Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
25/08/2017 1 Leishmanioses, Tripanossomoses e Giardiose Prof. Ivan Moura Lapera, M.Sc. Medicina Veterinária UNIRP – São José do Rio Preto/SP Reino Protista Filo Euglenista Classe Mastigophora Ordem Kinetoplastida Ordem Diplomonadida Tripanosomatidae Trypanosoma Leishmania Hexamitidae Giardia Locomoção por flagelos Família Família 25/08/2017 2 Fases: a) promastigota b) epimastigota c) tripomastigota d) amastigota Reprodução: divisão binária Família Trypanosomatidae Leishmanioses Complexo de infecções que variam desde doença sub- clínica até doença sistêmica grave com elevada mortalidade Distribuição ampla e importante aspecto zoonótico Lesões cutâneas, mucosas ou viscerais Reino Protista Phylum Euglenista Classe Mastigophorea Ordem Kinetoplastida Família Trypanosomatidae Leishmania spp Marquardt et al., 1999; Costa-Val et al., 2007; Ferreira et al., 2009 25/08/2017 3 500 mil novos casos/ano 1,5 milhão novos casos/ano 12 milhões de pessoas afetadas Europa, Ásia, África e Américas Leishmania spp Formas amastigotas (3 a 6 um) Hospedeiro vertebrado Leishmania spp Formas promastigotas (15 a 23 um) Vetor biológico Ciclo completo no VB – 72 horas Marquardt et al., 1999; Costa-Val et al., 2007 SVS/MS Etiologia 25/08/2017 4 Leishmaniose Tegumentar Americana Etiologia Gontijo & Carvalho, 2003; MS, 2000 Espécie Reservatórios Epidemiologia LTA 25/08/2017 5 Silvestre Ocupacional e lazer Rural e periurbano Epidemiologia LTA MS, 2007 Alterações dermatológicas Leishmaniose Cutânea: úlcera cutânea, com fundo granuloso e bordas infiltradas em moldura. Leishmaniose Mucosa: úlcera na mucosa nasal, com ou sem perfuração, ou perda do septo nasal, podendo atingir lábios, palato e nasofaringe Sinais clínicos - LTA Marquardt et al., 1999; MS, 2007 25/08/2017 6 Alterações dermatológicas Ministério da Saúde, 2010 Leishmaniose Visceral Etiologia Marquardt et al., 1999 Leishmania donovani Ásia e África Leishmania infantum Europa e África Leishmania chagasi (syn. L. infantum) América Latina 25/08/2017 7 Epidemiologia LV Espécies envolvidas Leishmania chagasi Leishmania infantum (!) outras Vetor Biológico Lutzomyia longipalpis Hospedeiros Vertebrados Cães e Gatos Canídeos, roedores, marsupiais e xenartros Humanos Período de incubação 3 a 7 meses Silveira et al., 1996; Marquardt et al., 1999; Costa-Val et al., 2007; Castro et al., 2007 Epidemiologia LV Fonte: SVS/MS - 2015 25/08/2017 8 Mudança do padrão de transmissão Rural -> periurbano e urbano Epidemiologia LV Epidemiologia LV 25/08/2017 9 Nogueira e Lisboa, 2017 Vetores Biológicos Lutzomyia spp Psychodidae: Phlebotominae Marquardt et al., 1999; Costa-Val et al., 2007 Ovo a adulto – 30 a 40 dias Fêmeas hematófagas Longevidade das fêmeas – 20 dias 25/08/2017 10 Vetores Biológicos em potencial (??) Rhipicephalus sanguineus Ctenocephalides spp Coutinho & Linardi, 2007; Ferreira et al., 2009 http://empirepestcontrol.co.uk Ciclo Biológico Marquardt et al., 1999; Costa-Val et al., 2007 Leishmaniose tegumentar americana Pele (picada) Alastramento para mucosas Leishmaniose visceral Fígado Baço Linfonodos Rins Medula óssea MACRÓFAGOS 25/08/2017 11 Patogenia Inoculação de promastigotas metacíclicos Macrófagos Citocinas Atração de macrófagos Disseminação sistêmica Marquardt et al., 1999; Castro et al., 2007 hvprat.com Maxadilan (saliva flebótomos) Assintomáticos Linfócitos Th1 IL2, IL12, IFN-Ɣ, TNF-α Sintomáticos Linfócitos Th2 IL4, IL5, IL10, TGF-β Imunidade celular Imunidade humoral Alterações dermatológicas Áreas alopécicas Rarefação pilosa Onicogrifose “face de palhaço” Sinais Clínicos (caninos) – LV Alterações sistêmicas Linfadenopatia Hepatomegalia Esplenomegalia Alterações oftalmológicas Alterações renais Apatia Emagrecimento Brito et al., 2006; Costa-Val et al., 2007; Lira et al., 2009 40 a 60% dos animais soropositivos são ASSINTOMÁTICOS 25/08/2017 12 CCZ – Brasília-DF CCZ – Brasília-DF 25/08/2017 13 CCZ – Brasília-DF CCZ – Brasília-DF 25/08/2017 14 CCZ – Brasília-DF PatoVet – UnB Proliferação de polpa branca (tecido linfóide) (ativação sistema imune) 25/08/2017 15 PatoVet – UnB Macroscópico alterações de coloração Microscópico glomerulonefrite Alterações laboratoriais Anemia arregenerativa Leucócitos normais Linfopenia e Eosinofilia Azotemia Aumento IgG (alteração A:G) Proteinúria e Cilindrúria Hematúria Alterações pH Brito et al., 2006; Costa-Val et al., 2007 Hematologia Bioquímico e Urinálise 25/08/2017 16 Raspado de pele (?) Punção aspirativa (LV e LTA) PCR Xenodiagnóstico ELISA (triagem) RIFI (confirmatório) Reatividade cruzada (tripanossomatídeos) Diagnóstico direto Diagnóstico indireto Dianóstico Brito et al., 2006; Costa-Val et al., 2007 Tratamento Antimoniais pentavalentes, Anfotericina B, Pentamidinas, Alopurinol... PROIBIDO USO EM ANIMAIS Decreto PR 51838/63 Portaria IM 1426/08 Medicamentos Nota Técnica Conjunta n° 001/2016 MAPA/MS Autorização do uso de Miltefosina para tratamento de cães* 25/08/2017 17 Denerolle & Bourdoiseau, 1999 1 – antimonial + alopurinol 2 – antimonial 3 – alopurinol Controle e Prevenção Nunes et al., 2008; Palatnik de Souza et al., 2009; Nunes et al., 2010 Vacinação (?) Redução da população canina Abate (!) Controle de natalidade Guarda responsável Repelentes e coleiras Manejo ambiental Controle ambiental químico 25/08/2017 18 Tripanossomoses - Seção Stercoraria (contaminativa) Trypanossoma cruzi - Seção Salivaria (inoculativa, mecânica ou direta) T. vivax, T. evansi e T. equiperdum *no Brasil somente vetor mecânico: Tabanus spp. e Stomoxys calcitrans Doença de Chagas Etiologia Trypanosoma cruzi Hospedeiros definitivos Humanos, raramente cães e gatos Hospedeiros intermediários Triatomíneos (besouro barbeiro) OMS,2014 25/08/2017 19 Hospedeiro definitivo corrente sanguínea Hospedeiro intermediário intestino Hospedeiro definitivo colón, esôfago, baço, fígado, coração Amastigota (tecidual)Tripomastigota (circulante) Ciclo biológico Epimastigota (multiplicação) Amastigota tecidual (multiplicação) Tripomastigota metacíclica (infectante) Tripomastigota (circulante) HI: triatomíneos HD: humanos, outros Tripomastigota (circulante) 25/08/2017 20 Epidemiologia Risco associado a habitações precárias, recentemente surtos por alimentos Pode ocorrer em cães e gatos - raro Zoonose importante - reservatórios: carnívoros, marsupiais e xenartros. Triatomíneos Triatoma sp. Panstrongylus sp. Rhodnius sp. SilvestreDomiciliar Peridomiciliar e silvestre 25/08/2017 21 Patogenia Humanos Local da picada – chagoma ou sinal de Romanã Fase aguda - geralmente assintomática ou inaparente - febre, cefaléia, mialgia, adenite, morte em 10% casos (meningoencefalite ou miocardite aguda) Fase crônica - baixa parasitemia - hiperfunção de órgãos (esôfago, baço, coração e cólon) Cura espontânea é possível em cada estágio Animais - Pode afetar clinicamente cães – sintomatologia cardíaca - cães e gatos são considerados reservatórios Controle Diagnóstico Clínico Esfregaço sanguíneo Biópsia de linfonodos Cultura ou xenodiagnóstico Sorologia (RIFI, ELISA, HAI) Tratamento Benzonidazol Nifurtimox Tratamento suporte Profilaxia Controle do inseto vetor Melhoria de moradias Educaçãosanitária 25/08/2017 22 Tripanossomose bovina “Nagana” ou “secadeira” Etiologia Trypanosoma vivax – América Latina, África e Ásia T. brucei e T. congolense – África Hospedeiros definitivos Bovinos Equinos (cura espontânea) Monomórfico (tripomastigota) Hospedeiro definitivo – circulação sanguínea Vetor mecânico - probóscide 25/08/2017 23 Ciclo biológico Trypanossoma sobrevive por 8h na probóscide Transmissão mecânica (Tabanus spp. e Stomoxys calcitrans) fômites (agulha reutilizada) Reprodução por divisão binária (circulação sanguinea) PPP: 4 a 10 dias Epidemiologia Maior importância em bovinos Ocorrência endêmica no Pantanal e MG Introdução recente em SP Fatores: vetores – parasitas - hospedeiros 25/08/2017 24 Variação antigênica Fidelis Junior et al., 2016 Alteração da cobertura de glicoproteínas Ondas de parasitemia (7 a 10 d) Caquexia e morte Suscetibilidade à reinfecções e ineficiência de vacinas Patogenia Aumento de linfonodos e baço hipergamaglobulinemia Anemia proporcional à parasitemia eritrofagocitose leucopenia e trobocitopenia macrófagos ativados (eritrócitos, leucócitos, plaquetas e céls hematopoéticas) Degeneração celular e infiltrados inflamatórios células musculares, SNC, miocárdio 25/08/2017 25 Sinais clínicos Febre, anemia, anorexia e emagrecimento rápido Atraso de crescimento, problemas reprodutivos e abortos Queda brusca na produção de leite Geralmente quadro crônico - morte se não houver tratamento Quadro agudo – febre, anemia, hemorragias, morte (2 a 3 semanas) Esfregaço sanguíneo (normal ou técnica de WOO) Exames sorológicos (RIFI, ELISA) Exames moleculares (PCR e LAMP) Diagnóstico 25/08/2017 26 Diaceturato de diminazeno 3,5 mg/kg IM (dose única) 7,0 mg/kg IM (dose única) 3,5 mg/kg IM (cada 15 dias, intervalo de 4 a 8 semanas) Cloreto isometamídio 1,0 mg/kg IM ou IV (repetir após 4 meses) Tratamento Custo elevado Relatos de resistência Controle Exame e quarentena de animais adquiridos Tratamento de hospedeiros infectados Controle de moscas hematófagas Uso adequado de fômites Tripanotolerância?? Tripanossomose equina “Mal das cadeiras”, “surra” ou “murrina” Etiologia Trypanosoma evansi – América Latina, África, Ásia e Oceania Hospedeiros definitivos Equinos Bovinos, cães, capivaras e quatis (reservatórios) 25/08/2017 27 Monomórfico (tripomastigota) Hospedeiro definitivo – circulação sanguínea Vetor mecânico - probóscide Ciclo biológico Trypanossoma sobrevive por 8h na probóscide Transmissão mecânica (Tabanus spp. e Stomoxys calcitrans) morcego hematófago (Desmodus rotundus)* ingestão de presas infectadas (carnívoros) Reprodução por divisão binária PPP: 4 a 10 dias 25/08/2017 28 Epidemiologia Pode ser fatal em equinos, camelos e cães Geralmente assintomático em bovinos, asininos, caprinos e ovinos Ocorrência endêmica na região do Pantanal Patogenicidade variável de aguda a crônica (virulência, hospedeiro) Sinais clínicos Patogenia semelhante a T. vivax (anemia, leucopenia, trombocitopenia) Febre, anemia, emaciação e caquexia (membros posteriores) Edema de regiões inferiores e membros Paralisia progressiva de membros posteriores Incoordenação, paraplegia e prostração 25/08/2017 29 Biópsia de linfonodos Esfregaço sanguíneo (normal ou técnica de WOO) Exames sorológicos (RIFI, ELISA) Exames moleculares (PCR) *falso positivo em animais tratados Diagnóstico Diaceturato de diminazeno 7,0 mg/kg IM (dose única) Suraminato de quinapiramina 4 a 50 mg/kg *Uso restrito a camelos e equídeos Tratamento Toxicidade Controle Quimioprofilaxia Tratamento de hospedeiros infectados Controle de moscas hematófagas 25/08/2017 30 Trypanosoma equiperdum “Mal do coito” ou “durina” Etiologia Trypanosoma equiperdum – América do Sul, Ásia e África do Sul Hospedeiros definitivos Equinos e asininos Morfologia muito semelhante a T. evansi Monomórfico (tripomastigota) Hospedeiros definitivos: mucosa genital 25/08/2017 31 Ciclo biológico Transmissão direta acasalamento (descargas mucosas e esperma) égua – potro (parto e leite) Reprodução por divisão binária PPP: 2 a 12 semanas Patogenia Doença venérea mais importante em equinos Pouco frequente na América do Sul Febre, anemia, edema de genitálias, aborto, paralisia progressiva e morte Erupções cutâneas edematosas (patognomônico) – “silver dollar spots” 25/08/2017 32 Sintomatologia Raspado de mucosa (difícil) Exames sorológicos (fixação do complemento) Exames moleculares (PCR) Diagnóstico Sulfatoto de quinapiramina 3 a 5 mg/kg SC Tratamento Controle Controle da reprodução e movimentação (quarentena) Tratamento de hospedeiros infectados 25/08/2017 33 Trofozoíto dois núcleos simetria bilateral 6 a 8 flagelos Principal gênero: Giardia Família Hexamitidae Giardíase ou Giardiose Etiologia Giardia intestinalis (syn. G. lamblia ou G. duodenalis) Distribuição cosmopolita Hospedeiros definitivos Humanos, cães, gatos, ruminantes, equinos, suínos 25/08/2017 34 Genótipos Genótipo A – relatos de transmissão do cão para o homem Corpo piriforme Forma ativa Intestino delgado 4 núcleos Forma de resistência Eliminado nas fezes CistoTrofozoíto 25/08/2017 35 Ciclo biológico Ciclo direto - monoxeno Reprodução: divisão binária Transmissão: ingestão de cistos na água ou alimentos contaminados PPP: 1 a 3 semanas Trofozoítos fixação e multiplicação no ID Cistos eliminados nas fezesIngestão de cistos sobrevivem por semanas no ambiente 1 cisto => 2 trofozoítos Epidemiologia Uma das principais causas de diarreia (fezes podem ser gordurosas) Patogenia – atrofia de vilosidades, hipertrofia de criptas Má absorção de nutrientes, perda de peso e desidratação Maior frequência em animais jovens Zoonose* 25/08/2017 36 Diagnóstico Exame de fezes Identificação de cistos (fezes formadas) ou trofozoítos (diarréia) Repetir exame 3 vezes (eliminação intermitente de cistos) Benzimidazois (albendazol, febendazol) Metronidazol Cães – 25 mg/kg, VO, BID, 5 -7 dias Gatos – 10 - 25 mg/kg, VO, BID, 5 dias Tratamento Controle Limpeza do ambiente Cuidados com água e alimentos Vacinação em cães (*não impede infecção, apenas reduz eliminação de cistos e sinais clínicos) 25/08/2017 37 Obrigado pela atenção! ivanlapera@yahoo.com.br
Compartilhar