Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ENGENHARIA ECONÔMICA Professora Me. Andréia Moreira da Fonseca Boechat GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; BOECHAT, Andréia Moreira da Fonseca Engenharia Econômica. Andréia Moreira da Fonseca Boechat. (Reimpressão) Maringá-Pr.: UniCesumar, 2016. 160 p. “Graduação - EaD”. 1. Matemática. 2. Engenharia . 3. Econômica 4. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0110-5 CDD - 22 ed. 330 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Direção Operacional de Ensino Kátia Coelho Direção de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Direção de Operações Chrystiano Mincoff Direção de Mercado Hilton Pereira Direção de Polos Próprios James Prestes Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida Direção de Relacionamento Alessandra Baron Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli Gerência de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey Coordenador de Conteúdo Marcia Pappa Design Educacional Maria Fernanda Canova Vasconcelos Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Editoração Humberto Garcia da Silva Revisão Textual Viviane Favaro Notari Ilustração André Luís Onishi Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos farão grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi- tário Cesumar busca a integração do ensino-pes- quisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci- ência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al- meja ser reconhecido como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quan- do investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequente- mente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa- zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa- tível com os desafios que surgem no mundo contem- porâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó- gica e encontram-se integrados à proposta pedagó- gica, contribuindo no processo educacional, comple- mentando sua formação profissional, desenvolvendo competências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inse- ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproxi- mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi- bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pes- soal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cres- cimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda- gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi- bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en- quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus- sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. Diretoria Operacional de Ensino Diretoria de Planejamento de Ensino Professora Me. Andréia Moreira da Fonseca Boechat Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2007) e mestrado em Economia pela Universidade Estadual de Maringá (2011). Atualmente, é doutoranda em Economia pela Universidade Estadual de Maringá. É professora na Universidade Estadual do Paraná e do Centro Universitário de Cesumar. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em economia industrial, agronegócio e políticas públicas, atuando principalmente nos seguintes temas: concorrência e setor agroindustrial. A U TO R A SEJA BEM-VINDO(A)! Olá, caro(a) aluno(a), Seja muito bem-vindo(a) a nossa disciplina. É com imenso prazer que eu, professora Andréia, apresento a você o nosso livro Engenharia Econômica, que foi escrito com todo carinho. Como o engenheiro de produção precisa tomar decisões o tempo inteiro, a Engenharia Econômica é uma disciplina que se faz necessária para o curso de Engenharia de Produ- ção, pois é por meio dela que conhecemos os fundamentos/ferramentas para a tomada de decisão. Antes de iniciar nosso estudo, apresentarei um pouco da história da engenharia econô- mica. O estudo dessa área iniciou-se nos Estados Unidos, em 1887, após a publicação do livro “The Economic Theory of Railway Location”, de Arthur Wellington, sobre a viabilidade econômica para o setor de ferrovias norte-americano. De lá para cá, a engenharia eco- nômica tornou-se uma importante área de estudo para todos os profissionais, tanto de empresas privadas quanto de organizações públicas, que precisam fazer escolhas, ou seja, tomar decisões. Toda a dinâmica da engenharia de produção é baseada na matemática financeira, que tem como preocupação o valor do dinheiro no tempo. Então, posso citar como exem- plos de aplicação da engenharia econômica: ■ A escolha entre transportar material manualmente ou comprar uma correia transportadora. ■ Decidir se a rede de abastecimento de água será com tubos finos ou grossos. ■ Comprar uma determinada máquina a prazo ou à vista. Para tomar as decisões citadas acima, é necessário um estudo econômico sobre o im- pacto de cada escolha. Para isso, deve-se levar em consideração alguns fatores, como conjuntura econômica, taxa de juros, retorno/rentabilidade do investimento, entre ou- tros, que iremosdiscutir ao longo da nossa disciplina. O nosso livro foi estruturado em cinco unidades. Na primeira, farei uma introdução ao estudo da economia. Você compreenderá quais são, de fato, as variáveis de estudo da economia e os princípios que regem as ciências econômicas. Na sequência, discutire- mos duas grandes áreas de estudo da economia: microeconomia e macroeconomia. As três primeiras unidades têm um significado especial, pois, para tomarmos decisões, é importante conhecermos o ambiente no qual a empresa está inserida. E, claro, como esse ambiente afeta a tomada de decisão. APRESENTAÇÃO ENGENHARIA ECONÔMICA Na quarta unidade, o instrumento da engenharia econômica, que é a matemática financeira, será apresentado. Por último, veremos os princípios fundamentais da en- genharia econômica e seus cenários, ou seja, como se dá a relação entre economia, engenharia de produção e a engenharia econômica, além de como os investimen- tos podem e devem ser analisados para o engenheiro de produção tomar as melho- res decisões. Bons estudos! Um abraço, Professora Me. Andréia Moreira da Fonseca Boechat APRESENTAÇÃO SUMÁRIO 09 UNIDADE I INTRODUÇÃO À ECONOMIA 13 Introdução 14 Significado de Economia 17 Princípios de Economia 25 Conceitos Básicos de Economia 32 Considerações Finais UNIDADE II FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS 39 Introdução 40 Forças De Mercado: Demanda e Oferta 52 Equilíbrio de Mercado 66 Os Custos de Produção 67 Considerações Finais UNIDADE III FUNDAMENTOS MACROECONÔMICOS 75 Introdução 76 Introdução à Macroeconomia 80 Conceitos Macroeconômicos Básicos 82 Políticas Macroeconômicas 92 Considerações Finais SUMÁRIO UNIDADE IV MATEMÁTICA FINANCEIRA: TAXA DE JUROS 101 Introdução 102 Introdução à Matemática Financeira 109 Juros Simples 112 Equivalência de Juros em Juros Simples 113 Juros Compostos 116 Equivalência de Juros em Juros Compostos 117 Sistemas de Amortização 119 Considerações Finais UNIDADE V PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ENGENHARIA ECONÔMICA E A TOMADA DE DECISÃO 127 Introdução 128 Fundamentos da Engenharia Econômica 132 Importância da Análise Econômica 133 Engenharia Econômica em Diversos Cenários 134 Introdução à Análise de Investimentos 140 Métodos de Análise de Investimento 148 Considerações Finais 153 Conclusão 155 Referências 157 Gabarito U N ID A D E I Professora Me. Andréia Moreira da Fonseca Boechat INTRODUÇÃO À ECONOMIA Objetivos de Aprendizagem ■ Apresentar o significado de economia. ■ Compreender o motivo que faz com que a economia seja a ciência da escolha. ■ Discutir os princípios de economia. ■ Conhecer os conceitos básicos de economia. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Significado de economia ■ Princípios de economia ■ Conceitos básicos de economia INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) a nossa primeira unidade do livro Engenharia Econômica. Esta é uma unidade muito importante para o entendimento da disciplina, pois nela você conhecerá os fundamentos econômicos que darão suporte às tomadas de decisão que fazem parte da engenharia econômica, além de ser de extrema relevância para todas as pessoas que procuram compreender, ainda que de forma geral, o mundo e a sociedade na qual vivemos. Para isso, a unidade está dividida em três tópicos: no primeiro, iremos estu- dar o significado de economia, em outras palavras, o que, de fato, as ciências econômicas estudam, tenho certeza que muitos irão se surpreender, pois muitas pessoas acreditam que economia ensina a economizar ou mesmo a investir na bolsa de valores, o que não é real. A economia envolve muito mais do que sim- ples variáveis, ela é a grande responsável por alocar, ou seja, distribuir os recursos que são limitados entre as pessoas. Por essa razão, é uma ciência tão complexa. Após entender o significado e a importância da economia, veremos os prin- cípios básicos que a regem. São dez princípios que unificam as ideias centrais da economia e dão uma noção sobre o que, realmente, ela trata. Não se preocupe, nesse momento, em decorar todos eles. Procure entendê-los e, com o anda- mento da nossa disciplina, essas ideias serão aprofundadas e ficarão mais claras. No terceiro e último tópico da primeira unidade, estudaremos alguns concei- tos econômicos básicos, conceitos esses que darão suporte para o entendimento da disciplina como um todo. Então, fique atento(a) e, caso não tenha ficado muito claro algum conceito, volte e releia com muita atenção. Assim, ao final desta unidade, você será capaz de compreender conceitos econômicos fundamentais que influenciam a sociedade como um todo, seja governo, empresas, famílias (consumidores) e os outros países. É importante observar que a forma como esta primeira unidade foi estruturada inicia o estudo da economia não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Ou seja, os fundamentos da economia são iguais em qualquer país, seja em países considerados ricos ou em países em desenvolvimento. Os conceitos básicos sempre estarão presentes. Bons estudos! Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 13 INTRODUÇÃO À ECONOMIA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E14 SIGNIFICADO DE ECONOMIA Começaremos nossa disciplina entendendo o significado de economia. Você, certamente, já se deparou com algumas situações econômicas em seu dia a dia e ficou curioso(a) para entender um pouco mais sobre os motivos pelos quais determinados fenômenos ocorrem e as possíveis soluções para cada um dos problemas, como: ■ Variações na demanda. ■ Redução na oferta. ■ Desemprego. ■ Inflação. ■ Alterações na taxa de câmbio. ■ Carga tributária. ■ Aumento da taxa de juros, entre outros. Esses são alguns problemas que a economia estuda. Agora que você já relembrou algumas questões econômicas, deve estar se pergun- tando: mas o que, de fato, é economia? Em termos etimológicos, a palavra econo- mia vem do grego: Oikós (casa) + Nomos (norma, lei) = “administração da casa”. É isso mesmo, a economia funciona da mesma maneira que a nossa casa: trabalhamos para receber um salário, dividimos nossa renda para pagar as con- tas, procuramos viver na maior harmonia possível, caso não tenhamos dinheiro para todas as contas, pegamos empréstimos, se sobrar dinheiro, fazemos investimentos etc. Da mesma forma que ocorre em uma empresa e em um país. Porém, em economia, estudamos as formas como os diferentes tipos de sistemas Significado de Economia Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 15 econômicos administram seus recursos com a finalidade de produzir bens e serviços, com o objetivo de satisfazer as necessidades da população (PASSOS; NOGAMI, 2012). Então, podemos definir economia como sendo uma ciência social que trata do estudo da alocação dos recursos escassos na produção de bens e serviços para a satisfação das necessidades ilimitadas ou desejos humanos (MENDES, 2009). A partir da definição de economia, não podemos deixar de fazer duas observa- ções: você percebeu que as palavras “recursos escassos” e “necessidades ilimitadas” estão em negrito? Isso porque são dois conceitos que precisam ficar muito cla- ros para o entendimento da economia. As palavras recursos escassos estão em negrito,pois a escassez, que pode ser definida como a situação em que os recursos são limitados, é a culpada por todos os problemas econômicos. Então, podemos afirmar que a economia tem como objeto de estudo a escassez. Se os recursos fossem ilimitados, não haveria economia. É importante observar que a escassez está relacionada a diversas variáveis, como tempo, dinheiro, espaço físico, matéria-prima, mão de obra, seja especiali- zada ou não, entre outras. Por esse motivo, está presente em todas as economias, seja em países ricos, como os Estados Unidos, que é a maior economia do mundo, seja em países em desenvolvimento, como os países do continente africano. Já necessidades ilimitadas estão destacadas, pois, diferente da escassez, os desejos humanos são ilimitados, ou seja, nunca terminam. Por exemplo, temos R$ 50,00 para ir ao shopping comprar uma blusa. Chegando lá, compramos uma blusa, mas, logo, desejamos uma calça ou uma bolsa e assim sucessivamente. Resumindo, temos um sério problema: Recursos escassos X Necessidades humanas ilimitadas Escassez de bens Problema! INTRODUÇÃO À ECONOMIA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E16 Caso os recursos fossem escassos, mas as necessidades humanas fossem limitadas, não teríamos problema. Ou, se os recursos fossem ilimitados e as necessidades humanas também, não haveria problema. O grande problema é recursos escassos e necessidades ilimitadas. Com base no que discutimos até agora, você percebeu que a Ciência Econômica procura responder, mesmo que de forma parcial, questões como: ■ Como os preços são determinados? ■ Como reduzir a inflação? ■ Como melhorar a distribuição de renda de um país? ■ Como fazer com que aumente o número de empregos? ■ Qual são as funções do governo? ■ Por que uma crise internacional afeta a economia nacional? AS QUESTÕES ECONÔMICAS FUNDAMENTAIS Após entender o conceito e o objeto de estudo da economia, podemos afirmar que qualquer economia, independente de ser rica ou pobre, capitalista ou socia- lista, industrializada ou em processo de industrialização, procura responder as seguintes perguntas: “A primeira lição da economia é a escassez: nunca há algo em quantidade suficiente para satisfazer os que o querem. A primeira lição da política é des- considerar a primeira lição da economia”. Fonte: Thomas Sowell (2011). Princípios de Economia Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 17 ■ O que produzir? ■ Quanto produzir? ■ Para quem produzir? ■ Como produzir? Vamos entender cada uma dessas perguntas? “O que produzir” significa definir quais bens e serviços a economia irá fabri- car. Essa não é uma decisão fácil, pois, como você já sabe, os recursos são escassos. Então, não podemos produzir tudo que desejamos ou que precisamos, em outras palavras, aumentar a produção de um determinado bem significa reduzir a quan- tidade produzida de outros bens. Após decidir o que será feito, dados os recursos limitados, tem que ser defi- nida a quantidade do bem ou serviços escolhidos que será produzida, além do público-alvo desse produto. Um dos fatores de escolha do “para quem produ- zir” é a renda desse consumidor. Quanto maior for a renda, maior a quantidade de mercadorias que ele poderá adquirir. Essas três primeiras perguntas mostram que quem irá influenciar a decisão da empresa/país são os consumidores. Já na última, “como produzir”, a empresa/país define o melhor processo produtivo, ou seja, como fabricar o bem na quantidade escolhida, de forma mais eficiente possível. Dado que os recursos produtivos são escassos, a empresa deverá escolher a combinação desses recursos com o menor custo possível para fabricar bens e serviços. PRINCÍPIOS DE ECONOMIA Você já conhece o significado de economia e seu objeto de estudo, que é a escas- sez. Agora, discutiremos as dez ideias centrais que regem a economia. Mankiw (2012) dividiu os dez princípios da economia em três grupos: Como as pessoas tomam decisões, Como as pessoas interagem e Como a economia funciona. INTRODUÇÃO À ECONOMIA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E18 - Como as pessoas tomam decisões O comportamento da economia reflete o comportamento das pessoas que dela fazem parte. Por essa razão, temos quatro princípios de tomada de decisão individual. Princípio 1: As pessoas enfrentam tradeoffs Para começarmos a discutir o primeiro princípio, é importante que você saiba o que a expressão tradeoff significa para a economia. Tradeoff é uma situa- ção de escolha conflitante, ou seja, quando uma ação tem como objetivo resolver um determinado problema e acaba acarretando outros. Por exemplo: uma forma de fazer com que um país cresça é aquecendo a demanda. Porém, ao aumen- tar a demanda, os preços sobem e gera inflação. Então, o objetivo inicial, que era fazer com que o Produto Interno Bruto (PIB) aumentasse, acabou por fezer com que a taxa de inflação também aumentasse. Nesse caso, existe um tradeoff entre crescimento e inflação. E a situação apresentada acima reflete a tomada de decisão. Ou seja, “nada é de graça”, como diz o provérbio. Na economia, nada é de graça também, pois sem- pre que queremos alguma coisa, precisamos abrir mão de outra coisa que gostamos. Assim, precisamos tomar decisões, fazer escolhas e renunciar a algo em decor- rência de outro objetivo. Por exemplo: neste momento, você dedicou, digamos, duas horas do seu dia para estudar a disciplina Engenharia Econômica. Para isso, você teve que abrir mão de outra atividade, como ver televisão. Agora, você tem outra escolha: você pode Princípios de Economia Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 19 dividir as duas horas entre estudar e ver televisão. Nesse caso, você estará abrindo mão de uma hora de estudo para assistir uma hora do seu programa favorito. Essa foi sua escolha. Diariamente, ou melhor, a toda hora, temos tradoffs e precisa- mos fazer escolhas. O governo e as empresas também precisam tomar decisões a toda hora. Princípio 2: O custo de alguma coisa é aquilo de que você desiste para obtê-la Como enfrentamos diversos tradeoffs, ao tomar decisão, é necessário compa- rar os custos com os benefícios gerados para cada alternativa possível. Porém nem sempre o custo de uma ação é muito claro, mesmo assim, precisa ser avaliado. Por exemplo: você resolveu se matricular no curso de Engenharia de Produção da Unicesumar. Como benefício, você tem enriquecimento do conhecimento, novas oportunidades de emprego, aumento salarial, entre outros. Por outro lado, você tem custo, com a mensalidade, dedicação (terá que abrir mão de outras ati- vidades por algumas horas, em função de estudar), entre outros. A situação apresentada é chamada de custo de oportunidade, que é definido por Mankiw (2012) como aquilo de que você abre mão para obter outro item. No nosso exemplo, você abriu mão de parte do seu salário, hoje, para pagar a mensalidade e de parte do seu dia para estudar, em função de cursar uma gradu- ação, para ter, futuramente, aumento salarial, novas oportunidades de emprego e aumento de seu conhecimento. Então, o custo de oportunidade está presente em todas as situações de esco- lha. Nós sempre precisamos levar em consideração, ao tomar uma decisão, do que estamos abrindo mão, ou seja, custos e benefícios daquela ação; assim como a empresa e o governo que precisam, também,analisar o custo de oportunidade sempre. Princípio 3: As pessoas racionais pesam na margem Para a economia, as pessoas são racionais, ou seja, são capazes de fazer o máximo para alcançar seus objetivos, sempre de forma direta e sistemática, a partir das oportunidades que surgem. Porém uma pessoa racional sabe que imprevistos surgem e, como são racionais, são capazes de fazer pequenos ajus- tes em seu plano de ação, o que é chamado de mudança marginal. Então, uma INTRODUÇÃO À ECONOMIA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E20 pessoa racional compara, ao tomar decisão, o custo marginal com o benefício marginal daquela ação. Nesse momento, você deve estar achando que não compreendeu muito bem os princípios até aqui explicados. Mas com um exemplo ficará mais fácil. Imagina uma empresa aérea que tem um avião de 200 lugares e o voo custa à empresa 100 mil reais. O custo médio de cada poltrona é de 100 mil divididos por 200 lugares, o que dá 500 reais. Ou seja, o valor mínimo da passagem deve ser de R$ 500,00. Porém, a poucas horas de decolar, esse avião está com 10 lugares vagos e os passageiros potenciais estão dispostos a pagar R$ 300,00 pela passagem. A empresa venderá a esse valor, pois o custo marginal des- ses 10 passageiros é muito pequeno, quase insignifi- cante, e eles irão consumir alimentos a bordo, o que mostra o custo marginal. Princípio 4: As pessoas rea- gem a incentivos Dado que pessoas racio- nais tomam decisões comparando o custo com o benefício daquela ação, o incentivo exerce papel fundamental para essa escolha, pois o incentivo é algo que faz com que uma pessoa racional aja. Por exemplo, quando o preço da laranja aumenta, as pessoas irão reduzir o consumo dessa fruta, substituindo-a por outra, como a tangerina (ponkan ou mexerica em algumas regiões do Brasil). A mesma situação acontece quando o governo implementa uma política pública. A nova política pública, por exem- plo, o aumento da taxa de juros, irá alterar o comportamento das pessoas e isso deve ser levado em consideração. Terminamos aqui nossa discussão sobre o primeiro grupo de princípios básicos da economia e você, agora, já sabe como as pessoas tomam suas deci- sões. Esses princípios são importantes em nossa disciplina, já que estamos falando em tomada de decisão, e um engenheiro de produção precisa conhecer Princípios de Economia Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 21 as variáveis econômicas que influenciam uma pessoa, seja física ou jurídica, a tomar decisão. - Como as pessoas interagem Vimos de que forma as pessoas tomam decisões. Porém, sabemos que, muitas vezes, uma decisão nossa afeta a vida de outras pessoas, ou seja, nós interagi- mos com os demais. Neste grupo, discutiremos três princípios que dão suporte a como as pessoas interagem. Princípio 5: O comércio pode ser bom para todos A visão de que dois países que produzem o mesmo tipo de bem são con- correntes é equivocada, pois, apesar de as empresas concorrerem por clientes, o comércio entre os países é bom para todos. Isso acon- tece em razão de o país A se especializar em um deter- minado bem, exportar esse bem e importar outro bem que necessita, mas que não é especialista. Então, os países dependem um dos outros. Qual foi um tradeoff importante que você enfrentou recentemente? Sua es- colha foi racional? Você levou em consideração os custos e benefícios da sua ação? Fonte: a autora. INTRODUÇÃO À ECONOMIA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E22 Princípio 6: Os mercados são geralmente uma boa maneira de organizar a ati- vidade econômica Hoje, sabemos que a forma mais eficiente de organizar a atividade econômica é por meio do próprio mercado, ou seja, da chamada economia de mercado. Esta é definida por Mankiw (2012) como uma economia que aloca recursos por meio das decisões descentralizadas das empresas e famílias, quando estas inte- ragem nos mercados de bens e serviços. Nesse caso, a economia é controlada via preços. O comprador verifica o preço, ao determinar a demanda por bens e serviços, e os vendedores analisam o preço, ao decidir a oferta. O preço formado pela relação entre demanda e oferta reflete o preço de mercado por bens e serviços e o custo da manufatura. No entanto, é importante observar que o governo pode e deve, em mui- tos casos, tomar medidas de forma a impedir que o mercado se ajuste sozinho. Medidas essas como impostos, subsídios, entre outras. Princípio 7: Às vezes, os governos podem melhorar os resultados dos mercados Como discutido no princípio 6, os mercados procuram se estabilizar por meio dos preços. Porém, o governo tem papel importante, mesmo em eco- nomias de mercado. O papel do governo é fazer com que as regras sejam cumpridas, garantindo o direito de propriedade, essa garantia se dá mediante as instituições. Direito de propriedade é definido por Mankiw (2012) como a habilidade de um indivíduo de possuir e exercer controle sobre recursos escassos. O direito de propriedade é um incentivo para empresas e famílias produzirem. Além de garantir o direito de propriedade, o governo deve intervir na eco- nomia de mercado, para garantir a eficiência e promover a igualdade, já que o mercado sozinho nem sempre consegue fazer. Em relação à eficiência, os mercados nem sempre conseguem alocar os recursos de forma eficiente, gerando as chamadas falhas de mercado. As falhas de mercado acontecem em razão das externalidades e do poder de mercado. Externalidade é quando a ação de um indivíduo afeta o bem-estar de outros. Já poder de mercado é a capacidade de um ou um grupo de agentes econômicos influenciar os preços de mercado de forma significativa. Princípios de Economia Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 23 Em relação à igualdade, é dever do governo promover políticas públicas que procuram dar as mesmas condições a todos os agentes econômicos. - Como a economia funciona Os dois grupos de princípios da economia que discutimos, juntos, formam o terceiro grupo, “como a economia funciona”, pois o modo como os agentes tomam decisão e o modo como interagem formam a economia. Princípio 8: O padrão de vida de um país depende de sua capacidade de produ- zir bens e serviços Sabemos que existe grande diferença no padrão de vida dos países, e essas mudanças ao longo do tempo também variam. Esse fato é explicado pela pro- dutividade, ou melhor, pela diferença entre a produtividade dos países. Por produtividade entende-se a quantidade de bens e serviços produzidos por uni- dade de insumo de mão de obra (MANKIW, 2012). Então, em países nos quais a produtividade é maior, o padrão de vida tam- bém é maior. Países com produtividade baixa tendem a ter o padrão de vida menor. Nesse caso, cabe ao governo implementar políticas públicas que procu- ram aumentar a produtividade do país. Princípio 9: Os preços sobem quando o governo emite moeda demais Inflação é definida como o aumento contínuo e generalizado de preços. Quando o governo emite moeda, mais moeda teremos em circulação, dando a impressão para a população de aumento do poder aquisitivo. Com isso, as pessoas demandarão mais bens e serviços, fazendo com que os preços subam. Além disso, quando o governo emite moeda, o valor dela diminui, gerando aumento de preços. Por que os mercados existem? Fonte: a autora. INTRODUÇÃO À ECONOMIAReprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E24 Princípio 10: A sociedade enfrenta um tradeoff de curto prazo entre inflação e desemprego O aumento da quantidade de moeda em circulação estimula o nível geral de consumo e, assim, há aumento na demanda por bens e serviços. O aumento da demanda pode fazer com que as empresas aumentem os preços dos seus bens e serviços, gerando infla- ção. Por outro lado, quando temos muita demanda, as empresas precisam con- tratar mais trabalhadores, gerando aumento no nível de empregos. Resumindo: no curto prazo, o aumento da demanda, gera inflação e reduz o desemprego. Relação entre taxa de inflação e desemprego Na economia, existe uma teoria que relaciona a taxa de inflação com o de- semprego, a chamada Curva de Phillips. Essa teoria foi desenvolvida pelo economista Willian Phillips e mostrava que, quando a taxa de inflação cres- ce, a taxa de desemprego cai e vice-versa. Fonte: a autora. Conceitos Básicos de Economia Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 25 CONCEITOS BÁSICOS DE ECONOMIA Agora que você já conhece os dez princípios que regem a economia, discutire- mos alguns conceitos básicos que serão fundamentais para o entendimento das demais unidades do livro. Procure relacionar os princípios que estudamos com os conceitos que irei apresentar a você. Preparado(a)? CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO E CUSTO DE OPORTUNIDADE Como discutimos, a economia está ligada ao problema da escolha, já que os recursos produtivos são limitados e as necessidades humanas são ilimitadas, em outras palavras, é imposta aos agentes econômicos uma escolha para a produ- ção/consumo de diversos tipos de bens e serviços. Para entender melhor como a escolha é feita, vamos supor a seguinte situa- ção hipotética1 para uma determinada economia: a. Uma economia só produz dois bens: bem X e bem Y, que você pode, por exemplo, chamar de roupas e alimentos. b. A quantidade e a qualidade dos recursos produtivos são fixas, ou seja, independente de produzir o bem X ou o bem Y, a quantidade e a quali- dade dos recursos produtivos serão as mesmas. c. Existe pleno emprego, ou seja, essa economia produz o máximo que ela pode dada a quantidade de recursos produtivos que ela tem disponível. d. A tecnologia é constante, já que o uso da tecnologia é uma forma de aumentar a produção, utilizando a mesma quantidade de fatores de pro- dução disponíveis. Após apresentar os pressupostos da economia hipotética, podemos verificar a quantidade de cada bem que poderá ser produzido dados os recursos produti- vos que temos disponíveis. Isso pode ser visto no Quadro 1: 1 Situação hipotética é uma situação que não é real. INTRODUÇÃO À ECONOMIA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E26 BEM QUANTIDADE X (roupas) 180 160 150 130 100 60 Y (alimentos) 10 20 30 40 50 60 Ponto 1 2 3 4 5 6 Quadro 1: Quantidade de cada bem que pode ser produzido dada a quantidade de fatores de produção disponível Fonte: a autora. Caso a economia queira produzir tanto o bem X quanto o bem Y, ela deverá “abrir mão” de determinada quantidade de um bem para produzir o outro. Por exemplo, para produzir 20 unidades de y, a empresa deverá deixar de produ- zir 20 unidades de x, ou, para 30 unidades de y, deverá deixar de produzir 20 unidades de x. Para ficar mais fácil, vamos visualizar essa situação por meio do Gráfico 1. 60 6 5 4 3 2 1 50 40 30 20 10 0 60 100 130 150 160 180 Alimentos (toneladas) Roupas (milhares) Gráfico 1: Curva das possibilidades de produção ou curva de transformação da situação hipotética apresentada Fonte: a autora. O Gráfico 1 mostra as quantidades dos bens X e Y que a economia hipoté- tica poderá produzir dados os fatores de produção limitados. Isso é conhecido Conceitos Básicos de Economia Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 27 como curva das possibilidades de produção ou curva de transformação. Então, qualquer ponto sobre a curva mostra que a quantidade de bens X e Y que a economia poderá produzir nessa situação está em pleno emprego. Agora, em qualquer ponto baixo da curva, como o ponto 7, que pode ser visto no Gráfico 2, a economia poderá produzir, porém, caso produza no ponto 7, a economia é ineficiente e não está em pleno emprego, pois haverá recursos produtivos para produzir mais, em outras palavras, haverá capa- cidade ociosa. 60 6 8 7 5 4 3 2 1 50 40 30 20 10 0 60 100 130 150 160 180 Alimentos (toneladas) Roupas (milhares) Gráfico 2: Pontos de produção que estão fora da curva das possibilidades de produção Fonte: a autora. Ainda, analisando o Gráfico 2, podemos verificar que tem o ponto 8. Dada a tecnologia constante, produzir no ponto 8 é impossível, pois não temos recursos produtivos suficientes. Porém, existe uma forma de a econo- mia chegar ao ponto 8, que é por meio da tecnologia. A tecnologia é um fator que desloca a curva das possibilidades de produção, pois, como já discutimos, podemos produzir mais, dados os mesmos fatores de produção disponíveis, ou seja, aumenta a capacidade produtiva da empresa. Essa situação pode ser vista no Gráfico 3. INTRODUÇÃO À ECONOMIA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E28 60 6 8 7 5 4 3 2 1 50 40 30 20 10 0 60 100 130 150 160 180 Alimentos (toneladas) Roupas (milhares) Gráfico 3: Deslocamento da curva das possibilidades de produção dada uma mudança tecnológica Fonte: a autora. No mundo real, pode acontecer de a curva das possibilidades de produ- ção se deslocar mais em direção a um bem do que a outro, isso acontece em razão de os bens não possuírem exatamente o mesmo processo produtivo ou as mesmas quantidades de todos os fatores de produção. Então, o recurso pro- dutivo que for mais afetado pela tecnologia tende a deslocar mais a curva de transformação. Tudo que discutimos sobre curva das possibilidades de produção também nos mostra outro conceito muito importante para a ciência econômica, que é o custo de oportunidade, no qual a empresa teve que “abrir mão” de certa quanti- dade produzida do bem Y em função da produção do bem X. Então, custo de oportunidade pode ser definido como o sacrifício de se trans- ferir os recursos de uma atividade para outra, ou seja, é a quantidade de um bem ou serviço que se deve renunciar para obter outro. É importante observar que só existe custo de oportunidade se a economia estiver funcionando em pleno emprego, ou seja, se os recursos forem plenamente utilizados, como os pontos de 1 a 6 do gráfico 1. Conceitos Básicos de Economia Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 29 CLASSIFICAÇÃO DOS BENS E SERVIÇOS Bens e serviços podem ser definidos como tudo aquilo capaz de atender uma necessidade humana. Lembrando que as necessidades humanas são ilimitadas e cada pessoa tem a sua necessidade. Os bens podem ser classificados de duas formas principais: em relação a sua raridade e em relação a quem os oferta. No que diz respeito à raridade, os bens e serviços podem ser: 1. Livres – são aqueles bens nos quais a quantidadeé ilimitada e podem ser obtidos sem nenhum esforço humano, por esse motivo, não têm preço, e a economia não se preocupa com eles, por exemplo, mar, rio, lagoa, oxi- gênio, entre outros. 2. Econômicos – são bens e serviços limitados (escassos), têm valor de mer- cado e precisam de esforço humano para produzi-los, por exemplo, carro, computador, caneta, entre outros. Os bens e serviços econômicos são os bens estudados pela economia. Os bens econômicos podem ser classificados, quanto a sua natureza, em: a. Materiais – são bens tangíveis e que podem ser estocados. Por exemplo, computador, sapato, roupa etc. Podem ser: I. Consumo – bens duráveis e de consumo imediato. Exemplo: roupa. II. Intermediário – necessários para fabricação de bens de consumo. Exemplo: matéria-prima. III. Capital – permitem produzir bens. Exemplo: máquinas. b. Imateriais ou serviços – são intangíveis, não podem ser estocados e, assim que são consumidos, acabam, como uma consulta médica, uma aula ou uma consultoria. A partir do que foi discu- tido sobre bens econômicos materiais e imateriais, farei uma pergunta para você: uma passagem de metrô é um bem material ou um INTRODUÇÃO À ECONOMIA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E30 serviço? O ticket do metrô é um bem material, pois conseguimos estocar. Porém a viagem feita é um serviço, assim que descemos do metrô, o bem acabou. Os bens e serviços também podem ser classificados de outra forma, em rela- ção a quem os oferta. Nesse caso, podem ser: a. Públicos – são bens ou serviços ofertados pelo governo e têm como carac- terísticas serem não exclusivos e não disputáveis, ou seja, independente de quem paga por eles, no caso, por meio de impostos, todos poderão con- sumir, e o consumo de uma pessoa não exclui o consumo de outra. Por exemplo, a segurança pública e o corpo de bombeiros. b. Privados – são bens ou serviços ofertados pelas empresas e têm como características serem disputáveis e exclusivos, ou seja, só quem pagar pelo bem poderá levá-lo para casa, e o consumo de uma pessoa exclui o con- sumo da outra, como uma roupa ou um alimento. Para melhor visualizar a classificação dos bens quanto a quem os oferta, veja o Quadro 2: CARACTERÍSTICA BEM PÚBLICO BEM PRIVADO É rival Não Sim É excludente Não Sim Quadro 2: Comparação entre bem público e bem privado Fonte: a autora. Conforme podemos ver no Quadro 2, se um determinado bem é não rival e não excludente, ele é um bem público. Caso contrário, é um bem privado. Para ilustrar essa situação, vamos pensar em dois bens: iluminação pública e carro. Primeiro, sabemos que o mesmo carro não pode ser consumido, no caso, com- prado, por duas pessoas diferentes. Nesse caso, o seu consumo é rival. Em segundo lugar, o consumo do carro é excludente, pois, se a pessoa não pagar pelo carro, a empresa não venderá. Já no caso da iluminação pública, não é possível uma pessoa ter e a outra, na mesma rua, não ter, e nem o consumo por parte de um indivíduo excluir o consumo do outro. Conceitos Básicos de Economia Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 31 AGENTES ECONÔMICOS Para fabricar bens e serviços, comprar produtos, pagar tributos, regular a econo- mia, entre outros, ou seja, para fazer com que a economia gire, são necessários os agentes econômicos, que podem ser definidos como uma pessoa de natureza física ou jurídica que, por meio de suas ações, contribui para o funcionamento do sistema econômico. Esses agentes podem ser classificados em: a. Empresas – também são conhecidas como unidades produtivas, são responsáveis pela produção e comercialização dos bens e serviços. As empresas combinam os fatores de produção da forma mais eficiente pos- sível para fabricar bens e serviços, de modo a obter o máximo de lucro. b. Família – conhecida como consumidores, inclui, segundo Passos e Nogami (2012), todos os indivíduos e unidades familiares da economia; tem como função adquirir bens e serviços, além disso, são proprietários do fator de produção “trabalho”, em outras palavras, trabalhamos para receber salá- rios para podermos comprar bens e serviços. c. Governo – são as organizações que estão, direta ou indiretamente, sob o domínio do Estado e que atuam no sistema econômico. Temos o governo federal, estadual e municipal, além das leis e regulações. O governo pode intervir na economia de duas formas, segundo Passos e Nogami (2012): atuando como empresários e produzindo bens e serviços por meio das empresas estatais ou contratando serviços, comprando materiais, equi- pamentos etc. O governo pode intervir também por meio de regulações, tendo como objetivo controlar o mercado, para este se tornar eficiente. FATORES DE PRODUÇÃO OU RECURSOS PRODUTIVOS Podemos definir fatores de produção ou recursos produtivos como elementos limitados que são utilizados no processo de fabricação de bens e serviços que irão satisfazer as necessidades humanas. INTRODUÇÃO À ECONOMIA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E32 Os fatores de produção têm como características serem escassos, como você já deve ter percebido, versáteis, ou seja, podem ser utilizados para diferentes fins, dito de outro modo, os fatores de produção fabricam diversos bens e podem ser combinados em proporções para produzir bens e serviços. Após definir fatores de produção, é importante classificá-los. Os recursos produtivos são: a. Recursos naturais ou terra – é a origem de todo processo produtivo, como terra, água, minerais, matérias-primas etc. b. Recursos humanos – é a contribuição do ser humano na produção. Podem ser físico ou intelectual. Como trabalho físico, temos o trabalho de um agricultor no campo. Já uma consulta médica é considerada um traba- lho intelectual. c. Capital – são bens utilizados no processo produtivo, como máquinas, construções, infraestrutura, entre outros. Atualmente, além dos três fatores de produção clássicos que citamos anterior- mente, ainda temos a capacidade empresarial e o empreendedorismo como fatores de produção, pois é fundamental a tomada de decisão dos empresários quanto à utilização dos recursos produtivos. A tecnologia também pode ser con- siderada um fator de produção. CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao final da primeira unidade da disciplina de Engenharia Econômica. Agora, você já sabe exatamente o que é economia e o que essa ciência estuda. Vimos que a economia vai muito além da ciência que estuda o dinheiro ou como as pessoas fazem investimento. As ciências econômicas têm como foco as esco- lhas dos agentes econômicos, sempre com o objetivo de gerar bem estar social. Por isso é uma ciência social, e não uma ciência exata, como a engenharia de produção. Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 33 Acredito que você deve ter se surpreendido com a complexidade da econo- mia e tenho certeza que, com o passar das unidades, você ficará cada vez mais surpreso(a) e encantado(a) com o estudo da ciência econômica, uma vez que a economia está no nosso dia a dia. Vivemos economia desde o nosso nascimento até a nossa morte. Qualquer decisão do governo afeta nossas vidas, qualquer decisão de um membro da nossa família afeta a família como um todo, princi- palmente, se essas decisões forem econômicas. Esta primeira unidade foi dividida em três tópicos de igual importância. Iniciei apresentando o que, de fato,é a economia. Na segunda parte, apresentei a você os dez princípios que norteiam o estudo da economia. Ao final, discuti- mos alguns conceitos básicos e fundamentais da economia. Todos os conceitos apresentados nesta primeira unidade são fundamentais para o entendimento da economia e, também, para que você compreenda como uma empresa, ou melhor, como você, futuro (a) engenheiro (a) de produção, pode tomar as melhores decisões, por exemplo, de investimento. Aqui, termino a primeira unidade e espero que tenha conseguido despertar em você a curiosidade pela ciência econômica. Na próxima unidade, discuti- remos uma das grandes áreas de estudo da economia, que é a microeconomia. Um forte abraço, Profª Me. Andréia Moreira da Fonseca Boechat 1. Explique, utilizando o conteúdo estudado na primeira unidade, como a econo- mia está presente em sua vida. 2. Cite três exemplos de tradeoffs importantes com que você se depara na sua vida, seja pessoal ou profissional. 3. Vamos supor que você esteja pensando se vai tirar férias ou não. Para sua deci- são, você está pesquisando pacotes de viagens. Sabendo que os custos da via- gem são monetários e os benefícios são psicológicos, como você pode comparar os custos com os benefícios? 4. Por que a tecnologia é a melhor alternativa para resolver o problema econômico, considerando principalmente que os recursos são escassos? 35 POR QUE ESTUDAR ECONOMIA? Imagine a seguinte situação: uma moça escreve um e-mail ao namorado e lê um livro de 150 páginas enquanto espera numa fila que durou mais de três horas. O motivo disso é que um determinado posto de gaso- lina está fazendo uma superpromoção e vendendo o litro do combustível a R$1,99, para inaugurar novos postos da mesma rede. A promoção durou das dez horas ao meio dia de um sábado e os consumidores só poderiam adquirir 69 litros. “Estou na fila desde que ela se formou. Nunca vi o preço da gasolina tão baixo e acho que isso não vai acontecer de novo”, contou Vera, que dirigiu cerca de 14 quilômetros e chegou ao posto oito horas, mas já encontrou sete car- ros a sua frente. “Como meu carro já estava na reserva, coloquei R$ 2 e continuei”, escla- receu Vera. “Acho que já gastei mais do que vou colocar no tanque agora”, contou João, ao chegar à bomba, depois de uma hora e meia de espera. Uma mulher tentou furar a fila, o que deu início a uma discussão. João desis- tiu de esperar e, ao ir embora, bateu em um carro. “Eu queria sair daquela confusão. Essa gente é louca! Tudo isso pra economi- zar uns trocados”, disse João, ao registrar o boletim de ocorrência. As pessoas desse relato se sacrificaram para comprar 15 galões de gasolina por um preço promocional de R$1,99. Na época, o litro de gasolina custava R$2,70. Para alguns, a decisão de aproveitar a pro- moção de gasolina pode parecer sem sentido, mas, para outros, trata-se de uma medida bastante razoável. O que acontece é que, para todos nós, a decisão de comprar ou não a gasolina é basicamente a mesma: comparamos os custos com os benefícios. Precisamos fazer escolhas o tempo todo, porque não temos tudo que queremos. Após estudar a primeira unidade no nosso livro, você sabe que não é possível con- seguir estudar ou trabalhar 40 horas por semana, jogar futebol, andar de bicicleta, praticar surfe, ir ao cinema, ler um romance e, ainda, sair pra se divertir com os ami- gos. Simplesmente não há tempo para fazer tudo isso; é preciso escolher algumas ativi- dades e deixar de lado as demais. É disso que trata a economia: a compreensão dos motivos que levam as pessoas a fazerem o que fazem. A economia é um campo fas- cinante! A economia analisa as decisões tomadas pelas pessoas e pelas empresas no que se refere ao trabalho, consumo, investimento, contratação de funcionários e precificação de serviços. Estuda, também, o funciona- mento de economias inteiras e a interação entre elas; o motivo para haver recessão em alguns momentos e crescimento em outros; a diferença dos padrões de vida de um país para outro e a disparidade de riqueza entre as pessoas. Fonte: a autora. MATERIAL COMPLEMENTAR O livro da economia Diversos autores Editora: Globo livros Sinopse: Escrito por professores e estudiosos de maneira simples e acessível, este é um livro completo e atualizado sobre economia. Nele, há breves biografi as de economistas, citações dos grandes pensadores, linha do tempo com os principais acontecimentos, entre outros. Para entender um pouco mais sobre o signifi cado e conceito de economia, acesse o vídeo no link disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=lsg3UziSd54>. Acesso em: 14 jul. 2015. U N ID A D E II Professora Me. Andréia Moreira da Fonseca Boechat FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS Objetivos de Aprendizagem ■ Entender a famosa lei oferta e demanda. ■ Compreender as forças de mercado. ■ Conhecer como o preço e quantidade são formados. ■ Verificar os custos de produção. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Forças de mercado: demanda e oferta ■ Equilíbrio de mercado ■ Os custos de produção INTRODUÇÃO Olá, caro(a) acadêmico(a), Iniciaremos a segunda unidade da disciplina Engenharia Econômica. Como você já sabe, a economia é dividida em duas grandes áreas de estudo: a microeco- nomia e a macroeconomia. A primeira área, a microeconomia, estuda as decisões dos agentes econômicos de forma individual. Ela explica os motivos que fazem com que os consumidores prefiram/escolham determinados bens ou serviços a outros e os incentivos que as empresas têm em aumentar a produção. A micro- economia explica também como o preço é formado e o grau de concorrência. Já a segunda grande área de estudo da economia, a macroeconomia, procura analisar as variáveis econômicas no agregado. Aborda assuntos como a taxa de inflação, a taxa de juros e as políticas econômicas, além do mercado de traba- lho. Nesta segunda unidade, discutiremos uma das grandes áreas de estudo da economia, a microeconomia. Assim, começaremos discutindo a demanda, ou seja, os desejos e caracte- rísticas dos consumidores. Além disso, os fatores que influenciam, ou melhor, afetam a tão famosa curva de demanda. Veremos que a demanda sofre impacto de inúmeras variáveis e a empresa precisa se preocupar com todas essas variá- veis para conseguir vender seus bens ou serviços. Discutiremos, também, o outro lado dessa relação: a oferta. Nesse caso, vere- mos o que, de fato, é oferta e quais são os incentivos que a empresa tem para aumentar a produção de seus bens e serviços. Na sequência, “juntaremos” os dois conceitos, demanda e oferta, e veremos como, realmente, o preço e a quantidade que conhecemos e negociamos são formados. Assim, começaremos a entender os motivos que fazem com que a economia seja tão dinâmica. Para finalizar a unidade, discutiremos as estruturas de mercado e, consequen- temente, a diferença de preço da alface, por exemplo, em relação à energia elétrica. Tenho certeza de que, ao final desta unidade, você ficará, por um lado, mais surpreso(a) com a complexidade da ciência econômica e com como ela afeta diretamente nossa vida. Por outro lado, ficará encantado(a) com essa ciência, que, sem dúvida, é fascinante. Vamos lá?! Bons estudos! Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 39 FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E40 FORÇAS DE MERCADO: DEMANDA E OFERTA Uma das principais leis da economia, talvez a principal, é a famosa lei da ofertae demanda. Essa lei é a base para diversas explicações de fenômenos econômi- cos e a discutiremos neste tópico. Mas já adianto a você: quando a demanda for maior que a oferta por algum bem ou serviço, o preço se eleva. Caso contrário, se a demanda for mais baixa que a oferta, o preço reduz. Vamos entender o motivo da situação apresentada acima? TEORIA DA DEMANDA A teoria da demanda tem como objetivo tratar das necessidades dos consumidores, ou seja, procura explicar o comportamento do consumidor ao escolher bens e serviços. Na unidade I, você viu que qualquer economia procura responder a quatro perguntas básicas: o que produzir? Quanto produzir? Para quem produzir? Como produzir? Destas, as três primeiras são respondidas pela teoria do consumidor. Mas o que é demanda? Passos e Nogami (2012) definem demanda como a quantidade de um deter- minado bem ou serviço que um consumidor deseja e está capacitado a comprar, por unidade de tempo. A palavra “deseja” está em destaque porque a demanda é uma intenção de compra, e não a compra efetiva. Outros três elementos devem ser discutidos sobre a definição de demanda: a. Só existe demanda se a pessoa puder pagar pelo bem ou serviço. Se não puder pagar, não há demanda. Então, um sonho de consumo que, muitas vezes, temos não é considerado demanda, pois não podemos pagar por ele. Forças de Mercado: Demanda e Oferta Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 41 b. O conceito de demanda está relacionado à ideia de utilidade, isso mesmo, aquela utilidade que vimos na primeira unidade. Só existirá demanda se aquele bem ou serviço gerar algum tipo de satisfação para o consumidor. Se não gera satisfação, não há demanda, pois quem irá desejar um bem ou serviço sem utilidade?! c. A demanda vem sempre acompanhada da unidade tempo, pois a demanda se altera com o tempo. Se a demanda é uma intenção de compra, dados a renda e o preço do bem, com o tempo, o preço altera e a renda tam- bém, então, a demanda é alterada. Podemos concluir, portanto, que a demanda é dinâmica! Agora que você já sabe o conceito de demanda, vamos representá-la grafica- mente? A curva de demanda é representada conforme o Gráfico 4: P Q D Gráfico 4: Representação da curva de demanda Fonte: a autora. Conforme visto no Gráfico 4, a curva de demanda (D) é a relação entre preço (P) e quantidade (Q) e é negativamente inclinada. Você sabe responder por que a curva de demanda é negativamente inclinada? A curva de demanda é negativamente inclinada porque, conforme o preço aumenta, a quantidade que os consu- midores estão dispostos a adquirir reduz, pois, se o preço aumentar, os consumidores irão substituir o consumo do bem pelo seu substituto. Esse efeito é chamado de efeito substituição. FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E42 Outro motivo que faz com que a curva de demanda seja negativamente inclinada é o chamado efeito renda, que nos diz que, ao aumentar a renda, o consumidor irá demandar quantidades maiores de um determinado bem e quan- tidades menores de outros bens. Resumindo, a demanda é negativamente inclinada, pois, conforme o preço altera, a quantidade demandada altera também (efeito substituição) e alterações na renda alteram a quantidade demandada (efeito renda). Para facilitar a explicação acima, vou mostrar um exemplo. José, nosso con- sumidor, deseja ir ao cinema ver os filmes que acabaram de ser lançados. Nesse caso, cinema é nosso bem. Dependendo do preço do ingresso, José está disposto a ir mais de uma vez ao mês ao cinema, conforme Tabela 3: PREÇO DO INGRESSO QUANTIDADES DE IDA AO CINEMA 15 1 12 2 10 3 7 4 5 5 Tabela 1: Demanda por ingressos para cinema de José Fonte: a autora. Analisando a Tabela 1 e a representando graficamente, podemos ver que, conforme o preço do ingresso para o cinema reduz, a quantidade demandada, ou seja, a quantidade de vezes que José está disposto a ir ao cinema aumenta, o que faz com que a curva de demanda seja negativamente inclinada. 15 12 10 7 5 1 2 3 4 50 P Q Gráfico 5: Representação da curva de demanda de José para ingressos de cinema Fonte: a autora. Forças de Mercado: Demanda e Oferta Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 43 Claro que representei a curva de demanda de apenas um consumidor, mas também temos a curva de demanda de mercado, que é a soma das cur- vas de demanda individuais de um determinado bem que está sendo vendido a um determinado preço. Independente de ser curva de demanda individual ou de mercado, ela será sempre negativamente inclinada, pelos motivos que já explicamos. FATORES QUE AFETAM A CURVA DE DEMANDA Após entender o conceito de demanda e o que, de fato, significa para a ciência econômica, vou apresentar a você alguns fatores que afetam a curva de demanda, tanto positiva quanto negativamente, ou seja, fatores que fazem com que a demanda aumente ou diminua e um fator que determina a demanda. O fator que determina a demanda é o preço do bem ou serviços em ques- tão. Nesse caso, como discutimos até agora, um aumento do preço faz com que a quantidade que os consumidores estão dispostos a consumir reduza e vice-versa. Assim, não há um deslocamento da curva de demanda, apenas os pontos sobre a curva que deslocam. Nós chamados isso de alteração na quantidade deman- dada e não alteração na demanda. Já os fatores que afetam e, portanto, deslocam a curva de demanda para a direita ou para a esquerda são diversos e apresentarei a você alguns deles: a. Renda. b. Preço dos bens complementares. c. Preço dos bens substitutos. d. Propaganda. e. Expectativa sobre o futuro. f. Fatores Climáticos. g. Hábitos/costumes. h. Entre outros. FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E44 Vamos ver cada um deles? a. Renda A renda é um dos principais fatores que afetam a curva de demanda. Então, de acordo com a renda, os consumidores irão escolher qual das cestas de produtos disponíveis irão demandar. A partir da variação da renda e do impacto que essa variação causa na quantidade demandada, os bens podem ser classificados em: ■ Normal – quando há um aumento de renda, a quantidade demandada do bem ou serviço aumenta. A maioria dos bens é normal, pois, quando a pessoa tem um aumento de renda, passa a demandar mais daquele bem. Nesse caso, a curva de demanda se desloca para a direita, ou seja, para cima. ■ Inferior – quando há aumento da renda, a pessoa passa a consumir menos daquele bem. Por exemplo, se José, nosso consumidor, tiver um aumento de salário, ele passará a consumir mais carne de primeira. Nesse caso, a curva de demanda para carne de segunda se desloca para a esquerda, ou seja, para baixo. ■ Consumo saciado – independente da renda, a quantidade demandada será a mesma, ou seja, mesmo que José passe a receber um salário maior ou o preço do bem reduzir, ele não irá demandar mais ou menos quantidades, por exemplo, de sal. Nesse caso, a curva de demanda não se desloca, pois não há aumento ou redução da demanda. b. Preço dos bens complementares Bens complementares são os bens que são consumidos juntos, como café e açú- car, arroz e feijão, pão e manteiga etc. Então, se o preço de um bem aumentar (café), a quantidade demandada de café e do seu complementar, que é o açúcar, reduzirá, deslocandoa curva de demanda para a esquerda. c. Preço dos bens substitutos Bens substitutos são aqueles que têm, praticamente, as mesmas características e, por esse motivo, podem ser substituído um pelo outro. Por exemplo, bolo de chocolate e bolo de coco; manteiga e margarina; pão francês e pão de forma, entre outros. Forças de Mercado: Demanda e Oferta Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 45 Como são bens que podem ser substituídos, quando o preço de um aumen- tar, por exemplo, da manteiga, a quantidade demandada de manteiga cairá e a quantidade demandada do seu substituto, no caso, da margarina, aumentará. Nesse caso, a curva de demanda de manteiga se desloca para a esquerda, ou seja, a demanda por manteiga reduz ,e a curva de demanda de margarina se desloca para a direita (aumenta a demanda de margarina). d. Propaganda/Marketing A propaganda/marketing cria uma necessidade de consumo. Então, é um instru- mento muito utilizado para aumentar a quantidade demandada de determinados bens e serviços, deslocando a curva de demanda para a direita. e. Expectativa sobre o futuro Outro fator que afeta a curva de demanda é a expetativa que o consumidor tem em relação ao futuro. Se José acredita que receberá um aumento daqui a noventa dias, a demanda dele, hoje, aumentará, caso contrário, se ele está em aviso pré- vio, a demanda dele reduzirá. f. Fatores Climáticos O clima é outro fator que afeta a curva de demanda. No inverno, a demanda por biquínis reduz, enquanto a demanda por calças aumenta. Outro exemplo, a demanda de aquecedor na região Norte do Brasil é quase nula, pois não tem clima para utilizar esse tipo de aparelho, enquanto a demanda por ar condicio- nado na Noruega é baixa. g. Hábitos/costumes. A demanda de alguns bens varia conforme o hábito e costume da região. Por exemplo, na Índia, a vaca é sagrada, então, a demanda por carne bovina é quase nula, enquanto no Brasil é alta. h. Entre outros Citei alguns fatores que afetam a curva de demanda, mas temos diversos outros. É importante lembrar que qualquer fator que aumente a demanda deslocará a curva de FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E46 demanda para a direita, conforme Gráfico 6. Em compensação, qualquer fator que reduz a demanda, desloca a curva de demanda para a esquerda, conforme Gráfico 7. P Q D’ D Gráfico 6: Deslocamento da curva de demanda para a direita Fonte: a autora. O Gráfico 6 mostra o deslocamento da curva de demanda para direita, ou seja, quando algum dos fatores estudados acima aumenta a demanda, por exem- plo, aumento da renda, aumento do preço do bem substituto etc. P Q D D’ Gráfico 7: Deslocamento da curva de demanda para a esquerda Fonte: a autora. O Gráfico 7 mostra o deslocamento da curva de demanda para a esquerda, ou seja, quando algum dos fatores que estudados acima reduz a demanda, por exemplo, redução da renda, redução do preço do bem complementar etc. Não podemos deixar de observar que, quando falamos em uma alteração na quantidade demandada em função de uma variação no preço do próprio bem, a curva de demanda não se desloca, alterando apenas os pontos sobre a curva. Forças de Mercado: Demanda e Oferta Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 47 TEORIA DA OFERTA Até aqui, estudamos o lado do consumidor na teoria da demanda, agora, anali- saremos o outro lado, o do produtor, em outras palavras, a oferta. Então, a teoria da oferta analisa os principais aspectos relacionados à oferta de mercado, ou melhor, estuda o comportamento das empresas. Sintetizando, a teoria da oferta estuda a resposta do produtor aos incenti- vos de mercado, incentivos esses relacionados a quan- tidade demandada, custos, incentivos governamentais, disponibilidade de fatores de produção etc. Mas, então, o que é oferta? A oferta pode ser definida, segundo Passos e Nogami (2012), como a quantidade de um bem ou serviço que uma determi- nada empresa deseja vender, por unidade de tempo. Mais uma vez, a palavra “deseja” está em negrito, isso porque o preço dependerá do incentivo que as empresas têm para aumentar a quantidade produzida e ven- dida. Em outras palavras, quanto maior o preço, maior será o desejo/vontade da empresa vender mais. Outra observação é em relação à “unidade de tempo”. Vimos na teoria da demanda que esta altera com o tempo. A oferta tem o mesmo funcionamento, com o tempo, ela poderá ser alterada. Como a curva de oferta é representada? A curva de oferta é representada conforme Gráfico 8: FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E48 P Q O Gráfico 8: Representação da curva de oferta Fonte: a autora. Você percebeu que o formato da curva de oferta é oposto ao da curva de demanda, já que a curva de oferta é positivamente inclinada! Vamos ver o motivo? Imagine uma empresa que venda sanduíches congelados e que tem a seguinte oferta: PREÇO POR SANDUÍCHE QUANTIDADE OFERTADA (MILHÕES DE SANDUÍCHES) 5 18 4 16 3 12 2 7 1 0 Tabela 2: Oferta de uma empresa hipotética de títulos de capitalização. Fonte: a autora. Pela Tabela 2, você percebeu que, conforme o preço do sanduíche conge- lado reduz, a quantidade que a empresa deseja vender diminui também, fazendo com que a curva seja positivamente inclinada. Transformando essa tabela em um gráfico: Forças de Mercado: Demanda e Oferta Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 49 O 5 4 3 2 1 7 12 16 180 P Q Gráfico 9: Representação da curva de oferta para empresa hipotética de sanduíches congelados Fonte: a autora. O Gráfico 9 confirmou o que a Tabela 2 mostrou, conforme o preço do san- duíche congelado reduziu, a quantidade que a empresa deseja vender também diminuiu, chegando ao ponto de a R$ 1,00 a empresa não estar disposta a ven- der nenhum sanduíche. Qual a explicação para que ao preço de R$ 1,00 a empresa não esteja disposta a vender o pro- duto? A preços muito baixos, as empresas não têm incentivo para aumentar sua produção e poderão ofertar outro tipo de produto, no caso, outro tipo de lanche conge- lado, como cachorro-quente, que tenha um preço de mercado mais alto. FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E50 FATORES QUE AFETAM A CURVA DE OFERTA Agora que você conhece o conceito de oferta, vou apresentar alguns fatores que afetam positiva e negativamente a curva de oferta. Assim como na demanda, o preço do bem ou serviço afeta a curva de oferta, mas não a desloca. Quanto maior for o preço, maior será a quantidade ofertada. Caso contrário, se o preço diminuiu, a quantidade ofertada também diminuiu. Já os fatores que afetam e deslocam a curva de demanda, segundo Mendes (2009), são: a. Preço dos insumos Um aumento no preço dos insumos aumenta os custos da empresa e pode redu- zir a produção, pois, caso não seja repassado ao preço final, a empresa terá menos lucro, deslocando a curva de oferta para a esquerda. b. Tecnologia A tecnologia é uma ótima forma de aumentar a produção, utilizando a mesma quantidade de fatores de produção,assim, reduzindo os custos e aumentando a oferta, deslocando a curva de oferta para a direita. c. Preço dos produtos competitivos Quando falamos em produtos competitivos, estamos nos referindo a produtos alternativos do processo de produção, ou seja, são produtos que utilizam mais ou menos o mesmo processo produtivo. Nesse caso, a empresa escolherá produ- zir e vender aquele produto que tem um preço de mer- cado mais alto. Essa foi a situação no nosso exemplo da empresa hipotética de sanduíches congelados, em que, ao preço de R$ 1,00, a empresa optaria por ofertar outro tipo de sanduíche. Forças de Mercado: Demanda e Oferta Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 51 Além dos fatores citados acima, ainda temos: d. Políticas do governo Dependendo da política pública do governo, a empresa tem incentivo para aumentar ou reduzir a produção. Por exemplo, subsídio1 é um incentivo para as empresas aumentarem a produção. Os subsídios acontecem principalmente no setor agropecuário. e. Influências especiais As influências especiais, como uma condição meteorológica, afetam alguns setores e fazem com que as empresas aumentem ou reduzam a produção. Por exemplo, uma chuva causa uma redução na produção dos agricultores, reduzindo a oferta. Como vimos, alguns fatores afetam e des- locam a curva de oferta para a direita ou para a esquerda. Qualquer fator que reduza custos é um incentivo para a empresa aumentar a produ- ção, deslocando a curva de oferta para a direita. Essa situação pode ser vista no Gráfico 10: P Q O’O Gráfico 10: Deslocamento da curva de oferta para a direita Fonte: a autora. 1 Subsídio é um tipo de imposto negativo, em que o governo paga uma parte dos custos de produção para os produtores aumentarem ou passarem a produzir aquele produto. FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E52 Agora, qualquer fator que aumente o custo ou que reduza o lucro é um incentivo para a empresa reduzir a produção, deslocando a curva de oferta para a esquerda, conforme Gráfico 11: P Q OO’ Gráfico 11: Deslocamento da curva de oferta para a esquerda Fonte: a autora. Não posso deixar de observar que, quando falamos em uma alteração na quantidade ofertada em função de uma variação no preço do próprio bem, a curva de oferta, assim como a curva de demanda, não se desloca, alterando ape- nas os pontos sobre a curva, o mesmo caso que discutimos quando falamos em variáveis que impactam a curva de demanda. EQUILÍBRIO DE MERCADO Nos tópicos acima, estudamos o comportamento dos consumidores e das empre- sas separadamente, mas sabemos que, no mundo real, a oferta e a demanda atuam conjuntamente e o preço e a quantidade que é vendida no mercado se dão quando as duas curvas (oferta e demanda) se interceptam. Agora, mostrarei a você o equilíbrio em mercados competitivos, ou seja, mer- cados que são formados por um grande número de compradores e vendedores. Equilíbrio de Mercado Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 53 Faço a observação de que o equilíbrio discutido aqui é em mercados competitivos, pois temos outros mercados, como os pouco competitivos e os sem competição, nos quais o equilíbrio se dá em outro ponto, ou seja, funciona de outra forma a relação entre demanda e oferta, sendo o preço formado em um ponto mais alto, mas isso será discutindo ainda nesta unidade. O equilíbrio em mercados competitivos pode ser visto no Gráfico 12: P P’ QQ’ E O D Gráfico 12: Equilíbrio em um mercado competitivo Fonte: a autora. Analisando o Gráfico, podemos perceber que o ponto onde as curvas de oferta (O) e demanda (D) se encontram é o ponto de equilíbrio (E) e este mos- tra o preço e a quantidade negociados no mercado, P’ e Q’, respectivamente. Qualquer preço acima de P’ significa que haverá mais oferta do que demanda, ou seja, teremos um excesso de oferta e, pela lei da oferta e da demanda, oferta maior que demanda, o preço tende a baixar. Então, pontos acima de P’ fazem com que sobrem produtos no mercado e o preço automaticamente reduzirá. Agora, caso contrário também, qualquer ponto abaixo de P’ significa que teremos um excesso de demanda, ou seja, mais pessoas desejando adquirir o bem ou serviço do que empresas dispostas de vender. Nesse caso, o preço aumentará, de modo a chegar ao ponto E, que é o ponto de equilíbrio. Todos os fatores que estudamos nos tópicos anteriores que afetam as cur- vas de demanda, como renda, preço dos produtos complementares e substitutos, expectativa sobre o futuro, entre outros, e todos os fatores que vimos que afetam FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E54 a curva de oferta, como tecnologia, preço dos produtos relacionados, interferên- cia governamental etc., afetam o ponto de equilíbrio. O governo também pode afetar o ponto de equilíbrio por meio de: a. Fixação de preços mínimos Acontece quando o governo fixa o preço mínimo que seria vendido no mer- cado. Esse instrumento tem como objetivo beneficiar o produtor, de forma a garantir um nível de preço superior ao preço de equilíbrio. Um exemplo seria o mercado de trabalho, por meio de fixação do salário mínimo. Outro mer- cado que participa dessa política é o mercado agrícola, no qual o governo se compromete a adquirir a produção, caso o preço de mercado esteja abaixo do preço fixado. b. Fixação de preços máximos Acontece quando o preço vendido no mercado está muito alto e o governo, com o objetivo de defender o consumidor, estabelece um preço máximo para que as empresas possam vender seus produtos. O preço máximo será sempre menor do que o preço de equilíbrio, ou seja, abaixo de P’. Preço mínimo da carne suína será aprovado neste ano. Ainda em 2013, um programa para fixação do preço mínimo da carne suí- na deve ser aprovado no Brasil. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a política de garantia de preços mínimos para a carne suína deve estar no mesmo modelo do preço mínimo da laran- ja, que foi aprovado a pouco tempo. A Associação Brasileira dos Criados de Suínos se pronunciou sobre o programa e disse que a medida é fundamen- tal para o crescimento do setor. Fonte: adaptado de Globo Rural (online). Equilíbrio de Mercado Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 55 c. Subsídios Nesse caso, o governo, com o objetivo, muitas vezes, de desenvolver determina- dos setores, paga uma parte dos custos produtivos da empresa, que terá incentivo para aumentar a quantidade ofertada e/ou reduzir preço. Com subsídio, o preço fica abaixo de P1. d. Congelamento e tabelamento de preços Muito utilizado na década de 1980 e no início da década de 1990 para comba- ter a inflação. O governo congela preços e/ou salários, de forma a definir o P’. ESTRUTURAS DE MERCADO A interação entre oferta e demanda acontece no mercado e, assim, é formado o preço. Essa interação muda para cada estrutura do mercado. Então, Mendes (2009, p. 103) define que: “Estrutura de mercado se refere às características orga- nizacionais de um mercado, ou seja: grau de concentração, grau de diferenciação do produto, grau de dificuldade ou barreira
Compartilhar