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AÇÃO DE INTERDICAO MARIA DA GRAÇA NPJ

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA _____VARA CÍVEL DA COMARCA DE __________.
 
 
 
 
 
 
 
 
MARIA DA GRAÇA, (nacionalidade), 	(estado civil), (profissão), portador(a) da carteira de identidade nº XXXXXX, inscrita no CPF nº XXXXXXX, residente e domiciliado(a) no (Endereço), CEP: XXXX na Cidade de XXXX, vem por sua advogada devidamente constituídaa pelo instrumento de mandato anexo, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 1.768 do CC, combinado o art. 747 e seguintes do novo CPC, propor a presente
AÇÃO DE INTERDIÇÃO COM PEDIDO DE CURATELA
Em face de RAQUEL, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador(a) da carteira de identidade nº XXXXXX e inscrita no CPF nº XXXXXXX, residente e domiciliada no (Endereço), CEP: XXXXX, na Cidade de XXXXX pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
 
PRELIMINARMENTE DA JUSTIÇA GRATUITA
 
A autora não possui condições de pagar as custas e despesas do processo sem prejuízo próprio ou de sua família, conforme declaração de hipossuficiência anexa, sob égide no Novo Código de Processo Civil, art. 98 e seguintes e pelo artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal. Desse modo, a autora faz jus à concessão da gratuidade de Justiça. Insta ressaltar que entender de outra forma seria impedir os mais humildes de ter acesso à Justiça, garantia maior dos cidadãos no Estado Democrático de Direito.
 
I. DOS FATOS
 	A interditanda não possui o necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil, sendo incapaz de reger sua pessoa e seus bens, porquanto portadora de doença mental de CID F001, conforme cópia de laudo médico em anexo, em que se atesta sua incapacidade permanente. Observa-s ainda, diante dos laudos médicos, que não há qualquer índicio de que esse quadro possa se reverter.
Assim, a requerente que é filha da interditanda, conforme observa-se em documentos acostados nos autos, é legitima a interpor esta demanda e apta a exercer os poderes da vida civil da mãe, obtendo inclusive, atestado que comprova que a mesma está em boas condições de saúde física e mental. Informa ainda que possui a concordância de 5 dos 6 irmãos. 
 
II. DOS FUNDAMENTOS DA INTERDIÇÃO
 
O artigo 1º do Código Civil estatui que “toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil“. Assim, liga-se à pessoa a ideia de personalidade, que é consagrado nos direitos constitucionais de vida, liberdade e igualdade.
É cediço que a personalidade tem a sua medida na capacidade de fato ou de exercício, que, no magistério de Maria Helena Diniz: é a aptidão de exercer por si os atos da vida civil, dependendo, portanto, do discernimento, que é critério, prudência, juízo, tino, inteligência, e, sob o prisma jurídico, da aptidão que tem a pessoa de distinguir o lícito do ilícito, o conveniente do prejudicial.(Curso de Direito Civil Brasileiro: Teoria Geral do Direito Civil. São Paulo: Saraiva)
Todavia essa capacidade pode sofrer restrições legais quanto ao seu exercício, visando a proteger os que são portadores de uma deficiência jurídica apreciável. Assim, segundo Maria Helena Diniz , a incapacidade é a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil. Os artigos 3º e 4º do Código Civil graduam a forma de proteção, a qual assume a feição de representação para os absolutamente incapazes e a de assistência para os relativamente incapazes.
A incapacidade cessa quando a pessoa atinge a maioridade, tornando-se, por conseguinte, plenamente capaz para os atos da vida civil.
Entretanto, pode ocorrer, por razões outras, que a pessoa, apesar da maioridade, não possua condições para a prática dos atos da vida civil, ou seja, para reger a sua pessoa e administrar os seus bens. Persiste, assim, a sua incapacidade real e efetiva, a qual tem de ser declarada por meio do procedimento de interdição, tratado nos arts. 747 a 770 do Novo Código de Processo Civil.
III. DO PEDIDO DE CURATELA
Diante de todo o exposto, requer-se a nomeação da autora como curadora, consoante o artigo 1.767 do Código Civil. Pois, depreende-se que a interditanda faz jus à proteção, a qual será assegurada ante a sua interdição e a nomeação da autora como sua curadora, a fim de que esta possa representá-la ou assisti-la no exercício dos atos da vida civil, de acordo com os limites da curatela prudentemente fixados na sentença de interdição.
IV. DO PEDIDO
 
Diante do acima exposto, requer:
1) a concessão dos benefícios da gratuidade de Justiça, haja vista que a autora é pobre no sentido jurídico do termo;
2) a citação da interditanda para que, em dia a ser designado, seja efetuado sua entrevista, nos termos do art. 751 do Novo CPC;
4) seja concedido prazo legal para que a interditanda possa apresentar impugnação nos termos do art. 752 do Novo CPC;
5) a representação da interditanda nos autos do procedimento pelo digno Membro do Ministério Público, nos termos do § 1º do art. 752 do Novo CPC;
6) seja julgado procedente o pedido, para nomear em definitivo a autora como curadora a interditanda, que deverá representá-la ou assisti-la em todos os atos de sua vida civil, de acordo com os limites da curatela prudentemente fixados na sentença.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, que ficam desde já requeridos, ainda que não especificados.
V. DOCUMENTOS JUNTADOS
1. Certidão de Nascimento que comprova a legitimidade da autora pra propor a presente ação, conforme determina o art. 747, em seu parágrafo único, do Código de Processo Civil.
2. Laudos Médicos que comprovam que a interditanda é portadora de Alzheimer (CID F001) em grau irreversível e que atestam sua incapacidade definitiva, conforme estabelece o art. 750 do Código Processual Civil.
Atribui-se à causa o valor de R$ XXXXX, para fins de alçada.
 Nestes termos,
Pede deferimento.
 
Local e data.
 
Advogado
OAB/UF nº XXX

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