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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA X CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL-XXXXX Processo Nº TÍCIO, já qualificado nos autos do processo em epigrafe por seu advogado, regularmente constituído conforme procuração em anexo nos termos do Art. 44 do CPP, vem respeitosamente a Vossa Excelência no devido prazo legal apresentar ALEGAÇÕES FINAIS com fundamento no Art.403, §3ª do CPP consoante as razões abaixo apresentadas Trata-se a hipótese de processo promovido em face do acusado por suposta violação do Art. 125 do CP. A pretensão acusatória não merece prosperar consoante fartas razões a seguir aduzidas: DOS FUNDAMENTOS 1) ABSOLVIÇÃO– ATIPICIDADE (erro do tipo) Cuida-se a hipótese de fato atípico em razão da manifesta presença do erro de tipo que exclui o dolo. Todas as provas produzidas atestam sem duvida que o acusado não tinha consciência e vontade de provocar o aborto em sua amiga. Nesse sentido vale destacar o depoimento da própria vitima, de que o hora réu ofereceu carona em solidariedade ao estado em que se encontrava , apenas prevendo o bem da gestante. Importante destacar também os firmes depoimentos das testemunhas no sentido de que a vitima e réu sempre tiveram um bom relacionamento profissional e pessoal. Visto que Tício seria incapaz de causar qualquer mal a Maria sua amiga. Por fim, no interrogatório segundo o depoimento do réu, o mesmo não dirigiu de forma imprudente, e muito menos em velocidade excessiva sem observar o dever de cuidado. Assim não há duvida, da ausência de vontade e consciência do réu em provocar o acidente, e, remota hipótese em provocar o aborto. Diante da ausência de dolo impõe-se a absolvição. 2) AUSÊNCIA DE ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO Em eventual hipótese de condenação não deve ser considerado o crime de aborto provocado por terceiro. Pois o agente não agiu de forma livre e consciente, com o fim de provocar o aborto, e este se deu de forma acidental, e em hipótese alguma almejou o resultado. Por esse motivo não foram preenchidos os requisitos do crime. 3) LESÃO CORPORAL CULPOSA Na improvável hipótese de ser reconhecido o aborto provocado por terceiro, a espécie presente é a lesão corporal culposa. Neste caso deve o agente responder por lesão corporal culposa, e sendo aplicado o perdão judicial, pois a conseqüência do fato atingiu o réu de forma tão grave que a sanção penal se tornou desnecessária. Tendo em vista, a relação de amizade e companheirismo do réu, com a vitima. Inegavelmente estão presentes todos os requisitos do Art.129 §6ª e §8ª do CP. 4) LESÃO CORPORAL No caso de não ser entendido o fato de crime de lesão corporal culposa, deve o agente responder pela lesão corporal, pelo fato de ter ocorrido a ofensa a integridade ou saúde da vitima. Amoldando-se corretamente ao tipo penal do Art.129 do CP. 5) LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE Em ultimo caso, deve o agente responder pelo crime de lesão corporal de natureza grave, com o resultado do aborto, preenchendo os requisitos do tipo do Art.129, §2ª, V do CP. DO PEDIDO Ante tais razões espera respeitosamente de Vossa Excelência a) A absolvição do acusado na forma do Art.386, III ou VII do CPP b) Caso assim não entenda Vossa Excelência que seja afastado o crime de aborto provocado por terceiro. c) Ainda de forma alternativa em caso de eventual condenação seja reconhecido a lesão corporal culposa com o devido perdão judicial d) Ainda de forma alternativa em caso de eventual condenação seja reconhecido a lesão corporal. e) Por fim, em caso de eventual condenação seja reconhecido o crime de lesão corporal de natureza grave, com o resultado do aborto. Termos em que Pede Deferimento Rio de Janeiro, 06 de outubro, de 2017 ------------------------------------------------------- Viviane Brito Araujo OAB/RJ 212108-E
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