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Aula 05 Direito Civil p/ TRT-MG - Com Videoaulas Professores: Jacson Panichi, Aline Santiago Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 82 AULA 05: Atos ilícitos. Responsabilidade Civil. Olá! A aula de hoje talvez VHMD� D� PDLV� ³WUDQTXLOD´� HQWUH� DV� TXH� foram apresentadas até aqui. É de boa aplicabilidade prática e de fácil assimilação. Ao analisar questões que se referem aos atos ilícitos e à responsabilidade civil tenha em mente a situação de inferioridade na qual é colocado aquele que sofre o dano (em relação àquele que o causa) e que esta situação será sempre levada em consideração pelo direito. Imagine as situações na prática, ficando clara esta ideia, você poderá acertar questões mesmo sem um domínio absoluto do assunto. Coragem. OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 82 Sumário - Atos Jurídicos Lícitos. ............................................................................................................................ 3 - Ato ilícito e o abuso de direito (art. 186 e 187). ................................................................................... 4 - Excludentes de ilicitude (art.188) ..................................................................................................... 8 - Da Responsabilidade Civil (arts. 927 a 954). ....................................................................................... 11 - A Culpa. ........................................................................................................................................... 13 - O risco e a teoria do risco. .............................................................................................................. 15 - Classificações da responsabilidade civil. ......................................................................................... 16 - O dano. ............................................................................................................................................ 17 - A responsabilidade civil e a reparação do dano. ............................................................................ 18 - O nexo causal. ................................................................................................................................. 20 - Os efeitos da responsabilidade civil quanto aos titulares da ação ressarcitória e quanto aos devedores da indenização. ............................................................................................................... 21 - A Coautoria e a Solidariedade. ....................................................................................................... 23 - Outras situações (arts. 939 e 940): ................................................................................................. 24 -A responsabilidade civil e sua relação com a esfera penal. ............................................................. 25 - QUESTÕES DA FCC COMENTADAS ...................................................................................................... 27 - LISTA DAS QUESTÕES APRESENTADAS E GABARITO. ......................................................................... 65 Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 82 A responsabilidade civil poderá ter origem em um ato que a princípio é lícito (como, por exemplo, a contratação de uma obrigação), mas que no seu inadimplemento (no seu não cumprimento) pode gerar a necessidade de indenizar. E a responsabilidade civil poderá se originar pela não observação de determinadas regras de convívio em sociedade. Portanto, a responsabilidade pode advir de um não cumprimento contratual ± diz responsabilidade civil ¹contratual ou negocial, ou poderá advir de um não respeito a regras de convívio em sociedade ± e, neste caso, diz responsabilidade civil ²extracontratual ou aquiliana. No Código Civil de 2002, a responsabilidade civil extracontratual ou aquiliana está baseada em dois dispositivos legais, quais sejam: o art. 186 ± que trata do ato ilícito, e o art. 187 ± que trata do abuso de direito. Passemos agora ao seu estudo mais detalhado! - Ato ilícito e o abuso de direito (art. 186 e 187). O ato ilícito, embora também decorra da vontade do agente, produz efeito jurídico involuntário, gera obrigação de reparar o dano. Conforme lição de Flávio Tartuce2: ³De início, o ato ilícito é o ato praticado em desacordo com a ordem jurídica, violando direitos e causando prejuízos a outrem. Diante da sua ocorrência, a norma jurídica cria o dever de reparar o dano, o que justifica o fato de ser o ato ilícito fonte do direito obrigacional. O ato ilícito é considerado um fato jurídico em sentido amplo, uma vez que produz efeitos jurídicos que não são desejados pelo DJHQWH��PDV�VRPHQWH�DTXHOHV�LPSRVWRV�SHOD�OHL´� Assim, estaremos no campo dos atos ilícitos se o agente, por ¹ação ou ²omissão voluntária, pratica ato contra o direito, com ou sem a intenção manifesta de prejudicar, no entanto ocasiona o prejuízo, ocasiona dano a outrem. Observe que para o Direito Civil existirá interesse no ato ilícito se houver dano a ser reparado (um dano a ser indenizado). 2 Manual de Direito Civil, vol. Único, ed. Método, 2ª ed., pg. 418. Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 82 Veja, então, que no art. 186 existem duas características marcantes: ¹A violação de direito e o ²dano a outrem. No artigo 187 aparece a figura do abuso de direito: Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Assim, o abuso de direito consiste em um ato jurídico de objeto lícito, mas cujo exercício não observa os limites que são impostos. Desta forma, o agente exercita um direito seu, mas exorbita seus limites e acaba por desviar-se dos fins sociais para os quais estava voltado este direito. O ato em si é lícito, mas perderá esta licitude (tornando-se ilícito) na medida de sua execução. Atente que este artigo não fala em culpa, pois para que se caracterize o abuso de direito basta que a pessoa seja titular de um direito e que, na utilização de suas prerrogativas, exceda os seus limites. Uma vez presentes os requisitos do art. 187, a responsabilidade será objetiva ± ou seja, independente de culpa. Os conceitos de responsabilidadeobjetiva (que independe de culpa) e de responsabilidade subjetiva (que depende da comprovação de culpa) são bastante importantes e você verá isso no decorrer desta aula. Neste sentido, temos o enunciado 37 da I Jornada de Direito Civil do Conselho Nacional de Justiça: ³Art. 187. A responsabilidade civil decorrente do abuso de direito independe de culpa, e fundamenta-se somente no critério objetivo-ILQDOtVWLFR´� O Código Civil de 2002 (como vimos acima no art. 187) considera o abuso de direito um ato ilícito, isto porque, extrapolar os limites de um direito em prejuízo de outra pessoa merece uma resposta, em virtude de consistir em violação a princípios de finalidade da lei. Aquele que transborda os limites aceitáveis de um direito, ocasionando prejuízo, deve indenizar. Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 82 A diferença básica entre os institutos vistos acima (ato ilícito e abuso de direito) é que no primeiro o ato já nasce ilícito e assim também serão suas consequências; já no segundo o ato nascerá lícito, mas será ilícito o exercício abusivo de suas prerrogativas. Ainda sobre o art. 187 temos o enunciado 413 da V Jornada de Direito Civil que reforça a orientação do atual código quanto ao princípio da sociabilidade, presente no mencionado artigo: ³2V� ERQV� FRVWXPHV� SUHYLVWRV� QR� DUW�� ���� GR� &&� SRVVXHP� QDWXUH]D� subjetiva, destinada ao controle da moralidade social de determinada época; e objetiva, para permitir a sindicância da violação dos negócios jurídicos em questões não abrangidas pela função social e pela boa-Ip�REMHWLYD´� - Excludentes de ilicitude (art.188) O artigo 188 do CC enumera casos de exclusão de ilicitude. São os atos lesivos que não são considerados ilícitos. Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em ¹legítima defesa ou no ²exercício regular de um direito reconhecido; II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover ³perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. Portanto não se esqueça, há três casos excepcionais que não constituem atos ilícitos apesar de causarem lesões aos direitos de outrem, isto ocorre porque a própria norma jurídica lhes retira a qualificação de ilícito. São eles: x A legítima defesa; x Exercício regular (ou normal) de um direito reconhecido; x Estado de necessidade (quando há perigo iminente). Vamos ver cada um deles! 1. A legítima defesa é considerada como excludente de responsabilidade civil, se com o uso moderado de meios necessários Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 82 alguém repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Observe que existe um ato que é praticado contra um agressor, mas os meios utilizados para esta defesa devem ser apenas aqueles estritamente necessários. A legítima defesa pode ser real ou, então, pode ser putativa. A legítima defesa putativa ocorre quando uma pessoa imagina estar sofrendo uma agressão, mas na realidade isso não está acontecendo. Nesta situação, se a pessoa tomar alguma atitude com a intenção de se defender deste perigo imaginável, caberá indenização para o prejudicado. Como também caberá indenização se houver excessos na defesa. Assim, para que ocorra a legítima defesa é preciso: ¾ Que a ameaça ou a agressão ao direito seja atual ou iminente; ¾ Que seja injusta; ¾ Que os meios utilizados na repulsa sejam moderados, isto é, não vão além do necessário para a defesa; ¾ Que a defesa seja de direito. 2. O exercício regular ou normal de um direito reconhecido exclui qualquer responsabilidade pelo prejuízo, por não ser um procedimento que fere ao direito. Parte-se do princípio que quem usa de um direito seu não causa dano a ninguém. Como exemplos podemos citar a pessoa que executa uma construção nos parâmetros permitidos por lei em determinado terreno, mas que acaba por prejudicar o imóvel vizinho, ocultando a sua visão ou recepção solar. Mas cuidado! Conforme já explicado anteriormente, se houver abuso do direito será configurado ato ilícito. 3. O estado de necessidade é a situação encontrada no inciso II: ... II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover ³perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 82 O estado de necessidade consiste na ofensa do direito alheio (deterioração ou destruição de coisa pertencente a outrem ou lesão a uma pessoa) para remover perigo iminente, quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário e quando não exceder os limites do indispensável para a remoção do perigo. Assim, por exemplo, age em estado de necessidade quem destrói a propriedade alheia para salvar vida de alguém. Para que se configure o estado de necessidade, exige-se: ¾ Perigo atual que ameace um bem jurídico, não provocado voluntariamente pelo agente; ¾ Prejuízo indispensável para evitar o dano iminente; ¾ Limitação do prejuízo ao necessário para a sua remoção; ¾ Proporção maior do dano evitado em relação ao dano infligido. Embora a lei declare que a o estado de necessidade (inciso II do art. 188) e a legítima defesa (art. 188, inciso I) não tipificam um ato ilícito, em determinados casos, sujeitam o autor do dano à reparação. É o que encontraremos nos arts. 929 e 930: Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram. Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 188, inciso I). Portanto, se a pessoa lesada, ou dono da coisa destruída ou deteriorada não forem culpados do perigo, estes terão direito a indenização e o autor do dano será responsável pela reparação, ficando, contudo, com ação regressiva contra seu causador. ³)LFRX�FRPSOLFDGR��9RFrV�SRGHP�HVFODUHFHU�PHOKRU�LVWR"´ Sim. Observe que nas hipóteses dos arts. 929 e 930 existem terceiros envolvidos. Ocorre mais ou menos o seguinte: ¹Paulo lesa ²José, mas em virtude de causa provocada por ³Mário (causador do perigo). Nesta situação, ²José, não é o culpado pelo perigo Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 82 e fará jus a indenização paga por ¹Paulo que lhe causou dano. ¹Paulo, por sua vez, terá direito de ação (regressiva) contra ³Mário (o verdadeiro culpado pelo perigo). Observeque não há como não associarmos o assunto Atos ilícitos (arts. 186 a 188) com a Responsabilidade Civil (arts. 927 a 954). Pois o dano, principal efeito dos atos ilícito, gera a obrigação de reparação, a responsabilização civil. - Da Responsabilidade Civil (arts. 927 a 954). Para que uma pessoa seja responsabilizada civilmente e assim surja o dever de indenizar, três5 são os pressupostos6 que devem estar presentes, quais sejam: a) Fato lesivo voluntário ou conduta humana, causado pelo agente por ação ou omissão, que ocasione dano a outrem, ainda que exclusivamente moral. Normalmente ocorre uma ação positiva ± ou seja, o sujeito pratica uma ação que ocasionará o dano. Já a omissão é mais trabalhosa para ser comprovada, uma vez que se precisa provar que existia um dever de agir e também que se tivesse ocorrido esta ação, o dano não se teria concretizado. O fato poderá estar relacionado tanto a ato próprio como a ato de terceiro e que esteja sob a guarda da pessoa. b) Ocorrência de um dano, seja ele ¹patrimonial (material) ou ²moral (extrapatrimonial). Não pode haver responsabilidade civil sem a existência de um dano, é também necessário que exista prova, real e concreta, desta lesão. c) Nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do agente. É uma ligação virtual entre a ação e o dano resultante. A causa do dano deve ser o comportamento do agente. Este nexo ficará afastado, excluindo a responsabilidade, por exemplo, se o 5 Existe divergência entre os doutrinadores sobre quais são os pressupostos do dever de indenizar. Alguns acrescentam aos três ± a conduta, o nexo e o dano - a culpa genérica ou lato sensu. Nós optamos por explicar a culpa em separado, por uma questão didática, mas vale o esclarecimento. 6 Vocês também poderão encontrar estes pressupostos como elementos da responsabilidade civil. Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 82 - A Culpa. Conforme já explicamos, a culpabilidade no campo do direito civil envolve ¹a culpa stricto sensu (ou aquiliana) e ²o dolo. Não há de se confundir os conceitos de dolo e de culpa que são bastante distintos, mas as consequências, no que diz respeito às indenizações civis, serão as mesmas. A indenização baseia-se no dano sofrido, no entanto a culpa poderá ser analisada. Veja o que dizem os artigos 944 e 945: Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. No artigo 945 aparece a figura da culpa concorrente, que trará a diminuição dos efeitos do ato ilícito como consequência. ³(�R�TXH�YHP�D�VHU�D�FXOSD�FRQFRUUHQWH"´ A concorrência de culpas se dá quando tanto o agente quanto a vítima agem com culpa. A culpa da vítima acaba por diminuir a culpa do agente. Portanto, quando a vítima também concorreu para o evento danoso, com sua própria conduta, é comum a indenização ser concedida pela metade ou em fração diversa, dependendo da contribuição da vítima. Pois como ambas as partes cooperaram para o evento, não seria justo que uma só respondesse pelos prejuízos. Mas atenção! Quando ocorre culpa exclusiva da vítima não há de se falar em indenização, porque, aqui, a outra parte não contribuiu para o evento danoso. Quando se tem a culpa como elemento necessário para a caracterização do dever de indenizar, estaremos diante da responsabilidade subjetiva ± esta depende da culpa do agente causador do dano. Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 82 Art. 5º... ... V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; ... X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; - A responsabilidade civil e a reparação do dano. Como você já pode perceber, a responsabilidade civil constitui uma relação obrigacional que tem por objeto a prestação de ressarcimento, ou seja, a reparação do dano procurando, na medida do possível, desfazer seus efeitos, restituindo o prejudicado ao status quo ante. Portanto a função da responsabilidade é servir como sanção civil, punindo o lesante e desestimulando a pratica de atos lesivos, mas é também, principalmente, a garantia ao direito do lesado, tendo natureza compensatória, mediante a reparação do dano causado a vítima. A obrigação de ressarcir o prejuízo causado pode originar-se: 1. Inexecução contratual, pois se origina de responsabilidade contratual, o não cumprimento da obrigação, seja total ou parcial, bem como nos casos de retardamento de seu cumprimento. 2. A Lesão a direito subjetivo ocorre sem que preexista entre o lesado e lesante qualquer relação jurídica. Nesta responsabilidade extracontratual aparecerão, por exemplo, os casos de ¹responsabilidade por fato de terceiro, ²de animais e ³de coisas, que configuram a responsabilidade indireta. Vamos dar uma olhada em alguns artigos do Código Civil onde temos a possibilidade da responsabilidade indireta: Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação. Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 82 ... Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta. Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. O princípio que rege a profundidade de alcance da responsabilidade, até onde ela atingirá o patrimônio da pessoa que deve indenizar, é o princípio da responsabilidade patrimonial. Ou seja, a pessoa deverá responder com seu patrimônio pelos prejuízos causados a terceiros. A responsabilidade deverá ser total, cobrindo o dano em todos os seus aspectos, de modo que todos os bens do devedor, com exceção dos inalienáveis, respondam pelo ressarcimento. Além disso, a obrigação de prestar a reparação transmite-se com a herança e o lesado poderá demandar o espólio até onde este alcançar o saldo positivo deixado pelo de cujus aos seus sucessores. ³2�TXH�LVWR�TXHU�GL]HU"´ Quer dizer que os herdeiros responderão até os montantes deixados como herança. Os herdeiros não responderão com seu patrimônio pessoal. Continuando! Em tese, apenas o lesado ou seus herdeiros teriam legitimação para exigir a indenização do prejuízo, porém, atualmente, se tem admitido que a indenização possa ser reclamada pelos que viviam sob a dependênciaeconômica da vítima. Havendo direito à reparação do dano, surge à liquidação, que é a operação de vai concretizar a indenização, fixando o quanto e o modo do ressarcimento. Este ressarcimento não poderá exceder o valor do dano causado por não se permitir enriquecimento indevido. Ao credor se deve dar aquilo que baste para restaurar a situação ao status quo ante, sem acréscimos nem reduções. Para se chegar ao quantum devido, de acordo com os arts. 944 e 945 deverá o magistrado analisar o grau de culpa do lesante e se houve participação (culpa) do lesado: Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 82 Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. O juiz deverá analisar também: x A situação da vítima e do causador do dano; x A influência de acontecimentos exteriores ao fato prejudicial (visto que a responsabilidade civil requer nexo de causalidade entre o dano e a ação que o produziu); x A possibilidade de lucro obtido pela vítima com a reparação do dano. - O nexo causal. O nexo causal vem a ser o vínculo entre o prejuízo sofrido e a ação. Para caracterizar este nexo, basta que se verifique que o dano11 não ocorreria se o fato não tivesse acontecido. Você precisa tomar cuidado com a negação da causalidade, as excludentes de responsabilidade. As principais excludentes de responsabilidade civil são: o estado de necessidade; a legítima defesa (já vistos quando analisamos os excludentes de ilicitude do art. 188); a culpa da vítima; o fato de terceiro; o caso fortuito ou força maior12 e a clausula de não indenizar. Todos os casos de excludentes de responsabilidade deverão ser devidamente analisados e comprovados, porque sua comprovação deixa o lesado sem a composição do dano sofrido. 11 O dano poderá ter um efeito indireto, como por exemplo, quando uma pessoa quebra a vitrine de uma loja, e por causa desta atitude objetos são furtados da loja. Terá que indenizar o vidro e também os objetos que foram furtados, por ser dano indireto, embora efeito necessário da ação de quebrar a vitrine. 12 Se o evento danoso foi resultado de caso fortuito ou força maior, deixa de existir o elemento culpa, deixando de existir a responsabilidade. Neste caso, existem dois elementos: um de ordem interna ± que é a inevitabilidade do evento, e outro de ordem externa ± que é a ausência de culpa do agente. A alegação de caso fortuito ou força maior cabe ao réu, ou a pessoa que está sendo acusada de ter cometido o ato. Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 82 - Os efeitos da responsabilidade civil quanto aos titulares da ação ressarcitória e quanto aos devedores da indenização. Titulares da ação ressarcitória: No momento da consumação do fato lesivo surge para o lesado a pretensão de indenização, mas seu direito de crédito apenas se concretiza com a decisão judicial. Além disso, tal direito transmite-se com a herança. Assim temos o art. 943: Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem- se com a herança. O direito de ressarcimento do dano atinge a todos os efetivamente experimentarem o prejuízo. As pessoas jurídicas, públicas ou privadas, poderão propor ação fundada em dano material e em dano moral objetivo. Devedores da indenização: Como vimos o dano é pressuposto da responsabilidade civil e terá obrigação de repara-lo aquele para qual a lei impôs tal responsabilidade. Em regra, a obrigação de reparar o dano será individual, mas nem sempre vai ser direta (como já vimos nas espécies de responsabilidade), será indireta, por exemplo, quando a pessoa responder por fato de outrem, por animais ou coisas sob sua guarda. A responsabilidade direta e a responsabilidade indireta: A responsabilidade direta, simples ou por fato próprio - é a que decorre de um fato pessoal do causador do dano, resultando, portanto, de uma ação direta de uma pessoa ligada à violação ao direito ou ao prejuízo ao patrimônio, por ato culposo ou doloso. A responsabilidade complexa ou indireta - é aquela que só poderá ser vinculada indiretamente ao responsável. Compreende: A ¹responsabilidade por fato de terceiro; a ²responsabilidade pelo fato do animal; e a ³responsabilidade pelo fato da coisa. Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 82 ¹Responsabilidade por fato de terceiro, art. 932: O artigo 932 é muito importante para fins de prova - Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. O fato de terceiro não exclui a responsabilidade, mas aquele que ressarcir o dano causado por outrem, se este não for seu descendente, absoluta ou relativamente incapaz, poderá reaver o que pagou. Com relação a responsabilidade civil dos incapazes e a reparação do dano há outro artigo no código: Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis ¹não tiverem obrigação de fazê-lo ou ²não dispuserem de meios suficientes. Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. E também o Enunciado nº 41 da I Jornada de Direito Civil: ³41 ± Art. 928: a única hipótese em que poderá haver responsabilidade solidária do menor de 18 anos com seus pais é ter sido emancipado nos termos do art. 5º, parágrafo único, inc. I, do novo Código Civil´. ²Responsabilidade pelo fato do animal, caso do art. 936: Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 82 inteiro. Este direito de reembolso ou direito de regresso está autorizado nos arts. 930 e 934: Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido ao lesado. Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se causouo dano (art. 188, inciso I). ... Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz. - Outras situações (arts. 939 e 940): - A responsabilidade do demandante por dívida não vencida está no art. 939: Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro. Estamos falando de excesso de pedido, onde o autor, movendo ação de cobrança de dívida, pede mais do que aquilo a que faz jus. Por este motivo, o demandante de má-fé deverá esperar o tempo que falta para o vencimento, descontar os juros correspondentes e pagar as custas em dobro. Se agiu de boa-fé, deverá pagar tão somente as custas vencidas na ação de cobrança, de que decairá, por ser intempestiva. - A responsabilidade por dívida já solvida rege-se pelo art. 940: Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição. Este artigo trata do excesso de pedido, e tem por finalidade impedir que se exija uma segunda vez, dívida que já foi paga no todo ou em parte. Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 82 Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando o autor desistir da ação antes de contestada a lide, salvo ao réu o direito de haver indenização por algum prejuízo que prove ter sofrido. Portanto, se o credor desistir da ação, antes da outra parte ter respondido, não se aplicarão as penas previstas, salvo se o réu (devedor) tiver tido algum prejuízo por conta da ação. -A responsabilidade civil e sua relação com a esfera penal. Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. Trata-se do princípio da independência relativa da responsabilidade civil em relação à criminal. O indivíduo poderá não ser penalmente responsabilizado e, no entanto, ser obrigado a reparar o dano civil ou, vendo por outra ótica, a pessoa poderá ser civilmente responsável, sem ter que prestar contas de seu ato na esfera criminal. No entanto, ainda conforme art. 935, no que diz respeito à existência do fato ou de quem seja o seu autor, se estas questões já estiverem decididas na esfera criminal, não se pode mais questioná-las na esfera civil. Assim, podemos definir a responsabilidade civil como a aplicação de medidas que obriguem alguém a reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiro em razão de: ato próprio; ato de pessoa por quem ele responde; ou de fato decorrente de coisa ou animal sob sua guarda; ou, ainda, de simples imposição legal. Outro assunto que, por vezes, é pedido em provas é a responsabilidade civil relacionada aos contratos de transporte, tal temática é encontrada nos artigos abaixo (A cobrança deste assunto, quando ocorre, tende a literalidade da lei. Se você tiver dúvidas com relação a algo, por favor, entre em contato conosco): Art. 733. Nos contratos de transporte cumulativo, cada transportador se obriga a cumprir o contrato relativamente ao respectivo percurso, respondendo pelos danos nele causados a pessoas e coisas. Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 82 § 1o O dano, resultante do atraso ou da interrupção da viagem, será determinado em razão da totalidade do percurso. § 2o Se houver substituição de algum dos transportadores no decorrer do percurso, a responsabilidade solidária estender-se-á ao substituto. Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade. Parágrafo único. É lícito ao transportador exigir a declaração do valor da bagagem a fim de fixar o limite da indenização. Art. 735. A responsabilidade contratual do transportador por acidente com o passageiro não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva. Art. 736. Não se subordina às normas do contrato de transporte o feito gratuitamente, por amizade ou cortesia. Parágrafo único. Não se considera gratuito o transporte quando, embora feito sem remuneração, o transportador auferir vantagens indiretas. Chegamos ao final de mais uma aula, e mais uma vez reiteramos o pedido de que façam todas as questões propostas, e caso fiquem em dúvida entrem em contato através do fórum. Até a próxima. Aline & Jacson Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 82 - QUESTÕES DA FCC COMENTADAS 1. FCC 2014/TRT 19ª Região (AL)/Analista Judiciário. A fim de justificar o alto preço de imóvel, João afirma a José que o terreno possui linda vista para o mar. Convencido por tal argumento, José compra o imóvel, pagando o preço pedido por João. Cerca de ano e meio depois, embora sem o objetivo de prejudicar José, e não obstante não tivesse tal intenção quando realizou a venda, João adquire o terreno da frente e edifica prédio que retira de José a vista para o mar. João cometeu ato a) Lícito, pois não teve o objetivo de prejudicar José. b) Ilícito, pois, ao quebrar a expectativa que havia incutido em José, ofendeu os limites impostos pela boa-fé objetiva. c) Ilícito, pois a lei proíbe que o vendedor construa nas proximidades do imóvel alienado pelo prazo de 5 anos. d) Lícito, pois está amparado pelo direito de propriedade. e) Lícito, pois não tinha intenção de comprar o terreno da frente quando da realização da venda. Comentário: O abuso de direito consiste em um ato jurídico de objeto lícito, mas cujo exercício não observa os limites que são impostos. Desta forma, o agente exercita um direito seu, mas exorbita seus limites e acaba por desviar-se dos fins sociais para os quais estava voltado este direito. O ato em si é lícito, mas perderá esta licitude (tornando-se ilícito) na medida de sua execução. Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Além do mais temos os seguintes Enunciados do STJ : 362 ± Art. 422. A vedação do comportamento contraditório (venire contra factum proprium) funda-se na proteção da confiança, tal como se extrai dos arts. 187 e 422 do Código Civil. 363 ± Art. 422. Os princípios da probidade e da confiança são de ordem pública, estando a parte lesada somente obrigada a demonstrar a existência da violação. Gabarito letra B. Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. AlineSantiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 82 2. FCC 2014/TJ-CE/Juiz. Entre os poderes do juiz, ao fixar a indenização por responsabilidade civil extracontratual, acha-se o de a) Impor a pessoa incapaz, qualquer que seja a sua situação econômica ou financeira, condenação a indenizar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. b) Desconsiderar, em qualquer hipótese, a sentença absolutória proferida no Juízo criminal. c) Desconsiderar a circunstância de a vítima ter concorrido culposamente para o evento danoso. d) Reduzir, equitativamente, a indenização, se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano produzido. e) Reconhecer a responsabilidade objetiva do causador do dano discricionariamente, segundo as circunstâncias do evento danoso. Comentário: $OWHUQDWLYD�³D´�± errada. Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis ¹não tiverem obrigação de fazê-lo ou ²não dispuserem de meios suficientes. Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. $OWHUQDWLYD�³E´�± errada. Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a ¹existência do fato, ou ²sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. Alternativa ³F´�± errada. Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. $OWHUQDWLYD�³G´�± correta. Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. $OWHUQDWLYD�³H´�± errada. O juiz não reconhecerá a responsabilidade objetiva de modo discricionário, mas sim, de acordo com a Lei, mais precisamente com o art. 932. Gabarito letra D. Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 82 3. FCC 2014/TJ-AP/Juiz. O empregador responde civilmente pelos atos praticados por seus empregados no exercício dos trabalhos que lhes competir, a) Mesmo que o empregado tenha sido absolvido em processo criminal, no qual tenha ficado provado não ser ele o autor do ato ilícito. b) Apenas se tiver sido negligente na escolha do empregado ou sobre ele não exerceu vigilância. c) Ainda que não tenha agido com culpa, na escolha ou na vigilância do empregado. d) Em qualquer circunstância, porque a responsabilidade civil do patrão é sempre objetiva. e) Somente se o empregado for condenado em processo criminal. Comentário: Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. Desta forma, o empregador responde civilmente pelos atos praticados por seus empregados no exercício dos trabalhos que lhes competir, ainda que não tenha agido com culpa, na escolha ou na vigilância do empregado. Gabarito letra C. 4. FCC 2014/TRT 18ª Região (GO)/Juiz. Embora preso em canil que respeitou todas as normas técnicas de construção, Átila, cão da raça pastor alemão, pertencente a Cássio, consegue pulá-lo e morde gravemente o vizinho, Fábio, que na ocasião conversava com Cássio no quintal do imóvel, ao lado do canil. Nessas circunstâncias, a) Cássio é responsável objetivo pelas lesões causadas, pelo só fato da coisa, inexistentes causas excludentes na hipótese formulada. b) Nenhuma responsabilidade aquiliana cabe a Cássio, haja vista culpa exclusiva da vítima, Fábio, consistente em estar ao lado do canil por ocasião dos fatos. c) A responsabilidade de Cássio e Fábio é de igual intensidade, caracterizada culpa concorrente de Fábio por estar ao lado do canil quando dos fatos. Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 82 d) Nenhuma responsabilidade cabe a Cássio, que agiu diligentemente, sem culpa, ao construir o canil de acordo com as normas técnicas pertinentes. e) Nenhuma responsabilidade cabe a Cássio, já que o ocorrido equiparou-se a caso fortuito ou força maior, tendo em vista o canil ter sido construído de modo adequado. Comentário: Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. E também Enunciado nº 452 da V Jornada de Direito Civil: 452 ± Art. 936: A responsabilidade civil do dono ou detentor de animal é objetiva, admitindo-se a excludente do fato exclusivo de terceiro. Gabarito letra A. 5. FCC 2014/TRT 2ª Região (SP)/Analista Judiciário. No jornal da &DSLWDO� �6HPDQiULR� GD� =RQD� /HVWH´�� IRUDP� SXEOLFDGDs em editorial denúncias graves contra o restaurante �$OKR�H�ÏOHR´��Dfirmando sua falta de condições sanitárias, em razão das quais seu movimento de clientes caiu por volta de 50%. Meses mais tarde, prova-se que as denúncias eram falsas, mas parte da clientela jamais retornou. Nessas circunstâncias, poderá o advogado do restaurante, ao acionar o jornal, a) Pleitear apenas danos materiais, pois os danos morais são cabíveis exclusivamente às pessoas naturais ou físicas, inexistindo atributos da personalidade às pessoas jurídicas nesse sentido. b) Pleitear tanto danos materiais, pelo que o restaurante deixou de lucrar, como danos morais, pois pessoas jurídicas também possuem atributos da personalidade e, no caso, foi lesada sua honra objetiva. c) Pleitear apenas danos morais, pela lesão à honra objetiva da pessoa jurídica, que, no caso, englobam os danos materiais, não podendo ser cumulados. d) Pleitear danos materiais por lucros cessantes e por danos emergentes, bem como danos morais por lesão à honra objetiva e subjetiva da pessoa jurídica. e) Nada poderá fazer, judicialmente, pois o direito de crítica jornalística é amplo, não respondendo o jornal pela falsidade posteriormente verificada da notícia que fez veicular, ainda que em editorial que explicite seu posicionamento sobre a matéria. Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 82 Comentário: Lembre-se da Súmula 227, que diz: ³D�SHVVRD�MXUtGLFD�SRGH�VRIUHU�GDQR�PRUDO´ Porém, atente que o dano moral será objetivo, relativo a atributos sujeitos à valoração extrapatrimonial da sociedade, como o bom nome, por exemplo. Gabarito letra B. 6. FCC 2014/TRT 2ª Região (SP)/Analista Judiciário. Carlinhos, de quatorze anos de idade, para vingar-se de uma surra que levou do irmão de Caio, de apenas seis anos, bate neste até machucá-lo gravemente. Caio é hospitalizado e, ao fim da internação, os gastos montam R$ 10.000,00, suportados por seus pais, que querem agora ser indenizados do que despenderam. Considerando que Carlinhos vive com seus pais, o advogado dos pais deCaio a) Poderá propor ação somente contra Carlinhos, pois o ato envolveu dois menores, absolutamente incapazes, sem qualquer envolvimento dos pais de Caio ou de Carlinhos. b) Poderá propor ação somente contra os pais de Carlinhos, pois este, sendo absolutamente incapaz, não responde judicialmente por seus atos. c) Poderá propor ação tanto contra os pais de Carlinhos como contra ele próprio, direta e solidariamente, sem restrições quanto à responsabilidade patrimonial de ambos, dada a natureza do ilícito cometido. d) Poderá propor ação tanto contra os pais de Carlinhos como contra o próprio Carlinhos, que apesar de ser absolutamente incapaz responderá equitativamente com seu próprio patrimônio se os recursos de seus pais não forem suficientes, só não podendo ser privado do necessário, a si ou às pessoas que dele dependem. e) Não terá como propor ação indenizatória alguma contra Carlinhos ou contra seus pais, já que, sendo Carlinhos absolutamente incapaz, a questão resolvesse, exclusivamente, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, sem implicações indenizatórias civis. Comentário: Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 82 Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis ¹não tiverem obrigação de fazê-lo ou ²não dispuserem de meios suficientes. Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. Gabarito letra D. 7. FCC 2014/SABESP/Advogado. Responde objetivamente, em regra, a) O partido político, por quaisquer atos de seus agentes ou representantes. b) O prestador de serviços, independentemente da natureza do serviço prestado. c) Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral. d) O Município, pelos danos que seus agentes causarem a terceiros no exercício da respectiva função pública. e) O agente público que, em serviço ou fora dele, causar dano a particulares, mesmo que o dano não tenha ocorrido no exercício de sua função. Comentário: A responsabilidade do Estado é OBJETIVA fundada na Teoria do Risco, assim, em regra, o Município responderá objetivamente, pelos danos que seus agentes causarem a terceiros no exercício da respectiva função pública. Gabarito letra D. 8. FCC 2014/Pref. De Cuiabá/Procurador. Aracy hospedou-se no Hotel Bela Vista e levou consigo um poodle aparentemente inofensivo. Este, porém, fugiu do quarto de Aracy, por descuido dela, e atacou os pés de Ana Tereza, causando-lhe rompimento de tendão. Ana Tereza poderá pedir indenização contra a) Aracy, que responde objetivamente pelos danos causados pelo animal, e contra o Hotel Bela Vista, que responde subjetivamente por seus hóspedes. b) Aracy, que responde objetivamente pelos danos causados pelo animal, e contra o Hotel Bela Vista, que responde objetivamente por seus hóspedes Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 82 c) Aracy, que responde subjetivamente pelos danos causados pelo animal, mas não contra o Hotel Bela Vista, que não teve culpa pelo incidente. d) O Hotel Bela Vista, apenas, por se tratar de relação de consumo. e) Aracy, que responde objetivamente pelos danos causados pelo animal, mas não contra o Hotel Bela Vista, que não teve culpa pelo incidente. Comentário: Tanto a responsabilidade de Aracy quanto a do Hotel será objetiva, de acordo com o arts. 932, IV; 933 e 936 do CC/2002. Gabarito letra B. 9. FCC 2014/TRF 3ª Região/Técnico Judiciário ± área administrativa. Considere as seguintes situações hipotéticas: I. Mario, dezessete anos de idade, escondido de seu pai, Golias, pegou a chave do carro da família e atropelou Xisto. II. Fabiana, dezesseis anos de idade, com a permissão de sua mãe, Maria, que lhe entregou as chaves do veículo da família, dirigiu alcoolizada e colidiu o referido veículo com a moto de Fabrício. III. Carlos é dono do rHVWDXUDQWH�³&&´��6HX�HPSUHJDGR��Matias, derrubou um prato na cliente, Fátima, ferindo-a. IV. Diogo é dono do KRWHO�³$$´��1HVWD�PDGUXJDGD�XP�hóspede enfurecido atirou pela janela do quarto, no qual estava hospedado, vasos, um abajur e um lustre, ferindo Simone, uma transeunte. De acordo com o Código Civil brasileiro, responderão pelos atos praticados pelos terceiros mencionados nas situações hipotéticas, a) Golias, Maria e Carlos, apenas. b) Maria, Carlos e Diogo, apenas. c) Maria e Diogo, apenas. d) Golias, Maria, Carlos e Diogo. e) Carlos e Diogo, apenas. Comentário: Todos os casos descritos na questão se enquadram no art. 932: Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 82 I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. Gabarito letra D. 10. FCC 2013/TJ-PE/Juiz. O abuso de direito acarreta a) Apenas a ineficácia dos atos praticados e considerados abusivos pela parte prejudicada, independentemente de decisão judicial. b) Indenização a favor daquele que sofrer prejuízo em razão dele. c) Consequências jurídicas apenas se decorrente de coação, ou de negócio fraudulento ou simulado. d) Somente a ineficácia dos atos praticados e considerados abusivos pelo juiz. e) Indenização apenas em hipóteses previstas expressamente em lei. Comentário: No artigo 187 aparece a figura do abuso de direito: Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. Assim, o abuso de direito consiste em um ato jurídico de objeto lícito, mas cujo exercício não observa os limites que são impostos. Desta forma, o agente exercita um direito seu, mas exorbita seus limites e acaba por desviar-se dos fins sociais para os quais estava voltado este direito. Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 82 O ato em si é lícito, mas perderá esta licitude (tornando-se ilícito) na medida de sua execução. Uma vez presentesos requisitos do art. 187, a responsabilidade será objetiva ± ou seja, independente de culpa. Portanto o abuso de direito acarreta indenização a favor daquele que sofrer prejuízo em razão dele. Gabarito letra B. 11. FCC 2013/TJ-PE/Serviços Notariais e de Registro. No tocante à responsabilidade civil, é correto afirmar: a) O dono de edifício ou construção responde objetiva e automaticamente pelos danos que resultem de sua ruína, independentemente de aferição de culpa ou nexo causal. b) Profissionais liberais respondem subjetivamente como regra geral, na prestação de seus serviços, respondendo objetivamente nas relações de consumo. c) É absoluta a regra de que a indenização mede-se tão só pela extensão do dano. d) O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, desde que a vítima comprove a culpa daquele na guarda do animal. e) Ressalvados casos previstos em leis especiais, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação. Comentário: $OWHUQDWLYD�³D´�HUUDGD� Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta. $OWHUQDWLYD�³E´�HUUDGD� Esta alternativa está errada porque os profissionais liberais mesmo nas relações de consumo responderão subjetivamente na prestação de seus serviços. $OWHUQDWLYD�³F´�HUUDGD� Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 82 $OWHUQDWLYD�³G´�HUUDGD� Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. $OWHUQDWLYD�³H´�FRUUHWD� Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação. Gabarito letra E. 12. FCC 2013/TCE-SP/Auditor. De acordo com o Código Civil, NÃO constitui ilícito o ato a) Legal, porém abusivo. b) Culposo, mas não danoso. c) Praticado no exercício irregular de um direito reconhecido. d) Contrário aos bons costumes. e) Ilegal e danoso. Comentário: Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo. Deste modo não constitui ato ilícito o ato culposo mas não danoso. Gabarito letra B. 13. FCC 2013/TJ-PE/Serviços Notariais e de Registro. Em relação à responsabilidade civil do incapaz, é correto afirmar que a) Como a obrigação de indenizar depende de ação ou omissão voluntária do agente, e o incapaz não possui o discernimento necessário, não será ele responsabilizado em nenhuma hipótese. b) É subsidiária e mitigada, só tendo lugar se os seus responsáveis legais não tiverem obrigação de indenizar, no caso concreto, ou não dispuserem de meios suficientes. A indenização então fixada será Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 82 equitativa e não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependam. c) O incapaz sempre é responsável direto e solidário com seus representantes legais, pois o direito civil atual leva em conta preponderantemente a figura da vítima e não a do causador do dano, mostrando-se irrelevante se possui ele ou não discernimento suficiente quanto à ilicitude de sua conduta. d) Apenas o relativamente incapaz será responsabilizado, de modo solidário com seus representantes legais mas com a fixação do montante indenizatório obedecendo à equidade. e) Tanto o absoluta como o relativamente incapaz serão responsabilizados, subsidiariamente em relação a seus responsáveis legais mas sem limitação quanto ao montante indenizatório devido. Comentário: $OWHUQDWLYD�³D´�HUUDGD� Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis ¹não tiverem obrigação de fazê-lo ou ²não dispuserem de meios suficientes. Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. $OWHUQDWLYD�³E´�FRUUHWD� A responsabilidade do incapaz é subsidiária e mitigada de acordo com o art. 928 visto acima. $OWHUQDWLYD�³F´�HUUDGD� Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis ¹não tiverem obrigação de fazê-lo ou ²não dispuserem de meios suficientes. $OWHUQDWLYD�³G´�HUUDGD� O artigo que dispõe sobre o tema ± art. 928 não fala em relativamente incapaz, usa somente a palavra incapaz. $OWHUQDWLYD�³H´�HUUDGD� Art. 928. Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. Gabarito letra B. 14. FCC 2013/DPE-AM/Defensor. Para responder a questão considere o caso abaixo. Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 82 Menor de 17 anos, por culpa, lesiona pessoa capaz, causando danos materiais. Reside com o pai e é órfão de mãe. Considerando que o menor não é emancipado, o pai a) Não responderá pelos prejuízos se o filho dispuser de meios suficientes. b) Responderá direta e objetivamente pelos prejuízos que o filho houver causado. c) Responderá direta e subjetivamente pelos prejuízos que o filho houver causado. d) Responderá subsidiária e objetivamente pelos prejuízos que o filho houver causado. e) Responderá subsidiária e subjetivamente pelos prejuízos que o filho houver causado. Comentário: Atente que está questão é diferente da anterior. Aqui a banca está perguntando da responsabilidade do pai, que de acordo com o art. 932 será objetiva (independente de culpa). Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; Gabarito letra B. 15. FCC 2012/TRT 4ª Região/Juiz. Ao arbitrar indenização decorrente de responsabilidade civil, a) No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações, na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, a serem pagos até a morte dos alimentados. b) Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, o juiz poderá reduzir o valor da indenização. c) No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucroscessantes, até ao fim da convalescença, excluídos os demais prejuízos que tenha sofrido. d) O grau de culpa jamais interfere no valor da indenização. e) Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 82 se inabilitou, a qual deverá, necessariamente, ser paga mensal e periodicamente. Comentário: $OWHUQDWLYD�³D´�HVWi�HUUDGD. Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima. $OWHUQDWLYD�³E´�HVWi�FRUUHWD. Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. $OWHUQDWLYD�³F´�HVWi�HUUDGD. Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido. $OWHUQDWLYD�³G´�HVWi�HUUDGD. Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. $OWHUQDWLYD�³H´�HVWi�HUUDGD. Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez. Gabarito letra B. 16. FCC 2012/TRT 6ª Região/Técnico. Sendo o patrão responsável pela reparação civil dos danos causados culposamente por seus empregados no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele, a) É obrigado a indenizar ainda que o patrão não tenha culpa. b) Só será obrigado a indenizar se o patrão também tiver culpa. c) Não será obrigado a indenizar, se o empregado for absolvido pelo esmo ato, em processo criminal, por insuficiência de prova. Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 82 d) Só será obrigado a indenizar se o ato também constituir crime e se o empregado for condenado no processo criminal. e) A obrigação de indenizar é subsidiária à do empregado que causou o dano. Comentário: Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. Gabarito letra A. 17. FCC 2012/TJ-PE/Técnico. Considere: I. Os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia. II. O empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele. III. Os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos. IV. Os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, pela totalidade da quantia ilícita resultante da conduta do meliante. Segundo o Código Civil brasileiro, são responsáveis pela reparação civil, ainda que não haja culpa de sua parte, pelos atos praticados pelos terceiros acima referidos, as pessoas indicadas APENAS em a) I e II. b) I, II e III. c) II e III. d) II, III e IV. e) I e IV. Comentário: Observe os artigos: Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 82 I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. Deste modo, são responsáveis pela reparação civil, ainda que não haja culpa de sua parte, pelos atos praticados pelos terceiros acima referidos, as pessoas indicadas nas afirmações I, II e III. Gabarito letra B. 18. FCC 2012/TJ-PE/Técnico. Artur mora sozinho em um edifício residencial com vinte unidades. Seu apartamento possui grades nas janelas e terraço envidraçado. Ontem, ele foi trabalhar, permanecendo no apartamento apenas sua empregada doméstica diarista. Quando retornou do trabalho, sua rua estava interditada tendo em vista que havia sido lançado um vaso de flores de uma das janelas do edifício em que ele reside, acarretando a morte de um pedestre. Artur, preocupado com o ocorrido, consultou sua advogada e foi corretamente informado de que ele a) Não possui responsabilidade civil, uma vez que, conforme previsto na lei, o envidraçamento de seu terraço é fato excludente de responsabilidade. b) Só possui responsabilidade civil pelo ocorrido se tiver concorrido culposamente para a ocorrência do evento. c) Não possui responsabilidade civil, tendo em vista que a sua ausência do local dos acontecimentos exclui por si só a sua responsabilidade. d) Possui responsabilidade civil pelo acontecimento apenas se for comprovado que na sua unidade habitacional estava presente sua empregada doméstica na hora em que ocorreram os fatos. e) Possui responsabilidade civil pelo acontecido independentemente da existência de culpa de sua parte. Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 82 Comentário: Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele; Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. Gabaritoletra E. 19. FCC 2012/TRT 11ª Região/ Analista. De acordo com o Código Civil brasileiro, no caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações, no pagamento a) Das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família, bem como na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando- se em conta a duração provável da vida da vítima. b) Apenas das despesas com o tratamento da vítima, bem como na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando- se em conta a duração provável da vida da vítima. c) Das despesas com seu funeral e o luto da família, bem como na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, pelo período máximo de dois anos. d) Das despesas com seu funeral e o luto da família, bem como na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, pelo período máximo de cinco anos. e) Das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família, bem como na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia pelo período máximo de dez anos. Comentário: Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações: I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família; II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima. Gabarito letra A. 20. FCC 2011/TRT 20ª Região/Analista Judiciário. José foi acusado de, dirigindo um veículo automotor, ter atropelado um pedestre e lhe causado ferimentos. No processo criminal relativo ao fato, foi decidido que Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 82 José não foi o autor do fato, tendo a sentença criminal transitado em julgado. Nesse caso, na esfera civil, José a) Só poderá vir a ser responsabilizado pelos danos morais de correntes do atropelamento. b) Poderá vir a ser responsabilizado pelos danos materiais e morais decorrentes do atropelamento porque a responsabilidade civil é independente da criminal. c) Não mais poderá ser responsabilizado pelos danos materiais e morais decorrentes do atropelamento. d) Poderá vir a ser responsabilizado pelos danos materiais decorrentes do atropelamento porque a sentença criminal não afastou a existência do fato. e) Poderá vir a ser responsabilizado pelos danos morais decorrentes do atropelamento porque a sentença criminal não afastou a existência do fato. Comentário: Embora, em regra, a esfera civil seja independente da criminal, há duas situações em que decidido no juízo criminal, haverá repercussão na esfera civil. Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a ¹existência do fato, ou ²sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. Gabarito letra C. 21. FCC 2011/TRT 14º Região/Técnico Judiciário. Tício, em decorrência de doença mental, é absolutamente incapaz de exercer pessoalmente os atos da vida civil. Seus pais e responsáveis não possuem bens e vivem, assim como os filhos menores de Tício, dos rendimentos de dois prédios que a este pertencem. Tício, num acesso de loucura, ateou fogo em duas casas, destruindo-as e causando dano considerável aos respectivos proprietários. Nesse caso, o incapaz a) Não responde pelos prejuízos que causou, passando essa responsabilidade ao Estado, em decorrência da sua incapacidade. b) Não responde pelos prejuízos que causou por falta de capacidade para exercer os atos da vida civil. c) Responde integralmente pelos prejuízos que causou, pois seus responsáveis não dispõem de recursos para fazê-lo. d) Responde pelos prejuízos que causou, mas a indenização deverá ser equitativa, não podendo privar do necessário o incapaz e as pessoas que dele dependem. Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 82 e) Responde pela metade dos prejuízos que causou, sendo que a outra metade só poderá ser pleiteada após a sua morte. Comentário: Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. Gabarito letra D. 22. FCC 2011/TRE-RN/Analista Judiciário. Margarida, com dezessete anos de idade, dirigindo a moto de seu pai, sem autorização, atropelou Jair, causando-lhe graves ferimentos. O pai de Margarida a) É responsável pela reparação civil da metade dos danos causados a Jair. b) É responsável pela reparação civil dos danos causados a Jair e poderá reaver de Margarida a totalidade do que houver pago. c) Não é responsável pela reparação civil dos danos causados a Jair, tendo em vista que Margarida não é absolutamente incapaz de exercer os atos da vida civil. d) É responsável pela reparação civil dos danos causados a Jair e poderá reaver de Margarida apenas metade do que houver pago. e) É responsável pela reparação civil dos danos causados a Jair, porém não poderá reaver de Margarida o que houver pago. Comentário: Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; ... Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz. Gabarito letra E. 23. FCC 2011/TJ-PE/Juiz. Em um naufrágio, comprovadamente ocasionado pelo excesso de peso na embarcação permitido por Pedro, seu condutor, faleceram este e 3 (três) dos 5 (cinco) passageiros. Joaquim, um dos passageiros sobreviventes, para se salvar retirou o equipamento salva- vidas que Pedro utilizava. O outro passageiro sobrevivente ± Antônio ± Direito Civil para o TRT ʹ MG. Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi. Aula - 05 Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 45 de 82 retirou também do passageiro José o equipamento salva-vidas que este utilizava, razão pela qual veio a falecer. O cônjuge de Pedro move contra Joaquim ação de indenização por dano moral e os filhos menores de José movem ação de indenização por danos morais e materiais contra Antônio. A indenização a) É devida em ambos os casos, porque, embora o estado de necessidade exclua a ilicitude do ato, não exime o causador do dano de ressarcir os prejuízos. b) Não é devida em nenhum dos dois casos, porque o estado de necessidade exclui a ilicitude do ato. c) É devida, por Antônio, aos filhos de José, e Antônio pode cobrar do espólio de Pedro o que vier a despender, mas não é devida a indenização ao cônjuge de Pedro. d) É devida por Antônio aos filhos de José, e Antônio não tem direito de cobrar do espólio de Pedro o que despender, mas não é devida a indenização ao cônjuge de Pedro. e) É devida pela metade em ambos os casos, porque admitida, na responsabilidade civil, a compensação de culpas. Comentário: Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização
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