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Educação Especial

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Aula 3: Educação inclusiva: princípios e desafios
A discussão sobre inclusão/exclusão social está presente no cenário atual brasileiro e vem mobilizando um amplo debate sobre os mecanismos socioculturais que viabilizam, dificultam ou impedem o acesso permanente aos direitos políticos, civis e sociais a todas as pessoas que compõem a sociedade. No campo educacional, o movimento da educação inclusiva assegura o direito à educação a todos os alunos, independentemente de suas características ou necessidades especiais.
Nesta aula, vamos conhecer os fundamentos da educação inclusiva e a proposta de atendimento educacional especializado que procura garantir os serviços e suportes de apoio à escolarização do aluno com deficiência ou transtorno global de desenvolvimento, matriculado na escola regular, convivendo, interagindo e construindo conhecimentos junto com os demais alunos.
Destacamos a reflexão sobre a importância da parceria:
Escola
Família 
Comunidade
No movimento da educação inclusiva e na construção de uma rede de apoio aos alunos com necessidades educacionais especiais.
Acompanhando a história da Educação Especial no Brasil, a partir das décadas de 60 e 70, observamos o surgimento, ainda que reduzido, de políticas públicas que procuravam garantir e orientar o trabalho neste campo. Veja a seguir essas manifestações:
Lei de Diretrizes e Bases  LDB (Lei nº 4.024/61) - Fica explícita a preocupação do poder público com a educação especial no país.
O Conselho Nacional de Educação Especial – CENESP - Foi criado por decreto, em 1973, com o intuito de funcionar como representação do poder público neste campo específico da educação.
Lei nº 5.692/71 - Introduz a visão tecnicista em relação ao aluno com deficiência no contexto escolar e sugere a implementação de técnicas e serviços especializados para seu atendimento.
Nos anos 80, desponta pela primeira vez no cenário brasileiro a discussão sobre as transformações significativas que deveriam ocorrer para a viabilização de projetos educacionais mais inclusivos, orientados pelo novo paradigma de suporte e o debate sobre a inclusão da pessoa com deficiência na sociedade.   
No cenário político-social brasileiro, as iniciativas mais pontuais em relação à necessidade de se criar mecanismos de inclusão no sistema educacional encontram apoio e subsídios nas ideias levantadas por diferentes movimentos sociais, documentos e leis, que surgiram como resultado de uma maior mobilização da sociedade em relação à necessidade de garantir o direito de todos à educação e ao exercício da cidadania.
Ao longo dessa trajetória, destacamos também:
Constituição Federal de 1988
Recomenda o “atendimento educacional especializado preferencialmente na rede regular de ensino” (art. 208).
Declaração de Salamanca
Redigida em 1994, por cerca de cem países reunidos em conferência internacional apoiada pela UNESCO, realizada em Salamanca, na Espanha, como um importante marco na luta pelos direitos humanos, pela igualdade de oportunidades para todas as pessoas e pela participação social efetiva da pessoa com deficiência como cidadão.
Após a Declaração de Salamanca, o movimento de educação inclusiva ganha força e vários países passam a orientar suas ações tendo como base os princípios e as propostas redigidas e assinadas em comum acordo. Neste documento, diferentes países defendem a ideia de que o sistema educacional deve organizar-se de forma a atender a todos os alunos, onde o sistema de segregação de alunos com necessidades educacionais especiais em instituições especializadas não é recomendado.
Segundo este princípio, a escola deverá utilizar recursos, programas, serviços e tecnologias disponíveis para todos os alunos, adaptando o currículo, apenas quando necessário, para atender aos alunos com necessidades especiais. Na perspectiva da inclusão, é de responsabilidade do sistema educacional e das instituições escolares a criação dos suportes para viabilizar o acesso ao currículo e a quebra de barreiras que impeçam ou dificultem o aprendizado de todos os alunos.
Desde a década de 90 até os dias de hoje, observamos que a proposta da inclusão foi aceita como desafio e algumas transformações ocorreram no sistema educacional brasileiro com o objetivo de oferecer condições para sua implementação.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais, publicados em 1998, reafirmam a intenção do governo em trabalhar neste sentido, e também as orientações do MEC e da Secretaria de Educação Especial, que determinam “o direito ao acesso ao ensino público, preferencialmente na rede regular de ensino, a toda e qualquer criança com necessidades educacionais especiais”.
O governo procura implementar a educação inclusiva, através das políticas educacionais instituídas, por meio da legislação (Lei de Diretrizes e Bases da Educação, nº 9.394/96; Lei 7.853/89), de documentos norteadores (Resolução do CNE/CEB nº 2/2001 que institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, entre outros) e de ações, que procuram garantir o acesso e permanência do aluno com necessidades educacionais especiais no ensino comum.
De acordo com o Parecer CNE/CEB nº 13/2009, que trata das “Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial”, a educação especial é uma modalidade de educação que não tem caráter substitutivo à escolarização comum do aluno com deficiência física, intelectual, sensorial, do aluno com transtornos globais de desenvolvimento e do aluno com altas habilidades. Segundo este parecer, o AEE- Atendimento Educacional Especializado- deve ser oferecido a este aluno de forma complementar ao ensino comum, em turno inverso ao da escolarização, com o objetivo de garantir seu acesso à educação comum e de disponibilizar os serviços, apoios e recursos que complementam a formação deste aluno nas classes comuns da rede regular de ensino.  
Sabemos que existem barreiras e dificuldades a serem superadas pela sociedade em relação ao processo de inclusão educacional do aluno com alguma deficiência física, intelectual e/ou sensorial ou com transtornos globais de desenvolvimento. Aos poucos, amplia-se a conscientização social sobre o caráter discriminador e segregador que perpassa a proposta de trabalho em espaços especiais, destinados somente ao atendimento de alunos com necessidades especiais de aprendizagem, de forma isolada dos demais alunos.
Atualmente, no contexto educacional brasileiro, observamos várias iniciativas do poder público que procuram criar medidas legais para que seja garantido o acesso desse aluno ao ensino regular. Porém, sabemos que ainda é bastante contraditório e problemático esse processo de inclusão educacional. A inclusão não ocorre somente com a inserção do aluno num mesmo espaço físico, nem está condicionada apenas à assinatura de um decreto ou lei.
O desafio da escola e de todos aqueles envolvidos no processo educativo é mediar esse processo de inclusão e criar condições para remover as barreiras de aprendizagem, sem isolar o aluno que apresente alguma dificuldade ou necessidade educacional especial.
númeras transformações são necessárias, e essas transformações dependem de uma complexa rede de adaptações por parte de diferentes setores, para que, efetivamente, o aluno sinta-se integrado ao grupo, participando do processo de construção de conhecimento e de socialização.
Barreiras físicas, humanas, sociais ou políticas, como por exemplo, a inadequação dos prédios escolares, a falta de uma orientação política e educacional que priorize e viabilize a inclusão, a incompreensão e não aceitação dos responsáveis, o despreparo dos profissionais da educação, o preconceito em relação à deficiência são alguns dos problemas que perpassam a educação e dificultam as iniciativas inclusivas.
Aula 4: Acessibilidade, tecnologia assistiva e a escolarização do aluno com deficiência física
Nesta aula, vamos estudar o campo da deficiência física com o objetivo de melhor conhecermos as características e necessidadesespeciais do aluno com problemas de coordenação motora e de locomoção.
O trabalho desenvolvido pelo atendimento educacional especializado em parceria com toda comunidade escolar é essencial para a definição de estratégias pedagógicas e disponibilização dos recursos que favoreçam o acesso do aluno ao currículo comum, sua interação social, acessibilidade ao espaço físico da escola e participação em todos os projetos e atividades escolares.
Somente uma ação pedagógica consciente e conjunta poderá superar as barreiras que possam surgir no processo de construção de uma escola inclusiva e acessível a todos os alunos. Conhecer os meios e as mediações que favoreçam esse processo é, então, nosso principal objetivo de estudo.
Desde muito tempo, a sociedade estabelece relações extremamente segregadoras e estigmatizantes em relação à pessoa com deficiência física. Quando uma pessoa apresenta características físicas desviantes da norma padrão e, em alguns casos também se diferencia na forma de locomoção e comunicação, muitas vezes, é vista como incapaz.
A sociedade julga, classifica e segrega essa pessoa de forma preconceituosa, negando-lhe a chance de revelar suas potencialidades e possibilidades, que estão além da aparência física.
Desde a década de 90, observamos o início do movimento de inclusão do aluno com necessidades especiais de aprendizagem na rede regular de ensino.
Sob orientação da política de democratização do ensino e da perspectiva de transformação de uma escola para todos, algumas iniciativas são implementadas, tanto na rede pública como em escolas particulares, com o objetivo de garantir a inserção do aluno com deficiência diretamente no contexto da classe comum em escola regular.
Destacamos que, no caso da inclusão de alunos com deficiência física, encontraremos uma diversidade de tipos e graus de comprometimento. Será preciso um estudo atento sobre as necessidades específicas de cada aluno para que a escola possa oferecer o atendimento educacional especializado adequado a cada um deles.
Essas transformações acarretaram um maior acesso à escola por parte dos alunos com deficiências, em decorrência não só do aumento da oferta de vagas e do direito à matrícula compulsória, como também da maior conscientização dos familiares na luta pelos seus direitos que estão assegurados por lei.
Segundo o documento do MEC/SEESP, “Salas de Recursos Multifuncionais: Espaço de Atendimento Educacional Especializado” (2006)...
“...a deficiência física se refere ao comprometimento do aparelho locomotor que compreende o sistema Osteoarticular, o Sistema Muscular e o Sistema Nervoso. As doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente ou em conjunto, podem produzir grandes limitações físicas de grau e gravidades variáveis, segundo os segmentos corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida.” (Brasil, 2006, p.28).
Na escola inclusiva, o educador poderá trabalhar com alunos com deficiência física que apresentam diferentes diagnósticos, com quadros progressivos ou estáveis, alunos com ou sem alterações na sensibilidade tátil, térmica ou dolorosa.
Alguns alunos podem apresentar quadros associados de epilepsia ou outro problema de saúde. Será preciso investir na parceria da escola com a família para que o trabalho pedagógico seja oferecido adequadamente, respeitando as características e possibilidades de cada aluno.
De acordo com Schirmer (2007, p. 23), “devemos distinguir lesões neurológicas não evolutivas, como a paralisia cerebral ou traumas medulares, de outros quadros progressivos como distrofias musculares ou tumores que agridem o Sistema Nervoso”. Dependendo do tipo de lesão, as limitações do aluno tendem a diminuir quando tem acesso aos recursos e estimulações específicas, como no caso do aluno com sequelas de paralisia cerebral.
Cabe mencionar que, em alguns casos, a deficiência física aparece associada com outros tipos de deficiência, tais como, visual, auditiva, intelectual e requer um trabalho específico nestas áreas.
O Atendimento Educacional Especializado deverá utilizar os recursos de Tecnologia Assistiva no ambiente escolar necessários para o trabalho pedagógico com o aluno com deficiência física. A Tecnologia Assistiva é definida como:
“um auxílio que promoverá a ampliação de uma habilidade funcional deficitária ou possibilitará a realização da função desejada e que se encontra impedida por circunstância de deficiência” (Bersch, 2006, p.2).
A escola deverá priorizar as seguintes modalidades, respeitando as características e necessidades especiais de cada aluno: (Schirmer, 2007).
Auxílio em atividades de vida diária – material pedagógico.
Comunicação aumentativa e alternativa, e também informática acessível.
Acessibilidade e adaptações arquitetônicas
Mobiliário, adequação postural e mobilidade.
O objetivo do trabalho desenvolvido em parceria com o processo de escolarização regular é que o atendimento especializado contribua para o desempenho do aluno em relação à comunicação, mobilidade, interação social, construção de conhecimento, dentre outros aspectos.
No caso mais específico de trabalho junto aos alunos com sequelas de paralisia cerebral, é preciso compreender que a paralisia cerebral é um quadro ou estado patológico estabelecido como consequência de uma lesão irreversível no encéfalo e que ocasiona alterações de ordem motora no corpo humano. De acordo com Basil (In: Coll, 1995, p.252), a definição mais aceita procede dos países de língua inglesa onde a paralisia cerebral é definida como uma:
 “Sequela de um comprometimento encefálico que se caracteriza, primordialmente, por um distúrbio persistente, mas não variável, do tônus, da postura e do movimento que surge na primeira infância e não somente é diretamente secundário a esta lesão não evolutiva do encéfalo, mas que se deve, também, à influência que esta lesão exerce na maturação neurológica.”
Paralisia cerebral: causas e consequências
A disfunção do encéfalo, denomina da como paralisia cerebral ou encefalopatia crônica da infância, ocorre antes de o crescimento e desenvolvimento da criança estar completo, ou seja, no período pré-natal ou durante a primeira infância. O quadro clínico que se estabelece após a lesão é permanente, uma vez que esta lesão é estável, não progressiva e localiza-se em estruturas do encéfalo responsáveis pela motricidade. Caracteriza-se como um distúrbio motor complexo e variável que pode incluir aumento ou diminuição do tônus muscular, alterações da postura ou equilíbrio e/ou coordenação e precisão dos movimentos. Como a lesão não se agrava com o 
tempo, a criança pode conseguir progressos em relação ao seu desenvolvimento, desde que receba os cuidados necessários, atenção, educação e a reabilitação mais adequada para seu caso. 
As causas da paralisia cerebral podem ser decorrentes de fatores pré-natais, peri-natais ou pós-natais (Coll, 1995). Os fatores pré-natais são aqueles que interferem na 
formação do feto, ainda durante a gestação, e que podem ter como causa diferentes fatores que afetam o desenvolvimento normal do cérebro da criança. Os fatores peri-natais são aqueles que lesionam o encéfalo da criança no momento do parto. Os fatores pós-natais afetam a criança no período de seu nascimento ou até quando o sistema nervoso está em desenvolvimento. 
A variação na localização das lesões determina tipos diferentes de envolvimento neuromuscular e de compromentimento motor e postural. 
Esses diferentes tipos são denominados como paralisia cerebral do tipo espástica, atetóide, atáxica, mista ou coreoatetósica. Os tipos espástica e atetóide são mais comuns e podem aparecer combinações entre os tipos em proporções variadas. Pode ocorrer que a criança com paralisia cerebral também tenha uma deficiência intelectual, mas isso não acontece necessariamente. A paralisia cerebral não está associada diretamente à deficiência intelectual, mas pode ocorre r a combinação das duas deficiências numa só criança. 
O desenvolvimento global da criança com paralisia cerebral podeser afetado em outros aspectos, como a consequência das dificuldades que ela possa vir a ter na percepção e nas relações com o meio, com o outro e consigo própria.
As disfunções motoras decorrentes da paralisia cerebral podem afetar o desenvolvimento psicológico da criança, como também, podem provocar atrasos e alterações na linguagem e motricidade, devido aos reflexos involuntários que a criança não consegue inibir.
Seu desenvolvimento cognitivo pode ser afetado e prejudicado em função de sua dificuldade em atuar sobre o mundo físico, decorrente de suas limitações sensório-motoras e de linguagem, o que pode vir a comprometer o desenvolvimento das capacidades lógicas, de interação e de domínio das práticas culturais, que vão desde as atividades da vida diária até o domínio da leitura e da escrita.
A dificuldade de comunicação e expressão e o domínio da língua falada e escrita podem terminar por prejudicar as interações sociais e o movimento de integração e inclusão social. Excluída do convívio social, essa criança pode desenvolver um baixo conceito de autoestima e perder a motivação para intercambiar experiências e estabelecer interações, o que repercutirá na sua vida adulta.
Dentro deste quadro, ressaltamos a importância da intervenção do trabalho pedagógico e do atendimento clínico e fisioterápico como procedimentos indicados para auxiliar no desenvolvimento pleno das capacidades da criança com paralisia cerebral e sua inserção no meio educacional e social.
Nesta aula, investigamos as características e as necessidades educacionais especiais do aluno com deficiência física. Concluímos que, encontramos uma grande diversidade de tipos e graus de deficiência física, que requerem a pesquisa sobre as necessidades individuais de cada aluno para que possamos oferecer os recursos adaptados e serviços adequados. Vimos que, os recursos de tecnologia assistiva disponíveis contribuem para o aluno poder realizar as tarefas acadêmicas e permitem a adequação do espaço escolar. O uso da comunicação aumentativa e alternativa visa atender às necessidades dos educandos com dificuldades de fala e de escrita. Diferentes materiais pedagógicos devem ser adaptados e oferecidos aos educandos para facilitar as atividades de vida diária e seu aprendizado. As dificuldades apresentadas no cotidiano escolar podem ser superadas com um projeto pedagógico comprometido com a acessibilidade do contexto escolar. Desta forma, concluímos que nenhum obstáculo é motivo de exclusão dos alunos com comprometimento físico/motor, mas deve ser tomado como estímulo e desafio para a pesquisa e implementação de ações que favoreçam a inclusão social.
Aula 5: Recursos e suportes adaptados para a escolarização do aluno com deficiência visual
Nesta aula, vamos caracterizar a deficiência visual procurando conhecer o aluno e suas necessidades educacionais especiais.
O aluno com baixa visão ou cegueira se beneficia da proposta inclusiva de educação, desde que as mediações e os meios necessários para sua escolarização, socialização, locomoção e acessibilidade sejam oferecidos pela escola. 
O aluno necessita de um conjunto de fatores que explorem sua forma particular de percepção, contribuindo para seu aprendizado, comunicação e socialização:
Ambiente estimulador + Mediadores + Materiais + Propostas
Nosso objetivo será refletir sobre como a escola e o educador podem criar, adaptar e oferecer as estratégias e atividades pedagógicas adequadas que atendam às necessidades do aluno com baixa visão ou cegueira incluído na escola regular.
	Sobre o Sistema Braille
	O Sistema Braille é um código universal de leitura tátil e de escrita, usado por pessoas cegas. Foi desenvolvido na França por Louis Braille, um jovem cego, a partir do sistema de leitura no escuro, para uso militar, de Charles Barbier. Utilizando seis pontos em relevo dispostos em duas colunas, possibilita a formação de 63 símbolos diferentes, usados em literatura nos diversos idiomas, na simbologia matemática e científica, na música e mesmo informática. A partir da invenção do sistema em 1825, seu autor desenvolveu estudos que resultaram em 1837 na proposta que definiu a estrutura básica do sistema, ainda hoje utilizada mundialmente. Por sua eficiência e vasta aplicabilidade, o sistema se impôs como o melhor meio de leitura e de escrita para as pessoas cegas. Porém o cego enfrenta a dificuldade de não encontrar ao seu redor pessoas que conhecem Braille, o que dificulda sua comunicação escrita. Como ação afirmativa para a inclusão dos deficientes visuais na sociedade, a Universidade de São Paulo desenvolveu o Braille Virtual, com o qual pessoas que veêm poderão rapidamente aprender o sistema e estabelecer uma comunicação completa com os deficientes visuais. Veja o método
A inclusão do aluno com cegueira ou baixa visão no contexto da escola regular requer uma nova estruturação da escola, que deve estar preparada para oferecer as adaptações, mediações e recursos necessários ao processo de ensino-aprendizado adequado às necessidades deste aluno.
Será preciso repensar toda a organização escolar e aspectos relacionados à:
Escolarização Socialização Locomoção Acessibilidade
Para que assim a escola possa garantir a participação do aluno com deficiência visual nas diversas atividades desenvolvidas no cotidiano escolar, como também, viabilizar seu acesso ao currículo comum.
O aluno necessita de um ambiente estimulador, de mediadores, de materiais e propostas que explorem sua forma particular de percepção e contribuam para seu aprendizado, comunicação e socialização.
Entendemos que o aluno cego e com baixa visão têm as mesmas potencialidades que os demais alunos para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizado, já que a deficiência visual não limita sua capacidade de aprender.
A cegueira é compreendida como:
“uma alteração grave ou total de uma ou mais das funções elementares da visão que afeta de modo irremediável a capacidade de perceber cor, tamanho, distância, forma, posição ou movimento em um campo mais ou menos abrangente” (Sá, 2007, p.15).
E pode ser:
Congênita – quando ocorre desde o nascimento
Ou
Adquirida posteriormente – pode ser, em decorrência de diferentes causas orgânicas ou acidental
A pessoa com baixa visão (ambliopia, visão subnormal ou visão residual) apresenta características variadas dependendo do tipo e da intensidade de comprometimentos das funções visuais, que podem englobar desde a capacidade de percepção da luz até a redução da acuidade e do campo visual, que interferem nas ações e no desempenho geral da pessoa (Sá, 2007).
O convívio entre alunos videntes, alunos cegos ou com baixa visão na escola inclusiva, interagindo no espaço escolar e compartilhando da experiência coletiva de construção de conhecimento, exigirá uma revisão das práticas pedagógicas convencionais que, muitas vezes, enfatizam os estímulos visuais e as imagens como meios e mediações do processo de ensinar e aprender.
Os alunos com cegueira ou baixa visão, de acordo com suas características pessoais, poderão necessitar de diferentes adaptações de acesso ao currículo e da mediação de profissionais qualificados para que possam desenvolver plenamente seu potencial no contexto escolar e na vida cotidiana.
Frequentemente, esses alunos são inseridos em ambientes construídos e orientados por padrões e experiências que privilegiam a visualidade como referencial e, muitas vezes, essa situação os coloca em desvantagem em relação aos demais alunos videntes. Por isso, é sempre necessário reavaliar e repensar a organização do contexto escolar de forma que possa atender às necessidades de todos os alunos, independentemente de suas características ou necessidade especiais.
O planejamento de ações integradas, que envolvam toda comunidade escolar, pode garantir a construção de um espaço mais acessível na escola. As adaptações arquitetônicas e de mobiliário são necessárias, pois contribuem para uma maior autonomia e mobilidade do aluno comdeficiência visual.
Os alunos com cegueira ou baixa visão necessitam de estímulos, recursos e mediações que explorem e favoreçam outras potencialidades de decodificação das informações através dos demais sentidos e da percepção tátil, auditiva, sinestésica e olfativa.
Para tal, é preciso que o educador esteja capacitado a atuar adequada e atentamente, observando e avaliando as reais limitações do aluno decorrentes da cegueira ou da baixa visão, e procurando criar as adaptações de acesso ao currículo, adequadas às características individuais de cada aluno.
O atendimento educacional especializado deve ser oferecido de forma a complementar e dar suporte ao processo de escolarização regular.
O aluno com cegueira deve ter acesso ao aprendizado do Sistema Braille de leitura e escrita.
E também aos diferentes recursos adaptados e facilitadores do processo de ensino-aprendizado, tais como:
Sorobã Maquetes Livro acessível Recursos tecnológicos
O Sistema Braille é um código universal de leitura e escrita que é usado pela pessoa cega inventado por Louis Braille, na França, em 1825.
Se baseia na organização de seis pontos em relevo, distribuídos em duas colunas de três pontos, que configuram um retângulo de seis milímetros de altura por dois milímetros de largura.
Esse conjunto de pontos forma a “cela braille” e suas diferentes combinações resultam em 63 símbolos denominados “Símbolos Universais do Sistema Braille”, que representam as letras do alfabeto, números e outros símbolos gráficos.
A escrita braille pode ser realizada através do uso de uma reglete e punção, através de uma máquina de escrever braille ou de meios informáticos, que agilizam seu processo de produção e impressão.
Os alunos com baixa visão também podem se beneficiar de matérias adaptadas, tais como letras ampliadas, contraste de cores, lupas, lápis preto HB2 etc, que devem ser utilizados de acordo com as características e necessidades individuais.  
É essencial que o educador e a equipe pedagógica da escola tenham conhecimento sobre o tipo de deficiência visual que o aluno apresenta e quais são as implicações decorrentes e os sentidos remanescentes para que possam atuar favoravelmente no processo de construção de conhecimento e nas diferentes interações deste aluno com o outro e com o meio ambiente.
REFLEXÃO
Identificando e atuando como mediador do processo de ensino-aprendizado, o educador poderá intervir, quando necessário, para auxiliar o educando a desenvolver suas potencialidades, superando ou rompendo as barreiras que possam dificultar ou impedir esse processo.
Quais as principais barreiras que dificultam ou impedem a acessibilidade do aluno com deficiência física ou visual no contexto escolar e como podemos superá-las? 
Acesse o Fórum de Discussão e poste sua resposta no tópico Fórum Temático - Aula 5. Aproveite para debater e comentar as respostas dos seus colegas.
Aula 5: Recursos e suportes adaptados para a escolarização do aluno com deficiência visual
Entendemos que os alunos cegos e com baixa visão têm as mesmas potencialidades que os demais alunos para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizado já que a deficiência visual não limita suas capacidades de aprender. De acordo com suas características pessoais, poderão necessitar de diferentes adaptações de acesso ao currículo e da mediação de profissionais qualificados para que possam desenvolver plenamente seu potencial no contexto escolar e na vida cotidiana.
O processo de escolarização do aluno com deficiência visual no ensino inclusivo deve envolver o planejamento de ações integradas entre toda comunidade escolar para que os diferentes aspectos relacionados à alfabetização, aprendizagem, comunicação e relacionamento sejam trabalhados de forma a atender às suas necessidades específicas.
O atendimento educacional especializado deve ser oferecido de forma a complementar o processo de escolarização regular e o aluno que necessite deve ter acesso ao aprendizado do Sistema Braille de leitura e escrita e a diferentes recursos adaptados e facilitadores do processo de ensino-aprendizado, tais como: sorobã, maquetes, livro acessível, recursos tecnológicos.
A escola inclusiva deve criar as adaptações arquitetônicas e de mobiliário que tornem o espaço acessível ao aluno com cegueira ou baixa visão e contribuam para sua adequada mobilidade e autonomia
Leia o texto Músicos cegos ou cegos músicos: representações de compensação sensorial na história da arte.
Leia o texto Na dança contemporânea, cegueira não é escuridão.
Pesquisar o site do Instituto Benjamin Constant e conhecer o trabalho desenvolvido pela primeira instituição educacional, criada no Brasil, para a escolarização do aluno com cegueira ou baixa visão.
Veja o documentário “Janela da Alma” do diretor João Jardim e Walter Carvalho. Brasil, 2002. Após ver o filme, destacar 2 depoimentos que mais marcaram sua experiência como espectador e relacionar com aspectos discutidos na aula sobre: conceito ampliado de visualidade, autonomia e mobilidade da pessoa cega ou com baixa visão.

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