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Nutrição-UFGD Constituído por células hematopoiéticas (linfócitos, fagócitos, células dendríticas, linfoides, mieloides e granulócitos); células não-hematopoiéticas (células dendríticas foliculares, cél. Epiteliais); fatores humorais e sistema complemento. O sistema imunológico imaturo está mais suscetível a sensibilização: • Barreira intestinal mais permeável: epitélio mais sujeito a penetração; o Maior vulnerabilidade à sensibilização alérgica. • Menores quantidades de IgA secretora: secretadas por linfócitos B – um dos principais mecanismos de defesa do TGI. Maior órgão imunológico. Local de contato com várias substâncias alergênicas. Componente genético; Dieta com proteínas com capacidade alergênica; Deficiência dos mecanismos de defesa do TGI; Incapacidade de desenvolver tolerância imunológica. Reação adversa a alimentos, dependentes de mecanismos imunológicos, IgE mediados ou não. Prevalência: 6-8% em crianças < 3 anos e 2-3% em adultos. • 50 – 70% dos pacientes com alergia alimentar, possuem história familiar de alergia; • Pai e mãe com alergia alimentar: probabilidade de terem filhos alérgicos – 75%. MANIFESTAÇÕES MEDIADAS POR IGE Mais comuns. Há formação de anticorpos específicos da classe IgE. Há liberação de mediadores vasoativos e citocinas por linfócitos Th2 que induzem a hipersensibilidade imediata. Reações cutâneas (urticária, angioedema), gastrointestinais (edema, prurido, vômitos e diarreia), Nutrição-UFGD respiratórias (broncoespasmos, coriza) e reações sistêmicas (anafilaxia e anafilático). MANIFESTAÇÕES MISTAS (MEDIADAS POR IGE E CÉLULAS) IgE + linfócitos e citocinas pró-inflamatórias. Esofagite eosinofílica, gastrite eosinofílica, gastroenterite eosinofílica, dermatite atópica e asma. MANIFESTAÇÕES NÃO MEDIADA POR IGE Caracterizam-se por hipersensibilidade mediada por células (linfócitos T). Apresentam surgimento tardio (horas após ingestão). Proctite, enteropatia e enterocolite induzida por proteína. Qualquer substância capaz de estimular resposta de hipersensibilidade. Formas de indução da reação alérgica: • Ingestão ou contato com pele ou trato respiratório; • Reatividade cruzada (produção de IgE específica e sensibilização, mesmo sem contato direto com o alérgeno). ALÉRGENOS ALIMENTARES Alimentos que apresentam maior risco de desencadear alergia. Outros alimentos que podem provocar alergia: • Centeio, cevada, aveia, amêndoa, avelãs, castanhas, macadâmia, pecãs, pistaches, pinoli, kiwi, gergelim, mandioca, látex natural. ALÉRGENOS E ADITIVOS ALIMENTARES Reações adversas à ADITIVOS ALIMENTARES: • Raras (< 1%); • Discrepância entre relatos vs teste de provocação Há relatos de reações anafiláticas relacionadas a aditivos como os sulfitos, eiritrol (adoçante fermentativo presente em cervejas, vinhos, soja, queijos e cogumelo), anato (coloração amarelada em derivados lácteos, pipoca, cereais e sorvete), açafrão e colorau, ou carmim (corante vermelho). PRINCIPAIS PROTEÍNAS ASSOCIADAS À ALERGIA ALIMENTAR Nutrição-UFGD REATIVIDADE CRUZADA ENTRE ALÉRGENOS Ocorre quando proteínas alimentares compartilham parte de uma sequência de aminoácidos que contém determinado epítopo alergênico. FATORES DE RISCO PARA DESENVOLVIMENTO DE AA Herança genética. Fatores dietéticos: • Alimentação da gestação e nutriz: alimentação equilibrada, sem restrições; • Privação de aleitamento materno; • Uso de fórmulas lácteas (leite de vaca e soja); • Introdução precoce alimentos sólidos. Disbiose intestinal (parto cesariano, uso materno de antibióticos, excesso de higiene, uso de fórmulas infantis); Insuficiência de vitamina D. Tabagismo e etilismo maternos. Imaturidade do sistema imunológico das mucosas. Permeabilidade da mucosa gástrica e intestinal. Alterações imunológicas: deficiência de IgA e TGF-β. Reação inadequada da imunidade da mucosa à microbiota intestinal. Predisposição genética à ativação de linfócitos Th2. Polimorfismo de citocinas Th2 ou de genes receptores de IgE. Infecções gastrointestinais. Parto cesariana. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Nutrição-UFGD DIAGNÓSTICO Anamnese e exame físico. Testes cutâneos de hipersensibilidade imediata – Teste de punctura – Prick Test (pápula > 3 mm). Determinação de IgE sérica. Dieta de exclusão. Teste de provocação oral. TRATAMENTO Urgência e Emergência: aliviar os sintomas. Consultório/ambulatório: • Exclusão dietética do alérgeno – mais eficaz; • Orientação médica sobre medidas emergenciais; • Tratamento medicamentoso: anti-histamínicos e corticoides. A Doença Celíaca (DC) é uma doença imunomediada, sistêmica, provocada pelo glúten e prolaminas relacionadas, em indivíduos geneticamente susceptíveis. Caracterizada pela combinação variável de: • Manifestações clínicas glúten-dependentes; • Anticorpos específicos (tTG, EMA, AGA); • Haplótipos HLA-DQ2 e DQ8; • Enteropatia. FATORES AMBIENTAIS Desempenham importante papel. Efeito protetor: amamentação. Introdução do glúten na dieta: • Introdução precoce de alimentos, em detrimento à amamentação exclusiva elevou as taxas de DC de 1 para 4 casos/1000 nascidos vivos na Suécia em 1980. • Já a introdução gradual de alimentos com glúten na dieta de bebês, enquanto eles ainda estão sendo amamentados, teria potencial para reduzir o risco do desenvolvimento de doença celíaca na primeira infância e provavelmente durante os períodos posteriores da infância. Glúten e Prolaminas relacionadas: Ingestão do glúten: • Glúten = composição singular de aminoácidos. Glutenina (glutamina/glutenina): • Álcool-insolúveis; Nutrição-UFGD • Solúvel em ácidos fracos e soluções alcalinas Gliadina (prolinas/prolamina): • Álcool-solúveis; • Não são bem digeridas pelo trato GI superior humano. As frações proteicas do glúten (gliadina e glutenina) exercem papel fundamental nas propriedades da massa. Quando hidratadas: • Gliadinas: viscosidade e extensibilidade; • Gluteninas: coesividade e elasticidade. Uma mistura adequada de ambas é essencial para um produto com boa qualidade final. REPOSTA IMUNOLÓGICA POSTULADA NA DOENÇA CELÍACA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA DOENÇA CELÍACA DIAGNÓSTICO Sintomas abdominais ou GI persistentes e inexplicáveis. Síndrome do Intestino Irritável. DM1. Fadiga prolongada. Deficiência inexplicada de Fe, B12 e B9. Úlceras bucais. Déficit de estatura. Perda de peso inesperada. Parentes de 1° graus. Doenças autoimunes da tireoide. Alteração enzimas hepáticas. Síndrome de Down e Turner. Distúrbios ósseos. Infertilidade/abortos recorrentes. Sintomas neurológicos. Nutrição-UFGD A biópsia deve ser realizada ANTES do início da dieta sem glúten. Pacientes que já estão em dieta sem glúten – consumir glúten por pelo menos 4 semanas antes da realização da biópsia. A segunda biópsia – 1 a 2 anos após início dieta sem glúten. CONSEQUÊNCIAS NUTRICIONAIS Deficiências de vitaminas e minerais são comuns em indivíduos com Doença Celíaca recém-diagnosticados ou não tratado. O grau de mal absorção depende do tempo para diagnóstico e o do grau de lesão intestinal. O dano à mucosa intestinal pode estar associado com a má absorção de macro e micronutrientes, incluindo: OBJETIVOS DA TERAPIA NUTRICIONAL Evitar o desencadeamento dos sintomas e a piora das manifestações alérgicas. Orientar as substituições alimentares necessárias, visando garantir a oferta nutricional adequada. Melhorar a palatabilidade das preparações, proporcionando o prazer em comer. Realizar educação alimentar e nutricional com o indivíduo e com a família. Orientar a interpretação dos rótulos nutricionais. Proporcionar às crianças e adolescentes crescimento e desenvolvimentoadequados. Tratamento dietoterápico Remoção permanente do alérgeno na dieta (não há nível seguro de consumo ou exposição): • Remissão dos sintomas, das características histológicas e sorológicas; • Melhora da saúde e a qualidade de vida; • Contaminação; • Elevado custo; • Restrita disponibilidade; • Baixa palatabilidade; • Representação sociais e culturais dos alimentos. Em lactentes, deve-se utilizar fórmula ou dieta hipoalergênica. Cuidado com a contaminação cruzada: presença de qualquer alérgeno alimentar não adicionado intencionalmente ao alimento. • Cultivo; • Produção; • Manipulação; • Armazenamento; • Embalagem; • Transporte; • Conservação. ORIENTAÇÕES Esclarecimentos completos devem ser dados sobre: • Os alimentos recomendados e substitutos; • As formas de apresentação disponíveis dos produtos; • Os alimentos que devem ser evitados; o A inspeção e leitura minuciosa dos rótulos dos alimentos, bem como Nutrição-UFGD nomenclaturas de difícil interpretação, como, por exemplo, soro/whey, caseína, lactoglobulina, lactoferrina e caseinatos; o Anotações de possíveis reações associadas à ingestão alimentar. Produtos que não são alimentares podem conter traços de alérgenos (alimentos para animais, medicamentos, cosméticos, sabonetes, loções, protetor solar). Utensílios domésticos (pratos, talheres, copos, panelas, potes, esponja de lavar louça, panos de limpeza) também podem conter traços de alérgenos. Recomendações para a escola: material escolar, materiais usados nas atividades (massinha de modelar, tintas, etc.). Excluir da dieta: • Trigo (semolina); • Centeio; • Cevada (malte); • Aveia; • Alimentos derivados e que os contém. DICAS DE CULINÁRIA PARA DIETA SEM GLÚTEN Farinhas que proporcionam melhor textura com leite e ovos em produtos assados: farinha de milho, fubá, farinha de batata, fécula de batata, farinha de arroz, arroz polido, farinha de soja, amido de milho (maisena). Farinhas que proporcionam textura granulosa: farinha de milho, fubá, farinha de arroz. Nutrição-UFGD Farinhas indicadas para preparações mais secas: farinha de batata, fécula de batata, farinha de arroz refinado e integral. Farinhas indicadas para preparações mais úmidas: farinha de arroz. Utilizar gomas para dar elasticidade na massa: goma xantana, CM (carboximetilcelulose) e goma guar. Acrescentar fontes de fibras.
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