Buscar

Cópia de Direito Civil aula 05

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 83 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 83 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 83 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 05
Direito Civil p/ TRT-MG - Com Videoaulas
Professores: Jacson Panichi, Aline Santiago
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 82 
 
AULA 05: Atos ilícitos. Responsabilidade Civil. 
 
 
 
Olá! 
 
A aula de hoje talvez VHMD� D� PDLV� ³WUDQTXLOD´� HQWUH� DV� TXH� foram 
apresentadas até aqui. É de boa aplicabilidade prática e de fácil assimilação. 
Ao analisar questões que se referem aos atos ilícitos e à responsabilidade 
civil tenha em mente a situação de inferioridade na qual é colocado aquele 
que sofre o dano (em relação àquele que o causa) e que esta situação será 
sempre levada em consideração pelo direito. Imagine as situações na 
prática, ficando clara esta ideia, você poderá acertar questões mesmo sem 
um domínio absoluto do assunto. 
 
Coragem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: este curso é protegido por direitos autorais 
(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação 
sobre direitos autorais e dá outras providências. 
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores 
que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os 
cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) 
 
 
 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 82 
Sumário 
- Atos Jurídicos Lícitos. ............................................................................................................................ 3 
- Ato ilícito e o abuso de direito (art. 186 e 187). ................................................................................... 4 
- Excludentes de ilicitude (art.188) ..................................................................................................... 8 
- Da Responsabilidade Civil (arts. 927 a 954). ....................................................................................... 11 
- A Culpa. ........................................................................................................................................... 13 
- O risco e a teoria do risco. .............................................................................................................. 15 
- Classificações da responsabilidade civil. ......................................................................................... 16 
- O dano. ............................................................................................................................................ 17 
- A responsabilidade civil e a reparação do dano. ............................................................................ 18 
- O nexo causal. ................................................................................................................................. 20 
- Os efeitos da responsabilidade civil quanto aos titulares da ação ressarcitória e quanto aos 
devedores da indenização. ............................................................................................................... 21 
- A Coautoria e a Solidariedade. ....................................................................................................... 23 
- Outras situações (arts. 939 e 940): ................................................................................................. 24 
-A responsabilidade civil e sua relação com a esfera penal. ............................................................. 25 
- QUESTÕES DA FCC COMENTADAS ...................................................................................................... 27 
- LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS E GABARITO. ......................................................................... 65 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 82 
A responsabilidade civil poderá ter origem em um ato que a princípio 
é lícito (como, por exemplo, a contratação de uma obrigação), mas que no 
seu inadimplemento (no seu não cumprimento) pode gerar a necessidade 
de indenizar. E a responsabilidade civil poderá se originar pela não 
observação de determinadas regras de convívio em sociedade. 
Portanto, a responsabilidade pode advir de um não cumprimento 
contratual ± diz responsabilidade civil ¹contratual ou negocial, ou poderá 
advir de um não respeito a regras de convívio em sociedade ± e, neste 
caso, diz responsabilidade civil ²extracontratual ou aquiliana. 
 
No Código Civil de 2002, a responsabilidade civil extracontratual ou 
aquiliana está baseada em dois dispositivos legais, quais sejam: o art. 
186 ± que trata do ato ilícito, e o art. 187 ± que trata do abuso de direito. 
 
Passemos agora ao seu estudo mais detalhado! 
 
- Ato ilícito e o abuso de direito (art. 186 e 187). 
 
O ato ilícito, embora também decorra da vontade do agente, produz 
efeito jurídico involuntário, gera obrigação de reparar o dano. 
 
Conforme lição de Flávio Tartuce2: 
 
³De início, o ato ilícito é o ato praticado em desacordo com a ordem jurídica, 
violando direitos e causando prejuízos a outrem. Diante da sua ocorrência, a 
norma jurídica cria o dever de reparar o dano, o que justifica o fato de ser o ato 
ilícito fonte do direito obrigacional. O ato ilícito é considerado um fato jurídico em 
sentido amplo, uma vez que produz efeitos jurídicos que não são desejados pelo 
DJHQWH��PDV�VRPHQWH�DTXHOHV�LPSRVWRV�SHOD�OHL´� 
 
Assim, estaremos no campo dos atos ilícitos se o agente, por ¹ação 
ou ²omissão voluntária, pratica ato contra o direito, com ou sem a 
intenção manifesta de prejudicar, no entanto ocasiona o prejuízo, 
ocasiona dano a outrem. 
 
Observe que para o Direito Civil existirá interesse no ato ilícito se 
houver dano a ser reparado (um dano a ser indenizado). 
 
2 Manual de Direito Civil, vol. Único, ed. Método, 2ª ed., pg. 418. 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 82 
Veja, então, que no art. 186 existem duas características marcantes: 
 
¹A violação de direito e o ²dano a outrem. 
 
No artigo 187 aparece a figura do abuso de direito: 
 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, 
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, 
pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
 
Assim, o abuso de direito consiste em um ato jurídico de objeto 
lícito, mas cujo exercício não observa os limites que são impostos. Desta 
forma, o agente exercita um direito seu, mas exorbita seus limites e acaba 
por desviar-se dos fins sociais para os quais estava voltado este direito. 
O ato em si é lícito, mas perderá esta licitude (tornando-se ilícito) na 
medida de sua execução. 
Atente que este artigo não fala em culpa, pois para que se caracterize 
o abuso de direito basta que a pessoa seja titular de um direito e que, na 
utilização de suas prerrogativas, exceda os seus limites. 
Uma vez presentes os requisitos do art. 187, a responsabilidade será 
objetiva ± ou seja, independente de culpa. 
 
Os conceitos de responsabilidadeobjetiva (que independe de culpa) e de 
responsabilidade subjetiva (que depende da comprovação de culpa) são 
bastante importantes e você verá isso no decorrer desta aula. 
 
Neste sentido, temos o enunciado 37 da I Jornada de Direito Civil do 
Conselho Nacional de Justiça: 
³Art. 187. A responsabilidade civil decorrente do abuso de direito independe 
de culpa, e fundamenta-se somente no critério objetivo-ILQDOtVWLFR´� 
 
O Código Civil de 2002 (como vimos acima no art. 187) considera o 
abuso de direito um ato ilícito, isto porque, extrapolar os limites de um 
direito em prejuízo de outra pessoa merece uma resposta, em virtude de 
consistir em violação a princípios de finalidade da lei. 
 
Aquele que transborda os limites aceitáveis de um direito, 
ocasionando prejuízo, deve indenizar. 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 82 
A diferença básica entre os institutos vistos acima (ato ilícito e abuso 
de direito) é que no primeiro o ato já nasce ilícito e assim também serão 
suas consequências; já no segundo o ato nascerá lícito, mas será ilícito o 
exercício abusivo de suas prerrogativas. 
 
Ainda sobre o art. 187 temos o enunciado 413 da V Jornada de Direito 
Civil que reforça a orientação do atual código quanto ao princípio da 
sociabilidade, presente no mencionado artigo: 
³2V� ERQV� FRVWXPHV� SUHYLVWRV� QR� DUW�� ���� GR� &&� SRVVXHP� QDWXUH]D� subjetiva, 
destinada ao controle da moralidade social de determinada época; e objetiva, para 
permitir a sindicância da violação dos negócios jurídicos em questões não 
abrangidas pela função social e pela boa-Ip�REMHWLYD´� 
 
- Excludentes de ilicitude (art.188) 
 
O artigo 188 do CC enumera casos de exclusão de ilicitude. São 
os atos lesivos que não são considerados ilícitos. 
 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em ¹legítima defesa ou no ²exercício regular de um direito 
reconhecido; 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de 
remover ³perigo iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as 
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do 
indispensável para a remoção do perigo. 
 
 Portanto não se esqueça, há três casos excepcionais que não 
constituem atos ilícitos apesar de causarem lesões aos direitos de outrem, 
isto ocorre porque a própria norma jurídica lhes retira a qualificação 
de ilícito. São eles: 
x A legítima defesa; 
x Exercício regular (ou normal) de um direito reconhecido; 
x Estado de necessidade (quando há perigo iminente). 
 
Vamos ver cada um deles! 
 
1. A legítima defesa é considerada como excludente de 
responsabilidade civil, se com o uso moderado de meios necessários 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 82 
alguém repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de 
outrem. 
Observe que existe um ato que é praticado contra um agressor, mas 
os meios utilizados para esta defesa devem ser apenas aqueles 
estritamente necessários. A legítima defesa pode ser real ou, então, pode 
ser putativa. 
A legítima defesa putativa ocorre quando uma pessoa imagina 
estar sofrendo uma agressão, mas na realidade isso não está acontecendo. 
Nesta situação, se a pessoa tomar alguma atitude com a intenção de se 
defender deste perigo imaginável, caberá indenização para o prejudicado. 
Como também caberá indenização se houver excessos na defesa. 
 
Assim, para que ocorra a legítima defesa é preciso: 
¾ Que a ameaça ou a agressão ao direito seja atual ou iminente; 
¾ Que seja injusta; 
¾ Que os meios utilizados na repulsa sejam moderados, isto é, 
não vão além do necessário para a defesa; 
¾ Que a defesa seja de direito. 
 
2. O exercício regular ou normal de um direito reconhecido 
exclui qualquer responsabilidade pelo prejuízo, por não ser um 
procedimento que fere ao direito. Parte-se do princípio que quem usa de 
um direito seu não causa dano a ninguém. Como exemplos podemos citar 
a pessoa que executa uma construção nos parâmetros permitidos por lei 
em determinado terreno, mas que acaba por prejudicar o imóvel vizinho, 
ocultando a sua visão ou recepção solar. 
 
Mas cuidado! Conforme já explicado anteriormente, se houver abuso 
do direito será configurado ato ilícito. 
 
 3. O estado de necessidade é a situação encontrada no inciso II: 
 
... 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de 
remover ³perigo iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as 
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do 
indispensável para a remoção do perigo. 
 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 82 
O estado de necessidade consiste na ofensa do direito alheio 
(deterioração ou destruição de coisa pertencente a outrem ou lesão a uma 
pessoa) para remover perigo iminente, quando as circunstâncias o 
tornarem absolutamente necessário e quando não exceder os limites 
do indispensável para a remoção do perigo. 
Assim, por exemplo, age em estado de necessidade quem destrói a 
propriedade alheia para salvar vida de alguém. 
 
Para que se configure o estado de necessidade, exige-se: 
¾ Perigo atual que ameace um bem jurídico, não provocado 
voluntariamente pelo agente; 
¾ Prejuízo indispensável para evitar o dano iminente; 
¾ Limitação do prejuízo ao necessário para a sua remoção; 
¾ Proporção maior do dano evitado em relação ao dano infligido. 
 
Embora a lei declare que a o estado de necessidade (inciso II do 
art. 188) e a legítima defesa (art. 188, inciso I) não tipificam um ato ilícito, 
em determinados casos, sujeitam o autor do dano à reparação. É o 
que encontraremos nos arts. 929 e 930: 
 
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 
188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do 
prejuízo que sofreram. 
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de 
terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a 
importância que tiver ressarcido ao lesado. 
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se 
causou o dano (art. 188, inciso I). 
 
Portanto, se a pessoa lesada, ou dono da coisa destruída ou 
deteriorada não forem culpados do perigo, estes terão direito a indenização 
e o autor do dano será responsável pela reparação, ficando, contudo, com 
ação regressiva contra seu causador. 
 
³)LFRX�FRPSOLFDGR��9RFrV�SRGHP�HVFODUHFHU�PHOKRU�LVWR"´ 
 
Sim. Observe que nas hipóteses dos arts. 929 e 930 existem terceiros 
envolvidos. Ocorre mais ou menos o seguinte: 
¹Paulo lesa ²José, mas em virtude de causa provocada por ³Mário 
(causador do perigo). Nesta situação, ²José, não é o culpado pelo perigo 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 82 
e fará jus a indenização paga por ¹Paulo que lhe causou dano. ¹Paulo, 
por sua vez, terá direito de ação (regressiva) contra ³Mário (o verdadeiro 
culpado pelo perigo). 
Observeque não há como não associarmos o assunto Atos ilícitos 
(arts. 186 a 188) com a Responsabilidade Civil (arts. 927 a 954). Pois o 
dano, principal efeito dos atos ilícito, gera a obrigação de reparação, a 
responsabilização civil. 
 
- Da Responsabilidade Civil (arts. 927 a 954). 
 
Para que uma pessoa seja responsabilizada civilmente e assim surja 
o dever de indenizar, três5 são os pressupostos6 que devem estar 
presentes, quais sejam: 
 
a) Fato lesivo voluntário ou conduta humana, causado pelo agente 
por ação ou omissão, que ocasione dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral. Normalmente ocorre uma ação positiva ± ou 
seja, o sujeito pratica uma ação que ocasionará o dano. Já a omissão 
é mais trabalhosa para ser comprovada, uma vez que se precisa 
provar que existia um dever de agir e também que se tivesse ocorrido 
esta ação, o dano não se teria concretizado. O fato poderá estar 
relacionado tanto a ato próprio como a ato de terceiro e que esteja 
sob a guarda da pessoa. 
 
b) Ocorrência de um dano, seja ele ¹patrimonial (material) ou 
²moral (extrapatrimonial). Não pode haver responsabilidade civil 
sem a existência de um dano, é também necessário que exista prova, 
real e concreta, desta lesão. 
 
c) Nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do agente. 
É uma ligação virtual entre a ação e o dano resultante. A causa do 
dano deve ser o comportamento do agente. Este nexo ficará 
afastado, excluindo a responsabilidade, por exemplo, se o 
 
5 Existe divergência entre os doutrinadores sobre quais são os pressupostos do dever de 
indenizar. Alguns acrescentam aos três ± a conduta, o nexo e o dano - a culpa genérica 
ou lato sensu. Nós optamos por explicar a culpa em separado, por uma questão didática, 
mas vale o esclarecimento. 
6 Vocês também poderão encontrar estes pressupostos como elementos da 
responsabilidade civil. 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 82 
- A Culpa. 
 
Conforme já explicamos, a culpabilidade no campo do direito 
civil envolve ¹a culpa stricto sensu (ou aquiliana) e ²o dolo. 
Não há de se confundir os conceitos de dolo e de culpa que são 
bastante distintos, mas as consequências, no que diz respeito às 
indenizações civis, serão as mesmas. 
A indenização baseia-se no dano sofrido, no entanto a culpa poderá 
ser analisada. Veja o que dizem os artigos 944 e 945: 
 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da 
culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, 
a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em 
confronto com a do autor do dano. 
 
No artigo 945 aparece a figura da culpa concorrente, que trará a 
diminuição dos efeitos do ato ilícito como consequência. 
 
³(�R�TXH�YHP�D�VHU�D�FXOSD�FRQFRUUHQWH"´ 
 
A concorrência de culpas se dá quando tanto o agente quanto a 
vítima agem com culpa. A culpa da vítima acaba por diminuir a culpa do 
agente. Portanto, quando a vítima também concorreu para o evento 
danoso, com sua própria conduta, é comum a indenização ser concedida 
pela metade ou em fração diversa, dependendo da contribuição da vítima. 
Pois como ambas as partes cooperaram para o evento, não seria justo que 
uma só respondesse pelos prejuízos. 
 
Mas atenção! 
Quando ocorre culpa exclusiva da vítima não há de se falar em 
indenização, porque, aqui, a outra parte não contribuiu para o evento 
danoso. 
 
Quando se tem a culpa como elemento necessário para a 
caracterização do dever de indenizar, estaremos diante da 
responsabilidade subjetiva ± esta depende da culpa do agente 
causador do dano. 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 82 
Art. 5º... 
... 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da 
indenização por dano material, moral ou à imagem; 
... 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua 
violação; 
 
 
- A responsabilidade civil e a reparação do dano. 
 
Como você já pode perceber, a responsabilidade civil constitui uma 
relação obrigacional que tem por objeto a prestação de ressarcimento, ou 
seja, a reparação do dano procurando, na medida do possível, desfazer 
seus efeitos, restituindo o prejudicado ao status quo ante. 
Portanto a função da responsabilidade é servir como sanção civil, 
punindo o lesante e desestimulando a pratica de atos lesivos, mas é 
também, principalmente, a garantia ao direito do lesado, tendo natureza 
compensatória, mediante a reparação do dano causado a vítima. 
A obrigação de ressarcir o prejuízo causado pode originar-se: 
 
1. Inexecução contratual, pois se origina de responsabilidade 
contratual, o não cumprimento da obrigação, seja total ou 
parcial, bem como nos casos de retardamento de seu 
cumprimento. 
 
2. A Lesão a direito subjetivo ocorre sem que preexista entre o 
lesado e lesante qualquer relação jurídica. Nesta 
responsabilidade extracontratual aparecerão, por exemplo, os 
casos de ¹responsabilidade por fato de terceiro, ²de animais e 
³de coisas, que configuram a responsabilidade indireta. 
 
 
Vamos dar uma olhada em alguns artigos do Código Civil onde temos a 
possibilidade da responsabilidade indireta: 
 
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários 
individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos 
causados pelos produtos postos em circulação. 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 82 
... 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, 
se não provar culpa da vítima ou força maior. 
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que 
resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade 
fosse manifesta. 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano 
proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 
 
O princípio que rege a profundidade de alcance da responsabilidade, 
até onde ela atingirá o patrimônio da pessoa que deve indenizar, é o 
princípio da responsabilidade patrimonial. Ou seja, a pessoa deverá 
responder com seu patrimônio pelos prejuízos causados a terceiros. 
A responsabilidade deverá ser total, cobrindo o dano em todos os 
seus aspectos, de modo que todos os bens do devedor, com exceção dos 
inalienáveis, respondam pelo ressarcimento. 
Além disso, a obrigação de prestar a reparação transmite-se com a 
herança e o lesado poderá demandar o espólio até onde este alcançar o 
saldo positivo deixado pelo de cujus aos seus sucessores. 
 
³2�TXH�LVWR�TXHU�GL]HU"´ 
 
Quer dizer que os herdeiros responderão até os montantes deixados 
como herança. Os herdeiros não responderão com seu patrimônio pessoal. 
 
Continuando! 
Em tese, apenas o lesado ou seus herdeiros teriam legitimação para 
exigir a indenização do prejuízo, porém, atualmente, se tem admitido que 
a indenização possa ser reclamada pelos que viviam sob a dependênciaeconômica da vítima. 
Havendo direito à reparação do dano, surge à liquidação, que é a 
operação de vai concretizar a indenização, fixando o quanto e o modo do 
ressarcimento. 
Este ressarcimento não poderá exceder o valor do dano causado por 
não se permitir enriquecimento indevido. Ao credor se deve dar aquilo que 
baste para restaurar a situação ao status quo ante, sem acréscimos nem 
reduções. 
 
Para se chegar ao quantum devido, de acordo com os arts. 944 e 
945 deverá o magistrado analisar o grau de culpa do lesante e se houve 
participação (culpa) do lesado: 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 82 
 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e 
o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua 
indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto 
com a do autor do dano. 
 
O juiz deverá analisar também: 
x A situação da vítima e do causador do dano; 
x A influência de acontecimentos exteriores ao fato prejudicial 
(visto que a responsabilidade civil requer nexo de causalidade 
entre o dano e a ação que o produziu); 
x A possibilidade de lucro obtido pela vítima com a reparação do 
dano. 
 
- O nexo causal. 
 
O nexo causal vem a ser o vínculo entre o prejuízo sofrido e a ação. 
Para caracterizar este nexo, basta que se verifique que o dano11 não 
ocorreria se o fato não tivesse acontecido. 
Você precisa tomar cuidado com a negação da causalidade, as 
excludentes de responsabilidade. 
As principais excludentes de responsabilidade civil são: o estado de 
necessidade; a legítima defesa (já vistos quando analisamos os excludentes 
de ilicitude do art. 188); a culpa da vítima; o fato de terceiro; o caso fortuito 
ou força maior12 e a clausula de não indenizar. 
Todos os casos de excludentes de responsabilidade deverão ser 
devidamente analisados e comprovados, porque sua comprovação deixa o 
lesado sem a composição do dano sofrido. 
 
 
11 O dano poderá ter um efeito indireto, como por exemplo, quando uma pessoa quebra a 
vitrine de uma loja, e por causa desta atitude objetos são furtados da loja. Terá que 
indenizar o vidro e também os objetos que foram furtados, por ser dano indireto, embora 
efeito necessário da ação de quebrar a vitrine. 
12 Se o evento danoso foi resultado de caso fortuito ou força maior, deixa de existir o 
elemento culpa, deixando de existir a responsabilidade. Neste caso, existem dois 
elementos: um de ordem interna ± que é a inevitabilidade do evento, e outro de ordem 
externa ± que é a ausência de culpa do agente. A alegação de caso fortuito ou força maior 
cabe ao réu, ou a pessoa que está sendo acusada de ter cometido o ato. 
 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 82 
- Os efeitos da responsabilidade civil quanto aos titulares da ação 
ressarcitória e quanto aos devedores da indenização. 
 
Titulares da ação ressarcitória: 
No momento da consumação do fato lesivo surge para o lesado a 
pretensão de indenização, mas seu direito de crédito apenas se concretiza 
com a decisão judicial. Além disso, tal direito transmite-se com a herança. 
Assim temos o art. 943: 
 
Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-
se com a herança. 
 
O direito de ressarcimento do dano atinge a todos os efetivamente 
experimentarem o prejuízo. As pessoas jurídicas, públicas ou privadas, 
poderão propor ação fundada em dano material e em dano moral objetivo. 
 
Devedores da indenização: 
Como vimos o dano é pressuposto da responsabilidade civil e terá 
obrigação de repara-lo aquele para qual a lei impôs tal responsabilidade. 
Em regra, a obrigação de reparar o dano será individual, mas nem 
sempre vai ser direta (como já vimos nas espécies de responsabilidade), 
será indireta, por exemplo, quando a pessoa responder por fato de outrem, 
por animais ou coisas sob sua guarda. 
 
 
A responsabilidade direta e a responsabilidade indireta: 
 
A responsabilidade direta, simples ou por fato próprio - é a que 
decorre de um fato pessoal do causador do dano, resultando, portanto, de 
uma ação direta de uma pessoa ligada à violação ao direito ou ao prejuízo 
ao patrimônio, por ato culposo ou doloso. 
 
A responsabilidade complexa ou indireta - é aquela que só poderá ser 
vinculada indiretamente ao responsável. Compreende: A ¹responsabilidade 
por fato de terceiro; a ²responsabilidade pelo fato do animal; e a 
³responsabilidade pelo fato da coisa. 
 
 
 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 82 
¹Responsabilidade por fato de terceiro, art. 932: 
 
O artigo 932 é muito importante para fins de prova - 
 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua 
companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas 
mesmas condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e 
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue 
por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores 
e educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a 
concorrente quantia. 
 
O fato de terceiro não exclui a responsabilidade, mas aquele que 
ressarcir o dano causado por outrem, se este não for seu descendente, 
absoluta ou relativamente incapaz, poderá reaver o que pagou. 
 
Com relação a responsabilidade civil dos incapazes e a reparação do 
dano há outro artigo no código: 
 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele 
responsáveis ¹não tiverem obrigação de fazê-lo ou ²não dispuserem de meios 
suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, 
não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele 
dependem. 
 
E também o Enunciado nº 41 da I Jornada de Direito Civil: 
³41 ± Art. 928: a única hipótese em que poderá haver responsabilidade 
solidária do menor de 18 anos com seus pais é ter sido emancipado 
nos termos do art. 5º, parágrafo único, inc. I, do novo Código Civil´. 
 
 
²Responsabilidade pelo fato do animal, caso do art. 936: 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se 
não provar culpa da vítima ou força maior. 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 82 
inteiro. Este direito de reembolso ou direito de regresso está autorizado 
nos arts. 930 e 934: 
 
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, 
contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que 
tiver ressarcido ao lesado. 
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se 
causouo dano (art. 188, inciso I). 
... 
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que 
houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for 
descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz. 
 
 
- Outras situações (arts. 939 e 940): 
 
- A responsabilidade do demandante por dívida não vencida está no 
art. 939: 
 
Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos 
casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para 
o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a 
pagar as custas em dobro. 
 
Estamos falando de excesso de pedido, onde o autor, movendo ação 
de cobrança de dívida, pede mais do que aquilo a que faz jus. 
Por este motivo, o demandante de má-fé deverá esperar o tempo que 
falta para o vencimento, descontar os juros correspondentes e pagar as 
custas em dobro. Se agiu de boa-fé, deverá pagar tão somente as custas 
vencidas na ação de cobrança, de que decairá, por ser intempestiva. 
 
- A responsabilidade por dívida já solvida rege-se pelo art. 940: 
 
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem 
ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a 
pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no 
segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição. 
 
Este artigo trata do excesso de pedido, e tem por finalidade impedir 
que se exija uma segunda vez, dívida que já foi paga no todo ou em parte. 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 82 
 
Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando o 
autor desistir da ação antes de contestada a lide, salvo ao réu o direito de 
haver indenização por algum prejuízo que prove ter sofrido. 
 
Portanto, se o credor desistir da ação, antes da outra parte ter 
respondido, não se aplicarão as penas previstas, salvo se o réu (devedor) 
tiver tido algum prejuízo por conta da ação. 
 
-A responsabilidade civil e sua relação com a esfera penal. 
 
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo 
questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, 
quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. 
 
Trata-se do princípio da independência relativa da 
responsabilidade civil em relação à criminal. O indivíduo poderá não ser 
penalmente responsabilizado e, no entanto, ser obrigado a reparar o dano 
civil ou, vendo por outra ótica, a pessoa poderá ser civilmente responsável, 
sem ter que prestar contas de seu ato na esfera criminal. 
No entanto, ainda conforme art. 935, no que diz respeito à 
existência do fato ou de quem seja o seu autor, se estas questões já 
estiverem decididas na esfera criminal, não se pode mais questioná-las na 
esfera civil. 
 
Assim, podemos definir a responsabilidade civil como a aplicação de 
medidas que obriguem alguém a reparar dano moral ou patrimonial 
causado a terceiro em razão de: ato próprio; ato de pessoa por quem ele 
responde; ou de fato decorrente de coisa ou animal sob sua guarda; ou, 
ainda, de simples imposição legal. 
 
Outro assunto que, por vezes, é pedido em provas é a 
responsabilidade civil relacionada aos contratos de transporte, tal 
temática é encontrada nos artigos abaixo (A cobrança deste assunto, 
quando ocorre, tende a literalidade da lei. Se você tiver dúvidas com 
relação a algo, por favor, entre em contato conosco): 
 
Art. 733. Nos contratos de transporte cumulativo, cada transportador se obriga 
a cumprir o contrato relativamente ao respectivo percurso, respondendo pelos 
danos nele causados a pessoas e coisas. 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 82 
§ 1o O dano, resultante do atraso ou da interrupção da viagem, será determinado 
em razão da totalidade do percurso. 
§ 2o Se houver substituição de algum dos transportadores no decorrer do 
percurso, a responsabilidade solidária estender-se-á ao substituto. 
Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às pessoas 
transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer 
cláusula excludente da responsabilidade. 
Parágrafo único. É lícito ao transportador exigir a declaração do valor da bagagem 
a fim de fixar o limite da indenização. 
Art. 735. A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o 
passageiro não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva. 
Art. 736. Não se subordina às normas do contrato de transporte o feito 
gratuitamente, por amizade ou cortesia. 
Parágrafo único. Não se considera gratuito o transporte quando, embora 
feito sem remuneração, o transportador auferir vantagens indiretas. 
 
 
 
 
Chegamos ao final de mais uma aula, e mais uma vez reiteramos o pedido 
de que façam todas as questões propostas, e caso fiquem em dúvida 
entrem em contato através do fórum. 
Até a próxima. 
 
Aline & Jacson 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 82 
- QUESTÕES DA FCC COMENTADAS 
 
1. FCC 2014/TRT 19ª Região (AL)/Analista Judiciário. A fim de 
justificar o alto preço de imóvel, João afirma a José que o terreno possui 
linda vista para o mar. Convencido por tal argumento, José compra o 
imóvel, pagando o preço pedido por João. Cerca de ano e meio depois, 
embora sem o objetivo de prejudicar José, e não obstante não tivesse tal 
intenção quando realizou a venda, João adquire o terreno da frente e edifica 
prédio que retira de José a vista para o mar. João cometeu ato 
 
a) Lícito, pois não teve o objetivo de prejudicar José. 
b) Ilícito, pois, ao quebrar a expectativa que havia incutido em José, 
ofendeu os limites impostos pela boa-fé objetiva. 
c) Ilícito, pois a lei proíbe que o vendedor construa nas proximidades 
do imóvel alienado pelo prazo de 5 anos. 
d) Lícito, pois está amparado pelo direito de propriedade. 
e) Lícito, pois não tinha intenção de comprar o terreno da frente 
quando da realização da venda. 
 
Comentário: 
O abuso de direito consiste em um ato jurídico de objeto lícito, mas cujo 
exercício não observa os limites que são impostos. Desta forma, o agente 
exercita um direito seu, mas exorbita seus limites e acaba por desviar-se 
dos fins sociais para os quais estava voltado este direito. 
O ato em si é lícito, mas perderá esta licitude (tornando-se ilícito) na 
medida de sua execução. 
 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, 
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, 
pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
 
Além do mais temos os seguintes Enunciados do STJ : 
362 ± Art. 422. A vedação do comportamento contraditório (venire contra 
factum proprium) funda-se na proteção da confiança, tal como se extrai 
dos arts. 187 e 422 do Código Civil. 
 
363 ± Art. 422. Os princípios da probidade e da confiança são de ordem 
pública, estando a parte lesada somente obrigada a demonstrar a 
existência da violação. 
Gabarito letra B. 
 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. AlineSantiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 82 
 
 
2. FCC 2014/TJ-CE/Juiz. Entre os poderes do juiz, ao fixar a indenização 
por responsabilidade civil extracontratual, acha-se o de 
 
a) Impor a pessoa incapaz, qualquer que seja a sua situação econômica 
ou financeira, condenação a indenizar, se as pessoas por ele 
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de 
meios suficientes. 
b) Desconsiderar, em qualquer hipótese, a sentença absolutória 
proferida no Juízo criminal. 
c) Desconsiderar a circunstância de a vítima ter concorrido 
culposamente para o evento danoso. 
d) Reduzir, equitativamente, a indenização, se houver excessiva 
desproporção entre a gravidade da culpa e o dano produzido. 
e) Reconhecer a responsabilidade objetiva do causador do dano 
discricionariamente, segundo as circunstâncias do evento danoso. 
 
Comentário: 
$OWHUQDWLYD�³D´�± errada. 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele 
responsáveis ¹não tiverem obrigação de fazê-lo ou ²não dispuserem de meios 
suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, 
não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele 
dependem. 
$OWHUQDWLYD�³E´�± errada. 
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo 
questionar mais sobre a ¹existência do fato, ou ²sobre quem seja o seu 
autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. 
Alternativa ³F´�± errada. 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, 
a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em 
confronto com a do autor do dano. 
$OWHUQDWLYD�³G´�± correta. 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da 
culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. 
$OWHUQDWLYD�³H´�± errada. O juiz não reconhecerá a responsabilidade objetiva 
de modo discricionário, mas sim, de acordo com a Lei, mais precisamente 
com o art. 932. 
Gabarito letra D. 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 82 
 
3. FCC 2014/TJ-AP/Juiz. O empregador responde civilmente pelos atos 
praticados por seus empregados no exercício dos trabalhos que lhes 
competir, 
 
a) Mesmo que o empregado tenha sido absolvido em processo criminal, 
no qual tenha ficado provado não ser ele o autor do ato ilícito. 
b) Apenas se tiver sido negligente na escolha do empregado ou sobre 
ele não exerceu vigilância. 
c) Ainda que não tenha agido com culpa, na escolha ou na vigilância do 
empregado. 
d) Em qualquer circunstância, porque a responsabilidade civil do patrão 
é sempre objetiva. 
e) Somente se o empregado for condenado em processo criminal. 
 
Comentário: 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e 
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que 
não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali 
referidos. 
Desta forma, o empregador responde civilmente pelos atos praticados por 
seus empregados no exercício dos trabalhos que lhes competir, ainda que 
não tenha agido com culpa, na escolha ou na vigilância do empregado. 
Gabarito letra C. 
 
4. FCC 2014/TRT 18ª Região (GO)/Juiz. Embora preso em canil que 
respeitou todas as normas técnicas de construção, Átila, cão da raça pastor 
alemão, pertencente a Cássio, consegue pulá-lo e morde gravemente o 
vizinho, Fábio, que na ocasião conversava com Cássio no quintal do imóvel, 
ao lado do canil. Nessas circunstâncias, 
 
a) Cássio é responsável objetivo pelas lesões causadas, pelo só fato da 
coisa, inexistentes causas excludentes na hipótese formulada. 
b) Nenhuma responsabilidade aquiliana cabe a Cássio, haja vista culpa 
exclusiva da vítima, Fábio, consistente em estar ao lado do canil por 
ocasião dos fatos. 
c) A responsabilidade de Cássio e Fábio é de igual intensidade, 
caracterizada culpa concorrente de Fábio por estar ao lado do canil 
quando dos fatos. 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 82 
d) Nenhuma responsabilidade cabe a Cássio, que agiu diligentemente, 
sem culpa, ao construir o canil de acordo com as normas técnicas 
pertinentes. 
e) Nenhuma responsabilidade cabe a Cássio, já que o ocorrido 
equiparou-se a caso fortuito ou força maior, tendo em vista o canil 
ter sido construído de modo adequado. 
 
Comentário: 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se 
não provar culpa da vítima ou força maior. 
 
E também Enunciado nº 452 da V Jornada de Direito Civil: 
452 ± Art. 936: A responsabilidade civil do dono ou detentor de animal é 
objetiva, admitindo-se a excludente do fato exclusivo de terceiro. 
 
Gabarito letra A. 
 
5. FCC 2014/TRT 2ª Região (SP)/Analista Judiciário. No jornal da 
&DSLWDO� �6HPDQiULR� GD� =RQD� /HVWH´�� IRUDP� SXEOLFDGDs em editorial 
denúncias graves contra o restaurante �$OKR�H�ÏOHR´��Dfirmando sua falta 
de condições sanitárias, em razão das quais seu movimento de clientes caiu 
por volta de 50%. Meses mais tarde, prova-se que as denúncias eram 
falsas, mas parte da clientela jamais retornou. 
Nessas circunstâncias, poderá o advogado do restaurante, ao acionar o 
jornal, 
 
a) Pleitear apenas danos materiais, pois os danos morais são cabíveis 
exclusivamente às pessoas naturais ou físicas, inexistindo atributos 
da personalidade às pessoas jurídicas nesse sentido. 
b) Pleitear tanto danos materiais, pelo que o restaurante deixou de 
lucrar, como danos morais, pois pessoas jurídicas também possuem 
atributos da personalidade e, no caso, foi lesada sua honra objetiva. 
c) Pleitear apenas danos morais, pela lesão à honra objetiva da pessoa 
jurídica, que, no caso, englobam os danos materiais, não podendo 
ser cumulados. 
d) Pleitear danos materiais por lucros cessantes e por danos 
emergentes, bem como danos morais por lesão à honra objetiva e 
subjetiva da pessoa jurídica. 
e) Nada poderá fazer, judicialmente, pois o direito de crítica jornalística 
é amplo, não respondendo o jornal pela falsidade posteriormente 
verificada da notícia que fez veicular, ainda que em editorial que 
explicite seu posicionamento sobre a matéria. 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 82 
 
Comentário: 
Lembre-se da Súmula 227, que diz: 
 ³D�SHVVRD�MXUtGLFD�SRGH�VRIUHU�GDQR�PRUDO´ 
Porém, atente que o dano moral será objetivo, relativo a atributos sujeitos 
à valoração extrapatrimonial da sociedade, como o bom nome, por 
exemplo. 
Gabarito letra B. 
 
6. FCC 2014/TRT 2ª Região (SP)/Analista Judiciário. Carlinhos, de 
quatorze anos de idade, para vingar-se de uma surra que levou do irmão 
de Caio, de apenas seis anos, bate neste até machucá-lo gravemente. Caio 
é hospitalizado e, ao fim da internação, os gastos montam R$ 10.000,00, 
suportados por seus pais, que querem agora ser indenizados do que 
despenderam. Considerando que Carlinhos vive com seus pais, o advogado 
dos pais deCaio 
 
a) Poderá propor ação somente contra Carlinhos, pois o ato envolveu 
dois menores, absolutamente incapazes, sem qualquer envolvimento 
dos pais de Caio ou de Carlinhos. 
b) Poderá propor ação somente contra os pais de Carlinhos, pois este, 
sendo absolutamente incapaz, não responde judicialmente por seus 
atos. 
c) Poderá propor ação tanto contra os pais de Carlinhos como contra ele 
próprio, direta e solidariamente, sem restrições quanto à 
responsabilidade patrimonial de ambos, dada a natureza do ilícito 
cometido. 
d) Poderá propor ação tanto contra os pais de Carlinhos como contra o 
próprio Carlinhos, que apesar de ser absolutamente incapaz 
responderá equitativamente com seu próprio patrimônio se os 
recursos de seus pais não forem suficientes, só não podendo ser 
privado do necessário, a si ou às pessoas que dele dependem. 
e) Não terá como propor ação indenizatória alguma contra Carlinhos ou 
contra seus pais, já que, sendo Carlinhos absolutamente incapaz, a 
questão resolvesse, exclusivamente, pelo Estatuto da Criança e do 
Adolescente, sem implicações indenizatórias civis. 
 
Comentário: 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua 
companhia; 
 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 82 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele 
responsáveis ¹não tiverem obrigação de fazê-lo ou ²não dispuserem de meios 
suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, 
não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele 
dependem. 
Gabarito letra D. 
 
7. FCC 2014/SABESP/Advogado. Responde objetivamente, em regra, 
 
a) O partido político, por quaisquer atos de seus agentes ou 
representantes. 
b) O prestador de serviços, independentemente da natureza do serviço 
prestado. 
c) Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral. 
d) O Município, pelos danos que seus agentes causarem a terceiros no 
exercício da respectiva função pública. 
e) O agente público que, em serviço ou fora dele, causar dano a 
particulares, mesmo que o dano não tenha ocorrido no exercício de 
sua função. 
 
Comentário: 
A responsabilidade do Estado é OBJETIVA fundada na Teoria do Risco, 
assim, em regra, o Município responderá objetivamente, pelos danos que 
seus agentes causarem a terceiros no exercício da respectiva função 
pública. 
Gabarito letra D. 
 
8. FCC 2014/Pref. De Cuiabá/Procurador. Aracy hospedou-se no Hotel 
Bela Vista e levou consigo um poodle aparentemente inofensivo. Este, 
porém, fugiu do quarto de Aracy, por descuido dela, e atacou os pés de 
Ana Tereza, causando-lhe rompimento de tendão. Ana Tereza poderá pedir 
indenização contra 
 
a) Aracy, que responde objetivamente pelos danos causados pelo 
animal, e contra o Hotel Bela Vista, que responde subjetivamente por 
seus hóspedes. 
b) Aracy, que responde objetivamente pelos danos causados pelo 
animal, e contra o Hotel Bela Vista, que responde objetivamente por 
seus hóspedes 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 82 
c) Aracy, que responde subjetivamente pelos danos causados pelo 
animal, mas não contra o Hotel Bela Vista, que não teve culpa pelo 
incidente. 
d) O Hotel Bela Vista, apenas, por se tratar de relação de consumo. 
e) Aracy, que responde objetivamente pelos danos causados pelo 
animal, mas não contra o Hotel Bela Vista, que não teve culpa pelo 
incidente. 
 
Comentário: 
Tanto a responsabilidade de Aracy quanto a do Hotel será objetiva, de 
acordo com o arts. 932, IV; 933 e 936 do CC/2002. 
Gabarito letra B. 
 
9. FCC 2014/TRF 3ª Região/Técnico Judiciário ± área 
administrativa. Considere as seguintes situações hipotéticas: 
I. Mario, dezessete anos de idade, escondido de seu pai, Golias, pegou a 
chave do carro da família e atropelou Xisto. 
II. Fabiana, dezesseis anos de idade, com a permissão de sua mãe, Maria, 
que lhe entregou as chaves do veículo da família, dirigiu alcoolizada e 
colidiu o referido veículo com a moto de Fabrício. 
III. Carlos é dono do rHVWDXUDQWH�³&&´��6HX�HPSUHJDGR��Matias, derrubou 
um prato na cliente, Fátima, ferindo-a. 
IV. Diogo é dono do KRWHO�³$$´��1HVWD�PDGUXJDGD�XP�hóspede enfurecido 
atirou pela janela do quarto, no qual estava hospedado, vasos, um abajur 
e um lustre, ferindo Simone, uma transeunte. 
De acordo com o Código Civil brasileiro, responderão pelos atos praticados 
pelos terceiros mencionados nas situações hipotéticas, 
a) Golias, Maria e Carlos, apenas. 
b) Maria, Carlos e Diogo, apenas. 
c) Maria e Diogo, apenas. 
d) Golias, Maria, Carlos e Diogo. 
e) Carlos e Diogo, apenas. 
 
Comentário: 
Todos os casos descritos na questão se enquadram no art. 932: 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 82 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua 
companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas 
condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no 
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue 
por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e 
educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a 
concorrente quantia. 
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que 
não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali 
referidos. 
Gabarito letra D. 
 
10. FCC 2013/TJ-PE/Juiz. O abuso de direito acarreta 
 
a) Apenas a ineficácia dos atos praticados e considerados abusivos pela 
parte prejudicada, independentemente de decisão judicial. 
b) Indenização a favor daquele que sofrer prejuízo em razão dele. 
c) Consequências jurídicas apenas se decorrente de coação, ou de 
negócio fraudulento ou simulado. 
d) Somente a ineficácia dos atos praticados e considerados abusivos 
pelo juiz. 
e) Indenização apenas em hipóteses previstas expressamente em lei. 
 
Comentário: 
No artigo 187 aparece a figura do abuso de direito: 
 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, 
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, 
pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
 
Assim, o abuso de direito consiste em um ato jurídico de objeto lícito, 
mas cujo exercício não observa os limites que são impostos. Desta forma, 
o agente exercita um direito seu, mas exorbita seus limites e acaba por 
desviar-se dos fins sociais para os quais estava voltado este direito. 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 82 
O ato em si é lícito, mas perderá esta licitude (tornando-se ilícito) na 
medida de sua execução. 
Uma vez presentesos requisitos do art. 187, a responsabilidade será 
objetiva ± ou seja, independente de culpa. 
Portanto o abuso de direito acarreta indenização a favor daquele que sofrer 
prejuízo em razão dele. 
Gabarito letra B. 
 
11. FCC 2013/TJ-PE/Serviços Notariais e de Registro. No tocante à 
responsabilidade civil, é correto afirmar: 
 
a) O dono de edifício ou construção responde objetiva e 
automaticamente pelos danos que resultem de sua ruína, 
independentemente de aferição de culpa ou nexo causal. 
b) Profissionais liberais respondem subjetivamente como regra geral, na 
prestação de seus serviços, respondendo objetivamente nas relações 
de consumo. 
c) É absoluta a regra de que a indenização mede-se tão só pela extensão 
do dano. 
d) O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, 
desde que a vítima comprove a culpa daquele na guarda do animal. 
e) Ressalvados casos previstos em leis especiais, os empresários 
individuais e as empresas respondem independentemente de culpa 
pelos danos causados pelos produtos postos em circulação. 
 
Comentário: 
$OWHUQDWLYD�³D´�HUUDGD� 
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem 
de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse 
manifesta. 
$OWHUQDWLYD�³E´�HUUDGD� 
Esta alternativa está errada porque os profissionais liberais mesmo nas 
relações de consumo responderão subjetivamente na prestação de seus 
serviços. 
$OWHUQDWLYD�³F´�HUUDGD� 
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. 
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da 
culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, 
a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em 
confronto com a do autor do dano. 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 82 
$OWHUQDWLYD�³G´�HUUDGD� 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, 
se não provar culpa da vítima ou força maior. 
$OWHUQDWLYD�³H´�FRUUHWD� 
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários 
individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos 
causados pelos produtos postos em circulação. 
Gabarito letra E. 
 
12. FCC 2013/TCE-SP/Auditor. De acordo com o Código Civil, NÃO 
constitui ilícito o ato 
 
a) Legal, porém abusivo. 
b) Culposo, mas não danoso. 
c) Praticado no exercício irregular de um direito reconhecido. 
d) Contrário aos bons costumes. 
e) Ilegal e danoso. 
 
Comentário: 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito 
reconhecido; 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de 
remover perigo iminente. 
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as 
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do 
indispensável para a remoção do perigo. 
Deste modo não constitui ato ilícito o ato culposo mas não danoso. 
Gabarito letra B. 
 
13. FCC 2013/TJ-PE/Serviços Notariais e de Registro. Em relação à 
responsabilidade civil do incapaz, é correto afirmar que 
 
a) Como a obrigação de indenizar depende de ação ou omissão 
voluntária do agente, e o incapaz não possui o discernimento 
necessário, não será ele responsabilizado em nenhuma hipótese. 
b) É subsidiária e mitigada, só tendo lugar se os seus responsáveis 
legais não tiverem obrigação de indenizar, no caso concreto, ou não 
dispuserem de meios suficientes. A indenização então fixada será 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 82 
equitativa e não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as 
pessoas que dele dependam. 
c) O incapaz sempre é responsável direto e solidário com seus 
representantes legais, pois o direito civil atual leva em conta 
preponderantemente a figura da vítima e não a do causador do dano, 
mostrando-se irrelevante se possui ele ou não discernimento 
suficiente quanto à ilicitude de sua conduta. 
d) Apenas o relativamente incapaz será responsabilizado, de modo 
solidário com seus representantes legais mas com a fixação do 
montante indenizatório obedecendo à equidade. 
e) Tanto o absoluta como o relativamente incapaz serão 
responsabilizados, subsidiariamente em relação a seus responsáveis 
legais mas sem limitação quanto ao montante indenizatório devido. 
 
Comentário: 
$OWHUQDWLYD�³D´�HUUDGD� 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele 
responsáveis ¹não tiverem obrigação de fazê-lo ou ²não dispuserem de meios 
suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, 
não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele 
dependem. 
$OWHUQDWLYD�³E´�FRUUHWD� 
A responsabilidade do incapaz é subsidiária e mitigada de acordo com o art. 
928 visto acima. 
$OWHUQDWLYD�³F´�HUUDGD� 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele 
responsáveis ¹não tiverem obrigação de fazê-lo ou ²não dispuserem de meios 
suficientes. 
$OWHUQDWLYD�³G´�HUUDGD� 
O artigo que dispõe sobre o tema ± art. 928 não fala em relativamente 
incapaz, usa somente a palavra incapaz. 
$OWHUQDWLYD�³H´�HUUDGD� 
Art. 928. Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser 
equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas 
que dele dependem. 
Gabarito letra B. 
 
14. FCC 2013/DPE-AM/Defensor. Para responder a questão considere o 
caso abaixo. 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 82 
Menor de 17 anos, por culpa, lesiona pessoa capaz, causando danos 
materiais. Reside com o pai e é órfão de mãe. 
 
Considerando que o menor não é emancipado, o pai 
 
a) Não responderá pelos prejuízos se o filho dispuser de meios 
suficientes. 
b) Responderá direta e objetivamente pelos prejuízos que o filho houver 
causado. 
c) Responderá direta e subjetivamente pelos prejuízos que o filho 
houver causado. 
d) Responderá subsidiária e objetivamente pelos prejuízos que o filho 
houver causado. 
e) Responderá subsidiária e subjetivamente pelos prejuízos que o filho 
houver causado. 
 
Comentário: 
Atente que está questão é diferente da anterior. Aqui a banca está 
perguntando da responsabilidade do pai, que de acordo com o art. 932 será 
objetiva (independente de culpa). 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua 
companhia; 
Gabarito letra B. 
 
15. FCC 2012/TRT 4ª Região/Juiz. Ao arbitrar indenização decorrente 
de responsabilidade civil, 
 
a) No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras 
reparações, na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto 
os devia, a serem pagos até a morte dos alimentados. 
b) Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, o 
juiz poderá reduzir o valor da indenização. 
c) No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o 
ofendido das despesas do tratamento e dos lucroscessantes, até ao 
fim da convalescença, excluídos os demais prejuízos que tenha 
sofrido. 
d) O grau de culpa jamais interfere no valor da indenização. 
e) Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer 
seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, 
a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes, 
incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 82 
se inabilitou, a qual deverá, necessariamente, ser paga mensal e 
periodicamente. 
 
Comentário: 
$OWHUQDWLYD�³D´�HVWi�HUUDGD. 
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras 
reparações: 
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto 
da família; 
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se 
em conta a duração provável da vida da vítima. 
$OWHUQDWLYD�³E´�HVWi�FRUUHWD. 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua 
indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto 
com a do autor do dano. 
$OWHUQDWLYD�³F´�HVWi�HUUDGD. 
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido 
das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, 
além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido. 
$OWHUQDWLYD�³G´�HVWi�HUUDGD. 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua 
indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto 
com a do autor do dano. 
$OWHUQDWLYD�³H´�HVWi�HUUDGD. 
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o 
seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, 
além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, 
incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, 
ou da depreciação que ele sofreu. 
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja 
arbitrada e paga de uma só vez. 
Gabarito letra B. 
 
16. FCC 2012/TRT 6ª Região/Técnico. Sendo o patrão responsável pela 
reparação civil dos danos causados culposamente por seus empregados no 
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele, 
 
a) É obrigado a indenizar ainda que o patrão não tenha culpa. 
b) Só será obrigado a indenizar se o patrão também tiver culpa. 
c) Não será obrigado a indenizar, se o empregado for absolvido pelo 
esmo ato, em processo criminal, por insuficiência de prova. 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 82 
d) Só será obrigado a indenizar se o ato também constituir crime e se o 
empregado for condenado no processo criminal. 
e) A obrigação de indenizar é subsidiária à do empregado que causou o 
dano. 
 
Comentário: 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: III - o empregador ou 
comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho 
que lhes competir, ou em razão dele; 
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que 
não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali 
referidos. 
Gabarito letra A. 
 
17. FCC 2012/TJ-PE/Técnico. Considere: 
 
I. Os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua 
companhia. 
II. O empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e 
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele. 
III. Os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se 
albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, 
moradores e educandos. 
IV. Os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, 
pela totalidade da quantia ilícita resultante da conduta do meliante. 
 
Segundo o Código Civil brasileiro, são responsáveis pela reparação civil, 
ainda que não haja culpa de sua parte, pelos atos praticados pelos terceiros 
acima referidos, as pessoas indicadas APENAS em 
 
a) I e II. 
b) I, II e III. 
c) II e III. 
d) II, III e IV. 
e) I e IV. 
 
Comentário: 
Observe os artigos: 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 82 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua 
companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas 
condições; 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no 
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue 
por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e 
educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a 
concorrente quantia. 
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que 
não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali 
referidos. 
Deste modo, são responsáveis pela reparação civil, ainda que não haja 
culpa de sua parte, pelos atos praticados pelos terceiros acima referidos, 
as pessoas indicadas nas afirmações I, II e III. 
Gabarito letra B. 
 
18. FCC 2012/TJ-PE/Técnico. Artur mora sozinho em um edifício 
residencial com vinte unidades. Seu apartamento possui grades nas janelas 
e terraço envidraçado. Ontem, ele foi trabalhar, permanecendo no 
apartamento apenas sua empregada doméstica diarista. Quando retornou 
do trabalho, sua rua estava interditada tendo em vista que havia sido 
lançado um vaso de flores de uma das janelas do edifício em que ele reside, 
acarretando a morte de um pedestre. Artur, preocupado com o ocorrido, 
consultou sua advogada e foi corretamente informado de que ele 
 
a) Não possui responsabilidade civil, uma vez que, conforme previsto na 
lei, o envidraçamento de seu terraço é fato excludente de 
responsabilidade. 
b) Só possui responsabilidade civil pelo ocorrido se tiver concorrido 
culposamente para a ocorrência do evento. 
c) Não possui responsabilidade civil, tendo em vista que a sua ausência 
do local dos acontecimentos exclui por si só a sua responsabilidade. 
d) Possui responsabilidade civil pelo acontecimento apenas se for 
comprovado que na sua unidade habitacional estava presente sua 
empregada doméstica na hora em que ocorreram os fatos. 
e) Possui responsabilidade civil pelo acontecido independentemente da 
existência de culpa de sua parte. 
 
 
 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 82 
Comentário: 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: III - o empregador ou 
comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho 
que lhes competir, ou em razão dele; 
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que 
não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali 
referidos. 
Gabaritoletra E. 
 
19. FCC 2012/TRT 11ª Região/ Analista. De acordo com o Código Civil 
brasileiro, no caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras 
reparações, no pagamento 
 
a) Das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da 
família, bem como na prestação de alimentos às pessoas a quem o 
morto os devia, levando- se em conta a duração provável da vida da 
vítima. 
b) Apenas das despesas com o tratamento da vítima, bem como na 
prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-
se em conta a duração provável da vida da vítima. 
c) Das despesas com seu funeral e o luto da família, bem como na 
prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, pelo 
período máximo de dois anos. 
d) Das despesas com seu funeral e o luto da família, bem como na 
prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, pelo 
período máximo de cinco anos. 
e) Das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da 
família, bem como na prestação de alimentos às pessoas a quem o 
morto os devia pelo período máximo de dez anos. 
 
Comentário: 
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras 
reparações: 
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto 
da família; 
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se 
em conta a duração provável da vida da vítima. 
Gabarito letra A. 
 
20. FCC 2011/TRT 20ª Região/Analista Judiciário. José foi acusado 
de, dirigindo um veículo automotor, ter atropelado um pedestre e lhe 
causado ferimentos. No processo criminal relativo ao fato, foi decidido que 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 82 
José não foi o autor do fato, tendo a sentença criminal transitado em 
julgado. Nesse caso, na esfera civil, José 
 
a) Só poderá vir a ser responsabilizado pelos danos morais de correntes 
do atropelamento. 
b) Poderá vir a ser responsabilizado pelos danos materiais e morais 
decorrentes do atropelamento porque a responsabilidade civil é 
independente da criminal. 
c) Não mais poderá ser responsabilizado pelos danos materiais e morais 
decorrentes do atropelamento. 
d) Poderá vir a ser responsabilizado pelos danos materiais decorrentes 
do atropelamento porque a sentença criminal não afastou a 
existência do fato. 
e) Poderá vir a ser responsabilizado pelos danos morais decorrentes do 
atropelamento porque a sentença criminal não afastou a existência 
do fato. 
 
Comentário: 
Embora, em regra, a esfera civil seja independente da criminal, há duas 
situações em que decidido no juízo criminal, haverá repercussão na esfera 
civil. 
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo 
questionar mais sobre a ¹existência do fato, ou ²sobre quem seja o seu 
autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. 
Gabarito letra C. 
 
21. FCC 2011/TRT 14º Região/Técnico Judiciário. Tício, em 
decorrência de doença mental, é absolutamente incapaz de exercer 
pessoalmente os atos da vida civil. Seus pais e responsáveis não possuem 
bens e vivem, assim como os filhos menores de Tício, dos rendimentos de 
dois prédios que a este pertencem. Tício, num acesso de loucura, ateou 
fogo em duas casas, destruindo-as e causando dano considerável aos 
respectivos proprietários. Nesse caso, o incapaz 
 
a) Não responde pelos prejuízos que causou, passando essa 
responsabilidade ao Estado, em decorrência da sua incapacidade. 
b) Não responde pelos prejuízos que causou por falta de capacidade 
para exercer os atos da vida civil. 
c) Responde integralmente pelos prejuízos que causou, pois seus 
responsáveis não dispõem de recursos para fazê-lo. 
d) Responde pelos prejuízos que causou, mas a indenização deverá ser 
equitativa, não podendo privar do necessário o incapaz e as pessoas 
que dele dependem. 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 82 
e) Responde pela metade dos prejuízos que causou, sendo que a outra 
metade só poderá ser pleiteada após a sua morte. 
 
Comentário: 
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por 
ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios 
suficientes. 
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, 
não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. 
Gabarito letra D. 
 
22. FCC 2011/TRE-RN/Analista Judiciário. Margarida, com dezessete 
anos de idade, dirigindo a moto de seu pai, sem autorização, atropelou Jair, 
causando-lhe graves ferimentos. O pai de Margarida 
 
a) É responsável pela reparação civil da metade dos danos causados a 
Jair. 
b) É responsável pela reparação civil dos danos causados a Jair e poderá 
reaver de Margarida a totalidade do que houver pago. 
c) Não é responsável pela reparação civil dos danos causados a Jair, 
tendo em vista que Margarida não é absolutamente incapaz de 
exercer os atos da vida civil. 
d) É responsável pela reparação civil dos danos causados a Jair e poderá 
reaver de Margarida apenas metade do que houver pago. 
e) É responsável pela reparação civil dos danos causados a Jair, porém 
não poderá reaver de Margarida o que houver pago. 
 
Comentário: 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua 
companhia; 
... 
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que 
houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for 
descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz. 
Gabarito letra E. 
 
23. FCC 2011/TJ-PE/Juiz. Em um naufrágio, comprovadamente 
ocasionado pelo excesso de peso na embarcação permitido por Pedro, seu 
condutor, faleceram este e 3 (três) dos 5 (cinco) passageiros. Joaquim, um 
dos passageiros sobreviventes, para se salvar retirou o equipamento salva-
vidas que Pedro utilizava. O outro passageiro sobrevivente ± Antônio ± 
 
Direito Civil para o TRT ʹ MG. 
Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. 
Aula - 05 
 
 
Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 45 de 82 
retirou também do passageiro José o equipamento salva-vidas que este 
utilizava, razão pela qual veio a falecer. O cônjuge de Pedro move contra 
Joaquim ação de indenização por dano moral e os filhos menores de José 
movem ação de indenização por danos morais e materiais contra Antônio. 
A indenização 
 
a) É devida em ambos os casos, porque, embora o estado de 
necessidade exclua a ilicitude do ato, não exime o causador do dano 
de ressarcir os prejuízos. 
b) Não é devida em nenhum dos dois casos, porque o estado de 
necessidade exclui a ilicitude do ato. 
c) É devida, por Antônio, aos filhos de José, e Antônio pode cobrar do 
espólio de Pedro o que vier a despender, mas não é devida a 
indenização ao cônjuge de Pedro. 
d) É devida por Antônio aos filhos de José, e Antônio não tem direito de 
cobrar do espólio de Pedro o que despender, mas não é devida a 
indenização ao cônjuge de Pedro. 
e) É devida pela metade em ambos os casos, porque admitida, na 
responsabilidade civil, a compensação de culpas. 
 
Comentário: 
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, 
não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização

Outros materiais