Buscar

Responsabilidade Civil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

RESPONSABILIDADE CIVIL
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
CONCEITO: Responsabilidade é o dever jurídico de recomposição do dano sofrido, imposto ao seu causador direto ou indireto. Constitui uma relação obrigacional, cujo objeto é o ressarcimento. 
O CC de 2002 mantém o princípio da responsabilidade com base na culpa (art. 927) ao definir o ato ilícito (art. 186). Adota, assim, a solução mais avançada e rigorosa, acolhendo a teoria do exercício de atividade perigosa e o princípio da responsabilidade independentemente de culpa nos casos especificados pela lei, a par da responsabilidade subjetiva como regra geral, não se prevendo, porém, a possibilidade de o agente, mediante inversão do ônus da prova, exonerar-se da responsabilidade se provar que adotou todas as medidas aptas a evitar o dano.
O parágrafo único do art. 927, além de não revogar as leis especiais existentes, e de ressalvar as que vierem a ser promulgadas, permite que a jurisprudência considere determinadas atividades já existentes, ou que vierem a existir, como perigosas ou de risco.
RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL: Uma ação ou omissão pode acarretar a responsabilidade civil do agente, ou apenas a responsabilidade penal, ou ambas.
No caso da responsabilidade penal, o agente infringe uma norma de direito público; o interesse lesado é o da sociedade; na responsabilidade civil, o interesse diretamente lesado é o privado. O prejudicado poderá pleitear ou não a reparação.
A resp. penal é pessoal, intransferível. Responde o réu com a privação de sua liberdade. A civil é patrimonial. Assim, se o causador do dano e obrigado a indenizar não tiver bens que possam ser penhorados, a vítima permanecerá prejudicada. Ninguém pode ser preso por dívida civil, exceto: devedor de pensão alimentícia.
A tipicidade é um dos requisitos genéricos do crime. É necessário que haja perfeita adequação do fato concreto ao tipo penal. No cível, qualquer ação ou omissão pode gerar a responsabilidade civil, desde que viole direito e cause prejuízo a outrem.
Também a culpabilidade é bem mais ampla na área civil, já que a culpa, ainda que levíssima obriga a indenizar. Na esfera criminal, nem toda culpa acarreta a condenação do réu, pois se exige que tenha um certo grau ou intensidade.
Conceitualmente, a culpa civil e a penal são iguais, pois tem os mesmos elementos. A diferença é apenas de grau ou de critério de aplicação da lei, pois o juiz criminal é mais exigente, não vislumbrando infração em caso de culpa levíssima.
A imputabilidade também é diferente: somente os maiores de 18 anos são responsáveis por seus atos. No cível, admite-se, porém, que os menores de 18 anos sejam também responsabilizados de modo equitativo, se as pessoas encarregadas de sua guarda ou vigilância não puderem fazê-lo, desde que não fiquem privados do necessário (art. 928, parágrafo único). Na esfera criminal, estão sujeitos apenas às medidas de proteção e socioeducativas do ECA.
RESPONSABILIDADE CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL
Uma pessoa pode causar prejuízo a outrem por descumprir uma obrigação estipulada em contrato , arts. 389 a 395, CC. Neste caso existe uma convenção prévia entre as partes, que não é cumprida.
Quando a responsabilidade não deriva de um contrato, diz-se que ela é extracontratual ou aquiliana (arts. 186 a 188; 927 a 954, CC). 
A existência do dano decorre da ação ou da omissão, basta "a existência de dano e do nexo de causalidade entre o fato e o dano.
" quando o agente por negligência, imprudência ou imperícia ou falta de exação no comprimento de seus deveres e atribuições funcionais fere o direito de outrem, sem intenção de fazê-lo " violando preceitos genéricos impostos a todos (extracontratual ou aquiliana) - derivado da "lex aquilia" que obriga o ressarcimento do dano.
 PRESSUPOSTOS FUNDAMENTAIS DA RESPONSABILIDADE CIVIL
Pressupostos: O art. 186 do CC, consagra uma regra universalmente aceita: a de que todo aquele que causa dano a outrem é obrigado a repará-lo. Estabelece a responsabilidade aquiliana.
Quatro são os elementos essenciais da responsabilidade civil: ação ou omissão, culpa ou dolo do agente, relação de causalidade e o dano experimentado pela vítima.
ATO ILÍCITO E CONDUTA DO AGENTE: Inicialmente, a lei refere-se a qualquer pessoa que, ação ou omissão, venha a causar dano a outrem. A responsabilidade pode derivar de ato próprio, de ato de terceiro que esteja sob a guarda do agente, e, ainda de danos causados por coisas ou animais que lhe pertençam.
O Código prevê a responsabilidade por ato próprio, dentre outros, nos casos de calúnia, difamação e injúria; de demanda de pagamento de dívida não vencida ou já paga; de abuso de direito.
A responsabilidade por ato de terceiro ocorre nos casos de danos causados pelos filhos, tutelados ou curatelados, ficando responsáveis pela reparação os pais, tutores e curadores. As pessoas jurídicas de direito privado por seus empregados, e as de direito público, por seus agentes. E ainda aqueles que participam do produto de crime.
A responsabilidade por danos causados por animais e coisas que estejam sob a guarda do agente é, em regra, objetiva: independe de prova de culpa.
Ação ou omissão: infração a um dever – o elemento objetivo da culpa é o dever violado. A responsabilidade é necessariamente uma reação provocada pela infração a um dever preexistente. Em matéria de culpa contratual, o dever jurídico consiste na obediência ao avençado; e na extracontratual, consiste no cumprimento da lei ou do regulamento. Se a hipótese não estiver prevista na lei ou no regulamento, mesmo assim, haverá o dever indeterminado de não lesar a ninguém (art. 186).
A exigência de um fato voluntário na base do dano exclui do âmbito da responsabilidade civil os danos causados por forças da natureza, bem como os praticados em estado de inconsciência, mas não os praticados por uma criança ou um demente. Fato voluntário equivale a fato controlável ou dominável pela vontade do homem.
A ação ou omissão do agente, que dá origem à indenização, geralmente decorre da infração de um dever legal (disparo de arma em local proibido), contratual (venda de mercadoria defeituosa, no prazo da garantia) e social (com abuso de direito: denunciação caluniosa).
A responsabilidade por omissão é mais comum no campo contratual. Para que ela se configure é necessário que exista o dever jurídico de praticar determinado fato (de não se omitir) e que se demonstre que, com a sua prática, o dano poderia ter sido evitado. O dever jurídico de agir (de não se omitir) pode ser imposto por lei (dever de prestar socorro às vítimas de acidente de trânsito imposto a todo condutor de veículo, art. 176, I, CTB) ou resultar de convenção (dever de guarda, de vigilância, de custódia) e até da criação de alguma situação especial de perigo.
DO DANO
CONCEITO: dano é lesão a um bem ou interesse juridicamente tutelado.
Indenizar significa reparar o dano causado à vítima integralmente. Se possível, restaurando o status quo ante, isto é, devolvendo-se ao estado em que se encontrava antes da ocorrência do ato ilícito. Todavia, como na maioria dos casos se torna impossível isso, busca-se uma compensação em forma de pagamento de uma indenização monetária. Assim, o dano patrimonial há de abranger aquilo que foi efetivamente perdido e aquilo que se deixou de lucrar: o dano emergente e o lucro cessante. Importante destacar que se busca a reparação de um prejuízo e não da obtenção de uma vantagem.
A quantificação do dano é de grande dificuldade no campo da responsabilidade, principalmente na extracontratual. Isso porque, na contratual, em caso de inadimplemento, o próprio contrato estabelecerá o ressarcimento, inclusive com fixação de cláusula penal. Em se tratando da extracontratual, o prejuízo deverá ser analisado e avaliado em cada caso concreto (art. 946).
Também nenhuma indenização será devida se o dano não for atual e certo. Isto porque nem todo dano é ressarcível, mas somente o que preencher os requisitos de certeza e atualidade.
Atualé o dano que já existe no momento da ação de responsabilidade; certo é o fundando sobre um farto preciso e não sobre hipótese. O requisito da certeza do dano afasta a possibilidade de reparação de dano meramente hipotético ou eventual, que poderá não se concretizar. Tanto é assim que, na apuração dos lucros cessantes, não basta a simples possibilidade de realização do lucro, embora não seja indispensável a absoluta certeza de que este se teria verificado sem a interferência do evento danoso. O que deve existir é uma probabilidade objetiva que resulte do curso normal das coisas, (art. 402). Significa que se pagará se se puder, razoavelmente, admitir que houve lucro cessante.
ESPÉCIES DE DANO: danos patrimoniais (materiais) e danos morais ou extrapatrimoniais (imateriais). Material é o dano que afeta somente o patrimônio do ofendido, podendo ser avaliado pecuniariamente e ser reparado por uma reposição em dinheiro; imaterial é o que se ofende o lesado como ser humano, não lhe atingindo o patrimônio.
DANO PATRIMONIAL: atinge os bens integrantes do patrimônio da vítima, entendendo-se como tal o conjunto de relações jurídicas de uma pessoa apreciáveis economicamente. É suscetível de avaliação pecuniária, podendo ser reparado, senão diretamente (por meio de restauração natural ou reconstituição específica da situação anterior à lesão), pelo menos indiretamente (por meio de equivalente ou indenização pecuniária). Pode atingir não somente o patrimônio presente da vítima, como também, o futuro; pode não somente provocar a sua diminuição, a sua redução, mas também impedir o seu crescimento, o seu aumento. Por isso, se subdivide em: dano emergente e lucro cessante.
Dano emergente: aquele que traduz uma diminuição de patrimônio, uma perda por parte da vítima: aquilo que efetivamente perdeu (art. 402). 
Lucro cessante ou frustrado: o que a vítima razoavelmente deixou de ganhar; é a perda do ganho esperável, na frustração da expectativa de lucro, na diminuição potencial do patrimônio da vítima. Trata-se de uma projeção contábil, levando em conta o que a vítima teria recebido se não tivesse ocorrido o dano.
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE = consagrado no art. 402, ao caracterizar o que razoavelmente se deixou de lucrar. Razoável é tudo aquilo que seja, ao mesmo tempo, adequado, necessário e proporcional.
Dano Indireto: A doutrina explica que o dano indireto remete à ideia de uma cadeia de prejuízos, ou seja, a mesma vítima sofre um dano principal, denominado de direto e, em consequência deste, ainda suporta outro, indireto. 
Dano reflexo ou por ricochete, por sua vez, é aquele que atinge, além da vítima direta, uma terceira pessoa, distinguindo-se do dano indireto exatamente porque neste a mesma vítima suporta danos direto e indireto. Trata-se da situação do dano reflexo que sofre uma pessoa por um dano causado a outrem (perda de capacidade de trabalho ou morte de uma pessoa que reflete em prejuízo para seus dependentes diretos e indiretos).
DANO MORAL: em sentido estrito, é a violação do direito à dignidade. Qualquer agressão à dignidade pessoal lesiona a honra, constitui dano moral e por isso é indenizável. Em sentido amplo, é a violação de algum direito ou atributo da personalidade. É o prejuízo que afeta o ânimo psíquico, moral e intelectual da vítima. Será moral o dano que ocasiona um distúrbio anormal na vida da pessoa; um desconforto comportamental a ser analisado em cada caso. 
O dano moral é insuscetível de avaliação pecuniária, podendo apenas ser compensado com a obrigação pecuniária imposta ao seu causador, sendo esta mais uma satisfação do que uma indenização. 
A pessoa jurídica também pode ser vítima de dano moral (jurisprudência majoritária). Em princípio, toda ofensa ao nome ou renome de uma pessoa jurídica representa-lhe um abalo econômico. Não como admitir dor psíquica da pessoa jurídica, senão abalo financeiro da instituição e moral dos membros que a compõem (empresa acusada injustamente de vender produtos roubados ou falsificados). Enunciado n. 227 do STJ: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”.
CUMULAÇÃO DA REPARAÇÃO DO DANO MORAL COM O MATERIAL: Súmula 37 do STJ: “São cumuláveis as indenizações por dano material e moral oriundos do mesmo fato.”
TRANSMISSIBILIDADE DO DANO MORAL = uma coisa é o dano moral sofrido pela vítima, e outra coisa é o direito à indenização daí resultante. O art. 943 prevê que o direito de exigir a reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança. Portanto é possível a transmissão do direito à indenização por dano moral e não do próprio dano moral. O parágrafo único do art. 20 concede legitimidade ao cônjuge, aos ascendentes e descendentes para postularem a proteção da imagem do morto, ou indenização pela ofensa à sua boa fama e respeitabilidade, alcançando agressões que ocorrerem após o falecimento, caso em que os parentes virão a juízo por direito próprio.
PROVA DO DANO = é distinta da prova do valor da indenização (quantificação). Deve-se provar a existência do dano, a efetiva ocorrência do fato lesivo e a responsabilidade do seu causador. Pode se dar por qualquer meio de prova em juízo admitido: documental, testemunhal, pericial, etc. Tanto o dano patrimonial como o extrapatrimonial exigem a prova do fato lesivo. Por isso se diz que dano certo é aquele cuja existência acha-se provada, de tal modo que não pairam dúvidas quanto à sua ocorrência.
Quanto ao dano moral, ele existe in re ipsa (decorrente da própria coisa), deriva inexoravelmente do próprio fato ofensivo, de modo que, provada a ofensa, ipso facto (pelo próprio fato) está demonstrado o dano. Não há que se falar em prova, o que se deve provar é o fato que gerou a dor, o sofrimento.
TITULARES DA AÇÃO: tem legitimidade para a ação indenizatória toda e qualquer pessoa que alega ter sofrido um dano. Além do próprio ofendido, poderão reclamar a reparação do dano moral, dentre outros, seus herdeiros, seu cônjuge ou companheiro e os membros de sua família, ligados a ele afetivamente.
NATUREZA JURÍDICA DA REPARAÇÃO: tem duplo caráter: compensatório para vítima e punitivo para o ofensor; a indenização não apenas repara o dano, repondo o patrimônio abalado, mas também atua como forma educativa para o ofensor e a sociedade e intimidativa para evitar perdas e danos futuros.
QUANTIFICAÇÃO DO DANO MORAL: dificuldade ante a inexistência de critérios uniformes e definidos para arbitrar um valor adequado. Os julgados vão desde valores irrisórios até indenizações estratosféricas.
Liquidação por artigos e por arbitramento (forma mais adequada). O valor arbitrado não pode ser muito elevado, que se torna inexequível, nem tão pequeno a ponto de se tornar inexpressivo.
Se a indenização for fixada em uma quantidade de salários mínimos, deve o juiz dizer a quantos reais corresponde o devido montante, na data da sentença, para que, sobre o valor convertido em reais, recaia a correção monetária legal (TJSP).
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.
Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na reparação do dano que delas resulte ao ofendido.
Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá ao juiz fixar, equitativamente, o valor da indenização, na conformidade das circunstâncias do caso.
DANO MORAL E CULPA CONTRATUAL: é admissível a reparação do dano moral tanto originário de obrigação contratual quanto decorrente da culpa aquiliana. Caberá ao conjunto probatório levado aos autos a demonstração dessa lesão.
DANO MORAL COLETIVO = o CDC foi pioneiro, no seu parágrafo único do art. 2º, ao equiparara consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. A Lei n. 12.529/2011, no parágrafo único do art. 1º dispõe que: a coletividade é titular dos bens jurídicos protegidos por aquela lei.
Direito difusos ou interesses difusos e coletivos (considerados de 3ª geração), têm as seguintes características: titularidade coletiva; natureza indisponível; objeto indivisível; sujeitos indeterminados e fundados no princípio da solidariedade universal. Devem ser passíveis de reparação moral.
Dano moral coletivo é uma espécie de dano coletivo ou difuso. É o sentimento de desapreço que afeta negativamente toda a coletividade pela perda de valores essenciais; sentimento coletivo de comoção, de intranquilidade ou insegurança pela lesão a bens a titularidade coletiva, como o meio ambiente, a paz pública, a confiança coletiva, o patrimônio histórico, artístico, cultural, paisagístico, etc. 
A indenização por dano coletivo deve ser revertida ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos, criado pela Lei n. 7.347/85, art. 13, gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão necessariamente o MP e representantes da comunidade. A regulamentação desse fundo foi efetivada pelo Decreto Federal n. 1.306/94 e Lei n. 9.008/85, sendo seus recursos destinados à reconstituição dos bens lesados.
Quanto ao tipo de responsabilidade é objetiva. O dano moral coletivo decorre normalmente do exercício da atividade de risco inerente, que gera responsabilidade objetiva: art. 927, parágrafo único, CC; arts 12 e 14 do CDC e art. 225, § 3º da CF/88.
DANO ESTÉTICO = não tem previsão expressa no CC. Pode-se entendê-lo como estabelecido na última parte do art. 949: além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
Alguns autores defendem que ele é modalidade do dano moral e que tudo se resume a uma questão de arbitramento. Em razão da sua gravidade e da intensidade do sofrimento, que perdura no tempo, o dano moral deve ser arbitrado em quantia mais expressiva quando a vítima sofre deformidade física.
Entretanto, o STJ (RSTJ 77/246) admite a cumulação do dano estético com o dano moral. O dano estético é distinto do moral. O primeiro corresponde a uma alteração morfológica de formação corporal que agride à visão, causando desagrado e repulsa; e o segundo, ao sofrimento mental – dor da alma, aflição e angústia a que a vítima é submetida.
DANO MORAL NO DIREITO DO TRABALHO: O empregador responde pela indenização do dano moral causado ao empregado, porquanto a honra e a imagem de qualquer pessoa são invioláveis (art. 5º, X, CF).
ASSÉDIO SEXUAL: já se decidiu que o empregador tem o dever de assegurar ao empregado, no ambiente de trabalho, a tranquilidade indispensável às suas atividades, prevenindo qualquer possibilidade de importunações ou agressões, principalmente as decorrentes da libido, pelo trauma resultante às vítimas. Pode ser configurado por meio de palavras e atos: eventuais propostas de relações sexuais, como promessas de presentes, viagens e promoções, bem como ameaças de demissão, transferência, etc.
ADULTÉRIO E SEPARAÇÃO JUDICIAL: Em princípio, animosidades ou desavenças de cunho familiar, ou mesmo relacionamentos extraconjugais, que constituem causas de separação judicial, não configuram circunstâncias ensejadores de indenização.
FALTA DE AFETO, ABANDONO OU REJEIÇÃO DOS FILHOS: assunto polêmico, com decisões distintas.
CULPA E RISCO
Para que exista a obrigação de indenizar, é necessário que o agente causador do dano tenha agido com culpa: por ação ou omissão voluntária, por negligência ou imprudência (art. 186, CC).
O agente só pode ser merecedor de reprovação ou censura quando, diante das circunstâncias concretas da situação, pode-se afirmar que ele podia e devia ter agido de outro modo.
Culpa lato sensu = dolo (violação intencional, consciente, do dever jurídico).
Culpa stricto sensu = imprudência ou negligência (sem qualquer deliberação de violar um dever). 
Assim, não se exige que o ato danoso tenha sido realmente desejado pelo agente, já que ele não deixará de ser responsável pelo fato de não ter percebido seu ato nem medido as suas consequências.
Em qualquer das suas modalidades, a culpa implica na violação de um dever de diligência, ou a violação do dever de previsão de certos fatos ilícitos e de adoção de medidas capazes de evita-los. Critério do homem médio.
Normalmente, para obter a reparação do dano, a vítima tem de provar dolo ou culpa do agente (teoria subjetiva). Todavia, muitas vezes essa prova é difícil, portanto admite-se, em hipóteses específicas, alguns casos de responsabilidade sem culpa: a responsabilidade objetiva, baseada principalmente na teoria do risco (parágrafo único do art. 927 e art. 936).
No dolo o agente quer a ação e o resultado, ao passo que, na culpa, ele só quer a ação, vindo atingir o resultado por desvio acidental de conduta decorrente da falta de cuidado.
A culpa em sentido amplo abrange o dolo e a culpa em sentido estrito; mesmo a culpa levíssima traz a obrigação de indenizar.
O dever de cuidado
A responsabilidade é necessariamente uma reação provocada pela infração a um dever preexistente. Em qualquer atividade, o homem deve observar a necessária cautela para que sua conduta não venha a causar danos a terceiros.
Algumas atividades, por sua natureza perigosa, são regulamentadas pela lei, que procura estabelecer os deveres e cuidados que o agente deve ter ao exercê-las (condução de veículos). Mesmo não havendo lei ou regulamento, deve ser observado o dever genérico de não lesar a outrem (art. 186).
A culpa baseia-se na violação de uma norma de conduta por falta de cuidado: a) geral – quando contida em lei; b) particular – quando consignada em contrato.
MODALIDADES DA CULPA: 
Imprudência é a precipitação ou o ato de proceder sem cautela; é uma conduta positiva, consistente em uma ação da qual o agente deveria abster-se, ou em uma conduta precipitada.
Negligência é a inobservância de normas que nos ordenam agir com atenção; consiste em uma conduta omissiva: não tomar as precauções necessárias, exigidas pela natureza da obrigação e pelas circunstâncias, ao praticar um ato.
Imperícia é a falta de habilidade ou inaptidão para praticar certo ato. É a incapacidade técnica para o exercício de uma determinada função, profissão ou arte.
ESPÉCIES DE CULPA
Quanto ao grau: a) Culpa grave = consiste em não prever o que todos preveem, omitir os cuidados mais elementares ou descuidar da diligência mais evidente; é a que se manifesta de forma grosseira, aproximando-se do dolo (art. 392); 
b) Culpa leve = é a que se caracteriza pela infração de um dever de conduta relativa ao homem médio, o bom pai de família. São situações nas quais, em tese, o homem comum não transgrediria o dever de conduta. 
c) Culpa levíssima = é a falta somente evitável com atenção extraordinária, com extrema cautela; que somente uma pessoa muito atenta ou muito perita, dotada de conhecimento especial para o caso concreto, poderia ter.
Em regra, não é a intensidade da culpa que gradua o dano, mas o efetivo valor do prejuízo, isto significa dizer que, mesmo a culpa levíssima obriga a indenizar. Todavia, existe a possibilidade prevista no parágrafo único do art. 944, de o juiz poder reduzir a indenização quando excessiva se mostrar a desproporção entre seu valor e o grau de culpa do agente.
Quanto à natureza do dever violado: a) contratual = se referido dever se fundar em uma relação jurídica obrigacional preexistente, responde o devedor por perdas e danos (art. 389). O credor deverá comprovar a mora do devedor, mas não precisa demonstrar sua culpa, que é presumida diante do inadimplemento. Inverte-se o ônus da prova: ao devedor compete provar a ocorrência de alguma das excludentes de reponsabilidade.
b) extracontratual = se o dever violado for genérico, previsto no art. 186. Neste caso a prova deve ser produzida pela vítima, com exceção das hipóteses de responsabilidade independente de culpa(arts. 927, parágrafo único; 933 e 938)
3) quanto aos modos de sua apreciação:
a) culpa in concreto = dá-se quando o agente deixa de atender a certas diligências necessárias às próprias coisas. Quando, no caso sub judice, se atém ao exame da imprudência e negligência do agente.
culpa in abstracto = quando o agente falta com a atenção que natural e comumente deve dispensar na administração de seus negócios, fazendo uso da inteligência com que foi dotado pela natureza. Faz-se uma análise comparativa da conduta do agente com a do homem médio, normal.
4) Quanto ao conteúdo da conduta culposa:
culpa in committendo = caracteriza-se quando o agente pratica ato positivo (imprudência). 
culpa in omittendo = quando o agente comete uma abstenção (negligência). Só tem relevância para o direito quando haja o dever de não se abster
Culpa in custodiendo = falta de atenção ou cuidados sobre alguma pessoa, coisa ou animal que esteja sob a guarda ou cuidados do agente. Art. 936 presume a culpa in custodiendo do dono do animal, mas não de forma absoluta, pois admite a inversão do ônus da prova, permitindo-lhe provar culpa da vítima ou força maior.
Culpa in eligendo = art. 932, III, CC – Advém da má escolha daquele a quem se confia a prática de um ato ou o adimplemento da obrigação (representante ou preposto). 
Culpa in vigilando = art. 932, I e II, CC – decorre da falta de atenção com o procedimento de outrem, por cujo ato ilícito o responsável deve pagar. É a oriunda de falta de fiscalização por parte do empregador, quer com respeito aos empregados, quer com respeito à própria coisa. A culpa in vigilando é a que justifica também a responsabilidade dos pais por danos causados por filhos menores.
CULPA PRESUMIDA = a concepção clássica é a de que a vítima tem de provar a culpa do agente para obter a reparação. Todavia, houve uma evolução no sentido de facilitar a busca da justa indenização, surgindo a presunção de culpa. A lei estabelece presunções juris tantum, onde ocorre a inversão do ônus da prova, o que melhora a situação da vítima. Art. 936 e 937 CC. 
CULPA EXCLUSIVA E CULPA CONCORRENTE = quando o evento danoso ocorre por culpa exclusiva da vítima, desaparece a responsabilidade do agente.
Muitas vezes o dano decorre da concorrência da atividade culposa da vítima e do autor. Neste caso, a conduta de cada um será valorada para se estabelecer a proporção do dano que cada um deverá suportar (art. 945, CC).
ADOÇÃO DA TEORIA DO RISCO: na maioria das hipóteses ainda tem que se provar a culpa do agente, mas admite-se a teoria do risco, pela qual não há que se falar em culpa, bastando a prova da relação de causalidade entre a conduta e o dano.
Casos de adoção da teoria do risco: a) Decreto n. 2.681/1912; b) Lei de Acidentes do Trabalho de 1934; c) Código Brasileiro do Ar (Dec.-Lei n. 32/1966) e o Código Brasileiro de Aeronáutica, de 1986; d) Lei n. 6.453/1977; e) arts. 937 e 938 do CC; f) parágrafo único do art. 927, CC; g) art. 933 do CC; h) a responsabilidade objetiva do dono ou guarda de coisa inanimada; i) o seguro obrigatório; j) Lei n. 6.938/81; k) art. 37, § 6º da CF/88; i) Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90).
NEXO DE CAUSALIDADE
Sem a existência do nexo causal entre o fato ilícito e o dano produzido, não se admite a obrigação de indenizar (art. 186). É necessário que se torne absolutamente certo que, sem o fato, o prejuízo não teria ocorrido.
Teoria dos danos diretos e imediatos: Requer ela que haja, entre a conduta e o dano, uma relação de causa e efeito direta e imediata. É indenizável todo dano que se filia a uma causa, desde que esta seja necessária, por não existir outra que explique o mesmo dano. Cada agente responde somente pelos danos que resultem direta e imediatamente de sua conduta. Esta foi a adotada pelo CC em seu art. 403. 
EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE
As principais são: estado de necessidade, legítima defesa, culpa da vítima, fato de terceiro, caso fortuito ou força maior e a cláusula de não indenizar.
ATOS LESIVOS QUE NÃO SÃO ILÍCITOS (ART. 188)
Há hipóteses excepcionais que não constituem atos ilícitos apesar de causarem danos aos direitos de outrem, sito porque o procedimento lesivo do agente, por motivo legítimo estabelecido em lei, não acarreta o dever de indenizar, porque a própria norma jurídica lhe retira a qualificação de ilícito. Diz-se que são casos de exclusão da ilicitude.
Legítima defesa = o conceito está no art. 25 do CP: “entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.”
É a repulsa, proporcional à ofensa, no intuito de evitar que direito próprio ou de outrem seja violado. O sistema autoriza a defesa da pessoa, de terceiro e também dos bens de ambos, para evitar que ataque injusto cause dano à pessoa e/ou bens.
A regra geral é que a defesa dos direitos deve ser entregue à defesa dos direitos deve ser entregue à decisão do Poder judiciário. Excepcionalmente, porém, permite a lei a justiça de mão própria. Assim, na defesa de um direito, seu ou de outrem, injustamente atacado ou ameaçado, autorizada está a imediata repulsa.
O art. 1.210, § 1º, CC, autoriza o desforço pessoal para a recuperação da posse, que é ato de legítima defesa.
Requisitos para o reconhecimento da legítima defesa: a) a ameaça ou a agressão ao direito seja atual ou iminente; b) seja injusta; c) os meios empregados na repulsa sejam moderados; d) a defesa seja de direito do agente ou de outrem.
Exercício regular de direito = é a utilização do direito sem invadir a esfera do direito de outrem. É não prejudicar o direito de outrem, independentemente de causar dano. Só exerce regularmente seu direito aquele que não prejudica direito de outrem.
No ato ilícito há um procedimento contrário ao direito. Portanto, o exercício de um direito elimina a ilicitude. Quem exerce um direito não provoca o dano. 
Sempre que o agente, conquanto à primeira vista esteja exercendo direito seu extravasa os limites para os quais esse direito foi criado, ingressa na esfera do abuso do direito.
Estado de necessidade – consiste na ofensa do direito alheio para remover perigo iminente, quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário e quando não exceder os limites do indispensável para a remoção do perigo. Age em estado de necessidade aquele que, para salvar a si ou a terceiro de perigo grave e iminente, pratica ato que ofende direito de outrem. O direito de um indivíduo se acha em conflito com o direito de outrem; assim, elimina-se o direito conflitante.
Art. 24, CP;” Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se”.
Não havendo outro meio para evitar mal maior, sacrifica-se um valor patrimonial de terceiro, para impedir catástrofe. Assim sendo, age em estado de necessidade quem destrói a propriedade alheia para salvar vida alheia, no caso de acidente, de incêndio, de afogamento.
Art. 187 - ABUSO DE DIREITO - o uso de um direito, poder ou coisa, além do permitido ou extrapolando as limitações jurídicas, lesando alguém, traz como efeito o dever de indenizar. Realmente, sob a aparência de um ato legal ou lícito, esconde-se a ilicitude no resultado, por atentado ao princípio da boa-fé e aos bons costumes ou por desvio de finalidade socioeconômica para a qual o direito foi estabelecido. Admite-se que, mesmo agindo dentro dos quadros de sua prerrogativa, pode o agente ser obrigado a reparar o dano causado, se a não usar regularmente.
No ato abusivo há violação da finalidade do direito, de seu espírito, violação esta aferível objetivamente, independentemente de dolo ou culpa.
O art. 187 imputa ao ato abusivo a natureza de ilícito. Tendo em vista suas próprias peculiaridades, não se assemelha ao ato ilícito do art. 186, assim consideradopela lei para fins de reparação do dano por ele causado. O ato abusivo pode, até, não causar danos e nem por isso deixa de ser abusivo. A ilicitude do ato cometido com abuso de direito é de natureza objetiva, aferível independentemente de dolo ou culpa.
O ESTADO DE NECESSIDADE: Arts. 188, II e 929 e 930 do CC. Obriga o agente a reparar o dano causado, com direito de regresso contra o causador do perigo.
LEGÍTIMA DEFESA, EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO E ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL: art. 188, I, CC. 
A legítima defesa que exclui a responsabilidade civil do agente é a real (a putativa, não) e desde que o lesado seja o próprio injusto agressor. Se terceiro é prejudicado, por erro de pontaria (erro de execução), subsiste a obrigação de indenizar.
Nos casos de estrito cumprimento de um dever legal, em que o agente é exonerado da responsabilidade pelos danos causados, a vítima, muitas vezes, consegue obter o ressarcimento do Estado.
CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA – art. 945 – desaparece a responsabilidade do agente.
FATO DE TERCEIRO – art. 929 e 930, CC. Em matéria de responsabilidade civil predomina o princípio da obrigatoriedade do causador direto em reparar o dano. A culpa de terceiro não exonera o autor direto do dano do dever jurídico de indenizar. 
O fato de terceiro só exonera quando constitui causa estranha ao devedor, isto é, quando elimine totalmente a relação de causalidade entre o dano e a execução do contrato.
Responsabilidade dos pais = arts. 932, I, 933, é objetiva, derivada do dever de guarda. A única hipótese em que poderá haver responsabilidade solidária do menor de 18 anos com seus pais é se tiver sido emancipado aos 16 anos de idade.
CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR – art. 393, parágrafo único, CC. O caso fortuito, geralmente decorre de fato ou ato alheio à vontade das partes: greve, motim, guerra. Força maior é a derivada de acontecimentos naturais: raio, inundação, terremotos. Em ambos os casos, exige-se: a) o fato deve ser necessário, não determinado por culpa do devedor; b) o fato deve ser superveniente e inevitável; c) o fato deve ser irresistível, fora do alcance do poder humano.
CLÁUSULA DE IRRESPONSABILIDADE OU DE NÃO INDENIZAR – é o acordo de vontades que objetiva afastar as consequências da inexecução ou da execução inadequada do contrato. Tem por fim alterar, em benefício do contratante, o jogo dos riscos, pois estes são transferidos para a vítima. O CC no art. 734, discorda dessa cláusula e o CDC, art. 24, não admite a sua estipulação nos contratos de consumo.
RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL
Responsabilidade pelo fato ou guarda de animais: art. 936. Responsabilidade presumida do dono do animal. Este só se exonera se provar culpa da vítima ou força maior. Responde também de forma objetiva a concessionária ou permissionária encarregada da administração e fiscalização da rodovia (art. 14, CDC; e art. 37, § 6º da CF/88). Art. 942 do CC.
Danos causados por edifícios e construções: a responsabilidade do construtor pode ser contratual e extracontratual. A primeira decorre da inexecução culposa de suas obrigações. Violando o contrato ao não executar a obra ou ao executá-la defeituosamente, não observando as normas nele estabelecidas, o construtor responderá civilmente, como contratante inadimplente, pelas perdas e danos, com base nos arts. 389 e 402, CC. A extracontratual ou legal é de ordem prática e diz respeito à a) perfeição da obra = mesmo não constante do contrato, é presumida. Assim, o construtor está no dever ético-profissional de empregar em todo o trabalho de sua especialidade a perícia técnica e artística habitual; b) à solidez e segurança da obra = concluída e entregue a obra, persiste por 5 anos a responsabilidade do empreiteiro, pela solidez e segurança da construção (art. 618, CC); e c) à responsabilidade por danos a vizinhos e terceiros = os danos causados aos vizinhos devem ser ressarcidos por quem der origem a eles e por quem aufere os proveitos da construção. A jurisprudência tem reconhecido a responsabilidade solidária do construtor e do dono da obra.
Princípios da liquidação de danos: a indenização deve abranger todo o prejuízo sofrido efetivamente a também os lucros cessantes. De se lembrar que a culpa, mesmo a levíssima, obriga a indenizar. A culpa exclusiva da vítima faz desaparecer a responsabilidade do agente, a concorrente partilha o prejuízo entre os co-autores. Quando a obrigação é indeterminada, deve-se proceder à liquidação, por arbitramento ou por artigos.
Indenização em caso de homicídio: art. 948, do CC.
Indenização em caso de lesão corporal: arts. 949, 950 e 951 do CC.
Responsabilidade por usurpação ou esbulho: art. 952. Dá-se o esbulho possessório quando alguém é desapossado de alguma coisa, móvel ou imóvel, por meios violentos ou clandestinos.
Indenização por ofensa à liberdade pessoal: justifica pedido de dupla reparação: do dano material e moral. Art. 954, do CC.
Acidentes de trânsito: Observa-se uma tendência dos tribunais em adotar a teoria do risco, e em se tratando do transporte de pessoal, o art. 734 consagra a responsabilidade objetiva.
Responsabilidade do Estado: adota-se a teoria do risco, sendo que o Estado responde sempre perante a vítima, independentemente de culpa do servidor, respondendo este perante o Estado em se provando que procedeu culposa ou dolosamente. Art. 37, § 6º da CF/88.
 Danos no Direito de Família: a) Responsabilidade decorrente de rompimento de noivado: tendo em vista as futuras e próximas núpcias, os noivos realizam despesas de diversas ordens, pelas quais o arrependimento de um deles acarreta prejuízos. Se não houver justo motivo para a mudança de atitude, o prejudicado terá direito de obter judicialmente a reparação do dano, pelos arts. 186 e 927; b) Responsabilidade decorrente da ruptura de união estável: Súmula 380 do STJ: “Comprovada a existência de sociedade de fato entre os concubinos, é cabível a sua dissolução judicial, com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum”. Assim, inadmissível a possibilidade dos companheiros pleitearem indenização por serviços prestados, em caso da dissolução da união estável, devendo o relacionamento patrimonial entre eles reger-se pelas regras do regime da comunhão parcial de bens e ao direito a alimentos; c) Responsabilidade civil entre os cônjuges: não existe previsão legal que sustente a indenização em caso de separação judicial com infração dos deveres conjugais, todavia a jurisprudência tem acatado pedidos de indenização por dano moral e de pensão, a título de indenização.
 Danos ambientais: pode ser civil (responsabilidade objetiva, bastando a prova da ação ou omissão do réu, do dano e da relação de causalidade) e penal (Lei n. 9.605/98)
 Danos aos direito autorais: art. 5º, X, CF/88, proteção ao direito à imagem, Lei n. 9.610/98, disciplina toda a matéria relativa aos direitos autorais.
RESPONSABILIDADE CONTRATUAL
Danos na área da saúde = entre médico e paciente forma-se um autêntico contrato, sendo admissível analisar a inexecução de uma obrigação, mas com a necessária comprovação da culpa do profissional (arts. 948, 949, 950, CC), mas apesar de subjetiva a responsabilidade, diante da hipossuficiência do paciente, inverte-se o ônus da prova (art. 6º, VIII, do CDC). O médico responde não só por fato próprio como pode vir a responder por fato danoso praticado por terceiros que estejam diretamente sob suas ordens. Exceção feita ao cirurgião-plástico, que assume obrigação de resultado, cujo procedimento mal sucedido origina a obrigação de indenizar (todas as despesas efetuadas, danos morais em razão do prejuízo estético, bem como a verba para tratamentos e novas cirurgias).
Responsabilidade civil do advogado = O mandato judicial impõe a responsabilidade de natureza contratual do advogado perante seus clientes. O advogado responde pelos erros de fato e de direito cometidos no desempenho do mandato (perda de prazo, desatenção à jurisprudência corrente, desconhecimento dalei, escolha equivocada da ação, perda de chance (desídia ou retardamento na propositura de uma ação judicial), etc). 
Responsabilidade civil nos transportes = O transportador assume uma obrigação de resultado: transportar o passageiro são e salvo, e a mercadoria sem avarias, ao seu destino. A responsabilidade é objetiva, tendo em vista o CDC e o CC, art. 734.. Em se tratando do transporte de passageiros, todavia, a culpa concorrente da vítima constitui causa de redução do montante da indenização pleiteada, em proporção ao grau de culpa comprovado nos autos (art. 945, CC). 
Responsabilidade civil nas relações de consumo = O CDC consagrou a responsabilidade objetiva do fornecedor de produtos e serviços, não havendo limitação para a indenização. São de duas espécies: responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço e a responsabilidade por vícios do produto ou do serviço.