Buscar

ADENOHIPÓFISE

Prévia do material em texto

adenohipófise 
 
* Eixo hipotálamo-hipofisário: 
® Interface entre o sistema nervoso central e o sistema endócrino; 
® Controle da função de varias glândulas endócrinas e de vários processos fisiológicos; 
® Homeostase. 
 
* Hipófise: 
® Hipófise anterior (adenohipófise): porção tuberal, porção intermédia e porção distal; 
® Hipófise posterior (neurohipófise): porção infundibular e porção nervosa; 
® Origem embrionária: 
Þ Assoalho do diencéfalo + teto da cavidade bucal ® bolsa de Rathke ® neurohipófise; 
Þ Neurohipófise: do tecido nervoso (diencéfalo); 
Þ Adenohipófise: tecido epitelial (cavidade oral). 
 
* Quiasma óptico, haste hipofisária, adenohipófise e neurohipófise. 
 
* Sistema porta hipotalâmico hipofisário. 
 
* Mecanismo geral da regulação do eixo hipotálamo-hipofisário: hipotálamo, hipófise e glândula 
periférica. 
 
* Distribuição anatômica: 
® Hormônio somatotrofo (GH) ® 50%; 
® Hormônio corticotrofo (ACTH) ® 20%; 
® Hormônio lactotrofo (PRL) ® 15%; 
® Hormônios gonadotrofos (LH e FSH) ® 10%; 
® Hormônio tireotrofo (TSH) ® 5%. 
 
* Fatores hipotalâmicos: 
® TRH; 
® CRH; 
® GnRH; 
® GHRH; 
® Somatostatina; 
® Dopamina; 
® PIF. 
 
* Hormônios liberadores hipotalâmicos: 
® Secreção pulsátil; 
® Ação em receptores da membrana plasmática; 
® Transdução de sinais; 
® Estimulam a liberação dos estoques por exocitose; 
® Estimulam a transcrição na adenohipófise; 
® Hiperplasia e hipertrofia de célula alvo; 
® Modulação do efeito por alteração no número de receptores. 
 
* Hormônios secretados pela adenohipófise: 
® TSH – hormônio tireotrófico; 
® LH – hormônio luteinizante; 
® FSH – hormônio folículo estimulante; 
Bárbara Oenning da Gama 
® ACTH – hormônio adrenocorticotrófico; 
® Prl – prolactina; 
® GH – hormônio do crescimento. 
 
* Regulação do eixo H-H: 
® Ritmos impulsionados por um relógio biológico interno localizado no núcleo 
supraquiasmático do hipotálamo ® sincronizado e influenciado por sinais externo (períodos 
de luz e escuridão, sono, efeitos circadianos); 
® Padrão rítmico global de liberação dos hormônios hipofisarios e das respostas associadas a 
partir da interação desses sinais. 
 
* Hormônios adenohipofisários: 
® Glicoproteínas, TSH, FSH e LH: 
Þ Subunidade alfa-comum; 
Þ Subunidade beta-única e singular ® confere especificidade biológica. 
® Pró-opiomelanocortina (POMC): 
Þ Clivagem pós-tradução; 
Þ ACTH, beta-endorfina e hormônios alfa-, beta- e gama-melanócito-estimulantes (MSHs – 
hormônio estimulador de melanócito). 
® Hormônio do crescimento (GH) e prolactina (Prl): 
Þ GH: estrutura genética: lactogênio placentário humano. 
 
* Receptores hormonais: 
® Receptores ligados a canais (ionotrópicos) ® hiperpolarização ou despolarização ® receptor 
nicotínico de ACh; 
® Receptores acoplados à proteína G (metabotrópicos) ® alteração na excitabilidade, liberação 
de Ca, fosforilação de proteína receptor muscarínico de ACh. 
Þ Produz uma mudança de conformação que induz a interação do receptor com a proteína 
G reguladora, estimulando a liberação do GDP (difosfato de guanosina) em troca do GTP 
(trifosfato de guanosina) ® ativação da proteína G; 
Þ A proteína G ativada separa-se do receptor ® dissociação da subunidade alfa de beta 
gama; 
Þ As subunidades ativam alvos intracelulares (canal iônico ou enzima); 
Þ A identidade da proteína G é definida pela natureza de sua subunidade alfa (responsável 
pela ativação do efetor). 
• G-alfa-s: ativação da adenilato ciclase ® aumento da AMPc; 
• G-alfa-i: inibição da adenilato ciclase e regulação dos canis de Ca e K ® diminuição 
da AMPc; 
• G-alfa-q: ativação da fosfolipase C; 
• G-alfa-12/13: uma proteína ligadora de nucleotídeo da guanina e a Janus quinase 
(proliferação celular). 
Þ AMP cíclico (AMPc): 
• Controla diversos processos da fisiologia celular, grande parte deles resultante da 
ativação da PKA; 
• AMPc se associa às subunidades regulatórias da PKA, permitindo dissociação das 
subunidade catalíticas da enzima ® responsáveis pela fosforilação de resíduos de 
serina e tirosina de diversas proteínas ® ativação ou inibição das proteínas-alvo. 
Þ Cálcio (Ca ++): 
• Em concentrações acima das basais o Ca citosólico ativa proteínas ligadoras de Ca ® 
desencadeiam cascatas de sinalização; 
• Principal proteína ligadora é a calmodulina ® complexo Ca/calmodulina se liga às 
proteínas alvo alterando sua atividade; 
Bárbara Oenning da Gama 
• Adrenalina, vasopressina e agiotensina: ação mediada por fosforilação resutante do 
aumento da concentração de Ca intracelular; 
• Hormônios de várias glândulas possuem sua secreção dependente de Ca; 
• Ativação de enzimas relacionadas diretamente à morte celular por necrose ou 
apoptose. 
Þ Diacilglicerol e trifosfato de inositol: 
• IP3 abre canais de Ca no RE ® aumento da concentração de Ca no citosol ® 
ativação da sinalização medida pelo Ca; 
• DAG ativa a PKC (proteino-quinase C) ® fosforila as proteínas efetoras. 
Þ PKC: 
• Envolvida na divisão celular, no metabolismo celular e na morte celular ® regulação 
do transporte e da absorção de glicose e da síntese de glicogênio; 
• A diminuição da atividade da isoforma PKCλ no músculo esquelético e no tecido 
adiposo de indivíduos com DM2 indica a participação da via dos fosfoinositóis na 
fisiopatologia da doença. 
® Receptores ligados à quinase ® fosforilação da proteína ® receptor de insulina. 
Þ Receptores acoplados à tirosina-quinase: 
• Proteínas transmembrana simples que possuem atividade enzimática intrínseca ® 
insulina, PRL, GH, fatores de crescimento e citocinas (ligantes); 
• Ligação do hormônio aos receptores ® ativação da atividade da quinase intracelular 
® fosforilação dos resíduos de tirosina no domínio catalítico do próprio receptor ® 
aumento da atividade de quinase; 
• Fosforilação fora do domínio catalítico ® criação de sítios de ligação para proteínas 
adicionais ® ativação das cascatas de sinalização; 
• Pode alterar a transcrição gênica. 
® Receptores ligados à transcrição de genes (receptores nucleares) ® síntese de mRNA, síntese 
de proteína ® receptor de estrogênio. 
Þ Fatores de transcrição que possuem locais de ligação para o hormônio (ligantes), para o 
DNA e que funcionam como fatores de transcrição ligados por hormônios ® formação 
do complexo hormônio-receptor e a ligação do DNA ® ativação ou repressão gênica; 
Þ Hormônios esteroides e derivado esteroide vitamina D3; 
Þ Hormônios tireoidianos (transportados ativamente); 
Þ Receptor de hormônio tireoidiano: 
• Nuclear; 
• Quando não ocupado, liga-se ao DNA e reprime a transcrição; 
• A ligação do HT ao receptor possibilita a ativação da transcrição gênica. 
Þ Receptor de esteroides: 
• Não é capaz de se ligar ao DNA na ausência de hormônio; 
• Após a ligação, o receptor de desliga das proteínas chaperonas associadas a ele; 
• O complexo H-R é translocado para o núcleo ® ligação do seu elemento de resposta 
específica no DNA ® transcrição gênica. 
 
* Peptídeos hipotalâmicos e hipofisários. 
 
* Hormônio do crescimento (GH): 
® Fragmentos que circulam após metabolismo renal; 
® Condrócitos (aumento da captação de AA, da síntese de proteínas, da síntese de RNA, da 
síntese de DNA, de colágeno e do número e tamanho das células) ® crescimento linear; 
® Músculo (aumento da síntese de proteínas, diminuição da tomada de glicose); 
® Fígado (aumento da síntese de RNA, da síntese de proteína, da gliconeogênese, da IGFBP e da 
IGF); 
Bárbara Oenning da Gama 
® Tecido adiposo (excesso de GH, ação anti-insulninam diminuição da tomada de glicose e 
aumento da lipólise) ® diminuição da adiposidade; 
® Coração, ossos e pulmões (aumento da síntese de RNA, da síntese de proteínas, da síntese de 
DNA e do número e tamanho das células) ® aumento do tamanho e da função dosórgãos; 
® Diminuição IGF-1 ® diminuição do GH ® GHRH (+) e SS (-) ® aumento do sono, da 
hipoglicemia e do estresse; diminuição do envelhecimento, de doenças e da glicose; 
® Regulação da secreção do GH: estimulado pela endorfina, glucagon, serotonina e 
noradrenalina; 
® Secreção pulsátil; 
® Inicia sua ação na célula após a dimerização de 2 de seus receptores; 
® Ação direta na placa de crescimento e ação indireta pela produção de IGF-1 hepático e 
tecidual; 
® Na circulação, liga-se a uma proteína de alta afinidade (GHBP); 
® Fatores que podem interferir na resposta do GH: idade, desenvolvimento puberal, sexo, 
estado nutricional, patologias associadas. 
 
* TSH: 
® T3/T4 regula a liberação de TSH (feedback negativo); 
® Funções do TSH: 
Þ Aumento da proteólise da tireoglobulina; 
Þ Aumento do funcionamento da bomba de iodeto; 
Þ Aumento da iodetação de tirosina; 
Þ Aumento do tamanho e da atividade secretora das células da tireoide; 
Þ Aumento da hiperplasia da glândula; 
Þ Atua via receptor de membrana, ligando à proteína G, aumentando a AMPc. 
 
* ACTH: 
® Atua via receptor de membrana acoplado à proteína G, aumentando a AMPc; 
® Aumenta a síntese e a secreção de cortisol e outros esteroides pelo córtex da suprarrenal; 
® Estimula o crescimento de zonas específicas do córtex supra-renal. 
 
* FSH e LH: 
® LH: secreção de testosterona e de outros produtos pelas células de Leydig dos testículos e 
pelas células intersticiais do ovário; 
® FSH: estimula a secreção de estradiol das células granulosas dos ovários e das células de 
Sertoli dos testículos + espermatogênese + oogênese. 
 
* Prolactina (Prl): 
® Estimulo pela sucção; 
® Diferenciação da mama, proliferação e ramificação dos ductos, desenvolvimento do tecido 
glandular, síntese de proteínas do leite e enzima lactogênica. 
 
* Hipopituitarismo: 
® Deficiência de um ou mais hormônios hipofisários; 
® Diminuição da síntese/secreção hormonal; 
® Etiologia: 
Þ Congênitas: hereditária ou mal-formações de linha média. 
• Disfunção hipotalâmica ® síndrome de Kallmann, síndrome de Laurence-Moon-
Bieldi, síndrome de Prader-Willi; 
• Displasia hipofisária; 
• Defeito do fator de transcrição; 
• Massa congênita do SNC; 
Bárbara Oenning da Gama 
• Sela vazia primária. 
Þ Adquiridas: tumores, vasculares, inflamatórias, funcionais ou de trauma; 
Þ Investigação laboratorial: níveis baixos de hormônios hipofisários em vigência de níveis 
baixos do hormônio-alvo. 
® Dosagem de GH basal: sem valor diagnostico (exceção recém-nascido > 20ng/ml). 
Þ Secreção de GH de 24 horas: amostras seriadas de GH a cada 20-30 minutos + necessita 
hospitalização + custo elevado + baixa reprodutibilidade; 
Þ Mecanismo de ação: supressão do tônus de somatostatina ou estimulo de receptores alfa-
adrenéricos ® liberação de GHRH; 
Þ Testes provocativos: hipoglicemia insulínica, clonidina, arginina, glucagon, GHRG, 
GHRH combinado, ghrelina, secreção espontânea de GH de 24 horas; 
Þ Sensibilidade X especificidade; 
Þ Complexos Ac-Ag ® marcador adicionado para produzir o sinal para leitura do resultado 
(imunoensaios); 
Þ Imunoensaios: 
• Competitivos: RIA – marcador isótopo radioativo (I125 e I131); 
• Imunométricos: IRMA – marcador com isótopos radioativos 10 vezes mais sensíveis 
que RIA; quimioimunoluminescência – marcador agente químico (acridinium); 
marcadores enzimáticos, látex, substancias fluorescentes (IFMAs). 
Þ Anticorpos: 
• Policlonais: com maior capacidade de ligação, mais sensíveis, menos homogêneos, 
menos específicos ® resultado com valores superiores (isoformas) ® maioria dos 
RIA; 
• Monoclonais: mais específicos para molécula de GH ativa, ensaios imunométricos. 
Þ IGF-1: 
• Dosagem laboratorial por ensaio radioimunométrico (IRMA) com extração prévia 
das IGFBPs com etanol-HCl; 
• Intervalo de normalidade não é definido (sexo, idade, idade óssea, puberdade, estado 
nutricional, patologias associadas); 
• Sensibilidade: 71% falso positivo; 
• Especificidade: 72% falso negativo; 
• Indicado para triagem. 
Þ IGFBP-3: 
• Dosagem laboratorial por IRMA; 
• Amostra sem necessidade de extrações; 
• Não é pulsátil; 
• Subunidade ácido lábil é fácil de ser mensurada; 
• Dificuldade na interpretação dos valores normais; 
• Variação dos valores de corte conforme sexo, idade, puberdade, nutrição e doenças. 
Þ Deficiência isolada de GH: 
• Alterações genéticas descritas; 
• Autossômicas recessivas: DHIG IA, DHIG IB; 
• Autossômica dominante: DHIG II; 
• Ligada ao X: DHIG III. 
® Sintomas vão depender dos hormônios que foram perdidos e da extensão do 
comprometimento; 
® Deficiência de GH: déficit de crescimento em crianças e alterações na composição corporal 
em adultos. 
Þ DHIG IA: mais severa, manifestação precoce (primeiros 6 meses de vida), hipoglicemia. 
• Alteração do gene GH 1 tipo frameshift ou nonsense mutations; 
Bárbara Oenning da Gama 
• Ausência total de GH; 
• Ac anti-GH – não responde ao tratamento. 
Þ DHIG IB: 
• Níveis baixo de GH; 
• Tolerância imunológica; 
• Moléculas mutantes, com sequências de aa diferentes; 
• Defeito splicing no intron IV com perda de aa 103-120 do exon 4 e mudança 
polipeptídica (frameshift) codificada pelo exon 5 do gene G1. 
Þ DHIG II: 
• Um dos pais afetados; 
• Gene GH 1 todos no íntron 3 ® afeta a transcrição de todo o éxon 3 ® perda da 
sequência 32-71 de aa; 
• Afetados são heterozigotos e alelo mutante prevalece sobre o alelo afetado; 
• GH 17,5 Kda: cisteína não pareada, com formação de heterodímeros e diminuição da 
estabilidade do GH. 
Þ DHIG III: 
• Cromossomo X; 
• Agamaglobulinemia; 
• Defeito Xq 21,3-q22 ou deleção do Xp22-3 ou duplicação Xq13-2. 
Þ GH bioinativo, isoformas moleculares do GH e GH mutantes: 
• Kovarski: dímeros ou tetrâmeros com defeitos; 
• GH mutante; 
• Heterozigoto C-T no exon 4 do gene GH 1; 
• Substituição da arginina pela cisteina no códon 77; 
• Alta afinidade por GHBP, porém não dimetiza. 
® Deficiência de Gn: atraso puberal, distúrbios menstruais e infertilidade em mulheres e 
redução da função sexual, infertilidade e perda das características sexuais secundarias em 
homens; 
® Deficiência de TSH: atraso no crescimento em crianças e sinais de hipertireoidismo em 
crianças e adultos; 
® Deficiência de ACTH: insuficiência supra-renal secundária, com hipocortisolismo com 
preservação relativa dos mineralocorticoides; 
® Deficiência de Prl: incapacidade de lactação; 
® Lesões que envolvem tratos hipotalâmicos posteriores podem levar à perda da vasopressina, 
com poliúria e polidipsia. 
Bárbara Oenning da Gama

Continue navegando