua ação, 
já que sua prática está direcionada ao ensino aprendizagem, com educador 
devemos possuir algumas qualidades, pois professor é modelo para o educando e 
sua postura influencia a postura do aluno. Quando competente desperta no aluno o 
desejo de crescer, de aprender cada vez mais, de lutar e vencer, durante este 
caminhar para o sucesso caso o aluno fracasse, a escola fracassou e o professor 
também. Esse insucesso só será combatido diante do respeito às diferenças quando 
favorece a unidade na diversidade. 
21 
 
 
É, portanto, tarefa deste educador educar o nosso aluno como pessoa 
humana e prepará-lo para o exercício exemplar e pleno da cidadania. A sala de aula 
é um palco e o professor é o ator que precisa saber transmitir o que sabe 
reconhecer o que não sabe e ainda estimular o querer saber, ao professor cabe 
então o dever de conhecer como funciona o processo ensino aprendizagem. Para o 
sucesso do processo ensino aprendizagem é importante a competência e que a falado professor seja condizente com sua prática, professor este que tem como 
característica o relacionamento com o aluno. Pois é na sala de aula que ocorre a 
relação professor e aluno e é no ambiente da sala que todo dia o professor tem sua 
pratica, é onde seleciona conteúdos e onde transmite e recebe o afeto e o mais 
importante, e nesse clima que espera-se que o aluno forme-se e a educação 
aconteça. 
Pedro Demo em Educação e Desenvolvimento (1999, p.33) reflete sobre a 
relação professor e aluno dizendo: 
[...] É papel do professor fazer da aprendizagem a coisa mais 
agradável possível, sedutora e envolvente, mas nem por isso se 
pode deixar de reconhecer que a vida não é somente sedução. 
Trata-se da alegria do bom combate, não do bobo alegre. 
 
Já passou da época do professor que tinha como limite o ensinar, além dessa 
função o professor deve ser fundamentalmente o educador do aluno em todos os 
seus aspectos e dimensões estando ai a necessidade desse profissional requerer 
um preparo profissional adequado. A tarefa do professor é então a de caminhar no 
sentido de ajudar o aluno, a saber, orientar-se face aos problemas, despertar ainda 
nesse aluno o sentido critico e incutir no mesmo, valores que lhe permitam no futuro 
próximo atuar como cidadão consciente e humano nas suas atitudes. O ambiente 
escolar, a sala de aula e os tipos de relação que se dão neste espaço caracterizarão 
a escola e o papel do professor e seu compromisso com a transformação social. O 
professor tem seu papel não como um técnico que aplica à sua prática as teorias 
transmitidas pelo curso de formação, mas como um profissional que adquire e 
desenvolve conhecimentos a partir da prática e no confronto com as condições da 
profissão. 
Fica claro que devemos utilizar uma grande variedade de métodos de ensino 
para desenvolver as capacidades dos alunos. 
 
22 
 
 
1.6 A relação Professor e Aluno 
 
É evidente que professor e aluno se transformam e se reconstroem num fluxo 
continuo, o aluno que mantém um bom relacionamento com o professor parece mais 
apto aos estudos. 
A relação professor e aluno são importantes no processo de aprendizagem e 
de preferência ela deve ser amistosa e afetuosa de ambas as partes, no entanto 
deve estar bem definido ao aluno que o professor é a autoridade, não se aprende 
sem o mínimo de disciplina e organização na sala de aula. O comportamento do 
professor deve ser um referencial do aluno, 
O respeito entre o professor e o aluno deve ser cultivado no relacionamento. 
Terezinha Rios sobre o educador em Ética e Competência, na relação com o 
aluno afirma que não basta o professor quere ser democrático e cooperativo, e 
mostra que: 
[...] É no cotidiano de nossas praticas que estamos construindo a 
educação, que estamos fazendo história da educação brasileira. 
(...)É a partir do educador que temos que vemos caminhar para o 
educador que queremos ter. E a passagem do que se propõe como 
ideal, aquilo que ainda não temos, para o que é necessário e 
desejado, se faz somente pelo possível.(TEREZINHA RIOS, 2000, 
p.72-73) 
 
É necessário a este professor uma prática onde o que ele pensa esteja 
condizente com a sua fala. A relação professor e aluno se da na sala de aula, como 
várias vezes foi citado e ainda será citado, pois este espaço é riquíssimo e jamais 
deverá passar despercebido ao olhar do mestre. No cotidiano da sala de aula cada 
aluno é um caso especial e diferente do colega ao lado. A partir desse princípio a 
relação professor e aluno tenderá a ser cada vez mais abrangente. Hoje nas escolas 
não se pode mais ensinar conteúdos a todos de uma maneira generalizada, pois os 
alunos que eram considerados homogêneos, mas sabemos que essa forma de 
pensar não faz mais parte de nossa realidade, não é mais possível pensar dessa 
maneira o professor do presente terá de ter em mente que cada aluno tem 
capacidades diferentes e essas capacidades devem ser respeitadas na sua 
individualidade. 
Temos no século XXI uma escola diversificadora. Quando falamos em relação 
professor aluno e sala de aula a questão da disciplina deve ser tomado como um 
23 
 
 
item muito importante para que se processe um aprendizado de qualidade. Nos dias 
atuais muitas vezes a indisciplina é uma problemática ao ser encarado como uma 
resposta à autoridade do professor, passando a existir na relação professor e aluno 
uma relação de desequilíbrio. O professor diante disto deve ter para si que um aluno 
com um comportamento inadequado nem sempre esta fadado ao insucesso, o 
professor deveria se voltar mais para valorização de seu aluno e permitir que este 
avance em sua jornada de aprender. Desajustamentos, muitas vezes, estão no que 
a escola oferece e pretende que o aluno aprenda e no que este aluno tem como foco 
de interesse e sua capacidade de aprendizagem. 
Içami Tiba (1996, p. 113-114) ao referir-se sobre a educação, ser amigo do 
aluno é uma coisa e cumprir a função de educador é outra, diz que: 
[...] A educação enfrenta atualmente muitos problemas. Entre os que 
afetam os alunos o mais grave é a falta de disciplina e 
responsabilidade, complementada pela dificuldade dos educadores 
de tomarem atitudes de autoridade coerentes com sua função, 
temendo cair em um abusivo autoritarismo, que é 
antipedagógico.(IÇAMI TIBA,1996, p. 113-114) 
 
 Não pode o professor em nome da amizade deixar de ensinar, deverá este 
sim estar atento, ser o mestre, exercer sua autoridade, pois os alunos esperam que 
o professor exerça a sua autoridade e quando isso não ocorre, o professor é 
desvalorizado e até mesmo rejeitado. Sua conduta deve ser exemplar, para que 
então possa exercer sem autoritarismo a sua função educativa. O clima da sala de 
aula deve ser de participação e respeito, e a autoridade do professor seja 
reconhecida. Os alunos na sua maioria estão constantemente empenhados em 
experimentar o professor, testar a sua autoridade e suas capacidades no ensino. 
A autoridade é necessária e as relações entre aqueles que detêm essa 
autoridade e aos que a submetem a ela vem mudando, já o aluno espera ser 
considerado como pessoa e ser ouvido, e é capaz de assumir suas 
responsabilidades. A indisciplina acarreta efeitos negativos no aproveitamento 
escolar que refletem também no professor provocando neste um desgaste físico e 
psicológico, gerando um sentimento de frustração e desânimo. 
 Efeitos que influenciam na qualidade do ensino aprendizagem, por outro lado 
temos uma caminhada longa e é preciso saber contornar os obstáculos, a 
consciência da importância da educação para libertação do individuo e o empenho 
24 
 
 
em desenvolver na sala de aula um trabalho, que vise ampliar essa conscientização 
para seus alunos e mais que isso, que atinja o campo da prática. 
Todos têm o direito a uma educação de qualidade. A qualidade se constrói no 
cotidiano escolar, não basta o professor ensinar bem, mas ensinar o que é 
necessário, tendo uma atitude prática e concisa em relação ao conteúdo a ser 
ministrado. 
De acordo com Içami Tiba: 
[...] “O professor tem um papel essencial como fonte emissora do 
conhecimento que os alunos capta com a informação. Alguns 
estudantes adoram ou detestam uma certa matéria justamente por 
causa do professor.” (IÇAMI TIBA,1996, p.107) 
 
Temos hoje uma preocupação muito maior com o ensino de qualidade do que 
com a educação de qualidade e quando se fala em ensino de qualidade as variáveis 
são muitas e como desafio temos o caminhar para uma educação de qualidade que 
integre todas as dimensões do ser humano. Há tempos entendemos como qualidade 
de ensino alunos afiados em datas, fórmulas e conceitos. 
Escolas consideradas de qualidadesão aquelas onde a aprendizagem é 
racional e o aluno é avaliado quantitativamente, já diante de uma nova visão, onde o 
conhecimento é construído, o ensino de qualidade é aquele capaz de formar dentro 
dos padrões requerido de uma sociedade, cidadãos mais evoluídos e humanitários, 
com o desenvolver de critérios de trabalhos pedagógicos onde o que conta é o 
aluno, o que eles são capazes de aprender hoje e o que podemos lhe oferecer para 
que desenvolvam em um ambiente estimulador e verdadeiro as suas 
potencialidades. Ou seja, seria uma escola de qualidade aquela onde o espaço 
educativo promova a construção da personalidade crítica e a autonomia. 
Um bom professor é aquele que além de ensinar a matéria também ensina o 
porquê de se estar aprendendo aquela matéria, pois diferentes professores obtêm 
diferentes graus de sucesso com seus alunos, dependendo da turma com que 
trabalha o professor estará ou não preocupado com o sucesso de seus alunos, 
alunos que em muitas vezes anseiam por um professor motivador,competente e 
bem humorado. 
Ao ser competente o professor necessita de habilidades, há professores que 
ao transmitir conteúdos em sala de aula sabem fazê-lo de forma agradável, 
comunicativa, com entusiasmo e competência, uma relação onde certamente os 
25 
 
 
alunos participem e envolvem-se. É, portanto na interação que o conhecimento se 
transforma e só adquire significados ao ser compartilhado. 
 Rios (2000, p.79-80) afirma que: 
 [...] A qualidade de seu trabalho não depende apenas dela, define-se 
na relação com os outros. As condições para a realização de um 
trabalho competente estão na competência do profissional e na 
articulação dessa competência com os outros e com as 
circunstâncias. 
 
Todos querem ter sucesso e lutamos para não fracassar e o sucesso pode 
ser considerado como a soma de competências e habilidades com ação, portanto o 
sucesso pode ser temporário, mas a competência permanecerá. 
 A escola deveria se conscientizar de que o sucesso de seus alunos depende 
neste momento do envolvimento dela com os fatores que interagem no processo de 
educar e seu desafio seria o sucesso de todos os seus alunos sem exceção, a 
escola adaptando-se ao seu aluno, respeitando as individualidades sem convertê-las 
em desigualdades e preconceitos, com isso a dificuldade para a integração de um 
elemento diferente no contexto escolar e social provavelmente deixaria de existir. 
Ainda segundo a autora, a avaliação neste contexto atual deixando de ser um 
momento terminal do processo educativo e transformada na busca incessante da 
compreensão das dificuldades do aluno, seria e é fundamental. Reflexões 
permanentes do educador sobre sua realidade e acompanhamento passo a passo, 
do aluno, na trajetória de construção do conhecimento seria o ideal. 
 A função de avaliação deve ser a de informar o professor sobre o nível de 
conhecimentos e habilidades de seus alunos, para determinar o quanto progrediram, 
pois alguns alunos aprendem mais rapidamente que outros. Refletir na tentativa de 
repensar seu trabalho em sala de aula antes de considerar que o problema está no 
aluno, buscando a causa do fracasso. 
Estar este professor ciente de que o sucesso vai depender da adequação das 
estratégias de ensino as características de cada sala de aula e do nível de 
aprendizagem dos alunos. 
A avaliação é um processo e deve fazer parte da rotina de sala de aula, onde 
se valoriza mais a qualidade do que a quantidade. 
Um professor que saiba trabalhar com salas de aula heterogêneas, com 
conteúdos curriculares diferenciados e flexíveis, utilizando estratégias de ensino que 
26 
 
 
satisfaça as necessidades de seus alunos, com certeza promoverá o sucesso, 
sucesso este responsável pela formação de sujeitos autônomos e críticos. 
 
Capitulo II A teoria e prática caminham juntas 
 
2 O professor e a autonomia como princípio 
 
Na sala de aula as atitudes e procedimentos que poderão se transformar em 
instrumentos para a construção da autonomia como: realização de tarefas, formas 
de resolver problemas, formulação de boas perguntas e boas respostas, respeito às 
regras estabelecidas e outras deverão ser valorizadas e incentivadas. Autonomia 
então poderia ser: responsabilidade por seus atos. Seria então aprender a pensar, a 
argumentar, a defender, a criticar, a concluir e a antecipar. Ser autônomo é ser parte 
e ser todo ao mesmo tempo, isso não é ser independente como muitos pensam. 
Como afirma Freire (1999, p. 120-121) que: 
[...] ninguém é autônomo primeiro para depois decidir. A autonomia 
vai se construindo na experiência de várias e inúmeras decisões, que 
vão sendo tomadas. (...) A autonomia enquanto, amadurecimento do 
ser para si, é processo, é vir a ser. 
 
 Autonomia é o método que autoriza e fornece estratégias para promover um 
pensamento sobre uma realidade, mas em condições independentes de realização 
ou limites. Em sala de aula quando valorizamos discussões sobre diferentes 
resultados de uma mesma coisa, estamos praticando o principio da autonomia. 
Portanto autonomia são também uma questão ética e moral, que supõe o 
desenvolvimento de uma competência para ensinar com qualidade construtiva. 
Como educadores responsáveis é necessário que percebamos as limitações 
da nossa autonomia. Quando competente investe na sua constante atualização, 
visto que o trabalho com a educação está sempre em constante movimento. Na 
escola para todos, competência e habilidades são o próprio fim e nela, as matérias 
ou atividades escolares são os meios que possibilitarão sua realização. 
 
2.1 As teorias de aprendizagem e suas implicações na prática de ensino 
 
27 
 
 
 Ultimamente o ensino brasileiro tem se atualizado, e sem esquecer que na 
escola deve haver lugar para todas as tendências. O professor pode utilizar-se de 
vários métodos de ensino para desenvolver as capacidades do aluno, sendo 
necessário, no entanto que os educadores dominem e tenham conhecimentos 
profundos das teorias que explicam a construção da inteligência e os processos de 
aprendizagem para que possam então realizar mudanças significativas e eficientes 
na prática pedagógica. 
Para Alicia Fernandez em A Inteligência Aprisionada (1991, p. 32) sabemos 
que para aprender é necessário um ensinante e um aprendente que entrem em 
relação. Isto é algo discutível quando se fala de métodos de ensino e aprendizagem 
normal, não obstante, costumam esquecê-lo quando se trata de fracasso de 
aprendizagem. Alguns aspectos teóricos que atualmente são foco e vem exercendo 
enorme influenciam na prática pedagógica. 
Piaget com o construtivismo que são as construções realizadas pelo sujeito e 
Vygotsky dando ênfase aos processos de troca, isto é, a interação do indivíduo com 
seu meio, principalmente seu meio social e cultural. 
Ambos, Piaget e Vygotsky, consideram que o conhecimento é construído pelo 
indivíduo. E esta construção ocorre em um processo contínuo e dinâmico do saber, 
ao longo de sua historia de vida, na interação com o meio onde vive e pessoas com 
as quais convive: na família, no bairro, na escola e outros. 
O sujeito é visto como um ser ativo que, agindo sobre os objetos de 
conhecimento, interage socialmente e sofre as influências dos mesmos. Ao mesmo 
tempo em que interioriza vários conhecimentos decorrentes de suas estruturas 
cognitivas, de suas aprendizagens e experiências vividas. 
Assim como também os recebe do meio ambiente, a criança aos poucos vai 
construindo seu conhecimento, interagindo com o mundo e se tornando cada vez 
mais autônoma ela constrói e busca o conhecimento dentro de seu ritmo, de seu 
interesse, de suas necessidades e potencialidades.Jean Piaget e Lev S. Vygotsky com suas ideias e descobertas tem nos levado 
a buscar mudanças significativas e urgentes no fazer pedagógico, já que ambos 
defendem que o conhecimento é o resultado tanto de uma relação recíproca do 
sujeito com o seu meio, de articulações e desarticulações do sujeito com o objeto. 
Visto dessa forma, não adianta, o professor transmitir seus conhecimentos para 
28 
 
 
seus alunos, pois o conhecimento é construído a partir da interação do sujeito com o 
meio em que vive e convive. 
Algumas pesquisas mais recentes em desenvolvimento cognitivo nos levam à 
Teoria das Múltiplas Inteligências de Howard Gardner, psicólogo americano que 
definiu sete inteligências a partir do seu conceito de que o ser humano possui um 
conjunto de diferentes capacidades. 
Os novos paradigmas para a educação determinam que os alunos sejam 
construtores de seu conhecimento, partindo desse novo modelo o aluno é 
considerado um ser total e o professor um facilitador do processo ensino 
aprendizagem e não um mero transmissor de informações prontas. 
 
2.2 Contribuições de Jean Piaget 
 
Jean Piaget (1896-1980) nasceu e morreu na Suíça. Foi biólogo e psicólogo, 
estudou o desenvolvimento da inteligência, do nascimento à maturidade do ser 
humano, analisando a evolução do raciocínio. É considerado o pai do 
construtivismo. 
Piaget procurou demonstrar que o desenvolvimento humano é um processo 
de construção continuo. Para ele a criança parte de uma posição egocêntrica, que 
seria aquela em que ainda não distingue a existência de um mundo externo e vai 
formando sua inteligência através de processos de adaptação, assimilação e 
acomodação, chegando a uma interação com o mundo externo. 
Em o Nascimento da Inteligência na Criança, Jean Piaget (1978, p. 15) diz 
que a inteligência é uma adaptação. Para aprendermos as relações com a vida, em 
geral, é preciso, definir que relações existem entre o organismo e o meio ambiente. 
Com efeito, a vida é uma criação contínua de formas cada vez mais complexas e o 
estabelecimento de um equilíbrio progressivo entre essas formas e o meio. 
Estabelece então estágios de desenvolvimento que foram pensados em idades 
médias, isso não quer dizer que sempre a idade cronológica corresponderá ao 
período sugerido, pois entre os indivíduos os ritmos de desenvolvimento variam. 
Existem crianças que deixam esses estágios mais cedo ou mais tarde. 
29 
 
 
Os estágios estão divididos em quatro períodos: sensório motor (0 a 2 anos 
aproximadamente; pré-operatório (2 a 7 anos aproximadamente); operatório-
concreto (7 a 11 anos aproximadamente) e lógico-formal (12 anos em diante). 
Ressalta ainda que por intermédio desses períodos amplos, mostra que o 
desenvolvimento humano ocorre de maneira seqüencial e gradativa, o que permite 
ao sujeito a construção e reconstrução de suas ações, caminhando em direção a 
consciência de si própria e do mundo que a cerca. Quando o período sensório-motor 
termina e se inicia o pré-operatório, a criança avança de forma significativa, uma vez 
que o domínio da linguagem lhe permite, além do contato e conhecimento do objeto, 
a valorização das ações. A criança agora é capaz de designar adequadamente os 
objetos, dos quais tem contato por meio da palavra. 
Com essa conquista a criança irá pouco a pouco elaborando as estruturas da 
inteligência e do pensamento. Alcançando o período operatório-concreto é capaz de 
reconstruir as ações por meio de imagens e de experiências mentais. Ao iniciar o 
período das operações formais, a criança pré-adolescente já é capaz de lidar com a 
elaboração de hipóteses, raciocinarem sobre enunciados, objetos ou 
representações. 
O autor ainda afirma que a inteligência não aparece de modo algum num 
determinado momento do desenvolvimento mental, como um mecanismo 
inteiramente montado e radicalmente distinto dos que a precederam. Pelo contrário, 
apresentam uma notável continuidade com os processos adquiridos ou mesmo 
inatos, provenientes da associação habitual e do reflexo, processos esses em que a 
inteligência se baseia, ao mesmo tempo em que a utiliza. A inteligência é construída, 
o sujeito constrói seu conhecimento na interação com seu meio físico e social. 
No processo ensino aprendizagem na perspectiva do construir, o aluno é o 
ponto de partida para a aprendizagem e o professor tem a função de incentivador e 
valorizador, provocando e regulando situações problemas e conflitos cognitivos. 
[...] “O desenvolvimento, portanto, é uma equilibração progressiva, 
uma passagem contínua de um estado de menor equilíbrio para um 
estado de equilíbrio superior.” (JEAN PIAGET,1989, p.11) 
 
Para Piaget, o Construtivismo é uma idéia, uma teoria, um modo de produção 
do conhecimento que permite ao indivíduo interpretar o mundo em que vive, não é 
uma prática, não é método, não é uma técnica de ensino como muitos o confundem, 
é sim uma teoria que procura descrever os diferentes estágios por que passam os 
30 
 
 
indivíduos no processo de aquisição dos conhecimentos e como se desenvolve a 
inteligência humana, e de como o individuo se torna autônomo. 
Celso Antunes em As inteligências Múltiplas e seus Estímulos (2000, p.100) a 
respeito do Construtivismo diz: 
[...] Aplicamos o Construtivismo diariamente sem nos darmos conta 
de que representam uma importante perspectiva de aprendizagem e 
de estímulos de inteligências. Percebe-se dessa maneira que o 
construtivismo não é um método de ensino e também não é uma 
técnica pedagógica, mas um paradigma aberto para ajudar o sujeito 
a construir experiências que possam ajudá-lo a resolver problemas. 
 
Educadores que se baseiam seu método no construtivismo, utilizam 
procedimentos democráticos com criatividade e dinamismo. Ele conhece e aplica 
técnicas variadas e adequadas a cada aluno. O aluno é respeitado na sua 
individualidade e sua aprendizagem é construída numa descoberta constante, num 
ambiente tranqüilo e estimulador. 
De acordo com Piaget, se vê na teoria do construtivismo uma maneira de 
explicar como as pessoas chegam a conhecer seu próprio mundo. A mente humana 
é compreendida como um conjunto dinâmico de estruturas cognitivas que nos ajuda 
a dar sentido ao que nós percebemos. Estas estruturas crescem em complexidade 
intelectual à medida que amadurecem e interagimos com o mundo que vamos 
conhecendo à medida que ganhamos experiências. 
De acordo com Celso Antunes: 
[...] O professor transforma-se em uma ponte que liga os significados 
socioculturais refletidos no cotidiano das disciplinas e as atividades 
mentais construtivas presentes na história pessoal dos alunos. Nesse 
papel, o papel do professor deixa de lado a responsabilidade de ser 
um ensinador de coisas para se transformar em algo como um 
fisioterapeuta mental, animador da aprendizagem, estimulador de 
inteligências que emprega e faz o aluno empregar múltiplas 
habilidades operatórias (conhecer, compreender, analisar, deduzir, 
criticar, sintetizar, classificar, comparar, etc.(CELSO ANTUNES, 
2000, p.102-103) 
 
 
2.3 O pensamento de Lev S. Vygotsky 
 
 Lev S. Vygotsky (1896-1934) foi professor e pesquisador, viveu na Rússia 
habilitado em Direito, Filosofia, Medicina e Pedagogia. 
31 
 
 
Para o Construtivismo o conhecimento se dá a partir da ação do sujeito sobre 
a realidade, para Vygotsky esse mesmo sujeito não é apenas ativo, mas interativo. A 
interação humana dá-se fundamentalmente pela linguagem. A palavra dando forma 
ao pensamento cria novas modalidades de atuação, memória e imaginação. Nessa 
perspectiva a consciência é entendida enquanto, o contato social consigo mesmo, 
resultante da interligação de signos disponíveisna cultura, á partir da atividade 
instrumental do indivíduo. Os principais signos utilizados nas diferentes atividades 
são os lingüísticos. 
Em Pensamento e Linguagem (1987, p.32) Vygotsky considera que o 
pensamento e a linguagem refletem a realidade de uma forma diferente daquela da 
percepção. É a chave para a compreensão da natureza da consciência humana. 
As palavras desempenham um papel central não só no desenvolvimento do 
pensamento, mas também na evolução histórica da consciência como um todo. Uma 
palavra é um microcosmo da consciência humana, enfatiza ainda que a importância 
dos processos de aprendizado, desde o nascimento da criança, o aprendizado esta 
relacionado ao desenvolvimento e constitui-se em um aspecto necessário e 
universal para o desenvolvimento das funções psicológicas. 
 Para ele não fosse o contato do indivíduo com certo ambiente cultural, o 
desenvolvimento não ocorreria. A idéia de aprendizado, isto é, na relação entre 
aquele que aprende e aquele que ensina é de relevante importância o papel do outro 
no desenvolvimento do indivíduo, pois considera ainda que um indivíduo só se 
desenvolva em relação ao ambiente cultural em que vive, com o suporte de seu 
grupo de iguais. 
Na visão dele o educador tem o papel de interventor, desafiador e provocador 
de situações que levam os alunos a aprenderem a aprender. O trabalho do professor 
deve, portanto, propiciar a construção do conhecimento pelo aluno. Aprender é de 
certa forma, descobrir com seus próprios instrumentos adequadamente. Chama 
ainda a atenção para o fato de que, para compreendermos adequadamente o 
desenvolvimento de um indivíduo, devemos considerar também seu nível de 
desenvolvimento real e potencial. 
A distância entre aquilo que o indivíduo é capaz de fazer de forma autônoma 
(desenvolvimento real) e aquilo que ela realiza com a colaboração com os outros 
32 
 
 
elementos de seu grupo social (nível de desenvolvimento social) caracteriza-se de 
Zona de Desenvolvimento Potencial e Proximal. 
Neste sentido o desenvolvimento da criança é visto como forma de 
perspectiva, pois a zona de desenvolvimento proximal define aquelas funções que 
ainda não amadureceram. As crianças não chegam à escola com o mesmo 
desenvolvimento real, e sim um ser único, com capacidades, limitações, motivações, 
atitudes, interesses específicos. È necessário conhecer o que cada criança já 
aprendeu em suas experiências vividas nos anos anteriores. 
A teoria de Vygotsky foi uma tentativa de explicar a consciência como um 
produto final da socialização. Mas morreu aos 38 anos não chegou a formular uma 
concepção estruturada do desenvolvimento humano, entretanto oferece muitos 
dados de pesquisas e reflexões sobre vários aspectos do desenvolvimento dentro de 
uma abordagem genética. 
 
2.4 Aprendizagem e Desenvolvimento: Diferenças entre Piaget e Vygotsky 
 
Algumas diferenças marcam as teorias de Piaget e Vygotsky. 
Piaget com base nas pesquisas sobre desenvolvimento cognitivo coloca a 
equilibração como processo de interação entre o sujeito e o objeto, focalizando a 
organização das estruturas lógicas na construção do conhecimento. 
 Vygotsky, influenciado pelas primeiras obras de Piaget, focalizou os 
conteúdos do conhecimento, acentuando o valor social sobre o desenvolvimento. 
Isto é, Vigotsky focalizou a importância dos conteúdos sócio-culturais do 
conhecimento. Piaget tratou a forma do conhecimento com sendo de dentro para 
fora e Vigotsky de fora para dentro. 
De acordo com Vygotsky: 
[...] O desenvolvimento do sujeito humano e de sua singularidade se 
dá a partir das constantes interações com o meio social em que vive, 
já que as formas psicológicas mais sofisticadas emergem da vida 
social. (VYGOTSKY,1987, p.38) 
 
Ainda segundo ele as dimensões do pensamento são o histórico-social e a 
base da linguagem, já presentes nos escritos de Piaget. Vygotsky critica o conceito 
de egocentrismo apresentado por Piaget, visto que para Piaget o desenvolvimento 
33 
 
 
mental vai do solipsismo do bebê para o egocêntrismo da criança e deste, para a 
descentração do adulto. 
Para Vygotsky a tal linearidade de movimento parte da linguagem egocêntrica 
para a socializada. Ao contrário, suas observações demonstraram que a linguagem 
egocêntrica é muito mais do que uma mera companheira da ação à disposição num 
tempo certo, ou seja, Vygotsky não aceita a idéia que linguagem egocêntrica 
desapareça com a idade. Ao contrário, ele afirma que crianças em idade escolar 
continuam a usar a linguagem egocêntrica como um meio para fim cognitivo, ela 
apenas estaria internalizada e cada vez menos observável. 
O processo de desenvolvimento para Piaget vai do individual para o social, 
enquanto que para Vygotsky a linguagem originária é primeiramente social. Na 
relação entre desenvolvimento e aprendizagem, para Piaget o desenvolvimento é 
uma evolução por estágios semelhantes à evolução biológica, já para Vygotsky 
desenvolvimento tem uma generalização humana cheia de sentido. 
A ação humana consiste no movimento contínuo e perpétuo de 
reajustamento ou de equilibração é por isso que, nas fases de 
construção inicial se pode considerar as estruturas mentais 
sucessivas que produzem o desenvolvimento como formas de 
equilíbrio onde cada uma constitui um progresso sobre as 
precedentes(...) O desenvolvimento mental aparecerá, então em sua 
progressiva como uma adaptação sempre mais precisa à realidade.” 
(PIAGET,1989, p. 14-15) 
 
Piaget afirma acima que o conhecimento não acontece simplesmente, o 
processo de desenvolvimento é um pré requisito para que ocorra a aprendizagem. 
 
 
2.5 A teoria das Múltiplas Inteligências 
 
Todos sabem que possuímos diferentes talentos e habilidades. Habilidades 
que Howard Gardner denominou como inteligências. A educação atualmente possui 
problemas como evasão, repetência, falta de gosto dos nossos jovens para o 
estudo, havendo, portanto a necessidade de repensar a educação e por que não 
então repensar o conceito de inteligência e reconhecer que cada indivíduo é único. 
Gardner ressalta o fato de que cada indivíduo não é dotado das mesmas 
competências e conseqüentemente nem todos aprendem da mesma forma. 
Cabendo então ao educador descobrir alternativas que colaborem para o 
34 
 
 
desenvolvimento das diversas competências do indivíduo. O ensinar e o avaliar a 
todos da mesma forma é uma forma de ignorar as diferenças entre os alunos, 
esquecendo que cada um deles é portador de uma combinação de inteligências que 
deverão ser descobertas e estimuladas, pelo fato de serem estas inteligências 
distintas e se apresentarem em graus variados. 
Em A Teoria das Inteligências Múltiplas Gardner sugere a existência de pelo 
menos sete maneiras de perceber e conhecer o mundo. Ele as define como 
inteligências, ou seja, um conjunto de competências: 
-Verba/lingüística: a habilidade para brincar com as palavras, contar histórias, ler e 
escrever. A pessoa com este estilo de aprendizagem tem facilidade em recordar 
nomes, lugares, datas e coisas semelhantes. 
-Lógico-Matemática: a capacidade de resolver questões, para o raciocínio e 
pensamento indutivo e dedutivo, para uso de números e resolução de problemas 
lógicos e matemáticos. 
-Visual/Espacial: habilidade para visualizar objetos e dimensões espaciais, para criar 
imagens internas. Este tipo de pessoa adora desenhar, pintar, visitar exposições, 
visualizar slides, vídeos e filmes. 
-Somato-quinestésica: conhecimento do corpo e habilidade para controlar os 
movimentos corporais. As pessoas com esta habilidade movem-se enquanto falam, 
usam o corpo para expressar as suas idéias, gostam de dançar,de praticar esportes 
e outras atividades motoras. 
-Musical/Rítmica: habilidade para reconhecer sons e ritmos, trata-se de pessoas que 
gostam de ouvir musica, de cantar e ate de tocar algum instrumento musical. 
-Interpessoal: capacidade de relacionamento interpessoal. São pessoas que estão 
sempre rodeadas de amigos e gostam de conviver com grupos. 
-Intrapessoal: auto-reflexão, metacognição e consciência das realidades espirituais. 
São pessoas que preferem estar só, e pouco dadas a convívios. 
Sendo assim, podemos afirmar que os indivíduos devem ser incentivados a 
usar suas inteligências no aprendizado, atividades de aprendizado devem estar 
voltadas para as diferentes formas de inteligências e a avaliação deve medir as 
múltiplas formas de inteligências. 
 
Capítulo III - Metodologia de Pesquisa 
35 
 
 
 
3 Introdução 
Escolher o que pesquisar não é uma tarefa das mais fáceis, já que a escolha 
do tema do trabalho a ser desenvolvido, partirá, necessariamente, de um problema. 
A pesquisa nada mais é que procurar respostas às indagações. Ela possibilita 
procurar o que não se tem, ou seja, uma resposta satisfatória e um entendimento da 
realidade que pretende investigar. A pesquisa só terá êxito se o pesquisador estiver 
insatisfeito, pois é a insatisfação que motivará a pesquisa. 
A pesquisa científica é, a atividade de uma investigação ordenada. É uma 
atividade com o objetivo de resolver um problema, através do emprego de 
procedimentos científicos. Os problemas não terminam, a pesquisa científica oferece 
instrumentos para encontrar sucessivas soluções, ela serve para ajudar o 
pesquisador na busca de respostas para aquilo que o deixa insatisfeito. 
A metodologia de pesquisa tem como objetivo explicar do que se trata a 
abordagem qualitativa e o que é a técnica de análise bibliográfica. Os pesquisadores 
que utilizam os métodos qualitativos buscam explicar o porquê das coisas, 
mostrando o que deve ser feito. E a pesquisa bibliográfica аuxiliа nа escolha de um 
método mаis аpropriаdo, аssim como num conhecimento dаs variáveis e nа 
autenticidade da pesquisa. 
 
3.1 Abordagem qualitativa 
 
A pesquisa qualitativa preocupa-se, com aspectos da realidade que não 
aborda resultados numéricos, e sim considera as respostas e a existência de uma 
relação dinâmica entre o mundo real e sujeito. A pesquisa qualitativa tem um caráter 
exploratório e o pesquisador tenta ouvir os participantes e construir um 
entendimento baseado nas ideias deles, não tem o intuito de obter números como 
resultados. 
Os pesquisadores que utilizam os métodos qualitativos buscam explicar o 
porquê das coisas, exprimindo o que convém ser feito. O conhecimento do 
pesquisador é parcial e limitado. O objetivo da amostra é de produzir informações 
uma vez que estimula o entrevistado a pensar e a se expressar livremente sobre o 
assunto em questão com o objetivo de resolver um problema, recorrendo a 
36 
 
 
procedimentos científicos. A pesquisa qualitativa está mais relacionada no 
levantamento de dados sobre as motivações de um grupo, em compreender e 
interpretar determinados comportamentos, a opinião e as expectativas dos 
indivíduos de uma população, focaliza o ser humano quanto agente, cuja visão de 
mundo é o que realmente interessa, e deve apresentar uma estrutura coerente, 
consistente e originalidade. 
A pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, 
crenças, valores e atitudes que são básicas no processo. Na abordagem qualitativa 
a pesquisa tem como fonte direta o ambiente, onde o pesquisador mantém contato 
direto com o ambiente e o objeto que está sendo estudado. 
As técnicas da pesquisa qualitativa é uma história de vida que trará a 
experiência de alguém a respeito de alguma situação ou acontecimento significativo. 
Ela utiliza: a entrevista aberta, documentos, registros públicos e registros privados. 
Das formas de pesquisa está presente: 
1- Documental-exame de materiais, documentos que ainda não foram 
analisados ou podem ser reexaminados. 
2- Estudo de Caso- exame detalhado de um ambiente, sujeito ou situação. 
3- Etnografia- pode ser entendida como estudo do povo, oriunda da 
antropologia, envolve um período grande de pesquisa, no qual o 
pesquisador fixa residência no local a ser pesquisado. 
Desta forma, a pesquisa qualitativa como dado de análise nos traz uma 
riqueza maior quanto à realidade estudada, pois, não despreza o contexto e aceita o 
ponto de vista do investigado. Todo tema pode ser considerado inédito, e a análise 
qualitativa de um objeto de investigação concretiza a possibilidade de construção do 
conhecimento, uma vez que, um mesmo fato pode ser abordado por determinado 
pesquisador, a partir de um método que ainda não tenha sido comtemplado em 
outras pesquisas ou segundo a visão de um referencial e possui todos os requisitos 
e instrumentos para ser considerada e valorizada como um construto científico. Isso, 
por si só, já garante uma riqueza de significados. 
 
3.2 Técnica de Análise Bibliográfica 
 
37 
 
 
A pesquisa bibliográfica está sendo uma das etapas fundamentais em todo 
trabalho científico que objetiva colocar o pesquisador em contato com tudo o que foi 
escrito sobre determinado assunto, com a finalidade de colaborar na análise de sua 
pesquisa. Essa pesquisa consiste no levantamento, seleção, fichamento e 
arquivamento de informações relacionadas à pesquisa a ser realizada. Considerada 
mãe de toda pesquisa, fundamenta-se em fontes bibliográficas, constituídas por 
material já elaborado, constituído basicamente por livros e artigos científicos 
localizados em bibliotecas, ou seja, os dados são obtidos através de material já 
publicado como: os livros( dicionários, enciclopédias, anuários etc.), material 
gravado( vídeo, CDs etc.), as publicações periódicas (jornais, revistas, panfletos 
etc.), páginas web sites, artigos científicos, teses, dissertações etc. A pesquisa 
bibliográfica é o passo inicial para fazer um trabalho investigativo minucioso, que 
permite ao pesquisador ir em busca do conhecimento ou conhecer o que já estudou 
sobre determinado assunto e auxilia na escolha de um método mais apropriado para 
a realização da pesquisa bibliográfica. A referente pesquisa tem como objetivos, 
fazer uma análise sobre o tema escolhido e atualizar-se sobre o mesmo, consiste 
em fazer um levantamento e encontrar respostas para o problema, selecionar, fazer 
um fichamento e arquivamento de informações relacionadas à pesquisa. É de vital 
importância, antes de todo e qualquer trabalho científico, fazer uma exaustiva 
pesquisa bibliográfica sobre o tema que está sendo abordado. 
 
Considerações Finais 
 
 Espera-se que esta pesquisa venha a contribuir com o processo de ensino e 
aprendizagem do aluno e também, possibilitando ao professor a reflexão sobre suas 
práticas docentes. Cabendo a ele conhecer as dificuldades de aprendizagens de 
seus alunos e buscar desenvolver estratégias que possibilite ao aluno a construção 
do seu conhecimento. 
A Escola precisa pensar em atitudes que formem cidadãos capazes de lidar 
com os avanços que acontecem. Ela não pode ignorar as mudanças e continuar 
utilizando uma linguagem, metodologia e conteúdos distantes da realidade. Para 
tanto o professor precisa estar preparado não é só com acúmulos de cursos e 
conhecimentos ou de técnicas que se prepara o professor, mas sim, através de um 
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trabalho reflexivo e crítico de sua prática da construção permanente de uma 
identidade pessoal, do refletir sobre as metodologias pedagógicas e do como fazer 
dentro e fora da sala de aula. 
A formação continuada do

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