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Resumo de Direito Previdenciário com questionário de 2 de 2017

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RESUMO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO: 
 
A inscrição é o cadastramento do segurado na previdência 
social. É ato pelo qual o segurado é cadastrado no RGPS por meio de comprovação 
de dados pessoais e outros elementos necessários e úteis a sua caracterização. Pode-
se dizer que a filiação é o fato, já a inscrição é a consequência, é o ato de conteúdo 
meramente declaratório. 
Consiste na aquisição da qualidade de segurado; 
Filiação: é o vínculo entre o segurado e a previdência; 
Relação jurídica que implica na criação de direitos e deveres para 
ambos. 
Trabalhadores celetistas: por meio da anotação da CTPS, não 
necessitando de ato formal (inscrição); filiação é automática. 
Inscrição: é ato formal de formalização da filiação ao RGPS perante o 
INSS. O interessado deve comparecer ao INSS e formalizar sua inscrição; 
Casos: contribuintes individuais e facultativos;  Segurado especial: 
tem forma específica de inscrição (art. 17, par. 4º da L. 8213.91). 
Tratam-se de dois conceitos distintos dentro do Direito Previdenciário 
e que geralmente causam certa confusão em quem está lendo a matéria. 
Vamos analisar a seguir cada uma das situações. 
Filiação, conforme o art. 29 da IN 45, é o vínculo jurídico que se 
estabelece entre pessoas que contribuem para a Previdência Social e esta, do qual 
decorrem direitos e obrigações. Desta forma, filiados à Previdência Social somente 
podem ser os cidadãos que contribuem para a sustentação do regime, ou seja, os 
segurados obrigatórios (empregado, empregado doméstico, trabalhador 
avulso, contribuinte individual e especial) além daqueles que se filiam facultativamente. 
Além disso, o vínculo jurídico gera direitos e obrigações. 
 
Direitos oriundos da filiação 
Prestações, sendo os benefícios (auxílio-doença, aposentadoria por 
invalidez, pensão por morte, etc) e serviços (reabilitação profissional, assistência social), 
entre outras situações. 
 
Obrigações oriundas da filiação 
Contribuir mensalmente (ou trimestralmente, se optante pelo 
recolhimento trimestral), dever de prestar as informações necessárias à fiscalização, 
entre outras situações. 
Finalizando os elementos da conceituação, é evidente que a obrigação 
e o direito são inversamente revertidas num direito ou obrigação ao outro sujeito da 
relação. Ou seja, o direito do segurado de receber o benefício é composto pela 
obrigação da previdência social em pagar, assim como a obrigação em que o segurado 
encontra-se de contribuir mensalmente constitui em direito da previdência social de 
exigir o crédito. 
Todas as demais pessoas que se relacionam com a previdência social 
(dependentes, procuradores, tutores, curadores, etc) são considerados não filiados, 
nestas circunstâncias. 
A idade mínima para que o segurado possa se filiar ao RGPS é 16 
anos, após a edição da Emenda Constitucional nº 20, de 16/12/1998, que alterou a 
idade de 14 para 16 anos. Entretanto, esta regra possui uma exceção: a pessoa acima 
de 14 anos pode filiar-se na condição de menor aprendiz, respeitados os requisitos 
previstos em lei (sobre o contrato de aprendizagem, recomenda-se a leitura do Art. 428 
da CLT). 
Analisando a filiação na condição de segurado facultativo, que, 
como visto anteriormente trata-se de ato de vontade do segurado, não sendo em 
hipótese alguma obrigatória, ressaltamos dois aspectos importantes: 
a) a filiação não pode ocorrer no mês em que houver a cessação de 
atividade sujeita à filiação obrigatória ou o recebimento de benefício. 
Ex: João foi demitido em 01/03/2011. Somente poderá se filiar na condição de segurado 
facultativo na competência 04/2011, pois no mês de março houve exercício de atividade 
sujeita à filiação obrigatória. 
b) O servidor público (seja ativo ou aposentado) não pode filiar-se facultativamente à 
previdência social. 
Finalmente, sobre a filiação, ressalta-se que a atividade prestada de forma gratuita 
ou voluntária não gera filiação obrigatória à Previdência Social. 
Quanto a regra acima, é importante frisar que não é determinante a atividade fim da 
empresa e sim a relação jurídica desta para com o colaborador. 
Ex1. Antonio faz faxina (pela qual recebe remuneração) na “Associação de Amigos da 
Escola”, três vezes por semana. Nesta situação, trata-se de segurado obrigatório. 
Ex.2. Antonio faz faxina voluntariamente na “Associação de Amigos da Escola”, de 
segunda à sexta. Na situação exposta, trata-se de segurado não filiado ao RGPS. 
Inscrição é o mero ato de informar a previdência social todos os 
dados necessários e úteis para a caracterização da relação jurídica existente com a 
previdência social e da identificação da pessoa física nos cadastros da previdência 
social (no caso, o Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS). 
Assim, teremos as seguintes situações: 
a) segurado filiado e inscrito: constam no CNIS as informações referentes aos 
vínculos, remunerações ou contribuições do segurado, bem como eventual abertura de 
atividade, quando necessário. Ex: Segurado empregado com o vínculo empregatício 
devidamente informado no CNIS em época própria pela empresa; 
b) segurado filiado e não inscrito: segurado vem vertendo as contribuições para a 
previdência social em vista do exercício de sua atividade sem constar as informações 
de sua atividade e/ou de seu cadastro. Ex: segurado especial que recolhe sobre a 
produção sem nunca ter sido cadastrado junto ao CNIS; 
c) segurado não filiado e inscrito: segurado que possui cadastro no CNIS mas não 
encontra-se filiado. Ex: Dependentes menores de 14 anos que não podem filiar-se mas 
possuem cadastro para recebimento de benefício de pensão por morte; 
d) segurado não filiado e não inscrito: parcela da população que não exerce atividade 
e não encontra-se inscrita junto ao CNIS. Ex: Dona-de-casa que nunca exerceu 
qualquer atividade remunerada, sempre se dedicando às atividades do lar. 
Até aqui, fizemos um paralelo entre as duas situações. 
No próximo post, vamos detalhar um pouco mais sobre as formas como a previdência 
social operacionaliza as inscrições, nas diversas situações acima. 
Agora iremos verificar o que a lei 8213 de 1991 e o decreto 3048 de 1999 tratam sobre 
inscrição e filiação no R.G.P.S. 
A lei 8213 de 1991 foi muito sucinta ao abordar o assunto filiação 
e inscrição dos segurados do R.G.P.S. Vejamos agora o que diz sobre os assuntos 
inscrição e filiação ao sistema previdenciário geral, em seu Art. 17. 
Deve-se destacar que a lei 82213 não trata separadamente, como 
o faz o regulamento da previdência social, sobre a filiação dos segurados no 
R.G.P.S. Vamos agora ao disposto sobre a inscrição e a filiação dos segurados no 
Regulamento da Previdência Social – Decreto 3048 de 1999. 
Diz o Regulamento da Previdência Social no Art. 18. Da filiação dos 
segurados dispostas no Regulamento da Previdência Social – Decreto 3048 de 
1999 em seus artigos 20 e 21. 
 
 
 
 
 
 
01- Manutenção da qualidade de segurado 
O contexto da manutenção e perda da qualidade de segurado é 
controverso, entre a aplicação determinada pelo INSS e os ensinamentos de alguns 
juristas e/ou dotrinadores. 
O RGPS - (Regime Geral de Previdência Social) possui institutos 
próprios, assim como outros ramos do direito. 
Apresentando alguns institutos preliminares que servirão de pilares 
para a determinação do período de manutenção e perda da qualidade de segurado, 
temos: 
 
1.1- Filiação: A filiação à Previdência Social na qualidade de segurado 
obrigatório decorre automaticamente do exercício de atividade remunerada abrangida 
pelo RGPS.- 
 
1.2- Inscrição: A inscrição é o ato material da filiação ao RGPS e resulta da 
comprovação dos dados pessoais.- 
 
1.3- Contribuição: É o ato pelo qual o contribuinte (empregado, empregado doméstico, 
contribuinte individual, trabalhador avulso) recolhe sua contribuição ou aempresa a 
retém e arrecada a favor da Receita Federal do Brasil; situação específica do o 
empregado, o trabalhador avulso e o contribuinte individual que presta serviços à 
pessoas jurídicas, esse a partir de 04/2003 por força da Lei Nº. 10.666 – DOU – 
09/05/2003. 
Entretanto, temos mais dois tipos de categorias de segurado com 
situações atípicas, ou sejam: 
 
1.4- Segurado Facultativo: A filiação nessa qualidade representa ato volitivo, gerando 
efeito somente a partir da inscrição e do primeiro recolhimento em dia, não podendo 
retroagir e não permitindo o pagamento de contribuições relativas a competências 
anteriores à data da inscrição. 
 
1.5- Ao segurado especial, o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o 
pescador artesanal e seus assemelhados, que exerçam suas atividades, 
individualmente ou em regime de economia familiar, com ou sem auxílio eventual de 
terceiros, bem como seus respectivos cônjuges ou companheiros e filhos maiores de 
dezesseis anos de idade ou a eles equiparados, desde que trabalhem 
comprovadamente com o grupo familiar respectivo, (Art. 9º, Inc. VII, Dec. 3.048 – DOU 
– 07/05/1999) resta comprovar o exercício de atividade rural, ainda que de forma 
descontínua. (Art. 39, Inc. I, Lei Nº. 8.213 – DOU: 25/07/1991). 
 
1.6- O RPS – (Regulamento da Previdência Social) Decreto Nº. 3.048/1999, dispõe que: 
durante os prazos estabelecidos no Art. 13, o segurado conserva todos os seus direitos 
perante a previdência social. 
Art.13. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de 
contribuições: 
I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício; 
II - até doze meses após a cessação de benefício por incapacidade ou 
após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade 
remunerada abrangida pela previdência social ou estiver suspenso ou licenciado sem 
remuneração; 
III - até doze meses após cessar a segregação, o segurado acometido 
de doença de segregação compulsória; 
IV - até doze meses após o livramento, o segurado detido ou recluso; 
V - até três meses após o licenciamento, o segurado incorporado às 
Forças Armadas para prestar serviço militar; e 
VI - até seis meses após a cessação das contribuições, o segurado 
facultativo. 
§1º O prazo do inciso II será prorrogado para até vinte e quatro meses, 
se o segurado já tiver pago mais de cento e vinte contribuições mensais sem interrupção 
que acarrete a perda da qualidade de segurado. 
§2º O prazo do inciso II ou do § 1º será acrescido de doze meses para 
o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação por registro no 
órgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego. 
§3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os 
seus direitos perante a previdência social. 
§4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput e no §1º ao segurado 
que se desvincular de regime próprio de previdência social. (Parágrafo acrescentado 
pelo Decreto nº 3.265, de 29/11/99) 
§5º A perda da qualidade de segurado não será considerada para a 
concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial. (Parágrafo 
acrescentado pelo Decreto nº 4.729, de 9/06/2003) 
§6º Aplica-se o disposto no § 5º à aposentadoria por idade, desde que 
o segurado conte com, no mínimo, o número de contribuições mensais exigido para 
efeito de carência na data do requerimento do benefício. (Parágrafo acrescentado pelo 
Decreto nº 4.729, de 9/06/2003). 
 
1.6.1- Fazendo uma analise literal do que dispõe o Art. 13, teremos os seguintes 
períodos de manutenção da qualidade de segurado: 
 
Exemplo: 
Categoria Empregado – Período do vínculo: 01/01/2005 a 12/2005 
Período de Manutenção da Qualidade de Segurado: 01/2006 a 
12/2006 
Se o segurado possuia mais de 120(cento e vinte) contribuições 
mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado, a manuteção 
dessa qualidade seria de 01/01/2006 a 12/2007. 
Para o segurado desempregado, desde que comprovada essa 
situação por registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego, o período 
de manutenção da qualidade de segurado seria: 01/2006 a 12/2007 ou 01/2006 a 
12/2008. 
 
02- Perda da qualidade de segurado 
O reconhecimento da perda da qualidade de segurado no termo final 
dos prazos fixados no art. 13 ocorrerá no dia seguinte ao do vencimento da contribuição 
do contribuinte individual relativa ao mês imediatamente posterior ao término daqueles 
prazos. (Art. 14, Dec. 3.048, redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 26/11/2001). 
A partir da ponderação desse artigo e com posterior a aplicação do 
instituto da filiação, temos três correntes de interpretações a seguir: 
 
2.1- (PRIMEIRA) - Considerando o exemplo do subitem 1.6.1, em que o segurado teve 
como manutenção da qualidade o período de 01/2006 a 12/2006, para que não 
perdesse essa qualidade teria que retornar à atividade no mês de 01/2007 como 
empregado, ou recolher a contribuição na categoria de contribuinte individual ou 
facultativo, a competência de 01/2006 até 15/02/2006; se isso não aconteceu, ratifica-
se a perda da qualidade de segurado, conservando como manutenção da qualidade de 
segurado somente o período de 01/2006 a 12/2006.- 
Essa corrente de interpretação, tem a finalidade de verificar a 
observação do cumprimento de 1/3 da carência ou não aos demais benefícios 
(Parágrafo Único do Art. 24, Lei N°. 8.213 – DOU: 25/07/1991), exceto ás 
aposentadorias por Idade, Tempo de Contribuição e Especial, a partir de 09/05/2005, 
com a publicação da Lei Nº. 10.666 – DOU – 09/05/2003. 
 
2.2- (SEGUNDA) - Se o segurado comprovar através de documentação hábil que houve 
nova filiação no RGPS (reingresso) dentro no mês de 01/2007, e não quitou a 
contribuição no prazo estabelecido, não há a perda da qualidade de segurado, e sim, 
que o segurado é devedor do RGPS.(Direito Previdenciário – Fábio Azmbitte Ibrahim, 
disposta na página 462, parágrafo quatro, do livro “Curso de Direito Previdenciário, 10ª 
edição - 2007, Ed. Impetus. (O Célebre Advogado especialista em Direito Previdenciário 
– Wladimir Novais Martinez faz a apresentação do livro citado). 
 
2.3- (TERCEIRA) - A combinar o art. 13 com o Art. 14, há de admitir-se uma 
interpretação extensiva, ou seja; o período de manutenção da qualidade de segurado 
seria de 01/2006 a 15/02/2007. (Direito Previdenciário – Fábio Azmbitte Ibrahim, 
disposta na página 462, parágrafo dois, do livro “Curso de Direito Previdenciário, 10ª 
edição - 2007, Ed. Impetus). 
 
2.3.1- Um exemplo típico para a Terceira Corrente é quando do requerimento de um 
Auxílio-de-Doença, em uma data em que o segurado já perdeu a qualidade de segurado 
e que, o Períto do INSS fixa a data de início da incapacidade em 01/12/2007. 
Estando o mesmo incapaz a partir de 01/01/2007, não há 
obrigatoriedade do recolhimento da contribuição; se indeferido o benefício, teremos um 
paradoxo na legislação previdenciária. 
 
CUSTEIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
Em sentido amplo e objetivo, especialmente visando abarcar todos os 
planos de previdência básicos e complementares disponíveis no Brasil, a previdência 
social pode ser definida como um seguro com regime jurídico especial, pois regida por 
normas de Direito Público, sendo necessariamente contributiva, que disponibiliza 
benefícios e serviços aos segurados e seus dependentes, que variarão a depender do 
plano de cobertura. 
A relação previdenciária possui duas vertentes: a) o custeio, que 
envolve a obrigação de pagar as contribuições previdenciárias pelos segurados e pelas 
empresas, empregadores e equiparados, tendo natureza tributária; b) o plano de 
benefícios e serviços, que representa o pagamento de prestações pela Previdência 
Social aos segurados e seus dependentes, uma vez realizadas as hipóteses legais de 
concessão. 
Conforme o texto do caput do artigo 201, da Constituição Federal, a 
PrevidênciaSocial será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo 
e filiação obrigatória, sendo observados os critérios que visam preservar o equilíbrio 
financeiro e atuarial, de forma que são expressos diversos princípios neste enunciado. 
O referido dispositivo trata do Regime Geral de Previdência Social 
(RGPS), que é obrigatório para os trabalhadores em geral, exceto para os titulares de 
cargos públicos efetivos e militares filiados a Regime Próprio de Previdência Social, de 
competência da União e administrado pelo Ministério da Previdência Social. O Instituto 
Nacional do Seguro Social, autarquia federal criada pela Lei 8.029/90, que é fruto da 
fusão do IAPAS com o INPS, é o órgão competente para administrar o plano de 
benefícios e serviços que foram constituídos legalmente. 
Tal artigo comprova a natureza constitucional do princípio da 
contributividade, segundo o qual a previdência social apenas concederá os seus 
benefícios e serviços aos segurados (e seus dependentes) que se filiarem previamente 
ao regime previdenciário, sendo exigido, ainda, o pagamento de tributos que são 
classificados como contribuições previdenciárias, haja vista se tratar do único 
subsistema da seguridade social que possui natureza contributiva direta. 
No Brasil, a previdência será necessariamente contributiva, ao 
contrário do que ocorre em alguns países que adotam regimes previdenciários em que 
inexistem contribuições específicas para o seu custeio, que é realizado com os recursos 
dos tributos em geral, adotando-se nessas pontuais nações. 
Ademais, como medida positiva e salutar de um Estado Social que 
deve intervir para a garantia de direitos sociais e econômicos, andou bem o legislador 
constitucional ao prever a obrigatoriedade de filiação ao RGPS dos trabalhadores em 
geral. Cabe ressaltar que tal princípio é aqui excepcionado para os segurados 
facultativos do RGPS, pois apenas se filiarão se manifestarem a sua vontade e 
recolherem as contribuições respectivas, haja vista não exercerem atividade laboral 
remunerada. 
Já quanto ao mencionado equilíbrio, é certo que é necessário haver 
entre as receitas que ingressam no fundo previdenciário e as despesas com o 
pagamento dos benefícios, que restou prejudicado com a utilização pretérita dos 
recursos da previdência para o custeio de outras diversas despesas da União, 
especialmente a construção de Brasília. 
Logo, a arrecadação deve cobrir, ao menos, o pagamento dos 
benefícios previdenciários, sob pena de inexistência do equilíbrio financeiro. Tendo em 
vista que uma previdência poderá estar equilibrada financeiramente no presente, mas 
com perspectivas de não estar no amanhã, sendo também imprescindível o seu 
equilíbrio atuarial, onde serão traçados cenários futuros para a manutenção ou alcance 
do equilíbrio financeiro, com o manejo da matemática estatística. 
O regime de financiamento da previdência social localiza algumas 
técnicas basilares, além de diversas combinações entre elas. De modo incipiente, pode-
se identificar dois regimes básicos e opostos: a repartição simples e a capitalização. 
Em breve análise, pode-se caracterizar o sistema da repartição 
simples como aquele em que os segurados contribuem para um fundo único, 
responsável pelo pagamento de todos os beneficiários do sistema. Dentro deste regime, 
há o chamado pacto intergeracional, onde os trabalhadores que se encontram em idade 
contributiva custeiam os benefícios daqueles que já estão aposentados, dentro do 
mesmo exercício. Tal regime é duramente criticado, uma vez que é diretamente 
influenciado pelo envelhecimento da população e pela taxa de natalidade. 
Por outro lado, o regime da capitalização consiste em aparelho em que 
os recursos arrecadados com contribuições são, então, investidos pelos 
administradores do fundo, tendo em vista o atendimento das prestações devidas aos 
segurados futuramente, ou seja, os valores pagos no futuro variarão de acordo com as 
taxas de juros que são obtidas e a partir das opções de investimento dos 
administradores. 
Já o terceiro tipo de arrecadação, por sua vez, é resultante da variante 
e processo de combinação dos dois primeiros regimes, a chamada capitalização virtual, 
que consiste não na capitalização individualizada dos pagamentos feitos pelo 
trabalhador, mas sim na aplicação de uma relação atuarial do cálculo do benefício a ser 
pago, de modo que o valor final do benefício variará de acordo com o período pago pelo 
segurado, além de sua expectativa de sobrevida, o que vai além do simples equilíbrio 
financeiro. 
Cabe destacar que os benefícios previdenciários brasileiros são, em 
sua maioria, financiados pelo chamado regime de repartição simples, com exceção do 
benefício da aposentadoria por tempo de contribuição, a qual se submete ao regime de 
capitalização virtual, devido a aplicação obrigatória de fator previdenciário ao seu 
cálculo, conforme alterações oriundas da MP 664/2014 que foram introduzidas no 
ordenamento jurídico no âmbito da previdência social. 
As fontes de financiamento da previdência social, de acordo com o 
artigo 195, da Constituição são: 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de 
forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos 
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das 
seguintes contribuições sociais: 
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na 
forma da lei, incidentes sobre: 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou 
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo 
empregatício; 
b) a receita ou o faturamento; 
c) o lucro; 
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não 
incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de 
previdência social de que trata o art. 201; 
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. 
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a 
ele equiparar. 
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser 
criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. 
Isto é, consistem nos tomadores de serviços, trabalhadores e União. 
Contudo, a participação da União no custeio do Regime Geral da Previdência Social 
limita-se apenas à cobertura de eventuais insuficiências financeiras do RGPS para fins 
de pagamento de benefícios, conforme o art. 16, da Lei 8.212/91. 
É imperioso destacar que dentro da categoria tributária “contribuições 
sociais”, existem duas espécies: contribuições para a seguridade social e contribuições 
sociais gerais, conforme já se pronunciou o STF (ADI 2.556, de 09/10/2002), sendo que 
somente as primeiras se submetem ao regime jurídico do artigo 195, da Constituição. 
Conquanto exista corrente doutrinária minoritária que sustenta a 
natureza não fiscal dessas contribuições, especificamente as previdenciárias (a 
exemplo de Fábio Zambitte Ibrahim, para quem a sua natureza é de salário socialmente 
diferido), é certo que o STF já se pronunciou repetidas vezes que as contribuições para 
a seguridade social possuem natureza tributária (RE 556.664, de 12/06/2008; RE 
342.336, de 20/03/2007, dentre outros julgados). 
Ao contrário dos impostos, taxas e contribuições de melhoria, que são 
tributos tradicionais previstos expressamente no CTN, que são diferenciados pela 
natureza jurídica específica do seu fato gerador da respectiva obrigação, não se 
identifica a natureza jurídica de uma contribuição para a seguridade social através da 
delimitação da sua hipótese de incidência. 
O que define uma contribuição para a seguridade social é a sua 
finalidade de custeio do sistema securitário, independentemente da natureza do fato 
gerador, pois, ao contrário daqueles, são tributos finalísticos. E a arrecadaçãodesses 
tributos é tão importante que há vedação constitucional para que o Poder Público 
contrate com as pessoas jurídicas em débito com a seguridade social, bem como lhes 
conceda incentivos fiscais ou creditícios. 
A relação de custeio da seguridade social é definida como vínculo 
jurídico obrigacional público, em que o sujeito ativo (Estado) é credor do sujeito passivo 
(responsável ou contribuinte), que deverá promover o recolhimento de contribuição 
destinada ao custeio da seguridade social, acrescida de eventuais consectários legais 
(multas, juros de mora e correção monetária), uma vez realizada em concreto a hipótese 
de incidência prevista em lei stricto sensu, observada a base de cálculo, a alíquota e os 
prazos legais. 
 
2. CONTRIBUIÇÕES EM ESPÉCIE PARA O CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL 
2.1 CONTRIBUIÇÕES DO EMPREGADOR, DA EMPRESA E DA ENTIDADE A ELA 
EQUIPARADA NA FORMA DA LEI. 
2.1.1 INCIDENTES SOBRE A FOLHA DE SALÁRIOS E DEMAIS RENDIMENTOS DO 
TRABALHO PAGOS OU CREDITADOS, A QUALQUER TÍTULO, À PESSOA FÍSICA 
QUE LHE PRESTE SERVIÇO, MESMO SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO. 
Trata-se da contribuição previdenciária patronal para o custeio do 
RGPS, prevista no artigo 195, I, a, da Constituição Federal e regulamentada pelos 
artigos 22/24, da Lei 8.212/91, que instituiu o Plano de Custeio da Seguridade Social, 
bem como pelo artigo 1º, da Lei 10.666/2003. 
Essa contribuição incidirá sobre o total da remuneração paga ou 
creditada pelas pessoas jurídicas aos trabalhadores que lhe prestam serviços, com ou 
sem vínculo empregatício, sendo a sua arrecadação afetada ao pagamento dos 
benefícios do RGPS (artigo 167, inciso XI, da CF), através de depósito no Fundo 
previsto no artigo 250, da Constituição Federal, criado pela Lei Complementar 101/2000. 
 
2.1.2 INCIDENTES SOBRE A RECEITA OU O FATURAMENTO 
Trata-se da contribuição para financiamento da seguridade social – 
COFINS, cuja alíquota é de 7,6%, incidente sobre os valores faturados mensalmente, 
assim considerados como a receita bruta das pessoas jurídicas. 
As pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são equiparadas 
pela legislação do imposto de renda, que apuram o IRPJ, com base no lucro presumido 
ou arbitrado, estão sujeitas à incidência cumulativa. Já nos casos das empresas sujeitas 
ao regime de incidência cumulativa, a base de cálculo será o total das receitas da 
pessoa jurídica, sem deduções em relação a custos, despesas e encargos, com alíquota 
de 3,0%. 
 
2.1.3 INCIDENTES SOBRE O LUCRO 
Chama-se CSLL – contribuição social sobre o lucro líquido, que fora 
criada pela Lei 7.689/88, cuja base de cálculo é o valor do resultado do exercício, antes 
da provisão para o imposto de renda. 
Em regra, a alíquota será de 9%. Para as pessoas jurídicas de seguros 
privados, de capitalização e para determinadas instituições financeiras, a alíquota será 
de 15%, nas hipóteses previstas no artigo 20, da Lei 9.249/95. 
As instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e 
as associações que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os 
coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos, nos 
termos do artigo 15, da Lei 9.532/97, são consideradas isentas da CSLL. 
 
2.2 DO TRABALHADOR E DOS DEMAIS SEGURADOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
Esta é a contribuição previdenciária devida aos trabalhadores e 
demais segurados do regime geral previdenciário, inclusive pelo aposentado que 
continua a desenvolver atividade laborativa e pela mulher que percebe o salário-
maternidade. Não incide, entretanto, sobre a aposentadoria e pensão concedidas pelo 
RGPS. 
A regulamentação da contribuição previdenciária dos trabalhadores foi 
promovida pelos artigos 20, 21 e 25, da Lei 8.212/91, sendo também a sua arrecadação 
afetada ao pagamento dos benefícios do Regime Geral da Previdência Social. 
No caso do empregado, trabalhador avulso e empregado doméstico, 
a contribuição previdenciária terá alíquotas progressivas, que variarão em faixas de 
acordo com o salário de contribuição, de forma não cumulativa. 
Nestes casos, a responsabilidade tributária pelo recolhimento da 
contribuição previdenciária não será dos segurados, mas sim das empresas, 
empregadores e equiparados, que deverão perpetrar os descontos e repassar à 
Secretaria da Receita Federal do Brasil as respectivas quantias, sendo uma hipótese de 
substituição tributária originária. 
Quanto ao contribuinte individual e segurado facultativo, em regra, a 
alíquota da contribuição previdenciária foi fixada em 20% sobre o salário de 
contribuição, cabendo ao próprio segurado promover diretamente o recolhimento 
tempestivo do tributo, sob pena de não se filiar ao RGPS, até o dia 15 ao do mês 
seguinte ao de cada trimestre civil. 
A contribuição do segurado especial é diferenciada por força do artigo 
195, §8º, da Constituição Federal, que determina que aqueles contribuirão para a 
seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da 
comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. 
 
2.3 SOBRE A RECEITA DE CONCURSOS DE PROGNÓSTICOS 
Apesar de a Constituição tratá-la como contribuição para a seguridade 
social, não se trata tecnicamente de um tributo, e sim de repasses de recursos 
financeiros arrecadados pelo Poder Público em decorrência das apostas oficiais. 
O tema vem regulamentado pelos artigos 26 e 27, da Lei 8.212/91, 
sendo definidos os concursos de prognósticos como todos os concursos de sorteios de 
números, loterias, apostas, inclusive aquelas realizadas em reuniões hípicas, no âmbito 
federal, estadual, distrital e municipal. 
Quando o Poder Público for o organizador, será repassada à 
seguridade social a renda líquida, apurada após deduzidos os custos com o pagamento 
de prêmios, impostos e gestão, ressalvada uma parcela destinada ao crédito educativo. 
 
2.4 DO IMPORTADOR DE BENS OU SERVIÇOS DO EXTERIOR, OU DE QUEM A LEI 
A ELE EQUIPARAR 
No caso de bens importados, a base de cálculo será o valor aduaneiro 
e, no caso de prestação de serviços por pessoas residentes no exterior, a quantia paga 
pela prestação 
Em regra, as alíquotas do PIS/PASEP serão de 1,65% e da COFINS 
de 7,6%, salvo as inúmeras exceções elencadas no artigo 8º, da Lei 10.865/2004, 
havendo autorização legal para a redução da alíquota para zero, em relação a vários 
produtos, por decreto presidencial, ante a natureza regulatória que também marca esse 
tributo. 
 
3 SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO 
O salário de contribuição é a base de cálculo da contribuição 
previdenciária dos segurados da previdência social, sobre a qual incidirá a alíquota 
estabelecida em lei para determinar o valor da contribuição mensal. Deve respeitar os 
limites mínimos e máximos estabelecidos em lei, enquanto que a contribuição da 
empresa, por sua vez, não tem estes limites. 
O artigo 28 da Lei 8.212/91 define o salário de contribuição dos 
segurados empregados e trabalhador avulso como a remuneração auferida em uma ou 
mais empresas, assim considerada a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou 
creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer 
que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de 
utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial - quer pelos serviços 
efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de 
serviços nos termos da lei ou do contrato - ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo 
de trabalho ou sentença normativa, tendo como exceção as parcelas previstas na 
legislação que não integram o instituto. 
O salário de benefício consiste, para a aposentadoria por idade e 
tempo de contribuição, na média aritmética dos 80% maiores salários de contribuição 
de todo o período contributivo, multiplicado pelo fator previdenciário. Enquantoque para 
a aposentadoria por invalidez, especial, auxílio-doença e auxílio-acidente, consiste na 
média aritmética simples dos 80% maiores salários de contribuição de todo o período 
contributivo. 
4 RENDA MENSAL INICIAL DO BENEFÍCIO 
Exceto o salário-família e o salário-maternidade, que têm outras 
fórmulas de cálculo, todos os benefícios do RGPS serão calculados através da 
aplicação de um percentual sobre o salário de benefício. 
Com efeito, a renda mensal do benefício de prestação continuada que 
substituir o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado não terá 
valor inferior ao do salário mínimo, consoante determinação do artigo 201, §2º, da 
Constituição, que contempla um enorme avanço de proteção social no Brasil. Assim 
sendo, apenas o auxílio-acidente e o salário-família, que não se destinam a substituir o 
rendimento do trabalho, poderão ter valor inferior a um salário mínimo. 
Por outro lado, em regra, os benefícios do RGPS não poderão ter valor 
superior ao teto do salário de contribuição, fixado originalmente em cento e setenta mil 
cruzeiros pela Lei 8.213/91. Esse valor vem sendo reajustado ao menos anualmente, a 
depender do exercício. A Emenda 20/1998 o fixou em R$ 1.200,00, ao passo que a 
Emenda 41/2003 em R$ 2.400,00. Desde 1º de janeiro de 2012, foi atualizado para R$ 
3.916,20 pela Portaria MPS/MF 02/2012. Para o ano de 2015 o valor foi atualizado para 
R$ 4.663,75 pela Portaria MPS/MF 13/2015. 
Essa regra comporta exceções, tais como: na aposentadoria por 
invalidez, caso o aposentado necessitar de assistência permanente de outra pessoa, 
ele terá direito a um acréscimo fixo de 25% sobre a RMI, podendo esse adicional superar 
o teto; o salário-maternidade pago às seguradas empregadas e trabalhadoras avulsas 
pode ultrapassar o teto, desde que não venha a superar o teto relativo ao do 
funcionalismo público, que é o subsídio dos Ministros do STF. 
 
5 REGIME COMPLEMENTAR PRIVADO 
É previsto no artigo 202 da Constituição Federal, é regime 
complementar e organizado de maneira autônoma ao Regime Geral de Previdência 
Social, possuindo filiação facultativa. 
Em razão do caráter autônomo, a relação previdenciária privada não 
faz parte do contrato de trabalho dos seus filiados, já que não existe em função da 
relação de trabalho e nem dela é dependente. 
Ainda quanto à autonomia, o gozo dos benefícios ofertados pelo 
regime privado é independente do regime público, com base na constituição de reservas 
que garantem o pagamento dos benefícios contratados. 
Tendo em vista a facultatividade, entende-se que a natureza jurídica 
da relação previdenciária privada é contratual sui generis, pois existe grande controle 
estatal que acabou por diminuir a autonomia da vontade no que diz respeito aos planos 
ofertados, já que deverão estar de acordo com os parâmetros legais e ainda ser 
aprovados previamente pelos agentes normativos e reguladores do Poder Público. 
A previdência privada é dividida em dois regimes: o aberto, onde há 
admissão da filiação de qualquer pessoa; e o fechado, em que só podem ingressar os 
empregados do patrocinador ou os membros do instituidor. 
O regime aberto será composto por entidades abertas de previdência 
complementar, sendo necessariamente administrado por pessoas jurídicas organizadas 
sob a forma de sociedades anônimas. Já o regime fechado, por sua vez, é integrado por 
entidades sem fins lucrativos. 
Ressalte-se que a Constituição Federal proíbe que a Administração 
Pública aporte recursos nas entidades de previdência privada. Entretanto, existe a 
possibilidade de transferência de recursos para a entidade fechada de previdência 
privada, caso alguma entidade da Administração Pública seja patrocinadora quando em 
hipótese alguma a sua contribuição normal poderá exceder a do segurado. 
Por fim, pelo exposto, é visível que a listagem das características 
gerais da previdência privada é a seguinte: caráter complementar; facultativa; autônoma 
em relação ao RGPS; contratual sui generis; embasada na constituição de reservas; 
regulamentada por lei complementar; dividida em regime aberto e fechado; 
inconfundível com o contrato de trabalho. 
 
As prestações da Previdência Social e sua disciplina legal 
A proteção conferida pela Previdência Social aos seus beneficiários 
(segurados e dependentes) é efetivada por meio de “prestações previdenciárias”, que 
se constituem de benefícios e serviços. 
Esses benefícios e serviços são prestados somente após a ocorrência 
de uma contingência social legalmente definida e desde que estejam presentes os 
demais requisitos previstos em lei, quais sejam, qualidade de beneficiário ao tempo da 
ocorrência do evento coberto; carência (esta nem sempre exigida); ausência de 
percepção de outro benefício inacumulável com o postulado, dentre outros, a depender 
da prestação. 
Neste diapasão, conceituam-se as prestações previdenciárias como 
os “atos de pagamento de determinadas quantias em dinheiro ou de realização de 
serviços devidos pelo ente segurador estatal aos beneficiários do Regime Geral 
de Previdência Social, em face da ocorrência de eventos cobertos, cujo objetivo 
é a garantia de subsistência desses últimos, sob regime de Direito 
Público” (Eduardo Rocha Dias; José Leandro Monteiro de Macêdo, in Curso de Direito 
Previdenciário, Editora Método, 2008, página 197, in fine). 
Do conceito acima, podemos entender como benefícios os atos de 
pagamentos em dinheiro (Exemplos: aposentadorias; pensão por morte; auxílio-doença, 
auxílio-reclusão, etc), e como serviços as prestações que não têm natureza pecuniária 
(Exemplo: reabilitação profissional); sendo o Instituto Nacional de Seguro Social o ente 
segurador estatal com atribuição para realizar o pagamento das prestações da 
Previdência Social, em seu Regime Geral. 
A Constituição Federal, no artigo 201, estabelece quais os eventos a 
serem cobertos pela Previdência Social, assim o fazendo: 
 
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime 
geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que 
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: 
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade 
avançada; 
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; 
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; 
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos 
segurados de baixa renda; 
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou 
companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. 
A atender o comando constitucional, o legislador ordinário, por meio 
da lei 8.213/91, que dispôs sobre os planos de benefícios da previdência social, 
estabeleceu as prestações conferidas pela Previdência Social para a garantia da 
manutenção da vida de seus beneficiários, da seguinte forma: 
Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as 
seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente 
do trabalho, expressas em benefícios e serviços: 
 I - quanto ao segurado: 
 a) aposentadoria por invalidez; 
 b) aposentadoria por idade; 
 c) aposentadoria por tempo de contribuição; 
 d) aposentadoria especial; 
 e) auxílio-doença; 
 f) salário-família; 
 g) salário-maternidade; 
 h) auxílio-acidente; 
 II - quanto ao dependente: 
 a) pensão por morte; 
 b) auxílio-reclusão; 
 III - quanto ao segurado e dependente: 
 a) pecúlios; (Revogada pela Lei nº 9.032, de 1995) 
 b) serviço social; 
 c) reabilitação profissional. 
 
Visto isso, cabível trazer à baila a lição dos professores Carlos Alberto 
Pereira de Castro e João Batista Lazzari: “Nada impede que o número de prestações 
sejaampliado, para dar ensejo à proteção do indivíduo em face da ocorrência de 
outros eventos de infortunística. Todavia, a ampliação da proteção previdenciária 
não pode ser feita sem que, previamente, se tenha criado a fonte de custeio capaz 
de atender ao dispêndio com a concessão (Constituição, art. 195, parágrafo 5º). 
Também pode ocorrer supressão de prestações, mantido, sempre, o direito 
adquirido daqueles que implementaram as condições exigidas por lei para a 
obtenção das mesmas.” (Carlos Alberto Pereira de Castro; João Batista Lazzari, 
inManual de Direito Previdenciário, LTR, 2006, 7ª edição, página 455). 
A prestação previdenciária substituirá os rendimentos do 
segurado da Previdência Social, toda vez que a contingência social legalmente 
prevista ocorrer na vida do segurado, impossibilitando-o de permanecer 
trabalhando, eliminando, assim, a capacidade de sustentar-se e de prover o sustento 
de sua família. 
Exemplos de contingências sociais que eliminam a capacidade de 
autossustento do segurado: morte do segurado; invalidez; maternidade. 
Nesses casos, a Previdência Social irá oferecer as seguintes 
prestações previdenciárias: pensão por morte aos dependentes do segurado falecido; 
aposentadoria por invalidez ao segurado, salário-maternidade à segurada. Esses 
benefícios substituirão os rendimentos do trabalho, porque a contingência social 
ocorrida elimina a possibilidade de o segurado trabalhar e prover o seu sustento e o de 
sua família. 
Nesses casos, aplica-se a regra do artigo 201, parágrafo segundo, da 
Constituição Federal: “Nenhum benefício que substitua o salário-de-contribuição 
ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário-
mínimo”. 
Diferentemente, se o evento legalmente previsto ocorrer na vida do 
segurado de forma a reduzir a sua força de trabalho e, consequentemente, seus 
rendimentos, a proteção previdenciária não irá substituir o rendimento do trabalho, 
porque em tais casos o segurado não deixa de exercer a atividade laborativa. A proteção 
previdenciária , em tal caso, REFORÇARÁ os seus ganhos, indenizando o segurado 
pelo evento que lhe diminuiu a capacidade do trabalho. 
Exemplo: acidente que gera uma seqüela no trabalhador e acarrete a 
redução permanente da capacidade para o trabalho. 
A contingência social legalmente prevista é o acidente que reduz de 
forma permanente a capacidade de trabalho e o benefício concedido pela previdência é 
o auxílio-acidente. O auxílio-acidente vai reforçar os ganhos do segurado; não os 
substitui, portanto. 
Nestes casos em que não há substituição do rendimento do trabalho, 
o benefício concedido pela previdência pode ser inferior ao salário-mínimo, não se 
aplicando a regra do artigo 201, parágrafo segundo, da Constituição Federal. 
 
II – CLASSIFICAÇÃO DAS PRESTAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS: 
 
O artigo 18 da Lei 8213/91 classifica as prestações da Previdência Social em: 
a) BENEFÍCIOS – prestações pecuniárias (pagas em dinheiro). 
(Exemplos: aposentadorias; auxílio-doença, auxílio-acidente). 
b) SERVIÇOS - prestações não-pecuniárias. 
(Exemplo: reabilitação profissional). 
 Os serviços podem constituir obrigação de fazer (Ex.: tratamento 
com fisioterapeuta) ou até obrigação de dar (Ex.: fornecimento de prótese), visando à 
reabilitação profissional. 
Outras Classificações das prestações previdenciárias: 
 
1) Quanto aos destinatários: 
a) prestações concedidas somente aos Segurados (Lei 8.213/91, art. 18, inciso I): 
Aposentadorias (por invalidez, por idade, por tempo de contribuição, especial); 
Auxílio-doença; 
Auxílio-acidente; 
Salário-família; 
Salário-maternidade. 
b) prestações concedidas somente aos Dependentes: 
Pensão por morte; 
Auxílio-Reclusão 
c) prestações concedidas aos segurados e aos dependentes: 
 serviço social e reabilitação profissional. 
 
2) Benefícios de caráter substitutivo ou não-substitutivo do rendimento do 
segurado 
a) Substitutivos: substituem os rendimentos do segurado. 
Causa: ocorrência de contingência social que elimina a capacidade de trabalho do 
segurado e consequentemente de sustentar-se e de prover o sustento da família. 
Exemplos: aposentadorias, auxílio-doença, salário-maternidade, pensão por morte. 
b) Não-substitutivos: não substituem os rendimentos do segurado. Apenas os 
reforçam. 
Causas: ocorrência de contingência social que apenas reduza a capacidade do trabalho 
e rendimentos do segurado. 
Exemplos: auxílio-acidente; salário-família (a existência de filhos menores de 14 anos 
de idade ou inválidos implica aumentos dos encargos familiares, comprometendo o 
orçamento familiar). Daí que é assegurado ao segurado de baixa-renda o salário-família. 
 
III – REQUISITOS NECESSÁRIOS À OBTENÇÃO DAS PRESTAÇÕES 
PREVIDENCIÁRIAS 
 
O segurado da Previdência Social tem direito a receber as prestações previdenciárias 
pelo simples fato de filiar-se ao regime geral de previdência social e adquirir essa 
condição de segurado? 
Não, o dever jurídico do INSS em conceder as prestações previdenciárias surgirá 
somente quando determinados requisitos previstos legalmente forem atendidos pelos 
beneficiários (segurados e dependentes). 
São requisitos exigidos para a proteção da Previdência Social: 
1) qualidade de beneficiário – EXIGIDO EM TODOS OS BENEFÍCIOS 
2) ocorrência da contingência social legalmente prevista (EXIGIDA EM TODOS OS 
BENEFÍCIOS) 
3) cumprimento do período de carência – EXIGIDO EM ALGUNS BENEFÍCIOS. 
 
1) QUALIDADE DE BENEFICIÁRIO: 
As prestações da previdência social só são concedidas a quem for 
SEGURADO ou DEPENDENTE DE SEGURADO. 
O segurado da Previdência Social tem de possuir essa condição no 
momento em que experimentar algum dos eventos cobertos pela previdência social para 
ter direito às prestações previdenciárias tanto para si como para seus dependentes. 
Os dependentes devem comprovar a qualidade do segurado na data 
da ocorrência da contingência social bem como a sua condição de dependente do 
segurado. 
Assim, a qualidade de beneficiário (segurado e dependente) deve 
existir no momento da ocorrência da contingência social. 
Ex.: ex-segurado que se acidenta não tem direito a benefício por 
incapacidade. (porque não ostenta a condição de segurado no momento da ocorrência 
do evento coberto); 
Ex.: ex-esposa, sem direito à pensão alimentícia, não tem direito a 
pensão por morte. (porque não ostenta a condição de dependente no momento da 
ocorrência do evento coberto); 
Ex.: filho maior de vinte e um anos, sem ser inválido, não possui direito 
à pensão por morte. (porque não ostenta a condição de dependente no momento da 
ocorrência do evento coberto). 
“... Exceção à essa regra ocorre em relação às aposentadorias e 
pensões, pois há hipóteses em que, mesmo já tendo deixado de ser segurado da 
Previdência Social, o indivíduo preserva o direito, seja por já tê-lo adquirido, seja 
porque, tendo um número mínimo de contribuições, ainda que vertidas em tempo 
passado, e atinginda a idade para a aposentadoria por idade, prevalece 
atualmente o entendimento de que é devido o benefício”. (Carlos Alberto Pereira de 
Castro; João Batista Lazzari, in Manual de Direito Previdenciário, LTR, 2006, 7ª edição, 
página 456). 
Registramos, não obstante, que, para a concessão da aposentadoria 
por idade, faz-se necessário que o segurado tenha ostentado essa condição, no mínimo, 
pelo tempo correspondente à carência que é exigida para a concessão desse benefício, 
mesmo que, à época do implemento etário, o segurado não mantivesse essa qualidade, 
o que se depreende do artigo 3º, parágrafo 1º, da lei 10.666/03. 
 
2) OCORRÊNCIA DA CONTINGÊNCIA SOCIAL: 
Sem a ocorrência da contingência social legalmente prevista, não 
haverá proteção previdenciária alguma.Com efeito, ainda que o segurado contribua vários anos para a 
Previdência, se não ocorrer o evento legalmente previsto deflagrador da proteção 
previdenciária, não haverá direito do beneficiário a prestação alguma da Previdência. 
Como poderíamos pensar na concessão de uma aposentadoria por 
invalidez a um segurado, se este não está inválido permanentemente para o trabalho? 
Ou conceder aposentadoria por idade se o segurado não completou a idade exigida 
para esse tipo de aposentadoria? Como poderíamos imaginar a concessão de salário-
maternidade se a segurada não é mãe? Como conceber a concessão de um auxílio-
doença se o segurado não está incapacitado temporariamente para exercer o seu 
trabalho? 
Impossível, pois, a concessão de prestação da Previdência Social sem 
a ocorrência da contingência social que lhe dê causa. 
Com efeito, e nesse sentido a lição de Eduardo Rocha Dias e José 
Leandro Monteiro de Macêdo, quando afirmam que “O segurado e seus dependentes, 
para terem direito à proteção previdenciária, deverão comprovar que foram 
atingidos por uma das contingências sociais legalmente previstas. A qualidade 
de beneficiário e o cumprimento do período de carência, por si sós, não garantem 
o direito à proteção previdenciária. Esta somente será deflagrada quando o evento 
previsto legalmente alvejar o beneficiário do Regime Geral de Previdência Social. 
Até então, o que se tem e expectativa de proteção previdenciária.” (Eduardo Rocha 
Dias; José Leandro Monteiro de Macêdo, in Curso de Direito Previdenciário, Editora 
Método, 2008, página 212). 
Vezes há, ainda, que a contingência social deve decorrer, 
necessariamente, de determinada causa, para que a proteção previdenciária se 
verifique. 
Com efeito, para a concessão de auxílio-acidente, imperioso que o 
evento deflagrador da contingência social incapacidade parcial e definitiva para o 
trabalho seja um acidente, para que a prestação previdenciária seja devida. 
 
3) CARÊNCIA 
 
É o número mínimo de contribuições exigidas para o segurado 
fazer jus à maioria dos benefícios da previdência social, especialmente aqueles de 
natureza programada (Ex.: aposentadorias). 
O período de carência pode ser estabelecido pelo número 
mínimo de contribuições (facultativo e contribuinte individual) ou pelo número mínimo 
de tempo de filiação (demais segurados). 
 
DEPENDEM DE CARÊNCIA: 
A) AUXÍLIO-DOENÇA E APOSENTADORIA POR INVALIDEZ (12 meses de 
contribuições mensais); 
B) APOSENTADORIAS POR IDADE, TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO E ESPECIAL 
(180 meses de contribuições mensais); 
C) SALÁRIO-MATERNIDADE PARA AS SEGURADAS CONTRIBUINTE INDIVIDUAL, 
ESPECIAL E FACULTATIVA 
(10 contribuições mensais, sendo bastante à segurada especial a comprovação do seu 
exercício de atividade rural nos últimos 10 meses anteriores imediatamente à data do 
parto ou do requerimento do benefício, quando requerido antes do parto, mesmo que 
de forma descontínua – Decreto 3.048, art. 93, parágrafo segundo) 
 
NÃO DEPENDEM DE CARÊNCIA: 
A) PENSÃO POR MORTE, AUXÍLIO-RECLUSÃO, SALÁRIO-FAMÍLIA E AUXÍLIO-
ACIDENTE; 
B) AUXÍLIO-DOENÇA E APOSENTADORIA POR INVALIDEZ DECORRENTES 
DE ACIDENTE DE QUALQUER NATUREZA, DO TRABALHO OU DOENÇA 
PROFISSIONAL, BEM COMO OS CASOS DO ARTIGO 151, DA LEI 8213/91; 
C) OS BENEFÍCIOS REFERIDOS NO ARTIGO 39, I, AOS SEGURADOS 
ESPECIAIS (nesses casos, os segurados especiais devem comprovar, como período 
de carência exigido para os demais segurados, o mesmo período só que de efetivo 
trabalho na condição de segurado especial); 
D) REABILITAÇÃO PROFISSIONAL; 
E) SALÁRIO-MATERNIDADE PARA AS SEGURADAS EMPREGADA, 
DOMÉSTICA E TRABALHADORA AVULSA. 
 
REGRA DO ARTIGO 24, PARÁGRAFO ÚNICO DA LEI 8.213/91: 
“Havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores a essa 
data só serão computadas para efeito de carência depois que o segurado contar, 
a partir da nova filiação à Previdência com, no mínimo, 1/3 do número de 
contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o benefício 
a ser requerido”. 
Exemplo: tendo ocorrido a perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores 
a essa perda só serão computadas, no caso de pretendente ao auxílio-doença, quando, 
a partir da nova filiação, o segurado contar com no mínimo 4 contribuições mensais. 
Observação: A regra do artigo 24, parágrafo único, não se aplica aos casos de 
aposentadoria por idade, por tempo de contribuição e especial (Lei 10.666/03, 
artigo 3º), cabendo essa aplicação somente aos benefícios de auxílio-doença, 
aposentadoria por invalidez e salário maternidade, quando exigirem carência. 
 
4) AUSÊNCIA DE PERCEPÇÃO DE BENEFÍCIO INACUMULÁVEL COM O 
REQUERIDO 
O artigo 124 da lei 8.213/91 veda a cumulação de determinados benefícios concedidos 
pela Previdência Social. Confira-se: 
 
Art. 124. Salvo no caso de direito adquirido, não é permitido o recebimento conjunto dos 
seguintes benefícios da Previdência Social: (grifo nosso) 
 I - aposentadoria e auxílio-doença; 
 II - mais de uma aposentadoria; (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) 
 III - aposentadoria e abono de permanência em serviço; 
 IV - salário-maternidade e auxílio-doença; (Incluído dada pela Lei nº 9.032, de 1995) 
 V - mais de um auxílio-acidente; (Incluído dada pela Lei nº 9.032, de 1995) 
 VI - mais de uma pensão deixada por cônjuge ou companheiro, ressalvado o direito de 
opção pela mais vantajosa. (Incluído dada pela Lei nº 9.032, de 1995) 
Parágrafo único. É vedado o recebimento conjunto do seguro-desemprego com 
qualquer benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto pensão por 
morte ou auxílio-acidente. (Incluído dada pela Lei nº 9.032, de 1995) 
 
Dessa forma, ainda que preenchidos todos os requisitos para a 
concessão de determinada prestação conferida pela Previdência Social, esta pode não 
ser concedida acaso o segurado já esteja amparado por outra prestação que lhe seja 
inacumulável. 
Exemplo: Uma pessoa aposentada por tempo de contribuição 
que torne a desenvolver atividade laborativa remunerada e fica incapacitada por mais 
de 15 dias para o exercício desse novo trabalho, não poderá perceber auxílio-doença, 
eis que já percebe aposentadoria. (vedação do artigo 124, inciso I, da Lei 8.213/91 
c.c. o rtigo 18, inciso parágrafo segundo, do mesmo diploma legal – art. 18, § 2º O 
aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social–RGPS que permanecer em 
atividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma da 
Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao salário-
família e à reabilitação profissional, quando empregado. 
Posto isso, vimos que a prestação previdenciária constitui-se 
justamente dos benefícios e serviços oferecidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social 
aos segurados e dependentes do Regime Geral de Previdência Social, quando 
presentes, à evidência, os requisitos acima delineados, que bem devem ser observados 
pelo leitor em seus casos concretos. 
O sistema previdenciário brasileiro está inserido em um contexto 
maior que é a seguridade social e encontra sua matriz constitucional no capítulo II do 
título VIII da Constituição Federal, que trata da Ordem Social. 
A Seguridade Social é um sistema de proteção social composto 
por três subsistemas: a previdência social, a assistência social e a saúde. O próprio 
artigo 194 da Constituição ao inaugurar a regulamentação do sistema anuncia que “a 
seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes 
públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos à saúde, à previdência e à 
assistência social.” 
A Assistência Social vem regulamentada a partir do art. 203 da 
Constituição, sendo de responsabilidade do Estado, e financiada, principalmente, com 
recursos do orçamento da seguridade social, previstos noart. 195 da Constituição, cujas 
ações serão prestadas a quem delas necessitar, independentemente de contribuições 
para o sistema. Tem por objetivo dar efetividade ao princípio da dignidade da pessoa 
humana por meio da proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à 
velhice; o amparo às crianças e adolescentes carentes; a promoção à integração ao 
mercado de trabalho; a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência 
e a promoção da sua integração à vida comunitária; a garantia de um salário mínimo à 
pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover 
à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme estabelecido na lei 
8.742/1993. 
A saúde é tratada pelo texto constitucional como “direito de todos 
e dever do Estado, garantidos mediante políticas sociais e econômicas que visem à 
redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às 
ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.” O direito à saúde é 
garantido através do Sistema Único de Saúde, o SUS, de administração compartilhada 
de todos os entes federados; está regulamentado pela lei 8.080/90. 
A Previdência Social encontra fundamento nos artigos 40, 201 e 
202 do texto constitucional. 
O artigo 40 da Constituição Federal trata da previdência dos 
servidores públicos titulares de cargos efetivos dos entes federados, incluindo as 
respectivas autarquias e fundações. É um dos regimes próprios de previdência de que 
se tratará mais adiante. Guarda certa semelhança com o Regime Geral de Previdência 
do art. 201, já que também é organizado com base no sistema de repartição simples[1], 
é de caráter contributivo e solidário e deve buscar a preservação do equilíbrio financeiro 
e atuarial. As regras a serem observadas para a organização dos regimes de 
previdência dos servidores públicos, além dos parâmetros mínimos fixados pela 
Constituição Federal, encontram-se na lei 9.717/1998. 
O Regime Geral de Previdência Social é caracterizado por ser a 
previdência da grande massa dos trabalhadores brasileiros. É subsidiário em relação 
aos regimes próprios de previdência. Todos aqueles que não estiverem vinculados a 
um desses regimes e caso exerça atividade econômica estarão automática e 
compulsoriamente vinculados ao Regime Geral de Previdência Social. É o terceiro 
subsistema da seguridade social, está organizado sob forma de regime geral, é de 
caráter contributivo, de filiação obrigatória (exceto o segurado facultativo) e deve buscar 
a observância de critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. Em sede 
infraconstitucional está regulamentado pela lei 8.212/1991, que trata do custeio e a lei 
8.213/1991 que trata do plano de benefícios desse regime. 
Já o Regime de Previdência Privada é de caráter complementar 
e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social. É 
facultativo e baseia-se na constituição de reservas que garantam o benefício contratado. 
Ao contrário dos regimes próprios e do regime geral, funda-se no sistema de 
capitalização em que as contribuições do segurado garantem o seu próprio benefício. 
Está regulamentado pelas Leis Complementares 108 e 109, ambas de 2001. 
 
5. O REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL 
Os beneficiários do Regime Geral de Previdência Social estão 
elencados na lei 8.213/91 e são de duas ordens: segurados e dependentes. Todos 
aqueles que exerçam atividade econômica e que não estejam ligados a um regime 
próprio de previdência, obrigatoriamente, estarão vinculados ao RGPS. Diz-se, então, 
que o vínculo entre o segurado e o Regime Geral é legal e não contratual. A vontade do 
segurado de pertencer ou não ao regime, salvo o segurado facultativo, é irrelevante. 
Segundo o art. 11 da lei 8.213/91 os segurados obrigatórios agrupam-se em cinco 
categorias: a) segurado empregado, b) segurado empregado doméstico, c) segurado 
trabalhador avulso, d) segurado contribuinte individual, e) segurado especial. 
É preciso lembrar, contudo, que o direito previdenciário detém sua 
autonomia, e em que pese dialogar com outros ramos do direito, seus institutos, em 
muitos pontos são diferentes. É o que ocorre, por exemplo, com o conceito de “segurado 
empregado”. Nesse caso, não se confunde com “trabalhador empregado”, cujo conceito 
encontramos no art. 3º da CLT. É verdade que o trabalhador empregado da CLT 
também se qualifica como segurado empregado, no entanto, existem outras nove 
relações de trabalho agrupados nessa categoria de segurado que jamais seriam 
empregados segundo a CLT; cite-se, por exemplo, os exercentes de mandato eletivo 
que não estejam vinculados a Regime Próprio. Assim, o conceito de segurado 
empregado é muito mais amplo que de trabalhador empregado e vai muito além da 
legislação trabalhista. 
Já os segurados trabalhadores avulsos e trabalhadores domésticos 
coincidem com a definição da legislação trabalhista. Segundo a lei, é segurado 
obrigatório como empregado doméstico aquele que presta serviço de natureza contínua 
a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos (art. 
11, II) e como trabalhador avulso quem presta, a diversas empresas, sem vínculo 
empregatício, serviço de natureza urbana ou rural definidos no Regulamento (art. 11, 
VI). 
O segurado contribuinte individual é todo aquele que aufere renda e 
não está elencado nas demais categorias de segurado. É o antigo segurado autônomo. 
Por fim, a lei elencou no inciso VII do art. 11 o segurado especial. Essa 
categoria de segurado foi incluída na lei em caráter de exceção e para dar cumprimento 
ao princípio da universalidade do sistema previdenciário. Contudo, tem caráter 
eminentemente assistencialista e não propriamente previdenciário, pois o segurado 
especial, assim qualificado, fica dispensado de recolher contribuições, contrariando a 
lógica do sistema. Segundo o inciso VII do art. 11 da lei 8.213/91 o segurado especial é 
a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a 
ele que, individualmente, ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio 
eventual de terceiros, na condição de produtor, seja proprietário, usufrutuário, 
possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário 
rurais, que explore atividade agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; ou 
de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso 
XII do caput do art. 2o da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades 
o principal meio de vida. Pode ainda, qualificar-se como segurado especial o pescador 
artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou principal meio 
de vida; e ainda o cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) 
anos de idade ou a este equiparado, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo 
familiar respectivo. 
O artigo 13 da lei faz alusão ao segurado facultativo, que é aquele que, 
não estando entre os relacionados nas categorias do artigo 11, queira, mediante 
contribuição, aderir ao RGPS. Trata-se de exceção à obrigatoriedade de filiação. 
São, também, beneficiários os dependentes dos segurados. Nesse 
caso, o vínculo com regime é subsidiário, somente existe caso exista o vínculo principal, 
o segurado. São dependentes de primeira classe ou preferenciais o cônjuge, a 
companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor 
de 21 (vinte e um) anos ou inválido. Ressalte-se que essa dependência é presumida, 
ou seja, não é necessário comprovar-se a dependência econômica, aliás, mesmo 
inexistente esta, ainda sim o dependente fará jus à proteção previdenciária. Faz-se 
ressalva, no entanto, quanto ao cônjuge separado de fato ou judicialmente, que nesse 
caso precisa comprovar a dependênciaeconômica, no entanto, essa será novamente 
presumida se o cônjuge separado estiver recebendo pensão alimentícia. Outra 
observação que se faz é que por meio de ato administrativo do INSS, reconhece-se para 
os fins previdenciários no âmbito do Regime Geral de Previdência a união homoafetiva; 
assim, ao parceiro ou parceira homossexuais do segurado serão garantidos todos os 
direitos do dependente. Existem, ainda, a segunda e terceira classe de dependentes, 
porém, a existência de dependentes em uma delas exclui as demais. Em segunda 
classe, são dependentes os pais, que, ao contrário dos dependentes preferenciais, 
necessitam provar a dependência econômica. Em terceira classe, também com a 
necessidade de comprovar a dependência econômica, estão os o irmãos não 
emancipados, de qualquer condição, menores de 21 (vinte e um) anos ou inválidos. 
Já a proteção previdenciária no âmbito do Regime Geral de 
Previdência Social é prestada através de benefícios e serviços. São gerenciados e 
mantidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social, o INSS, autarquia federal ligada ao 
Ministério da Previdência e Assistência Social. Segundo o art. 201 da Constituição 
Federal, o sistema deverá cobrir, no mínimo, os riscos sociais relativos eventos de 
doença, invalidez, morte e idade avançada; proteção à maternidade, especialmente à 
gestante; proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; salário-
família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda e pensão 
por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes. 
Assim, dando concretude ao dispositivo constitucional, a lei 8.213/91 instituiu os 
seguintes benefícios: aposentadoria por idade, por tempo de contribuição, por invalidez 
e especial; auxílio acidente, auxílio-doença e auxílio-reclusão; salário família, salário 
maternidade e pensão por morte. Criou-se também os serviços de reabilitação 
profissional e assistência social. Quanto ao seguro desemprego, é tratado por lei 
especial, a lei 7.998/90 e é custeado com recursos, dentre outros, do FAT – Fundo de 
Amparo ao Trabalhador. 
 
6. OS REGIMES PRÓPRIOS DE PREVIDÊNCIA 
PREVIDÊNCIA DO SERVIDOR PÚBLICO 
A previdência dos servidores públicos efetivos encontra amparo 
constitucional no art. 40 da Constituição Federal. Sofreu profundas alterações com as 
reformas introduzidas pela emendas constitucionais nº 19/1998, 41/2003 e 47/2005. Em 
sede infraconstitucional, os regimes próprios de previdência estão regulamentados pela 
Lei 9.717/1998. 
O Regime Próprio de Previdência do servidor público aplica-se apenas 
aos servidores do quadro efetivo da União, Estados, Distrito Federal e Municípios e suas 
autarquias e fundações. É de caráter contributivo e solidário. Mantém-se mediante 
contribuições do respectivo ente público, dos servidores ativos, inativos e pensionistas. 
Ainda, conforme já dito linhas atrás, deve observar critérios que garantam o equilíbrio 
financeiro e atuarial do sistema. 
O Regime de Previdência do Servidor Público deve garantir, no 
mínimo, a proteção previdenciária relativa à aposentadoria e pensão e não poderá 
oferecer benefícios diversos daqueles previstos pelo RGPS. Segundo o dispositivo 
constitucional a aposentadoria pode ser por invalidez, compulsória ou voluntária. A 
aposentadoria por invalidez tem lugar apenas quando se tratar de invalidez permanente, 
sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de 
acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, 
quando, então, será com proventos integrais. A aposentadoria compulsória ocorrerá aos 
setenta anos de idade, independentemente, se homem ou mulher, sendo os proventos 
proporcionais ao tempo de contribuição. Já aposentadoria voluntária depende do 
preenchimento simultâneo de vários requisitos em relação à idade, tempo de 
contribuição e tempo de serviço. Poderá ser requerida quando o servidor contar com, 
no mínimo, dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo 
efetivo em que se dará a aposentadoria. Deverá, ainda, comprovar sessenta anos de 
idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e 
trinta de contribuição, se mulher. Caso pretenda a aposentadoria proporcional, poderá 
requerê-la aos sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, 
se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. 
A pensão por morte será devida ao conjunto de dependentes, 
conforme dispuser a lei que instituir o regime e será de valor igual à totalidade dos 
proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do 
regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento 
da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou ao valor da 
totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, 
até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência 
social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a 
este limite, caso em atividade na data do óbito. 
Observadas as premissas constitucionais, há que se levar em conta, 
na instituição do Regime Próprio, as disposições da lei ordinária relativa ao tema, no 
caso, a lei 9.717/1998 que dispõe sobre regras gerais para a organização e o 
funcionamento dos regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e 
do Distrito Federal e dá outras providências. Observe-se que não é possível a instituição 
de mais de um regime por cada ente da federação; a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios são responsáveis pela cobertura de eventuais insuficiências 
financeiras do respectivo regime próprio, decorrentes do pagamento de benefícios 
previdenciários e no caso de extinção de regime próprio de previdência social, a União, 
o Estado, o Distrito Federal e os Municípios assumirão integralmente a responsabilidade 
pelo pagamento dos benefícios concedidos durante a sua vigência, bem como daqueles 
benefícios cujos requisitos necessários a sua concessão foram implementados 
anteriormente à extinção do regime próprio de previdência social. 
 
O REGIME DE PREVIDÊNCIA DOS CONGRESSISTAS 
O antigo Instituto de Previdência dos Congressistas - IPC, criado pela 
Lei nº 4.284, de 20 de novembro de 1963, e regido pela Lei nº 7.087, de 29 de dezembro 
de 1982, foi extinto pela lei 9.506/1997, sendo sucedido, em todos os direitos e 
obrigações, pela União, por intermédio da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, 
os quais assumiram, mediante recursos orçamentários próprios, a concessão e 
manutenção dos benefícios, preservados os direitos adquiridos em relação às pensões 
concedidas. 
Atualmente, os deputados federais e senadores são segurados do 
Plano de Seguridade Social dos Congressistas fazendo jus à aposentadoria integral ou 
proporcional, conforme o caso, por invalidez permanente, quando esta ocorrer durante 
o exercício do mandato e decorrer de acidente, moléstia profissional ou doença grave, 
contagiosa ou incurável, especificadas em lei e aos trinta e cinco anos de exercício de 
mandato e sessenta anos de idade. Ressalte-se que em se tratando de aposentadoria 
proporcional, sendo por invalidez permanente, não podem os proventos serem inferiores 
a vinte e seis por cento da remuneração fixada para os membros do Congresso 
Nacional. 
 
7. O REGIME DE PREVIDÊNCIA PRIVADA 
Os regimes de previdência privada encontram fundamento no art. 202 
da Constituição Federal. Segundo determina, será de caráter complementar à 
previdência oficial. É organizado de forma autônoma ao regime geral de previdência 
social. Será facultativo e baseado na constituição de reservas que garantam o benefíciocontratado. Vê-se, portanto, que o sistema de organização é diferente dos regimes 
públicos, adotou-se o regime de capitalização e não o de repartição simples. 
Os planos de previdência privada encontram sua disciplina na Lei 
Complementar nº 108/2001 que dispõe sobre a relação entre a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios, suas autarquias, fundações, sociedades de economia 
mista e outras entidades públicas e suas respectivas entidades fechadas de previdência 
complementar, e dá outras providências e na Lei Complementar nº 109/2001 que dispõe 
sobre o Regime de Previdência complementar e dá outras providências. 
Sendo assim, a Previdência Social Brasileira está organizada em 
diversos regimes. Cada um deles possui regras próprias tanto em sede constitucional 
como infraconstitucional. A proteção previdenciária é prestada de acordo com a previsão 
legal onde estão determinados os respectivos beneficiários, a forma de financiamento e 
as prestações a que fazem jus os segurados. Assim, por exemplo, não se pode 
confundir as regras da aposentadoria do servidor público e dos trabalhadores da 
iniciativa privada. Enquanto para os servidores públicos o benefício é concedido a partir 
da combinação de vários requisitos como tempo de serviço, de contribuição, tempo no 
cargo e idade, para a iniciativa privada ou se aposenta por tempo de contribuição ou se 
aposenta por idade, não há a combinação dos dois requisitos. Sendo diferentes os 
sistemas, é preciso entender a forma de organização de cada um. 
A constituição Federal procurou organizar o sistema previdenciário de 
forma que a proteção fosse estendida à maior parte possível da população, assim, a 
partir das peculiaridades de cada segmento social, a previdência foi constituída de forma 
a abranger a proteção aos riscos sociais peculiares a cada ocupação. 
 
ACIDENTE DO TRABALHO 
CONCEITO 
A Lei 8.213/1991 conceitua Acidente do Trabalho, em seus 
artigos 19 e 20, da seguinte forma: 
“Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do 
trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos 
no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional 
que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade 
para o trabalho. 
(...) 
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo 
anterior, as seguintes entidades mórbidas: 
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou 
desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante 
da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; 
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou 
desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com 
ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I." 
Nota-se, portanto, que o artigo 19 conceitua o acidente de trabalho 
como sendo aquele decorrente do exercício do trabalho, que tanto pode resultar em 
lesão corporal ou perturbação funcional, podendo, inclusive, provocar o óbito, como 
apenas ocasionar a perda ou redução da capacidade permanente ou temporária para 
a prática laboral, configurando-o como um evento único e imprevisto, de 
consequências geralmente imediatas[1]. 
O inciso VII do artigo 11, a que se refere o artigo 19, assim prevê: 
Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as 
seguintes pessoas físicas: 
VII - como segurado especial: o produtor, o parceiro, o meeiro e o 
arrendatário rurais, o garimpeiro, o pescador artesanal e o assemelhado, que exerçam 
suas atividades, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com 
o auxílio eventual de terceiros, bem como seus respectivos cônjuges ou companheiros 
e filhos maiores de 14 (quatorze) anos ou a eles equiparados, desde que trabalhem, 
comprovadamente, com o grupo familiar respectivo. (O garimpeiro está excluído por 
força da Lei nº 8.398, de 7.1.92, que alterou a redação do inciso VII do art. 12 da Lei 
nº 8.212 de 24.7.91). 
§ 1º Entende-se como regime de economia familiar a atividade em 
que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e é 
exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de 
empregados. 
§ 2º Todo aquele que exercer, concomitantemente, mais de uma 
atividade remunerada sujeita ao Regime Geral de Previdência Social é 
obrigatoriamente filiado em relação a cada uma delas. 
§ 3º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social–RGPS 
que estiver exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por este Regime é 
segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições de 
que trata a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, para fins de custeio da Seguridade 
Social. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.032, de 28.4.95) 
§ 4º O dirigente sindical mantém, durante o exercício do mandato 
eletivo, o mesmo enquadramento no Regime Geral de Previdência Social-RGPS de 
antes da investidura. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). 
Portanto, segundo o artigo acima transcrito, são considerados 
acidentes de trabalho, não apenas aqueles decorrentes de atividades laborais 
exercidas a cargo de empresas, mas também os advindos do exercício de atividades 
laborais individuais ou em regime de economia familiar. 
Em análise do artigo 20 da mesma lei, pode-se ainda notar que se 
equipara a acidente do trabalho, a doença profissional e do trabalho. A primeira está 
elencada pela relação do Ministério do Trabalho e da Previdência Social, desde que 
produzida e desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada 
atividade; e a segunda, também constante do referido rol, que tenha sido adquirida ou 
desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho foi realizado. 
Segundo COSTA (2009, p. 81), pode-se então definir acidente do 
trabalho como “um ataque inesperado ao corpo humano ocorrido durante o trabalho, 
decorrente de uma ação traumática violenta, subitânea, concentrada e de 
consequências identificadas”, que, diferentemente da doença profissional ou do 
trabalho, possibilita identificar o exato momento em que ocorreu a lesão e, assim 
sendo, se pode estabelecer a cronologia entre lesões ocorridas sucessivamente. 
Diante disso, é possível se inferir que acidente do trabalho 
geralmente decorre de um evento anormal ocorrido durante ou pelo exercício laboral, 
advindo tanto de uma mera fatalidade como de atos de imperícia, imprudência ou 
negligência, gerando consequências, geralmente graves ou gravíssimas, muitas vezes 
irreversíveis ou até mesmo letais. 
 
CARACTERÍSTICAS DO ACIDENTE DO TRABALHO 
Conforme CALLERI (2007, p. 48), é possível configurar o acidente 
do trabalho considerando os seguintes requisitos imprescindíveis à sua 
caracterização: “existência de um dano (lesão, perturbação funcional, morte); 
incapacidade laborativa (temporária ou permanente total ou parcial); e nexo causal 
(relação de causa e efeito entre o trabalho e o infortúnio)”. 
Pode-se, no entanto, destacar duas características básicas do 
acidente do trabalho que são o nexo de causalidade e a prejudicialidade. 
O artigo 21-A da Lei no. 8.213/91 estabelece: 
“Artigo 21-A: A perícia médica do INSS considerará caracterizada a 
natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico 
epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da 
empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação 
Internacional de Doenças (CID), em conformidade com o que dispuser o regulamento”. 
Portanto, o nexo de causalidade é quando o resultado ocorre em 
razão do ambiente do trabalho ou em razão da execução do mesmo sem que para 
isso o empregado tenha contribuído. O próprio

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