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Agentes de Contraste em RM: função, protocolos e cuidados Profa. Geisa Medeiros UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA Disciplina: Ressonância Magnética e Nuclear Mecanismos de Contraste ✓Parâmetros intrínsecos de contraste→não podem ser alterados → são inerentes aos tecidos orgânicos – Tempo de recuperação T1 – Tempo de decaimento T2 – Densidade protônica – Fluxo – Coeficiente de difusão aparente (ADC) ✓Relaxamento em T1 e T2 depende de 03 fatores – Energia inerente ao tecido – Gordura e água – Equivalência entre a taxa de rotação molecular e frequência de Larmor do H (ω) Mecanismos de Contraste ✓Parâmetros extrínsecos de contraste→podem ser alterados → selecionados no console pelo operador → depende da sequência de pulso empregada – Tempo de recuperação - TR – Tempo de eco - TE – Ângulo de inclinação – Tempo de inversão - TI – Fator turbo/comprimento do trem de ecos Mecanismos de Contraste ✓Gordura → T1 e T2 curtos ✓Água → T1 e T2 longos ✓Produção de alto sinal→grande componente de magnetização coerente no plano transversal para induzir um sinal maior na bobina ✓Produção de baixo sinal→pequeno componente de magnetização coerente no plano transversal para induzir um sinal menor na bobina ✓Ponderação em T1→gordura brilhante e água escura ✓Ponderação em T2→água brilhante e gordura escura ✓Ponderação por DP→áreas de alta DP (brilhantes) e baixa DP (escuras) Mecanismos de Contraste – Sequências de Pulso Sequência spin-eco, ponderada em T1 Sequência spin-eco, ponderada por DP Sequência spin-eco, ponderada em T2 Agentes de Contraste ✓Meios de contraste na RM→ agentes com suscetibilidade magnética variável ✓Gd→metal pesado, ferromagnético como agente químico→ como agente de contraste forma quelato com outras substâncias ✓Quelato→ligação com sítios disponíveis do íon metálico→ DTPA (ácido dietileno triamino pentacético)→Gd ligado ao quelato a toxicidade diminui podendo ser excretado rapidamente pelo organismo ✓Pacientes com função renal normal→meia-vida biológica do Gd é inferior a 2h ✓Existem vários agentes paramagnéticos à base de Gd→ diferença no quelato que formam Agentes de Contraste Agentes de Contraste Agentes de Contraste Seta vermelha: tumor; seta azul: componente cístico; seta amarela: edema Ação dos Agentes de Contraste ✓Agentes à base de Gd→encurtam o tempo de relaxamento T1 →lesões aparecem brilhantes na ponderação T1 ✓Também podem encurtar os tempos de relaxamento T2 → imagens com áreas escuras ponderadas em T2 ✓Agentes de contraste a base de Gd podem afetar os tempos de relaxamento T1 e T2 – Agentes de realce em T1 – Agentes de realce em T2 Agentes de Realce em T1 ✓Água no organismo→rotação mais rápida que a da ω→ relaxamento ineficiente→T1 e T2 longos ✓Quando a rotação molecular cria as flutuações no campo magnético em um valor na frequência próxima à de Larmor→ T1 dos spins da água nas adjacências é reduzido→aumento da intensidade do sinal da água ✓Por isso, o Gd pode ser considerado agente de realce em T1 Agentes de Realce em T1 Agentes de Realce em T2 ✓Gd como agente de realce em T2→encurtar T2 e T2* ✓Administração durante a aquisição de imagens dinâmicas do cérebro→ponderação em T2*→coleta de informações sobre perfusão ✓Perfusão→suprimento sanguíneo para um volume de tecido →técnica para análise de doenças isquêmicas ou metabólicas →avaliação mediante rastreamento da captação do meio de contraste no tecido examinado Relaxividade ✓Habilidade de aumentar a taxa de relaxação do próton→ relacionada com a quantidade de moléculas de água ✓Agentes de contraste para RM→devem possuir pelo menos uma molécula de água na esfera interna de coordenação→ apresentar troca rápida com as moléculas de água das vizinhanças→eficiência do agente de contraste é proporcional a velocidade de troca ✓Taxas elevadas de relaxação→alto contraste com realce na imagem→diagnóstico rápido e qualidade de imagem ✓Substância que afeta T1→simultaneamente afeta T2 ✓T1 curto e T2 longo→aumentariam a intensidade do sinal→ difícil de acontecer pois são efeitos concomitantes e opostos Relaxividade ✓Metemoglobina→componente de hemorragias, apresenta T1 curto e T2 longo→brilhante em T1 e T2 ✓Atualmente existem no mercado agentes de Gd com relaxividade mais alta para a mesma dose→melhor visualização da patologia e/ou possibilidade de doses mais baixas ✓Gd-BOPTA (MultiHance)→http://imaging.bracco.com/us-en/products-and- solutions/contrast-media/multihance/cns-mri-benefits Relaxividade ✓Gd-BOPTA (MultiHance)→http://imaging.bracco.com/us-en/products-and- solutions/contrast-media/multihance/cns-mri-benefits Estenose na artéria femoral Oclusão da aorta abdominal distal Aneurisma da aorta abdominal infra-renal Administração e Dosagem de Gd ✓Dose recomendada pelo FDA→0,1 mmol/kg de massa corpórea→0,2ml/kg ✓Dose letal→determinada em estudos com ratos→entre 6 mmol/kg e 20 mmol/kg ✓Dose→tipo de agente→massa corpórea→visualização de estruturas ✓Agentes de alta relaxividade→utilizados em substituição de dose dupla de agente padrão Cuidado com dose padrão para qualquer biotipo de paciente! Administração e Dosagem de Gd ✓De acordo com White Paper on MRI Safety e American College of Radiology: O ACR aprova a injeção de material de contraste e níveis diagnósticos de radiofármacos por técnicos em radiologia certificados e/ou tecnólogos sob a supervisão de um radiologista ou outro médico designado que esteja presente e imediatamente à disposição, se a prática estiver em conformidade com a regulamentação institucional e estadual. Cuidados na Utilização do Gd ✓Obter informações do fabricante sobre possíveis efeitos colaterais, reações e contraindicações ✓A maioria das substâncias é excretada pelos rins ✓Estabilidade do quelato→se a molécula não for estável (Gd se separa facilmente do quelato)→apenas o Gd será encontrado no organismo ✓Comitê Japonês de Segurança em Meios de Contraste divulgou dados sobre injeções intravenosa do contraste gadopentato: Principais Sintomas em 163.386 injeções de Gadopentato Náusea, vômitos 0,42% Calor, dor local 0,41% Reações cutâneas 0,104% Reações alérgicas em mucosas 0,052% Cuidados na Utilização do Gd ✓Pacientes com insuficiência renal→fibrose sistêmica nefrogênica (FSN)→lesões cutâneas, fibrose de músculo esquelético, articulações, fígado, pulmão e coração→podendo ser fatal Revista da Associação Médica Brasileira On-line version ISSN 1806-9282 Rev. Assoc. Med. Bras. vol.55 no.2 São Paulo 2009 http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302009000200030 Outros Agentes de Contraste ✓Não são comumente utilizados: – Óxido de ferro→fígado, baço e sistema linfático→captado pelos macrófagos do fígado (células de Kupffer) causando redução no sinal do tecido normal→lesão não capta e é identificada pelo sinal aumentado nas imagens ponderadas em T2→por reduzir o sinal no tecido normal é chamado de um meio de contraste negativo – Gás hélio hiperpolarizado de inalação→imagens pulmonares→informações sobre ventilação pulmonar Outros Agentes de Contraste Imagem gradiente-eco dos pulmões, ponderada em T1, após inalação de gás hélio hiperpolarizado. Outros Agentes de Contraste – Manganês→agente hepatobiliar→captado pelos hepatócitos normais e excretado pela bile→encurta os tempos T1 e T2→presente no abacaxi e açaí, usado como um meio de contraste oral em colangiografia por RM (imagens altamente ponderadas em T2) para reduzir o sinal do líquido presente no estômago e alças intestinaisColangiografia RM antes e após a administração por via oral de suco concentrado de abacaxi. Evidente redução do sinal de estômago e alças intestinais. Outros Agentes de Contraste Imagem axial do fígado, ponderada em T1, sem (A) e com (B) administração de contraste à base de manganês. Aplicações – Coluna Vertebral Aplicações – Mama Imagem com visualização sagital, ponderada em T1, antes e após dose de Gd. Realizando Conexões... 1) Considerando que existem parâmetros intrínsecos relacionados ao contraste da imagem em ressonância magnética, qual a explicação para utilização de agentes de contraste externo? 2) Correlacionar agentes de contraste e qualidade de imagem em ressonância magnética, na identificação e visualização de estruturas. Considerar os tipos de ponderação T1, T2 e DP. 3) A relaxividade viabiliza melhor visualização de patologias? Explique com base nas propriedades dos agentes de contraste. 4) Quais os cuidados necessários com a administração dos agentes de contraste nos pacientes? Explique em termos de dose e procedimentos seguros.
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