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26/10/2015 1 PROTEÍNAS - Unidade 4- DSc. Fernanda C. de Santana 2015.2 • São as macromoléculas mais abundantes nas células vivas • Funções: - Energética: 4Kcal/ g - Estrutural: constituinte básico das fibras musculares, cabelo, ossos, dentes, fluidos e secreções corpóreas, dentre outros - Catalizadores: aceleram as reações químicas intracelulares ou extracelulares (enzimas) - Transportadores - Regulação do metabolismo: hormônios - Sistema imunológico: anticorpos • Fontes: carnes, laticínios, ovos, leguminosas Conceituação • São blocos de construção das proteínas • Moléculas que possuem tanto um grupo amina (-NH2) como um carboxílico (-COOH) • Há 20 principais aminoácidos encontrados nas proteínas (aminoácidos primários), cada um com uma cadeia lateral (R) característica Aminoácidos Grupo CARBOXÍLICO Grupo AMINA *Carbono α Aminoácido Nomes abreviados Ocorrência nas proteínas (%) Glicina Gly G 7,2 Alanina Ala A 7,8 Prolina Pro P 5,2 Valina Val V 6,6 Leucina Leu L ,1 Isoleucina Ile I 5,3 Metionina Met M 2,3 Fenilalanina Phe F 3,9 Tirosina Tyr Y 3,2 Triptofano Trp W 1,4 Serina Ser S 6,8 Treonina Thr T 5,9 Cisteina Cys C 1,9 Asparagina Asn N 4,3 Glutamina Gln Q 4,2 Lisina Lys K 5,9 Histidina His H 2,3 Arginina Arg R 5,1 Aspartato Asp D 5,3 Glutamato Glu E 6,3 Fontes alimentares completas e incompletas! • 2 porções de arroz para 1 porção de feijão (Guia alimentar para a população brasileira) • O arroz, assim como outros cereais, possui como aminoácido limitante a lisina • O feijão apresenta em sua constituição todos os aminoácidos essenciais, sendo rico inclusive em lisina. No entanto ele é limitante em aminoácidos sulfurados – metionina e cisteína Lajolo FM, Tirapegui J. Proteínas e Aminoácidos. In: Dutra de Oliveira JE, Marchini JS, editores. Ciências Nutricionais. São Paulo: Sarvier; 1998. p. 41-69. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2008.pdf • Aminoácidos incomuns em algumas proteínas - Só ocorre raramente em proteínas - hidroxiprolina e hidroxilisina: colágeno e gelatina; ácido aminoadípico: proteínas de milho; N- metilarginina e N-acetilisina: histonas 26/10/2015 2 • Algumas propriedades dos aminoácidos 1. Formam dois isômeros óticos (exceção glicina) – carbono α é um centro quiral - Além disso todos os aminoácidos encontrados em proteínas são da configuração L- estereoisômero. Configuração L e D é a estrutura em relação à configuração L e D do gliceraldeído - Os D-aminoácidos foram encontrados apenas em pequenos peptídios que têm função de antibiótico (gramicidina S - antibiótico produzido pela bactéria Bacillus brevis) 2. Propriedade espectroscópica. São propriedades de absorção e emissão de energia de diferentes frequências Quanto a sua essencialidade • aminoácido essencial é aquele que o organismo (humano) não é capaz de sintetizar mas é requerido para o seu adequado funcionamento - através da dieta, pela ingestão de alimentos ricos em proteínas • Os aminoácidos não essenciais são também necessários para o funcionamento do organismo, mas podem ser sintetizados in vivo a partir de determinados metabolitos - Obs: Existem aminoácidos condicionalmente essenciais Classificação dos Aminoácidos crianças Arginina: Crescimento e desenvolvimento normal Classificação dos Aminoácidos Quanto à polaridade do radical R • Grupos R- não polares e alifáticos - Possuem radical "R" geralmente formado por carbono e hidrogênio (grupamentos alquila, hidrocarbonetos) - São hidrofóbicos, apolares Classificação dos Aminoácidos Quanto à polaridade do radical R • Grupos R- aromáticos - São relativamente não-polares - Podem participar de interações hidrofóbicas razoavelmente fortes quando estão aproximados - A tirosina e triptofano são mais polares devido ao grupo hidroxila e nitrogênio Classificação dos Aminoácidos 26/10/2015 3 Fenilcetonúria • Erro inato do metabolismo resultante da deficiência da enzima hepática fenilalanina hidroxilase • atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, hiperatividade, convulsões, alterações cutâneas, hipotonicidade muscular, tremores, microcefalia, descalcificação de ossos longos, dentre outros • Teste do pezinho • Dieta com baixo teor de fenilalanina http://www10.anvisa.gov.br/SATA/view/publico/consultaPublica/pesquisarIndustrial izado/consultaPublicaIndustrializado.seam?cid=555 Quanto à polaridade do radical R • Grupos R polares e não carregados - São aminoácidos com radicais "R" contendo hidroxilas, sulfidrilas e grupamentos amida - São hidrofílicos obs: sal de sódio do ácido glutâmico=glutamato monossódico (síndrome do restaurante chinês) Classificação dos Aminoácidos Quanto à polaridade do radical R • Grupos R polar, carregados positivamente - A lisina e arginina tem um segundo grupo carregado positivamente - A histidina contém um grupo imidazol Classificação dos Aminoácidos Quanto à polaridade do radical R • Grupos R polar, carregados negativamente -Possuem um segundo grupo carboxila (COO-) -São compostos originários da asparagina e glutamina Classificação dos Aminoácidos • Os aminoácidos são ANFÓTEROS pois, em solução aquosa, comportam-se como ácido ou como base, formando ÍONS DIPOLARES, híbridos - Zwitterions • O grupamento carboxila ioniza-se em solução aquosa liberando próton, e adquirindo carga negativa • O grupamento amina ioniza-se em solução aquosa aceitando próton e adquirindo carga positiva • São eletricamente neutros Propriedade Química dos Aminoácidos Forma não iônica Forma zwitteriônica 26/10/2015 4 • Este comportamento depende do pH do meio aquoso em que o aminoácido se encontra: - Em meio ácido, os aminoácidos tendem a aceitar prótons, comportando-se como base e adquirindo carga positiva - ionizam em seus radicais amina - Em meio básico, os aminoácidos tendem a doar prótons, comportando-se como ácidos e adquirindo carga negativa - ionizam-se em seus radicais carboxila. Propriedade Química dos Aminoácidos Meio ácido Meio alcalino -H +H -H +H O valor de pH onde as cargas elétricas do aminoácido se igualam e se anulam chama-se PONTO ISOELÉTRICO, ou pH ISOELÉTRICO • Duas moléculas de aminoácidos podem ser unidas covalentemente por meio de uma ligação amida substituída, chamada de ligação peptídica (reação de condensação) Ligações Peptídicas • Até 50 aminoácidos = polipeptídios ou poliamida • Mais de 50 aminoácidos com alto peso molecular = proteínas • O tamanho da cadeia e a sequência de aminoácidos determinam as propriedades físico-químicas, estruturais e biológicas • Classificação quanto: - Função biológica (enzimas, proteína de transporte, estrutura, etc) - Forma e solubilidade (fibrosas ou globulares) - Numero de subunidades (monomérica, oligomérica) - Composição química (simples e conjugada – grupo prostético Proteínas As proteínas podem ser divididas em quatro níveis estruturais: • Estrutura primária é a sequência de aminoácidos numa estrutura peptídica ou proteica – determina a função de uma proteína em nosso organismo Aminoácidos ligados por ligação peptídica (covalente) - Posição do aminoácido na molécula altera a função Organização Estrutural das Proteínas 26/10/2015 5 Anemia Falciforme Hemácia normal Hemácia siclêmicas * Ácido glutâmico • Estrutura secundária de uma proteína correspondea um tipo de arranjo local numa determinada porção de uma proteína. As estruturas secundárias mais comuns são as folhas- e as -hélices Organização Estrutural das Proteínas Estrutura mais comumente formada : porque a α-hélice otimiza o uso das ligações de hidrogênio internas A cadeia polipeptídica estende-se em uma estrutura em ziguezague em vez de helicoidal • Estrutura terciária é o arranjo tridimensional global de todos os átomos em uma proteína inteira Organização Estrutural das Proteínas • Estrutura quaternária Alguns peptideos contem duas ou mais cadeias polipeptidicas separadas ou subunidades que podem ser identicas ou nao. O arranjo dessas subunidades proteicas em complexos tridimensionais • constitui a estrutura quaternaria. Organização Estrutural das Proteínas 26/10/2015 6 • Uma perda da estrutura tridimensional (conformação nativa) suficiente para causar perda de função biológica e denominada desnaturação • Envolve a quebra das ligações não covalentes fracas que mantém a estrutura das cadeias polipeptídicas • As ligações peptídicas não são quebradas, porem as estruturas terciárias e quaternárias são perdidas • Após desnaturação, as proteínas aglomeram-se (coagulam) e precipitam (tornam-se insolúveis) Desnaturação das Proteínas • Calor: movimentação dos átomos das proteínas e quebra ligação das estruturas terciárias • Alcoóis e outros solventes orgânicos ligações hidrofóbicas • Ácidos e bases: causam desnaturação por alterarem a distribuição de cargas positivas e negativas nas proteínas • Íons metálicos rompe as pontes salinas e grupos sulfidrílicos • Agentes oxidantes e redutores Obs: agitação mecânica Desnaturação das Proteínas • Algumas proteínas podem recuperar a sua estrutura original após a retirada dos agentes desnaturantes, este fenômeno é chamado de renaturação Desnaturação das Proteínas • São definidas como as propriedades físico-químicas que afetam o seu comportamento no alimento durante o preparo, processamento e armazenamento – qualidade e atributos sensoriais - I: Propriedade de hidratação (água-proteína) - II: Propriedades relacionadas à superfície proteica: emulsão, espuma - III: Interações proteína-proteína (coagulação) Propriedades funcionais nos alimentos • I: Propriedades de hidratação: - Propriedades funcionais: absorção e retenção de água, molhabilidade, formação de gel, adesividade, dispersabilidade, solubilidade, viscosidade - Propriedades de hidratação das proteínas estão relacionadas com fatores intrínsecos da própria molécula – composição em aminoácido e sua conformação - Interação com a água através de pontes de hidrogênio, ligações dipolo-dipolo ou cadeias laterais de aminoácidos (interação com os grupos ionizados) 26/10/2015 7 • I: Propriedades de hidratação: - Afetada pelo balanço de aminoácidos hidrofóbicos e hidrofílicos na superfície - Estrutura tridimensional X fatores ambientais 1) pH e solubilidade - Aminoácidos “carregados” mantém a solubilidade proteica Valores menores ou maiores que o ponto isoelétrico Cargas positivas ou negativas (repulsão entre as moléculas de proteína) – moléculas de água interagem com essas cargas, solubilizando a proteína Aumento da interação proteína-proteína Menor solubilidade pH próximo ao ponto isoelétrico 1) pH e solubilidade falta de repulsão eletrostática = agregação e a precipitação por meio de interações hidrofóbicas Maior parte das proteínas é altamente solúvel em pH alcalino de 8-9 2) Força iônica e solubilidade: • Em baixa concentração de sais: a solubilidade aumenta (salting-in) - Íons estabilizam a proteína aumentando a hidratação proteica, ligando-se fracamente a proteínas - Diminui a atração eletrostática entre as proteínas • A alta concentração de sais: a solubilidade diminui (salting out) - concorrência entre os íons e as proteínas para captar água - menor interação entre água-proteína 3) Temperatura e solubilidade: - Solubilidade aumenta com temperatura (0-40°C) - Altas temperaturas: Diminui a capacidade de ligar água, ruptura das pontes de hidrogênio, desnaturação seguida de agregação (redução da superfície da proteína exposta a água) - Alteração no perfil da solubilidade na presença da desnaturação pelo calor se deve ao aumento da hidrofobicidade da superfície proteica como consequência do desdobramento. 26/10/2015 8 • II: Propriedades Interfaciais das Proteínas - Incluem-se neste item a capacidade de formação de espumas, as emulsões e todos os fenômenos relacionados com a tensão superficial - Estes sistemas dispersos são instáveis a menos que uma substância anfifílica adequada esteja presente na interface entre as duas fases - Proteínas formam uma película altamente viscoelástica que tem capacidade de suportar choques mecânicos durante a estocagem e manipulação Representação esquemática do papel dos segmentos hidrofóbicos de superfície sobre a probabilidade de adsorção das proteínas na interface ar-água Diferença entre o modo de adsorção de um surfactante de baixo peso molecular e de uma proteína As várias configurações de um polipeptídeo flexível em uma interface Propriedade emulsificante • Emulsão é um sistema heterogêneo que consiste em um líquido imiscível, completamente difuso em outro, na forma de gotículas com diâmetro superior a 0,1 mícron • Requer energia para manter as gotículas dispersas em fase contínua – intrinsecamente instável • Estabilidade aumentada com adição de agentes ativos de superfície • Fases : - Interna, contínua ou dispersa - Externa, descontínua ou dispersante Propriedade emulsificante • Tipos de emulsões com água e óleo: - O/A: óleo em água (fase interna oleosa e externa aquosa) - A/O: água em óleo (fase interna aquosa e externa oleosa) Propriedade emulsificante 26/10/2015 9 • Espumas são sistemas dispersos de duas fases distintas, onde uma delas líquida circunda uma fase dispersa constituída de bolhas de ar, que são separadas por uma fina camada de líquido (lamela), formando uma interface ar-líquido de elevada tensão, resultando num filme adsorvido nesta região que previne a coalescência das bolhas de ar - Cremes batidos, sorvetes, bolos, merengues,pães, suflês, mousses e maeshmallows - Distribuição uniforme e tamanho reduzido das bolhas de gás produzem um alimento suave e leve e com maior intensidade de aroma Propriedade espumante • Fatores que influenciam a formação e estabilidade da espuma 1) pH: mais estáveis em pH isoelétrico (contanto que não haja insolubilização) 2) Sais: depende do tipo do sal e características de solubilidade em solução salina Ex: ↑[Na] = ↑ estabilidade (albumina sérica bovina, albumina ovo, glúten e proteínas da soja) ↑[Na] = ↓ estabilidade (proteínas do soro do leite 3) Açúcares: prejudica a espumabilidade, porém aumenta a estabilidade das espumas = aumento da viscosidade da fase principal, reduzindo a taxa de drenagem do fluido da lamela Em produtos de sobremesa do tipo espuma - que contem açúcar é preferível que se acrescente o açúcar depois do batimento Isso permite adsorção da proteína e seu desdobramento , formando película estável. Então, o açúcar acrescentado aumentará a estabilidade da espuma, elevando a viscosidade do fluido da lamela 4) Lipídeos: - Presentes em concentrações > 0,5%, Diminuem as propriedadesdas proteínas de estabilizar a espuma - Adsorvem rapidamente na interface ar-água, inibindo a adsorção das proteínas durante a formação de espuma Obs: proteínas do ovo sem gema, mostram melhores propriedades de formação de espuma do que as preparações contaminadas por lipídeos 26/10/2015 10 5) Concentração proteica: - Quanto maior a concentração de proteína, mais firme e estável será a espuma – pequeno tamanho da bolha e da alta viscosidade 6) Velocidade de batimento: - Velocidade moderada: espumas com bolhas de tamanho pequeno, pois a ação de cisalhamento resulta em desnaturação parcial da proteína antes que ocorra a adsorção - Velocidade alta, alta taxa de cisalhamento: diminui o poder de formação de espuma por causa de desnaturação extensa, agregação e precipitação das proteínas • Capacidade de absorção de óleo - Fixação de aroma - Propriedade de fixação de aroma: Podem-se ligar a compostos de aroma e, dessa forma, afetar as propriedades sensoriais dos alimentos - Depende do número de grupos hidrofóbicos expostos - As proteínas em si são inodoras - Aspecto indesejável: Sementes oleaginosas - Odores indesejáveis (off- flavors) – resultado de aldeídos, cetonas e alcoóis gerados pela oxidação de ácidos graxos insaturados - Aspecto desejável: Produtos análogos da carne que contêm proteínas vegetais - Carregadores ou modificadores de aroma em alimentos • III: Propriedades relacionadas com interações ptn-ptn: Propriedade de gelificação - Consiste na formação de uma rede proteica a partir de proteínas previamente desnaturadas, desempenhando papel fundamental em determinados alimentos e em outras propriedades funcionais como absorção de água, formação e estabilização de espuma e emulsões - Importante: produtos lácteos, produtos de carne, gelatinas, produtos panificados, clara de ovo desnaturada - O processo de gelificação envolve o enfraquecimento e quebra das ponte de H e dissufídicas, desestabilizando a estrutura conformacional, e posterior organização das moléculas de proteína formando uma estrutura tridimensional capaz de imobilizar fisicamente grande parte do solvente - Substância geleificante: confere textura através de formação de gel Propriedade de gelificação - Glúten é uma rede de proteínas insolúveis composta por gliadina e glutenina, que podem ser encontradas na semente de vários cereais: trigo, cevada, malte e centeio Propriedade de formação de glúten 26/10/2015 11 - O glúten é formado ao se misturar a farinha e a água. Nesse momento, as proteínas gliadina e glutenina entrelaçam-se entre si através de pontes de H, ligações de Van der Waals e pontes de sulfeto e formam uma rede proteica - Na medida em que essa massa é trabalhada, o glúten faz com que ela adquira adesividade e elasticidade - É o glúten que possibilita a retenção dos gases da fermentação,crescimento do pão e por reter a umidade da massa e do pão após assado Propriedade de formação de glúten Lei Nº 10.674, de 16 de Maio de 2003 é obrigatório constar nas embalagens se o alimento possui ou não glúten extensibilidade Elasticidade resistência Alimentos que não possuem glúten amaranto quinoa trigo-sarraceno sagu painço arroz selvagem Farinha de milho Amido de milho Fubá Farinha de mandioca Farinha de castanhas Farinha de amêndoa Farinha de soja Fécula de batata 26/10/2015 12 • São proteínas altamente especializadas que catalisam as reações químicas (em escala de tempo útil) • Com exceção de um pequeno grupo de moléculas de RNA que apresentam propriedades catalíticas, todas as enzimas são proteínas • A sua atividade catalítica depende da integridade da sua conformação proteica nativa. Se uma enzima e desnaturada ou dissociada em subunidades, a atividade catalítica geralmente é destruído Enzimas • Apresentam alto grau de especificidade • São produtos naturais biológicos • Reações baratas e seguras – facilmente controladas • São econômicas - reduzem a energia de ativação • Não são tóxicas • Condições favoráveis de pH, temperatura, polaridade do solvente e força iônica Enzimas • Algumas enzimas requerem cofator (coenzima - molécula orgânica - e/ ou íons metálicos) para a sua atividade • A coenzima ou íon metálico + (covalentemente ligada) parte proteica da enzima (apoenzima) = grupo prostético • Uma enzima completa e cataliticamente ativa, juntamente com sua coenzima e/ou íons metálicos ligados, e chamada de holoenzima. • Muitas enzimas tem sido nomeadas pela adição do sufixo “ase” ao nome de seu substrato, ou a palavra ou frase que descreve sua atividade Classificação das enzimas UREASE Hidrólise da ureia DNA POLIMERASE polimerização dos nucleotídeos para formar o DNA • Pepsina e tripsina • International Union of Biochemistry and Molecular Biology (IUBMB) Classificação das enzimas Classe Função Oxidoredutases catalisam reações de oxidação-redução (transferência de elétrons) Transferases catalisam a transferência de grupos entre duas moléculas Hidrolases catalisam a reação de hidrólise de várias ligações covalentes Liases catalisam a clivagem de ligações C-C, C-O, C-N, entre outras, através de hidrólise ou oxidação Isomerases catalisam a modificação de uma única molécula, sem participação de outra – formam isômeros Ligases catalisam reações de síntese de uma nova molécula a partir da ligação entre duas moléculas, com a concomitante hidrólise de ATP ou outro composto trifosfatado : http://www.chem.qmul.ac.uk/iubmb/enzyme/. Enzimas: classificação e propriedades • Cada enzima descrita recebe um número de classificação, conhecido por número “E.C.” (Enzyme Commission), composto por 4 dígitos: 1. Classe 2. Subclasse 3. Grupos químicos específicos que participam da reação 4. Nome trivial da enzima E.C. 2.7.1.1. transferase fosfotransferase grupo hidroxila aceptor de fosfato hexoquinase 26/10/2015 13 Oxidoredutases: relacionadas com os processos de respiração e fermentação Ex: peroxidades, oxidases, hidrogenases Enzimas: classificação e propriedades Transferases: transferência de grupos funcionais como grupo amina, fosfato, acil, carboxil, etc. Ex: quinases e as transaminases Isomerase: formação de isômeros Ex: epimerases Liase: adição de grupos à duplas ligações. Ex: dehidratases e as descarboxilases Enzimas: classificação e propriedades Hidrolase: Catalisam reações de hidrólise – polímeros em monômeros Ex: pepsinas Ligase: catalisam reações de formação e novas moléculas, às custas de energia (ATP) Ex. sintetases • A cinética enzimática estuda a velocidade das reações catalisadas por enzimas Enzimas: cinética E + S E S P + E S = reagente ou substrato E = enzima (pode ser usada em várias reações químicas) P = produtos ES = complexo enzima-substrato ( intermediário) - Substrato se liga ao SÍTIO ATIVO da enzima Caminho da Reação Energia de ativação sem enzima S P Energia de ativação com enzima Diferença entre a energia livre de S e P Formas rígidas E e S se deformam, para otimizar o encaixe Mecanismo de ação Modelo de encaixe/ajuste induzido Modelo chave-fechadura 26/10/2015 14 Fatores que afetam a velocidade enzimática: • pH • Temperatura • Concentração das enzimas • Concentração dos substratos • Presença de inibidores Enzimas: cinética • pH - O pH ótimo de uma enzima refletevariações no estado de ionização de resíduos de aminoácidos do sítio ativo - No pH ótimo (ou intervalo de pH) a atividade enzimática é alta, em um pH maior ou menor a atividade diminui Enzimas: cinética • Temperatura - Toda enzima possui uma temperatura ótima para que atinja sua atividade máxima - Geralmente, quanto maior a temperatura, maior a atividade Enzimas: cinética • Concentração da enzima e substrato - A velocidade máxima da reação é uma função da quantidade de enzima disponível (existindo substrato em excesso) Enzimas: cinética 26/10/2015 15 • Presença de inibidores - Os inibidores das enzimas são agentes moleculares que interferem com a catalise, diminuindo ou interrompendo as reações enzimáticas - Importantes fármacos - Existem duas grandes classes de inibidores enzimáticos: reversíveis e irreversíveis Enzimas: cinética • Inibidores irreversíveis: são aqueles que se combinam com um grupo funcional na molécula da enzima ou o destroem ou ainda formam uma associação covalente bastante estável = A enzima não retoma a sua atividade normal Enzimas: cinética • Inibidores reversíveis: (a) Inibidores competitivos (b) Inibidores incompetitivos (c) Inibidores mistos Enzimas: cinética (a) Inibidores competitivos se ligam ao centro ativo da enzima (b) Inibidores incompetitivos se ligam em regiões diferentes do sitio ativo, mas se ligam apenas ao complexo ES (c) Inibidores mistos se ligam em regiões diferentes do sitio ativo, mas podem se ligar tanto a E como a ES 26/10/2015 16 • Efeitos indesejáveis - Escurecimento de frutas e vegetais = polifenoloxidases - Rancidez de = lipases e lipoxigenases - Amolecimento de tecidos vegetais = pécticas Enzimas em alimentos • Efeitos desejáveis - indicador da eficiência de uma determinada operação Ex. vegetais branqueados - Modificar matérias-primas e/ou obter produtos específicos Ex. Panificação, fermentados, laticínios - Conferem características sensoriais e estabilidade aos produtos - Não produzem efeitos secundários e toxicidade Enzimas em alimentos • Obtenção industrial das enzimas - Vegetais, animais e microrganismos • As principais enzimas envolvidas no processamento de alimentos são as oxidoredutases e as hidrolases Enzimas em alimentos OXIDOREDUTASES Processos de respiração e fermentação Ex. glucoseoxidase, catalase e lipoxigenase HIDROLASES glicosilfosfatases (enzimas glicosílicas) e as peptidases (enzimas proteolíticas) • Oxidoredutases: Glucoseoxidase - É produzida por diversas cepas de fungos Aspergillus niger e Penicillium notatum - Catalisa a oxidação de glicose a partir do consumo de oxigênio: β-D-glucose + O2 ↔ δ-D-glucanolactona + H2O2 - Possíveis aplicações: eliminação de glicose na preparação de produtos à base de ovo em pó, evitando-se assim a reação de Maillard. Usos similares podem ser encontrados em produtos a base de carne e/ou batatas Enzimas em alimentos • Oxidoredutases: Catalase - Obtida a partir de microrganismos e/ou do fígado, tem importância como enzima auxiliar na destruição de peróxido de hidrogênio: 2H2O2 ↔ 2H2O + O2 • Oxidoredutases: Lipoxigenase - Catalisa a adição de uma molécula de oxigênio à ácidos graxos insaturados formando peróxidos - Aplicação em produtos de panificação, como no branqueamento de farinhas e melhora das propriedades reológicas da massa do pão Enzimas em alimentos • Hidrolases: Proteases - hidrolisam as ligações peptídicas das proteínas levando à formação de grupos amina (NH2) e carboxila (COOH), originando polipeptídeos de menor peso molecular e/ou aminoácidos livres - Principais aplicações: • Produtos cárneos: intervêm no amaciamento. Ex. catepsinas e calpaínas Enzimas em alimentos 26/10/2015 17 • Laticínios: hidrólise da caseína para a fabricação de queijos, produção de queijos enzimaticamente modificados (sabores) Ex. Pepsina, tripsina, quimiotripsina, carboxipeptidases, aminopeptidases • Cervejaria: hidrólise da proteína do malte (complementação e/ou substituição do malte de cevada), solubilização das proteínas para o lêvedo, prevenção da turbidez da cerveja Enzimas em alimentos • Papaína - látex de mamão imaturo (Carica papaya) • Bromelina - Talo e fruto do abacaxi - família Bromeliaceae • Ficina - Látex de figo imaturo (Ficus carica) Enzimas em alimentos • Hidrolases: Lipases - Hidrolisam os triglicerídeos para formar mono e diglicerídeos, ácidos graxos livres e glicerol • Principais aplicações: - Potencializam o sabor de diferentes alimentos: Laticínios e chocolates, cervejaria - Nos produtos de panificação, são empregadas para ampliar a vida útil do pão com relação à textura Enzimas em alimentos • Hidrolases: amilases : α-amilase - Hidrolisam ligações α- 1,4 existentes na amilose e amilopectina de forma aleatória, na porção central das moléculas - Uma mistura de amilase e amilopectina será hidrolisada em uma mistura de dextrina, maltose, glicose e oligossacarídeos • Principais aplicações: - Fermentados: conversão do amido a maltose por fermentação, remoção da turbidez do amido - Cereais: conversão do amido a dextrinas e maltose, aumento na absorção de água Enzimas em alimentos • Hidrolases: amilases : Lactase - Hidrolisam a lactose em glicose e galactose - Principais aplicações: - Fermentados: remoção da lactose Enzimas em alimentos 26/10/2015 18 • Hidrolases: Invertase - Converte a sacarose em frutose e glicose - Principais aplicações: Fabricação de xaropes, sobremesas e mel artificial. Na produção industrial, a invertase é importante para a produção de fondants, cobertura de chocolate e balas cobertas de chocolate com o centro macio • Hidrolases: Pectinases - Atuam hidrolisando as substâncias pécticas - Responsáveis pelas modificações da textura de frutas e hortaliças durante a maturação, o armazenamento e o processamento. Enzimas em alimentos Referências • Livros da bibliografia sugerida – plano de aula • David L. Nelson, Michael M. Cox, Lehninger Principles of Biochemistry, 5ª ed.; W. H. Freeman and Company; New York • http://www.insumos.com.br/funcionais_e_nutraceuticos /materias/86.pdf • www.revista-fi.com/materias/166.pdf • http://www.insumos.com.br/aditivos_e_ingredientes/ma terias/80.pdf • Figuras diversas: google imagens
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