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CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLAS DA COMUNIDADE FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI - FACECAP ADMINISTRAÇÃO COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO DENTRO DA ORGANIZAÇÃO LUIZ ANTONIO DE OLIVEIRA DRAGANI GLENDA LEITE PERESSIN Capivari-SP 2011 CAMPANHA NACIONAL DE ESCOLAS DA COMUNIDADE FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI - FACECAP ADMINISTRAÇÃO COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO DENTRO DA ORGANIZAÇÃO Monografia apresentada ao Curso de Administração da Faculdade Cenecista de Capivari/CNEC Capivari, para Obtenção do título de Bacharel, sob a Orientação da Professora Ms. Maria Helena Bernardo Myczkowski LUIZ ANTONIO DE OLIVEIRA DRAGANI GLENDA LEITE PERESSIN Capivari-SP 2011 Monografia defendida e aprovada em 24 de Novembro de 2011, pela Banca Examinadora constituída pelos seguintes professores: ________________________________________ Orientadora Profª Ms. Maria Helena B. Myczkowski _______________________________________ Corretor Profº Ms. Francisco Carlos Garcia _________________________________________ Corretor Profº Dr. Marcelo Jacomini Moreira da Silva _________________________________________ Coordenador de TCC – Profº Ms. Marco A. Armelin I AGRADECIMENTOS Eu, Luiz A. de Oliveira Dragani agradeço a Deus por chegar ate aqui, e poder ressaltar a família e os amigos que durante todo este período de faculdade estiveram ao meu lado nos momentos mais difíceis e também nos mais alegres em que passei. Não posso nunca esquecer a minha querida mãe e o meu querido pai que já não estão entre nós, mas era desejo deles que eu cursasse uma faculdade. Agradeço a minha família em especial, minha esposa Renata, meu filho João Victor, minhas irmãs Viviane e Gislaine e a todos os meus parentes que sempre me apoiaram nesta linda jornada. Agradeço aos meus amigos, minhas amigas e meus professores que sempre estiveram ao meu lado nos momentos difíceis ajudando-me em tudo o que precisava, e agradeço também a minha querida e especial amiga Glenda que esteve ao meu lado a cada dia na elaboração deste TCC. Um grande abraço a todos. Eu, Glenda Leite Peressin, agradeço primeiramente a Deus por sempre estar ao meu lado auxiliando-me, e dando-me sabedoria e forças para caminhar e vencer as lutas desta vida. Agradeço a minha família, em especial a minha mãe, o meu pai e a minha irmã pelo apoio e por estarem sempre presente em todos os momentos de minha vida. Agradeço aos meus amigos da faculdade que caminharam junto comigo nesta etapa especial, dividindo alegrias, nervosismos, preocupações, mas que acabaram valendo a pena galera! Agradeço ao meu querido amigo Luiz, uma pessoa muito especial e batalhadora que esteve junto comigo elaborando este trabalho. A todos vocês um abraço sincero e muito obrigada!! II “Nenhuma mente que se abre para uma nova idéia voltará a ter o tamanho original” Albert Einstein III DRAGANI, Luiz A. de Oliveira; PERESSIN, Glenda Leite. Comunicação Empresarial “A importância da comunicação dentro da organização”. Monografia de Conclusão do Curso de Administração da Faculdade Cenecista de Capivari – FACECAP. 42 p., 2011. RESUMO Este estudo tem como objetivo mostrar a importância da comunicação dentro da organização. Este assunto, muitas vezes não é considerado muito importante pelos superiores das empresas, por isso realizou-se este estudo para apontar os aspectos importantes que a comunicação empresarial apresenta e o que ela pode trazer de melhor quando bem definida e trabalhada. Por se tratar de uma ferramenta muito importante, a comunicação empresarial auxilia os gestores na tomada de decisões certas e a manter uma boa relação entre os gestores e colaboradores podendo assim gerar um ambiente de trabalho agradável, um bom espírito de trabalho em equipe e um diálogo mais aberto. Neste estudo abordou- se inicialmente o que é comunicação, como acontece o processo de comunicação, as barreiras que podem interferir na transmissão da mensagem, o feedback como ferramenta de avaliação e retorno da mensagem finalizando de que forma a comunicação empresarial pode ser eficiente e eficaz. Portanto, para a elaboração deste trabalho, realizou-se uma pesquisa bibliográfica com base em diversos autores que tratam do tema em questão. Palavras-chave: 1. Comunicação. 2. Comunicação Empresarial. 3. Feedback. 4. Barreiras IV DRAGANI, Luiz A. de Oliveira; PERESSIN, Glenda Leite. Business Communication “The importance of communication within the organization.” Course Conclusion Monograph of Directors of the Faculty of Capivari Cenecista– FACECAP. 42 p., 2011. ABSTRACT This study aims to show the importance of communication within the organization. This subject is often not considered very important by top companies, so this study was performed to pinpoint the important aspects that business communication features and what it can bring better when well defined and worked. Because it is a very important tool, business communication aids managers in making right decisions and maintain a good relationship between managers and employees can thus generate a pleasant working environment, a good spirit of teamwork and a more open. In this study we dealt with initially at the communication, how does the process of communication, the barriers that may interfere with the transmission of the message, the feedback as an evaluation tool and return the message that ending so that business communication can be efficient and effective. Therefore, for the preparation of this work, we performed a literature search based on various authors dealing with the issue at hand. Words-Key: 1. Communication 2. Business Communication 3.Feedback 4.Barriers V SUMÁRIO ÍNDICE DE QUADROS ............................................................................................ VII INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1 CAPÍTULO 1 – APRESENTAÇÃO DO TRABALHO ................................................... 3 1.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA ............................................................... 3 1.2 APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA DO TRABALHO ..................................... 3 1.3 RELEVÂNCIA DO TRABALHO .......................................................................... 4 1.4 OBJETIVOS ....................................................................................................... 4 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................... 4 1.6 METODOLOGIA ................................................................................................ 5 CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................... 6 2.1 O QUE É COMUNICAÇÃO ................................................................................6 2.2 ELEMENTOS RELACIONADOS AO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO .......... 7 2.3 OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO ....................................................................... 8 2.4 TIPOS DE COMUNICAÇÃO ............................................................................ 11 2.5 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL ................................................................... 12 2.6 DIFERENÇA ENTRE DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO .............. 14 2.7 FATORES QUE INFLUENCIAM A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL ............ 17 2.7.1 COMUNICAÇÃO INTERNA .................................................................... 18 2.7.2 COMUNICAÇÃO EXTERNA ................................................................... 19 2.8 AS FORMAS DE COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ................................. 20 2.8.1 COMUNICAÇÃO DE CIMA PARA BAIXO – FLUXO DESCENDENTE ... 21 2.8.2 COMUNICAÇÃO DE BAIXO PARA CIMA – FLUXO ASCENDENTE ..... 22 2.8.3 COMUNICAÇÃO HORIZONTAL OU LATERAL ...................................... 23 2.9 RELAÇÃO ENTRE A COMUNICAÇÃO E A TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO ....................................................................................................... 24 2.10 BARREIRAS À COMUNICAÇÃO ................................................................... 26 VI 2.11 A IMPORTÂNCIA DO FEEDBACK PARA A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL ...................................................................................................... 29 CAPÍTULO 3 – COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL – EM BUSCA DA EFICIÊNCIA E DA EFICÁCIA ................................................................................... 34 CAPÍTULO 4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................. 40 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 41 VII ÍNDICE DE QUADROS QUADRO 1 - EXEMPLOS DE PROCESSOS DE COMUNICAÇÃO ......................... 10 QUADRO 2 - FORMAS DE SE COMUNICAR .......................................................... 11 QUADRO 3 – DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO ................................... 13 QUADRO 4 – O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ................................................. 19 QUADRO 5 – COMUNICAÇÃO INTERNA - FLUXOS .............................................. 26 QUADRO 6 - TRÊS TIPOS DE BARREIRAS À COMUNICAÇÃO ............................ 31 QUADRO 7 - SISTEMA DE COMUNICAÇÃO DE MÃO DUPLA ............................... 32 QUADRO 8 - PERSPECTIVA DO FENÔMENO COMO PROCESSO ...................... 32 QUADRO 9 - OS DOIS PRINCIPAIS PROPÓSITOS DA COMUNICAÇÃO COMO ATIVIDADE GERENCIAL .......................................................................................... 40 1 INTRODUÇÃO A comunicação empresarial possui um papel muito importante dentro da organização, ela é uma ferramenta necessária para as empresas. Ela é uma ferramenta de estratégia que permite que a empresa obtenha o sucesso ou o fracasso no ambiente mercadológico em que ela está inserida. Para que a comunicação aconteça, é necessário o envolvimento de pelo menos duas pessoas para que haja a troca de informações entre si. A dinâmica organizacional somente é possível quando a organização assegura que todos os seus membros estejam devidamente conectados e integrados. É exatamente por essa razão que uma das finalidades mais importantes do desenho organizacional é assegurar e facilitar o processo de comunicação e de tomadas de decisão (CHIAVENATO, citado por Matos, 2009 p. 87). A equipe de colaboradores deve estar em sintonia com as atividades que acontecem na empresa para que não surjam conflitos que atrapalhem o desempenho da organização na busca de resultados. As organizações, como mais um cenário do desenrolar dos papéis do homem, oferecem inúmeras possibilidades de comunicação. Ao mesmo tempo, para sua sobrevivência e aprimoramento, dependem de processos de comunicação cada vez mais claros, fidedignos e apropriados. (CASADO, 2002, p. 271) Uma comunicação bem estabelecida e que realmente funcione é um grande desafio para as empresas. Mas cabe as empresas favorecerem a comunicação para não correrem os riscos de perderem confiança, perderem participação de mercado, perder credibilidades, diminuírem a produtividade. A equipe gerencial deve promover um ambiente de trabalho onde as pessoas envolvidas possam se interagir, onde possam ser ouvidas, onde exprimam suas opiniões sem medo, gerando assim motivação entre elas. 2 Deve-se levar em conta que para que a organização trabalhe bem e atinja os resultados esperados, é necessário que os objetivos, as metas, o funcionamento e os resultados obtidos pela organização sejam sempre apresentados aos seus colaboradores. Uma comunicação empresarial que funciona bem evita má interpretação da mensagem transmitida e proporciona clareza no que se quer chegar. É necessário que as organizações vejam a comunicação como uma importante ferramenta de melhoria que pode ajudar na obtenção do sucesso da empresa. Cada organização, com sua complexidade, devem fazer uma análise da situação em que está inserida e ver o que é preciso melhorar. Falhas no processo de comunicação podem gerar conflitos entre as pessoas e se não se atentar para isso, a organização só tende a perder. Uma comunicação que flua bem só tende a colaborar para a solução de problemas que possam surgir. Este trabalho irá analisar como ocorre o processo de comunicação entre as pessoas e entre as empresas. E como a comunicação deve estar interligada entre todos os setores da organização. Um processo comunicativo que funcione bem necessita de pessoas bem interligadas, que conheçam a organização em que trabalham, podendo assim dar o feedback (retorno) de que seus superiores necessitam para a tomada de decisões. 3 CAPÍTULO 1 – APRESENTAÇÃO DO TRABALHO 1.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA Pergunta Problema: Até que ponto a comunicação afeta o bom desempenho organizacional? Uma comunicação empresarial com barreiras e ruídos pode ser um grande problema ou até mesmo gerar grandes conflitos. Então, para que conflitos não ocorram, para que os resultados da empresa venham a ser atingidos, e a comunicação possa fluir corretamente, é necessário que a equipe de superiores esteja interligada com a equipe de colaboradores e que conversem entre si de maneira que tudo o que for comunicado possa ser compreendido. A comunicação necessita de organização e apoio. Ela ocorre durante todo o tempo e em todos os lugares, é autodifusora e vital para o processo da mudança. Assim sendo, é essencial garantir que ela consiga cumprir sua função adequadamente. (GROUARD e MESTON, 2001, p. 306). O processo de comunicação dentro de uma organização deve ser eficiente e eficaz e muito bem organizado para que as necessidades que venham a surgir possam ser atendidas. Mas para que tudo ocorra bem é necessário que haja também um bom uso dos meios de comunicação disponíveis. 1.2 APRESENTAÇÃO E JUSTIFICATIVA DO TRABALHO Todo trabalho de pesquisa apresenta um problema que deve ser analisado e desenvolvido com clareza e objetividade. “[...]o tema deve ser problematizado. Toda argumentação, todo raciocínio desenvolvido num trabalho logicamente construído é uma demonstração que visa solucionar determinado problema”. (SEVERINO, 2000, p.74 e 75). O tema em estudo busca demonstrarcomo uma comunicação sem ruídos pode gerar maior produtividade no âmbito empresarial. E também a necessidade 4 de que as pessoas estejam em sintonia e interligadas com o processo da comunicação. 1.3 RELEVÂNCIA DO TRABALHO A escolha deste tema para o desenvolvimento deste trabalho foi a atualidade presente no assunto abordado, por se tratar de um tema amplo e de extrema importância e a necessidade das pessoas se comunicarem bem dentro de uma organização de forma que ruídos e barreiras não venham atrapalhar com freqüência o processo da comunicação empresarial. Uma equipe bem informada dos assuntos que envolvem a empresa tem maiores possibilidades de tomar decisões acertadas. 1.4 OBJETIVOS O objetivo principal deste trabalho é destacar a importância da comunicação dentro da organização. Já os objetivos secundários são: Explanar o processo de comunicação como um todo. Identificar as barreiras que atrapalham o sistema de comunicação eficaz; Expor os elementos envolvidos no processo de comunicação para torná-la eficaz; Para que haja um melhor entendimento do tema abordado, será desenvolvida uma pesquisa bibliográfica sobre assuntos relacionados ao tema. 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO Este trabalho é composto por três capítulos e pelas considerações finais. 5 O primeiro capítulo é composto pela caracterização do problema, a apresentação e justificativa do trabalho, a relevância do trabalho, o objetivo deste estudo, a estrutura do trabalho e a metodologia utilizada. No segundo capítulo é apresentada uma revisão bibliográfica que tem o objetivo de expor a visão de diferentes autores sobre o assunto em questão; é, portanto, o referencial teórico da pesquisa. O terceiro capítulo tem a finalidade de apresentar a eficiência e a eficácia da comunicação empresarial. Por fim, em considerações finais é relatado o que o presente trabalho abordou, fazendo-se um apanhado geral de tudo o que foi estudado. 1.6 METODOLOGIA A metodologia envolve o processo de pesquisa que será utilizado na elaboração do trabalho. Ela deve ser bem desenvolvida para que os objetivos do trabalho possam ser alcançados e para que os problemas do tema abordado possam ser respondidos. Para Gil (1991) a pesquisa nada mais é do que “o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos.” (p.19) A finalidade da pesquisa científica não é apenas um relatório ou descrição de fatos levantados empiricamente, mas o desenvolvimento de um caráter interpretativo, no que se refere aos dados obtidos. Para tal, é imprescindível correlacionar a pesquisa com o universo teórico, optando- se por um método teórico que sirva de embasamento à interpretação do significado dos dados e fatos colhidos ou levantados. (MARCONI e LAKATOS, 2010, p. 114) Este presente trabalho que visa alcançar um objetivo pode ser considerado, portanto, uma pesquisa bibliográfica devido ao estudo realizado com base em diversos autores como: Gaudêncio Torquato, Gustavo Gomes de Matos, Idalberto Chiavenato, Isabel Macarenco, Maria Alzira Pimenta, Maria Terezinha Angeloni, Peter Drucker, Robert Heller, Sandra Terciotti, Tânia Casado. Por meio destes autores foi possível organizar conceitos e teorias que permitiram que este trabalho pudesse ser concluído. 6 CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 O QUE É COMUNICAÇÃO? Terciotti e Macarenco (2009) definem comunicação como sendo um ato de compartilhar informações entre duas ou mais pessoas, com o propósito de persuadir e de adquirir um entendimento comum a respeito de um assunto ou de uma situação. Essa troca de informações que envolve, no mínimo, duas pessoas, é composta pelo emissor (o que transmite a mensagem) e o receptor (o que recebe a mensagem). Na troca, as pessoas compartilham o que pensam, o que estão sentindo e o que acreditam. Davis e Newstrom (1996) explicam que a comunicação é o que o receptor compreendeu e não o que o emissor falou. Comunicação é a transferência de informação e compreensão de uma pessoa para a outra. É uma forma de atingir os outros com idéias, fatos, pensamentos, sentimentos e valores. Ela é uma ponte do sentido entre as pessoas, de tal forma que elas podem compartilhar aquilo que sentem e sabem. Utilizando esta ponte, uma pessoa pode cruzar com segurança o rio de mal-entendidos que muitas vezes as separa. (DAVIS e NEWSTROM, 1996, p.4). Com base na citação acima, podemos ver que a comunicação serve de ligação entre as pessoas, ajuda no compartilhamento de idéias, de conhecimento, etc, proporcionando a troca de informações e compreensão entre as pessoas. Casado (2002) explica que a comunicação estabelece uma relação entre a parte que transmite e a parte que compreende. Ou seja, se a mensagem não for transmitida e compreendida pelas pessoas envolvidas, se tornará algo inútil. Porque através da interação e compreensão das pessoas é possível haver um bom entendimento do que está sendo comunicado, bem como as pessoas podem expressar suas emoções, seus pensamentos sobre o assunto em questão. 7 2.2 ELEMENTOS RELACIONADOS AO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO Em um processo de comunicação é necessário compreender alguns elementos muito importantes para que a comunicação ocorra bem. CASADO (2002) cita quais são eles: Emissor: é a fonte que transmite a mensagem ao receptor. Receptor: é quem recebe a mensagem transmitida pelo emissor e decodifica-a e interpreta-a. Canal: é o meio que o emissor utiliza para transmitir a mensagem. Mensagem: é o objeto da comunicação, formado por sinais que podem pertencer ou não a um código linguístico. Informação: é o conteúdo da mensagem, o que ela carrega. Código: é a união de sinais e signos que podem ser linguísticos ou não. O código é comum ao emissor e ao receptor. Sinal: signo bem compreendido que transmite informação. Ruído: é o que causa interferência na transmissão da mensagem, podendo levar a perda de informação no processo de comunicação. 8 O quadro abaixo enfatiza dando exemplos dos elementos do processo de comunicação tendo assim uma maior compreensão do conceito: Quadro 1- Exemplos de Processos de Comunicação Processo de comunicação Sistema Telefônico Porta Automática Sistema de Televisão FONTE Voz humana Passagem de pessoa por um raio de luz Programa de TV no estúdio TRANSMISSOR Aparelho telefônico Célula fotoelétrica e circuitos auxiliares. Câmera, transmissores e antenas de estação CANAL Fios condutores entre os aparelhos telefônicos Fios que conduzem ao solenóide que abre a porta Espaço aéreo (ondas hertzianas) RECEPTOR O outro aparelho telefônico Mecanismo solenoidal Antena receptora e aparelho de TV DESTINATÁRIO Ouvido humano Porta de entrada Telespectador RUÍDO Estática Mau funcionamento de algum circuito Estática, barulho, interferência, chuviscos Fonte: CHIAVENATTO, 1994, p. 553. 2.3 OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO Muitas são as formas que a comunicação possui, podemos citar algumas como: falar, ouvir, escrever. Seu objetivo é transmitir uma mensagem a um receptor. ANGELONI (2010) apresenta alguns meios de comunicação disponíveis que podem ser classificados em: meios e tecnologias de comunicação orais, escritos, audiovisuais, pictográficos e simbólicos. Os meios e tecnologias de comunicaçãoorais são: Palestras; Seminários; Reuniões; Conversas Informais; 9 Telefone; Os meios e tecnologias de comunicação escritos são: Envelopes de Pagamento; Cartas; Memorandos; Relatórios; Manuais; Quadro de Avisos; Caixas de Sugestões; Newsletter; Mala Direta; House Organs E para finalizar, os meios e tecnologias de comunicação audiovisuais, pictográficos e simbólicos são: Filmes; Circuitos Fechados de Televisão; Esses meios audiovisuais proporcionam que as possibilidades de comunicação se ampliem. No quadro seguinte é detalhado mais o assunto. 10 Quadro 2 – Formas de se Comunicar Tipos de Comunicação Exemplos Utilidade Palavra Escrita: é a base de qualquer sociedade alfabetizada, em qualquer língua e em vários meios. Cartas, memorandos, relatórios, propostas, notas, contratos, resumos, programas, regulamentos, planos, pautas e atas de reuniões, avisos. A palavra escrita é a base da comunicação dentro de uma organização, e é usada por ser relativamente perene e acessível. Palavra Falada: só funciona quando ouvida pelas pessoas certas. Conversas, entrevistas, reuniões, chamadas telefônicas, interrogatórios, debates, pedidos, anúncios, discursos. A troca de palavras ao vivo ou por telefone tem efeito imediato: é por esse meio que funciona o dia-a-dia de uma organização. Gestos Simbólicos: qualquer comportamento positivo ou negativo que possa ser visto ou ouvido pelo público. Gestos, expressões faciais, ações, tom de voz, silêncio, postura, pose, movimento, imobilidade, presença, ausência. A linguagem do corpo e as ações afetam as pessoas de forma profunda e inconsciente – a propaganda política depende da manipulação de signos positivos e negativos. Imagens: imagens que podem ser “percebidas” por um público-alvo. Fotografias (impressas e slides), pinturas, desenhos, ilustrações, gráficos, tabelas, vídeos, logotipos, filmes, esquemas coloridos. Recursos visuais podem transmitir poderosas mensagens que chegam ao consciente e ao subconsciente das pessoas. Multimídia: combina diferentes formas, muitas vezes com uso da TI (Tecnologia da Informação). Folhetos, panfletos, jornais, televisão, livretos, pôsteres, Internet, intranet, World Wide Web, vídeo. Rádio, fitas cassete, CD-ROMs. Mais interatividade pode tornar um meio mais eficiente. A utilização profissional da multimídia traz melhores resultados. Fonte: HELLER, 2000, p. 9. Notamos então que a mensagem a ser transmitida deve ser analisada para que possa ser escolhido o melhor meio de transmiti-la. Adequando o melhor meio à mensagem ela poderá ser transmitida e terá o seu objetivo alcançado. ANGELONI (2010) explica ainda que os meios de comunicação podem se classificar em síncronos e assíncronos: Síncronos são aqueles que necessitam que os atores envolvidos no processo de comunicação esteja, ativos no momento em que a comunicação ocorre, e permitem o debate das idéias e a interação em tempo real dos atores envolvidos, exemplos: telefone, televisão, mensagens instantâneas, etc. Assíncronos são aqueles não há necessidade de os atores estarem presentes no ato do processo de comunicação, permitem uma maior análise do que foi transmitido e a elaboração de uma resposta mais adequada ao momento, exemplos: fax, vídeo, e-mail, etc. Esse autor ainda considera que os meios e as mensagens devem ser compatíveis, que existem meios mais adequados a certas mensagens do que outros, e o diferencial é saber escolher o meio certo para cada mensagem. 11 Baseado em Heller (2000), a escolha do meio de transmissão da mensagem é essencial. A primeira escolha a ser feita se dá entre o falado e o escrito. A fala é a melhor forma de comunicação quando se busca rapidez e conveniência. Agora se for algo mais formal, que permita obter mais retornos, a escrita é opção mais indicada. Portanto, pode-se notar que para cada situação é importante analisar as necessidades que possui e por fim escolher qual será o melhor método a ser utilizado na transmissão da mensagem a fim de garantir que ela se torne eficaz. 2.4 TIPOS DE COMUNICAÇÃO Existem dois tipos de comunicação que podem ser classificadas em: Comunicação Verbal e Comunicação Não Verbal. A Comunicação Verbal é a que se utiliza de palavras ou signos. Dorneles, citado por Angeloni (2010) informa que o homem começou a compreender e dominar o mundo em que vivia, e também a entender as pessoas ao redor, através da comunicação verbal, da simbólica e abstrata, que se faz por palavras que podem ser faladas ou escritas. “Por meio da fala, os indivíduos de um mesmo grupo linguístico criam diferentes representações do mundo, interagem, comunicam-se, trocam experiências e buscam soluções para seus problemas”. (DORNELES, 2004, citado por ANGELONI). Comunicação Não Verbal é a que se utiliza de gestos, expressão facial e é responsável por 2/3 do que transmitimos. Segundo Dorneles, citado por Angeloni (2010), este tipo de comunicação contradiz ou complementa o que dizemos, podendo até demonstrar o que sentimos. São sinais produzidos, gestos feitos, imagens que são criadas e percebidas. A expressão não verbal ocorre por meio das mãos, da boca, do rosto, da cabeça, ou seja, pela expressão do corpo. Essa expressão, às vezes, não é muito clara como as palavras são, mas transporta muitos significados. CASADO (2002) completa que tanto na vida pessoal como na organizacional, existem quatro formas de comunicação: verbal, não-verbal, simbólica e paralinguística: 12 Verbal: através da fala ou da escrita, é a mais frequente e familiar. Na organização, a instrução é um exemplo de comunicação verbal/oral, e o memorando, de comunicação verbal/escrita. Não-verbal: diferentemente da fala e da escrita, esse modo é sutil e ambíguo. Pode ser representado pelo gesto ou pela postura corporal. Simbólica: o lugar onde se mora, o tipo de roupa que se usa, a decoração do escritório, todos são tipos de comunicação simbólica. Paralinguística: o tom da voz, o ritmo com que se fala e as “pausas cheias” são exemplos de comunicação paralinguística e conferem sentido especial à comunicação. As formas de comunicação estão presentes para ajudar na transmissão da mensagem, cabe ao setor responsável pela comunicação da organização escolher a melhor forma a ser utilizada de acordo com a situação, com a necessidade e a prioridade. A partir do próximo tópico será abordado o papel da comunicação dentro da organização. 2.5 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL A comunicação se faz necessária dentro de uma organização porque tem um papel fundamental que é a troca de informações entre os superiores e seus colaboradores, e entre colaboradores somente. Por meio da comunicação é possível saber que atividade está sendo realizada por um empregado ou quais as informações que um gerente precisa ter acesso para a tomada de decisão. “Todo ato de comunicação influencia, de alguma maneira, a organização.” (DAVIS e NEWSTROM, 1996, p. 5). Pode-se observar então que a falha na troca de informações dentro de uma empresa pode ocasionar desordem. No entanto, quando há eficácia na comunicação pode ocorrer um desempenho satisfatório. Angeloni (2010) explica que vivemos na era da informação e do conhecimento e que para acompanhar essas mudanças que ocorrem nos ambientes organizacionais, as informações precisam ser coletas, monitoradas, 13armazenadas e utilizadas no processo gerencial. Devem ser, portanto, disseminadas por toda a empresa. A comunicação necessita de organização e apoio. Ela ocorre durante todo o tempo e em todos os lugares, é autodifusora e vital para o processo da mudança. Assim sendo, é essencial garantir que ela consiga cumprir sua função adequadamente. (GROUARD e MESTON, 2001, p. 306). Nota-se que a comunicação está sempre presente e que necessita de apoio para desempenhar melhor o seu papel. De acordo com Grouard e Meston (2001), a comunicação requer que os funcionários de uma organização possuam um comprometimento integral. Angeloni (2010) completa que o processo de comunicação deve ser eficiente e eficaz e que agregue, também, valor às necessidades que a organização apresentar. Mas para que tudo isso ocorra bem é necessário que os meios de comunicação sejam utilizados de maneira eficiente, levando em consideração o volume de informações a ser transmitida, a velocidade necessária à transmissão e a segurança que devemos tomar com relação a essa informação. Percebe-se então que a comunicação necessita do comprometimento de todos os funcionários da organização para que as informações possam ser disseminadas por toda a empresa. Mas é sempre necessário ficar atento ao tipo da informação, a velocidade com que se quer transmiti-la e ao tamanho da informação que vai ser transmitida para que possa ser utilizado o meio de comunicação mais eficiente e assim conseguir passar o que é necessário de forma clara e obter o retorno desejado. Segundo Grouard e Meston (2001), a comunicação tem um objetivo geral que é a criação de um fluxo e, posteriormente, o aumento e canalização desse fluxo na direção certa para que os objetivos sejam alcançados e que a empresa se torne mais móvel. Para que tudo isso possa ser atingido, é importante estabelecer uma comunicação interpessoal onde as pessoas se comuniquem de forma clara e objetiva. 14 Ainda do ponto de vista dos autores acima citados, os colaboradores de uma organização possuem a sua própria opinião a respeito da organização, sobre a mudança que pode ocorrer e o papel que desempenham. Completando a afirmação acima, Davis e Newstrom (1996) informam que se os colaboradores tiverem conhecimento dos problemas que a organização enfrenta e quais estão sendo as atitudes dos seus gerentes, esses colaboradores irão reagir de forma propícia. “[...] as decisões gerenciais afetam muitas pessoas e muitas atividades.” (p. 5). Percebe-se que os gerentes possuem um papel importante dentro da empresa que é o de iniciar a comunicação, passá-la para frente e, até mesmo, de interpretá-la aos seus colaboradores, pois necessitam tomar decisões certas, e qualquer informação errada que venha a surgir pode gerar prejuízos dentro de determinado setor da empresa. Canalizando os objetivos em comum, os superiores poderão tomar a melhor decisão em prol da empresa respeitando assim a política da organização, o papel e a opinião de cada um. 2.6 DIFERENÇA ENTRE DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO Angeloni (2010) informa que é muito importante compreender o processo de comunicação e conhecer o papel que os dados, as informações e os conhecimentos exercem sobre ele. Esses elementos são fundamentais para a comunicação e a tomada de decisões nas empresas, mas não possuem significados muito evidentes. Pois o que para uma pessoa pode ser dado, para a outra pessoa pode ser informação ou conhecimento. Davenport, citado por Pimenta (2009), define dados como sendo simples observações sobre o estado do mundo; podem ser estruturados e também transferíveis ou comunicáveis porque podem expressar, descrever uma realidade, um fato ou até eventos, sem estabelecer relações entre eles ou contextualizá-los. 15 Dados são elementos brutos, sem significado, desvinculados da realidade. Eles constituem-se na matéria-prima da informação. Dados sem qualidade levam a informações e decisões da mesma natureza. Exemplo de dado: os elementos contidos em um balanço patrimonial. (ANGELONI, 2010, p. 11). Nota-se que os dados devem possuir qualidade, pois na ausência dela as informações e as decisões serão igualmente sem qualidade. Esse mesmo autor, da citação acima, utilizando-se das colocações Pimenta (2009), explica que a informação exige mediação humana, ou seja, é necessário que seja feita uma análise e consenso em relação ao significado e que para os dados chegarem a caracterizar-se como informação, devem passar pelo processo de coleta, de classificação e de aglutinação. Mas para a realização deste procedimento é importante atender um critério lógico que permita concretizar um objetivo específico. Informações são dados com significado, dotados de relevância e propósito. São dados contextualizados que visam fornecer uma solução para uma determinada situação de decisão. Exemplo: a relação de um ou mais dados do balanço patrimonial irá fornecer índices financeiros (rotação, liquidez, rentabilidade etc.). (ANGELONI, 2010, p. 11). Observa-se que a informação é a união de dados que possuem significados e quando bem organizados podem ajudar a decidir sobre o que fazer em uma determinado situação. Ainda seguindo esse mesmo raciocínio, esse autor explica agora que o conhecimento é a informação mais valiosa, e inclui reflexão, síntese e contexto. Pimenta (2009), utilizando-se de uma citação feita por Angeloni, que esta usa Morin, ressalta que o conhecimento se distingue de acúmulo de informações, por agregá-las pela legitimação empírica, cognitiva e emocional. O conhecimento expressa de forma ampla e integral as várias dimensões da realidade. Conhecimentos podem ser considerados como as informações processadas pelos indivíduos. O valor agregado à informação depende dos conhecimentos anteriores dos mesmos. Adquirimos conhecimento por meio do uso da informação nas nossas ações. Ou seja, o uso dos índices financeiros na tomada de decisão gera o conhecimento. (ANGELONI, 2010, p. 11) 16 Compreende-se, portanto, que o conhecimento surge quando a pessoa processa as informações que tem acesso e a partir daí pode-se tomar uma decisão com base no conhecimento adquirido. O quadro abaixo esclarece as diferenças entre: dados, informações e conhecimento. Quadro 3 – Dados, Informação e Conhecimento DADOS, INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO DADOS INFORMAÇÃO CONHECIMENTO Simples observações sobre o estado do mundo. Dados dotados de relevância e propósito. Informação valiosa da mente humana. Incluiu reflexão, síntese, contexto. Facilmente estruturados. Facilmente obtidos por máquinas. Freqüentemente quantificados. Facilmente transferíveis. Requer unidade de análise. Exige consenso em relação ao significado. Exige necessariamente a medição humana. De difícil estruturação. De difícil captura em máquinas. Frequentemente tácito. De difícil transferência. Fonte: DAVENPORT, T.; PRUSAK, L. Ecologia da informação: por que só a tecnologia não basta para o sucesso na era da informação. Citado por: PIMENTA, M. A., 2004, no livro Comunicação Empresarial na Prática por Terciotti e Macarenco (2009). Acima foram citados os três elementos essenciais para que a comunicação seja realizada de maneira eficaz. O autor MATOS (2009) explica agora a diferença entre comunicação e informação: Informação é quando um emissor passa para um receptor um conjunto de dados codificados que elimina uma série de indefinições e dúvidas. Ou seja, a informação pressupõe a figura de um emissor, uma mensagem e um receptor. A comunicaçãoacontece somente quando a informação recebida pelo receptor é compreendida, interpretada (decodificada) e encaminhada de volta ao emissor, o que caracteriza a retroalimentação do processo. Analisando a citação acima, percebe-se que para a comunicação de fato acontecer é necessário que o emissor transmita a mensagem ao receptor, e este compreenda e interprete o que foi passado e assim encaminhe uma nova informação ao emissor. 17 Para entender melhor a diferença entre comunicação e informação, é necessário analisar o quadro abaixo, onde o “retorno da informação recebida – designado também como feedback – é o principal elemento que caracteriza e dinamiza o processo de comunicação” (MATOS, 2009, p. 4). Quadro 4 – O Processo de Comunicação O Processo de Comunicação: EMISSOR codificação decodificação RECEPTOR Fonte: MATOS, 2009, p. 4. Conforme citado acima, no processo de comunicação todos os elementos envolvidos são necessários e importantes para a transmissão da mensagem gerando compreensão e para que ocorra um bom entendimento da mensagem recebida através do retorno (feedback). No próximo tópico iremos abordar os fatores que influenciam a comunicação nas organizações. 2.7 FATORES QUE INFLUENCIAM A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Angeloni (2010) destaca que a comunicação organizacional é um tema de estudo muito complexo, e se faz necessário compreender os fatores que influenciam a comunicação nas organizações, pois é por meio da comunicação que se constroem as relações de trabalho. Abordaremos no tópico 2.7 as Feedback Mensagem (Informação) Feedback 18 categorias de comunicação e no tópico 2.8 o fluxo de comunicação, fatores estes que causam influência na comunicação organizacional. Para este mesmo autor, a comunicação organizacional tende a conhecer a si mesmo e ao outro, que pode estar no ambiente interno da organização ou no externo. Sendo assim, as principais categorias de comunicação podem ser classificadas em interna e externa: Interna - integra as comunicações que se processam no interior do sistema organizacional, dando suporte às decisões, agrupando estruturas, redes, objetivos, normas, políticas, programas, diretrizes etc. Externa – diz respeito às comunicações recebidas e enviadas pelo sistema organizacional para o mercado, fornecedores, consumidores, poderes públicos, envolvendo os padrões sociais, culturais, políticos, econômicos e do meio ambiente. Nos próximos dois tópicos estaremos explorando e detalhando um pouco mais sobre essas duas categorias de comunicação. 2.7.1 COMUNICAÇÃO INTERNA A comunicação interna segundo Kunsch: A comunicação interna é uma ferramenta estratégica para compatibilizar os interesses dos empregados e da empresa, mediante o estímulo ao diálogo, à troca de informações e de experiências e à participação de todos os níveis. (KUNSCH, citado por Angeloni, 2010, p. 71). Esse mesmo autor considera que a comunicação interna de qualidade passa por: Disposição da direção em abrir as informações; Autenticidade, usando a verdade como princípio; Rapidez e competência; Respeito às diferenças individuais; 19 Implantação de uma gestão participativa, capaz de propiciar oportunidade para mudanças culturais necessárias; e Utilização das novas tecnologias. Segundo Neves, citado por Angeloni (2010), a comunicação interna deve transmitir as mensagens de acordo com as estratégias definidas pela empresa de como e quando levar estas mensagens ao conhecimento do público interno. A comunicação interna deve não apenas suprir o público interno com informações relativas aos negócios em si, mas também com informações referentes ao que se passa no ambiente externo. O colaborador que não enxerga o mundo lá fora é um dependente e, consequentemente um problema no médio prazo. (ANGELONI, 2010, p. 71). Nota-se que a comunicação interna deve informar os seus colaboradores do que se passa dentro da organização, e também dos assuntos relacionados ao ambiente externo dela. Schwebig, citado por Angeloni (2010), completa que a qualidade da comunicação interna é a condição básica da qualidade da comunicação externa. Portanto, a comunicação interna está relacionada com a comunicação externa assim como o público interno tem que estar voltado para os acontecimentos internos e externos da organização. (ANGELONI, 2010, p. 71). Compreende-se então que a comunicação interna deve estar ligada à comunicação externa de forma que a qualidade daquela sirva como base para a qualidade da comunicação externa. 2.7.2 COMUNICAÇÃO EXTERNA A comunicação externa, por ANGELONI (2010), é formada pelas comunicações de marketing e institucional. A comunicação de marketing é a disciplina que se ocupa do relacionamento da empresa com o consumidor, cliente, usuário, paciente, contribuinte etc., enfim, aquele para o qual a empresa vende seu produto ou serviço, ou seja, a comunicação de marketing está voltada para a venda de produtos e serviços existentes ou novos. (p. 83). 20 Já comunicação institucional é “um conjunto de esforços de comunicação dirigidos a diferentes segmentos de público, com o objetivo de formar, alterar ou multiplicar opinião sobre a imagem de uma organização, entidade, instituição ou corporação.” (ANGELONI, 2010, p. 84). Para Jorge, citado por Angeloni (2010), a comunicação institucional é o meio que a organização utiliza para dialogar com a sociedade, dar satisfação de seus atos e conhecer as expectativas de seus públicos com relação às ações organizacionais, visando assim a construção e solidificação da imagem empresarial. Torquato, citado por Angeloni (2010), refere-se que estas duas categorias acima detalhadas, dão organicidade e consistência à organização, pois permitem o conhecimento e a constante interação com o ambiente interno ou também com o externo onde atua. Para Ladeira, citado por Angeloni (2010), a comunicação com o público interno e com o externo deverá ser subsidiada por princípios éticos. Entende-se que a comunicação externa é utilizada pelas organizações com o propósito de divulgar seu produto ou serviço ao seu cliente. E também com o intuito de passar a imagem da empresa para a sociedade em geral. 2.8 AS FORMAS DE COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL Dentro de uma organização, a comunicação pode apresentar três direções de fluxo: “de cima para baixo, de baixo para cima e horizontalmente”. (TERCIOTTI e MACARENCO, 2009, p. 47). Nota-se que o fluxo determina o caminho que a mensagem percorrerá saindo do emissor até chegar ao receptor. Cada organização utiliza um fluxo dependendo de sua política interna. Adiante serão detalhadas estas três direções de fluxo que a comunicação apresenta. 21 2.8.1 COMUNICAÇÃO DE CIMA PARA BAIXO – FLUXO DESCENDENTE Segundo Terciotti e Macarenco (2009), o processo de comunicação para baixo se dá quando os níveis hierárquicos superiores enviam informações e mensagens para os níveis hierárquicos inferiores da empresa. Este tipo de comunicação é bem presente entre as organizações, mas é mais dominada em organizações que possuem um modelo de gestão autocrática que são aquelas empresas mais burocratizadas e hierarquizadas. Esses autores dão exemplos de como os superiores podem se comunicar com os seus subordinados: Colocar mensagens em jornais, revistas, boletins informativos, quadros de avisos e no portal ou site da empresa. Promover reuniõesinformativas. Realizar palestras, treinamentos. Elaborar e distribuir o regulamento da empresa. Ainda completam os tipos de mensagens organizacionais que podem ser enviadas dos líderes para os subordinados: Apresentação dos resultados da empresa. Anúncio de novas medidas estratégicas adotadas pela empresa. Anúncio de novas metas que os funcionários deverão atingir. Demonstrativos da situação financeira em que a empresa se encontra. Informações sobre modificações nos métodos de trabalho. Instruções de como realizar um serviço específico. Percebe-se então, que esta forma de comunicação tem o objetivo de orientar e informar os colaboradores sobre o desempenho da organização bem como o que a empresa espera receber de seus colaboradores. Já Drucker (2002) é a favor de que a comunicação comece de baixo para cima em termos de organização tradicional: “As comunicações que vem de cima 22 não funcionam, nem podem funcionar. Elas precisam vir depois que as comunicações de baixo para cima tiverem sido estabelecidas com êxito”. (p.500). 2.8.2 COMUNICAÇÃO DE BAIXO PARA CIMA – FLUXO ASCENDENTE Para Terciotti e Macarenco (2009), o processo de comunicação para cima é quando os níveis hierárquicos inferiores enviam mensagens e informações para os níveis hierárquicos superiores de uma organização. Já este tipo de comunicação é mais utilizado em empresas onde o modelo de gestão é mais participativo. Alguns exemplos que esses mesmos autores citam de como os subordinados podem se comunicar com seus superiores: Enviar e-mails aos superiores ou à ouvidoria (se houver). Enviar relatórios como, por exemplo: dados de produção e de controle de qualidade. Participar de decisões, reuniões. Responder a enquetes e pesquisas internas. Para esses autores, alguns exemplos dos tipos de mensagens organizacionais que os subordinados podem enviar aos seus líderes, podem ser: Reclamações e/ou sugestões de melhoria. Relatórios contábeis e financeiros. Relatórios de desempenho de indivíduos e departamentos. Além de proporcionar aos líderes o feedback das decisões administrativas, a comunicação de baixo para cima fornece valiosas informações sobre seus subordinados – tais como suas expectativas, satisfações e/ou insatisfações - , aumenta a motivação dos funcionários, que passam a se sentir parte do processo de melhoria e desenvolvimento da empresa, mantém elevado o moral dos funcionários e assegura que as tarefas sejam desempenhadas de modo apropriado. (TERCIOTTI e MACARENCO, 2009, p. 52). 23 Observa-se então que a comunicação que flui de baixo para cima é importante tanto para os subordinados que acabam expondo suas satisfações ou insatisfações e sentem-se parte do processo que visa melhorar o desenvolvimento da empresa quanto é importante para os líderes que acabam tendo um retorno de seus funcionários para colaborar nas decisões administrativas. Mas podem surgir problemas, pois “é a tendência (por várias razões) de os funcionários somente informarem o que consideram que seus superiores desejam saber”. (PIMENTA, 2009, p. 93). 2.8.3 COMUNICAÇÃO HORIZONTAL OU LATERAL Para Terciotti e Macarenco (2009), a comunicação horizontal é quando ocorre a troca de informações entre os colaboradores que pertencem ao mesmo nível hierárquico. Essa comunicação pode ainda acontecer entre os colaboradores de um mesmo departamento (intradepartamental) ou pode acontecer também entre os colaboradores de diferentes departamentos (interdepartamental). Alguns exemplos que esses autores citam de como essa comunicação pode ocorrer: Em reuniões de discussão entre chefes de diferentes departamentos. Em reuniões de discussão intradepartamentais. Em conversas informais interpessoais. Em reuniões de discussão entre executivos de diferentes unidades da empresa. Com a realização de trabalhos em conjunto. Percebe-se então que este tipo de comunicação visa a colaboração, o compartilhamento de informações, de idéias entre os funcionários. No quadro seguinte pode-se visualizar melhor como os fluxos se direcionam: 24 Quadro 5 – Comunicação Interna - Fluxos Comunicação Interna – Fluxos Fonte: TORQUATO, 2002, p. 40. 2.9 RELAÇÃO ENTRE A COMUNICAÇÃO E A TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO1 Para Terciotti e Macarenco (2009), a Tecnologia da Informação está promovendo uma verdadeira revolução na comunicação entre as organizações e seus públicos interno e externo. Com relação ao público interno, a transformação que a TI promove se manifesta na rapidez e na facilidade de troca de informações: Intradepartamental: entre funcionários do mesmo departamento. Interdepartamental: entre funcionários de diferentes departamentos. Entre funcionários de distantes unidades da empresa. Entre diferentes níveis hierárquicos, o que torna a comunicação mais horizontalizada, diminuindo a hierarquização nas empresas. 1 Tecnologia de Informação ou TI é um conjunto de recursos tecnológicos destinados ao armazenamento, processamento e à transmissão de informações. (TERCIOTTI e MACARENCO, 2009, p. 14) Descendente Diagonal Lateral Lateral Ascendente 25 No banco de talentos, que são bancos dados por meio dos quais se pode acessar o perfil dos demais com o propósito de montar equipes. Nas comunidades de aprendizagem (construção colaborativa do conhecimento, trocas, debates entre os participantes). Na gestão do conhecimento (sistemas que fazem a organização, o registro e o compartilhamento dos conhecimentos dos funcionários de uma empresa). Segundo os autores, as organizações devem se utilizar dos seguintes recursos que facilitam e agilizam a comunicação interna: E-mail. MSN. Orkut. Second Life. Vídeoconferência, teleconferência (por satélite), webconferência (por computador). E-learning. Blogs. Comunidades. Concluindo o pensamento dos autores, no que se refere ao público externo, a TI é essencial para o relacionamento, pois melhora os seguintes aspectos: Relacionamento (ajuda a melhorar a gestão de relacionamento com clientes, fornecedores e parceiros estratégicos), Competitividade (o processo de tomada de decisões torna-se mais rápido, aumenta a competitividade) e Desburocratização (há economia de papel utilizando-se do e-business, e- commerce, notebooks, e-mails, etc.). 26 2.10 BARREIRAS À COMUNICAÇÃO A comunicação “é uma habilidade, e como toda habilidade precisa e pode ser desenvolvida com a prática e com o aprimoramento contínuos, principalmente para vencer desafios.” (CHAVES et al, 2006, p. 22). Segundo esses autores acima citados, “Barreiras são elementos que interferem e distorcem o processo de comunicação, dificultando ou impedindo o correto entendimento entre emissor e receptor”. (p. 22). Um receptor ao receber uma mensagem, se esforça para decodificá-la, e neste processo podem surgir interferências que podem limitar e até atrapalhar sua boa compreensão. Estes obstáculos são conhecidos como barreiras à comunicação. (DAVIS e NEWSTROM, 1996). Já CHIAVENATO (1998), explica que no processo e na comunicação humana podem ocorrer chuvas e tempestades. Ainda explica: É que existem barreiras que servem como obstáculos ou resistências à comunicação entre as pessoas. São variáveis que intervêm no processo de comunicaçãoe que o afetam profundamente, fazendo com que a mensagem tal como é enviada se torne diferente da mensagem tal como é recebida. (p. 97). Portanto, compreende-se que as barreiras atuam como dificultadores para a comunicação entre as pessoas, ocasionando distorções na mensagem. Ou seja, a mensagem que o receptor recebe acaba sendo diferente da mensagem que o emissor passou. ANGELONI (2010) completa dizendo: “Estas barreiras podem ter sua origem na organização, nos seres humanos e nas tecnologias” (p. 48). E ainda cita as principais barreiras existentes na comunicação organizacional, que são: estrutura organizacional (hierarquias rígidas dificultam a comunicação entre os demais níveis hierárquicos), reações emocionais (sentimentos de amor, raiva, ciúme podem influenciar o modo de compreender a mensagem), não ouvir, escutar mal, escutar seletivamente, ausência de feedback, complexidade e tamanho da mensagem, etc. 27 CASADO (2002) cita as principais tendências e desafios das pessoas que interagem nas comunidades empresariais: Sobrecarga de informações: excesso de informação é tão prejudicial quanto a falta dela. Executivos que usam correio eletrônico intensivamente já reclamam do fluxo excessivo de informações. Enviar e-mails tem gerado sobrecarga (inútil na maior parte dos casos) que inviabiliza a comunicação do que é realmente importante. Tipo de Informação: graças à percepção seletiva, haverá maior ou menor dificuldade de apreensão de determinado tipo, forma e conteúdo de informação. Fontes: a maior ou menor credibilidade da fonte, seu grau de influência sobre o receptor e os estereótipos que suscita podem interferir na eficácia da comunicação. Localização Física: onde ocorre o processo de comunicação. Locais com excesso de ruídos e de estímulos à atenção ou ameaçadores para o receptor interferem negativamente no processo de comunicação. Filtragem: refere-se à manipulação da informação. Quanto mais níveis hierárquicos houver na estrutura da organização, maior será a probabilidade de haver filtragem. Linguagem: numa organização existem muitas diferenças de níveis sociais, de formação, de área de atuação e níveis de escolaridade. Obviamente, essas diferenças ocasionam grande empecilho na linguagem e na compreensão dos vários grupos. Existem três tipo de barreiras à comunicação humana, e são classificadas em: barreiras pessoais, físicas e semânticas. Segundo CHIAVENATO (1998): Barreiras Pessoais: são interferências que decorrem das limitações, emoções e valores humanos de cada pessoa. Elas podem distorcer ou até mesmo limitar as comunicações com as outras pessoas. 28 Completando com Davis; Newstrom (1996), as barreiras pessoais ocorrem com freqüência nas situações de trabalho, pois os sentimentos pessoais podem limitar a comunicação com outras pessoas. Barreiras Físicas: são as interferências que ocorrem no ambiente onde está acontecendo o processo de comunicação. Este mesmo autor cita alguns exemplos: um trabalho que possa distrair, uma porta que se abre no decorrer da aula, a distância física entre as pessoas, ruídos estáticos na comunicação por telefone etc Para DAVIS e NEWSTROM (1996), as pessoas tendem a reconhecer quando as interferências físicas ocorrem e procuram compensá-las. Citam o seguinte exemplo: [...] as barreiras físicas podem se converter em forças positivas através do controle ecológico, onde os arredores são alterados pelo emissor de forma a influenciar o comportamento e os sentimentos do receptor. O asseio moderado, a disposição de uma mesa, uma quantidade razoável de símbolos de status, plantas e decoração de parede, podem afetar a percepção de um visitante. (DAVIS e NEWSTROM, 1996, p. 10). Barreiras Semânticas: São as limitações ou distorções decorrentes dos símbolos através dos quais a comunicação é feita. As palavras ou outras formas de comunicação – como gestos, sinais, símbolos etc. -, podem ter diferentes sentidos para as pessoas envolvidas no processo e podem distorcer seu significado. As diferenças de linguagem constituem barreiras semânticas entre as pessoas. (CHIAVENATO, 1998, p. 98). Resumindo as barreiras através do quadro seguinte: 29 Quadro 6 – Três Tipos de Barreiras à Comunicação HUMANAS FÍSICAS SEMÂNTICAS Limitações pessoais Hábitos de ouvir Emoções Preocupações Sentimentos pessoais Motivações Espaço físico Interferências físicas Falhas mecânicas Ruídos ambientais Distância Ocorrências locais Interpretação de palavras Translação de linguagem Significado de sinais Significado de símbolos Decodificação de gestos Sentido das lembranças Fonte: CHIAVENATO, 1998, p. 98. 2.11 A IMPORTÂNCIA DO FEEDBACK PARA A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Existem dois conceitos de feedback que segundo TERCIOTTI e MACARENCO (2009) são: Feedback como resposta do receptor ao emissor da mensagem. Feedback como instrumento de comunicação e de avaliação que serve para ajudar a empresa e/ou funcionário a melhorar seu desempenho. O feedback como instrumento de comunicação e avaliação “constitui uma das partes mais importantes do processo de comunicação, pois é o meio pelo qual as pessoas e a empresa melhoram seu trabalho com o aprendizado proporcionado por seus próprios erros” (TERCIOTTI e MACARENCO, 2009, p. 5) Nota-se então que o feedback é uma ferramenta muito importante dentro da comunicação empresarial pois permite que os gestores tomem decisões mais acertadas com base nos retornos recebidos por seus colaboradores, com a identificação de erros e aprendizado contínuo causado pela experiência. Segundo Pimenta (2009), o feedback mostra o que pode ser definido como a reação ao ato de comunicação, possibilitando que o emissor saiba se a mensagem foi aprovada, desaprovada, compreendida ou não. Shannon citado por Pimenta (2009) mostra adiante o exemplo de um Sistema de comunicação de mão dupla: 30 Quadro 7 – Sistema de Comunicação de Mão Dupla Envia mensagem Emissor Receptor Envia feedback Fonte: Shannon citado por PIMENTA (2009), p.26. Já este modelo mais elaborado de Robson citado por PIMENTA (2009) apresenta uma perspectiva do fenômeno como processo: Quadro 8 – Fenômeno como Processo Fonte: Shannon citado por PIMENTA (2009), p.27. Segundo o autor Robson citado por PIMENTA (2009), as três primeiras etapas acima descritas, são realizadas pelo emissor e as três ultimas etapas são realizadas pelo receptor. O feedback (retroalimentação, retroação) pode ser definido como: reação ao ato de comunicação. De acordo com Matos (2009) a falta de feedback (retorno) no processo de comunicação organizacional é um impedimento para que a qualidade e a produtividade dos projetos e processos de trabalho possa ser melhorado. Este empecilho foi identificado pelas maiores empresas de auditorias de qualidade internacionais. Esse autor ainda completa que o feedback é o responsável por garantir “a realimentação da comunicação e o prosseguimento do fluxo de mensagens” (p.17). Emissor Receptor Concepção da mensagem Codificação da mensagem Seleção da mensagem Decodificação da mensagem Interpretação da mensagem Feedback 1 2 3 4 5 6 31 [...]a comunicação é um ato que precisa envolver compreensãomútua entre emissor e receptor. A comunicação só pode ocorrer se houver feedback. Sem ele, o emissor não terá como conferir a adequação e eficácia da transmissão da sua mensagem. (MATOS, 2009, p. 17). Percebe-se então que a comunicação precisa de resposta para ser concluída, pois se ela não tiver retorno, ela pode-se tornar falha e incompleta. Alguns propósitos do feedback segundo TERCIOTTI e MACARENCO (2009): Orientação do foco de pessoas. Incentivo ou reforço de um bom desempenho. Incentivo à busca do desenvolvimento profissional. Incentivo à mudança de comportamento inadequado. Busca continuada da eficácia. Ao dar o feedback deve-se levar em conta dois aspectos: a oportunidade e a objetividade: Oportunidade significa que o feedback deve ser dado no momento oportuno, de preferência logo após a ocorrência do acontecimento que o motivou. Objetividade, nesse caso, quer dizer que o feedback deve ser isento de subjetividade e impressionismo e baseado em fatos concretos, principalmente os efeitos que o acontecimento teve sobre os indivíduos e/ou a empresa. (TERCIOTTI e MACARENCO, 2009, p. 6) COHEN e FINK (2003) sugerem algumas orientações para quem dá feedback: Examine seus próprios motivos. Considere a disposição do outro para ouvir seu feedback. Dê o feedback prontamente. Descreva e não avalie. Trate de especificidades, não de generalidades. Ofereça o feedback, não tente impô-lo. Ofereça o feedback com espírito de contribuição. Evite sobrecarga. 32 Destaque os custos de um comportamento para o outro. Observe qualquer reação do outro, quando recebe o feedback, que confirme ou desminta o que foi dito; recorrer à reação para ilustrar seus argumentos é uma forma poderosa de reforçar o que está sendo dito. Já ao receber o feedback é mais delicado, pois nem sempre ele é positivo. E para evitar que as reações inadequadas aconteçam é necessário entender que o feedback é uma ferramenta de mudança e que ele pode se transformar em oportunidade dos gestores reverem opções ou estratégias profissionais. (TERCIOTTI e MACARENCO, 2009, p. 6). MATOS (2009) dá algumas dicas de como receber feedback: Ouça cuidadosamente e evite interromper; Saiba que é incômodo e, às vezes, até doloroso. Respire fundo para relaxar e escutar; Faça perguntas se precisar esclarecer alguns aspectos; Reformule o que o outro está dizendo, para que confira se ouviu e entendeu; Reconheça o que é correto e adequado no feedback. Concordar que seus relatórios estão atrasados é bem diferente de concordar que você é irresponsável; Assimile, com calma o que ouviu. Peça tempo para pensar, se necessário. Por meio do feedback é possível identificar o que os clientes, fornecedores, parceiros pensam ou sentem em relação aos produtos e serviços oferecidos pela empresa. Com isso, as necessidades são identificadas e os seguintes questionamentos podem ser respondidos: (MATOS, 2009). Qual a demanda do cliente? Do que ele precisa? O que ele pensa? O que ele sente? 33 Está ou não satisfeito? Que sugestões teria para apresentar? Ainda de acordo com PIMENTA (2009), um fator determinante no processo de comunicação, que não aparece nos modelos acima citados, é o ruído. O ruído consiste na interferência ou barreira que dificulta a comunicação. O ruído em uma comunicação pode ter várias origens, entre elas destacam-se: No emissor ou no receptor, nesse caso, pode ser de ordem: - psicológica, quando envolve o estado mental e emocional: preocupação, stress, descontentamento etc.; - perceptual: quando diz respeito a concepção de mundo e de pessoas, a formação cultural e religiosa, preconceitos e estereótipos; - fisiológica; dor de cabeça (e outras), dificuldade visual ou auditiva. No ambiente: excesso de barulho, pouca luz, movimentação de pessoas etc.; Na mensagem: tipo de linguagem e de vocabulário utilizados, seqüência lógica, velocidade de emissão etc. Por CHIAVENATO (1994), “uma das maneiras de se reduzir o ruído é a redundância – a repetição da mensagem – para garantir a interpretação da mensagem, apesar do ruído.” Ao estudar sobre o feedback então, nota-se que ele deve ser utilizado constantemente dentro da organização como um instrumento de comunicação e avaliação que permite aos administradores, aos gerentes uma correção dos erros cometidos, proporcionando assim um ambiente de trabalho sempre bom tanto para os clientes interno como externo. Percebe-se também que o contato humano junto ao feedback é fundamental na troca de informações, pois permite que haja uma abertura ao diálogo onde as duas partes envolvidas no processo transmitam o que desejam e também sejam compreendidas, tornando a comunicação mais eficaz e os objetivos por eles traçados sejam alcançados. 34 CAPÍTULO 3 – COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL: EM BUSCA DA EFICIÊNCIA E EFICÁCIA As empresas andam em constante competição entre elas, e com isso houve aumento de busca por eficiência e eficácia em todas as áreas da organização, inclusive na área de comunicação. PIMENTA (2009), “é bom lembrar que um sistema de comunicação adequado contribui para a eficiência e eficácia como um todo”. (p.95). Conceito de eficiência e eficácia através do Dicionário Priberam da Língua Portuguesa: Eficiência é a qualidade de algo ou alguém que produz com o mínimo de erros ou de meios; capacidade para produzir realmente um efeito. Já eficaz é o que efetua o que promete ou o que se espera causando o resultado inicialmente pretendido. Então nota-se que para que a comunicação se torne eficiente e eficaz ela precisa alcançar seus objetivos pretendidos de forma a produzir o mínimo de erros. O essencial para a eficácia na comunicação por Megginson; Mosley e Pietri (2008) citado por PIMENTA (2009): Reconhecer a importância estratégica e a necessidade da comunicação, essa é a base para o empenho em promovê-la. Realizar a retroação, checando a compreensão das mensagens, requisitando e valorizando as informações dos funcionários. Melhorar a capacidade de ouvir, sendo empático, paciente, interessado, concentrado e criando um ambiente em que o outro se sinta à vontade para falar. Taylor (2007) citado por Angeloni (2010) escreve que a comunicação é essencial para a organização e “alguns analistas sustentam que, se pudéssemos identificar todos os canais de comunicação e a influência das mensagens no 35 comportamento da organização, estaríamos mais próximos de compreender a organização em si”. Identificar as barreiras que atrapalham o processo da comunicação dentro da organização é necessário e importante para que o sistema de comunicação se torne eficaz. Por isso “mecanismos para eliminar ou amenizar as distorções devem ser implementados visando um melhor entendimento entre os interlocutores e consequentemente o bom andamento das atividades organizacionais” (ANGELONI, 2010, p. 56). A comunicação é essencial para influenciar indivíduos e grupos a seguirem certos padrões de comportamento, para coordenar eficazmente as atividades grupais, para implantar processos de liderança e para desempenhar todas as funções administrativas. Para que alcance eficácia, o administrador depende da habilidade de comunicar-se com as outras pessoas dentro da empresa. (CHIAVENATO, 1994, p. 558) Observa-se então que um dos papeis da comunicação é o de influenciar os indivíduos a seguir a cultura organizacional, mas para que isso ocorra, é importante que o administrador saibacomunicar-se com as pessoas da organização. De acordo com o Opinion Research Corp. International (ORCI) – um dos principais institutos americanos de pesquisa citado por MATOS (2009), as principais causas que impedem um sistema eficaz de informações nas organizações são os seguintes: Critério vicioso: os escalões gerenciais em geral já recebem a informação por “filtros”, o que acaba por favorecer a distorção sobre a realidade dos fatos; Símbolo de status: muitos chefes retêm informações na pretensão de que com isso tornem-se mais importantes, transmitindo-as, muitas vezes, apenas quando as mesmas podem garantir-lhes prestígio junto aos subordinados. Acredita, dessa forma, que a “confiabilidade” que atribuem às informações reforçam seu poder; 36 Escamoteação de informações para obter vantagens pessoais: não revelam informações que possam ser úteis a possíveis concorrentes; Criação de “abismos”: profissionais que mantêm “distância” com os subordinados, inibindo-os à manifestação e, com isso, limitando as comunicações ao fluxo descendente; Rivalidades interdepartamentais: divergências, mal-entendidos ou especializações exageradas geram, com freqüência, permanentes rivalidades no trabalho e comunicações deficientes. Por meio dos itens acima citados, podemos perceber que para uma comunicação ser válida e surtir os efeitos desejados são necessários um clima onde as pessoas envolvidas possam se entender e onde haja uma abertura ao diálogo. MATOS (2009) conclui “que as comunicações eficientes começam nas relações humanas e pressupõem uma organização democrática e integrada”. Esse autor informa ainda que dentro dessa realidade empresarial as pessoas costumam ter as questões abaixo citadas bem definidas, são elas: Quem é quem: posição na empresa; O que se quer: objetivos e metas; Como se quer: diretrizes e processos; Quem quer realizar: motivação para o trabalho. Nota-se então que no processo de comunicação segura e eficaz é necessário que o transmissor conheça o que quer dizer e que fale de forma clara e objetiva. Segundo Chiavenatto, a comunicação faz parte dos aspectos básicos da atividade gerencial. 37 Administrar é fazer com que as coisas sejam feitas através das pessoas e, para que as pessoas possam fazer as coisas de maneira eficiente e eficaz, torna-se necessário comunicar constantemente a elas o que deve ser feito, como, quando, quanto etc. E, igualmente, como está sendo feito, para que elas tenham uma informação (retroação) a respeito de seu desempenho. (CHIAVENATO, 1994, p. 560) Percebe-se, portanto, que os colaboradores devem estar sempre informados do que deve ser realizado, em que prazo deve ser concluído o seu trabalho. Mas é necessário também, que os colaboradores fiquem por dentro do resultado do seu desempenho no local de trabalho. A saber, Davis citado por Chiavenato (1994), a comunicação vista como atividade gerencial, ou seja, processo onde o gerente garante a ação dos seus colaboradores para promover a ação empresarial, possui dois propósitos que são: Proporcionar informação e compreensão necessárias para que as pessoas possam conduzir-se nas suas tarefas. Proporcionar as atitudes necessárias que promovam a motivação, cooperação e satisfação nos cargos. Quadro 9 – Os Dois Principais Propósitos da Comunicação como Atividade Gerencial + = Fonte: CHIAVENATO (1994, p. 561). Assim, compreende-se que esses dois propósitos andando juntos, podem proporcionar que as tarefas aos serem executadas possam ter um melhor desempenho e que o trabalho em equipe possa ser valorizado e melhorado. Todo ser humano tem capacidade de se comunicar, mas muitas vezes o processo comunicacional deixa a desejar, comprometendo significativamente a qualidade das relações interpessoais e de grupo, assim como os resultados da organização. (ANGELONI, 2010, p. 56) Proporcionar a informação e compreensão necessárias ao esforço das pessoas. Proporcionar as atitudes necessárias para a motivação, cooperação e satisfação nos cargos. Melhor comunicação conduz a um melhor desempenho nos cargos. Trabalho de Equipe Vontade de Trabalhar Habilidade de Trabalhar 38 Com base na citação acima, é necessário então que o processo de comunicação de uma organização funcione corretamente para que não haja interferências na obtenção dos resultados da empresa. Para TORQUATO (1986) existem três hipóteses para melhorar a comunicação, são elas: De um lado, há um tipo de comunicação que é fruto da informação e conhecimento técnico, e, de outro, as atitudes, valores, normas. A questão é ajustar as duas partes, formando um composto comunicacional que possa ser consumido naturalmente. Outra hipótese para melhorar o desempenho da comunicação está centrada nos chamados fluxos de comunicação (descendente, ascendente, lateral, fluxos visto no tópico 2.6 deste trabalho). O volume de comunicação, o tipo de comunicação e a direção da comunicação constituem o centro de processamento da eficiência organizacional. A outra hipótese para melhorar a comunicação é o treinamento, que segundo March e Simon citado por Torquato (1986) “Quanto mais bem treinada for a pessoa antes de ocupar o cargo, tanto menor será a necessidade de comunicação enquanto está no desempenho da ocupação”. Finalizando ainda com Torquato (1986), este autor explica que a comunicação eficaz necessita que o emissor e o receptor devem estar bem envolvidos na mensagem, de modo que os resultados a serem obtidos sejam claros e objetivos para as duas partes. Já com relação a eficiência no processo de comunicação, esse mesmo autor acima citado apresenta algumas variáveis que influem no processo, por exemplo: Os processos de codificação e decodificação de mensagens são fundamentais para a maximização do processo de comunicação, quando a questão de eficiência da comunicação está ligada às habilidades humanas. 39 Atitude positiva é um fator que melhora o desempenho comunicativo: atitudes para com os assuntos abordados, atitudes para com os receptores, atitudes para com você próprio. O nível de conhecimento do assunto em questão pode gerar sucesso ou fracasso no ato comunicativo, portanto, é necessário conhecer as barreiras, os níveis intelectuais e culturais. Deve-se atentar a sociocultura da empresa, pois quanto mais aberta ela for haverá mais espírito participativo e um clima favorável à eficiência comunicativa. Muitas são as variáveis que podem contribuir para que uma comunicação se torne eficiente e eficaz. Cabe aos superiores então, ficarem atentos a complexidade da sua organização e atentar para o que deve ser melhorado ou mudado, identificar as barreiras que atrapalham o processo, para que assim o sistema de comunicação possa desempenhar o seu papel corretamente de forma a ser eficiente e eficaz para a organização. Ou seja, os resultados estipulados pelas empresas venham a ser atingidos. 40 CAPÍTULO 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Através da realização desta pesquisa bibliográfica, compreendeu-se que a comunicação está sempre presente na vida das pessoas, pois a todo o momento as pessoas precisam trocar informações, compartilhar idéias, sentimentos, conhecimento, etc. Foi analisado que para que a comunicação de fato ocorra, é necessário o envolvimento de pelo menos duas pessoas no processo – o emissor que transmite
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