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PRÁTICA SIMULADA IV (CÍVEL) - CCJ0150
Semana Aula: 11
Recurso contra sentença. Direito processual Civil.
Tema
Recurso de Apelação
XIX Exame da OAB – Direito Civil.
Antônio Augusto, ao se mudar para seu novo apartamento, recém-comprado, adquiriu, em 20/10/2015, diversos eletrodomésticos de última geração, dentre os quais uma TV de LED com sessenta polegadas, acesso à Internet e outras facilidades, pelo preço de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Depois de funcionar perfeitamente por trinta dias, a TV apresentou superaquecimento que levou à explosão da fonte de energia do equipamento, provocando danos irreparáveis a todos os aparelhos eletrônicos que estavam conectados ao televisor. Não obstante a reclamação que lhes foi apresentada em 25/11/2015, tanto o fabricante (MaxTV S.A.) quanto o comerciante de quem o produto fora adquirido (Lojas de Eletrodomésticos Ltda.) permaneceram inertes, deixando de oferecer qualquer solução. Diante disso, em 10/03/2016, Antônio Augusto propôs ação perante Vara Cível em face tanto da fábrica do aparelho quanto da loja em que o adquiriu, requerendo: (i) a substituição do televisor por outro do mesmo modelo ou superior, em perfeito estado; (ii) indenização de aproximadamente trinta e cinco mil reais, correspondente ao valor dos demais aparelhos danificados; e (iii) indenização por danos morais, em virtude de a situação não ter sido solucionada em tempo razoável, motivo pelo qual a família ficou, durante algum tempo, sem usar a TV. O juiz, porém, acolheu preliminar de ilegitimidade passiva arguída, em contestação, pela loja que havia alienado a televisão ao autor, excluindo-a do polo passivo, com fundamento nos artigos 12 e 13 do Código de Defesa do Consumidor. Além disso, reconheceu a decadência do direito do autor, alegada em contestação pela fabricante do produto, com fundamento no Art. 26, inciso II, do CDC, considerando que decorreram mais de noventa dias entre a data do surgimento do defeito e a do ajuizamento da ação. A sentença não transitou em julgado. Na qualidade de advogado(a) do autor da ação, indique o meio processual adequado à tutela do seu direito, elaborando a peça processual cabível no caso, excluindo-se a hipótese de embargos de declaração, indicando os seus requisitos e fundamentos nos termos da legislação vigente. 
RECURSO DE APELAÇÃO
Peça processual: RECURSO DE APELAÇÃO (art. 1.009 do CPC).
Art. 1.009.  Da sentença cabe apelação.
Recurso de Apelação a ser elaborado nos moldes do artigo 1.010 do NCPC, in verbis:
NCPC, art. 1.010.  A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá:
I - os nomes e a qualificação das partes;
II - a exposição do fato e do direito;
III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;
IV - o pedido de nova decisão.
 
Peça de interposição: Art. 1.010, caput do NCPC, ao juiz que de primeiro grau.
Endereçamento: Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da Vara Cível .....
Apelante: Antônio Augusto, (qualificação completa)
Apelado: MaxTV S.A. e Lojas de Eletrodomésticos Ltda, (qualificação completa).
Efeitos: Devolutivo e suspensivo, art. 1.012, caput do NCPC. 
NCPC, art. 1.012.  A apelação terá efeito suspensivo.
 Peça das razões:
Exposição de fato e de direito: Trata-se o caso em tela de relação de consumo, lastreada no Código de Defesa do Consumidor artigos 12 e 27 do CDC, uma vez que o caso em tela trata-se de responsabilidade civil por fato do produto, não por vício.
Fundamentação: 1) extinguiu-se o processo, sem resolução do mérito pela ilegitimidade passiva (art. 465, inciso VI do CPC) 
CPC, art. 465. O juiz não resolverá o mérito quando:
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
 
2)e com resolução do mérito por reconhecer a decadência (art. 467, inciso II do CPC.
CPC, art. 487.  Haverá resolução de mérito quando o juiz:
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
Preliminar de ilegitimidade passiva arguida pelo réu em contestação, com fundamento nos artigos 12 e 13 do Código de Defesa do Consumidor.
Aqui, deve-se sustentar a solidariedade entre os apelados, na qualidade de litisconsortes passivos. A responsabilidade do comerciante, ao menos quanto ao primeiro pedido deduzido da petição inicial referente à substituição do produto, encontra fundamento no art. 18 do CDC.
Magistrado reconheceu a decadência do direito do autor, também alegada em contestação, mas agora pela fabricante do produto, com fundamento no art. 26, inciso II, do CDC, considerando que decorreram mais de noventa dias entre a data do surgimento do defeito e a do ajuizamento da ação.
Não há que se falar em decadência, uma vez que no que concerne ao primeiro pedido, referente à substituição do produto, a pretensão recursal deve basear-se na existência de reclamação oportuna do consumidor, a obstar a decadência, na forma do Art. 26, § 2º, inciso I, do CDC.
Teoria da causa madura: Explicar para os discentes as hipóteses consagradas no artigo 1.013, §3° do CPC. 
Art. 1.013.  A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
§ 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
I - reformar sentença fundada no art. 485;
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
§ 4o Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.
 
Importante: O caso concreto se enquadra nas hipóteses do art. 1.012, §3°, inciso I e § 4°.
 
Pedido de nova decisão: Requer que o recurso seja conhecido e ao final dê provimento para reconhecer a legitimidade passiva do segundo apelado (Lojas de Eletrodomésticos Ltda), bem como afastar a decadência do direito do apelante alegada pelo primeiro apelado (MaxTV S.A), devendo ainda, este Tribunal, desde já, julgar o mérito do pedido do apelante para compelir os apelados a substituirem o televisor do apelante por outro do mesmo modelo ou superior, em perfeito estado; condenar os mesmos ao pagamento de indenização de aproximadamente trinta e cinco mil reais correspondente ao valor dos demais aparelhos danificados e indenização por danos morais.
 
PRÁTICA SIMULADA IV (CÍVEL) - CCJ0150
Semana Aula: 12
Recurso contra sentença. Direito processual Civil.
Tema
Recurso de Apelação
 
37 ° Exame da OAB ? Direito Civil. Adaptado.
Gustavo ajuizou, em face de seu vizinho Leonardo, ação com pedido de indenização por dano material suportado em razão de ter sido atacado pelo cão pastor alemão de propriedade do vizinho. Segundo relato do autor, o animal, que estava desamarrado dentro do quintal de Leonardo, o atacara, provocando-lhe corte profundo na face. Em consequência do ocorrido, Gustavo alegou ter gasto R$ 3 mil em atendimento hospitalar e R$ 2 mil em medicamentos. Os gastos hospitalares foram comprovados por meio de notas fiscais emitidas pelo hospital em que Gustavo fora atendido, entretanto este não apresentou os comprovantes fiscais relativos aos gastos com medicamentos, alegando ter-se esquecido de pegá-los na farmácia. Leonardo, devidamente citado, apresentou contestação, alegando que o ataque ocorrera por provocação de Gustavo, que jogava pedras no cachorro. Alegou, ainda, que, ante a falta de comprovantes, não poderia ser computado na indenização o valor gasto com medicamentos. Houve audiência de instrução e julgamento, na qual as testemunhas ouvidas declararam que a mureta da casa de Leonardo media cerca de um metro e vinte centímetros e que, de fato, Gustavo atirava pedras no animal antes do evento lesivo. O juiz da 40.ª Vara Cível de Curitiba proferiu sentença condenando Leonardo a indenizar Gustavo pelos danos materiais,no valor de R$ 5 mil, sob o argumento de que o proprietário do animal falhara em seu dever de guarda e por considerar razoável a quantia que o autor alegara ter gasto com medicamentos. Pelos danos morais decorrentes dos incômodos evidentes em razão do fato, Leonardo foi condenado a pagar indenização no valor de R$ 6 mil. A sentença foi publicada e, após uma semana, Leonardo, não se conformando com a sentença, procurou advogado.
Gabarito:
Peça processual: recurso de apelação. artigo 1.009 do cpc. 
Competência: Juiz de Direito da 40º Vara Cível da Comarca da Capital do Estado do Paraná (Juízo que prolatou a sentença).
 
Apelante: Leonardo (qualificação completa)
Apelado: Gustavo (qualificação completa)  
Efeitos: Duplo efeito, isto é, devolutivo e suspensivo (artigo 1.012 do CPC).
 
Peça de Razões:
Mostrar aos alunos que no Recurso de Apelação tem-se como foco a sentença judicial, onde se discute o mérito da causa e o limite da apreciação da matéria pelo tribunal será delimitado pelo apelante, não deixando de falar das matérias de ordem pública, na apelação tenta-se desarticular a sentença que não foi satisfatória ao pleito do apelante, buscando-se a sua reforma ou anulação, a depender do caso. 
Erro in judicando. Direito material: 1- Responsabilidade civil objetiva e culpa exclusiva da vítima - Artigo 936 do Código Civil.
Da responsabilidade civil objetiva
A responsabilidade do dono ou detentor de animal é objetiva, isto é, torna-se desnecessária a comprovação de culpa da administração, ou de sua omissão específica no evento danoso.  "A responsabilidade do dono ou detentor de animal independe da verificação de culpa e,portanto, há presunção absoluta. Essa presunção, por ser jure et de jure e, portanto, invencível e que não admite prova em contrário, só é elidível por prova - a cargo do dono do animal - de que o dano adveio de culpa da vítima ou de caso fortuito ou força maior, ou seja, mediante anteposição de uma das verdadeiras causas excludentes da responsabilidade."
Contudo, o dono ou detentor do animal terá que ressarcir o dano por esse causado independentemente de culpa, por aplicação da teoria da responsabilidade objetiva. Não obstante, poderá eximir-se da culpa se provar a ocorrência de culpa exclusiva da vítima ou força maior.
Culpa exclusiva da vítima 
Não obstante a regra contida na primeira parte do art. 936, se o ataque do cão resultar de culpa exclusiva da vítima (provocar o animal; adentrar em terreno onde o animal está, desconsiderando a existência de placas indicativas de animal perigoso, etc.) não haverá obrigação de indenizar, conforme preceitua a parte final do referido dispositivo. Sobre o tema, o Egrégio Tribunal de Justiça de Santa Catarina recentemente decidiu: 
"RESPONSABILIDADE CIVIL - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - AUTOR MORDIDO POR CÃO DE PROPRIEDADE DO RÉU QUE SE ENCONTRAVA AMARRADO EM ESTABELECIMENTO COMERCIAL - FATO OCORRIDO NUM DOMINGO QUANDO O LOCAL ESTAVA FECHADO AO PÚBLICO - PERÍCIA TÉCNICA QUE CONSTATOU A EXISTÊNCIA DE PLACA INDICATIVA DE ANIMAL FEROZ NO LOCAL - DEPOIMENTO TESTEMUNHAL QUE CONFIRMA O FATO DO AUTOR TER ADENTRADO NO PÁTIO E SE APROXIMAR DO CÃO - CONDUTA IMPRUDENTE - SUPOSTA OMISSÃO DO RÉU NÃO CARACTERIZADA - DANO MORAL NÃO CONFIGURADO - INTELIGÊNCIA DO ART. 5º, X, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E DOS ARTS. 159 E 1.527 DO CÓDIGO CIVIL/1916 (CORRESPONDENTES AOS ARTS. 186 E 936 DO CC/02) E 927 DO CÓDIGO CIVIL/02 - SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA REFORMADA - RECURSO PROVIDO. 
Não obstante os incômodos sofridos pelo autor em razão dos fatos narrados na inicial, estes não chegaram a configurar ilícito passível de indenização, uma vez que a mordida do cão, por si só, não enseja dano moral quando ausente a prova de que houve omissão por parte do dono do animal".
A culpa exclusiva da vítima impede a caracterização do nexo causal entre a ação e o dano, neste caso o causador do dano não concorreu para a existência deste, não podendo assim por ele ser responsabilizado.
 
Dos danos materiais
Com a tese de culpa exclusiva da vítima, não há que se falar em o apelante pagar danos materias ao apelado, não havendo ao apelante obrigação de indenizar os danos materiais. Principalmente, no que tange aos danos materiais com gastos de medicamentos que não foram comprovados nos autos, para tanto era necessário que o autor comprovasse além do dano a ocorrência do nexo causal, ônus do qual não se desincumbiu a contento.
O nexo de causalidade é elemento indispensável em qualquer espécie de responsabilidade civil. Pode haver responsabilidade sem culpa, como ocorre na responsabilidade objetiva, mas não pode haver responsabilidade sem nexo causal.
Erro in judicando e erro in procedendo. Da sentença extra petita e dos danos morais
Sentença extra petita é aquela em que as decisões judiciais apreciam ou deferem coisa diversa da pedida na petição inicial e com isto são nulas. Isto porque o magistrado não pode deferir o que não foi pedido, seja qualitativa ou quantitativamente, conforme determina o artigo 492 do Código de Processo Civil. Esse tipo de sentença é chamada extra petita, pois está fora do limite do processo, que é dado pelo pedido inicial e pela contestação.
CPC, art. 492.  É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
Diante do caso concreto apresentado, não pode o magistrado condenar o apelante a pagar danos morais ao apelado, uma vez que este não foi pedido pelo mesmo, sentenciando então de forma extra petita. 
Pedido de nova decisão:
Requer que o recurso seja conhecido e ao final dê provimento para reformar parte da sentença que condenou o apelante ao pagamento ao apelado a indenização por danos materiais, bem como sua invalidação parcial para excluir deste a condenação por danos morais, isto é, julgando totalmente improcedente o pedido do apelado e ainda, sua condenação nas despesas e honorários de advogado em 20% sobre o valor da causa.
PRÁTICA SIMULADA IV (CÍVEL) - CCJ0150
Semana Aula: 13
Recurso contra decisão interlocutória. Direito processual Civil.
Tema
Recurso: Agravo de Instrumento
 
XIV Exame da OAB - Unificado - Prova D. Civil
      Pedro, brasileiro, solteiro, jogador de futebol profissional, residente no Rio de Janeiro/RJ, legítimo proprietário de um imóvel situado em Juiz de Fora/MG, celebrou, em 1º de outubro de 2012, contrato por escrito de locação com João, brasileiro, solteiro, professor, pelo prazo de 48 (quarenta e oito) meses, ficando acordado que o valor do aluguel seria de R$ 3.000,00 (três mil reais) e que, dentre outras obrigações, João não poderia lhe dar destinação diversa da residencial. Ofertou fiador idôneo. Após um ano de regular cumprimento da avença, o locatário passou a enfrentar dificuldades financeiras. 
         Pedro, depois de quatro meses sem receber o que lhe era devido, ajuizou ação de despejo cumulada com cobrança de aluguéis perante a 2ª Vara Cível da Comarca de Juiz de Fora/MG, requerendo, ainda, antecipação de tutela para que o réu/locatário fosse despejado liminarmente, uma vez que desejava alugar o mesmo imóvel para Francisco. O magistrado recebe a petição inicial, regularmente instruída e distribuída, e defere a medida liminar pleiteada, concedendo o prazo de 72 (setenta e duas) horas para João desocupar o imóvel, sob pena de multa diária de R$ 2.000,00 (dois mil reais). 
       Desesperado, João o procura para que, na qualidade de seu advogado, interponha o recurso adequado (excluídos os embargos declaratórios) para se manter no imóvel, abordando todos os aspectos de direito material e processual pertinentes. 
Gabarito com base no Novo CPC (Lei 13.105/2015)
Peça processual: RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO
Para a elaboração do recurso deverá seguir o que dispõe o artigo 1.016 do CPC, in verbis: 
NCPC, art. 1.016.  O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, por meio de petição com os seguintes requisitos:
I - os nomes das partes;II - a exposição do fato e do direito;
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido;
IV - o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo. (grifos nossos).
 
Peça de interposição: NCPC, artigo 1.016, caput do CPC, será dirigida diretamente ao tribunal competente. Neste caso, ao Presidente do Tribunal de Justiça: EXMO. SR. DR. PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO....
Agravante: João (qualificação completa)
Agravado: Pedro  (qualificação completa)
Cabimento do recurso: Artigo 1.015, inciso I do CPC, isto é, caberá o recurso de Agravo de Instrumento contra decisão interlocutória que versar sobre tutela provisória. No caso concreto existiu uma tutela provisória de urgência.
NCPC, art. 1.015.  Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
          I - tutelas provisórias;
Peças obrigatórias a instruir o recurso: NCPC, art. 1.017.  A petição de agravo de instrumento será instruída: I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado; II - com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal.
As peças facultativas que poderão instruir o recurso estão no artigo 1.017, inciso III do. Art. 1.017 do NCPC, III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.
Efeitos: Devolutivo e suspensivo aos moldes do artigo 1.019, inciso I do NCPC.
NCPC, art. 1.019.  Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV, o relator, no prazo de 5 (cinco) dias:
I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão;
 Peça das razões:
Exposição de fato e de direito: Prevê o art. 62, II e alíneas “a” até “d” da Lei nº 8.245/91, que nas ações de despejo fundadas na falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação, o locatário poderá evitar a rescisão da locação efetuando, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da citação, o pagamento do débito atualizado, independentemente de cálculo e mediante depósito judicial, incluídos os aluguéis e acessórios da locação que vencerem até a sua efetivação; as multas ou penalidades contratuais, quando exigíveis; os juros de mora; as custas e os honorários do advogado do locador, fixados em dez por cento sobre o montante devido, se do contrato não constar disposição diversa.
 Lei nº 8.245/91, art. 62.  Nas ações de despejo fundadas na falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação, de aluguel provisório, de diferenças de aluguéis, ou somente de quaisquer dos acessórios da locação, observar-se-á o seguinte: 
        I. o pedido de rescisão da locação poderá ser cumulado com o pedido de cobrança dos aluguéis e acessórios da locação; nesta hipótese, citar-se-á o locatário para responder ao pedido de rescisão e o locatário e os fiadores para responderem ao pedido de cobrança, devendo ser apresentado, com a inicial, cálculo discriminado do valor do débito.
       II. o locatário e o fiador poderão evitar a rescisão da locação efetuando, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da citação, o pagamento do débito atualizado, independentemente de cálculo e mediante depósito judicial, incluídos:
a) os aluguéis e acessórios da locação que vencerem até a sua efetivação;
b) as multas ou penalidades contratuais, quando exigíveis;
c) os juros de mora;
d) as custas e os honorários do advogado do locador, fixados em dez por cento sobre o montante devido, se do contrato não constar disposição diversa;
Pedido:
Requer que o recurso seja conhecido e deferido pelo desembargador relator o efeito suspensivo e ao final de provimento para reformar a decisão interlocutória proferida pelo Juízo a quo.
 
PRÁTICA SIMULADA IV (CÍVEL) - CCJ0150
Semana Aula: 14
Recurso contra decisão interlocutória. Direito processual Civil.
Tema
Recurso: Agravo de Instrumento
XX Exame da OAB – Direito Civil. Adaptada
 
 Em 2015, Rafaela, menor impúbere, representada por sua mãe Melina, ajuizou Ação de Alimentos em Comarca onde não foi implantado o processo judicial eletrônico, em face de Emerson, suposto pai. Apesar de o nome de Emerson não constar da Certidão de Nascimento de Rafaela, ele realizou, em 2014, voluntária e extrajudicialmente, a pedido de sua ex-esposa Melina, exame de DNA, no qual foi apontada a existência de paternidade de Emerson em relação a Rafaela. Na petição inicial, a autora informou ao juízo que sua genitora encontrava-se desempregada e que o réu, por seu turno, não exercia emprego formal, mas vivia de “bicos” e serviços prestados autônoma e informalmente, razão pela qual pediu a fixação de pensão alimentícia no valor de 30% (trinta por cento) de 01 (um) salário mínimo. A Ação de Alimentos foi instruída com os seguintes documentos: cópias do laudo do exame de DNA, da certidão de nascimento de Rafaela, da identidade, do CPF e do comprovante de residência de Melina, além de procuração e declaração de hipossuficiência para fins de gratuidade. Recebida a inicial, o juízo da 1ª Vara de Família da Comarca da Capital do Estado Y indeferiu o pedido de tutela antecipada inaudita altera parte, rejeitando o pedido de fixação de alimentos provisórios com base em dois fundamentos: (i) inexistência de verossimilhança da paternidade, uma vez que o nome de Emerson não constava da certidão de nascimento e que o exame de DNA juntado era uma prova extrajudicial, colhida sem o devido processo legal, sendo, portanto, inservível; e (ii) inexistência de “possibilidade” por parte do réu, que não tinha como pagar pensão alimentícia pelo fato de não exercer emprego formal, como confessado pela própria autora. A referida decisão, que negou o pedido de tutela antecipada para fixação de alimentos provisórios, já foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico. Considere-se que não há feriados no período. Na qualidade de advogado(a) de Rafaela, elabore a peça processual cabível para a defesa imediata dos interesses de sua cliente, indicando seus requisitos e fundamentos nos termos da legislação vigente. 
Gabarito:
Peça processual: RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO
A decisão interlocutória no caso em tela é atacável por Agravo de Instrumento, na forma do art. 1.015, inc. I do CPC
OBS: Destaca-se que pelo o CPC o prazo para interposição do recurso é de 15 dias, artigo 1.003, §5°.
Para a elaboração do recurso deverá seguir o que dispõe o artigo 1.016 do CPC, in verbis: 
NCPC, art. 1.016.  O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, por meio de petição com os seguintes requisitos:
I - os nomes das partes;
II - a exposição do fato e do direito;
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido;
IV - o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo. (grifos nossos).
 Peça de interposição: NCPC, artigo 1.016, caput do CPC, será dirigida diretamente ao tribunal competente. Neste caso, ao Presidente do Tribunal de Justiça: 
EXMO. SR. DR. PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO....
Agravante: Rafaela, menor impúbere, representada por sua mãe Melina, qualificação completa.
Agravado: Emerson, qualificação completa.
Cabimento do recurso: Artigo 1.015, inciso I do CPC, isto é, caberá o recurso de Agravo de Instrumento contra decisão interlocutória que versar sobre tutela provisória. No caso concreto existiu uma tutela provisória de urgência.
NCPC, art. 1.015.  Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
          I - tutelas provisórias;
Peças obrigatórias a instruir o recurso: NCPC, art. 1.017.  A petição de agravo deinstrumento será instruída: I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado; II - com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal.
As peças facultativas que poderão instruir o recurso estão disciplinadas no artigo 1.017, inciso III do NCPC. Art. 1.017 do NCPC, III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.
Da antecipação dos efeitos da tutela recursal: Art. 1.019, inciso I do CPC.  O dano irreparável ou de difícil reparação está evidenciado no fato de que o dever de pagar alimentos é do genitor (agravado). Assim, afigura-se a necessidade de se requerer, no Agravo, a antecipação da tutela recursal, que será analisada em juízo monocrático pelo Relator do Agravo no Tribunal.
NCPC, art. 1.019.  Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV, o relator, no prazo de 5 (cinco) dias:
I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão;
Peça das razões:
Exposição de fato e de direito: 
Fundamentação: Para a concessão de alimentos provisórios, embora a necessidade do menor seja presumida, deve ser apontada a presença necessária a comprovação de dois requisitos (“verossimilhança da alegação” e “risco de dano irreparável”).
Já no que tange ao dever de alimentar (presunção de paternidade por meio de realização de prova extrajudicial) o binômio necessidade-possibilidade (necessidade pelo alimentando e possibilidade de pagamento pelo alimentante).
 
No caso concreto, em que pese o exame de DNA não se afigurar como prova inatacável, como bem adianta o art. 2º-A da Lei 8.560/1992, ele configura a verossimilhança nas alegações de Rafaela (agravante).
Igualmente, o mero fato de o pai não exercer trabalho formal não o exime de prestar alimentos, mesmo em sede de antecipação de tutela, isto pode levar a uma modicidade nos alimentos, mas não sua exoneração, de pronto.
Por fim, outra informação que acabou não sendo mencionada, mas que deve aparecer na régua de correção, é a questão do prazo. Primeiro, o CPC/2015 conta os prazos em dias úteis (art. 219), e não mais em dias corridos. 
 
 Pedido:
Requer que o recurso seja conhecido e que seja concedida pelo Desembargador Relator a antecipação da tutela recursal a fim de ser reformada a decisão que indeferiu o pagamento de alimentos provisórios. Ao final, que dê provimento para confirmar a reforma do conteúdo da decisão agravada, para que seja mantido o deferimento de pensão alimentícia provisória. 
 
 
PRÁTICA SIMULADA IV (CÍVEL) - CCJ0150
Semana Aula: 15
Lei 9099/95. Recurso contra sentença. Direito do Consumidor.
Tema
Recurso Inominado
               Virgínia Lopez, domiciliada na cidade do Rio de Janeiro, ajuizou perante o V Juizado Especial Cível da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, em outubro de 2014, Ação de obrigação de fazer cumulada com dano moral e pedido de tutela antecipada, em face de Usuracard S.A. Administradora de Cartão de Crédito, estabelecida em São Paulo capital.
        Na inicial informou que era usuária titular do cartão de crédito n° 1234. 9909. 3322. 1100, emitido e administrado pelo réu. Este, em virtude do atraso da autora nos pagamentos das faturas dos meses de abril e maio de 2014 colocou o nome da mesma no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Ocorre que Virgínia quitou as parcelas que estavam vencidas e não pagas, em 26 de junho de 2014, para que pudesse assinar contrato de financiamento habitacional, mas até a data de distribuição da demanda a Usuracard não havia retirado o seu nome do SPC o que a levou a perder o contrato para aquisição da sua casa própria. 
       Em decisão interlocutória o magistrado determinou que o réu retirasse o nome da autora do cadastro de restrição do crédito. Em contestação o réu sustentou a inexistência de dano moral. 
           Finda a fase instrutória foi proferida sentença confirmando em definitivo a tutela antecipada anteriormente deferida, mas julgou improcedente o pedido de dano moral requerido pela autora por entender incabível. 
           Diante da situação hipotética, elabore o recurso adequado aos interesses de Virgínia.
Avaliação
 
Gabarito com base no CPC de 1973
Peça processual: RECURSO INOMINADO
 
Recurso Inominado. Juizado Especial Cível, Lei 9.099/95:
 
Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado.
§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes togados, em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado.
 
Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.
§ 1º O preparo será feito, independentemente de intimação, nas quarenta e oito horas seguintes à interposição, sob pena de deserção.
§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias.
 
Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar dano irreparável para a parte.
 
 
Peça de interposição: 
Endereçamento: EXMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO V JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
Cuidado! Apesar do Recurso inominado ser interposto ao próprio juiz que proferiu a decisão, o recurso será julgado pela Turma Recursal
Recorrente: Virgínia Lopez
Recorrido: Usuracard S.A. Administradora de Cartão de Crédito
Efeito(s): Devolutivo.
 
 
Peça das razões:
Dirigida à Turma Recursal
 
Fundamentação: Prestação de serviço defeituosa, art. 14 e art. 6, inciso VI da Lei 8.078/90.
CDC, art. 6º São direitos básicos do consumidor:
[...]
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos.
 
CDC, art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
 I - o modo de seu fornecimento;
 II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
 III - a época em que foi fornecido.                                                    
 
 Pedido: Requer quer o recurso seja conhecido e ao final dê provimento para reformar parcialmente a sentença proferida pelo magistrado do V Juizado Especial Cível da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro para condenar o réu ao pagamento de dano moral no valor de R$ ... (determinar) a recorrente.
 
PRÁTICA SIMULADA IV (CÍVEL) - CCJ0150
Semana Aula: 16
Lei 9099/95. Recurso contra sentença. Direito do Consumidor.
Tema
Lei n. 9.099/95. Recurso Inominado
RECURSO INOMINADO
        Maria Cândida propôs ação de anulação em face de Energia's sob o argumento de que foi coagida a assinar confissão de dívida no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), pois a concessionária de serviço público alegou que, quando da visita de inspeção do medidor em sua residência, constatou irregularidade no medidor, conhecido popularmente como "gato", e que se não assinasse seria interrompida a prestação de serviços. 
         Maria informou que mesmo com o valor parcelado em 5 prestações mensaise sucessivas não tem condições financeiras de arcar com este pagamento mais os valores referentes ao seu consumo mensal, o que certamente resultará na interrupção na prestação de serviço de energia elétrica, uma vez que os dois valores juntos são superiores ao seu salário.
         A ré em contestação alegou a validade da confissão de dívida, por ser a autora maior, o objeto lícito e a forma prescrita em lei. Afirmou ainda em preliminar, a incompetência do juizado para julgamento da demanda face à necessidade de perícia para saber se o medidor de energia elétrica havia sido alterado ou não. O magistrado acolheu a preliminar de incompetência e julgou extinto o processo sem resolução do mérito.
           Elabore a peça processual cabível para defender os interesses de Maria. 
Gabarito
 Peça processual: RECURSO INOMINADO
 Recurso Inominado. Juizado Especial Cível, Lei 9.099/95:
 
Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado.
§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes togados, em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado.
Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.
§ 1º O preparo será feito, independentemente de intimação, nas quarenta e oito horas seguintes à interposição, sob pena de deserção.
§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias.
  
Peça de Interposição: Dirigida ao Juizado Especial Cível ...
Endereçamento: EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO .... JUIZADO ESPECIAL CÍVEL... 
Recorrente: Maria Cândida
Recorrido: Energia s
Efeitos: Devolutivo e suspensivo. 
Deverá ser requerido o efeito suspensivo na peça de interposição a fim de que não seja interrompida a prestação de serviços, pois trata-se de serviço essencial, com fulcro no art. 43 da lei 9099/95, para evitar dano irreparável à Recorrente.
 
Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar dano irreparável para a parte.
 Peça das razões:
 Fundamentação: Trata-se o caso de erro no procedimento já que a realização de perícia é desnecessária ao deslinde da controvérsia, conforme entendimento já consolidado do JEC. O caso se encaixa na relação de consumo, sendo aplicável o Código de Defesa do Consumidor (CDC, Lei n. 8.078/90). A ré é fornecedora de produtos e serviços, enquadrando-se nas disposições do artigo 3º e seus parágrafos do CDC.
            Não pode a empresa, de forma unilateral, efetuar a cobrança de multa de recuperação de consumo sem esclarecer como alcançou o valor pretendido, assim a autora tem direito a anulação da confissão de dívida. 
Também é bom lembrar a regra consagrada no artigo 22 do Código de Defesa do Consumidor, Lei 8.078/90. 
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
        Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste código.
 
	Processo :0021581-70.2014.8.19.0036
1ª Ementa
	Juiz(a) Juiz(a) RENATA GUARINO MARTINS - Julgamento: 30/06/2015
PRIMEIRA TURMA DO CONSELHO RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS AUTOS Nº 21581-70 RECORRENTE: LIGHT SERVIÇOS DE ELETRECIDADE S/A RECORRIDO: ANDRÉ CAVALCANTI DE MOURA VOTO Narra o autor que, em 12 de agosto de 2013, recebeu correspondência da ré comunicando que, no dia 05.08.2013, havia efetuado uma inspeção no relógio medidor do seu consultório odontológico, tendo constatado a existência de irregularidade. Afirma que o TOI foi lavrado sem maiores explicações, com a cobrança do valor de R$ 1.538,97. Aduz que, apesar de ter questionado tal cobrança, a ré inseriu o valor nas faturas mensais obrigando-o a pagar para não ter o serviço cortado. Postula o ressarcimento do valor indevidamente cobrado, em dobro, e compensação por danos morais. Em CONTESTAÇÃO, a ré arguiu preliminar de incompetência do JEC por necessidade de perícia; no mérito, defendeu a regularidade do procedimento diante da constatação da existência de regularidades no medidor (inexatidão da apuração do consumo, que vinha sendo aferido à menor) sendo legítima a cobrança na medida em que o serviço fora efetivamente prestado, tendo agido no exercício regular do direito objetivando recuperar o consumo. Impossibilidade de cancelamento do débito e da restituição. Requereu a improcedência. O PROJETO DE SENTENÇA homologado por Juiz Togado foi de PROCEDENCIA DOS PEDIDOS. Embargos de Declaração interpostos pelo autor que foram acolhidos para sanar a omissão apontada, corrigindo a incidência dos juros e da correção monetária de acordo com a previsão legal, passando o dispositivo a ter a seguinte redação: "Pelo exposto, JULGO PROCEDENTES OS PEDIDOS autorais, com fulcro no artigo 269, inciso I do CPC, para: (a) condenar a Ré a ressarcir ao Autor o valor total de R$ 1.538,97, em dobro, corrigido monetariamente a contar de cada efetivo pagamento e acrescido de juros de 1% ao mês desde a citação. (b) condenar a Ré a pagar ao Autor o valor de R$ 2.000,00, a título de indenização por danos morais, corrigido monetariamente a contar da publicação da sentença e com incidência de juros de 1% desde a citação." RECURSO DA RÉ, tempestivo e preparado, pugnando pelo acolhimento da preliminar de incompetência do JEC por necessidade de prova pericial. Caso ultrapassada, requer a reforma total da sentença ou, alternativamente, a redução do valor da condenação, reiterando o argumento de ter constatado irregularidade no relógio medidor que se encontrava com os lacres retirados. Contrarrazões, pelo desprovimento do recurso. É O RELATÓRIO. VOTO. A realização de pericia é desnecessária ao deslinde da controvérsia. Relação de consumo, sendo aplicável o Código de Defesa do Consumidor (CDC). A ré é fornecedora de produtos e serviços, enquadrando-se nas disposições do artigo 3º e seus parágrafos do Código de Defesa do Consumidor. Com todas as venias, a sentença merece parcial reforma. Ausência de demonstração, por parte da ré, que o autor deu causa a irregularidade supostamente apontada, não podendo, assim, a empresa, de forma unilateral, efetuar a cobrança de multa de recuperação de consumo sem esclarecer como alcançou o valor pretendido. Autor que tem direito ao cancelamento do TOI, além de recebimento dos valores pagos de forma simples, pelo que não configurada a genuína cobrança indevida prevista no parágrafo único do art. 42 do CDC. Inexistência de dano moral considerando que não foi noticiada a existência de interrupção do serviço de caráter essencial de forma a obrigar o consumidor a arcar com o pagamento do valor objeto do TOI. Conhecimento e provimento parcial do recurso. PELO EXPOSTO, VOTO PELO CONHECIMENTO e PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO PARA EXCLUIR A CONDENAÇÃO POR DANO MORAL E PARA EXCLUIR A REPETIÇÃO EM DOBRO, CABENDO A RECORRENTE ARCAR COM A RESTITUIÇÃO SIMPLES DO VALOR COBRADO. SEM HONORÁRIOS POR SE TRATAR DE RECURSO COM ÊXITO. RENATA GUARINO MARTINS Juíza Relatora
 
	Processo :0006197-39.2014.8.19.0207
1ª Ementa
	Juiz(a) Juiz(a) ADRIANA MARQUES DOS SANTOS LAIA FRANCO - Julgamento: 11/06/2015
VOTO DA RELATORA: Nos termos do art. 515, §1º do CPC, passo a análise do mérito. E neste contexto, entendo pela reforma da sentença nos termos do voto abaixo delineado. Trata-se de recurso inominado em face da sentença que julgou extinto o feito em razão da necessidade de perícia técnica. Argumenta a parte autora que é cliente da empresa ré e que seu consumo mensal gira em torno de 14KWh, pagando mensalmente umamédia de R$ 44,08. Entretanto, sustenta que, no mês de novembro de 2011, a empresa ré emitiu uma fatura no valor de R$ 483,25, muito além de seu consumo real. Sustenta ter tentado resolver a questão administrativamente, entretanto, sem êxito. Alega, ainda, que, na data de 08/05/2014, quando tentava realizar um financiamento, foi surpreendido com o fato de estar com seu nome inserido no rol de devedores. Como necessitava do crédito, afirma ter quitado o valor de R$ 483,25 (fls. 18/19 e 26). Aduz ser pessoa de parcos recursos, tendo havido falha na prestação de serviços da ré. A ré, por sua vez, defende, no mérito, a legitimidade de sua conduta. No caso, ouso divergir do ilustre magistrado sentenciante. Em nome da Teoria da Causa Madura, afasto a preliminar de incompetência do juízo e passo a analisar o mérito. Inicialmente, entendo que os fatos constitutivos do direito autoral encontram-se evidenciados por meio dos documentos de fls. 25, 29, 45/57, de onde se pode extrair que, de fato, o consumo médio do autor, há anos, gira em torno de 100 kWh, tendo, no máximo, alcançado o somatório de 298 kWh, quando, em dezembro de 2011, quitou o valor de R$ 140,24, a título de consumo de energia elétrica (fl. 49). Desnecessária, portanto, a produção de prova pericial técnica, eis que os fatos em debate nesta lide dizem respeito apenas a uma única cobrança, referente ao mês de novembro de 2011, cujo consumo faturado foi de 947 kWh, no caso, R$ 483,25 (fls. 26/27), muito além, portanto, de sua média mensal, revelando-se, inequivocamente, onerosa. No mérito, entendo que a ré não demonstrou o porquê da fatura em patamar elevado, tendo o autor comprovado ter tentado resolver a questão administrativamente, por meio da indicação de protocolos, os quais não foram contestados pela parte ré. Logo, entendo ser indevida a cobrança deste valor, excessivamente oneroso para a parte autora. Quanto à devolução do valor, considerando que o serviço prestado pela ré não é gratuito; considerando que deve ser repelido o enriquecimento sem causa de qualquer das partes do processo; considerando, ainda, que a parte autora comprovou por meio dos documentos acostados aos autos que manteve uma média de consumo, nos seis meses anteriores à novembro de 2011, em torno de R$ 48,00, entendo que deverá a parte ré devolver ao autor o valor de R$ 435,25 (quatrocentos e trinta e cinco reais e vinte e cinco centavos). Não há dúvida, portanto, do desrespeito à honra do autor e que a sua restrição de crédito se deu em razão do exercício de atividade econômica da ré, a qual expôs o consumidor a risco. A mera inclusão do nome de alguém junto ao cadastro de maus pagadores, sem que a pessoa cadastrada tenha contribuído para tanto, constitui, per si, motivo bastante à concessão de indenização, porque, além de manchar o nome do consumidor no mercado, obsta a obtenção de crédito, situações que não podem ser classificadas como mero transtorno. A jurisprudência já consolidada do Egrégio Superior Tribunal de Justiça é no sentido de se reconhecer a existência de dano moral puro pela simples comprovação da indevida negativação do nome do consumidor no cadastro de maus pagadores, constituindo-se, desse modo, independentemente de prova - dano in re ipsa. Nesse sentido: "AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. INSCRIÇÃO INDEVIDA. CADASTROS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. DANOS MORAIS. DESNECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DOS PREJUÍZOS. REEXAME DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 07/STJ. 1 - A indevida manutenção da inscrição do nome do devedor em cadastros de inadimplentes gera o direito à indenização por danos morais, sendo desnecessária a comprovação dos prejuízos suportados, pois são óbvios os efeitos nocivos da negativação. 2 Ademais, para que se infirmassem as conclusões do aresto impugnado, no sentido da ocorrência de dano moral causado ao agravado por culpa do agravante, seria necessária a incursão no campo fático-probatório da demanda, providência vedada em sede especial, conforme dispõe a súmula 07/STJ. 3 Agravo regimental desprovido." (4ª Turma, AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO n.º 845875/RN, Relator Ministro FERNANDO GONÇALVES, Data do Julgamento: 04/03/2008). Quanto a sua quantificação, como é de sabença, não deve constituir a indenização meio de locupletamento indevido do lesado e, assim, deve ser arbitrada com moderação e prudência pelo julgador. Por outro lado, não deve ser insignificante, considerando-se a situação econômica do ofensor, pois não pode constituir estímulo à manutenção de práticas que agridam e violem direitos do consumidor. Nesta esteira, entendo justa uma indenização no valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). Isto posto, VOTO pelo conhecimento e pelo provimento parcial do recurso do autor para fins de condenar a ré a restituir ao autor o valor de R$ 435,25 (quatrocentos e trinta e cinco reais e vinte e cinco centavos), devidamente atualizado a contar de seu desembolso e acrescido de juros de mora a contar da citação, e a pagar ao autor, a título de danos morais, a quantia de R$ 8.000,00, devidamente atualizada a contar desta data e acrescida de juros de mora a contar da citação . Oficie-se na forma da Súmula 144 do TJRJ, eis que o débito já fora quitado. Sem ônus sucumbenciais por se tratar de recurso com êxito. P.R.I. Rio de Janeiro, 08 de junho de 2015. ADRIANA MARQUES DOS SANTOS LAIA FRANCO JUÍZA RELATORA PODER JUDICIÁRIO QUINTA TURMA RECURSAL Recurso n° 6197-39.2014.8.19.0207 Sessão: 11/06/2015 Recorrente: CARLOS ALBERTO DA SILVA Recorrido: LIGHT
	
Pedido
Requer que o recurso seja conhecido e que ao final seja dado provimento para invalidar a decisão monocrática devendo julgar procedente o pedido da recorrente de anulação da confissão de dívida firmada com a recorrida.
OBS: A Teoria da Causa madura disciplinada no artigo 515, §3° do CPC de 1973, no NCPC, encontra-se com redação diferente no artigo 1.013, §3° que dispõe:
Art. 1.013.  A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.
[...]
 § 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
I - reformar sentença fundada no art. 485;
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.

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