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Direito das coisas e posse

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Direito Civil IV 
Resumo da apostila 
Os direitos reais são considerados direitos patrimoniais, estando diretamente relacionados com o exercício de poderes sobre bens que integram o seu patrimônio.
Capítulo 01 - Introdução ao direito das coisas e posse
OBJETIVOS
	• Introduzir o aluno no direito das coisas;
	• Diferenciar direitos reais de direito das coisas;
	• Fornecer conceitos estruturais e as características comuns a todos os direitos reais;
	• Entender a relação existente entre obrigações propter rem e ônus reais com os direitos reais;
	• Introduzir o aluno no estudo da posse;
	• Conceituar posse e situá-la no contexto da função social;
	• Classificar a posse conforme os critérios do Código Civil;
	• Estudar os efeitos da posse quanto aos frutos e as benfeitorias;
	• Compreender, material e processualmente, as ações possessórias.
	• Estudar as formas de perda e aquisição da posse.
Direitos pessoais e os direitos reais: ambos direitos patrimoniais, mas de efeitos jurídicos bastante distintos.
01 - Do direito das coisas
Conceito: O direito das coisas é o ramo do direito civil que tem como conteúdo principal os direitos reais. Então, se o direito das coisas é o ramo do direito civil que tem como conteúdo principal os direitos reais, o que são direitos reais?
Os direitos reais são as relações jurídicas entre pessoas e coisas de valor econômico, Flávio Tartuce define os direitos reais como sendo “relações jurídicas estabelecidas entre pessoas e coisas determinadas ou determináveis, tendo como fundamento principal o conceito de propriedade”.
Uma vez que se trata de direitos que regulam o exercício de poderes da pessoa sobre uma coisa (ou bem), o titular desses direitos são as pessoas, naturais e jurídicas.
Sujeitos: são as pessoas, naturais ou jurídicas. 
Objeto: são coisas suscetíveis de apropriação pelo homem, ou seja, que possuem um valor econômico, ainda que pequeno, mas a quem eu posso atribuir um dono.
Características dos direitos reais
Quais são as características dos direitos reais? Explique-as. 
Os direitos reais são direitos que geram efeitos perante terceiros, cabendo à sociedade um dever genérico de abstenção.
Oponibilidade erga omnes
Direito de sequela
Publicidade
Exclusividade
Preferência
Taxatividade dos direitos reais e princípio numerus clausus
Oponibilidade erga omnes: Tal característica é o que explica o fato de tais direitos serem exercidos contra todos, não importa se contra pessoa natural, pessoa jurídica de direito privado ou de direito público. Impõe à coletividade um dever geral de abstenção.
Direito de sequela: é característica exclusiva dos direitos reais. A sequela decorre do princípio da aderência, tendo em vista que o direito real adere à coisa, estabelecendo um vínculo que não se desliga dela.
A sequela, portanto, é a prerrogativa concedida exclusivamente ao titular de um direito real de perseguir a coisa objeto do seu direito, onde quer que ela esteja, podendo reivindicá-la de quem quer que a detenha.
Publicidade: A fim de garantir mais segurança jurídica à sociedade em relação ao exercício desses direitos, a publicidade é um requisito essencial para a aquisição de titularidade de um direito real. A publicidade quanto à constituição de tais direitos se dá por meio:
bem móvel: da tradição
bem imóvel: registro do título no cartório 
Exclusividade: A característica da exclusividade decorre do fato de não ser possível a incidência de dois ou mais direitos reais de igual conteúdo, ao mesmo tempo, sobre o mesmo bem, ou seja, não é possível incidir, ao mesmo tempo, sobre o mesmo bem, dois direitos de propriedade distintos, ou dois direitos de usufruto distintos, ou dois direitos de superfície distintos. (duas pessoas diferentes quererem registrar o imóvel)
No entanto, nada impede que recaiam dois ou mais direitos reais, ao mesmo tempo e sobre o mesmo bem, de conteúdos diferentes. É possível que sobre o mesmo bem e ao mesmo tempo o direito real de propriedade incida em favor de Antônio Carlos e o direito real de usufruto em favor de Maria das Dores, por exemplo.
Acrescente-se que há um direito real que excepciona a regra da exclusividade, o direito real de hipoteca. 
“O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do mesmo ou de outro credor”.
Preferência: confere ao titular do direito real de garantia o privilégio de ter o seu crédito satisfeito prioritariamente, em detrimento do titular de um crédito de natureza real pessoal.
Taxatividade dos direitos reais e princípio numerus clausus: O rol de direitos reais é exaustivo, não devendo tal exaustividade ser interpretada como a impossibilidade absoluta da inclusão de novos tipos, mas no sentido de que novos direitos reais só poderão ser criados por força de lei, sendo indiferente o acordo de vontade entre as partes neste caso. Os direitos reais são de enumeração taxativa, numerus clausus, ou seja, em número determinado na legislação, em rol pormenorizado constante no art. 1.225 do Código Civil.
2 - Diferenciar direitos reais de direito das coisas
Diferenças entre direitos reais e direitos pessoais/obrigacionais:
Existem duas teorias, atualmente aceitas, que buscam explicar no que consiste a principal diferença entre direitos reais e direitos pessoais, o que veremos a seguir.
Teoria realista (clássica)
Para os realistas, o direito real deve ser entendido como o poder imediato da pessoa sobre a coisa, sem a existência de qualquer intermediário. 
Em razão disso, os adeptos de tal corrente defendem que a principal distinção entre os direitos reais e os direitos pessoais seria o fato de que, em relação aos direitos reais, não se poderia admitir a existência de uma relação jurídica entre sujeitos, como se tem no direito obrigacional, mas sim entre sujeito e objeto. 
Isso acontece porque, no caso dos direitos reais, existiria sujeito ativo – representado pelo titular de tal direito – e objeto – coisa suscetível de apropriação pelo homem –, mas não haveria um sujeito passivo.
Os realistas admitem que há um direito subjetivo oponível erga omnes, mas rejeitam a ideia de que haja, em abstrato, um sujeito passivo indeterminado. Mas como admitir a existência de uma relação jurídica que não se estabelece entre sujeitos?
Teoria personalista
Para os personalistas, o direito real também é entendido como o exercício de poderes de forma direta e sem intermediários da pessoa sobre a coisa. Contudo, a teoria defende a existência de uma relação jurídica de direito real estabelecida, ainda que indiretamente, entre sujeitos, não sendo essa a principal diferença entre esses direitos e os direitos obrigacionais.
Para os personalistas, os três elementos de uma relação jurídica podem ser identificados em relação aos direitos reais: o sujeito ativo, representado pelo titular de tal direito; o objeto, coisa suscetível de apropriação pelo homem; e o sujeito passivo, o qual, em decorrência da característica da oponibilidade erga omnes, seria representado pela coletividade, que, apesar de não se ligar diretamente ao sujeito ativo (pois o vínculo do titular do direito se dá de forma direta com a coisa),
estaria indiretamente ligado a este, em decorrência do dever geral de se abster de interferir no exercício de tal direito. Portanto, para os personalistas, existe, de fato, um sujeito passivo indeterminado.
De acordo com essa teoria, a diferença entre direitos reais e direitos obrigacionais residiria no fato de que em uma relação jurídica de direito obrigacional estabelece-se um vínculo direto entre sujeito ativo (Credor) e sujeito passivo (Devedor),
para apenas indiretamente se alcançar o objeto (Prestação). Nos direitos reais, todavia, conforme já exposto, o vínculo se estabelece de forma direta do sujeito ativo com a coisa e somente indiretamente com a coletividade.
Além disso, outra diferença apontada é que em uma relação jurídica de direitos reais o sujeito passivo é indeterminado,
pois abrange toda a sociedade. Já em uma relação jurídica de direitos pessoais o sujeito passivo é determinado, conhecendo- se e, geralmente, especificando-se em contrato a pessoa do devedor (é só lembrar-se dos contratos que já assinou; tanto contratante como contratada estão devidamente qualificados).
A teoria personalista, apesar das críticas, é a que tem mais receptividade na doutrina pátria, sendo aplicada na obra de autores como Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald.
Quadro comparativo
3 - Fornecer conceitos estruturais e as características comuns a todos os direitos reais;

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