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Limites Rodrigo Carlos Silva de Lima ‡ Universidade Federal Fluminense - UFF-RJ rodrigo.uff.math@gmail.com ‡ 1 Suma´rio 1 Ca´lculo de limites 3 1.1 Ca´lculo de limites por meio de fatorac¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 1.1.1 lim x→a xm − am xn − an . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 1.1.2 lim x→a x 1 m − a 1m x 1 n − a 1n . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 1.1.3 lim x→∞ (xn + n−1∑ k=0 akx k) 1 n − x.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 1.1.4 lim x→∞ n √ x+ g(x)− n√x. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 1.1.5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 1.2 Limites trigonome´tricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 1.2.1 O limite fundamental lim sen(x) x = 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 1.2.2 lim x→0 cos(x)− 1 x . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 1.3 Limite de func¸a˜o exponencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 1.4 Limite e func¸a˜o logar´ıtmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 1.5 Limites envolvendo integrais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 1.6 Ca´lculo de limite por meio de manipulac¸o˜es ba´sicas . . . . . . . . . . . . . 24 1.7 Limites por meio de L’Hospital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 1.8 Continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 1.9 Limites infinitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 2 Cap´ıtulo 1 Ca´lculo de limites 1.1 Ca´lculo de limites por meio de fatorac¸a˜o 1.1.1 lim x→a xm − am xn − an . Exemplo 1. Calcular o limite lim x→a xm − an xn − an com m e n naturais. Usando (xm − am) = (x− a) m−1∑ k=0 xkam−1−k (xn − an) = (x− a) n−1∑ k=0 xkan−1−k dividindo ambas segue (xm − am) (xn − an) = (x− a) m−1∑ k=0 xkam−1−k (x− a) n−1∑ k=0 xkan−1−k = m−1∑ k=0 xkam−1−k n−1∑ k=0 xkan−1−k enta˜o tomando o limite lim x→a xm − am xn − an = limx→a m−1∑ k=0 xkam−1−k n−1∑ k=0 xkan−1−k = m−1∑ k=0 akam−1−k n−1∑ k=0 akan−1−k = mam−1 nan−1 . 3 CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 4 Exemplo 2 (IME -1963). Calcular o limite lim x→a xm − an x− a . Usamos o exemplo anterior com n = 1, logo o resultado e´ lim x→a xm − an x− a = ma m−1. Exemplo 3. Suponha conhecido g′(a). Calcular o limite lim x→a g(x)p − g(a)p xn − an . lim x→a g(x)p − g(a)p xn − an = g(x)− g(a) x− a p−1∑ k=0 g(x)kg(a)p−1−k n−1∑ k=0 xkan−1−k = g′(a)pg(a)p−1 nan−1 . Exemplo 4. Calcular o limite lim x→r1 n∏ k=1 (x− rk)ak m∏ k=1 (x− sk)bk onde apenas r1 = s1, a1 = b1, todo outro sk e´ distinto de a1, para qualquer k > 1. lim x→r1 n∏ (x− rk)ak m∏ (x− sk)bk = lim x→r1 (x− r1)a1 n∏ k=2 (x− rk)ak (x− r1)a1 m∏ k=2 (x− sk)bk = lim x→r1 n∏ k=2 (x− rk)ak m∏ k=2 (x− sk)bk = = n∏ k=2 (r1 − rk)ak m∏ k=2 (r1 − sk)bk 1.1.2 lim x→a x 1 m − a 1m x 1 n − a 1n . Exemplo 5. Calcular o limite lim x→a x 1 m − a 1m x 1 n − a 1n CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 5 com m e n naturais. Sabemos que vale (ym − bm) = (y − b) m−1∑ k=0 ykbm−1−k logo (ym − bm) m−1∑ k=0 ykbm−1−k = (y − b) da mesma maneira (zn − cn) n−1∑ k=0 zkcn−1−k = (z − c) da´ı (y − b) (z − c) = (ym − bm) n−1∑ k=0 zkcn−1−k (zn − cn) m−1∑ k=0 ykbm−1−k fazendo y = x 1 m , b = a 1 m segue ym = x, bm = a e z = x 1 n , c = a 1 n segue zn = x, cn = a, substituindo na expressa˜o anterior tem-se x 1 m − a 1m x 1 n − a 1n = (x− a) n−1∑ k=0 x k na n−1−k n (x− a) m−1∑ k=0 x k ma m−1−k m = n−1∑ k=0 x k na n−1−k n m−1∑ k=0 x k ma m−1−k m x 1 m − a 1m x 1 n − a 1n = n−1∑ k=0 x k na n−1−k n m−1∑ k=0 x k ma m−1−k m aplicando o limite lim x→a x 1 m − a 1m x 1 n − a 1n = limx→a n−1∑ k=0 x k na n−1−k n m−1∑ k=0 x k ma m−1−k m = n−1∑ k=0 a k na n−1−k n m−1∑ k=0 a k ma m−1−k m = na n−1 n ma m−1 m 1.1.3 lim x→∞(x n + n−1∑ k=0 akx k) 1 n − x.. Exemplo 6. Calcular o limite lim x→∞ (xn + n−1∑ k=0 akx k) 1 n − x. CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 6 Usamos a identidade (yn − an) = (y − a) n−1∑ k=0 ykan−1−k (yn − an) n−1∑ k=0 ykan−1−k = y − a tomando y = (xn + n−1∑ k=0 akx k) 1 n e a = x, temos yn − an = n−1∑ k=0 akx k e ficamos com (xn + n−1∑ k=0 akx k) 1 n − x = n−1∑ k=0 akx k n−1∑ k=0 ykxn−1−k = colocando xn−1 em evideˆncia = n−1∑ k=0 ak xk xn−1 n−1∑ k=0 ( y x )k o limite do numerador e´ an−1, vamos mostrar que o limite no denominador e´ n. y x = (xn + n−1∑ k=0 akx k) 1 n x = ( xn + n−1∑ k=0 akx k xn ) 1 n = (1 + n−1∑ k=0 akx k xn ) 1 n → 1 portanto n−1∑ k=0 ( y x )k → n e lim x→∞ (xn + n−1∑ k=0 akx k) 1 n − x = an−1 n . Exemplo 7. Calcular o limite lim x→0− √ 1 x 2 + 1 x + 1 + 1 x . lim x→0+ √ 1 x 2 − 1 x + 1− 1 x = lim x→∞ √ x2 − x+ 1− x = −1 2 . Exemplo 8. Calcular o limite lim x→−∞ √ x2 + 3x+ 2 + x. lim x→−∞ √ x2 + 3x+ 2 + x = lim x→∞ √ x2 − 3x+ 2− x = −3 2 . CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 7 Exemplo 9. Calcular o limite lim x→∞ x(xn(n−1) + n−2∑ k=0 akx kn) 1 n − xn. lim x→∞ x(xn(n−1) + n−2∑ k=0 akx kn) 1 n − xn = lim x→∞ (xn[xn(n−1) + n−2∑ k=0 akx kn]) 1 n − xn = tomamos xn = y da´ı = lim y→∞ (y[y(n−1) + n−2∑ k=0 aky k]) 1 n − y o resultado cai no exemplo anterior , o resultado do limite e´ an−2 2 . Exemplo 10. Calcular o limite lim x→∞ √ x+ g(x)−√x onde lim x→∞ g(x)√ x = a e lim x→∞ g(x) x = b Usamos a identidade y2 − a2 = (y + a)(y − a) √ x+ g(x)−√x = g(x)√ x+ g(x) + √ x colocamos √ x em evideˆncia g(x)√ x 1√ 1 + g(x) x + 1 o limite da primeira parcela e´ a o limite da segunda parcela e´ 1√ 1 + b+ 1 . Enta˜o vale lim x→∞ √ x+ g(x)−√x = a√ b+ 1 + 1 . Exemplo 11. Calcular o limite lim x→∞ √ x+ √ a2x+ √ · · ·+√anx− √ x onde temos n ra´ızes ”encaixadas”e cada nu´mero ak e´ positivo. Nesse caso temos g(x) =√ a2x+ √ · · ·+√anx, lim x→∞ g(x) x = 0 e lim x→∞ g(x)√ x = a2, portanto lim x→∞ √ x+ √ a2x+ √ · · ·+√anx− √ x = a2 2 . CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 8 1.1.4 lim x→∞ n √ x+ g(x)− n√x. Exemplo 12. Calcular o limite lim x→∞ n √ x+ g(x)− n√x onde lim x→∞ g(x) n √ xn−1 = c e lim x→∞ g(x) x = b.Usamos a identidade yn−an = (y−a)( n−1∑ k=0 ykan−1−k), tomando y = n √ x+ g(x) e a = n √ x temos n √ x+ g(x)− n√x = g(x) n−1∑ k=0 ( n √ x+g(x) n √ x )k n √ x n−1 colocamos n √ x n−1 em evideˆncia n √ x+ g(x)− n√x = g(x) n √ x n−1 1 n−1∑ k=0 ( n √ 1 + g(x) x )k tomando o limite lim x→∞ n √ x+ g(x)− n√x = c 1 n−1∑ k=0 ( n √ 1 + b )k = a( n√b+ 1− 1)b se b 6= 0, se b = 0 temos lim x→∞ n √ x+ g(x)− n√x = c n . Exemplo 13. Calcular o limite lim x→∞ n √ x+ n √ a2x+ n √ · · ·+ n√apx− n √ x se n > 2. Tomamos g(x) = n √ a2x+ n √ · · ·+ n√apx e temos lim x→∞ g(x) n √ xn−1 = 0 e lim x→∞ g(x) x = 1 da´ılim x→∞ n √ x+ n √ a2x+ n √ · · ·+ n√apx− n √ x = 0. CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 9 Exemplo 14. Calcular o limite lim x→a √ n1x+ n0 − t1√ d1x+ d0 − t2 onde n1a+ n0 = t 2 1 , d1a+ d0 = t 2 2, n1, d1 > 0 , d2, n2 ≥ 0, t1 6= 0. Racionalizamos o numerador e o denominador lim x→a √ n1x+ n0 − t1√ d1x+ d0 − t2 = lim x→a n1x+ n0 − t21 d1x+ d0 − t22 √ d1x+ d0 + t2√ n1x+ n0 + t1 = lim x→a n1(x− a) d1(x− a) √ d1x+ d0 + t2√ n1x+ n0 + t1 = = lim x→a n1 d1 √ d1x+ d0 + t2√ n1x+ n0 + t1 = n1t2 d1t1 onde usamos que −a = n0 − t 2 1 n1 = d0 − t22 d1 . Exemplo 15. Calcule o limite lim x→1 ∏2n k=1(1− x)k [ ∏n k=1(1− x)k]2 . Podemos simplificar os produto´rios e usar fatorac¸a˜o dos polinoˆmios para mostrar que lim x→1 ∏2n k=1(1− x)k [ ∏n k=1(1− x)k]2 = ( 2n n ) . 1.1.5 Exemplo 16. Calcula o limite lim t→∞ n∑ k=0 akt k (aptpu + m∑ k=0 aktk) 1 p onde u ≥ n, ap > 0 e up > m. Colocamos tpu lim t→∞ n∑ k=0 akt k [tpu(ap + m∑ k=0 aktk−pu)] 1 p = lim t→∞ ant n + n−1∑ k=0 akt k tu(ap + m∑ k=0 aktk−pu) 1 p = CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 10 = lim t→∞ ant n−u + n−1∑ k=0 akt k−u (ap + m∑ k=0 aktk−pu) 1 p = lim t→∞ ant n−u a 1 p p com u ≥ n se u > n enta˜o o limite e´ zero , se n = u resulta em an a 1 p p . 1.2 Limites trigonome´tricos 1.2.1 O limite fundamental lim sen(x) x = 1 Propriedade 1. Vale lim sen(x) x = 1. Demonstrac¸a˜o. Se 0 < |x| < pi 2 vale sen(x) < x < tg(x) e da´ı 1 < x sen(x) < 1 cos(x) que implica cos(x) < sen(x) x < 1, por sandu´ıche segue lim sen(x) x = 1. Exemplo 17. Calcule o limite lim x→1 sen(3x2 − 5x+ 2) (x2 + x− 2) . Primeiro fatoramos as expresso˜es polinomiais 3x2−5x+2 = 3(x−1)(x− 2 3 ) x2+x−2 = (x+ 2)(x− 1), da´ı lim x→1 sen(3x2 − 5x+ 2) (x2 + x− 2) = limx→1 sen(3(x− 1)(x− 2 3 )) (x+ 2)(x− 1) = = lim x→1 sen(3(x− 1)(x− 2 3 )) 3(x− 1)(x− 2 3 )︸ ︷︷ ︸ →1 pelo limite fundamental 3(x− 2 3 ) (x+ 2)︸ ︷︷ ︸ → 1 3 logo o resultado e´ 1 3 . CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 11 Exemplo 18. Calcule lim x→0+ (sen(x))x. Tomamos o logaritmo lim x→0+ x ln(sen(x)) = lim x→0+ →1︷ ︸︸ ︷ x sen(x) →0︷ ︸︸ ︷ sen(x) ln(sen(x)) = 0 o logaritmo tendendo a zero implica que lim x→0+ (sen(x))x = 1. Exemplo 19. Calcule lim x→0 1− cos(xs) n∏ k=1 senck(xlk) onde x2s = n∏ k=1 xlkck . Multiplicamos por 1+cos(xs) no numerador e no denominador, no numerador ficamos com sen2(xs) lim x→0 x2ssen2(xs) 1 + cos(x2)(xs)2 n∏ k=1 xlkck n∏ k=1 senck (xlk ) xlkck = 1 2 . Exemplo 20. Calcule o limite lim x→a sen(p(x)) g(x) onde p e g sa˜o polinoˆmios em que a e´ zero de ordem r. Como a e´ zero de ordem r, enta˜o podemos escrever p(x) = (x− a)rp1(x) e g(x) = (x− a)rg1(x) onde p1(a), g1(a) 6= 0 logo temos lim x→a sen(p(x)) g(x) = lim x→a sen((x− a)rp1(x)) (x− a)rg1(x) = = lim x→a sen((x− a)rp1(x)) (x− a)rp1(x)︸ ︷︷ ︸ →1 p1(x) g1(x) = p1(a) g1(a) . Nesse caso mostramos que vale CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 12 lim x→a sen(p(x)) g(x) = lim x→a p(x) g(x) podemos ignorar a func¸a˜o seno e aplicar o limite no quociente dos polinoˆmios. Exemplo 21. Calcule o limite lim x→0 sen(sen(· · · sen(x))) x = lim x→0 sen(p)(x) x onde sen(p)(x) e´ a p-e´sima composic¸a˜o de sen(x) com si mesmo. Vamos provar por induc¸a˜o sobre p que lim x→0 sen(p)(x) x = 1. Para p = 0 vale sen(0)(x) = x, por definic¸a˜o, logo vale a identidade, se p = 1 tambe´m vale pelo limite fundamental. Suponha validade para p, vamos provar para p+ 1 lim x→0 sen(p+1)(x) x = lim x→0 sen(sen(p)(x)) sen(p)(x)︸ ︷︷ ︸ →1 sen(p)(x) x︸ ︷︷ ︸ →1 = 1 . 1.2.2 lim x→0 cos(x)− 1 x . Propriedade 2. lim x→0 cos(x)− 1 x = 0. Demonstrac¸a˜o. Da identidade sen2(x) = 1− cos(2x) 2 , tem-se−2sen2(x) = cos(2x)− 1 e da´ı −2sen2(x 2 ) = cos(x)− 1 e se x 6= 0, −2sen 2(x 2 ) x = cos(x)− 1 x lim x→0 cos(x)− 1 x = lim x→0 −2 sen( x 2 ) 2x 2︸ ︷︷ ︸ lim=1 sen( x 2 )︸ ︷︷ ︸ lim=0 = 0. Exemplo 22. Calcular o limite lim x→0 x− sen(x) x3 . CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 13 Usamos a identidade sen(3x) = 3sen(x)−4sen3(x) e a transformac¸a˜o 3y = x, o limite fica como lim x→0 x− sen(x) x3 = lim y→0 3y − sen(3y) 27y3 = lim y→0 3y − sen(3y) 27y3 = = lim y→0 3y − 3sen(y) + 4sen3(y) 27y3 = 3 lim y→0 y − sen(y) 27y3 + 4sen3(y) 27y3 = L 9 + 4 27 enta˜o L = L 9 + 4 27 o que implica L = 1 6 . Exemplo 23. Calcule o limite lim x→0 senp(ax) c(bx)p onde p e´ natural ce b sa˜o diferentes de zero. senp(ax) c(bx)p = senp(ax) cbp(xp) = ap senp(ax) cbp(ax)p da´ı lim x→0 senp(ax) c(bxp) = 1 c ( a b )p . Exemplo 24. Calcular lim x→0 xp+qg(x) senp(x) onde g e´ uma func¸a˜o limitada. lim x→0 xp+qg(x) senp(x) = lim x→0 xqg(x) ( sen(x) x )p = 0 pois o numerador tende a zero e o denominador tende a um. Exemplo 25. Calcular o limite lim x→k sen(pix) x− k onde k e´ inteiro . Fazemos a mudanc¸a x− k = y, x = y + k, da´ı o limite se escreve como lim y→0 pisen(piy + pik) piy = lim y→0 pi[sen(piy)cos(pik) + cos(piy)sen(pik)] piy = (−1)kpi. CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 14 Exemplo 26. Calcular o limite lim x→0 sen(ax) sen(bx) . lim x→0 sen(ax) sen(bx) = lim x→0 sen(ax)(bx) (ax)sen(bx) a b = a b . Exemplo 27. Calcular o limite lim x→0 cos(ax)− cos(bx) x2 . Vale que cos(x) = 1− 2sen2(x 2 ), cos(ax)− cos(bx) = 1− 2sen2(ax 2 )− 1 + 2sen2(bx 2 ) = 2(sen2( bx 2 )− sen2(ax 2 )) enta˜o o limite fica como 2 lim x→0 sen2( bx 2 ) x2 − sen 2(ax 2 ) x2 = 2 lim x→0 b2sen2( bx 2 ) 4( bx 2 )2 − a 2sen2(ax 2 ) 4(ax 2 )2 = 2( b2 − a2 4 ) = b2 − a2 2 . Nos casos de b2 − a2 = 0 a expressa˜o tambe´m vale pois a expressa˜o com cosseno se anula no numerador. Caso a = 0 temos o limite lim x→0 1− cos(bx) x2 = b2 2 em especial lim x→0 1− cos(x) x2 = 1 2 . Exemplo 28. lim x→0 √ 1 + tg(x)−√1 + sen(x) x3 . Primeiro racionalizamos multiplicando o numerador e o denominador por √ 1 + tg(x)+√ 1 + sen(x), chegamos em lim x→0 √ 1 + tg(x)−√1 + sen(x) x3 = lim x→0 tg(x)− sen(x) x3 1√ 1 + tg(x) + √ 1 + sen(x) = CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 15 usando que tg(x) = sen(x) cos(x) e simplificando tem-se = lim x→0 1︷ ︸︸ ︷ sen(x) x 1− cos(x) x2︸ ︷︷ ︸ 1 2 1︷ ︸︸ ︷ 1 cos(x) 1√ 1 + tg(x) + √ 1 + sen(x)︸ ︷︷ ︸ 1 2 = 1 4 . Exemplo 29. Calcular o limite lim x→0 cos(ax)− cos(bx) cos(cx)− cos(dx) onde c2 − d2 6= 0. lim x→0 cos(ax)− cos(bx) cos(cx)− cos(dx) = limx→0 cos(ax)− cos(bx) x2 x2 cos(cx)− cos(dx) = b2 − a2 d2 − c2 . Exemplo 30. Calcular o limite lim x→0 cos(2x)− cos(3x) x2 . Tomamos no exemplo acima a = 2, b = 3, da´ı o valor do limite e´ 5 2 . Exemplo 31. Calcular o limite lim x→0 sec(ax)− sec(bx) x2 . lim x→0 sec(ax)− sec(bx) x2 = lim x→0 cos(bx)− cos(ax) x2cos(ax)cos(bx) = a2 − b2 2 . Exemplo 32. Calcular o limite lim x→0 sec(ax)− sec(bx) sec(cx)− sec(dx) . lim x→0 sec(ax)− sec(bx) sec(cx)− sec(dx) = limx→0 sec(ax)− sec(bx) x2x2 sec(cx)− sec(dx) = a2 − b2 c2 − d2 CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 16 Exemplo 33. Calcular o limite lim x→0 sen(ax)− sen(bx) x . lim x→0 sen(ax)− sen(bx) x = lim x→0 a sen(ax) ax − bsen(bx) bx = a− b. Exemplo 34. Calcular o limite lim x→0 sen(ax)− sen(bx) sen(cx)− sen(dx) . lim x→0 sen(ax)− sen(bx) sen(cx)− sen(dx) = limx→0 sen(ax)− sen(bx) x x sen(cx)− sen(dx) = a− b c− d. Exemplo 35. Calcular os limites lim x→0 tg(ax)− tg(bx) x , lim x→0 tg(ax)− tg(bx) tg(cx)− tg(dx) . lim x→0 tg(ax)− tg(bx) x = lim x→0 a sen(ax) axcos(ax) − b sen(bx) bxcos(bx) = a− b portanto lim x→0 tg(ax)− tg(bx) tg(cx)− tg(dx) = a− b c− d. Exemplo 36. Calcular o limite lim x→0 p∑ k=0 ( p k ) cosk(x)(−1)p−k xp . Usamos o binoˆmio de Newton p∑ k=0 ( p k ) cosk(x)(−1)p−k = (cos(x) − 1)p, da´ı o limite fica como lim x→0 (cos(x)− 1)p xp = 0. CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 17 Exemplo 37. Calcular o limite lim x→0 1− 2cos(x) + cos(2x) x2 . Usamos que cos(2x) = cos2(x)− sen2(x), da´ı lim x→0 1− 2cos(x) + cos(2x) x2 = lim x→0 1− 2cos(x) + cos2(x)− sen2(x) x2 = lim x→0 (cos(x)− 1)2 x2 − lim x→0 sen2(x) x2 = −1. Exemplo 38. Calcular o limite lim x→0 1− 2cos(x) + cos2(x) + sen2(x) x2 . lim x→0 1− 2cos(x) + cos2(x) + sen2(x) x2 = (cos(x)− 1)2 x2 + lim x→0 sen2(x) x2 = 1. lim x→0 −2(cos(x)− 1) x2 = 1. Exemplo 39. Calcular lim x→0 senp(x) sen(xp) . lim x→0 senp(x) sen(xp) = lim x→0 senp(x) xp xp sen(xp) = 1.1 = 1. 1.3 Limite de func¸a˜o exponencial Propriedade 3. Para qualquer polinoˆmio P (x) tem-se lim x→∞ P (x) ex = 0. Demonstrac¸a˜o. Consideramos o caso de P (x) = xn, enta˜o escrevendo e x n = y tem-se x = n ln(y), x→∞y →∞ da´ı lim x→∞ x e x n = lim y→∞ n ln(y) y = 0 CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 18 logo lim x→∞ ( x e x n )n = lim x→∞ xn ex = 0. No caso geral lim x→∞ ∑n k=0 akx k ex = lim x→∞ xn ∑n k=0 akx k−n ex = 0 pois lim x→∞ n∑ k=0 akx k−n = an logo o limite do produto e´ o produto dos limites an.0 = 0. Exemplo 40. Calcular o limite lim x→0 ax − 1 x . Tomamos ax − 1 = y ⇒ ln(y + 1) = x ln(a) e o limite fica como lim y→0 y ln(a) ln(y + 1) = lim y→0 ln(a) ln(y + 1) 1 y = ln(a) 1 limy→0 ln(y + 1) 1 y = ln(a) ln(e) = ln(a). Como corola´rio temos lim x→0 ex − 1 x = 1. Exemplo 41. Calcular lim x→∞ (1 + a x )cx+b. Tomamos y = a x , da´ı x = a y e o limite fica como lim y→0 (1 + y) ca y (1 + y)b = lim y→0 (1 + y) ca y = eca. Exemplo 42. Calcular o limite lim x→∞ ( x+ b x+ d )ex+f . Primeiro colocamos x em evideˆncia no numerador e no denominado dentro da poteˆncia lim x→∞ ( 1 + b x 1 + d x )ex+f = ec(b−d) onde usamos o resultado do exemplo anterior. CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 19 Exemplo 43. Calcular lim x→∞ ( ax+ b ax+ d )ex+f . Mesmo procedimento do limite anterior lim x→∞ ( ax+ b ax+ d )ex+f = ( 1 + b ax 1 + d ax )ex+f = e c a (b−d). Propriedade 4. Vale que lim x→0 ex − p−1∑ k=0 xk k! xp = 1 p! . Demonstrac¸a˜o.[1-Se´rie] ex = ∞∑ k=0 xk k! = p−1∑ k=0 xk k! + ∞∑ k=p xk k! assim ex − p−1∑ k=0 xk k! = ∞∑ k=p xk k! dividindo por xp ex − p−1∑ k=0 xk k! xp = ∞∑ k=p xk−p k! = ∞∑ k=0 xk (k + p)! tomando x = 0 = ∞∑ k=0 0k (k + p)! = 00 p! = 1 p! . Caso p = 2 temos lim x→0 ex − 1− x x2 = 1 2 . Demonstrac¸a˜o.[2-Definic¸a˜o de e] Vamos tentar demonstrar esse limite sem o uso de se´ries. Usaremos a expressa˜o ex = lim n→∞ (1 + x n )n. Iremos trabalhar a expressa˜o (1 + x n )n − p−1∑ k=0 xk k! = para n > p, expandindo (1 + x n )n por binoˆmio de Newton tem-se = n∑ k=0 ( n k ) ( x n )k − p−1∑ k=0 xk k! = p−1∑ k=0 ( n k ) ( x n )k + ( n p ) ( x n )p + n∑ k=p+1 ( n k ) ( x n )k︸ ︷︷ ︸ n∑ k=0 (nk)( x n )k − p−1∑ k=0 xk k! = CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 20 onde abrimos o primeiro somato´rio em treˆs partes, agora colocamos em evideˆncia os somato´rios que variam de k = 0 ate´ p− 1 = p−1∑ k=0 xk ( ( n k ) 1 nk − 1 k! )︸ ︷︷ ︸ →0 + ( n p ) ( x n )p︸ ︷︷ ︸ →xp p! + n−p−1∑ k=0 ( n k + p+ 1 ) (x)k+p+1 1 nk+p+1 = perceba agora que lim n→∞ ( n k ) 1 nk = lim n→∞ 1 k! ( n n ) · · · (n− k + 1 n ) = 1 k! , pois cada fator tende a` 1, por isso ao tomarmos n→∞ o primeiro somato´rio e´ anulado, dividindo a expressa˜o por xp e aplicando os limites temos lim x→0 lim n→∞ 1 p! + n−p−1∑ k=0 ( n k + p+ 1 ) (x)k+1 1 nk+p+1 = trocando a ordem dos limites lim n→∞ lim x→0 1 p! + n−p−1∑ k=0 ( n k + p+ 1 ) (x)k+1︸ ︷︷ ︸ →0 1 nk+p+1 = 1 p! portanto lim x→0 ex − p−1∑ k=0 xk k! xp = 1 p! . Exemplo 44. Calcular o limite lim x→0 ex p − 1 x onde p > 1. Fazemos a mudanc¸a ex p − 1 = y da´ı ln(y + 1) = xp ⇒ p √ ln(y + 1) = x, da´ı o limite fica como lim y→0 y p √ ln(y + 1) = lim y→0 y p √ ln(y + 1) = lim y→0 p √ ln(y + 1)p−1 ln(y + 1) 1 y = 0 pois o numerador tende a zero e o denominador tende a` 1. Exemplo 45. Calcular lim x→0− e 1 x . lim x→0− e 1 x = lim x→−∞ ex = lim x→∞ 1 ex = 0. CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 21 Exemplo 46. Calcular lim x→0 ex − e−x − 2 p−1∑ k=0 x2k+1 (2k+1)! x2p . Escrevemos como ex − 2p−1∑ k=0 xk (k)! + 2p−1∑ k=0 xk (k)! − e−x − 2 p−1∑ k=0 x2k+1 (2k+1)! x2p = = ex − 2p−1∑ k=0 xk (k)! x2p︸ ︷︷ ︸ → 1 (2p)! + −e−x + p∑ k=0 x2k (2k)! − p−1∑ k=0 x2k+1 (2k+1)! x2p → tomando y = −x tem-se na segunda expressa˜o −( ey − p∑ k=0 y2k (2k)! − p−1∑ k=0 y2k+1 (2k+1)! y2p )→ − 1 (2p)! logo a soma tende a zero. Exemplo 47. Calcular lim x→0 ex − e−x − 2 p−1∑ k=0 x2k+1 (2k+1)! x2p+1 . Escrevemos como ex − 2p−1∑ k=0 xk (k)! + 2p−1∑ k=0 xk (k)! − e−x − 2 p−1∑ k=0 x2k+1 (2k+1)! x2p+1 = = ex − 2p−1∑ k=0 xk (k)! x2p︸ ︷︷ ︸ → 1 (2p)! + −e−x + p∑ k=0 x2k (2k)! − p−1∑ k=0 x2k+1 (2k+1)! x2p+1 → tomando y = −x tem-se na segunda expressa˜o ey − p∑ k=0 y2k (2k)! − p−1∑ k=0 y2k+1 (2k+1)! y2p+1 → 1 (2p)! logo a soma tende a 2 (2p)! . CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 22 Exemplo 48. Calcular o limite lim h→0 ax − bx x . lim h→0 ax − bx x = lim h→0 ax − 1 x − b x − 1 x = ln(a)− ln(b) = ln(a b ). Exemplo 49. Calcular o limite lim h→0 ax − bx cx − dx . lim h→0 ax − bx cx − dx = limh→0 ax − bx x x cx − dx = ln(a b ) ln( c d ) . Exemplo 50. Calcular o limite lim x→∞ ex xp onde p ∈ R. Usamos que ex = lim n→∞ (1 + x n )n = lim n→∞ n∑ k=0 ( n k ) xk nk da´ı ex xp = lim n→∞ n∑ k=0 ( n k ) xk−p nk se p ≤ 0 enta˜o −p ≥ 0 e tomando o limite temos lim x→∞ ex xp = lim n→∞ n∑ k=0 ( n k ) lim x→∞ xk−p nk =∞ se p > 0 existe n0 ∈ N mı´nimo tal que n0> p ≥ n0 − 1 e abrimos a soma lim x→∞ ex xp = n0−1∑ k=0 ( n k ) lim x→∞ xk−p nk + n∑ k=n0 ( n k ) lim x→∞ xk−p nk =∞ pois a primeira parte da soma e´ limitada e a segunda tende a infinito. 1.4 Limite e func¸a˜o logar´ıtmica Propriedade 5. lim x→∞ lnx x = 0 CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 23 Demonstrac¸a˜o. Seja f(x) = x− lnx, temos f(1) = 1 e f ′(x) = 1− 1 x > 0 para x > 1 logo x > lnx para x > 1. Temos 0 < lnx < x para x > 1 da´ı lnx 1 2 < x 1 2 , 1 2 lnx < x 1 2 , 1 4 (lnx)2 < x, 0 < lnx x < 4 lnx tomando x→∞ segue que lim x→∞ lnx x = 0 Corola´rio 1. lim x→0 x lnx = 0 tomando x = 1 y lim x→0 x lnx = lim y→∞ ln 1 y y = lim y→∞ − ln y y = 0. Exemplo 51. Calcular o limite lim x→∞ (cx+ f)(ln(1 + b x )− ln(1 + d x )). lim x→∞ (cx+ f)(ln(1 + b x )− ln(1 + d x )) = lim x→∞ (ln( x+ b x+ d )cx+f ) = ln(ec(b−d)) = c(b− d). Exemplo 52. Calcular o limite lim x→∞ (ax+ b)(ln(e+ c x )− 1). lim x→∞ (ax+b)(ln(e+ c x )−1) = lim x→∞ (ax+b)(ln(e+ c x )−ln(e)) = lim x→∞ (ax+b) ln(1+ c ex ) 1 (ax+b) = ln(e ac e ) = ac e . Exemplo 53. Calcular o limite lim x→∞ x(ln(e+ 1 x )− 1). Usando o resultado anterior temos 1 e . Exemplo 54. Calcular o limite lim y→0 ln(y + a)− ln(a) y . lim y→0 ln(y + a)− ln(a) y = lim y→0 ln(1 + y a ) 1 y = ln(e 1 a ) = 1 a . CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 24 1.5 Limites envolvendo integrais Exemplo 55. Calcular o limite lim x→pi ∫ x pi sen(t) t x− pi . Temos uma indeterminac¸a˜o do tipo 0 0 , logo aplicamos a regra de L’Hospital junto com o teorema fundamental do ca´lculo lim x→pi ∫ x pi sen(t) t x− pi = limx→pi sen(x) x = sen(pi) pi = 0. Exemplo 56. Calcular o limite lim x→0 ∫ x 0 t ln(1+t) t4+4 dt x3 . Aplicamos a regra de L’Hospital lim x→0 ∫ x 0 t ln(1+t) t4+4 dt x3 = lim x→0 x ln(x+ 1) (x4 + 4)(3x2) = simplificando e aplicando novamente tem-se = lim x→0 1 (x+ 1)(3x5 + 12x) = lim x→0 1 (x+ 1)(15x4 + 12) = 1 12 . 1.6 Ca´lculo de limite por meio de manipulac¸o˜es ba´sicas Exemplo 57. Seja lim x→0 g(x) xp = a calcular o limite lim x→0 g(cx) dxp . onde c, d 6= 0. lim x→0 g(cx) dxp = 1 d lim x→0 cp g(cx) (cx)p = 1 d lim y→0 cp g(y) (y)p = cp.a d . Se lim x→0 g(x) xp = a enta˜o lim x→0 xp g(x) xp = 0 = lim x→0 g(x), portanto lim x→0 |g(x)− x| = 0. CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 25 Exemplo 58. Calcular o limite lim x→a 1 f(x) − 1 f(a) onde f e´ cont´ınua. lim x→a 1 f(x) − 1 f(a) = lim x→a f(a)− f(x) f(a)f(x) = 0 pois o numerador tende a zero. 1.7 Limites por meio de L’Hospital Exemplo 59. Calcular o limite lim x→0 ln( x sen(x) ) x2 . Aplicamos L’Hospital que implica no limite lim x→0 ln( x sen(x) ) x2 = sen(x)− cos(x).x 2x2sen(x) = aplicando novamente L’Hospital = lim x→0 sen(x) 4sen(x) + 2xcos(x) = e uma u´ltima vez = lim x→0 cos(x) 6cos(x)− 2xsen(x) que e´ cont´ınua resultando em 1 6 o valor do limite. Podemos calcular lim x→0 sen(x) 4sen(x) + 2xcos(x) sem usar L’Hospital lim x→0 sen(x) 4sen(x) + 2xcos(x) = lim x→0 sen(x) x 4 sen(x) x + 2cos(x) = 1 6 . Corola´rio 2. O exemplo anterior implica que lim x→0 ( x sen(x) ) 1 x2 = e 1 6 . CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 26 Propriedade 6. Vale que lim x→0 1− n∏ k=1 cosαk(βk) x2 = n∑ k=1 αkβ 2 k 2 . Demonstrac¸a˜o. Usaremos a seguinte identidade, se f(x) = n∏ k=1 [gk(x)] αk enta˜o f ′(x) = f(x) n∑ k=1 αkg ′ k(x) gk(x) . Tomando f(x) = − n∏ k=1 [cos(βk)] αk temos f ′(x) = f(x) n∑ k=1 αkβksen(βkx) cos(βk) = f(x) n∑ k=1 αkβktg(βkx) Aplicamos a regra de L’Hospital uma vez lim x→0 1− n∏ k=1 cosαk(βk) x2 = lim x→0 f(x) n∑ k=1 αkβktg(βkx) 2x = em 0 a func¸a˜o ainda se anula pela presenc¸a do termo sen(βkx), enta˜o aplicamos a regra de L’Hospital mais uma vez = lim x→0 f ′(x) n∑ k=1 αkβktg(βkx) + n∑ k=1 αkβ 2 ksec 2(βkx) 2 pore´m f ′(x) e´ cont´ınua se anula em x = 0 e sec2(βkx) = 1 cos2(βkx) e´ cont´ınua com valor 1 em x = 0, enta˜o resulta que lim x→0 1− n∏ k=1 cosαk(βk) x2 = n∑ k=1 αkβ 2 k 2 . 1.8 Continuidade Exemplo 60. Seja a func¸a˜o f : R \ {b} → R com f(x) = (x− a)(x− c) (x− b) . Mostre que a imagem de f e´ R supondo a < b < c . CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 27 Considere a func¸a˜o no intervalo (b,∞), tomamos o limite x→ b+ lim x→b+ (x− a)(x− c) (x− b) = −∞ pois (b− a) > 0 e b− c < 0 da mesma maneira lim x→∞ (x− a)(x− c) (x− b) =∞ como f e´ cont´ınua enta˜o f assume todos valores em R no intervalo (b,∞) . 1.9 Limites infinitos Exemplo 61. Calcule o limite lim x→∞ √ a1x+ √ a2x+ √ a3x+ √· · ·+√apx√ b1x+ √ b2x+ √ b3x+ √ · · ·+√bmx onde no numerador temos p ra´ızes encaixadas e no numerador temos m ra´ızes encaixadas, sendo ainda b1 6= 0 e todo outro bk e ak na˜o negativos. Colocamos √ x em evideˆncia no numerador e no denominador lim x→∞ √ x √ a1 + 1 x √ a2x+ √ a3x+ √· · ·+√apx √ x √ b1 + 1 x √ b2x+ √ b3x+ √ · · ·+√bmx = = lim x→∞ √ a1 + 1 x √ a2x+ √ a3x+ √· · ·+√apx√ b1 + 1 x √ b2x+ √ b3x+ √ · · ·+√bmx pore´m temos que lim x→∞ 1 x √ a2x+ √ a3x+ √ · · ·+√apx = 0 e o mesmo no denominador, CAPI´TULO 1. CA´LCULO DE LIMITES 28 pois podemos colocar o fator 1 x para dentro das ra´ızes lim x→∞ √√√√√a2 x x2 + √√√√ a3 x x4 + √ · · ·+ √ ap x x2p−1 = 0 logo o limite resulta em = √ a1√ b1 . Exemplo 62. Calcule lim x→∞ √ x√ x+ √ x+ √ x . Pelo que vimos no resultado anterior esse limite converge para √ 1√ 1 = 1.
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