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2ª Prova de Penal IV

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2ª Prova de Penal IV (Escopo de Estudo- Glayce Kelly Gomes- FDCON/27/10/2017) 
Matéria: Crimes sexuais art. 213, 215, 216,217 CP. 
Trabalhos: Dupla 09- art.: 42, 47,62 LCP. 
Crimes contra a família- art.: 244,245,246,247 CP. 
Crimes contra incolumidade pública: art.: 250 ao 254 CP. 
Dos crimes contra a segurança e meios de transporte: art.260 a 266 CP. 
Crime Material: É aquele em que existe 1 resultado previsto na lei e é exigido para sua consumação. 
Ex. Art. 121 Homicídio 
Crime Formal: É aquele em que existe 1 resultado previsto na lei, mas não é exigido para sua 
consumação. Ex. Art. 158 Extorsão, Art. 159 – Extorsão Mediante Sequestro. Não há necessidade de 
receber o que exige. Se exigiu já consumou. Se constrangeu, já consumou. 
 
O tipo objetivo (é o VERBO) abstrato tem como única função descrever os elementos que devem ser constatados 
no plano dos fatos capazes de identificar e delimitar o conteúdo da proibição penal. Tudo aquilo que 
estiver previsto no tipo objetivo deverá estar objetivado no mundo exterior. Os elementos que compõem o tipo 
objetivo são: autor da ação, uma ação ou uma omissão, um resultado, nexo causal e imputação objetiva. 
O tipo subjetivo , de sua parte, corresponde à atitude psíquica interna que cada tipo objetivo requer. A sua afirmava 
que os tipos penais deveriam ser, de regra, objetivos, daí por que os chama de tipos normais. 
Crimes de dano e de perigo 
Essa classificação se refere ao grau de intensidade do resultado almejado pelo agente como consequência da prática 
da conduta. 
Crimes de dano ou de lesão: são aqueles cuja consumação somente se produz com a efetiva lesão do bem jurídico. 
Como exemplos podem ser lembrados os crimes de homicídio (CP, art. 121), lesões corporais (CP, art. 129) e dano 
(CP, art. 163). 
Crimes de perigo: são aqueles que se consumam com a mera exposição do bem jurídico penalmente tutelado a 
uma situação de perigo, ou seja, basta a probabilidade de dano. Subdividem-se em: 
a) crimes de perigo abstrato, presumido ou de simples desobediência: consumam-se com a prática da conduta, 
automaticamente. Não se exige a comprovação da produção da situação de perigo. Ao contrário, há presunção 
absoluta (iuris et de iure) de que determinadas condutas acarretam perigo a bens jurídicos. É o caso do tráfico de 
drogas (Lei 11.343/2006, art. 33, caput). 
b) crimes de perigo concreto: consumam-se com a efetiva comprovação, no caso concreto, da ocorrência da 
situação de perigo. É o caso do crime de perigo para a vida ou saúde de outrem (CP, art. 132); 
c) crimes de perigo individual: atingem uma pessoa ou um número determinado de pessoas, tal como no perigo 
de contágio venéreo (CP, art. 130); 
d) crimes de perigo comum ou coletivo: atingem um número indeterminado de pessoas, como no caso da 
explosão criminosa (CP, art. 251); 
e) crimes de perigo atual: o perigo está ocorrendo, como no abandono de incapaz (CP, art. 133); 
f) crimes de perigo iminente: o perigo está prestes a ocorrer; 
g) crimes de perigo futuro ou mediato: a situação de perigo decorrente da conduta se projeta para o futuro, 
como no porte ilegal de arma de fogo permitido ou restrito (Lei 10.826/2003, arts. 14 e 16). 
Objetos material e jurídico: o objeto material do crime é a pessoa que sofre o 
constrangimento ou o bem que é atingido. O objeto jurídico é o que o direito tutela. 
Crimes sexuais: Ao mencionar a dignidade sexual, como bem jurídico protegido, ingressa-se em cenário moderno 
e harmônico com o texto constitucional, afinal, dignidade possui a noção de decência, compostura e 
respeitabilidade, atributos ligados à honra. Associando-se ao termo sexual, insere-se no campo da satisfação da 
lascívia ou da sensualidade. Ora, considerando-se o direito à intimidade, à vida privada e à honra (art. 5.º, X, CF), 
nada mais natural do que garantir a satisfação dos desejos sexuais do ser humano de forma digna e respeitada, com 
liberdade de escolha, porém, vedando-se qualquer tipo de exploração, violência ou grave ameaça. 
 
Os crimes previstos neste Capítulo atingem a faculdade de livre escolha do parceiro sexual. Essa faculdade 
por ser violada por: 
a) violência ou grave ameaça: crime de estupro (art. 213); 
b) fraude: crime de violação sexual mediante fraude (art. 215). 
 
Estupro 
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção 
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: 
Pena — reclusão, de seis a dez anos. 
§ 1º — Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 ou 
maior de 14 anos: 
Pena — reclusão, de oito a doze anos. 
§ 2º — Se da conduta resulta morte: 
Pena — reclusão, de doze a trinta anos. 
Objeto material: Qualquer pessoa, a dignidade sexual e da pessoa humana. 
Objeto jurídico: liberdade sexual. 
Sujeitos: ativo qualquer pessoa (homem ou mulher); 
Passivo: qualquer pessoa (tipo penal não faz qualquer exigência quanto ao 
sujeito passivo, de modo que até mesmo prostitutas podem ser vítimas deste crime, quando forçadas a 
um ato sexual indesejado). 
Tipo objetivo: constranger alguém mediante violência ou grave ameaça,pode ser através da conjunção carnal ou 
ato libidinoso 
Tipo subjetivo: Dolo. 
Consumação: ocorre quando há envolvimento corpóreo da vítima no ato sexual. 
Para que haja o crime, é desnecessário contato físico entre o autor do crime e a vítima. Assim, se ele 
usar de grave ameaça para forçar a vítima a se auto masturbar ou a introduzir um vibrador na própria 
vagina, estará configurado o estupro. 
O tipo penal é o envolvimento corpóreo da vítima no ato sexual. 
Tentativa: possível quando o agente empregar a violência ou grave ameaça e não conseguir realizar qualquer 
ato sexual com a vítima por circunstâncias alheias à sua vontade. Ex.: o agente aborda a vítima na rua 
com uma arma e a obriga a adentrar em uma casa abandonada onde os atos sexuais ocorrerão, mas ela 
consegue fugir ou é auxiliada por outras pessoas ou por policiais. 
Quanto ao resultado: Material (delito que exige resultado naturalístico, consistente no efetivo tolhimento da 
liberdade sexual da vítima). 
Crime de dano: (consuma-se apenas com efetiva lesão a um bem jurídico tutelado) 
Forma Qualificadora: por violência ou lesão grave ou em razão da idade da vítima. 
(pressupõe que haja dolo quanto ao estupro e culpa em relação ao resultado lesão grave. 
Se ficar demonstrado que houve dolo de provocar lesão grave ou gravíssima, o agente responde por 
estupro simples em concurso material com o crime de lesão corporal grave.). 
Qualificado pela morte (pressupondo dolo em relação ao estupro e culpa quanto à morte). 
O estupro qualificado existe, quer a morte seja decorrência da violência, quer da grave ameaça 
utilizada pelo estuprador. 
Tipo de ação penal: Ação penal condicionada a representação, e no caso dos menores incapazes será a ação penal 
incondicionada. 
 
 
Penal: Caput: reclusão, 6 a 10 anos; 
A pena é aumentada em caso de lesão corporal grave ou se a vitima tiver ente 14 e 18 anos-reclusão, de 8-12 anos, 
Se a conduta resultar em morte-reclusão de 12-30 anos. 
 
 
 
 
 
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém mediante fraude ou 
outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: 
Pena — reclusão, de dois a seis anos. 
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se 
também a multa. 
Objeto matéria: Qualquer pessoa, a dignidade sexual e da pessoa humana. 
Objeto jurídico: A liberdade sexual no sentido de consentir na prática de ato sexual sem ser ludibriado pelo 
emprego de uma fraude ou meio similar. 
Sujeitos:Ativo: Qualquer pessoa; Passivo: Qualquer pessoa. Caso o agente empregue fraude para obter ato sexual 
com pessoa menor de 14 anos, responderá apenas por crime de estupro de vulnerável (art. 217-A), que é mais 
grave. 
Tipo objetivo: ter (conseguir, alcançar ou obter) a conjunção carnal ou ato libidinoso para atingir o resultado 
pretendido é a fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. 
Fraude é qualquer meio iludente empregado para que a vítima tenha uma errada percepção da 
realidade e consinta no ato sexual. A fraude tanto pode ser empregada para criar a situação de engano na 
mente da vítima como para mantê-la em tal estado para que, assim, seja levada ao ato sexual. 
Tipo subjetivo: Dolo. 
Consumação: No momento que é realizado o ato sexual. 
Tentativa: Admite tentativa. 
Quanto ao resultado: Material (consistente na conjunção carnal ou na prática de ato libidinoso). 
Crime de: Dano. 
Forma Qualificadora: se o crime for cometido com a finalidade de obter vantagem econômica, aplica-se a multa. 
Ex: mulher que deseje engravidar de um milionário, motivo pelo 
qual, embriagando-o, não completamente, termina por manter a relação sexual, sem preservativo, 
buscando, sem dúvida, vantagem econômica, ainda que por meio da criança (pensão alimentícia ou 
herança). 
Tipo de ação penal: a ação penal é pública condicionada à representação, exceto 
se a vítima for menor de 18 anos, hipótese em que a ação é pública incondicionada. 
Pena: reclusão, de 2 a 6 anos. 
 
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento 
sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência 
inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função: 
Pena — detenção, de um a dois anos. 
§ 2º A pena é aumentada em um terço se a vítima é menor de 18 anos. 
Objeto material: subordinado, dignidade da pessoa humana e dignidade sexual. 
Objeto jurídico: liberdade sexual, bem como sua tranquilidade no sentido de não serem importunadas em seu local 
de trabalho ou por pessoas que se valham da importância de seu cargo ou função. 
Sujeitos: Ativo: qualquer pessoa que sua superioridade hierárquica ou ascendência inerente ao exercício de 
emprego (relação laboral de natureza privada), cargo ou função (relação laboral de cunho público). 
Passivo: Qualquer pessoa, homem ou mulher, desde que se enquadre nas hipóteses elencadas no tipo penal. 
Tipo objetivo: Constranger (coagir, obrigar a vítima a fazer alguma coisa) alguém a fazer ou deixar de fazer algo. 
Valendo-se de sua posição hierárquica ou de ascendente. 
*Pode ser possível o crime de assédio sexual por líderes espirituais em relação aos seguidores, por patrão em 
relação aos empregados, inclusive domésticos etc. 
Tipo subjetivo: Dolo, consistente no “intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual”. Não há a forma culposa. 
Consumação: consumação ocorre no momento do assédio, independentemente da efetiva obtenção da vantagem 
ou favorecimento sexual visado. 
Tentativa: É possível, por exemplo, na forma escrita (bilhete que se extravia contendo proposta indecorosa). 
Quanto ao resultado: formal . 
Crime de: Dano. 
Forma Qualificadora: se a vítima é menor de 18 anos. 
Tipo de ação penal: ação penal é pública condicionada à representação, exceto se a vítima for menor de 18 anos, 
hipótese em que é pública incondicionada. 
Pena: Detenção, de 1 a 2 anos. 
A pena é aumentada de um terço se a vítima do assédio é menor de 18 anos. 
Se houver assédio em relação a menor de 14 anos, ainda que este esteja trabalhando irregularmente, configura-se 
estupro de vulnerável (ou tentativa), dependendo do caso concreto. 
 
 
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRAVULNERÁVEL 
Estupro de vulnerável 
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos: 
Pena — reclusão, de oito a quinze anos. 
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, 
por enfermidade ou doença mental, não tem o necessário discernimento para a prática do 
ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. 
§ 3º — Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena — reclusão, de dez a vinte anos. 
§ 4º Se da conduta resulta morte: 
Pena — reclusão, de doze a trinta anos. 
 
Objeto material: pessoas vulneráveis, integridade sexual. 
Objeto jurídico: A dignidade sexual das pessoas vulneráveis — menores de 14 anos, doentes mentais ou pessoas 
impossibilitadas de oferecer resistência. 
Sujeitos: Ativo: Qualquer pessoa (homem ou mulher). 
Passivo: Pessoa vulnerável (homem ou mulher). 
Pessoa vulnerável: Menores de 14 anos, pessoas portadoras de enfermidade ou doença mental, que não tenham 
o necessário discernimento para a prática do ato. 
Pessoas que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, (doença, paralisia, idade avançada, 
estado de coma, desmaio), provocado pelo agente (ministração de sonífero ou droga na bebida da vítima, uso de 
anestésico etc.) ou causado por ela própria (embriaguez completa em uma festa). É necessário que o 
agente se aproveite do estado de incapacidade de defesa e que se demonstre que este fator 
impossibilitava por completo a capacidade de a vítima se opor ao ato sexual. 
Tipo objetivo: Consiste em ter conjunção carnal ou praticar qualquer outro ato libidinoso; ter (alcançar, conseguir 
obter algo) é o verbo nuclear, cujo objeto pode ser a conjunção carnal (cópula entre pênis e vagina) ou outro ato 
libidinoso (ato passível de gerar prazer sexual, satisfazendo a lascívia). A pessoa com a qual o agente pretende ter a 
relação sexual é o vulnerável. 
Tipo subjetivo: Dolo. 
Consumação: No instante em que é realizada a conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso. 
Tentativa: é possível. 
Quanto ao resultado: Material. 
Crime de: Dano. 
Forma Qualificadora: se da conduta, resultar em lesão corporal grave ou morte. 
*Só se configuram se tiver havido dolo em relação ao estupro de vulnerável e culpa em relação à lesão grave ou 
morte. Se o agente quis ou assumiu o risco de provocar o resultado agravador, responderá por crime de estupro de 
vulnerável em sua modalidade simples em concurso material com crime de lesão grave ou homicídio doloso 
Tipo de ação penal: Ação pública incondicionada. 
Pena: CAPUT e § 1º: reclusão, de 8 a 15 anos 
§ 3º-Reclusão, 10 a 20 anos, § 4º reclusão, de 12 a 30 anos. 
 
 
 
QUADRO COMPARATIVO DE PENAS-CRIMES SEXUAIS 
Artigo 213 215 216-A 217-A 
CAPUT Reclusão (6-10 anos) Reclusão (2-6 anos) Detenção (1-2 anos) Reclusão 
(8-15 anos) 
§ 1º Reclusão (8-12 anos) Ø Não tem Reclusão 
(8-15 anos) 
§ 2º Reclusão (12-30 anos) Ø Aumenta em 1/3 Ø 
§ 3º Ø Ø Ø Reclusão 
(10-20 anos) 
§ 4º Ø Ø Ø Reclusão 
(12-30 anos) 
P.Ú Ø Reclusão (2-6 anos)+ 
Multa 
Ø Ø 
 
CONTRAVENÇÕES PENAIS 
Art. 42 - Perturbar alguém, o trabalho ou o sossego ALHEIOS: 
I - com gritaria ou algazarra; 
II - exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais; 
III - abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos; 
IV - provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem guarda. 
Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa. 
Gritaria: barulho com voz. 
Algazarra: sem voz, ex.: quebra de garrafas. 
Sossego: não é o repouso noturno, portanto pode ocorrer durante o dia ou noite. 
A perturbação deve ser coletiva. 
A expressão “alheios” faz concluir que a perturbação de uma única pessoa não configura esta contravenção. 
Evidenciado que uma pessoa determinada se encontrou em situação de incômodo e prejuízo, devido a ações do 
agente, configura-se, em princípio, a perturbaçãoda tranquilidade e, não a perturbação do sossego alheio – figura 
que prevê prejuízo para número indeterminado de pessoas. (RHC 11.235/MG, Rel. Ministro GILSON DIPP, 
QUINTA TURMA, julgado em 02/08/2001). 
O STF, no HC 85032/RJ, decidiu que a perturbação deve alcançar um numero considerável de 
pessoas. Devem ser também considerados outros aspectos, tais como costumes e cultura. Segundo o STJ (HC 
54536/MS), se ocorrer poluição sonora em níveis prejudiciais à saúde humana, haverá crime ambiental. 
Objeto material: proteção da tranquilidade, paz e sossego. 
Objeto jurídico: paz pública, a tranquilidade da coletividade. 
Sujeitos: ativo (qualquer pessoa), passivo (a coletividade). 
Elemento subjetivo: dolo. 
Quanto ao resultado: É um crime de dano, e não há efetiva lesão ao bem jurídico tutelado, o fato é atípico. 
Crime: Material. 
Perturbação do sossego (art. 42) X Perturbação da tranquilidade (art. 65): a perturbação do sossego atinge um 
número indeterminado de pessoas, enquanto a perturbação da tranquilidade atinge pessoa determinada. 
Condutas típicas: A conduta é perturbar (incomodar, atrapalhar) o trabalho (qualquer atividade laboral) ou o 
sossego (repouso; descanso; tranquilidade; calma) alheios (de várias pessoas) 
Exercício de profissão incômoda ou ruidosa (inc. II): A contravenção descrita no inc. II do art. 42 da LCP 
absorve as condutas dos incs. I e III. 
34004991 – CONTRAVENÇÃO PENAL – PERTURBAÇÃO DO TRABALHO OU SOSSEGO 
ALHEIOS – CULTORELIGIOSO – POLUIÇÃO SONORA – A liberdade de culto deve ater-se a 
normas de convivência e regras democráticas, tipificando a contravenção prevista no art. 42, I, do 
Decreto-lei nº 3688/41 os rituais que, através de poluição sonora ou do emprego de admoestações 
provocantes dirigidas aos vizinhos, perturbem a tranquilidade destes. (TAMG – Ap 0174526-8 – 1ª 
C.Crim. – Rel. Juiz Sérgio Braga – J.14.02.1995) (RJTAMG 58-59/443) 
Consumação e tentativa: Ocorre com o ato de perturbar o trabalho ou o sossego alheios (caput). A tentativa é 
impunível. 
Tipo de ação: Ação Pública Incondicionada. 
 
 
Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as 
condições a que por lei está subordinado o seu exercício. 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a 
cinco contos de réis. 
Fundamento Constitucional: art. 5º, XIII da Constituição Federal (é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício 
ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer). 
Objeto material: proteção do exercício de determinadas profissões. 
Objeto jurídico: é o interesse social de que determinadas profissões somente sejam exercidas por pessoas que 
preencham os requisitos e qualificações previstas em lei. 
Sujeitos: ativo (qualquer pessoa), passivo (a coletividade e as classes profissionais e econômicas ). 
Norma penal em branco: precisa de complementação, visto que as profissões ou atividade devem estar reguladas 
em lei. 
 
 
Atipicidade: se a profissão ou atividade exercida não for regulada em lei, não há a contravenção. Ex.: atividade de 
ourives, atividade de árbitro ou mediador (STF, HC 92193/PE, 2008). 
Condutas típicas: Consistem em exercer, realizar, desempenhar ato próprio de profissão ou atividade econômica 
ou anunciar, dar notícia, publicar, revelar tal mister. 
Quanto ao resultado: crime de dano. 
Crime: material 
Elemento subjetivo: dolo. 
Consumação e tentativa: Ocorre com a realização do ato ou com o anúncio. A tentativa é impunível 
Habitualidade: é exigida, em face da expressão “exercer” que vem de “exercício”. Existem posicionamentos 
contrários de que um único ato configura. 
Exemplos: advocacia, corretor de imóveis, vigilante. Advogado impedido ou suspenso: se exercer a advocacia 
responde pela contravenção (STJ e STF), mesmo que seja em outra unidade da federação, pois o impedimento ou a 
suspensão tem validade em todo o território nacional. Não é hipótese de aplicação do art. 205 do CP, pois o STJ 
entende que decisão administrativa não inclui decisão da OAB. 
E o falso médico? Estaria cometendo uma contravenção penal? 
 Não, porque a lei prevê a sua tipificação no art. 282 do CP. 
*Assim, a lei penal tipificou como crime por ser conduta muito mais grave consequentemente, art. 282 do CP. 
Art. 62. Apresentar-se publicamente em estado de embriaguez, de modo que cause escândalo ou 
ponha em perigo a segurança própria ou alheia: 
Pena — prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa. 
Parágrafo único. Se habitual a embriaguez, o contraventor é internado em casa de custódia e 
tratamento. 
Estado de embriaguez: é a intoxicação aguda e transitória causada pelo álcool ou substancia de efeitos análogos. 
Não se exige exame de dosagem alcoólica, basta a prova testemunhal. 
* Há jurisprudência contra e a favor de que a prova testemunhal supre o exame clínico ou de dosagem alcoólica. 
 Publicamente: lugar público e lugar aberto ao público, onde se encontram pessoas. 
Objeto material: o agente (a própria pessoa) e a coletividade. 
Bem jurídico tutelado: os bons costumes e a incolumidade pública. 
Sujeitos: ativo qualquer pessoa, passivo a coletividade e secundariamente a pessoa cuja segurança é exposta. 
Tipo objetivo: apresentar-se publicamente em estado de embriaguez, causando escândalo ou ponha em perigo a 
segurança própria ou alheia. 
*É necessário os três requisitos típicos (sublinhados). Uma condição, considerada isolada, não constitui a 
contravenção. 
Tipo Subjetivos : É o dolo. 
Quanto ao resultado: Presunção de perigo. 
Perigo de dano pessoal ou alheio: Não se exige dano. Basta a probabilidade de sua ocorrência. 
Crime: material 
 Habitualidade: Se a embriaguez é habitual, aplica-se o parágrafo único do art. 62 (internação do contraventor em 
casa de custódia e tratamento). 
 Consumação e Tentativa: O da apresentação do sujeito em estado de embriaguez, nas condições exigidas pelo 
tipo. A tentativa é impunível (vide art. 4º desta Lei.). 
 Tipo de ação: Ação Pública Incondicionada. 
Quanto aos tipos: 
 Voluntária: é aquela de quem, pondo-se a beber, visou justamente colocar-se nesse estado, mas sem prever 
a possibilidade de cometer um delito. 
 Preordenada ou dolosa: é aquela procurada para a prática de um crime. 
 Culposa: é aquela que resulta em negligencia ou imprudência, em que o agente bebe imoderadamente sem 
se preocupar com as consequências do seu ato. 
CONFRONTO COM OUTRAS INFRAÇÕES PENAIS: 
 A rixa absorve a contravenção de embriaguez. 
 A vias de fato é absorvida pela embriaguez. 
 Dirigir veículo em estado de embriaguez: Constitui o crime do art. 306 do CTB. 
Quanto ao resultado: Dano. 
 
 
DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR-Arts. 244/247 
Abandono material 
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor 
de 18 anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 anos, não 
lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão 
alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de 
socorrer descendente ou ascendente gravemente enfermo: 
Pena — detenção, de um a quatro anos, e multa. 
Parágrafo único. Na mesma pena incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de 
qualquer modo, inclusive abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento de 
pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada. 
Objeto material: pode ser renda, pensão ou outro auxílio. 
Objeto jurídico: Tutela a família, a proteção dispensada pelo Estado à família. 
Sujeitos: Ativo: cônjuge, ascendente, descendente etc. 
Passivo: cônjuge, o filho menor de 18 anosou incapacitado para o trabalho ou, ainda, o ascendente inválido 
ou maior de 60 anos. 
Tipo objetivo: deixar de prover a subsistência significa não mais dar sustento para assegurar a vida ou a saúde; 
não proporcionar recursos quer dizer deixar de fornecer auxílio; faltar ao pagamento é deixar de remunerar; deixar 
de socorrer é abandonar a defesa ou proteção. 
Tipo subjetivo: Dolo. 
Consumação: a consumação se dá quando o agente, ciente de que a vítima passa por necessidades, deixa de 
socorrê-la. Ocorre à consumação na data em que o agente não paga a pensão estipulada. 
Tentativa: Não admite. 
Quanto ao resultado: Formal (delito que não exige resultado naturalístico, consistente no efetivo prejuízo para a 
vítima). 
Crime de: Dano? 
Forma Qualificadora: Não tem. 
Tipo de ação penal: Ação penal condicionada à representação. 
Pena: detenção, de um a quatro anos, e multa. 
 
 
Art. 245. Entregar filho menor de 18 anos a pessoa em cuja companhia saiba ou deva saber que o 
menor fica moral ou materialmente em perigo: 
Pena — detenção, de um a dois anos. 
§ 1º A pena é de um a quatro anos de reclusão, se o agente pratica delito para obter lucro, ou se o 
menor é enviado para o exterior. 
§ 2º Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem, embora excluído o perigo moral ou 
material, auxilia a efetivação de ato destinado ao envio de menor para o exterior, com o fito de 
obter lucro. 
 
Objeto material: o menor (é o filho menor de 18 anos.). 
Objeto jurídico: a proteção da família ao menor. 
Sujeitos: Ativo: Os pais. Passivo: o filho menor de 18 anos. 
Tipo objetivo: entregar significa passar algo ou alguém à posse de outrem. 
Tipo subjetivo: Dolo. 
Consumação: no instante em que o menor é entregue à pessoa inidônea. Não é necessário que 
fique em poder dela por tempo prolongado. 
Tentativa: É possível quando se evidencia que o pai pretendia entregar o filho, mas que foi obstado por 
autoridade ou por outro parente da criança ou adolescente. 
Quanto ao resultado: Formal, consistente em efetivo dano para o menor. 
Crime de: perigo 
Forma Qualificadora: § 1º se o agente pratica delito para obter lucro (Ex.: para que o filho trabalhe e o pai fique 
com o dinheiro.). 
Se o menor é enviado para o exterior. 
§ 2º :“Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior com 
inobservância das formalidades legais ou com fito de lucro” 
Tipo de ação penal: Pública incondicionada. 
Pena: detenção, de um a dois anos. 
§ 1: de um a quatro anos de reclusão, se o agente pratica delito para obter lucro, ou se o menor é enviado para o 
exterior. 
 
Abandono intelectual 
Art. 246. Deixar, sem justa causa, de prover a instrução primária de filho em idade 
escolar: 
Pena — detenção, de 15 dias a um mês, ou multa. 
Objeto material: Menor, instrução primária. 
Objeto jurídico: proteção à família do menor. 
Sujeitos: Ativo: só pode ser os pais. 
Passivo: filho menor em idade escolar primária. 
Tipo objetivo: Deixar, prover, instruir o filho em idade escolar. 
Tipo subjetivo: Dolo. 
Consumação: Quando os pais deixarem de matricular o menor (um dia após o encerramento das matriculas). 
Tentativa: Não admite. 
Quanto ao resultado: formal 
Crime de:dano. 
Tipo de ação penal: Ação Penal Incondicionada. 
Pena: detenção, de 15 dias a um mês, ou multa. 
 
 
Abandono intelectual 
Art. 247. Permitir alguém que menor de 18 anos, sujeito a seu poder ou confiado à sua 
guarda ou vigilância: 
I — frequente casa de jogo ou mal-afamada ou conviva com pessoa viciosa ou de má 
vida; 
II — frequente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou participe de 
representação de igual natureza; 
III — resida ou trabalhe em casa de prostituição; 
IV — mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública. 
Pena — detenção, de um a três meses, ou multa. 
Objeto material: menor de 18 anos, moral. 
Objeto jurídico: a formação moral da criança ou do adolescente. 
Sujeitos: Ativo: pode ser o pai, a mãe ou qualquer outra pessoa que tenha poder sobre o menor, como o tutor ou o 
guardião. 
Passivo: menor de 18 anos. 
Tipo objetivo: Permitir. “A conduta típica é permitir que o menor realize uma das condutas elencadas nos incisos 
do art. 247. A permissão pode ser expressa ou tácita, tendo, neste último caso, o sentido de tolerância apesar de 
ciente da conduta do menor.” 
Tipo subjetivo: Dolo. 
Consumação: A partir do momento que o menor realize qualquer conduta que preencha os requisitos do art. 
Tentativa: É admitida. 
Quanto ao resultado: Formal. 
Crime de: Dano. 
Tipo de ação penal: Ação penal incondicionada 
Pena: detenção, de um a três meses, ou multa. 
 
 
 
QUADRO COMPARATIVO DE PENAS-CRIMES 
Artigo 244 245 246 247 
CAPUT Detenção (1-4 anos)+ 
Multa 
Detenção (1-2 anos) Detenção (15-1 Mês)+ 
Multa 
Detenção (1-3 
meses)+ 
Multa 
§ 1º Ø Reclusão (1-4 anos) Ø Ø 
§ 2º Ø 
 
Reclusão (1-4 anos) Ø Ø 
§ 3º Ø Ø Ø Ø 
§ 4º Ø Ø Ø Ø 
P.Ú Detenção (1-4 anos)+ 
Multa 
Ø Ø Ø 
 
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA 
Art. 250. Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de 
outrem: 
Pena — reclusão, de três a seis anos, e multa. 
§ 1.º As penas aumentam-se de um terço: 
I – se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio; 
II – se o incêndio é: 
a) em casa habitada ou destinada a habitação; 
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura; 
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo; 
d) em estação ferroviária ou aeródromo; 
e) em estaleiro, fábrica ou oficina; 
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável; 
g) em poço petrolífero ou galeria de mineração; 
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta. 
Incêndio culposo 
§ 2.º Se culposo23 o incêndio, a pena é de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
Objeto material: a própria vítima ou seu patrimônio. 
Objeto jurídico: a proteção da vida, a integridade física e o patrimônio das pessoas. Ainda que não atinjam o 
sujeito de direito, esses crimes podem atingir bens dos sujeitos de direitos. 
Sujeitos: Ativo: qualquer pessoa (inclusive o proprietário do local incendiado);Passivo: qualquer pessoa (A 
coletividade representada pelo Estado e as pessoas expostas a risco em relação à sua integridade 
ou patrimônio). 
Tipo objetivo: causar incêndio (incendiar) 
- expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem. A exposição a perigo deve ser dolosa, para 
caracterização do incêndio (finalidade específica). 
Tipo subjetivo: dolo e culpa. 
O incêndio será culposo quando causado por imprudência, imperícia ou negligência. 
Consumação: A consumação é atingida quando o agente consegue a finalidade específica. A consumação é 
realizada quando a vida, integridade física ou patrimônio é exposta ao perigo, situação que deverá ser demonstrada 
no caso contrário. 
Tentativa: É admissível. 
Quanto ao resultado: Formal 
Crime de: perigo comum (trouxe perigo concreto para a vida, integridade física ou patrimônio de outrem.). 
 
Forma Qualificadora: Incêndio com intenção de obter alguma vantagem pecuniária (inc. I); O aumento de 
um terço incide ainda que o agente não consiga obter a vantagem visada. 
* Configuram a majorante provocar incêndio para destruir os títulos de crédito que representavam uma 
dívida do agente ou para danificar o estoque de um concorrente para que sua empresa seja contratada para o 
fornecimento dos mesmos produtos etc. 
Se a intenção do agente é a de obter o valor de seguro, fica absorvidoo crime de estelionato, 
respondendo o agente pelo crime de incêndio com a pena majorada pela intenção de obtenção de vantagem 
pecuniária, que tem pena consideravelmente maior. 
Incêndio em locais onde há maior risco (inc. II);ex: 
a) em casa habitada ou destinada a habitação; 
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura; 
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo; 
d) em estação ferroviária ou aeródromo; 
e) em estaleiro, fábrica ou oficina; 
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável; 
g) em poço petrolífero ou galeria de mineração; 
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta. 
Tipo de ação penal: É pública incondicionada. 
Pena: reclusão, de três a seis anos, e multa. 
§ 1.º As penas aumentam-se de um terço 
Incêndio culposo:§ 2.º pena é de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos 
 
 
Explosão 
Art. 251. Expor perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, 
arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos: 
 
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
 
§ 1.º Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos: 
 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
Aumento de pena 
 
§ 2.º As penas aumentam-se de 1/3 (um terço), se ocorre qualquer das hipóteses previstas no § 
1.º,I, do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no n. II do mesmo 
parágrafo. 
 
Modalidade culposa 
 
§ 3.º No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos, a pena é de 
detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos; nos demais casos, é de detenção, de 3 (três) meses a 1 
(um) ano. 
 
Objeto material: a pessoa, a vida, integridade física e o patrimônio. 
Através do uso de dinamites e produtos análogos. 
 
 
Objeto jurídico: a incolumidade pública (tranquilidade na vida em sociedade, evitando que a integridade física e 
os bens das pessoas sejam expostos a risco.). 
Sujeitos: Ativo: qualquer pessoa Passivo: coletividade. 
Tipo objetivo: Expor (arriscar) já contém o fator de perigo. Arremessar, colocar explosivos. 
Tipo subjetivo: é o dolo de perigo, ou seja, a vontade de gerar um risco não tolerado a terceiros, nem se exige 
elemento subjetivo do tipo específico. 
É admitido a modalidade culposa. 
Consumação: Com a criação de situação de perigo próximo e imediato. 
Tentativa: É admissível. 
Quanto ao resultado: formal (delito que não exige, para sua consumação, a ocorrência de resultado naturalístico, 
consistente na efetiva existência de dano para alguém). 
Crime de: de perigo comum concreto (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas em perigo, mas 
precisa ser provado). 
Forma Qualificadora: eleva-se em um terço a pena se acontecerem as seguintes hipóteses, 
no caso de explosão: a) houver o intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio 
(art. 250, § 1.º, I); b) atingir ou tiver por fim atingir casa habitada ou destinada a habitação, edifício 
público ou destinado ao público ou a obra assistencial ou cultural, embarcação, aeronave, comboio, 
veículo de transporte coletivo, estação ferroviária, aeródromo, estaleiro, fábrica, oficina, depósito 
de explosivo, combustível ou inflamável, poço petrolífero, galeria de mineração, lavoura, pastagem, 
mata ou floresta (art. 250, § 1.º, II). 
Figura culposa: neste caso, havendo imprudência, negligência ou imperícia, com resultado 
previsível ao agente, pune-se a forma culposa, embora o tipo penal só tenha levado em conta a 
explosão, e não o arremesso ou colocação. 
Tipo de ação penal: Ação penal incondicionada. 
Pena: CAPUT: reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, 
§ 1.º reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
§ 2.º aumenta 1/3 (um terço). 
§ 3.º No caso de culpa detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e nos demais casos, é de detenção, de 3 (três) 
meses a 1 (um) ano. 
 
Uso de gás tóxico ou asfixiante 
Art. 252. Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando 
de gás tóxico ou asfixiante: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
Modalidade culposa 
Parágrafo único. Se o crime é culposo: 
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 
Objeto material: a pessoa, a vida, a integridade física e o patrimônio. 
Através de uso de gás tóxico ou asfixiante. 
Objeto jurídico: incolumidade pública. 
Sujeitos: Ativo: qualquer pessoa. Passivo: a coletividade. 
Tipo objetivo: expor a risco número indeterminado de pessoas pelo uso de gás tóxico ou asfixiante. 
 
 
Tipo subjetivo: Dolo e culpa. 
Consumação: No momento em que é criada a situação de perigo comum. 
Tentativa: Admite-se. 
Quanto ao resultado: material. 
Crime de: perigo concreto pressupõe que o agente exponha a risco número indeterminado de pessoas pelo uso de 
gás tóxico ou asfixiante. 
Forma Qualificadora: Modalidade culposa, se, ao invés de dolo, houver imprudência, negligência ou imperícia, 
com previsibilidade do resultado pelo agente, pune-se o agente culposamente. A pena é consideravelmente 
reduzida. 
Tipo de ação penal: Ação penal incondicionada. 
Pena: CAPUT: reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
P.Ú: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 
 
 
Fabrico fornecimento, aquisição, posse ou transporte de explosivos ou gás tóxico, ou 
asfixiante 
Art. 253. Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade, 
substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua 
fabricação: 
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
Objeto material: A segurança pública, da coletividade e do comércio legal de explosivos e gás tóxicos. 
Objeto jurídico: incolumidade pública 
Sujeitos: Ativo: qualquer pessoa. Passivo: a coletividade. 
Tipo objetivo: Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar. 
Tipo subjetivo: dolo. 
Consumação: Com a efetiva prática das ações. 
Tentativa: Inadmissível, pois a lei incrimina atos preparatórios. 
Quanto ao resultado: formal (delito que não exige, para sua consumação, a ocorrência de resultado naturalístico, 
consistente na efetiva existência de um risco iminente de dano para alguém). 
Crime de: perigo comum abstrato (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas em 
perigo, sendo presumido pelo legislador). 
Tipo de ação penal: Ação penal incondicional. 
Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
Inundação 
Art. 254. Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o 
patrimônio de outrem: 
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa, no caso de dolo, ou detenção, de 6 
(seis) meses a 2 (dois) anos, no caso de culpa. 
 
Objeto material: a vida, integridade física, que é colocada em risco por água liberada em grande quantidade 
 
 
 
de água liberada . 
Objeto jurídico: incolumidade pública. 
Sujeitos: Ativo: Pode ser qualquer pessoa, inclusive o dono do local que venha a ser inundado.Passivo: 
coletividade. 
Tipo objetivo: Causar inundação A conduta prevista é causar (provocar, motivar, produzir) inundação ("o 
alagamento de um local de notável extensão, não destinado a receber águas", pelo desvio das águas de seus limites 
naturais ou artificiais, de forma que não seja possível controlar a força da corrente.). 
Requer-se, portanto, que da inundação decorra perigo concreto ou efetivo a número indeterminado de pessoas ou 
bens. Ausente tal perigo, não se configura o crime. 
O crime pode ser praticado por ação (rompimento de um dique, represamento) ou por omissão.É indiferente que a inundação seja violenta (abertura total de comporta, rompimento de um dique, por 
exemplo) ou lenta (represamento, por exemplo), bastando que tenha o potencial de expor a perigo a 
coletividade. 
Tipo subjetivo: Dolo e culpa. 
O crime de inundação pode ser praticado dolosa ou culposamente, sendo que, no último caso, o fato 
resulta da não observância de um cuidado necessário (no sentido de evitar a inundação), e a pena 
evidentemente é mais branda. 
Se a intenção do agente é provocar a morte de alguém, responde por homicídio qualificado (art. 121, § 2º, III, do 
CP), em concurso formal com o crime de inundação. 
Consumação: Quando as águas se espalham de tal maneira que criam efetiva situação de perigo (concreto) para 
número indeterminado de pessoas. 
Tentativa: É punível. 
Quanto ao resultado: formal (delito que não exige, para sua consumação, a ocorrência de resultado naturalístico, 
consistente na efetiva existência de dano para alguém). 
Crime de: de perigo comum concreto (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas em perigo, mas 
precisa ser provado). 
Tipo de ação penal:Ação Penal Incondicionada. 
Qualificadora: Nos termos da 1ª parte do art. 258 do Código Penal, se do crime doloso de perigo comum resultar 
lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade será aumentada de metade, e se resultar 
morte, será aplicada em dobro. 
Assim, se em razão do crime doloso de inundação: 
a) resultar lesão corporal de natureza grave, a pena será aumentada de metade; 
b) resultar morte, a pena será aplicada em dobro. 
Essas hipóteses são exclusivamente preterdolosas, ou seja, pressupõem dolo na conduta inicial 
(crime de perigo comum) e culpa no resultado agravador (lesão corporal grave ou morte). Dessa forma, 
como já mencionado anteriormente, existindo dolo em relação à morte, o agente responde por homicídio 
doloso qualificado em concurso formal com o crime doloso de inundação. Se há intenção de causar as 
lesões, haverá crime de lesões corporais graves em concurso com o crime simples de perigo comum. 
Já a 2ª parte do art. 258 estabelece que, se em razão do crime culposo resultar lesão corporal, a pena 
aumenta-se de metade e, se resultar morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada 
de um terço. 
Há, portanto, duas situações: 
a) se a inundação culposa provocar lesão corporal em alguém — qualquer que seja sua natureza, inclusive 
leve —, a pena será aumentada de metade; 
 
b) se provocar morte, a pena será a do homicídio culposo (detenção de 1 a 3 anos), aumentada de um terço. 
Pena: reclusão, de três a seis anos, e multa- no caso de dolo. 
detenção, de seis meses a dois anos, no caso de culpa. 
 
 
OBS: 
Formas qualificadas de crime de perigo comum 
Art. 258. Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena 
privativa de liberdade é aumentada de 1/2 (metade); se resulta morte, é aplicada em dobro. No 
caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de 1/2 (metade); se resulta 
morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de 1/3 (um terço). 
 Crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é 
aumentada de 1/2 (metade). 
 Resulta morte, é aplicada em dobro, 
 Culpa se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de 1/2 (metade), 
 Se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de 1/3 (um terço). 
 
 
 
 
 
 
 
QUADRO COMPARATIVO DE PENAS-CRIMES 
Artigo 250 251 252 253 254 
CAPUT Reclusão (3-6 anos)+ 
Multa 
Reclusão (3-6 anos)+ 
Multa 
Reclusão (1-4 anos)+ 
Multa 
Detenção (6meses-2 
anos)+ 
Multa 
 
Modalidade Dolosa: 
Detenção (3-6 anos)+ 
Multa 
Modalidade Culposa: 
Detenção (6meses-2 
anos) 
 
 
§ 1º Causas de aumento 
de pena 
1/3 
Reclusão (1-4 anos)+ 
Multa 
Ø Ø Ø 
§ 2º Modalidade Culposa: 
Detenção (6meses-2 
anos) 
 
Aumenta 1/3 Ø Ø Ø 
§ 3º Ø Modalidade Culposa: 
Detenção (6meses-2 
anos) 
Demais casos: 
Modalidade Culposa: 
Detenção (3meses-1 
ano) 
Ø Ø Ø 
§ 4º Ø Ø Ø Ø Ø 
P.Ú Ø Ø Modalidade Culposa: 
Detenção (3meses-1 
ano) 
Ø Ø 
 
CAPÍTULO II - DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E 
TRANSPORTE (CP, ARTIGOS 260 A 266): 
 
Características gerais dos crimes deste Capítulo: 
1. Conceito: São crimes contra a incolumidade pública, sendo necessário para os efeitos de reconhecimento 
das figuras típicas trazer perigo a um número indeterminado de pessoas. Portanto, são consideradas 
condutas de perigo comum. Entretanto, deverá demonstrar, em cada caso, o perigo sofrido pelas vítimas. 
OBS: São crimes de perigo concreto, admitindo o perigo abstrato em alguns casos. O dano é mero exaurimento do 
crime. 
Sujeitos: 
a. Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa 
b. Sujeito passivo: é a sociedade, bem como as pessoas que tiveram sua incolumidade atingida (são pessoas 
específicas). 
3. Bem jurídico: é a incolumidade pública. 
4. Elemento subjetivo: dolo e culpa. 
Exige-se que o dolo seja o de trazer perigo concreto à incolumidade pública. 
A culpa deve vir expressa. Nos crimes deste capítulo nem todas as condutas permitirão a forma culposa. 
 
DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E 
TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS 
Perigo de desastre ferroviário 
Art. 260. Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro: 
I – destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha férrea, material rodante 
ou de tração, obra de arte ou instalação; 
II – colocando obstáculo na linha; 
III – transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veículos ou interrompendo ou 
embaraçando o funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia; 
IV – praticando outro ato de que possa resultar desastre: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
Desastre ferroviário 
§ 1.º Se do fato resulta desastre: 
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos, e multa. 
§ 2.º No caso de culpa, ocorrendo desastre: 
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
§ 3.º Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer via de comunicação em 
que circulem veículos de tração mecânica, em trilhos ou por meio de cabo aéreo. 
Objeto material: linha férrea, material rodante ou de tração, obra de arte ou instalação, telégrafo, telefone ou 
radiotelegrafia. 
Objeto jurídico: incolumidade pública, voltada, especificamente, para a segurança dos meios de comunicação, 
transportes e outros serviços públicos. 
Sujeitos: Ativo: qualquer pessoa. Passivo: coletividade e as pessoas em perigo. 
Tipo objetivo: impedir e perturbar, criando situação de perigo (incisos). colocar significa situar ou pôr em algum 
lugar. O objeto é obstáculo na linha do trem. Transmitir quer dizer enviar ou mandar de um lugar ao outro; 
interromper significa provocar a suspensão da continuidade de alguma coisa; embaraçar quer dizer causar 
impedimento ou perturbar. Os objetos podem ser, respectivamente, falso aviso sobre movimentação de veículos ou 
telégrafo, telefone ou radiotelegrafia. 
 
Tipo subjetivo: o dolo de realizar uma das condutas típicas, a fim de impedir ou perturbar o serviço ferroviário, 
tendo ciência do perigo de desastre que deles decorre. Não é necessário que o agente queira especificamente 
provocar a situação de perigo, basta que tenha ciência de que sua ação poderá desencadeá-la 
Consumação: No momento em que é gerado o perigo concreto, ou seja, o risco imediato de desastre. 
Tentativa: É possível. 
Quanto ao resultado: formal (crime que não exige, para sua consumação, resultado naturalístico, consistenteem 
gerar efetivo dano para alguém). 
Crime de: perigo comum concreto (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas em perigo, que 
necessita ser provado). 
Forma Qualificadora: qualificada pelo resultado; de forma vinculada (só pode ser cometido pelos meios eleitos 
pelo tipo penal); transmitir quer dizer enviar ou mandar de um lugar ao outro; interromper significa provocar a 
suspensão da continuidade de alguma coisa; embaraçar quer dizer causar impedimento ou perturbar. Os objetos 
podem ser respectivamente, falsos aviso sobre movimentação de veículos ou telégrafo, telefone ou 
radiotelegrafia. As primeiras condutas são causadas por culpa (imprudência, negligência ou imperícia), sendo 
natural exigir-se que a sequência também seja determinada pelo mesmo elemento subjetivo, ou seja, culpa. 
Observe-se, no entanto, que a modalidade culposa está restrita ao advento do efeito “desastre”, isto é, as figuras 
descritas no art. 260, caput e parágrafos, somente são puníveis por culpa se houver o evento qualificador. 
Tipo de ação penal: Ação Penal pública incondicionada. 
Pena: CAPUT: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
§ 1.º Se do fato resulta desastre: reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos, e multa. 
§ 2.º No caso de culpa, ocorrendo desastre: detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
 
Atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo. 
Art. 261. Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato 
tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. 
Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo. 
§ 1.º Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação ou a queda ou destruição 
de aeronave: 
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. 
Prática do crime com o fim de lucro 
§ 2.º Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente pratica o crime com o intuito de obter 
vantagem econômica, para si ou para outrem. 
Modalidade culposa 
§ 3.º No caso de culpa, se ocorre o sinistro: 
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
Objeto material: embarcação ou aeronave. 
Objeto jurídico: incolumidade pública, voltada, especificamente, para a segurança dos meios de 
comunicação, transportes e outros serviços públicos. 
Sujeitos: Ativo: O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, podendo ser, inclusive, praticado pelo próprio 
proprietário da embarcação ou aeronave. Passivo: a coletividade. 
Tipo objetivo: Expor a perigo, praticar qualquer ato tendente, impedir ou dificultar navegação marítima. 
Tipo subjetivo: dolo e culpa. 
O dolo de perigo, ou seja, a vontade de gerar um risco não tolerado a terceiros. Não se exige elemento subjetivo 
específico, nem se pune a forma culposa, salvo se houver sinistro (§ 3.º). 
Consumação: O momento de consumação do crime se dá quando comprovada a situação de perigo à pessoas 
indeterminadas, independente do efetivo prejuízo. 
Tentativa: Admite-se. 
 
 
Quanto ao resultado: formal (crime que não exige, para sua consumação, resultado naturalístico, consistente em 
ocorrer efetivo dano a alguém). 
Crime de: de perigo comum concreto (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas 
em perigo, que precisa ser provado). 
Forma Qualificadora: 
Art. 261, § 1º – Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação ou a queda ou destruição 
de aeronave: 
Pena – reclusão, de quatro a doze anos. 
Sinistro é o desastre, o acidente, de grandes proporções. 
Culpa 
Art. 261, § 3º – No caso de culpa, se ocorre o sinistro: 
Pena – detenção, de seis meses a dois anos. 
Causa de aumento de pena. 
Se do desastre doloso resultar lesão grave ou gravíssima, se aumenta a pena da metade; se resultar em morte, do 
dobro. Se culposo aumenta-se, respectivamente, da metade e da pena aplicada ao homicídio + 1/3. 
 
Tipo de ação penal: É pública incondicionada. 
 
Pena: CAPUT: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. 
§ 1.º Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação ou a queda ou destruição de aeronave: 
reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. 
§ 2.º Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente pratica o crime com o intuito de obter vantagem econômica, 
para si ou para outrem: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos+multa. 
Modalidade culposa (§ 3.º) : detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
 
OBS: Art. 263 – Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no caso de desastre ou sinistro, resulta 
lesão corporal ou morte, aplica-se o disposto no art. 258. 
 
Art. 258 – Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de 
liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão 
corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, 
aumentada de um terço. 
 
 
 
Atentado contra a segurança de outro meio de transporte 
Art. 262 – Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o 
funcionamento: 
Pena – detenção, de um a dois anos. 
 
Objeto material: Transporte público e seu funcionamento. 
Objeto jurídico: A incolumidade pública, no sentido de manter a segurança nos meios de transporte. 
Sujeitos: Ativo: qualquer pessoa, inclusive o dono da aeronave ou embarcação. 
Passivo: é a coletividade. 
Tipo objetivo: “expor”, “impedir” ou “dificultar”, todos atos contra a segurança do meio de transporte público ou 
com sue funcionamento. 
Tipo subjetivo: dolo. 
Consumação: O momento de consumação do crime se dá quando comprovada a situação de perigo à pessoas 
indeterminadas, independente do efetivo prejuízo. 
Tentativa: É possível. 
Quanto ao resultado: formal. 
Crime de: perigo comum/concreto. 
Forma Qualificadora: 
Tipo de ação penal: É pública incondicionada. 
Pena: detenção, de um a dois anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORMA QUALIFICADA 
Art. 263 – Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no caso de desastre ou sinistro, resulta lesão 
corporal ou morte, aplica-se o disposto no art. 258. 
 
 
Arremesso de projétil 
Art. 264 – Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao transporte público por 
terra, por água ou pelo ar: 
Pena – detenção, de um a seis meses. 
Parágrafo único. Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção, de seis meses 
a dois anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º, aumentada de um terço. 
 
Objeto material: o projétil. 
Objeto jurídico: incolumidade pública, relativamente à segurança dos meios de transporte. 
Sujeitos: Ativo: qualquer pessoa. Passivo: a coletividade. 
Tipo objetivo: “arremessar”, no sentido de atirar projétil contra transporte público em movimento. 
O projétil é o objeto idôneo dotado de eficácia lesiva, podendo ser pedras, madeiras, pedaços de vidro. 
Tipo subjetivo: é o dolo de perigo, ou seja, a vontade de gerar um risco não tolerado a terceiros. Não há elemento 
subjetivo específico, nem se pune a forma culposa. 
Consumação: Com o arremesso, ainda que não atinja o alvo. Trata-se de crime de perigo abstrato, cuja 
configuração independe da efetiva demonstração da situação de risco. O perigo, portanto, é presumido. 
Tentativa: É possível quando o agente movimenta o braço para lançar o projétil e é detido por alguém. 
Quanto ao resultado: formal (crime que não exige, para sua consumação, resultado naturalístico, consistente em 
gerar efetivo dano para alguém). 
Crime de: de perigo comum abstrato (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas em perigo, que é 
presumido pela lei); 
Forma Qualificadora: Nos termos do parágrafo único, sedo fato resulta lesão, ainda que leve, a pena é aumentada 
para seis meses a dois anos de detenção e, se resulta morte, a pena é a do homicídio culposo, aumentada de um 
terço. Essas qualificadoras são exclusivamente preterdolosas, pois, se o agente quer provocar a morte, responde por 
crime de homicídio doloso, que absorve o delito de arremesso de projétil. 
Tipo de ação penal: É pública incondicionada. 
Pena: CAPUT: detenção, de um a seis meses. 
Parágrafo único. Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção, de seis meses 
até dois anos; 
Se resultar morte, a pena é a do art. 121, § 3º, aumentada de um terço. 
 
 
Art. 265. Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água, luz, força ou calor, 
ou qualquer outro de utilidade pública: 
Pena — reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
Parágrafo único. Aumentar-se-á a pena de um terço até a metade, se o dano ocorrer em virtude de 
subtração de material essencial ao funcionamento dos serviços. 
 
Objeto material: o serviço de água, luz, força, calor ou outro de utilidade pública. 
Objeto jurídico A incolumidade pública no sentido da manutenção dos serviços de utilidade pública. 
Sujeitos: Ativo: qualquer pessoa, inclusive o próprio fornecedor do serviço ou algum funcionário da empresa 
prestadora. Passivo: a coletividade, além das pessoas eventualmente prejudicadas pela falta ou má prestação do 
serviço. 
Tipo objetivo: “atentar”, no sentido de atrapalhar ou até mesmo colocar em risco a segurança dos serviços de água, 
luz e outros de utilidade pública. 
Tipo subjetivo: dolo. 
Consumação: O momento de consumação do crime se dá com a realização da ação descrita, prescindindo-se o 
perigo pela lei. Tentativa: Inadmissível, pois a lei incrimina atos preparatórios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quanto ao resultado: formal (delito que não exige, para sua consumação, a ocorrência de resultado naturalístico, 
consistente na efetiva existência de um risco iminente de dano para alguém). 
Crime de: perigo abstrato em que se presume o risco decorrente da ação (aquele que coloca um número 
indeterminado de pessoas em perigo, que é presumido pela lei). 
Tipo de ação penal: Ação penal incondicional. 
Qualificadoras: P.Ú haverá uma agravação de um terço da pena quando o dano ocorrer em razão de furto de 
material essencial ao funcionamento dos serviços. Ex.: a subtração de fios elétricos. 
Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
 
Art. 266. Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico, impedir ou 
dificultar-lhe o restabelecimento: 
Pena — detenção, de um a três anos, e multa. 
Parágrafo único. Aplicam-se as penas em dobro, se o crime é cometido por ocasião de 
calamidade pública. 
 
 
Objeto material: o serviço de telegrafia, radiotelegrafia e telefonia. 
Objeto jurídico A incolumidade pública no que diz respeito à regularidade dos serviços telegráficos e telefônicos. 
Sujeitos: Ativo: Qualquer pessoa, inclusive os funcionários da prestadora do serviço. Passivo: A coletividade e as 
pessoas prejudicadas por não poderem utilizar o serviço adequadamente. 
Tipo objetivo: “interromper”, “perturbar”, “impedir” ou “dificultar”. 
Tipo subjetivo: é o dolo de perigo (gerar risco intolerável a terceiros). Não há elemento subjetivo específico, nem 
se pune a forma culposa. 
Consumação: No momento em que o agente realiza a conduta descrita no tipo penal. Trata-se 
de crime de perigo abstrato. 
Tentativa: Inadmissível 
Quanto ao resultado: formal (delito que não exige, para sua consumação, a ocorrência de resultado naturalístico, 
consistente na efetiva existência de um risco iminente de dano para alguém). 
Crime de: perigo abstrato em que se presume o risco decorrente da ação (aquele que coloca um número 
indeterminado de pessoas em perigo, que é presumido pela lei). 
Tipo de ação penal: Ação penal incondicional. 
Qualificadoras: P.Ú dobra-se a pena do agente quando a interrupção ou perturbação dos 
serviços telegráficos ou telefônicos ocorre durante estado de calamidade pública (desgraça que 
atinge várias pessoas), tendo em vista a maior reprovabilidade da conduta, já que, nessas situações, 
os serviços mencionados são essenciais. 
Pena: detenção, de um a três anos, e multa. 
Parágrafo único. Aplicam-se as penas em dobro.

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