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Prof. Xênia Honório 1 A partir das discussões sobre a qualificação do professor fica claro que sem alguns requisitos básicos não é possível atuar no processo de ensino e aprendizagem: Construir uma cultura geral; Dominar muito bem a área específica de conhecimentos na qual irá atuar; Conhecer como se processa a aprendizagem; Saber criar espaços de trocas de experiências e vivências estimulando a dimensão coletiva do trabalho educativo; 2 Reconhecer a necessidade de aperfeiçoamento e formação contínuos; Entender que o trabalho docente é uma práxis na qual a unidade teoria-prática caracteriza-se pela ação-reflexão- ação; Apropriar-se de instrumentos metodológicos para a organização do trabalho docente e facilitar o processo ensino-aprendizagem; Etc.... 3 4 O que significa planejar? Desde quando apreendemos a planejar? Usamos o planejamento para quê? Por que planejar? Você usa o planejamento em seu dia-a-dia? Existem regras ou etapas para se planejar? Se existem, quais são elas? 5 • É a previsão de uma ação futura. • É antecipar mentalmente os passos que se pretende dar. • É prever, ou ver com antecedência, o que se pretende alcançar e os meios necessários para isso. • Planejar é escolher as melhores formas de se fazer alguma coisa ou de se alcançar um resultado, um objetivo. 6 Para Sacristán (1988), planejar significa um tempo para pensar a prática, antes de realizá-la, organizando-a num esquema que inclua os elementos mais importantes que intervêm na mesma e que propõem uma sequência de atividades. Segundo Dror (1989, p. 13) “o planejamento é um processo que consiste em preparar um conjunto de decisões, tendo em vista o agir, posteriormente, para atingir determinados objetivos”. Assim... O planejamento é um processo que consiste em pensar e organizar um conjunto de ações a serem executadas posteriormente, a fim de atingir determinado(s) objetivo(s), levando em conta os elementos que possam intervir nessa execução. 7 8 É a previsão dos resultados (objetivos) que se pretende alcançar, seguidos da previsão do “quê” será trabalhado, das estratégias e recursos didáticos, do tempo necessário para se alcançar os objetivos, seguidos das formas de avaliação. PLANEJAMENTO PLANO # Planejamento é o processo de se fazer o plano. Plano é o planejamento pronto (na cabeça, no papel, digitado). O planejamento não é algo acabado, mas um processo contínuo de investigação em ação. Instrumento imprescindível para a ação do educador, que através dele, pode se organizar, delimitar e objetivar uma ação adequada. 9 Assegurar a racionalização, organização e coordenação do trabalho escolar, permitindo aos profissionais da educação e escola um ensino de qualidade, evitando a improvisação e a rotina; Explicitar princípios, diretrizes e procedimentos do trabalho escolar/docente que assegurem a articulação entre as tarefas da escola e as exigências do contexto social e do processo de participação democrática; Expressar os vínculos entre o posicionamento filosófico, político-pedagógico e profissional e as ações efetivas que o professor irá realizar na sala de aula, através de objetivos, conteúdos, métodos e formas organizativas do ensino; Assegurar a unidade e a coerência do trabalho docente, inter-relacionando: os objetivos (para que ensinar), os conteúdos (o que ensinar), os alunos (a quem ensinar), os métodos e técnicas (como ensinar) e a avaliação. Atualizar o conteúdo do plano, aperfeiçoando-o em relação aos progressos feitos no campo de conhecimentos e a experiência cotidiana; Facilitar a preparação das aulas: selecionar o material didático em tempo hábil, saber o que professor e aluno devem executar, replanejar o trabalho frente a novas situações que aparecem no decorrer das aulas. A Lei 9394/96 prevê 3 dimensões de planos para a área educacional que se dividem conforme sua abrangência, em: Plano Nacional, Estadual e Municipal de Educacional Planejamento Escolar - Projeto Político-pedagógico (PPP) ou Proposta Escolar Planejamento curricular Plano de Trabalho Docente: • Plano de Ensino/Disciplina/Unidade • Plano de aula 13 O Plano Nacional de Educação (Projeto de Lei nº 8.035 de 2010) é um plano que contém as diretrizes e um conjunto de 20 metas que o Brasil deve atingir na Educação em cada decênio, ou seja, a cada 10 anos. De forma mais clara, o PNE é considerado um "norte" para o desenvolvimento educacional nacional do nosso país. Este ultimo PNE foi aprovado em 25 JUNHO DE 2014. Estabelece 20 metas para o setor até 2024. Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13005.htm Elaborar um PLANO DE EDUCAÇÃO no Brasil, hoje, implica assumir compromissos com o esforço contínuo de eliminação de desigualdades que são históricas no País. Portanto, as metas do PNE são orientadas para enfrentar as barreiras para o acesso e a permanência do aluno à escola; enfrentar as desigualdades educacionais em cada território com foco nas especificidades de sua população; a formação do educando para o trabalho, identificando as potencialidades das dinâmicas locais; o exercício da cidadania. Constituição Federal – art. 205 a 214; Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN 9.394/96; Diretrizes Curriculares Nacionais – DCN’s Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil; Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental de 9 anos; Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio; Etc. Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil - RCNEI; Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental – PCNEF; Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio - PCNEM; 16 O PDE é o instrumento de planejamento, gestão e integração do sistema de ensino do Distrito Federal, construído com a participação da sociedade, para ser executado pelos gestores educacionais. Este documento, aprovado 14/07/2015, traz 21 metas com cerca de 400 estratégias para cumpri-las. O Plano prevê aumento de 3,23% para 6,12% do PIB para a área de educação até 2024. Este é o primeiro projeto do tipo a ser aprovado na capital. O Planejamento da Escola ou Proposta Pedagógica da Escola, ou ainda Projeto Político-pedagógico da escola, ou PPP, é um instrumento que reflete a proposta educacional da escola para a comunidade a qual faz parte. Deve ser elaborado com base em Leis, Diretrizes e outros documentos que orientam a educação no país, no estado e/ou no município. É através dele que a comunidade escolar pode desenvolver um trabalho coletivo, cujas responsabilidades pessoais e coletivas são assumidas para execução dos objetivos estabelecidos. Toda escola tem objetivos que deseja alcançar, metas a cumprir e sonhos a realizar. O conjunto dessas aspirações, bem como os meios para concretizá-las, é o que dá forma e vida ao projeto político-pedagógico - o famoso PPP. As palavras que compõem o nome do documento dizem muito sobre ele: É projeto porque reúne propostas de ação concreta a executar durante determinado período de tempo. É político por considerar a escola como um espaço de formação de cidadãos conscientes, responsáveis e críticos, que atuarão individual e coletivamente na sociedade, modificando os rumos que ela vai seguir. É pedagógico porque define e organiza as atividades e os projetos educativos necessários ao processo de ensinoe aprendizagem. Ao juntar as três dimensões, o PPP ganha a força de um guia - aquele que indica a direção a seguir não apenas para gestores e professores mas também funcionários, alunos e famílias. Concepções pedagógicas; Bases teórico-metodológicas da organização didática; Contextualização social, econômica, política e cultural da escola; Caracterização da clientela escolar; Objetivos educacionais gerais, estrutura curricular; Diretrizes metodológicas gerais; Sistema de avaliação do plano; Estrutura organizacional e administrativa. Leia mais... Ser produto do trabalho coletivo (toda a comunidade educativa deve colaborar), por isso é participativo; Expressar os propósitos da escola empenhada em oferecer uma educação de qualidade àquela comunidade/sociedade; Expressar o posicionamento e a prática de todos os envolvidos no trabalho da escola; Apresentar a escola como um todo em seus vários aspectos: estrutura, atividades, calendário, currículo, formas de avaliação, organização e demais itens que envolvam a vida da escola. O planejamento curricular consiste na previsão dos diversos componentes curriculares (as disciplinas), com a definição dos objetivos gerais e a previsão dos conteúdos programáticos de cada componente (HAYDT, 2006). Na elaboração do planejamento curricular, o primeiro passo é a definição clara e precisa da concepção filosófica que irá nortear os fins e objetivos da ação educativa, pois é a partir da proposta de definição dos objetivos desejados que os critérios de seleção dos conteúdos serão definidos. Ao se selecionar os conteúdos, deve-se pensar em conteúdos significantes e funcionais Deve-se pensar também na inter-relação entre os componentes (as disciplinas) que irão integrar o currículo escolar de um mesmo ano (ordenação horizontal) e a sequência desses componentes ao longo das diversos anos, isto é, ao longo do curso (ordenação vertical). Para a organização sequencial dos conteúdos, recomenda-se a observação de alguns critérios: “sequência lógica e coerente com a estrutura e o objetivo da disciplina; gradualidade na distribuição adequada em pequenas etapas, considerando a experiência anterior do aluno; continuidade que proporcione a articulação entre os conteúdos; interligação entre as diversas disciplinas do currículo”. Uma previsão de atividades vinculadas a um PPP – Projeto Político-pedagógico, desenvolvidas em etapas sequenciais, em consonância com objetivos e conteúdos previstos na disciplina que compõe o curso e/ou nível de ensino. Serve para organizar a intenção do professor e o modo de operacionalizar a disciplina (área de estudo). representa a sistematização das propostas de trabalho da disciplina ou área de estudo em determinado ciclo, série, ano: pode ser anual, semestral, ou ter sua periodicidade definida conforme o projeto político-pedagógico da instituição educativa; deve ser aberto e flexível – uma bússola que deve ser detalhada, complementada ou modificada durante o curso; deve permitir a participação de todos os interessados e possibilitar ajustes sempre que necessário; deve ser exequível, ou seja, executável em um determinado tempo- duração, e adequado ao perfil da turma. 25 Por meio do Plano de Ensino, o educador pode fazer a previsão: dos objetivos que pretende alcançar, dos conteúdos que serão ministrados para atingir os objetivos previstos, das atividades que serão desenvolvidas, e das formas de avaliação. Serve de referência para a elaboração dos Planos de Aula, ou seja, para o planejamento das atividades de ensino e aprendizagem que ocorrerão durante a disciplina. 27 É a proposta de trabalho para uma determinada aula ou conjunto de aulas, é o que fazer no cotidiano da sala de aula. O plano de aula é caracterizado pela descrição específica de tudo que o professor e os alunos realizarão em classe durante as aulas de um período específico. Na sua elaboração alguns pontos (elementos) são muito importantes como: • Dados de identificação da Instituição, da disciplina (área de estudo), do professor e dos alunos; I. Os objetivos a serem alcançados com as aulas que serão ministradas, são as aprendizagens que se deseja alcançar; II. O(s) conteúdo(s) que será(ão) ministrado(s) em cada aula; III. Os procedimentos didáticos utilizados para aprendizagem dos alunos, ou seja, as estratégias/atividades que serão utilizados para que ocorra o ensino e a aprendizagem; IV. Os recursos didáticos que serão utilizados para alcançar os objetivos; V. E, por último, os procedimentos de avaliação, ou seja, as técnicas avaliativas que o professor e/ou alunos utilizarão para avaliar o ensino (professor) e aprendizagem do educando. 28 Os cincos elementos devem estar interligados entre si para facilitar o atendimento dos objetivos. Cada um dos componentes deve ser considerado em função da realidade com a qual se vai trabalhar. Quando se trata de plano de ensino, de unidade ou de aula, cada professor tem que fazer o seu, pois o plano é feito para cada turma em função das suas características. Porém, o professor pode e deve fazer o planejamento em conjunto com professores da mesma disciplina ou disciplinas afins. 29 Conceitue planejamento. Liste algumas funções do planejamento educacional? Diferencie “plano” de “planejamento”. Quais os níveis do planejamento educacional, segundo a LDBEN 9.394/96? Diferencie: a) PNE b) PPP c) Plano de ensino d) Plano de aula Quais elementos devem fazer parte de um PPP? Quais elementos devem fazer parte de um plano de ensino/aula? 30 1. Conhecimento da realidade 2. Elaboração do plano a. Determinação dos objetivos • Objetivos Gerais • Objetivos Específicos b. Seleção e organização do conteúdo c. Seleção e organização dos procedimentos didáticos d. Seleção dos recursos materiais e. Seleção dos meios de avaliação 3. Execução do plano 4. Avaliação do plano 31 Para quem se vai fazê-lo? Quais são as possibilidades de dar certo? Quais as condições que se tem para executá-lo? Precisamos conhecer a realidade do aluno, da comunidade, da escola e do próprio professor. Seu estado de saúde; Nutrição; Interesses; Necessidades; Aspirações; Possibilidades; Vontade; Grau de maturidade; Nível cultural; Características; Experiências; Tempo disponível para estudar; Condições financeiras. Com estes dados, levanta-se o que os alunos já sabem, o que falta saber e o que são capazes de aprender. Seus problemas; Suas necessidades; Suas tendências. O planejamento deve estar em sintonia com a realidade, a fim de que venha solucionar os problemas sociais. O professor precisa analisar: o currículo; as outras disciplinas que fazem parte do currículo e os objetivos que cada uma; a carga horária da disciplina que ficou sob a sua responsabilidade; os meios de facilitação da aprendizagem que a escola oferece: biblioteca, laboratórios, meios auxiliares, salas especiais; as qualidades e seriedade dos professores, do diretor e dos outros profissionais da escola; o número de alunos da classe; a estrutura e o tamanho da escola. O professor precisa examinar a si próprio: sua formação, suas qualidades, seu tempo e sua disposição, sua saúde e sua segurança. http://maisunifra.com.br Pré-testes; Observação; Sondar as atitudes e rendimentoda turma junto aos professores do ano anterior; Entrevistar os alunos; Visitar as famílias; Ouvir os pais; Observar as condições culturais e socioeconômicas dos alunos; Reflexão; A própria ficha de matrícula pode fornecer dados para isso. 38 Por que o Planejamento de Aula é necessário? Exemplos de aulas Elementos do plano de aula: 1. Objetivo(s) (para quê?) 2. Conteúdos (o quê?) 3. Procedimentos didáticos (como?) 4. Recursos didáticos (com o quê?) 5. Avaliação (qual o resultado?) outros slides 39 É planejar a sequência didática, “o que fazer” (o professor e os alunos) de uma ou mais aulas. Descrever o que o aluno deverá ser capaz de fazer/alcançar ao estudar determinado tema, ou realizar determinada atividade. “Reconhecer a importância da preservação dos recursos renováveis como resultado da intervenção humana no meio ambiente”. 40 Expressão de uma ação concreta a ser realizada pelos alunos. O objetivo deve prever ação e finalidade. A primeira parte do objetivo sempre será escrita no infinitivo, porque indica uma ação realizável, num tempo previsto. Ex: “resolver problemas de matemática que envolvam expressões numéricas”. Este objetivo só estará completo com a indicação da finalidade. Ex: “resolver problemas matemáticos que envolvam expressões numéricas para o desenvolvimento do raciocínio lógico e a criação de alternativas que ajudem a resolver problemas do dia-a-dia. 41 O objetivos são classificados em: • Gerais: São aqueles previstos para um determinado grau ou ciclo, uma escola, uma área de estudos, uma ou mais aulas, e que serão alcançados a longo prazo. • Específicos: São aqueles definidos especificamente para uma disciplina, uma unidade de ensino ou uma aula, e que serão atingidos a curto e médio prazo. 42 Os objetivos devem indicar claramente as intenções e as dimensões da aprendizagem, e não podem dar margem a muitas interpretações (LIBÂNEO, 2000). Os objetivos Específicos devem contemplar as três dimensões conteudinais: conceitual, procedimental e atitudinal, conforme orientam os PCN. Cada objetivo específico precisa ser construído para se atender às questões: ▪ Conceitual (o que meu aluno precisa saber ao final desta aula? – trata-se do conteúdo teórico/conceito que será trabalhado na aula); ▪ Procedimental (o que meu aluno precisa saber fazer com o conceito teórico aprendido nesta aula? – trata-se do uso do conceito aprendido em uma atividade prática); ▪ Atitudinal (como o conceito teórico, aprendido e exercitado nesta aula, pode modificar e/ou interferir no comportamento ou nas atitudes cotidianas do meu aluno? – trata-se de fazer com que meu aluno perceba como o conteúdo aprendido em sala faz parte do seu cotidiano). 43 44 Importante: as três dimensões ressaltadas atendem aos princípios da prática pedagógica: significação, contextualização e funcionalidade. Os objetivos específicos têm vínculos diretos com o conteúdo a ser desenvolvido; portanto, devem dar condições para que o objetivo geral, previsto para a aula, seja contemplado pelos alunos. Objetivo geral: (Ao final da(s) aula(s) os alunos serão capazes de): resolver problemas matemáticos que envolvam expressões numéricas para o desenvolvimento do raciocínio lógico e a criação de alternativas que ajudem a resolver problemas do dia-a-dia. Os objetivos Específicos: (No decorrer da(s) aula(s)/treino(s) os alunos/atletas serão capazes de): ▪ Conceitual – explicar o que é uma expressão numérica; - interpretar situações problemas que envolvam expressões numéricas; ▪ Procedimental – solucionar situações problemas que envolvam expressões numéricas; ▪ Atitudinal – perceber a relação e a utilidade do emprego de expressões numéricas na resolução de situações do dia-a-dia. 45 Antes de iniciar a elaboração dos objetivos educacionais é necessário entender um pouquinho sobre a Taxonomia de Bloom. A Taxonomia de Bloom é um instrumento cuja finalidade é auxiliar a identificação e a declaração dos objetivos ligados ao desenvolvimento cognitivo que engloba a aquisição do conhecimento, de habilidades e atitudes, visando facilitar o planejamento do processo de ensino e aprendizagem. (FERRAZ e BELHOT, 2010) 46 A Taxonomia de Bloom tem como principais vantagens: oferecer a base para o desenvolvimento de procedimentos de avaliação e utilização de estratégias diferenciadas para facilitar, avaliar e estimular o desempenho dos alunos em diferentes níveis de aquisição de conhecimento; estimular os educadores a auxiliarem seus discentes, de forma estruturada e consciente, a adquirirem competências específicas a partir da percepção da necessidade de dominar habilidades mais simples (fatos) para, posteriormente, dominar as mais complexas (conceitos). (FERRAZ e BELHOT, 2010) 47 A definição clara e estruturada dos objetivos, considerando a aquisição de conhecimento e de habilidade adequados ao sujeito a ser formado direcionará o processo de ensino para a escolha adequada de estratégias, métodos, delimitação do conteúdo específico, instrumentos de avaliação e, consequentemente, para uma aprendizagem efetiva e duradoura. (FERRAZ e BELHOT, 2010) 48 49 50 TAXONOMIA DE BLOOM Área Cognitiva NÍVEIS OBJETIVOS CAPACIDADES A ADQUIRIR - conhecimento lembrar informações sobre: fatos, datas, palavras, teorias, métodos, classificações, lugares, regras, critérios, procedimentos etc. definir, descrever, distinguir, identificar, rotular, listar, memorizar, ordenar, reconhecer, reproduzir etc. - compreensão entender a informação ou o fato, captar seu significado, utilizá-la em contextos diferentes. classificar, converter, descrever, discutir, explicar, generalizar, identificar, inferir, interpretar, prever, reconhecer, redefinir, selecionar, situar, traduzir etc. - aplicação aplicar o conhecimento em situações concretas. aplicar, construir, demonstrar, empregar, esboçar, escolher, escrever, ilustrar, interpretar, operar, praticar, preparar, programar, resolver, usar etc. - análise identificar as partes e suas inter- relações. analisar, calcular, comparar, discriminar, distinguir, examinar, experimentar, testar, esquematizar, questionar etc. - síntese combinar partes não organizadas para formar um todo. compor, construir, criar, desenvolver, estruturar, formular, modificar, montar, organizar, planejar projetar etc. - avaliação julgar o valor do conhecimento. avaliar, criticar, comparar, defender, detectar, escolher, estimar, explicar, julgar, selecionar etc. 51 Para saber mais... 5. Avaliar 52 1 Lembrar: Relacionado a reconhecer e reproduzir ideias e conteúdos. Reconhecer requer distinguir e selecionar uma determinada informação e reproduzir ou recordar está mais relacionado à busca por uma informação relevante memorizada. Representado pelos seguintes verbos no gerúndio: Reconhecendo e Reproduzindo. 2. Entender: Relacionado a estabelecer uma conexão entre o novo e o conhecimento previamente adquirido. A informação é entendida quando o aprendiz consegue reproduzi-la com suas “próprias palavras”. Representado pelos seguintes verbos no gerúndio: Interpretando, Exemplificando, Classificando, Resumindo, Inferindo, Comparando, Explicando, Descrevendo, 3. Aplicar: Relacionado a executar ou usar um procedimento numa situação específica e pode também abordar a aplicação de um conhecimento numa situação nova. Representado pelos seguintes verbos no gerúndio:Executando e Implementando. 4. Analisar: Relacionado a dividir a informação em partes relevantes e irrelevantes, importantes e menos importantes e entender a inter-relação existente entre as partes. Representado pelos seguintes verbos no gerúndio: Diferenciando, Organizando, Atribuindo, Relacionando e Concluindo. 5. Avaliar: Relacionado a realizar julgamentos baseados em critérios e padrões qualitativos e quantitativos ou de eficiência e eficácia. Representado pelos seguintes verbos no gerúndio: Checando e Criticando. 6. Criar: Significa colocar elementos junto com o objetivo de criar uma nova visão, uma nova solução, estrutura ou modelo utilizando conhecimentos e habilidades previamente adquiridos. Envolve o desenvolvimento de ideias novas e originais, produtos e métodos por meio da percepção da interdisciplinaridade e da interdependência de conceitos. Representado pelos seguintes verbos no gerúndio: Generalizando, Planejando e Produzindo. Quadro resumo... REFLEXÃO: A história do barqueiro, do advogado e da professora. Diferentes saberes estão presentes na escola: eruditos, científicos, práticos, populares. O que fazer com estes saberes? Como transformar estes saberes em saberes escolares, em saberes a serem ensinados? 1. Dos saberes doutos ou sociais aos saberes a ensinar (da cultura extra-escolar ao currículo formal) 2. Dos saberes a ensinar aos saberes adquiridos (do currículo formal ao currículo real - à aprendizagem dos alunos) (PERRENOUD, 1992) TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA - intermediadora no processo de transformação dos conhecimentos sociais e/ou científicos em conhecimento escolar . ALUNOS PROFESSOR CONHECIMENTO / CURRÍCULO A prática escolar se desenvolve por meio de vários atores, mas principalmente de... É por intermédio do currículo (dos conteúdos) que as “coisas” acontecem na escola. No currículo se sistematizam os esforços teórico-científicos e político-pedagógicos. O currículo é o coração da escola. SOCIEDADE/EDUCAÇÃO ESCOLA/EDUCAÇÃO FORMAL CURRÍCULO CONTEÚDOS O plano de disciplina, que foi elaborado a partir do PPP (que também foi construído com base em vários documentos oficiais), deve expressar, em termos gerais, quais os conteúdos básicos a serem trabalhados na sala de aula. Exemplo: “A água: cuidados com a água, poluição, estados físicos da água, etc.” 57 Os procedimentos de ensino dizem respeito às formas de intervenção na sala de aula; Como aprendizagem é um processo dinâmico, ela só ocorre quando o aluno realiza algum tipo de atividade; O Aluno aprende por ele mesmo, o que ele mesmo faz, não o que faz o professor; “Os procedimentos de ensino devem, portanto, contribuir para que o aluno mobilize seus esquemas operatórios de pensamento e participe ativamente das experiências de aprendizagem, observando, lendo, escrevendo, experimentando, propondo hipóteses, solucionando problemas, comparando, classificando, ordenando, analisando, sintetizando, etc.”. (HAYDT, 2000, p. 144 58 Experiência de aprendizagem é a interação que se processa entre o aluno e as condições exteriores do ambiente a que ele pode reagir. • Procedimentos são as técnicas com as quais os alunos irão trabalhar, as estratégias, as atividades e as experiências que os alunos vão realizar para alcançar os objetivos. • Cada técnica pode ser minuciosamente planejada. Na sua descrição deve se levar em conta os conteúdos, os recursos materiais e mesmo as formas de avaliação. 59 • Cada atividade que for escolhida tem que ser apropriada à idade e às capacidades dos alunos e ao objetivo que se pretende alcançar. http://colegioelo.com.br/o-elo/horario-integral/ 1. Métodos individualizados de ensino – valorizam o atendimento às diferenças individuais (fichas, estudo dirigido, ensino programado). A aprendizagem é sempre uma atividade pessoal, embora muitas vezes se realize em situação social; 2. Métodos socializados de ensino – valorizam a interação social (trabalho em grupo, dramatização, estudo de caso); 3. Métodos sócio-individualizados – combinam a individualizada e a socializada (método de problemas, unidades de trabalho, unidades didáticas, unidades de experiência). 60 Ao escolher o procedimento didático ou de ensino o professor deverá considerar: a) Adequação das competências/objetivos estabelecidos para o ensino e a aprendizagem; b) A natureza do conteúdo a ser ensinado e o tipo de aprendizagem a efetivar-se; c) As características dos alunos (faixa etária, interesse, expectativas); d) Infraestrutura física (laboratórios e equipamentos), material didático e tempo disponível. 61 As técnicas selecionadas devem: • prever ação do aluno: observar, levantar hipóteses, fazer experiências, realizar pesquisas, solucionar problemas e concluir; • favorecer para que os alunos desenvolvam uma aprendizagem de qualidade: capacidade de pensar, raciocinar, distinguir, relacionar, aplicar, julgar, concluir e criar; • facilitar a compreensão e a integração da aprendizagem; • propiciar oportunidade para que os próprios alunos formulem seus conceitos (e não fiquem apenas na reprodução de idéias e conceitos que vêem nos livros); desenvolvam novas habilidades; modifiquem comportamentos. 62 Exemplos de técnicas didáticas 1) Seminário; Gincana; Debate, Discussão 2) Pesquisas; 3) Aula expositiva; 4) Demonstração; 5) Experimentação; 6) Estudo Dirigido; 7) Estudo de Textos; 8) Estudo de campo; 9) Trabalho com grupos homogêneos e/ou diversificados; 10) Etc. 63 Sabendo que existe uma diversidade de estratégias didáticas utilizadas no processo de ensino e a aprendizagem escolar, seu grupo, com o instrumento recebido por sorteio (dentre os listados abaixo), procurará, com base na literatura que trata de didática: a) A definição b) A função c) As vantagens d) Descrever os cuidados que se deve ter e) O planejamento para o uso do instrumento f) Descrever como utilizar O resultado da pesquisa será apresentado no 1º horário (Mat.: 8h as 9h40, Not.: 19h as 21h) da próxima aula – 30/10. Tempo para cada grupo: 10min. ESTRATÉGIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM: Aula expositiva; Demonstração; Seminário; Experimentação; Estudo Dirigido; Trabalho com Grupos: Painel integrado, (Técnica Philipes 66), Grupo de Verbalização e Grupo de Observação - GVGO, Brainstorming (Tempestade de ideias). REFERÊNCIAS: LIBÂNEO, José Carlos. Os métodos de ensino. In: ______. Didática. São Paulo: Cortez, 1994, cap. 9, p. 149-175. SANT ANNA, Ilza Martins. Etapas para elaboração de um planejamento. In: ______. Por que avaliar? Como avaliar?: critérios e instrumentos. Ilza Nartins Sant Anna. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995, 73-95. 65 Os recursos didáticos formam o conjunto de meios materiais e humanos que auxiliam o professor e o aluno na interação do processo de ensino-aprendizagem. Os professores devem escolher os melhores meios por meio da análise dos objetivos, dos conteúdos, dos procedimentos e de todas as possibilidades humanas e materiais, que o ambiente escolar possa oferecer. Os recursos são elementos indispensáveis, que facilitam e apoiam, em conjugação com os métodos, todos os tipos de atividades de ensino-aprendizagem” (El curriculum para 1980, p.55). Tecnologias (digitais) na educação APRENDEMOS: 1% através do gosto 1,5 % através do tacto 3,5 % através do olfato 11 % através da audição 83% através da visão RETEMOS: 10% do que lemos 20 % do que escutamos 30 % do que vemos 50 % do que vemos e escutamos 70 % do que ouvimos e logo discutimos 90 % do que ouvimos e logo realizamos Willian Glasser (2000, p.212) 66 O professor ao planejar a disciplina deve considerar a importância dos recursos e quanto eles podem... objetivar o ensino e a aprendizagem; despertar e manter o interesse dos alunos; auxiliar o professor na comunicação dos conteúdos; facilitar a concretização de ideias e fatos; elucidar conceitos, desenvolver a percepção e provocar a ação do aluno. 67 Os recursos didáticos podem ser classificados em humanos e materiais. Os recursos humanos: o pessoal escolar, os pais, os lideres comunitários, os especialistas em determinadas áreas e outras pessoas inseridas na comunidade. Os recursos materiais: biblioteca, salas especializadas, laboratórios (de informática, química, biologia etc.), projetores e materiais específicos para cada disciplina, como mapas, revistas, jornais, discos, fitas e muitos outros. ▪ professores e alunos, usando da sua criatividade, podem elaborar e montar seus próprios recursos didáticos. Na comunidade, a escola pode, ainda, se servir dos laboratórios, da indústria, do comércio, dos clubes e demais associações nela existentes. 68 • De acordo com os objetivos traçados, escolhem-se os recursos humanos e/ou materiais: o material didático, ou recursos de ensino mais adequados. • Nos planos de unidade e de aula, é conveniente fazer-se uma descrição de como será usado cada um dos equipamentos e meios auxiliares. 69 O professor deve pensar em todos os meios que melhor possam contribuir para a concretização da aprendizagem, para a compreensão e a estruturação das ideias. Estamos sempre fazendo apreciações sobre o que vemos, o que fazemos, o que ouvimos, o que nos interessa e o que nos desagrada. Praticamos avaliação quando estamos: • Em uma fila de banco ou supermercado: para alguns o atendimento é rápido, para outros lento; • Fazendo compras: analisamos os preços, comparamos, pechinchamos e decidimos pela compra de algo; • Ao assistir um programa de televisão: comentamos a atuação dos atores, sobre suas roupas e temas debatidos. Para que avaliar a aprendizagem do aluno? 71 É esse o sentido da avaliação da aprendizagem do aluno? 72 Segundo Libâneo (1994): é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o processo ensino-aprendizagem. é uma reflexão sobre o nível de qualidade do trabalho tanto do professor como dos alunos, é uma tarefa complexa que não se resume à realização de provas e atribuições de notas. cumpre funções pedagógico-didáticas, de diagnóstico e de controle. Segundo o professor Cipriano Carlos Luckesi (1986), a avaliação é uma apreciação qualitativa sobre dados relevantes do processo ensino e aprendizagem que auxilia o professor a tomar decisões sobre o seu trabalho. Pode-se, então, definir a avaliação escolar como um componente do processo de ensino que visa, através da verificação e qualificação dos resultados obtidos, determinar a correspondência destes com os objetivos propostos, daí, orientar a tomada de decisões em relação às atividades didáticas seguintes. (LUCKESI, 1986) É um processo que envolve: • - a escolha dos instrumentos (formas) que serão utilizados para se verificar se os alunos estão ou não progredindo, se estão ou não alcançando, satisfatoriamente, os objetivos previstos no plano. • - a definição clara dos critérios (objetivos pré-definidos), aspectos que serão analisados; • - coleta e analise dos dados comparados aos critérios (objetivos pré-definidos) anteriormente; • - a tomada de decisão – definição das próximas ações; • - a comunicação e discussão dos resultados com os alunos (pais, responsáveis). 76 Acolher o aluno (assim como se encontra) é ponto crucial em qualquer processo avaliativo Na escolha dos instrumentos que serão utilizados para se verificar se os alunos estão ou não progredindo, deve-se refletir: • serão analisados: as atividades escritas, exercícios, pesquisas, atitudes, participação nos debates? • vão ser feitas provas? De que tipo? Provas objetivas, subjetivas, de pesquisa, sem pesquisa? Provas que exijam síntese, análise, compreensão ou simples descrição de fatos? • vai ser considerada a avaliação que os alunos fizeram de si mesmos, a auto-avaliação? 77 Quando se planeja uma ou mais aulas é necessário se pensar no processo avaliativo, portanto deve-se levar em conta os instrumentos (procedimentos didáticos do P.A.) e critérios (objetivos do P.A.), que serão usados para verificar se os objetivos estão/foram alcançados, ou seja, se os alunos aprenderam o que foi trabalhado durante a(s) aula(s)? *Após explicar como realizar-se-á o processo de avaliação da aprendizagem dos alunos, apresente no mínimo um “barema”. 78 Apresentação oral Apresenta domínio do conteúdo X trabalhado Apresenta clareza na linguagem Apresenta boa postura a frente Observação Demonstra interesse durante a aula Faz questionamentos durante as atividades Coopera com os colegas durante o trabalho Exercício sobre os sinais das 4 operações Nomeia os sinais das operações Relaciona os sinais a operação Emprega o sinal de acordo com o tipo de operação É claro que para todos estes critérios devem haver mais esclarecimentos INSTRUMENTO: APRESENTAÇÃO ESCRITA – PROJETO – 1,0 CRITÉRIOS O projeto apresenta todos os passos predefinidos com coerência?(0,2) O texto apresenta clareza, coerência? (0,3) O referencial teórico está elaborado de acordo com as orientações? (0,3) O texto obedece às normas da ABNT? (0,2) GRUPOS Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 BAREMA PARA APRESENTAÇÃO ORAL SIM NÃO Tem domínio do conteúdo X? Possui voz clara? Teve postura a frente coerente com as orientações a frente? Atividade: apresentação oral de um determinado tema pesquisado MONTAGEM DO PAINEL NOTA 1,0 Grupo 01 Grupo 02 Grupo 03 Chegou pronto à faculdade e com todo o material para a montagem? 0,1 Foi montado no período estipulado (de 8h as 9h)? 0,1 APRESENTAÇÃO DO PAINEL Apresenta molduras? 0,1 Apresenta identificação: nome dos componentes do grupo, turno, disciplina e nome da professora? 0,1 Apresenta título - nome da tendência pedagógica tratada? 0,1 Apresenta resumo objetivo e coerente dos itens solicitados? 0,1 Apresenta ilustrações, que representem a tendência pedagógica tratada? 0,1 Apresenta boa visibilidade (cuidado com as fontes)? 0,1 Usa adequadamente a língua portuguesa? 0,1 Apresenta estética, capricho e criatividade? 0,1 TOTAL DA NOTA DO GRUPO * Cada item vale 0,1 A avaliação deve ser processual, contínua, participativa, diagnóstica, investigativa, pois propicia o redimensionamento da prática pedagógica, reorganizando as próximas ações dos alunos, da turma, do professor e mesmo da instituição educativa. Por meio da avaliação da aprendizagem do aluno também é possível avaliar o desempenho do professor, e até mesmo da escola. A avaliação pode ser um instrumento de inclusão ou de exclusão a depender da concepção de aprendizagem que se adote. 83 84 Um planejamento bem feito facilita muito a vida do professor ao longo do ano, do semestre ou mesmo do dia, além de ampliaras dimensões e abordagens do que será trabalhado, mas sem abrir mão de suas potencialidades criativas; informação, conhecimento, esforço e ousadia. FERRAZ, Ana Paula do Carmo Marcheti; BELHOT, Renato Vairo. Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição de objetivos instrucionais. Gest. Prod., São Carlos, v. 17, n. 2, p. 421-431, 2010. GANDIN, Carlos Henrique Cruz Danilo. Planejamento na sala de aula. São Paulo: Vozes, 2006. LIBÂNEO, José Carlos. Didática - formação de professores. São Paulo: CORTEZ, 2007. PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000. MORETTO, Vasco Pedro. Planejamento - planejando a educação para o desenvolvimento de competências – São Paulo: Vozes, 2007.
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