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Caso Clinico - paciente com neoplasia de utero

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FACULDADE ESTÁCIO DE MACAPÁ
BACHARELADO EM NUTRIÇÃO
CASO CLÍNICO – NEOPLASIA DE COLO UTERINO
MACAPÁ – AP
2017
YASMIN TAVARES FÉLIX
CASO CLÍNICO – NEOPALSIA DE COLO UTERINO
Trabalho apresentado na Faculdade - Estácio de Macapá, para complementação de Prova Prática na Disc. Fisiopatologia da Nutrição e Dietoterapia II, como requisito obrigatório para obtenção do grau de bacharel em Nutrição.
Docente: Mara dos Santos.
MACAPÁ – AP
2017
Identificação:
Paciente: M. J. T. C 
Idade: 56 anos
Sexo: Feminino 
Estado Civil: Solteira 
Admissão: 30/09/2017 
Antecedentes Familiares
Não consta no prontuário. 
Motivo da Internação
 A paciente apresentava forte dor na região pélvica, abdômen globoso, edema de membros inferiores, referia vomito e náuseas. 
História Clínica 
 A paciente foi diagnosticada com neoplasia de útero em junho de 2013, no qual foi realizado o procedimento de histerectomia. No final do ano de 2016, relatou apresentar sinais e sintomas da mesma patologia, sendo diagnosticada a reincidência da neoplasia de útero.
 Em seu prontuário foi possível verificar que a mesma apresenta um quadro de dor crônica lombar há dois anos, osteoporose, osteopenia e atualmente refere forte dor na região pélvica, edema de membros inferiores, abdômen globoso, força muscular alterada e um grave quadro de constipação intestinal.
Diagnóstico Clínico 
 Diagnosticada com Neoplasia de Útero, apresentando início de metástase (nódulos hepáticos), devido à presença do alfa fetoproteina 1,6 ng/L. Porém verificou-se CEC de colo uterino, tratado em 2013 com cirurgia e RDT adjuvante, com suspeita de recendência. Além de um quadro de constipação grave.
Epidemiologia da Patologia 
 O câncer é uma enfermidade que se caracteriza pelo crescimento descontrolado, rápido e invasivo de células com alteração em seu material genético. Muitos fatores influenciam o desenvolvimento do câncer, tanto os de causas externas (meio ambiente, hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e cultural) como os de internas (geneticamente pré-determinadas), que resultam de eventos responsáveis por gerar mutações sucessivas no material genético das células, processo que pode ocorrer ao longo de décadas, em múltiplos estágios.
 O câncer do colo do útero é considerado um importante problema de saúde pública. Foi estimada a ocorrência de 527 mil casos novos em mulheres, no mundo, em 2012, configurando, assim, o quarto tipo de câncer mais comum nessa população. Cerca de 70% dos casos diagnosticados de câncer do colo do útero ocorrem em regiões menos desenvolvidas e, quase um quinto ocorre na Índia. 
 A taxa de incidência do câncer do colo do útero vem diminuindo, ao longo das últimas três décadas, na maioria dos países em processo de transição socioeconômica. Tal fato reflete, principalmente, as implementações de programas de prevenção. Geralmente a doença começa a partir dos 30 anos e aumenta seu risco rapidamente até atingir as faixas etárias acima de 50 anos.
Fisiopatologia 
 A maioria das mulheres com neoplasia invasiva apresenta uma lesão visível ao exame ginecológico. No entanto, sua apresentação pode variar desde uma cérvice aparentemente normal, cuja lesão só pode ser bem visualizada com a ajuda de um colposcópio a uma lesão grosseiramente invasiva facilmente detectável a olho nu.
 O câncer geralmente se origina na zona de transformação, uma região dinâmica entre a junção escamocolunar (JEC). A lesão pode se apresentar como uma ulceração superficial, um tumor exofítico na exocérvice ou uma lesão infiltrativa na endocérvice. Uma das dificuldades apresentadas para o diagnóstico de adenocarcinomas se deve ao fato de que, neste caso, aproximadamente 15% das lesões não são visualizadas, pois se encontram na endocérvice.
 O câncer de colo uterino pode se disseminar por invasão direta das estruturas adjacentes (corpo uterino, vagina, paramétrios, cavidade peritoneal, bexiga e reto) e por disseminação linfática (linfonodos pélvicos, retroperitoneais e fossa supraclaviculares) e hematogênica (metástases viscerais).
 O estadiamento do câncer de colo uterino, segundo a 6ª edição do AJCC (2002) pode ser realizado pela classificação TNM ou pela FIGO, e leva em conta a presença ou não de invasão, a presença de doença macroscópica ou microscópica, profundidade de invasão do estroma, tamanho da lesão, invasão de estruturas adjacentes, comprometimento de linfonodos e presença ou não de metástases. Para o estadiamento é necessário o exame da biópsia, o exame ginecológico bimanual, tomografia computadorizada de pelve associada ou não a ressonância magnética de pelve, cistoscopia, retosigmoidoscopia e radiografia de tórax.
Bioquímica Laboratorial 
	Parâmetros
	Creatinina
	0,50 mg/dL
	0,60 – 1,30 mg/dL
	Fósforo
	3,0 mg/dL
	
	Sódio
	126,13 mmol/L
	136,0 – 146,0 mmol/L
	Uréia
	26,0 mg/dL
	15 – 45 mg/dL
	Magnésio
	1,6 mg/dL
	1,80 – 2,60 mg/dL
	Potássio
	3,08 mmol/L
	3,5- 4,1 mmol/L
	ALT Alanina Amino T (TGF)
	14,0 U/L
	Até 31 U/L
	AST. TGO
	23,0 U/L
	Até 31 U/L
	Cálcio Iônico
	5,87 mg/dL
	4- 5,40 mg/dL
	PCR
	9,68 mg/dL
	< 1,0 mg/dL
	Eosinófilos
	0,4 %
	0 – 5 %
	Monócitos
	4,3 %
	0 – 12 %
	Plaquetas
	866.000 mm
	150 – 450 mm
	Basófilos
	3 %
	0 – 3 %
	MPV
	8,0 FL
	3 – 12 FL
	PDW
	16,0 FL
	8 – 14 FL
	PCT
	0,695 %
	0,5 - 2,0 %
	Hemácias
	2,7 mil/mm
	4,2 – 5,4 mil/mm
	Hemoglobina
	7,5 g/dL
	12 – 16 g/dL
	Hematócritos
	23 %
	35 – 45 %
	Leucócitos
	16.080 mm
	3.800 - 9.800/mm3
	Linfócitos
	6,4 %
	20 – 50 %
 Os parâmetros descritos na tabela acima foram os que apresentaram entre todos, alterações significativas e mais justificáveis de acordo com as patologias presentes. 
Interação Fármaco- Nutriente
Ranitidina: A ingestão do medicamento antes ou após a alimentação não prejudica a sua absorção.
Rocefin: Os efeitos adversos mais comuns são os gastrintestinais, dificultando a absorção de alguns alimentos, resultando em náuseas, vômitos, diarréia, estomatite e glossite (inflamação da língua). 
Decadron: Auxilia no tratamento paliativo de hipercalemia associado ao câncer. O uso excessivo desse medicamento pode gerar retenção de sódio, perda de potássio, hipertensão, retenção hídrica, balanço hidrogenado negativo devido ao catabolismo proteico. 
Lasix: Não deve ser indicado para pacientes com hipopotassemia severa; Pode ocorrer alterações da absorção de flurosemida quando administrada com alimentos, portanto, recomenda-se que os comprimidos sejam tomados em jejum; Interfere na excreção aumentada de sódio e cloreto e conseqüentemente de água e na excreção aumentada de outros eletrólitos, em particular potássio, cálcio e magnésio; Pode causar aumento transitório dos níveis de creatinina e de uréia sanguíneas, aumento nos níveis séricos de colesterol e triglicérides, aumentos no nível sérico de ácido úrico e ataques de gota; E diminuição da tolerância à glicose; o diabetes mellitus latente pode se manifestar.
Lactulona: É contra indicado em casos de intolerância à lactose, galactose, frutose; 
Além da lactulose (substância não absorvida e, assim, desprovida de valor calórico), o medicamento contém pequenas quantidades de galactose e lactose. Isso deve ser levado em consideração especialmente ao se administrar este medicamento a diabéticos, pelo fato de haver relatos de casos em que houve o aumento dos níveis plasmáticos de glicose com a administração do xarope. A administração prolongada ou de doses elevadas de lactulose pode aumentar a concentração plasmática de glicose e diminuir os níveis séricos de potássio. 
Dimorf: A constipação é frequentemente encontrada durante a infusão contínua de sulfato de morfina, pode comumente ser monitorada pela terapia convencional. 
Necessidades Nutricionais
GET: 1.952 Kcal/dia
CHO: 55% do VET = 1.073,6 Kcal/dia. Equivale a 268,4 g.
PTN: 15%do VET = 292,8 Kcal/dia. Sendo 1,4g/kg de peso.
LIP: 30% do VET = 585,6 Kcal/dia. Equivale 65 g.
Diagnóstico Nutricional
 A avaliação nutricional foi com base em valores estimados de peso e altura. Sendo constatado que a paciente apresenta o diagnostico de Desnutrição Grau III, com depleção severa ao comportamento proteico adiposo, visto que o seu IMC: 11,69 Kg/m². Realiza alimentação por via oral, relatando aceitar bem a dieta oferecida, referente obstipação intestinal, nega náuseas e vômitos. 
Recomendações Nutricionais
 As literaturas vigentes apresentam os seguintes valores para pacientes com neoplasias. 
	Valores recomendados de acordo com as literaturas
	Energia
	30-40 kcal/Kg/dia
	Proteínas
	1,3-2,0 g/Kg/dia
	Líquidos
	30-35 mL/Kg/dia
	Vitaminas e Minerais
	Suplementação ou Restrição
	Suplementos
	Priorizar os compostos com antioxidantes
 Propõe-se que a assistência nutricional ao paciente oncológico seja individualizada e compreenda desde a avaliação nutricional, o cálculo das necessidades nutricionais e a terapia nutricional, até o seguimento ambulatorial, com o objetivo de prevenir ou reverter o declínio do estado nutricional, bem como evitar a progressão para um quadro de caquexia, além de melhorar o balanço nitrogenado, reduzir a proteólise e aumentar a resposta imune.
 É importante visar ingestão de lanches e refeições pequenas, mais frequentes, densas de nutrientes; utilizar suplementos que contenham proteínas e energia para repor as necessidades e estabilizar o estado nutricional.
 Devido o quadro de constipação grave, é importante a ingestão de líquidos saudáveis com maior frequência, melhorando o funcionamento do sistema digestivo; Aumentar a ingestão de alimentos ricos em fibras, como grãos integrais, hortifrútis, etc.
Prescrição Dietética 
 Dieta laxativa, consistência Branda, seis refeições diárias, suplementação oral 2x dia com nutridrink compact (hipercalórico) para recuperação do estado nutricional.
Considerações Finais 
 A perda de peso e a desnutrição são os distúrbios nutricionais frequentemente observados em pacientes com câncer, sendo que até 30% dos pacientes adultos apresentam perda superior a 10% do peso. O déficit do estado nutricional está estreitamente relacionado à diminuição da resposta ao tratamento específico e à qualidade de vida, com maiores riscos de complicações pós-operatórias, aumento na morbimortalidade, no tempo de internação e no custo hospitalar.
 O sistema imune também fica prejudicado no paciente desnutrido, devido à diminuição na produção de imunoglobulinas, redução na atividade do sistema complemento, do número de linfócitos T e CD4, no arrefecimento do poder bactericida dos neutrófilos, o qual propicia o aumento da susceptibilidade às infecções de feridas, sépsis abdominal e pneumonia pós-operatória. 
 A terapia nutricional precoce possibilita ao paciente oncológico cirúrgico completar o curso do tratamento e pode reduzir a morbidade. A TN é interrompida quando o paciente oncológico apresentar melhor reserva muscular esquelética, recuperação do peso e da capacidade funcional. Dentre as ferramentas utilizadas para triagem do risco nutricional destacam-se a Avaliação Subjetiva Global (ASG) e a Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo Próprio Paciente (ASG-PPP). 
 Ao analisar o caso clinico acima descrito, é possível discorrer que a paciente se encontra em um quadro de reincidência de neoplasia de útero, desnutrição grau III e constipação grave. Após esse diagnóstico, foram realizados diversos exames bioquímicos que demonstraram principalmente o grau de infecção que a paciente se encontrava e as deficiências em seus componentes sanguíneos. Os tratamentos clínicos e nutricionais aplicados demonstravam-se eficazes e de forma geral estavam regularizando aos poucos o estado clinico que abordava a desnutrição e a constipação.
 Porém ainda é necessária uma triagem mais detalhada e completa, que irá ajudar aos profissionais utilizarem tratamentos mais específicos e completos, facilitando e agilizando o tempo hospitalar e até mesmo os custos necessários para a recuperação da saúde da paciente.
Referências Bibliográficas
Consenso nacional de nutrição oncológica. / Instituto Nacional de Câncer. – Rio de Janeiro: INCA, 2009.
Estimativa 2016: incidência de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva – Rio de Janeiro: INCA, 2015.
JORGE, S. G.; Hepatopatia Médica: Exames Laboratoriais. Disponível em:< http://www.hepcentro.com.br/exames.htm>. Acesso em: 08 nov. 2017.
MAHAM, L. K.; ESCOTT-STUMP, S. Krause: Alimentos, nutrição e dietoterapia. 13ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
MDPE, Medeiros RB de. Câncer de colo uterino – fatores de risco, prevenção, diagnóstico e tratamento. Rev Med (São Paulo). 2009 jan.-mar.;88(1):7-15.

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