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Relatório de Analise Sensorial

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Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus Campo Mourão
Engenharia de Alimentos
	
	
	
	
THAISA MACHADO
LITERATURA SURDA
 
Professor: Carlos Alberto Franco
Campo Mourão
2017
O que é Literatura Surda?
	A literatura é vista com participando de culturas regionais em que o sujeito ouvinte conta histórias e uma das possibilidades é que todos podem ouvir as histórias, se emocionar com o que ouvem, refletir e criar mil maneiras de pensar. Podem surgir formas de se expressar a si mesmo, através de piadas e poemas, por exemplo. O mesmo pode acontecer com o sujeito surdo ao trazer as narrativas da comunidade surda, mostrando histórias interessantes, que usam as mãos e a visão. Tais histórias em geral emocionam e exploram o que visualmente é produzido na língua de sinais, que através do olhar podemos sentir e entender. É algo que faz rir pela piada, emocionar pelo poema, etc. O surdo ouve pela visão, e a Literatura Surda surge.
	Os surdos, ao contar em histórias dentro da comunidade surda, transmitem para outros sujeitos surdos, para outras comunidades surdas, a cultura surda, que se espalha pelo país, possibilitando também a visibilidade da cultura surda através da tradução para outros países.
	A Literatura Surda traz histórias de comunidades surdas, os processos sociais e as práticas discursivas relacionadas que circularam em diferentes lugares e em diferentes tempos. O envolvimento que as comunidades surdas compartilham, não é somente interno à comunidade, mas também externo, com comunidades ouvintes, através da participação tanto de sujeitos ouvintes quanto de sujeitos surdos.
	Os sujeitos surdos reconhecem modelos e valores históricos através de várias gerações de surdos, com artistas plásticos ou outros profissionais. Eles têm narrativas surdas como piadas e anedotas, conhecimentos de fábulas ou conto de fadas através da família, até adaptações em vários gêneros como romance, lendas e outras manifestações culturais, que se constituem a partir do conjunto de valores e ricas heranças culturais e lingüísticas. Como todas as línguas e seus territórios, para as minorias torna-se indispensável habitar o local e conviver de modo aconchegante em sua cultura.
De onde surgiu?
Através de obras de vários autores e pesquisadores a Literatura Surda através do povo surdo se faz presente há muitos séculos. Como sabemos, há milhares de anos não existiam escritas e as histórias circulavam somente pela oralidade, passando de geração a geração. No mesmo caminho o povo surdo utiliza a sinalidade, passando de geração a geração histórias em línguas de sinais. No entanto, mesmo existindo obras e autores, é recente o uso da temática Literatura Surda, mesmo que os surdos contassem e recontassem histórias, narrativas, piadas e vários gêneros literários através da comunidade surda. A noção de Literatura Surda começou a circular em alguns países da Europa e nos Estados Unidos, principalmente onde havia escolas de surdos. Em 1864 foi fundada a Universidade Gallaudet (Gallaudet University), em Washington D.C.; com o passar do tempo, os sujeitos surdos, acadêmicos e pesquisadores construíram significados em torno da Literatura Surda, espalhando para seus próximos, na comunidade surda, como nos encontros de surdos, escolas de surdos, associação de surdos etc. Alguns alunos surdos estrangeiros formados na Universidade Gallaudet voltaram para sua terra natal, espalhando-os a notícia para sua comunidade surda local, como escolas de surdos, associação de surdos, etc. Os acadêmicos e pesquisadores começaram a divulgar materiais empíricos, fazendo distribuição de livros, vídeos, etc. de fontes da Literatura Surda, da qual fazem parte a cultura surda e identidades surdas.
Nos anos 70, surgiram algumas mudanças relacionadas à consideração da poesia em língua de sinais não apenas como concebível, mas, também, como uma realidade. A lenta emergência do Orgulho Surdo – primeiramente na América e, mais tarde, na Inglaterra e em outros países – o reconhecimento crescente das línguas de sinais como línguas independentes e reais, o trabalho pioneiro de poetas em língua de sinais, como, por exemplo, Dorothy Miles, criaram uma mudança significativa na maneira de ver as línguas de sinais. Nesse ambiente social, histórico, cultural e político, cada performance de um poema em BSL é, ainda hoje, um ato de empoderamento e uma expressão implícita de orgulho em uma língua de sinalizantes surdos.
Principais Autores
Existem várias obras surdas nas comunidades surdas, algumas conhecidas somente em seus próprios territórios, outras conhecidas mundialmente, sendo compartilhadas em várias comunidades surdas através de encontros internacionais, esportivos, educacionais, artísticos etc. A biblioteca da Universidade de Gallaudet guarda várias obras em American Sign Language (ASL), onde os alunos podem buscar conhecimentos e compreender a Literatura Surda, ao ver vídeos (pode ser em VHS/DVD/CD) com os olhos nos sinalizantes, podem compreender textos literários, se envolver e sentir prazer, emoção e realizarem reflexão.
A comunidade surda reúne grandes poetas, contadores de histórias, escritores, atores e artistas surdos. Assim como em diferentes países, no caso do Brasil podemos citar Nelson Pimenta (RJ), Silas Queiróz (RJ), Sandro Pereira (SP), Rosani Suzin (PR), Heloir Montanher (PR), Celson Badin (SP), Paulo André Bulhões (RJ), Jadson Rodrigues (PE), Fernanda Machado (RJ), Alexandre Luiz (RJ), Rosana Grasse (RJ) Cleber Coutor (PA) e entre outros surdos brasileiros.
Livros da Literatura Surda
Encontrei um tipo de material raro aqui no Brasil, por exemplo, o livro TIBI E JOCA (2001). Esse é um livro que conta a história de vida de um surdo, é o relato e criação de uma história contada por um surdo, uma realidade na comunidade surda.
Um outro livro, CASAL FELIZ (2010), é criação de uma história contada por um surdo, autor Cleber Couto, é um livro sobre encontros entre a mão vermelha e mão azul, em que os desenhos foram feitos pelo mesmo autor.
Os livros Cinderela Surda; Rapunzel Surda; Patinho Surdo e Adão e Eva que são adaptações de histórias ou de contos de fadas que existem há anos, para empoderar a comunidade surda, valorizando a cultura surda, a LIBRAS, etc. Em todos esses livros, os personagens principais são surdos e o enredo da história muda um pouco. Os autores desses livros conhecem os clássicos da literatura mundial, reconhecem nessas histórias valores culturais e realizam adaptação para cultura surda, de forma que o discurso traz representações sobre os surdos. De modo semelhante, seria possível realizar adaptações em vários gêneros literários, assim transformando as histórias já conhecidas.
EXEMPLOS DE LITERATURA SURDA
Alice no Pais das Maravilhas:
Cinderela Surda:
As luvas Mágicas de Papai Noel:
Referências
- 	Literatura Surda: Produções culturais de surdos em Língua de Sinais; Mourão, Cláudio Henrique Nunes; 2011; 	Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação. Disponível em: http://hdl.handle.net/10183/32311

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