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AVALIAÇÃO CLÍNICA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EXAME FÍSICO Conceito: exame direto e prático da avaliação do estado nutricional do indivíduo ou da comunidade, fundamentado na interpretação dos sinais e sintomas característicos de carência nutricional. Importância: Menos complicações; Menor tempo de internação; Melhor qualidade de vida. Sintomas clínicos Testes bioquímicos Histórias dietéticas Deficiências nutricionais específicas Vantagens do método: Baixo custo; Não exige equipamento; Possível de ser realizado por pessoal paramédico e leigo, desde que devidamente treinados e profissional ligado a saúde pública Desvantagem do método: Baixa especificidade. ANEMIA Palidez detectada na coloração da pele, inclusive regiões palmoplantares e mucosas (conjuntiva e labial). Causas: Primárias: doenças hematológicas (leucemias, linfomas, aplasia de medula óssea). Causas secundárias: deficiência de ferro, de vitamina B12, ácido fólico, hemorragias, hipotireoidismo, cirrose hepática, insuficiência renal crônica, desnutrição. DESIDRATAÇÃO Síndrome de múltiplas causas: Ingestão de água menor que a necessidade (idosos, dependentes de terceiros); Perda excessiva (cutânea, urinária e digestiva); Ambas as causas. Perda excessiva: Vômitos; Diarréias; Fístulas digestivas; Sudorese; Poliúria (volume miccional maior que o normal em 24 horas) Sinais e sintomas: Sede intensa Apatia Agitação psicomotora Astenia Sonolência Convulsões Fraqueza Formas para se investigar desidratação: 1- Solicitar ao paciente que produza salivação; 2- Verificar o brilho dos olhos; 3- A tensão ocular – olhos encovados; 4- A umidade das mucosas (gengival e conjuntiva) – na cavidade oral, examinar a umidade da língua por sua parte inferior; 5- Examinar o turgor pinçando com o polegar e o indicador uma prega de pele que engloba tecido subcutâneo. Sensação de pele suculenta e, quando solta, a prega é rapidamente desfeita são sinais de pele hidratada. Sensação de pele murcha e uma prega que se desfaz lentamente indica desidratação; 6- Verificar a elasticidade: pinçar uma prega cutânea com o polegar e o indicador, fazendo, a seguir, uma leve tração e, posteriormente, soltar a pele. Na desidratação e na desnutrição a prega cutânea volta lentamente para sua forma original, isto é, elasticidade diminuída. ICTERÍCIA ATENÇÃO: não confundir coloração amarelada da pele em pessoas normais, pelo uso exagerado de certos alimentos (cenoura, mamão) e drogas como antimaláricos. Nestes casos a esclerótica é NORMAL. Pesquisa de icterícia: deve ser realizada sob a luz natural evitando-se a luz fria artificial que pode mascará-la. É a impregnação de pigmentos biliares (bilirrubina e biliverdina) na pele, nas mucosas (principalmente esclerótica e sublingual) e líquidos, conferindo uma coloração amarelada característica. Tipos: Hemolíticas (por bilirrubina não conjugada ou indireta) Colestáticas ou obstrutivas (por bilirrubina conjugada ou direta) Causas: Icterícias hemolíticas: maior destruição dos eritrócitos; Icterícias colestáticas ou obstrutivas: obstrução dos dutos biliares ou lesão das células hepáticas. FORMAÇÃO DA BILIRRUBINA Eritrócitos (sobrevida de 120 dias) Rotura de membrana Hemoglobina Macrófagos teciduais (sistema retículo endotelial) Heme Globina Ferro livre Transferrina Biliverdina Bilirrubina No plasma combina-se com albumina Células hepáticas Bilirrubina-glicuronídio – 80% Sulfato de bilirrubina – 10% Outros conjugados – 10% Sais biliares, colesterol, lecitina Bile Alimento no duodeno: liberação da bile pela vesícula biliar Ação bacteriana Urobilinogênio Fígado Reabsorção Urina (5 %) - urobilina / Fezes - estercobilina Excretado Icterícias hemolíticas: a função excretora do fígado não está afetada. Caracterizada por elevadas concentrações plamáticas de bilirrubina livre ou não conjugada – sem grande importância nutricional. Icterícias colestáticas ou obstrutivas: causada por obstrução dos dutos biliares (extra hepáticas – cálculos, tumores) ou por lesão das células hepáticas (intra hepáticas – hepatites, cirrose). Sintomas: Prurido devido ao depósito dos sais biliares na pele; Irritação nervosa Icterícias colestáticas ou obstrutivas tem grande importância no estudo nutricional: Alterações na digestão e absorção de gorduras; Alterações na absorção de vitaminas lipossolúveis; Perda de sódio pela urina. FEBRE É a temperatura corporal acima da faixa de normalidade. Faixa normal de temperatura: 35,5 °C – 37,5 °C Locais de verificação: Oco axilar ; Boca; Reto. Procedimentos: Verificar se a coluna de mercúrio do termômetro está no limite inferior; Secar o oco axilar; Colocar o termômetro e deixá-lo por 3 a 5 minutos. Verificar a temperatura pela corrida da coluna de mercúrio. Causas da febre: infecções, neoplasias, doenças neurológicas, uso de drogas. Importância nutricional: Aumento da taxa metabólica; Possibilidade de desidratação; Perda de apetite. ANÁLISE DA MUSCULATURA TEMPORAL E DA BOLA GORDUROSA DE BICHART – SINAL DA “ASA QUEBRADA” Atrofia bitemporal: Paciente parou de mastigar; Deixou de usar a mastigação como fonte principal de ingestão alimentar – dieta hipocalórica. O grau de atrofia bitemporal tem relação com o grau de imunoincompetência do paciente. Ocorrência: pacientes com hipo ou anorexia, pacientes com disfagia. Perda da bola gordurosa de Bichart: Redução prolongada de reserva calórica. Normalmente ocorre após a atrofia da musculatura temporal. Alteração unilateral: paralisia facial ou perda da dentição Sinal da “Asa Quebrada”: refere-se a atrofia da musculatura bitemporal associada à perda da bola gordurosa de Bichart. Indica perda prolongada protéico-calórica – analisar com o paciente de perfil. SINAL DA “ASA QUEBRADA” VERIFICAÇÃO DAS MASSAS MUSCULARES NO PESCOÇO, TÓRAX, DORSO E MEMBROS SUPERIORES Atrofia supraclavicular Atrofia infraclavicular Acentuação da fúrcula esternal Perda crônica de massa muscular – se relaciona com a perda da capacidade de formação adequada de anticorpos. TÓRAX Atrofia da musculatura paravertebral: Redução da força de sustentação corporal Cifose: diminuição da capacidade de expansão ventilatória pulmonar. Menor mobilização das bases pulmonares; Dificuldade de ficar sentados. - Retração intercostal: implica em menor força respiratória em situações de dispnéia. Consequências: Hipoventilação pulmonar / pneumonia; Dificuldade de aferição a temperatura corporal – oco axilar torna-se mais profundo. Membros superiores: Atrofia da musculatura biciptal e triciptal; Atrofia da musculatura de pinçamento do polegar. Consequência: menor força de apreensão e menor competência para ingerir alimentos. VERIFICAÇÃO DO ABDOME Distendido – insuficiência hepática, pancreatite, cancêr com metástase no peritônio, síndrome nefrótica, insuficiência cardíaca, esquistossomose - ascite; Plano; Escavado – perdeu sua reserva calórica – menor imunidade. Pacientes Obesos: A perda de peso inicia-se na regiãosupra-umbilical. Perda de peso flacidez por perda do tônus do ânulo superior do umbigo sinal do “umbigo em chapéu”. Pessoas que fizeram tratamento para perder peso com ou sem atividade física; Pós-operatório tardio de cirurgia bariátrica. → Sinal do “umbigo em cálice”: • Intervenção cirúrgica; • Modificação do ânulo superior do umbigo. EXAME DOS MEMBROS INFERIORES Atrofia da musculatura das coxas formação de “vale” pela perda de massa muscular na porção medial, quando o paciente fecha as pernas, encostando os joelhos. Atrofia da musculatura de panturrilha é a primeira a ocorrer quando se instala DPC. Consequências: Menor força em adotar posição ortostática – fraqueza nas pernas; Preferência pelo decúbito dorsal infecções respiratórias regurgitação broncoaspiração PESQUISA DE EDEMA Importante no diagnóstico de desnutrição protéico-calórica; Relacionado a presença de hipoproteinemia, destacadamente a hipoalbuminemia. Proteínas totais 5 g/dL Albumina 2,5 g/dL Edema LEVAR EM CONSIDERAÇÃO O DECÚBITO PREFERENCIAL DO PACIENTE: POSIÇÃO ORTOSTÁTICA OU SENTADO MEMBROS INFERIORES Como proceder: Após uma suave e contínua pressão sobre a face anterior da perna contra a estrutura óssea, procura-se a presença de depressão tecidual que demorará algum tempo até que volte ao normal. Edema de parede intersticial – ascite. Como proceder: com a campânula do estetoscópio fazendo uma leve e contínua pressão, por alguns segundos (15-30’’). Constatando-se que a marca deixada pela campânula persistiu por período de tempo geralmente superior à 1’. Paciente acamado região lombossacra ou onde houver maior declive.
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