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Prévia do material em texto

ENGENHARIA 
ECONÔMICA
Professora Me. Andréia Moreira da Fonseca Boechat
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; BOECHAT, Andréia Moreira da Fonseca 
 Engenharia Econômica. Andréia Moreira da Fonseca 
Boechat. 
 (Reimpressão)
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2016.
 160 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Matemática. 2. Engenharia . 3. Econômica 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-0110-5
CDD - 22 ed. 330
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Direção Operacional de Ensino
Kátia Coelho
Direção de Planejamento de Ensino
Fabrício Lazilha
Direção de Operações
Chrystiano Mincoff
Direção de Mercado
Hilton Pereira
Direção de Polos Próprios
James Prestes
Direção de Desenvolvimento
Dayane Almeida 
Direção de Relacionamento
Alessandra Baron
Head de Produção de Conteúdos
Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli
Gerência de Produção de Conteúdos
Gabriel Araújo
Supervisão do Núcleo de Produção de 
Materiais
Nádila de Almeida Toledo
Supervisão de Projetos Especiais
Daniel F. Hey
Coordenador de Conteúdo
Marcia Pappa
Design Educacional
Maria Fernanda Canova Vasconcelos
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Editoração
Humberto Garcia da Silva
Revisão Textual
Viviane Favaro Notari
Ilustração
André Luís Onishi
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desafio para todos os cidadãos. A busca 
por tecnologia, informação, conhecimento de 
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma 
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar 
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir 
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais 
e sociais; a realização de uma prática acadêmica 
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização 
do conhecimento acadêmico com a articulação e 
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela 
qualidade e compromisso do corpo docente; 
aquisição de competências institucionais para 
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade 
da oferta dos ensinos presencial e a distância; 
bem-estar e satisfação da comunidade interna; 
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de 
cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal 
ou profissional, nos transformamos e, consequente-
mente, transformamos também a sociedade na qual 
estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa-
zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa-
tível com os desafios que surgem no mundo contem-
porâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó-
gica e encontram-se integrados à proposta pedagó-
gica, contribuindo no processo educacional, comple-
mentando sua formação profissional, desenvolvendo 
competências e habilidades, e aplicando conceitos 
teóricos em situação de realidade, de maneira a inse-
ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais 
têm como principal objetivo “provocar uma aproxi-
mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi-
bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos 
conhecimentos necessários para a sua formação pes-
soal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cres-
cimento e construção do conhecimento deve ser 
apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda-
gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi-
bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente 
Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en-
quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus-
sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de 
professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
Diretoria Operacional 
de Ensino
Diretoria de 
Planejamento de Ensino
Professora Me. Andréia Moreira da Fonseca Boechat
Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal Rural do 
Rio de Janeiro (2007) e mestrado em Economia pela Universidade Estadual de 
Maringá (2011). Atualmente, é doutoranda em Economia pela Universidade 
Estadual de Maringá. É professora na Universidade Estadual do Paraná e do 
Centro Universitário de Cesumar. Tem experiência na área de Economia, com 
ênfase em economia industrial, agronegócio e políticas públicas, atuando 
principalmente nos seguintes temas: concorrência e setor agroindustrial. 
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SEJA BEM-VINDO(A)!
Olá, caro(a) aluno(a),
Seja muito bem-vindo(a) a nossa disciplina. É com imenso prazer que eu, professora 
Andréia, apresento a você o nosso livro Engenharia Econômica, que foi escrito com todo 
carinho. 
Como o engenheiro de produção precisa tomar decisões o tempo inteiro, a Engenharia 
Econômica é uma disciplina que se faz necessária para o curso de Engenharia de Produ-
ção, pois é por meio dela que conhecemos os fundamentos/ferramentas para a tomada 
de decisão.
Antes de iniciar nosso estudo, apresentarei um pouco da história da engenharia econô-
mica. O estudo dessa área iniciou-se nos Estados Unidos, em 1887, após a publicação do 
livro “The Economic Theory of Railway Location”, de Arthur Wellington, sobre a viabilidade 
econômica para o setor de ferrovias norte-americano. De lá para cá, a engenharia eco-
nômica tornou-se uma importante área de estudo para todos os profissionais, tanto de 
empresas privadas quanto de organizações públicas, que precisam fazer escolhas, ou 
seja, tomar decisões.
Toda a dinâmica da engenharia de produção é baseada na matemática financeira, que 
tem como preocupação o valor do dinheiro no tempo. Então, posso citar como exem-
plos de aplicação da engenharia econômica:
 ■ A escolha entre transportar material manualmente ou comprar uma correia 
transportadora.
 ■ Decidir se a rede de abastecimento de água será com tubos finos ou grossos.
 ■ Comprar uma determinada máquina a prazo ou à vista.
Para tomar as decisões citadas acima, é necessário um estudo econômico sobre o im-
pacto de cada escolha. Para isso, deve-se levar em consideração alguns fatores, como 
conjuntura econômica, taxa de juros, retorno/rentabilidade do investimento, entre ou-
tros, que iremosdiscutir ao longo da nossa disciplina.
O nosso livro foi estruturado em cinco unidades. Na primeira, farei uma introdução ao 
estudo da economia. Você compreenderá quais são, de fato, as variáveis de estudo da 
economia e os princípios que regem as ciências econômicas. Na sequência, discutire-
mos duas grandes áreas de estudo da economia: microeconomia e macroeconomia. As 
três primeiras unidades têm um significado especial, pois, para tomarmos decisões, é 
importante conhecermos o ambiente no qual a empresa está inserida. E, claro, como 
esse ambiente afeta a tomada de decisão.
APRESENTAÇÃO
ENGENHARIA ECONÔMICA
Na quarta unidade, o instrumento da engenharia econômica, que é a matemática 
financeira, será apresentado. Por último, veremos os princípios fundamentais da en-
genharia econômica e seus cenários, ou seja, como se dá a relação entre economia, 
engenharia de produção e a engenharia econômica, além de como os investimen-
tos podem e devem ser analisados para o engenheiro de produção tomar as melho-
res decisões. 
Bons estudos!
Um abraço,
Professora Me. Andréia Moreira da Fonseca Boechat
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
09
UNIDADE I
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
13 Introdução
14 Significado de Economia 
17 Princípios de Economia 
25 Conceitos Básicos de Economia 
32 Considerações Finais 
UNIDADE II
FUNDAMENTOS MICROECONÔMICOS
39 Introdução
40 Forças De Mercado: Demanda e Oferta 
52 Equilíbrio de Mercado 
66 Os Custos de Produção 
67 Considerações Finais 
UNIDADE III
FUNDAMENTOS MACROECONÔMICOS
75 Introdução
76 Introdução à Macroeconomia 
80 Conceitos Macroeconômicos Básicos 
82 Políticas Macroeconômicas 
92 Considerações Finais 
SUMÁRIO
UNIDADE IV
MATEMÁTICA FINANCEIRA: TAXA DE JUROS
101 Introdução
102 Introdução à Matemática Financeira 
109 Juros Simples 
112 Equivalência de Juros em Juros Simples 
113 Juros Compostos 
116 Equivalência de Juros em Juros Compostos 
117 Sistemas de Amortização 
119 Considerações Finais 
UNIDADE V
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ENGENHARIA ECONÔMICA E A 
TOMADA DE DECISÃO
127 Introdução
128 Fundamentos da Engenharia Econômica 
132 Importância da Análise Econômica 
133 Engenharia Econômica em Diversos Cenários 
134 Introdução à Análise de Investimentos 
140 Métodos de Análise de Investimento 
148 Considerações Finais 
153 Conclusão
155 Referências
157 Gabarito
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Professora Me. Andréia Moreira da Fonseca Boechat
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Apresentar o significado de economia.
 ■ Compreender o motivo que faz com que a economia seja a ciência da 
escolha.
 ■ Discutir os princípios de economia.
 ■ Conhecer os conceitos básicos de economia.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Significado de economia
 ■ Princípios de economia
 ■ Conceitos básicos de economia
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) a nossa primeira unidade do livro Engenharia Econômica. 
Esta é uma unidade muito importante para o entendimento da disciplina, pois 
nela você conhecerá os fundamentos econômicos que darão suporte às tomadas 
de decisão que fazem parte da engenharia econômica, além de ser de extrema 
relevância para todas as pessoas que procuram compreender, ainda que de forma 
geral, o mundo e a sociedade na qual vivemos. 
Para isso, a unidade está dividida em três tópicos: no primeiro, iremos estu-
dar o significado de economia, em outras palavras, o que, de fato, as ciências 
econômicas estudam, tenho certeza que muitos irão se surpreender, pois muitas 
pessoas acreditam que economia ensina a economizar ou mesmo a investir na 
bolsa de valores, o que não é real. A economia envolve muito mais do que sim-
ples variáveis, ela é a grande responsável por alocar, ou seja, distribuir os recursos 
que são limitados entre as pessoas. Por essa razão, é uma ciência tão complexa. 
Após entender o significado e a importância da economia, veremos os prin-
cípios básicos que a regem. São dez princípios que unificam as ideias centrais da 
economia e dão uma noção sobre o que, realmente, ela trata. Não se preocupe, 
nesse momento, em decorar todos eles. Procure entendê-los e, com o anda-
mento da nossa disciplina, essas ideias serão aprofundadas e ficarão mais claras.
No terceiro e último tópico da primeira unidade, estudaremos alguns concei-
tos econômicos básicos, conceitos esses que darão suporte para o entendimento 
da disciplina como um todo. Então, fique atento(a) e, caso não tenha ficado muito 
claro algum conceito, volte e releia com muita atenção.
Assim, ao final desta unidade, você será capaz de compreender conceitos 
econômicos fundamentais que influenciam a sociedade como um todo, seja 
governo, empresas, famílias (consumidores) e os outros países. 
É importante observar que a forma como esta primeira unidade foi estruturada 
inicia o estudo da economia não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Ou seja, os 
fundamentos da economia são iguais em qualquer país, seja em países considerados 
ricos ou em países em desenvolvimento. Os conceitos básicos sempre estarão presentes. 
Bons estudos!
Introdução
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INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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SIGNIFICADO DE ECONOMIA
Começaremos nossa disciplina entendendo o significado de economia. Você, 
certamente, já se deparou com algumas situações econômicas em seu dia a dia 
e ficou curioso(a) para entender um pouco mais sobre os motivos pelos quais 
determinados fenômenos ocorrem e as possíveis soluções para cada um dos 
problemas, como:
 ■ Variações na demanda.
 ■ Redução na oferta.
 ■ Desemprego.
 ■ Inflação.
 ■ Alterações na taxa de câmbio.
 ■ Carga tributária.
 ■ Aumento da taxa de juros, entre outros.
Esses são alguns problemas que a economia 
estuda. Agora que você já relembrou algumas 
questões econômicas, deve estar se pergun-
tando: mas o que, de fato, é economia?
Em termos etimológicos, a palavra econo-
mia vem do grego: Oikós (casa) + Nomos (norma, lei) 
= “administração da casa”.
É isso mesmo, a economia funciona da mesma 
maneira que a nossa casa: trabalhamos para receber 
um salário, dividimos nossa renda para pagar as con-
tas, procuramos viver na maior harmonia possível, 
caso não tenhamos dinheiro para todas as contas, 
pegamos empréstimos, se sobrar dinheiro, fazemos 
investimentos etc. Da mesma forma que ocorre em 
uma empresa e em um país. 
Porém, em economia, estudamos as formas como os diferentes tipos de sistemas 
Significado de Economia
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econômicos administram seus recursos com a finalidade de produzir bens e serviços, 
com o objetivo de satisfazer as necessidades da população (PASSOS; NOGAMI, 2012).
Então, podemos definir economia como sendo uma ciência social que trata 
do estudo da alocação dos recursos escassos na produção de bens e serviços para 
a satisfação das necessidades ilimitadas ou desejos humanos (MENDES, 2009).
A partir da definição de economia, não podemos deixar de fazer duas observa-
ções: você percebeu que as palavras “recursos escassos” e “necessidades ilimitadas” 
estão em negrito? Isso porque são dois conceitos que precisam ficar muito cla-
ros para o entendimento da economia.
As palavras recursos escassos estão em negrito,pois a escassez, que pode ser 
definida como a situação em que os recursos são limitados, é a culpada por todos 
os problemas econômicos. Então, podemos afirmar que a economia tem como 
objeto de estudo a escassez. Se os recursos fossem ilimitados, não haveria economia.
É importante observar que a escassez está relacionada a diversas variáveis, 
como tempo, dinheiro, espaço físico, matéria-prima, mão de obra, seja especiali-
zada ou não, entre outras. Por esse motivo, está presente em todas as economias, 
seja em países ricos, como os Estados Unidos, que é a maior economia do mundo, 
seja em países em desenvolvimento, como os países do continente africano. 
Já necessidades ilimitadas estão destacadas, pois, diferente da escassez, os 
desejos humanos são ilimitados, ou seja, nunca terminam. Por exemplo, temos 
R$ 50,00 para ir ao shopping comprar uma blusa. Chegando lá, compramos uma 
blusa, mas, logo, desejamos uma calça ou uma bolsa e assim sucessivamente.
Resumindo, temos um sério problema: 
Recursos escassos X Necessidades humanas ilimitadas
Escassez de bens 
Problema!
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Caso os recursos fossem escassos, mas as necessidades humanas fossem 
limitadas, não teríamos problema. Ou, se os recursos fossem ilimitados e as 
necessidades humanas também, não haveria problema. O grande problema é 
recursos escassos e necessidades ilimitadas. 
Com base no que discutimos até agora, você percebeu que a Ciência 
Econômica procura responder, mesmo que de forma parcial, questões como:
 ■ Como os preços são determinados?
 ■ Como reduzir a inflação?
 ■ Como melhorar a distribuição de renda de um país?
 ■ Como fazer com que aumente o número de empregos?
 ■ Qual são as funções do governo?
 ■ Por que uma crise internacional afeta a economia nacional?
AS QUESTÕES ECONÔMICAS FUNDAMENTAIS
Após entender o conceito e o objeto de estudo da economia, podemos afirmar 
que qualquer economia, independente de ser rica ou pobre, capitalista ou socia-
lista, industrializada ou em processo de industrialização, procura responder as 
seguintes perguntas:
“A primeira lição da economia é a escassez: nunca há algo em quantidade 
suficiente para satisfazer os que o querem. A primeira lição da política é des-
considerar a primeira lição da economia”. 
Fonte: Thomas Sowell (2011).
Princípios de Economia
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 ■ O que produzir?
 ■ Quanto produzir?
 ■ Para quem produzir?
 ■ Como produzir?
Vamos entender cada uma dessas perguntas?
“O que produzir” significa definir quais bens e serviços a economia irá fabri-
car. Essa não é uma decisão fácil, pois, como você já sabe, os recursos são escassos. 
Então, não podemos produzir tudo que desejamos ou que precisamos, em outras 
palavras, aumentar a produção de um determinado bem significa reduzir a quan-
tidade produzida de outros bens.
Após decidir o que será feito, dados os recursos limitados, tem que ser defi-
nida a quantidade do bem ou serviços escolhidos que será produzida, além do 
público-alvo desse produto. Um dos fatores de escolha do “para quem produ-
zir” é a renda desse consumidor. Quanto maior for a renda, maior a quantidade 
de mercadorias que ele poderá adquirir.
Essas três primeiras perguntas mostram que quem irá influenciar a decisão da 
empresa/país são os consumidores. Já na última, “como produzir”, a empresa/país 
define o melhor processo produtivo, ou seja, como fabricar o bem na quantidade 
escolhida, de forma mais eficiente possível. Dado que os recursos produtivos são 
escassos, a empresa deverá escolher a combinação desses recursos com o menor 
custo possível para fabricar bens e serviços.
PRINCÍPIOS DE ECONOMIA
Você já conhece o significado de economia e seu objeto de estudo, que é a escas-
sez. Agora, discutiremos as dez ideias centrais que regem a economia. Mankiw 
(2012) dividiu os dez princípios da economia em três grupos: Como as pessoas 
tomam decisões, Como as pessoas interagem e Como a economia funciona. 
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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- Como as pessoas tomam decisões
O comportamento da economia reflete o comportamento das pessoas que dela 
fazem parte. Por essa razão, temos quatro princípios de tomada de decisão 
individual.
Princípio 1: As pessoas enfrentam tradeoffs
Para começarmos a discutir o primeiro princípio, é importante que você 
saiba o que a expressão tradeoff significa para a economia. Tradeoff é uma situa-
ção de escolha conflitante, ou seja, quando uma ação tem como objetivo resolver 
um determinado problema e acaba acarretando outros. Por exemplo: uma forma 
de fazer com que um país cresça é aquecendo a demanda. Porém, ao aumen-
tar a demanda, os preços sobem e gera inflação. Então, o objetivo inicial, que 
era fazer com que o Produto Interno Bruto (PIB) aumentasse, acabou por fezer 
com que a taxa de inflação também aumentasse. Nesse caso, existe um tradeoff 
entre crescimento e inflação. 
E a situação apresentada acima reflete a tomada de decisão. Ou seja, “nada é 
de graça”, como diz o provérbio. Na economia, nada é de graça também, pois sem-
pre que queremos alguma 
coisa, precisamos abrir mão 
de outra coisa que gostamos. 
Assim, precisamos tomar 
decisões, fazer escolhas e 
renunciar a algo em decor-
rência de outro objetivo. 
Por exemplo: neste 
momento, você dedicou, 
digamos, duas horas do seu 
dia para estudar a disciplina 
Engenharia Econômica. Para 
isso, você teve que abrir mão 
de outra atividade, como ver 
televisão. Agora, você tem 
outra escolha: você pode 
Princípios de Economia
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dividir as duas horas entre estudar e ver televisão. Nesse caso, você estará abrindo 
mão de uma hora de estudo para assistir uma hora do seu programa favorito. Essa 
foi sua escolha. Diariamente, ou melhor, a toda hora, temos tradoffs e precisa-
mos fazer escolhas. O governo e as empresas também precisam tomar decisões 
a toda hora. 
Princípio 2: O custo de alguma coisa é aquilo de que você desiste para obtê-la
Como enfrentamos diversos tradeoffs, ao tomar decisão, é necessário compa-
rar os custos com os benefícios gerados para cada alternativa possível. Porém nem 
sempre o custo de uma ação é muito claro, mesmo assim, precisa ser avaliado.
Por exemplo: você resolveu se matricular no curso de Engenharia de Produção 
da Unicesumar. Como benefício, você tem enriquecimento do conhecimento, 
novas oportunidades de emprego, aumento salarial, entre outros. Por outro lado, 
você tem custo, com a mensalidade, dedicação (terá que abrir mão de outras ati-
vidades por algumas horas, em função de estudar), entre outros. 
A situação apresentada é chamada de custo de oportunidade, que é definido 
por Mankiw (2012) como aquilo de que você abre mão para obter outro item. 
No nosso exemplo, você abriu mão de parte do seu salário, hoje, para pagar a 
mensalidade e de parte do seu dia para estudar, em função de cursar uma gradu-
ação, para ter, futuramente, aumento salarial, novas oportunidades de emprego 
e aumento de seu conhecimento.
Então, o custo de oportunidade está presente em todas as situações de esco-
lha. Nós sempre precisamos levar em consideração, ao tomar uma decisão, do 
que estamos abrindo mão, ou seja, custos e benefícios daquela ação; assim como 
a empresa e o governo que precisam, também,analisar o custo de oportunidade 
sempre.
Princípio 3: As pessoas racionais pesam na margem
Para a economia, as pessoas são racionais, ou seja, são capazes de fazer o 
máximo para alcançar seus objetivos, sempre de forma direta e sistemática, a 
partir das oportunidades que surgem. Porém uma pessoa racional sabe que 
imprevistos surgem e, como são racionais, são capazes de fazer pequenos ajus-
tes em seu plano de ação, o que é chamado de mudança marginal. Então, uma 
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Reprodução proibida. A
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pessoa racional compara, ao tomar decisão, o custo marginal com o benefício 
marginal daquela ação.
Nesse momento, você deve estar achando que não compreendeu muito bem 
os princípios até aqui explicados. Mas com um exemplo ficará mais fácil. Imagina 
uma empresa aérea que tem um avião de 200 lugares e o voo custa à empresa 
100 mil reais. O custo médio de cada poltrona é de 100 mil divididos por 200 
lugares, o que dá 500 reais. Ou seja, o valor mínimo da passagem deve ser de R$ 
500,00. Porém, a poucas horas de decolar, esse avião está com 10 lugares vagos 
e os passageiros potenciais estão dispostos a pagar R$ 300,00 pela passagem. A 
empresa venderá a esse valor, 
pois o custo marginal des-
ses 10 passageiros é muito 
pequeno, quase insignifi-
cante, e eles irão consumir 
alimentos a bordo, o que 
mostra o custo marginal.
Princípio 4: As pessoas rea-
gem a incentivos
Dado que pessoas racio-
nais tomam decisões comparando o custo com o benefício daquela ação, o 
incentivo exerce papel fundamental para essa escolha, pois o incentivo é algo 
que faz com que uma pessoa racional aja. 
 Por exemplo, quando o preço da laranja aumenta, as pessoas irão reduzir 
o consumo dessa fruta, substituindo-a por outra, como a tangerina (ponkan ou 
mexerica em algumas regiões do Brasil). A mesma situação acontece quando o 
governo implementa uma política pública. A nova política pública, por exem-
plo, o aumento da taxa de juros, irá alterar o comportamento das pessoas e isso 
deve ser levado em consideração. 
Terminamos aqui nossa discussão sobre o primeiro grupo de princípios 
básicos da economia e você, agora, já sabe como as pessoas tomam suas deci-
sões. Esses princípios são importantes em nossa disciplina, já que estamos 
falando em tomada de decisão, e um engenheiro de produção precisa conhecer 
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as variáveis econômicas que influenciam uma pessoa, seja física ou jurídica, 
a tomar decisão.
- Como as pessoas interagem
Vimos de que forma as pessoas tomam decisões. Porém, sabemos que, muitas 
vezes, uma decisão nossa afeta a vida de outras pessoas, ou seja, nós interagi-
mos com os demais. Neste grupo, discutiremos três princípios que dão suporte 
a como as pessoas interagem.
Princípio 5: O comércio pode ser bom para todos
A visão de que dois países que produzem o mesmo tipo de bem são con-
correntes é equivocada, pois, apesar de as empresas concorrerem por clientes, 
o comércio entre os países é 
bom para todos. Isso acon-
tece em razão de o país A se 
especializar em um deter-
minado bem, exportar esse 
bem e importar outro bem 
que necessita, mas que não 
é especialista. Então, os 
países dependem um dos 
outros.
Qual foi um tradeoff importante que você enfrentou recentemente? Sua es-
colha foi racional? Você levou em consideração os custos e benefícios da sua 
ação?
Fonte: a autora.
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Princípio 6: Os mercados são geralmente uma boa maneira de organizar a ati-
vidade econômica
Hoje, sabemos que a forma mais eficiente de organizar a atividade econômica 
é por meio do próprio mercado, ou seja, da chamada economia de mercado. 
Esta é definida por Mankiw (2012) como uma economia que aloca recursos por 
meio das decisões descentralizadas das empresas e famílias, quando estas inte-
ragem nos mercados de bens e serviços. 
Nesse caso, a economia é controlada via preços. O comprador verifica o preço, 
ao determinar a demanda por bens e serviços, e os vendedores analisam o preço, 
ao decidir a oferta. O preço formado pela relação entre demanda e oferta reflete 
o preço de mercado por bens e serviços e o custo da manufatura.
No entanto, é importante observar que o governo pode e deve, em mui-
tos casos, tomar medidas de forma a impedir que o mercado se ajuste sozinho. 
Medidas essas como impostos, subsídios, entre outras. 
Princípio 7: Às vezes, os governos podem melhorar os resultados dos mercados
Como discutido no princípio 6, os mercados procuram se estabilizar por 
meio dos preços. Porém, o governo tem papel importante, mesmo em eco-
nomias de mercado. O papel do governo é fazer com que as regras sejam 
cumpridas, garantindo o direito de propriedade, essa garantia se dá mediante 
as instituições. 
Direito de propriedade é definido por Mankiw (2012) como a habilidade de 
um indivíduo de possuir e exercer controle sobre recursos escassos. O direito de 
propriedade é um incentivo para empresas e famílias produzirem. 
Além de garantir o direito de propriedade, o governo deve intervir na eco-
nomia de mercado, para garantir a eficiência e promover a igualdade, já que o 
mercado sozinho nem sempre consegue fazer. 
Em relação à eficiência, os mercados nem sempre conseguem alocar os 
recursos de forma eficiente, gerando as chamadas falhas de mercado. As falhas 
de mercado acontecem em razão das externalidades e do poder de mercado. 
Externalidade é quando a ação de um indivíduo afeta o bem-estar de outros. Já 
poder de mercado é a capacidade de um ou um grupo de agentes econômicos 
influenciar os preços de mercado de forma significativa. 
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Em relação à igualdade, é dever do governo promover políticas públicas que 
procuram dar as mesmas condições a todos os agentes econômicos. 
- Como a economia funciona
Os dois grupos de princípios da economia que discutimos, juntos, formam 
o terceiro grupo, “como a economia funciona”, pois o modo como os agentes 
tomam decisão e o modo como interagem formam a economia. 
Princípio 8: O padrão de vida de um país depende de sua capacidade de produ-
zir bens e serviços
Sabemos que existe grande diferença no padrão de vida dos países, e essas 
mudanças ao longo do tempo também variam. Esse fato é explicado pela pro-
dutividade, ou melhor, pela diferença entre a produtividade dos países. Por 
produtividade entende-se a quantidade de bens e serviços produzidos por uni-
dade de insumo de mão de obra (MANKIW, 2012). 
Então, em países nos quais a produtividade é maior, o padrão de vida tam-
bém é maior. Países com produtividade baixa tendem a ter o padrão de vida 
menor. Nesse caso, cabe ao governo implementar políticas públicas que procu-
ram aumentar a produtividade do país.
Princípio 9: Os preços sobem quando o governo emite moeda demais
Inflação é definida como o aumento contínuo e generalizado de preços. 
Quando o governo emite moeda, mais moeda teremos em circulação, dando a 
impressão para a população de aumento do poder aquisitivo. Com isso, as pessoas 
demandarão mais bens e serviços, fazendo com que os preços subam. Além disso, 
quando o governo emite moeda, o valor dela diminui, gerando aumento de preços.
Por que os mercados existem? 
Fonte: a autora.
INTRODUÇÃO À ECONOMIAReprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
IU N I D A D E24
Princípio 10: A sociedade enfrenta um tradeoff de curto prazo entre inflação e 
desemprego
O aumento da quantidade de moeda em circulação estimula o nível geral 
de consumo e, assim, há 
aumento na demanda por 
bens e serviços. O aumento 
da demanda pode fazer com 
que as empresas aumentem 
os preços dos seus bens e 
serviços, gerando infla-
ção. Por outro lado, quando 
temos muita demanda, as 
empresas precisam con-
tratar mais trabalhadores, 
gerando aumento no nível 
de empregos. 
Resumindo: no curto 
prazo, o aumento da 
demanda, gera inflação e 
reduz o desemprego.
Relação entre taxa de inflação e desemprego
Na economia, existe uma teoria que relaciona a taxa de inflação com o de-
semprego, a chamada Curva de Phillips. Essa teoria foi desenvolvida pelo 
economista Willian Phillips e mostrava que, quando a taxa de inflação cres-
ce, a taxa de desemprego cai e vice-versa. 
Fonte: a autora.
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CONCEITOS BÁSICOS DE ECONOMIA
Agora que você já conhece os dez princípios que regem a economia, discutire-
mos alguns conceitos básicos que serão fundamentais para o entendimento das 
demais unidades do livro. Procure relacionar os princípios que estudamos com 
os conceitos que irei apresentar a você. Preparado(a)?
CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUÇÃO E CUSTO DE 
OPORTUNIDADE
Como discutimos, a economia está ligada ao problema da escolha, já que os 
recursos produtivos são limitados e as necessidades humanas são ilimitadas, em 
outras palavras, é imposta aos agentes econômicos uma escolha para a produ-
ção/consumo de diversos tipos de bens e serviços.
Para entender melhor como a escolha é feita, vamos supor a seguinte situa-
ção hipotética1 para uma determinada economia:
a. Uma economia só produz dois bens: bem X e bem Y, que você pode, por 
exemplo, chamar de roupas e alimentos.
b. A quantidade e a qualidade dos recursos produtivos são fixas, ou seja, 
independente de produzir o bem X ou o bem Y, a quantidade e a quali-
dade dos recursos produtivos serão as mesmas.
c. Existe pleno emprego, ou seja, essa economia produz o máximo que ela 
pode dada a quantidade de recursos produtivos que ela tem disponível.
d. A tecnologia é constante, já que o uso da tecnologia é uma forma de 
aumentar a produção, utilizando a mesma quantidade de fatores de pro-
dução disponíveis.
Após apresentar os pressupostos da economia hipotética, podemos verificar a 
quantidade de cada bem que poderá ser produzido dados os recursos produti-
vos que temos disponíveis. Isso pode ser visto no Quadro 1:
1 Situação hipotética é uma situação que não é real.
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Reprodução proibida. A
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BEM QUANTIDADE
X (roupas) 180 160 150 130 100 60
Y (alimentos) 10 20 30 40 50 60
Ponto 1 2 3 4 5 6
Quadro 1: Quantidade de cada bem que pode ser produzido dada a quantidade de fatores de produção 
disponível
Fonte: a autora. 
Caso a economia queira produzir tanto o bem X quanto o bem Y, ela deverá 
“abrir mão” de determinada quantidade de um bem para produzir o outro. Por 
exemplo, para produzir 20 unidades de y, a empresa deverá deixar de produ-
zir 20 unidades de x, ou, para 30 unidades de y, deverá deixar de produzir 20 
unidades de x. Para ficar mais fácil, vamos visualizar essa situação por meio 
do Gráfico 1.
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Gráfico 1: Curva das possibilidades de produção ou curva de transformação da situação hipotética 
apresentada
Fonte: a autora.
O Gráfico 1 mostra as quantidades dos bens X e Y que a economia hipoté-
tica poderá produzir dados os fatores de produção limitados. Isso é conhecido 
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como curva das possibilidades de produção ou curva de transformação. Então, 
qualquer ponto sobre a curva mostra que a quantidade de bens X e Y que a 
economia poderá produzir nessa situação está em pleno emprego.
Agora, em qualquer ponto baixo da curva, como o ponto 7, que pode 
ser visto no Gráfico 2, a economia poderá produzir, porém, caso produza no 
ponto 7, a economia é ineficiente e não está em pleno emprego, pois haverá 
recursos produtivos para produzir mais, em outras palavras, haverá capa-
cidade ociosa.
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(toneladas)
Roupas
(milhares)
Gráfico 2: Pontos de produção que estão fora da curva das possibilidades de produção
Fonte: a autora.
Ainda, analisando o Gráfico 2, podemos verificar que tem o ponto 8. 
Dada a tecnologia constante, produzir no ponto 8 é impossível, pois não 
temos recursos produtivos suficientes. Porém, existe uma forma de a econo-
mia chegar ao ponto 8, que é por meio da tecnologia. A tecnologia é um fator 
que desloca a curva das possibilidades de produção, pois, como já discutimos, 
podemos produzir mais, dados os mesmos fatores de produção disponíveis, 
ou seja, aumenta a capacidade produtiva da empresa. Essa situação pode ser 
vista no Gráfico 3.
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(toneladas)
Roupas
(milhares)
Gráfico 3: Deslocamento da curva das possibilidades de produção dada uma mudança tecnológica
Fonte: a autora.
No mundo real, pode acontecer de a curva das possibilidades de produ-
ção se deslocar mais em direção a um bem do que a outro, isso acontece em 
razão de os bens não possuírem exatamente o mesmo processo produtivo ou 
as mesmas quantidades de todos os fatores de produção. Então, o recurso pro-
dutivo que for mais afetado pela tecnologia tende a deslocar mais a curva de 
transformação.
Tudo que discutimos sobre curva das possibilidades de produção também 
nos mostra outro conceito muito importante para a ciência econômica, que é o 
custo de oportunidade, no qual a empresa teve que “abrir mão” de certa quanti-
dade produzida do bem Y em função da produção do bem X. 
Então, custo de oportunidade pode ser definido como o sacrifício de se trans-
ferir os recursos de uma atividade para outra, ou seja, é a quantidade de um bem 
ou serviço que se deve renunciar para obter outro.
É importante observar que só existe custo de oportunidade se a economia 
estiver funcionando em pleno emprego, ou seja, se os recursos forem plenamente 
utilizados, como os pontos de 1 a 6 do gráfico 1.
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CLASSIFICAÇÃO DOS BENS E SERVIÇOS
Bens e serviços podem ser definidos como tudo aquilo capaz de atender uma 
necessidade humana. Lembrando que as necessidades humanas são ilimitadas 
e cada pessoa tem a sua necessidade. Os bens podem ser classificados de duas 
formas principais: em relação a sua raridade e em relação a quem os oferta. No 
que diz respeito à raridade, os bens e serviços podem ser:
1. Livres – são aqueles bens nos quais a quantidadeé ilimitada e podem ser 
obtidos sem nenhum esforço humano, por esse motivo, não têm preço, e 
a economia não se preocupa com eles, por exemplo, mar, rio, lagoa, oxi-
gênio, entre outros.
2. Econômicos – são bens e serviços limitados (escassos), têm valor de mer-
cado e precisam de esforço humano para produzi-los, por exemplo, carro, 
computador, caneta, entre outros. Os bens e serviços econômicos são os 
bens estudados pela economia. 
Os bens econômicos podem ser classificados, quanto a sua natureza, em:
a. Materiais – são bens tangíveis e que podem ser estocados. Por exemplo, 
computador, sapato, roupa etc. Podem ser:
I. Consumo – bens duráveis e de consumo imediato. Exemplo: roupa.
II. Intermediário – necessários para fabricação de bens de consumo. 
Exemplo: matéria-prima.
III. Capital – permitem produzir bens. Exemplo: máquinas.
b. Imateriais ou serviços – são intangíveis, não podem ser estocados e, assim 
que são consumidos, acabam, como uma consulta médica, uma aula ou 
uma consultoria.
A partir do que foi discu-
tido sobre bens econômicos 
materiais e imateriais, farei 
uma pergunta para você: 
uma passagem de metrô 
é um bem material ou um 
INTRODUÇÃO À ECONOMIA
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serviço? O ticket do metrô é um bem material, pois conseguimos estocar. 
Porém a viagem feita é um serviço, assim que descemos do metrô, o bem 
acabou.
Os bens e serviços também podem ser classificados de outra forma, em rela-
ção a quem os oferta. Nesse caso, podem ser:
a. Públicos – são bens ou serviços ofertados pelo governo e têm como carac-
terísticas serem não exclusivos e não disputáveis, ou seja, independente de 
quem paga por eles, no caso, por meio de impostos, todos poderão con-
sumir, e o consumo de uma pessoa não exclui o consumo de outra. Por 
exemplo, a segurança pública e o corpo de bombeiros.
b. Privados – são bens ou serviços ofertados pelas empresas e têm como 
características serem disputáveis e exclusivos, ou seja, só quem pagar pelo 
bem poderá levá-lo para casa, e o consumo de uma pessoa exclui o con-
sumo da outra, como uma roupa ou um alimento.
Para melhor visualizar a classificação dos bens quanto a quem os oferta, veja o 
Quadro 2:
CARACTERÍSTICA BEM PÚBLICO BEM PRIVADO
É rival Não Sim
É excludente Não Sim
Quadro 2: Comparação entre bem público e bem privado
Fonte: a autora.
Conforme podemos ver no Quadro 2, se um determinado bem é não rival e 
não excludente, ele é um bem público. Caso contrário, é um bem privado. Para 
ilustrar essa situação, vamos pensar em dois bens: iluminação pública e carro. 
Primeiro, sabemos que o mesmo carro não pode ser consumido, no caso, com-
prado, por duas pessoas diferentes. Nesse caso, o seu consumo é rival. Em segundo 
lugar, o consumo do carro é excludente, pois, se a pessoa não pagar pelo carro, 
a empresa não venderá. Já no caso da iluminação pública, não é possível uma 
pessoa ter e a outra, na mesma rua, não ter, e nem o consumo por parte de um 
indivíduo excluir o consumo do outro.
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AGENTES ECONÔMICOS
Para fabricar bens e serviços, comprar produtos, pagar tributos, regular a econo-
mia, entre outros, ou seja, para fazer com que a economia gire, são necessários 
os agentes econômicos, que podem ser definidos como uma pessoa de natureza 
física ou jurídica que, por meio de suas ações, contribui para o funcionamento 
do sistema econômico. Esses agentes podem ser classificados em:
a. Empresas – também são conhecidas como unidades produtivas, são 
responsáveis pela produção e comercialização dos bens e serviços. As 
empresas combinam os fatores de produção da forma mais eficiente pos-
sível para fabricar bens e serviços, de modo a obter o máximo de lucro.
b. Família – conhecida como consumidores, inclui, segundo Passos e Nogami 
(2012), todos os indivíduos e unidades familiares da economia; tem como 
função adquirir bens e serviços, além disso, são proprietários do fator de 
produção “trabalho”, em outras palavras, trabalhamos para receber salá-
rios para podermos comprar bens e serviços.
c. Governo – são as organizações que estão, direta ou indiretamente, sob o 
domínio do Estado e que atuam no sistema econômico. Temos o governo 
federal, estadual e municipal, além das leis e regulações. O governo pode 
intervir na economia de duas formas, segundo Passos e Nogami (2012): 
atuando como empresários e produzindo bens e serviços por meio das 
empresas estatais ou contratando serviços, comprando materiais, equi-
pamentos etc. O governo pode intervir também por meio de regulações, 
tendo como objetivo controlar o mercado, para este se tornar eficiente.
FATORES DE PRODUÇÃO OU RECURSOS PRODUTIVOS
Podemos definir fatores de produção ou recursos produtivos como elementos 
limitados que são utilizados no processo de fabricação de bens e serviços que 
irão satisfazer as necessidades humanas.
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Os fatores de produção têm como características serem escassos, como você 
já deve ter percebido, versáteis, ou seja, podem ser utilizados para diferentes fins, 
dito de outro modo, os fatores de produção fabricam diversos bens e podem ser 
combinados em proporções para produzir bens e serviços.
Após definir fatores de produção, é importante classificá-los. Os recursos 
produtivos são:
a. Recursos naturais ou terra – é a origem de todo processo produtivo, como 
terra, água, minerais, matérias-primas etc.
b. Recursos humanos – é a contribuição do ser humano na produção. Podem 
ser físico ou intelectual. Como trabalho físico, temos o trabalho de um 
agricultor no campo. Já uma consulta médica é considerada um traba-
lho intelectual.
c. Capital – são bens utilizados no processo produtivo, como máquinas, 
construções, infraestrutura, entre outros.
Atualmente, além dos três fatores de produção clássicos que citamos anterior-
mente, ainda temos a capacidade empresarial e o empreendedorismo como 
fatores de produção, pois é fundamental a tomada de decisão dos empresários 
quanto à utilização dos recursos produtivos. A tecnologia também pode ser con-
siderada um fator de produção. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da primeira unidade da disciplina de Engenharia Econômica. 
Agora, você já sabe exatamente o que é economia e o que essa ciência estuda. 
Vimos que a economia vai muito além da ciência que estuda o dinheiro ou como 
as pessoas fazem investimento. As ciências econômicas têm como foco as esco-
lhas dos agentes econômicos, sempre com o objetivo de gerar bem estar social. 
Por isso é uma ciência social, e não uma ciência exata, como a engenharia de 
produção. 
Considerações Finais
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Acredito que você deve ter se surpreendido com a complexidade da econo-
mia e tenho certeza que, com o passar das unidades, você ficará cada vez mais 
surpreso(a) e encantado(a) com o estudo da ciência econômica, uma vez que a 
economia está no nosso dia a dia. Vivemos economia desde o nosso nascimento 
até a nossa morte. Qualquer decisão do governo afeta nossas vidas, qualquer 
decisão de um membro da nossa família afeta a família como um todo, princi-
palmente, se essas decisões forem econômicas.
Esta primeira unidade foi dividida em três tópicos de igual importância. 
Iniciei apresentando o que, de fato,é a economia. Na segunda parte, apresentei 
a você os dez princípios que norteiam o estudo da economia. Ao final, discuti-
mos alguns conceitos básicos e fundamentais da economia. 
Todos os conceitos apresentados nesta primeira unidade são fundamentais 
para o entendimento da economia e, também, para que você compreenda como 
uma empresa, ou melhor, como você, futuro (a) engenheiro (a) de produção, 
pode tomar as melhores decisões, por exemplo, de investimento. 
Aqui, termino a primeira unidade e espero que tenha conseguido despertar 
em você a curiosidade pela ciência econômica. Na próxima unidade, discuti-
remos uma das grandes áreas de estudo da economia, que é a microeconomia.
Um forte abraço,
Profª Me. Andréia Moreira da Fonseca Boechat
1. Explique, utilizando o conteúdo estudado na primeira unidade, como a econo-
mia está presente em sua vida.
2. Cite três exemplos de tradeoffs importantes com que você se depara na sua vida, 
seja pessoal ou profissional.
3. Vamos supor que você esteja pensando se vai tirar férias ou não. Para sua deci-
são, você está pesquisando pacotes de viagens. Sabendo que os custos da via-
gem são monetários e os benefícios são psicológicos, como você pode comparar 
os custos com os benefícios?
4. Por que a tecnologia é a melhor alternativa para resolver o problema econômico, 
considerando principalmente que os recursos são escassos?
35 
POR QUE ESTUDAR ECONOMIA?
Imagine a seguinte situação: uma moça 
escreve um e-mail ao namorado e lê um 
livro de 150 páginas enquanto espera numa 
fila que durou mais de três horas. O motivo 
disso é que um determinado posto de gaso-
lina está fazendo uma superpromoção e 
vendendo o litro do combustível a R$1,99, 
para inaugurar novos postos da mesma 
rede.
A promoção durou das dez horas ao meio 
dia de um sábado e os consumidores só 
poderiam adquirir 69 litros. “Estou na fila 
desde que ela se formou. Nunca vi o preço 
da gasolina tão baixo e acho que isso não 
vai acontecer de novo”, contou Vera, que 
dirigiu cerca de 14 quilômetros e chegou ao 
posto oito horas, mas já encontrou sete car-
ros a sua frente. “Como meu carro já estava 
na reserva, coloquei R$ 2 e continuei”, escla-
receu Vera.
“Acho que já gastei mais do que vou colocar 
no tanque agora”, contou João, ao chegar 
à bomba, depois de uma hora e meia de 
espera. Uma mulher tentou furar a fila, o 
que deu início a uma discussão. João desis-
tiu de esperar e, ao ir embora, bateu em 
um carro. “Eu queria sair daquela confusão. 
Essa gente é louca! Tudo isso pra economi-
zar uns trocados”, disse João, ao registrar o 
boletim de ocorrência.
As pessoas desse relato se sacrificaram 
para comprar 15 galões de gasolina por um 
preço promocional de R$1,99. Na época, o 
litro de gasolina custava R$2,70.
Para alguns, a decisão de aproveitar a pro-
moção de gasolina pode parecer sem 
sentido, mas, para outros, trata-se de uma 
medida bastante razoável. O que acontece 
é que, para todos nós, a decisão de comprar 
ou não a gasolina é basicamente a mesma: 
comparamos os custos com os benefícios. 
Precisamos fazer escolhas o tempo todo, 
porque não temos tudo que queremos.
Após estudar a primeira unidade no nosso 
livro, você sabe que não é possível con-
seguir estudar ou trabalhar 40 horas por 
semana, jogar futebol, andar de bicicleta, 
praticar surfe, ir ao cinema, ler um romance 
e, ainda, sair pra se divertir com os ami-
gos. Simplesmente não há tempo para fazer 
tudo isso; é preciso escolher algumas ativi-
dades e deixar de lado as demais. É disso 
que trata a economia: a compreensão dos 
motivos que levam as pessoas a fazerem o 
que fazem. A economia é um campo fas-
cinante!
A economia analisa as decisões tomadas 
pelas pessoas e pelas empresas no que se 
refere ao trabalho, consumo, investimento, 
contratação de funcionários e precificação 
de serviços. Estuda, também, o funciona-
mento de economias inteiras e a interação 
entre elas; o motivo para haver recessão em 
alguns momentos e crescimento em outros; 
a diferença dos padrões de vida de um país 
para outro e a disparidade de riqueza entre 
as pessoas.
Fonte: a autora.
MATERIAL COMPLEMENTAR
O livro da economia
Diversos autores 
Editora: Globo livros
Sinopse: Escrito por professores e estudiosos de maneira simples e 
acessível, este é um livro completo e atualizado sobre economia. Nele, 
há breves biografi as de economistas, citações dos grandes pensadores, 
linha do tempo com os principais acontecimentos, entre outros.
Para entender um pouco mais sobre o signifi cado e conceito de economia, acesse o vídeo no link 
disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=lsg3UziSd54>. Acesso em: 14 jul. 2015.
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Professora Me. Andréia Moreira da Fonseca Boechat
FUNDAMENTOS 
MICROECONÔMICOS
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Entender a famosa lei oferta e demanda.
 ■ Compreender as forças de mercado.
 ■ Conhecer como o preço e quantidade são formados.
 ■ Verificar os custos de produção.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Forças de mercado: demanda e oferta
 ■ Equilíbrio de mercado
 ■ Os custos de produção
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) acadêmico(a),
Iniciaremos a segunda unidade da disciplina Engenharia Econômica. Como 
você já sabe, a economia é dividida em duas grandes áreas de estudo: a microeco-
nomia e a macroeconomia. A primeira área, a microeconomia, estuda as decisões 
dos agentes econômicos de forma individual. Ela explica os motivos que fazem 
com que os consumidores prefiram/escolham determinados bens ou serviços a 
outros e os incentivos que as empresas têm em aumentar a produção. A micro-
economia explica também como o preço é formado e o grau de concorrência.
Já a segunda grande área de estudo da economia, a macroeconomia, procura 
analisar as variáveis econômicas no agregado. Aborda assuntos como a taxa de 
inflação, a taxa de juros e as políticas econômicas, além do mercado de traba-
lho. Nesta segunda unidade, discutiremos uma das grandes áreas de estudo da 
economia, a microeconomia.
Assim, começaremos discutindo a demanda, ou seja, os desejos e caracte-
rísticas dos consumidores. Além disso, os fatores que influenciam, ou melhor, 
afetam a tão famosa curva de demanda. Veremos que a demanda sofre impacto 
de inúmeras variáveis e a empresa precisa se preocupar com todas essas variá-
veis para conseguir vender seus bens ou serviços.
Discutiremos, também, o outro lado dessa relação: a oferta. Nesse caso, vere-
mos o que, de fato, é oferta e quais são os incentivos que a empresa tem para 
aumentar a produção de seus bens e serviços. 
Na sequência, “juntaremos” os dois conceitos, demanda e oferta, e veremos como, 
realmente, o preço e a quantidade que conhecemos e negociamos são formados. Assim, 
começaremos a entender os motivos que fazem com que a economia seja tão dinâmica. 
Para finalizar a unidade, discutiremos as estruturas de mercado e, consequen-
temente, a diferença de preço da alface, por exemplo, em relação à energia elétrica.
Tenho certeza de que, ao final desta unidade, você ficará, por um lado, mais 
surpreso(a) com a complexidade da ciência econômica e com como ela afeta 
diretamente nossa vida. Por outro lado, ficará encantado(a) com essa ciência, 
que, sem dúvida, é fascinante. Vamos lá?!
Bons estudos!
Introdução
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FORÇAS DE MERCADO: DEMANDA E OFERTA
Uma das principais leis da economia, talvez a principal, é a famosa lei da ofertae demanda. Essa lei é a base para diversas explicações de fenômenos econômi-
cos e a discutiremos neste 
tópico. Mas já adianto a 
você: quando a demanda for 
maior que a oferta por algum 
bem ou serviço, o preço se 
eleva. Caso contrário, se 
a demanda for mais baixa 
que a oferta, o preço reduz. 
Vamos entender o motivo da 
situação apresentada acima?
TEORIA DA DEMANDA
A teoria da demanda tem como objetivo tratar das necessidades dos consumidores, ou 
seja, procura explicar o comportamento do consumidor ao escolher bens e serviços.
Na unidade I, você viu que qualquer economia procura responder a quatro 
perguntas básicas: o que produzir? Quanto produzir? Para quem produzir? Como 
produzir? Destas, as três primeiras são respondidas pela teoria do consumidor. 
Mas o que é demanda?
Passos e Nogami (2012) definem demanda como a quantidade de um deter-
minado bem ou serviço que um consumidor deseja e está capacitado a comprar, 
por unidade de tempo. A palavra “deseja” está em destaque porque a demanda 
é uma intenção de compra, e não a compra efetiva.
Outros três elementos devem ser discutidos sobre a definição de demanda:
a. Só existe demanda se a pessoa puder pagar pelo bem ou serviço. Se não 
puder pagar, não há demanda. Então, um sonho de consumo que, muitas 
vezes, temos não é considerado demanda, pois não podemos pagar por ele.
Forças de Mercado: Demanda e Oferta
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b. O conceito de demanda está relacionado à ideia de utilidade, isso mesmo, 
aquela utilidade que vimos na primeira unidade. Só existirá demanda se 
aquele bem ou serviço gerar algum tipo de satisfação para o consumidor. 
Se não gera satisfação, não há demanda, pois quem irá desejar um bem 
ou serviço sem utilidade?!
c. A demanda vem sempre acompanhada da unidade tempo, pois a demanda 
se altera com o tempo. Se a demanda é uma intenção de compra, dados 
a renda e o preço do bem, com o tempo, o preço altera e a renda tam-
bém, então, a demanda é alterada. Podemos concluir, portanto, que a 
demanda é dinâmica!
Agora que você já sabe o conceito de demanda, vamos representá-la grafica-
mente? A curva de demanda é representada conforme o Gráfico 4:
P
Q
D
Gráfico 4: Representação da curva de demanda
Fonte: a autora.
Conforme visto no Gráfico 4, a curva de demanda (D) é a 
relação entre preço (P) e quantidade (Q) e é negativamente 
inclinada. Você sabe responder por que a curva de demanda 
é negativamente inclinada?
A curva de demanda é negativamente inclinada porque, 
conforme o preço aumenta, a quantidade que os consu-
midores estão dispostos a adquirir reduz, pois, se o preço 
aumentar, os consumidores irão substituir o consumo do 
bem pelo seu substituto. Esse efeito é chamado de efeito 
substituição. 
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IIU N I D A D E42
Outro motivo que faz com que a curva de demanda seja negativamente 
inclinada é o chamado efeito renda, que nos diz que, ao aumentar a renda, o 
consumidor irá demandar quantidades maiores de um determinado bem e quan-
tidades menores de outros bens. 
Resumindo, a demanda é negativamente inclinada, pois, conforme o preço 
altera, a quantidade demandada altera também (efeito substituição) e alterações 
na renda alteram a quantidade demandada (efeito renda).
Para facilitar a explicação acima, vou mostrar um exemplo. José, nosso con-
sumidor, deseja ir ao cinema ver os filmes que acabaram de ser lançados. Nesse 
caso, cinema é nosso bem. Dependendo do preço do ingresso, José está disposto 
a ir mais de uma vez ao mês ao cinema, conforme Tabela 3:
PREÇO DO INGRESSO QUANTIDADES DE IDA AO CINEMA
15 1
12 2
10 3
7 4
5 5
Tabela 1: Demanda por ingressos para cinema de José
Fonte: a autora.
Analisando a Tabela 1 e a representando graficamente, podemos ver que, 
conforme o preço do ingresso para o cinema reduz, a quantidade demandada, 
ou seja, a quantidade de vezes que José está disposto a ir ao cinema aumenta, o 
que faz com que a curva de demanda seja negativamente inclinada.
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5
1 2 3 4 50
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Gráfico 5: Representação da curva de demanda de José para ingressos de cinema
Fonte: a autora.
Forças de Mercado: Demanda e Oferta
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Claro que representei a curva de demanda de apenas um consumidor, 
mas também temos a curva de demanda de mercado, que é a soma das cur-
vas de demanda individuais de um determinado bem que está sendo vendido 
a um determinado preço. Independente de ser curva de demanda individual 
ou de mercado, ela será sempre negativamente inclinada, pelos motivos que 
já explicamos.
FATORES QUE AFETAM A CURVA DE DEMANDA
Após entender o conceito de demanda e o que, de fato, significa para a ciência 
econômica, vou apresentar a você alguns fatores que afetam a curva de demanda, 
tanto positiva quanto negativamente, ou seja, fatores que fazem com que a 
demanda aumente ou diminua e um fator que determina a demanda.
O fator que determina a demanda é o preço do bem ou serviços em ques-
tão. Nesse caso, como discutimos até agora, um aumento do preço faz com que a 
quantidade que os consumidores estão dispostos a consumir reduza e vice-versa. 
Assim, não há um deslocamento da curva de demanda, apenas os pontos sobre 
a curva que deslocam. Nós chamados isso de alteração na quantidade deman-
dada e não alteração na demanda.
Já os fatores que afetam e, portanto, deslocam a curva de demanda para a 
direita ou para a esquerda são diversos e apresentarei a você alguns deles: 
a. Renda.
b. Preço dos bens complementares.
c. Preço dos bens substitutos.
d. Propaganda.
e. Expectativa sobre o futuro.
f. Fatores Climáticos.
g. Hábitos/costumes.
h. Entre outros.
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Vamos ver cada um deles?
a. Renda
A renda é um dos principais fatores que afetam a curva de demanda. Então, de 
acordo com a renda, os consumidores irão escolher qual das cestas de produtos 
disponíveis irão demandar. A partir da variação da renda e do impacto que essa 
variação causa na quantidade demandada, os bens podem ser classificados em:
 ■ Normal – quando há um aumento de renda, a quantidade demandada do 
bem ou serviço aumenta. A maioria dos bens é normal, pois, quando a 
pessoa tem um aumento de renda, passa a demandar mais daquele bem. 
Nesse caso, a curva de demanda se desloca para a direita, ou seja, para cima.
 ■ Inferior – quando há aumento da renda, a pessoa passa a consumir menos 
daquele bem. Por exemplo, se José, nosso consumidor, tiver um aumento 
de salário, ele passará a consumir mais carne de primeira. Nesse caso, a 
curva de demanda para carne de segunda se desloca para a esquerda, ou 
seja, para baixo.
 ■ Consumo saciado – independente da renda, a quantidade demandada será 
a mesma, ou seja, mesmo que José passe a receber um salário maior ou o 
preço do bem reduzir, ele não irá demandar mais ou menos quantidades, 
por exemplo, de sal. Nesse caso, a curva de demanda não se desloca, pois 
não há aumento ou redução da demanda.
b. Preço dos bens complementares
Bens complementares são os bens que são consumidos juntos, como café e açú-
car, arroz e feijão, pão e manteiga etc. Então, se o preço de um bem aumentar 
(café), a quantidade demandada de café e do seu complementar, que é o açúcar, 
reduzirá, deslocandoa curva de demanda para a esquerda.
c. Preço dos bens substitutos
Bens substitutos são aqueles que têm, praticamente, as mesmas características 
e, por esse motivo, podem ser substituído um pelo outro. Por exemplo, bolo de 
chocolate e bolo de coco; manteiga e margarina; pão francês e pão de forma, 
entre outros.
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Como são bens que podem ser substituídos, quando o preço de um aumen-
tar, por exemplo, da manteiga, a quantidade demandada de manteiga cairá e a 
quantidade demandada do seu substituto, no caso, da margarina, aumentará. 
Nesse caso, a curva de demanda de manteiga se desloca para a esquerda, ou seja, 
a demanda por manteiga reduz ,e a curva de demanda de margarina se desloca 
para a direita (aumenta a demanda de margarina).
d. Propaganda/Marketing
A propaganda/marketing cria uma necessidade de consumo. Então, é um instru-
mento muito utilizado para aumentar a quantidade demandada de determinados 
bens e serviços, deslocando a curva de demanda para a direita. 
e. Expectativa sobre o futuro
Outro fator que afeta a curva de demanda é a expetativa que o consumidor tem 
em relação ao futuro. Se José acredita que receberá um aumento daqui a noventa 
dias, a demanda dele, hoje, aumentará, caso contrário, se ele está em aviso pré-
vio, a demanda dele reduzirá.
f. Fatores Climáticos
O clima é outro fator que afeta a curva de demanda. No inverno, a demanda 
por biquínis reduz, enquanto a demanda por calças aumenta. Outro exemplo, 
a demanda de aquecedor na região Norte do Brasil é quase nula, pois não tem 
clima para utilizar esse tipo de aparelho, enquanto a demanda por ar condicio-
nado na Noruega é baixa.
g. Hábitos/costumes.
A demanda de alguns bens varia conforme o hábito e costume da região. Por 
exemplo, na Índia, a vaca é sagrada, então, a demanda por carne bovina é quase 
nula, enquanto no Brasil é alta.
h. Entre outros
Citei alguns fatores que afetam a curva de demanda, mas temos diversos outros. É 
importante lembrar que qualquer fator que aumente a demanda deslocará a curva de 
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demanda para a direita, conforme Gráfico 6. Em compensação, qualquer fator que 
reduz a demanda, desloca a curva de demanda para a esquerda, conforme Gráfico 7.
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Q
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D
Gráfico 6: Deslocamento da curva de demanda para a direita
Fonte: a autora.
O Gráfico 6 mostra o deslocamento da curva de demanda para direita, ou 
seja, quando algum dos fatores estudados acima aumenta a demanda, por exem-
plo, aumento da renda, aumento do preço do bem substituto etc.
P
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D’
Gráfico 7: Deslocamento da curva de demanda para a esquerda
Fonte: a autora.
O Gráfico 7 mostra o deslocamento da curva de demanda para a esquerda, 
ou seja, quando algum dos fatores que estudados acima reduz a demanda, por 
exemplo, redução da renda, redução do preço do bem complementar etc.
Não podemos deixar de observar que, quando falamos em uma alteração na 
quantidade demandada em função de uma variação no preço do próprio bem, 
a curva de demanda não se desloca, alterando apenas os pontos sobre a curva.
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 TEORIA DA OFERTA
Até aqui, estudamos o lado do consumidor na teoria da demanda, agora, anali-
saremos o outro lado, o do produtor, em outras palavras, a oferta. Então, a teoria 
da oferta analisa os principais aspectos relacionados à oferta de mercado, ou 
melhor, estuda o comportamento das empresas. 
Sintetizando, a teoria da oferta estuda a resposta do produtor aos incenti-
vos de mercado, incentivos 
esses relacionados a quan-
tidade demandada, custos, 
incentivos governamentais, 
disponibilidade de fatores de 
produção etc.
Mas, então, o que é 
oferta? A oferta pode ser 
definida, segundo Passos 
e Nogami (2012), como a 
quantidade de um bem ou 
serviço que uma determi-
nada empresa deseja vender, 
por unidade de tempo. Mais 
uma vez, a palavra “deseja” está em negrito, isso porque o preço dependerá do 
incentivo que as empresas têm para aumentar a quantidade produzida e ven-
dida. Em outras palavras, quanto maior o preço, maior será o desejo/vontade 
da empresa vender mais.
Outra observação é em relação à “unidade de tempo”. Vimos na teoria da 
demanda que esta altera com o tempo. A oferta tem o mesmo funcionamento, 
com o tempo, ela poderá ser alterada.
Como a curva de oferta é representada? A curva de oferta é representada 
conforme Gráfico 8:
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Gráfico 8: Representação da curva de oferta
Fonte: a autora.
Você percebeu que o formato da curva de oferta é oposto ao da curva de 
demanda, já que a curva de oferta é positivamente inclinada! Vamos ver o motivo?
Imagine uma empresa que venda sanduíches congelados e que tem a seguinte 
oferta:
PREÇO POR SANDUÍCHE QUANTIDADE OFERTADA (MILHÕES DE SANDUÍCHES)
5 18
4 16
3 12
2 7
1 0
Tabela 2: Oferta de uma empresa hipotética de títulos de capitalização.
Fonte: a autora.
Pela Tabela 2, você percebeu que, conforme o preço do sanduíche conge-
lado reduz, a quantidade que a empresa deseja vender diminui também, fazendo 
com que a curva seja positivamente inclinada. Transformando essa tabela em 
um gráfico:
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Gráfico 9: Representação da curva de oferta para empresa hipotética de sanduíches congelados
Fonte: a autora.
O Gráfico 9 confirmou o que a Tabela 2 mostrou, conforme o preço do san-
duíche congelado reduziu, a quantidade que a empresa deseja vender também 
diminuiu, chegando ao ponto de a R$ 1,00 a empresa não estar disposta a ven-
der nenhum sanduíche.
Qual a explicação para que ao 
preço de R$ 1,00 a empresa não 
esteja disposta a vender o pro-
duto? A preços muito baixos, as 
empresas não têm incentivo para 
aumentar sua produção e poderão 
ofertar outro tipo de produto, no 
caso, outro tipo de lanche conge-
lado, como cachorro-quente, que 
tenha um preço de mercado mais 
alto.
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FATORES QUE AFETAM A CURVA DE OFERTA
Agora que você conhece o conceito de oferta, vou apresentar alguns fatores que 
afetam positiva e negativamente a curva de oferta. Assim como na demanda, 
o preço do bem ou serviço afeta a curva de oferta, mas não a desloca. Quanto 
maior for o preço, maior será a quantidade ofertada. Caso contrário, se o preço 
diminuiu, a quantidade ofertada também diminuiu. 
Já os fatores que afetam e deslocam a curva de demanda, segundo Mendes 
(2009), são:
a. Preço dos insumos
Um aumento no preço dos insumos aumenta os custos da empresa e pode redu-
zir a produção, pois, caso não seja repassado ao preço final, a empresa terá menos 
lucro, deslocando a curva de oferta para a esquerda.
b. Tecnologia
A tecnologia é uma ótima forma de aumentar a produção, utilizando a mesma 
quantidade de fatores de produção,assim, reduzindo os custos e aumentando a 
oferta, deslocando a curva de oferta para a direita.
c. Preço dos produtos competitivos
Quando falamos em produtos competitivos, estamos nos referindo a produtos 
alternativos do processo de produção, ou seja, são produtos que utilizam mais 
ou menos o mesmo processo produtivo. Nesse caso, a empresa escolherá produ-
zir e vender aquele produto 
que tem um preço de mer-
cado mais alto. Essa foi a 
situação no nosso exemplo 
da empresa hipotética de 
sanduíches congelados, em 
que, ao preço de R$ 1,00, a 
empresa optaria por ofertar 
outro tipo de sanduíche.
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Além dos fatores citados acima, ainda temos: 
d. Políticas do governo
Dependendo da política pública do governo, a empresa tem incentivo para 
aumentar ou reduzir a produção. Por exemplo, subsídio1 é um incentivo para 
as empresas aumentarem a produção. Os subsídios acontecem principalmente 
no setor agropecuário.
e. Influências especiais
As influências especiais, como uma condição 
meteorológica, afetam alguns setores e fazem 
com que as empresas aumentem ou reduzam 
a produção. Por exemplo, uma chuva causa 
uma redução na produção dos agricultores, 
reduzindo a oferta. 
Como vimos, alguns fatores afetam e des-
locam a curva de oferta para a direita ou para 
a esquerda. Qualquer fator que reduza custos é 
um incentivo para a empresa aumentar a produ-
ção, deslocando a curva de oferta para a direita. 
Essa situação pode ser vista no Gráfico 10:
P
Q
O’O
Gráfico 10: Deslocamento da curva de oferta para a direita
Fonte: a autora.
1 Subsídio é um tipo de imposto negativo, em que o governo paga uma parte dos custos de produção para 
os produtores aumentarem ou passarem a produzir aquele produto.
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Agora, qualquer fator que aumente o custo ou que reduza o lucro é um 
incentivo para a empresa reduzir a produção, deslocando a curva de oferta para 
a esquerda, conforme Gráfico 11:
P
Q
OO’
Gráfico 11: Deslocamento da curva de oferta para a esquerda
Fonte: a autora.
Não posso deixar de observar que, quando falamos em uma alteração na 
quantidade ofertada em função de uma variação no preço do próprio bem, a 
curva de oferta, assim como a curva de demanda, não se desloca, alterando ape-
nas os pontos sobre a curva, o mesmo caso que discutimos quando falamos em 
variáveis que impactam a curva de demanda.
EQUILÍBRIO DE MERCADO
Nos tópicos acima, estudamos o comportamento dos consumidores e das empre-
sas separadamente, mas sabemos que, no mundo real, a oferta e a demanda 
atuam conjuntamente e o preço e a quantidade que é vendida no mercado se 
dão quando as duas curvas (oferta e demanda) se interceptam.
Agora, mostrarei a você o equilíbrio em mercados competitivos, ou seja, mer-
cados que são formados por um grande número de compradores e vendedores. 
Equilíbrio de Mercado
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Faço a observação de que o equilíbrio discutido aqui é em mercados competitivos, 
pois temos outros mercados, como os pouco competitivos e os sem competição, 
nos quais o equilíbrio se dá em outro ponto, ou seja, funciona de outra forma a 
relação entre demanda e oferta, sendo o preço formado em um ponto mais alto, 
mas isso será discutindo ainda nesta unidade.
O equilíbrio em mercados competitivos pode ser visto no Gráfico 12:
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P’
QQ’
E
O
D
Gráfico 12: Equilíbrio em um mercado competitivo
Fonte: a autora.
Analisando o Gráfico, podemos perceber que o ponto onde as curvas de 
oferta (O) e demanda (D) se encontram é o ponto de equilíbrio (E) e este mos-
tra o preço e a quantidade negociados no mercado, P’ e Q’, respectivamente. 
Qualquer preço acima de P’ significa que haverá mais oferta do que demanda, 
ou seja, teremos um excesso de oferta e, pela lei da oferta e da demanda, oferta 
maior que demanda, o preço tende a baixar. Então, pontos acima de P’ fazem 
com que sobrem produtos no mercado e o preço automaticamente reduzirá.
Agora, caso contrário também, qualquer ponto abaixo de P’ significa que 
teremos um excesso de demanda, ou seja, mais pessoas desejando adquirir o bem 
ou serviço do que empresas dispostas de vender. Nesse caso, o preço aumentará, 
de modo a chegar ao ponto E, que é o ponto de equilíbrio.
Todos os fatores que estudamos nos tópicos anteriores que afetam as cur-
vas de demanda, como renda, preço dos produtos complementares e substitutos, 
expectativa sobre o futuro, entre outros, e todos os fatores que vimos que afetam 
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IIU N I D A D E54
a curva de oferta, como tecnologia, preço dos produtos relacionados, interferên-
cia governamental etc., afetam o ponto de equilíbrio. 
O governo também pode afetar o ponto de equilíbrio por meio de:
a. Fixação de preços mínimos
Acontece quando o governo fixa o preço mínimo que seria vendido no mer-
cado. Esse instrumento tem como objetivo beneficiar o produtor, de forma a 
garantir um nível de preço superior ao preço de equilíbrio. Um exemplo seria 
o mercado de trabalho, por meio de fixação do salário mínimo. Outro mer-
cado que participa dessa política é o mercado agrícola, no qual o governo se 
compromete a adquirir a produção, caso o preço de mercado esteja abaixo do 
preço fixado.
b. Fixação de preços máximos
Acontece quando o preço vendido no mercado está muito alto e o governo, com 
o objetivo de defender o consumidor, estabelece um preço máximo para que as 
empresas possam vender seus produtos. O preço máximo será sempre menor 
do que o preço de equilíbrio, ou seja, abaixo de P’.
Preço mínimo da carne suína será aprovado neste ano.
Ainda em 2013, um programa para fixação do preço mínimo da carne suí-
na deve ser aprovado no Brasil. De acordo com o Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abastecimento (MAPA), a política de garantia de preços mínimos 
para a carne suína deve estar no mesmo modelo do preço mínimo da laran-
ja, que foi aprovado a pouco tempo. A Associação Brasileira dos Criados de 
Suínos se pronunciou sobre o programa e disse que a medida é fundamen-
tal para o crescimento do setor.
Fonte: adaptado de Globo Rural (online).
Equilíbrio de Mercado
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c. Subsídios
Nesse caso, o governo, com o objetivo, muitas vezes, de desenvolver determina-
dos setores, paga uma parte dos custos produtivos da empresa, que terá incentivo 
para aumentar a quantidade ofertada e/ou reduzir preço. Com subsídio, o preço 
fica abaixo de P1. 
d. Congelamento e tabelamento de preços
Muito utilizado na década de 1980 e no início da década de 1990 para comba-
ter a inflação. O governo congela preços e/ou salários, de forma a definir o P’.
ESTRUTURAS DE MERCADO
A interação entre oferta e demanda acontece no mercado 
e, assim, é formado o preço. Essa interação muda para cada 
estrutura do mercado. Então, Mendes (2009, p. 103) define 
que: “Estrutura de mercado se refere às características orga-
nizacionais de um mercado, ou seja: grau de concentração, 
grau de diferenciação do produto, grau de dificuldade ou 
barreira

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