Buscar

direito Administrativo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Atos Administrativos
 
 
Cada poder do Estado tem sua função principal:  ao Legislativo, cabe editar as leis, ao Judiciário exercer a jurisdição, ou seja, dizer o direito aplicável ao caso concreto e, finalmente, ao Executivo compete exercer a função administrativa ou executiva que é destinada a prática dos atos administrativos.
 
Não obstante, os poderes legislativos e judiciários também exercem suas funções administrativas ou executiva em caráter secundário quando ordena-se os serviços dispõe sobre seus bens ou dispõe sobre a vida de seus servidores, assim por exemplo a aposentadoria a servidor de qualquer um dos três poderes é ato administrativo.
          O ato administrativo é espécie do gênero ato jurídico. Este é todo ato licito, que tem por fim imediato adquirir, declarar, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos.  Para que o ato administrativo se destaque do ato jurídico é necessário acrescentar ao conceito visto a administração publica como a expedidora do ato, bem como a sua submissão ao regime jurídico administrativo com destaque para a finalidade publica do ato.
          Conforme Hely Lopes Meirelles: “ato administrativo é toda a manifestação unilateral de vontade da administração pública, que agindo nesta qualidade, tenha por fim mediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.”
          Portanto, A administração Pública, no exercício de suas diversificadas tarefas, pratica algumas modalidades de atos jurídicos que não se enquadram no conceito de atos administrativos. Nem todo ato da Administração é ato administrativo. Assim, não se enquadram em atos administrativos:
a) Contratos administrativos, pois são atos bilaterais;
b) Atos regidos pelo direito privado ou atos de gestão: constituem casos raros em que a Administração Pública ingressa em relação jurídica submetida ao direito privado, ocupando posição de igualdade perante o particular, isto é, destituído de poder de império. Exemplo: locação imobiliária e contrato de compra e venda.
 c) Atos meramente materiais – consistem na prestação concreta de serviços, faltando-lhes o caráter prescritivo próprio dos atos administrativos, como por exemplo, construção de uma ponte, ministério de uma aula na escola publica.
d) Atos políticos ou de governo, que são os praticados em obediência direta a constituição federal. Exemplo a sanção e veto de Lei, a intervenção federal dos estados e etc.
 
ATRIBUTOS OU CARACTERÍSTICAS DO ATO ADMINISTRATIVO
 
          O ato administrativo é informado por atributos ou características próprias que são:
 
a) A presunção de legalidade (legitimidade) e de veracidade:
          O atributo da presunção de legitimidade, também conhecido como presunção de legalidade ou presunção de veracidade, significa que o ato administrativo, até prova em contrário, é considerado válido para o Direito.
            Trata-se de uma derivação da supremacia do interesse público, razão pela qual sua existência independe de previsão legal específica.
            A presunção de legitimidade é um atributo universal aplicável a todos os atos administrativos e da Administração.
            Importante destacar que se trata de uma presunção relativa ou juris tantum, isto é que admitem prova em contrario. O efeito prático das presunções é de inverter o ônus de agir, cabendo ao interessado lesado pelo ato o ônus de atuar para afastar as presunções seja na esfera administrativa ou judicial.
          Há quem diferencie presunção de legitimidade (ou legalidade) e presunção de veracidade. A presunção de legitimidade diria respeito à validade do ato em si, enquanto a presunção de veracidade consagraria a verdade dos fatos motivadores do ato.
 b) A imperatividade ou coercibilidade:
           Pela imperatividade a administrativos que cria obrigações aos administrativos independentemente de sua concordância. A imperatividade também é chamada de poder extroverso, porque os atos administrativos interferem na esfera jurídica dos administrativos tão somente pela vontade a administração publica. Exemplo imposição de multa ao motorista infrator, ou seja, a administração publica é intrometida e extrovertida, poder extroverso.
           O atributo da imperatividade só esta presente nos atos administrativos que criam obrigações aos administrativos, estes atributos não estão presentes nos atos chamados de atos negocias que conferem direitos aos administrativos, bem como este atributo também não esta presente nos atos enunciativos, tais como certidão por tempo de serviço, atestado de invalidez do servidor etc.
 c) A auto executoriedade:
           Pela auto executoriedade a administração põe em prática seus atos utilizando meios coercitivos próprios. Há quem divida o atributo da auto executoriedade em: exigibilidade e executoriedade.
            Pela exigibilidade a administração pode fazer uso de meios indiretos de coação. Ex: notifica o munícipe a limpar seu terreno sob pena de multa. Pela executoriedade a administração pode utilizar meios direitos de coação. Ex: apreensão de mercadoria vencida, interdição de estabelecimento e etc.
           A executoriedade é mais do que a elegibilidade e só existe nos seguintes casos:
 i) se houver previsão legal;
ii) usando houver razão de urgência que imponha a pratica do ato sob pena do interesse publico ser irremediavelmente comprometido.
 d) A tipicidade:
           Pela tipicidade deve o ato administrativo deve se ajustar o disciplinado em lei para atingir sua finalidade especialmente pretendida pela administração publica. Ex: para atender a necessidade de serviço o ato é a remoção do servido.
           O ato esta perfeito quando completa o ciclo de sua formação, o ato e valido, quando esta ajustado as exigências normativas, e o ato e eficaz quando esta pronto a produzir seus efeitos. O ato ainda não esta eficaz se:
 i) sujeito a condição suspensiva;
ii) sujeito a termo inicial;
iii) sujeito a ato controlados por parte de outra autoridade.
 
REQUISITOS DO ATO ADMINISTRATIVO
 
          A doutrina diverge quanto à quantidade de requisitos de validade do ato administrativo. Como o tema não foi objeto de tratamento legislativo direto, cada autor tem liberdade para apontar a divisão que entender mais conveniente. Há basicamente duas correntes: a clássica e a corrente mais moderna.
A corrente clássica defendida por Hely Lopes Meirelles e majoritária para concursos públicos está baseada no artigo 2º da Lei nº 4.7171/65, segundo o qual “são nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de: a) incompetência; b) vício de forma; c) ilegalidade do objeto; d)inexistência dos motivos; e) desvio de finalidade”.
De acordo com essa visão, os requisitos do ato administrativo são: competência, objeto, forma, motivo e finalidade.
 São cinco os elementos ou requisitos dos atos administrativos, sujeito ou competência, objeto, forma, motivo e finalidade = FF.COM
 
a) Sujeito ou competência:
 
A competência é requisito vinculado. Para que o ato seja válido, inicialmente é preciso verificar se foi praticado pelo agente competente segundo a legislação para a prática da conduta. No Direito Administrativo, é sempre a lei que define as competências conferidas a cada agente, limitando sua atuação àquela seara específica de atribuições.
Assim, não é competente quem quer mais quem a lei determina..
Como vimos a competência para a prática do ato administrativo não se presume, dependendo sempre de previsão legal.
Características da competência:
 A competência representa regra de exercício obrigatório para órgãos e agentes públicos, sempre caracterizado o interesse público. Portanto, exercitá-la não é livre de decisão de quem a titulariza. (poder-dever do administrador).
Essa competência é irrenunciável, o que se justifica em razão de que o agente público exerce uma função pública, isto é, exerce atividade em nome e interesse do povo, sendoinadmissível em virtude do princípio da indisponibilidade do interesse público, que o administrador público abra mão de algo que não lhe pertence.
O exercício da competência também não admite transação ou acordo, de tal sorte que descaberia repassá-la a outrem, salvo quando expressamente autorizado por lei.
Ela é também imodificável por ato de seu titular, não podendo o administrador, por intermédio de ato administrativo, dilatá-la ou restringi-la, considerando que sua fonte definidora é a lei, logo, um ato superior na estrutura do ordenamento jurídico.
A competência, igualmente, não pode ser afetada pela prescrição (imprescritível), o que significa dizer que, mesmo quando não utilizada, independentemente do tempo, o agente continuará sendo competente.
E para a competência administrativa não se admite prorrogação. Assim, a incompetência não se transmuda em competência, ou seja, se um agente ou órgão público não tiverem competência para certa função, não poderão vir a tê-la posteriormente, pela simples ausência de questionamentos, a menos que a norma definidora seja modificada.
b) Objeto
 
Também é denominado de conteúdo do ato administrativo, é o efeito jurídico imediato que o ato produz é aquilo que se cria, declara, se extingue, modifica no a ordem jurídica. Ex: o objeto de um ato da desapropriação e a própria perda da propriedade para o desapropriado.
 
O objeto deve ser licito, ajustado as existências normativas; possível, realizável nos mundos dos atos dos direito; certo, definido com precisão moral, de acordo com as exigências de boa-fé ética e honestidades. 
c) Forma
Pode ser tomada em um sentido amplo e num sentido restrito, no sentido restrito, forma a exteriorização do ato, no sentido restrito.
Como exemplo os atos praticados pelos chefes do executivo são exteriorizados pela forma do decreto. No sentido amplo, forma verifica também todas as formalidades dispostas em lei para a prática do ato.
A regra e que o ato administrativo seja praticado pela forma escrita e se envolver direito real sobre imóvel, exige-se escritura publica. Admitem-se também ordens verbais e sinais convencionais como formas do ato administrativo. As placas de sinalização do transito, os silvos dos guardas de transito são sinais convencionais.
d) Motivo:
É o pressuposto de fato e de direito que embasa a pratica do ato, ou seja, o pressuposto de fato e o acontecimento com todas as suas circunstancias que levam a administração a praticar o ato, o pressuposto de direito e o dispositivo normativo que fundamenta a pratica do ato.
Motivo e diferente de motivação embora estejam intimamente relacionados, motivação e a exposição dos motivos.
Discute-se na doutrina se a motivação é obrigatória nos atos vinculados e nos atos discricionários, há três correntes de pensamento:
i) a motivação e obrigatória nos atos vinculados;
ii) a motivação e obrigatória nos atos discricionários;
iii) a motivação e obrigatória tanto nos atos vinculados e nos atos discricionários.
 
A última corrente é a predominante, a motivação no ato vinculado é mais sucinta do a que a motivação no ato discricionário, já que basta que o administrador demonstre que existe em concreto a situação descrita de modo preciso pelo legislador. Ex: a concessão de aposentaria ao servidor que preenche os requisitos do artigo 40, parágrafo  primeiro, inc. III alínea "a".
 A motivação somente não será necessária, se a lei não descrever o motivo da pratica do ato, como ocorre por exemplo a exoneração ad nutum dos ocupantes dos cargos em comissão, trata-se de exoneração a qualquer tempo e sem justificativa.  Não obstante ainda que a lei não descreva os motivos da pratica do ato, se o administrado indicar os motivos, então estes devem ser verdadeiros e existentes sob pena do ato estar viciado, trata-se a aplicação da teoria dos motivos determinantes.
        Ligada a motivação existe a teoria dos motivos determinantes, pela qual a administração se vincula aos motivos que elegeu para a prática do ato, de tal sorte que, se os motivos se revelarem inexistentes ou não verdadeiros o ato estará viciado, e se sujeitara a anulação, mesmo que na hipótese não fosse exigido que a administração declina-se o motivo.
 Como exemplo, temos o servidor ocupante em cargo de comissão que é exonerado para a redução de despesa com o pessoal,  e no dia imediato,  é nomeado outro ocupante para o cargo. O exonerado pode requerer a exoneração do ato alegando inexistência do motivo, já que a administração esta vinculada aos motivos que elegeu para a prática do ato ainda que na hipótese não lhe fosse exigido declinar o motivo.
 e) Finalidade
 É o resultado pretendido pela administração, porém a finalidade pode ser tomada em um sentido amplo e em um sentido restrito. No sentido amplo, significa que o ato administrativo deve ser praticado para atender o interesse publico. Vedando-se que seja praticado para o fim deliberado de prejudicar ou favorecer alguém.
 Já no sentido restrito, o ato deve atender ao fim especialmente previsto em lei para a hipótese. Caso não se atenda a finalidade tomada no sentido amplo ou restrito existira o vicio chamado desvio de finalidade, também denominado de desvio de poder. Ex: de desvio de finalidade no sentido amplo, desapropriação para prejudicar um inimigo político. Ex: de desvio de finalidade no sentido restrito, remoção do servido com a finalidade de puni-lo quando o estatuto correspondente estabelece que a finalidade da remoção é a de atender a necessidade do serviço.
 
DISCRICIONARIEDADE E VINCULAÇÃO
 
Na prática dos atos administrativos, a administração hora atua sem liberdade alguma, ora atua com certa margem de liberdade. No primeiro caso, quanto atua sem liberdade alguma, este é denominado de vinculado ou regrado, em que o administrador não tem liberdade de atuação, pois todos os elementos do ato foram descritos na lei de modo preciso. Ex: aposentadoria voluntária do art. 40, parágrafo primeiro, inc. III alínea "a".
 No segundo caso o ao ser praticado o ato este é discricionário, pois a administração poderá escolher dentre as possibilidade legais aquela que melhor soluciona o caso concreto, segundo os princípios da proporcionalidade, mediante juízo de conveniência e oportunidade.
 
Como exemplo da escolha da punição do servidor faltoso a lei costuma possibilitar ao superior hierárquico mais de uma possibilidade de pena levando em consideração a pessoa do infrator, a gravidade da infração, os danos causado ao serviço e etc.
Para saber se o ato a ser praticado é vinculado ou discricionário, deve ser consultado a legislação. Expressões do tipo, será, devera ser, por critério vinculado outras equivalentes, indica que o ato a ser praticado é vinculado, por outro lado expressões do tipo, poderá ser,  é faculdade, por razoes de conveniência e oportunidade, por razoes de interesse publico, mediante juízo discricionário e outras equivalentes, indicam que o ato a ser praticado é discricionário.
i) Sujeito: é elemento sempre vinculado, pois a lei estabelece quem é o competente para à pratica do ato.
ii) Finalidade: para a doutrina tradicional é elemento vinculado, pois o ato deve atender o ato de interesse publico, considerado genericamente e também ao fim especificamente previsto em lei para a hipótese. A doutrina moderna, ressalva que a finalidade pode permitir um juízo discricionário se a lei mencionar a finalidade por meio de conceitos indeterminados, fluidos, imprecisos, tais como ordem pública, paz social, saudade publica, etc.
iii) Forma: A forma normalmente é vinculada, que a lei costuma dizer como o ato será exteriorizado, se houver opção de forma ela será discricionária.
iv) Motivo: o motivo pode ser vinculado ou discricionário, seja vinculado se a lei usar palavras precisas, para dizer do motivo. Ex: o motivo da aposentadoria compulsória do servidor é o que completar 70 anos de idade. Será discricionário se a lei usar conceitos indeterminados, para falar do motivo. Exemplo: praticar conduta escandalosa na repartição é motivopara punição do servidor.
v) Objeto ou conteúdo: do ato pode ser vinculado ou discricionário, será vinculado se a lei estabelecer qual o conteúdo do ato para atender ao fim perseguido. Ex: praticada a infração x a pena é y e nenhuma outra. Será discricionário o conteúdo do ato se a lei estabelecer mais de um conteúdo possível para atender o fim perseguido. Ex: praticada a infração x as penas pode ser y ou z.
Conclui-se então que a discricionariedade considerando-se os elementos do ato administrativo normalmente residira no motivo e no objeto.
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
 
Quanto aos destinatários do ato: os atos classificam-se em gerais e individuais. Os atos gerais são os atos normativos, e que se destinam a todos que se encontrem numa mesma situação, indistintamente. Ex: regulamento do IR. Sujeitam-se à disciplina peculiar:
 
          Quanto ao alcance: os atos classificam-se em internos e externos. Os primeiros são os que produzem efeitos no interior das repartições públicas, e, então, não exigem publicação para deflagração dos efeitos, bastando a cientificação dos interessados. Como exemplo uma escala de plantão de servidor.
Os segundos são os que produzem efeitos para além do interior das repartições e exigem publicação para deflagração de seus efeitos. Como exemplo  um edital de concorrência pública.
           Quanto ao objeto do ato: os atos classificam-se em “de império”, “de gestão” e “de expediente”.
Os atos de império caracterizam-se por sua imposição coativa aos administrados, fundados nas prerrogativas de autoridade conferidas à Administração Pública, sob regime jurídico de direito público que é exorbitante do regime de direito comum.
          Os atos de gestão são os praticados pela Administração sem prerrogativas de autoridade visando gerir seus bens e seus serviços, como qualquer pessoa o faz.
            Os atos de expediente, por sua vez, são os que não têm conteúdo decisório e se destinam a dar andamento aos variados requerimentos, papéis, processos, nas repartições públicas.
                    Quanto ao regramento do ato: classificam-se em atos discricionários e atos vinculados (também chamados de regrados), já analisados anteriormente.
           Quanto à formação do ato: os atos classificam-se em simples, complexos e compostos.
 Simples são os atos que decorrem da manifestação de vontade de um só órgão, seja ele unitário ou colegiado. Como exemplo decreto de nomeação de um servidor para compor uma comissão de estudo;
 Atos complexos, por sua vez, são os que decorrem da conjugação de vontades de mais de um órgão, unitários ou colegiados, formando um ato único. Ex: decreto do Presidente da República referendado pelo Ministro da pasta referente ao objeto do ato. 
Finalmente, os atos compostos são os que resultam da vontade de um órgão, mas que é dependente da manifestação prévia ou posterior por parte de outro órgão. Ex: aposentadoria por invalidez que depende de laudo médico que ateste a invalidez.
          Ordinariamente, os atos que dependem de autorização, homologação, laudo técnico, etc são considerados compostos.
          Há autores que classificam os atos tão somente em simples e complexos, sendo que os atos complexos são os que resultam da manifestação de vontade de mais de um órgão. Ex: nomeação de alguém baseada em lista de nomes elaborada por outro órgão.
ATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE
 
          Dividiremos os atos quanto ao conteúdo e quanto à forma.
 
Quanto ao conteúdo:
           a) atos administrativos negociais: a autorização, a licença, a permissão e a admissão.
 i) A autorização é ato unilateral e discricionário pelo qual a Administração Pública defere ao interessado a prática de ato material com base no poder de polícia, como por exemplo, a autorização para porte de arma, ou então defere o uso privativo de bem público. A autorização fundada no poder de polícia contrapõe-se a licença, quando ela também é fundada no mesmo poder.
 A autorização de uso de bem público contrapõe-se a permissão de uso de bem público. Nesse caso destina-se ao uso episódico, temporário de bem público, por exemplo, autorização para instalação de circo para temporada, em área municipal. A autorização é deferida no interesse predominante do particular, de forma que, mesmo obtida a autorização, caso ele não utilize o bem público, nada lhe ocorrerá.
 A permissão de uso de bem público, por sua vez, é ato unilateral e discricionário pelo qual se defere ao particular o uso privativo de bem público, sem o caráter episódico da autorização, mas sujeita a revogação por razões de interesse público, exemplo, permissão de uso de parte da calçada para instalação de banca de jornal.
 Além da permissão de uso de bem público, existe também a permissão de serviço público. A permissão de serviço público tradicionalmente era entendida como ato administrativo unilateral administrativo unilateral e discricionário pelo qual se transferia a alguém a prestação de um serviço público, e na hipótese de se submeter a prazo, isto é, de permissão condicionada ou qualificada a revogação antes do fim do prazo acarretava indenização.
 A partir da CF/88 o art. 175 confere natureza contratual a permissão de serviço público e a lei 8.987/95, no art. 40, inicia estabelecendo que a permissão de serviço público é contrato de adesão (todo contrato administrativo é de adesão), mas finaliza estabelecendo que é revogável e precário, como se a permissão fosse ato unilateral. Em razão disso, a doutrina se divide, uns sustentando que ela é contrato administrativo e outros que ela é ato administrativo. Em prova de teste preferir a opção contrato.
 Por fim, a admissão é ato administrativo unilateral e vinculado a quem atende aos requisitos legais a inclusão em estabelecimento governamental para fruição de um serviço público. Exemplo, admissão em universidade pública.
 b) Atos administrativos de controle: aprovação e homologação.
 A aprovação é um ato administrativo unilateral e discricionário pelo qual a administração exerce o controle sobre certo ato jurídico, manifestando-se prévia ou posteriormente a sua prática. Exemplo, art. 5º da Lei 9.986/2000.
 Homologação é ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a administração pública exerce o controle de legalidade sobre certo ato administrativo a posteriori. Exemplo, art. 43, VI, da Lei nº 8.666/93.
 c) Atos administrativos enunciativos: parecer e visto.
 Parecer é a opinião exarada por órgãos consultivos sobre assuntos técnicos ou jurídicos de sua competência.
O visto por sua vez é ato unilateral de controle formal sobre certo ato jurídico, não implica concordância quanto a seu conteúdo. Ex.: visto do chefe imediato encaminhado por servidor ao chefe mediato.
 Quando a forma: decreto, resolução, portaria, circular, despacho e alvará. 
 a) Decreto é a forma pela qual os atos de competência privativa dos chefes do Poder Executivo são praticados, abrangendo tanto ato individual quanto geral. Ex.: decreto de nomeação de servidores, decreto regulamentar.
 b) A resolução e portaria são formas pelas quais são praticados os atos gerais e individuais por autoridades diversas dos chefes do Poder Executivo. No Estado de São Paulo pela lei nº 10.177/98 a resolução é ato de competência privativa dos Secretários de Estado, do Procurador Geral do Estado e dos Reitores das Universidades Públicas e a portaria é ato de competência de todas as autoridades até o nível do diretor de serviço, além das autoridades policiais, dos dirigentes de entidades descentralizadas e de eventuais outras autoridades previstas em leis próprias.
 c) Circular é a forma pela qual são transmitidas ordens escritas, internas e uniformes dos superiores aos seus subordinados visando ao ordenamento do serviço.
 e) Despacho: são as decisões proferidas nos requerimentos, processos sujeitos a apreciação da autoridade administrativa.
 O despacho é normativo quando acolhe parecer sobre certa matéria e decide o caso concreto dando efeito normativo para regeros casos semelhantes futuros conforme o que ficou decidido.
 f) Alvará: é a forma pela qual são exteriorizadas a licença e a autorização para atos submetidos ao poder de policia.
 
 
EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO
         
          O ato administrativo é praticado, produz efeitos e desaparece. Seu ciclo vital encerra-se de diversas maneiras, conhecidas como forma de extinção do ato administrativo.
A.             CUMPRIMENTO DE SEUS EFEITOS: em razão do tempo ou do conteúdo do ato; ex. gozo de férias de um funcionário; permissão de uso de bem público por determinado tempo; licença para construir;
B.             DESAPARECIMENTO DO SUJEITO OU DO OBJETO: morte do funcionário público ou do permissionário; tomada pelo mar de um terreno da marinha dado em aforamento extingue a enfiteuse;
C.            REVOGAÇÃO: tem lugar quando uma autoridade, no exercício de sua competência administrativa, conclui que um dado ato ou relação jurídica não atendem ao interesse público e por isso resolve eliminá-los a fim de prover de maneira mais satisfatória às conveniências administrativas. É a extinção de um ato administrativo ou de seus efeitos por outro ato administrativo, efetuada por razões de conveniência e oportunidade, respeitando-se os efeitos precedentes. O agente que revoga tanto pode ser aquele que produziu o ato quanto autoridade superior no exercício do poder hierárquico (a lei é que define a competência da revogação); o objeto da revogação é um ato administrativo válido ou uma relação jurídica válida dele decorrente; A faculdade de revogar está fundada no poder genérico de agir de dado órgão da Administração Pública. Mas só se encontra onde existe a prerrogativa de modificar ulteriormente a relação jurídica oriunda do ato anterior.
O motivo da revogação é a inconveniência ou inoportunidade do ato ou da situação gerada por ele. É o resultado de uma reapreciação sobre certa situação administrativa que conclui por sua inadequação ao interesse público. É conseqüência de um juízo feito hoje sobre o que foi produzido ontem, resultando no entendimento de que a solução tomada não convém agora aos interesses administrativos; A revogação, quando legítima, de regra, não dá margem à indenização. Com efeito, quando existe o poder de revogar perante a ordem normativa, sua efetivação normalmente não lesa direito algum de terceiro. Contudo, não se pode excluir a hipótese, tanto mais porque, como é sabido, existe responsabilidade do Estado por ato lícito (ex. decreto municipal que fecha as ruas centrais da cidade para veículos automotores, ocasionando danos aos edifícios-garagens que tinham autorização para desempenharem suas atividades);
          Não podem ser revogados os atos vinculados, pois não há liberdade de escolha; os que já exauriram seus efeitos ou quando o agente já exauriu sua competência para o ato e não podem ser revogados os atos que geram direitos adquiridos.
D.            ANULAÇÃO ou invalidação é o desfazimento do ato administrativo por razões de ilegalidade. Como a desconformidade com a lei atinge o ato em suas origens, a anulação produz efeitos retroativos à data em que foi emitido (ex tunc) ou seja, desde então. A anulação pode ser feita pela própria administração com base no seu poder de autotutela sobre os próprios atos e, pode ser feita também, pelo Poder Judiciário, mediante provocação dos interessados, que poderão utilizar, para esse fim, quer as ações ordinárias e especiais previstas na legislação processual, quer os remédios constitucionais de controle judicial da  Administração Pública.
Maria Sylvia Zanella di Pietro defende que a  Administração tem, em regra, o dever de anular os atos ilegais, sob pena de cair por terra o princípio da legalidade. No entanto, poderá deixar de fazê-lo, em circunstâncias determinadas, quando o prejuízo resultante da anulação puder ser maior do que o decorrente da manutenção do ato ilegal; nesse caso, é o interesse público que norteará a decisão (Seabra Fagundes), desde que não haja dolo, dele não resulte prejuízo ao erário, nem a direitos de terceiros (atos praticados por funcionário de fato (não universitário para os cargos que exigem essa capacidade; ou praticado por agente que após atingir a idade limite para aposentadoria compulsória, continua no cargo, ou após vencido o prazo para contratação).
Assim, a ilegalidade do ato poderá ser quando houver:
-                 Vício relativo ao sujeito: incompetência e incapacidade; praticado com abuso de poder: excesso de poder e desvio de poder ou de finalidade;
-                 Vício relativo ao objeto: proibido por lei (desapropriação de um bem da União efetuada pelo município); autoridade aplica pena de remoção ex officio e esta não é pena ou de demissão quando o caso era só de repreensão; nomeação para um cargo inexistente;
-                 Vício relativo a forma: o ato é ilegal quando a lei expressamente a exige ou quando determinada finalidade só possa ser alcançada por determinada forma. Ex. o decreto é a forma que deve revestir o ato do Chefe do Poder Executivo; o edital é a única forma possível para convocar interessados em participar de concorrência;
-                 Vício quanto ao motivo: falsidade ou inexistência de motivo; punição de funcionário e este não praticou qualquer infração ou os fatos são falsos;
-          Vício relativo à finalidade: desvio de poder, o agente desvia-se ou afasta-se da finalidade que deveria atingir para alcançar o resultado diverso, não amparado pela lei. Ex. desapropriação para perseguir determinada pessoa ou para favorecer outra.
          HELY LOPES MEIRELLES não admite a existência de atos administrativos anuláveis, pela impossibilidade de preponderar o interesse privado sobre atos ilegais, ainda que assim o desejem as partes, porque a isso se opõe a exigência da legalidade administrativa. Daí a impossibilidade jurídica de convalidar-se o ato considerado anulável que não passa de um ato originariamente nulo.
 - Convalidação: é o ato administrativo pelo qual é suprido o vício existente em um ato ilegal, com efeitos retroativos à data em que este foi praticado. É ato discricionário, mas a administração não pode convalidar um ato que cause prejuízo a terceiros ou que tenha sido produzido de má-fé.
          Se o vício é quanto ao sujeito e não seja o caso de competência  exclusiva, pode ser convalidado pelo superior hierárquico; mas não se admite a ratificação quando haja incompetência em razão da matéria, por ex., quando um Ministério pratica ato de competência de outro.
          Quanto ao motivo e à finalidade não pode haver convalidação; se o fato não ocorreu, não justifica a prática daquele ato, não há o que se convalidar. Do mesmo modo quanto ao objeto; se este não é legal, não pode ser convalidado, mas pode ser, como exceção a regra, convertido (conversão).
 PORTANTO:
 REVOGAÇÃO: - discricionariedade da Administração
Efeitos "ex nunc"- a partir de agora
Quem tem competência?
Enquanto a anulação pode ser feita pelo Judiciário e pela Administração, a revogação é privativa desta última porque seus fundamentos - oportunidade e conveniência - são vedados à apreciação do Poder Judiciário.
ANULAÇÃO:- atos viciados, ilegítimos ou ilegais
Efeitos "ex tunc"- desde então
Quem tem competência?
  Pode ser feita pelo Judiciário e pela a Administração.
 E. RENÚNCIA – ocorre quando o próprio beneficiário do ato abre mão da situação proporcionada pelo ato. Exemplo: exoneração de cargo a pedido do ocupante.
1. Introdução
 
          Organização Administrativa é o capítulo do Direito Administrativo que estuda a estrutura interna da Administração Pública, os órgãos e pessoas jurídicas que a compõem.
          No âmbito federal, o tema é disciplina pelo Decreto-Lei nº 200/67 que “dispõe sobre a organização da Administração Pública Federal e estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa”.
 
2. Concentração e Desconcentração
Concentração é o modo de cumprimento de competências administrativas por meio de órgãos públicos despersonalizadose sem divisões internas em repartições ou departamentos. Trata-se de situação raríssima, pois pressupõe a ausência completa de distribuição de tarefas.
Na desconcentração as atribuições são repartidas entre órgãos públicos pertencentes a uma única pessoa jurídica, mantendo a vinculação hierárquica. Exemplos de desconcentração são os Ministérios da União, as Secretarias estaduais, os postos de atendimento da Receita Federal, as delegacias de policia, os Tribunais de Contas, as Casas Legislativas.
O conceito central da concentração e da desconcentração é a noção de órgão público. Órgão público é um núcleo de competências estatais sem personalidade jurídica própria.
3. Centralização e Descentralização
          Centralização é o desempenho de competências administrativas por uma única pessoa jurídica governamental. È o que ocorre, por exemplo, com as atribuições exercidas diretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
          Descentralização, as competências administrativas são exercidas por pessoas jurídicas autônomas, criadas pelo Estado para tal finalidade. São elas: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.
          Entidades da Administração Pública Indireta ou Descentralizada é composta por pessoas jurídicas autônomas com natureza jurídica de direito público ou de direito privado. A natureza jurídica de direito público ou de direito privado determina diversas características jurídicas especiais, definindo qual o regime jurídico aplicável.
          São pessoas de direito público: autarquias, fundações públicas, agências reguladoras e associações públicas.
          São pessoas de direito privado: empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações privadas.
 
AUTARQUIAS
 
             São pessoas jurídicas de direito público interno, pertencentes à Administração Pública Indireta, criadas por lei específica para o exercício de atividades típicas da Administração.
             Exemplos: Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS; Banco Central – Bacen; Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e Renováveis – Ibama; Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cadê; Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra.
             Na maioria das vezes, o nome “instituto” designa entidades públicas com natureza autárquica.
             O conceito legal de autarquia é apresentado no artigo 5º, I do Decreto- Lei 200/67 (ver referido dispositivo)
             - são pessoas jurídicas de direito público: significa dizer que o regime jurídico aplicável a tais entidades é o regime jurídico público, e não as regras de direito privado;
             - são criadas e extintas por lei específica – a personalidade jurídica de uma autarquia surge com a publicação da lei que a institui, dispensando o registro dos atos constitutivos em cartório. Nesse sentido, estabelece o artigo 37, XIX, da Constituição Federal: “somente por lei específica será criada autarquia”. A referência à necessidade de lei “específica” afasta a possibilidade de criação de tais entidades por meio de leis multitemáticas. Lei específica é a que trata exclusivamente da criação da autarquia. Em respeito ao princípio da simetria das formas, se a criação depende de lei, então a extinção de autarquia também exige lei específica.
             - dotadas de autonomia gerencial, orçamentária e patrimonial -  autonomia é capacidade de autogoverno representando um nível de liberdade na gestão de seus próprios assuntos, intermediário entre a subordinação hierárquica e a independência. Portanto, as autarquias não estão subordinadas hierarquicamente à Administração Pública Direta, mas sofrem um controle finalístico (princípio da tutela).
             - nunca exercem atividade econômica -  autarquias somente podem desempenhar atividades típicas da Administração Pública conforme dispõe o artigo 5º, I do Decreto 200/67, como prestar serviços públicos, exercer poder de polícia ou promover o fomento.
             - são imunes a impostos- por força do artigo 150, § 2º da CF/88, as autarquias não pagam nenhum imposto. (ver referido dispositivo)
             - seus bens são públicos -  daí estarem revestidos dos atributos da impenhorabilidade, inalienabilidade e imprescritibilidade.
             - praticam atos administrativos e celebram contratos administrativos
             - possuem prerrogativas especiais da Fazenda Pública -  prazo em dobro para recorrer e em quádruplo para contestar, desnecessidade de adiantar as custas processuais e de anexar procuração do representante legal
             - responsabilidade objetiva – artigo 37, § 6º da CF (ver dispositivo)
 
ESPÉCIEIS DE AUTARQUIAS
A doutrina identifica diversas categorias de autarquias:
- autarquias administrativas ou de serviço: são as autarquias comuns dotadas do regime jurídico ordinário dessas espécie de pessoa pública. Ex. INSS
- autarquias especiais: caracterizam-se pela de determinadas peculiaridades normativas que as diferenciam das autarquias comuns, como uma mais acentuada autonomia. Ex.: Banco Central, a Sudene, as agências reguladoras
- autarquias corporativas: também chamadas de corporações profissionais ou autarquias profissionais: são entidades com atuação de interesse público encarregadas de exercer controle e fiscalização sobre determinadas categorias profissionais. Ex.: Conselhos de Classe, como CREA, CRO e CRM.
OBS.:  Já a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) perdeu status  de autarquia no Supremo Tribunal Federal. O STF no julgamento da ADi n. 3026-2006 negou natureza jurídica autárquica da OAB, entendendo que  falta personalidade jurídica de direito público, não tendo nenhuma ligação com a Administração Pública. A OAB seria uma entidade sui generis. Daí, não é uma entidade da Administração Indireta da União, mas um serviço público independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro. Também não está incluída na categoria na qual se inserem essas que se tem referido como         "autarquias especiais", para pretender-se afirmar equivocada independência das hoje as chamadas "agencias". Não está sujeita a controle da Administração, nem a qualquer das suas partes está vinculada. Incabível a exigência de concurso público para a admissão dos contratados sob o regime trabalhista na OAB.
- autarquias fundacionais: são as criadas mediante a afetação de determinado patrimônio público a certa finalidade. São conhecidas como fundações públicas. Ex. Procon, Funai etc
- autarquias territoriais: são departamentos geográficos administrados diretamente pela União. Na CF-88 tais autarquias recebem o nome de territórios federais (art. 33 da CF)             
 
AUTARQUIA DE REGIME ESPECIAL. Trata-se de autarquia com tratamento diferenciado em alguns pontos. Surgiu para definir universidades públicas. Quase todas as universidades federais são autarquias especiais, mas por quê? Normalmente, chefe do Executivo escolhe o chefe da autarquia; reitores são escolhidos pelo corpo docente e funcionários. Além disso, as universidades têm liberdade para decidir sobre o currículo. Assim, vejamos algumas peculiaridades: (1) REITOR escolhido por ELEIÇÃO e (2) LIBERDADE para CURRÍCULO.
 
AGÊNCIAS REGULADORAS
 
                               A criação das agências reguladoras brasileiras teve uma direta relação com o processo de privatizações e a reforma do Estado iniciado na metade dos anos 90.
                               A partir de 1995, iniciou-se um processo acelerado de privatizações e reformas estatais cujo passo inaugural consistiu na promulgação de sucessivas emendas constitucionais abrindo caminho para a implantação do novo modelo. As mais importantes dessas emendas foram:
a) Emenda Constitucional n. 5, de 15-8-1995, que decretou o fim da exclusividade da prestação direta, pelos Estados-membros, dos serviços locais de gás canalizado.
b) Emenda Constitucional n. 6, de 15-8-1995, responsável pela extinção do tratamento favorecidopara as empresas brasileiras de capital nacional, especialmente quanto à pesquisa e à lavra de recursos minerais e ao aproveitamento dos potenciais de energia hidráulica.
c) Emenda Constitucional n. 8, determinou o fim da exclusividade estatal na prestação dos serviços de telecomunicação.
d) Emenda Constitucional n. 9, determinou a quebra do monopólio estatal das atividades de pesquisa, lavra, refino, importação, exploração e transporte de petróleo, gás natural e hidrocarbonetos.
                               Importante, ressaltar que as Emendas Constitucionais nºs 8/95, o inciso XI do artigo 21 da CF, ganhou a seguinte redação; “ compete à União: “... XI – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de órgão regulador e outros aspectos institucionais”
                               Na mesma linha, o inciso III do § 2º do artigo 177 da CF, com redação dada pelo artigo 2 da Emenda Constitucional 9/95, prescreve: “A lei a que se refere o § 1º disporá sobre (...) – a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio da União”.
                               Portanto, as Emendas Constitucionais n. 8/95 e 9/95 são consideradas o marco histórico introdutor das agências reguladoras brasileiras.
 
             Exemplos de Agências: ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica - criada pela Lei 9.427/1996;  ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações – cariada pela Lei n. 9472/97; AMP – Agência Nacional de Petróleo – criada pela Lei n. 9478/97; ANS – Agência Nacional de Saúde – criada pela Lei n. 9961/2000; ANA – Agência Nacional de Águas – criada pela Lei n. 9984/2000 dentre outras. (ver referidas Leis)
 
             Qual a natureza jurídica das agências reguladoras?  São autarquias com regime especial, possuindo todas as características jurídicas das autarquias comuns, mas delas se diferenciam pela presença de duas peculiaridades em seu regime jurídico:
a)             Dirigentes estáveis:  ao contrário das autarquias comuns, em que os dirigentes ocupam cargos em comissão exoneráveis livremente pelo Poder Executivo, nas agências reguladoras os dirigentes são protegidos contra o desligamento imotivado. A perda do cargo de direção em uma agência reguladora só pode ocorrer: 1) com o encerramento do mandato; 2) por renúncia: 3) por sentença judicial transitado em julgado. Essa proteção contra a exoneração imotivada ou ad nutum representa uma estabilidade mais acentuada, permitindo ao dirigente exercer tecnicamente suas funções sem preocupação com influências políticas ou partidárias;
 
b)             Mandatos fixos – diferentemente do que ocorre
 
REGIME JURÍDICO:
- DEVER DE LICITAR. Lei 9.472/97, lei geral das telecomunicações, que criou a ANATEL. A lei diz que agência reguladora não obedece a lei 8.666. Modalidades de licitação exigidas: pregão e consulta. Constitucional essa lei? ADIN 1668, STF entendeu que (a) agência deve seguir lei de licitações; inconstitucional nessa parte, portanto; (b) pode, no entanto, seguir modalidades específicas de pregão ou consulta. Quem pode fazer pregão hoje no Brasil? Em 1997, ninguém fazia pregão no Brasil ou consulta. Pregão foi introduzido em 2000 apenas para a União, sendo estendido depois a todos os demais entes da federação pela Lei nº 10.520/02.
 
AGÊNCIA EXECUTIVA
 
                               Nasceu da Lei 9.649/98: agência executiva tem natureza de autarquia e fundação, que precisa ser melhorada. É uma qualificação (agência executiva) que recebem essas autarquias e fundações públicas. Não se cria outra entidade. Apenas dá um status ou qualificação de agência executiva para uma autarquia ou fundação que já existe.
             Para tanto, a entidade elabora um plano estratégico de reestruturação. Para executar o plano, a entidade celebra com a administração direta um contrato de gestão, por meio do qual o ente receberá mais recursos e mais liberdade para torná-la eficiência. O status depende de um decreto do Presidente e dura até final do contrato de gestão, ou seja, é temporário. Como exemplo: INMETRO.
 
FUNDAÇÃO
            As Fundações são pessoas jurídicas compostas por um patrimônio personalizado, destacado pelo seu instituidor para atingir uma finalidade específica, denominadas, em latim, universitas bonorum.
Essa definição serve para qualquer fundação, inclusive para aquelas que não integram a Administração indireta (não-governamentais). No caso das fundações que integram a Administração indireta (governamentais), quando forem dotadas de personalidade de direito público, serão regidas integralmente por regras de direito público. Quando forem dotadas de personalidade de direito privado, serão regidas por regras de direito público e direito privado.
Tanto uma quanto outra são compostas por patrimônio personalizado. No caso da fundação pública, o referido patrimônio é destacado pela Administração direta, que é o instituidor da fundação. Podemos citar, a título de exemplo, as seguintes fundações: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Universidade de Brasília (UNB), Fundação Estadual do Bem-estar do Menor (Febem), Fundação Nacional do Índio (Funai); Fundação Memorial da América Latina (FMAM), Fundação Padre Anchieta (TV Cultura).
As fundações integrantes da Administração indireta do Estado (fundações de direito público ou governamentais) poderão assumir personalidade jurídica de direito público ou privado, em que pese aos entendimentos doutrinários diversos, no sentido de somente ser possível a instituição de fundações sob a sistematização do Código Civil , com criação por meio de escritura pública ou testamento e sempre com personalidade jurídica de direito privado.
Com efeito, de acordo com o que determina a CF/88 em seu artigo 37, inciso XIX, e de regras legais vigentes, para a criação de fundações públicas com personalidade jurídica de direito público, faz-se necessário autorização legislativa e conseqüente elaboração de atos constitutivos, diferente do que ocorre com as autarquias, que são efetivamente criadas por lei específica. Posto isso, cumpre observar que grande parcela da doutrina entende que, quando é instituída uma fundação pública com personalidade jurídica de direito público, esta em tudo se equipara às autarquias; por isso devem ser criadas por lei específica, e não somente autorizadas, e denominam-se autarquias fundacionais. Com efeito, o Egrégio Supremo Tribunal Federal já decidiu ser a fundação espécie de autarquia, com conseqüente aplicação do regime jurídico das autarquias às fundações, in verbis “... o entendimento desta Corte é o de que a finalidade, a origem dos recursos e o regime administrativo de tutela absoluta a que, por lei, estão sujeitas, fazem delas espécie do gênero autarquia”.
 
1. Características
·                 Liberdade financeira: a exemplo das autarquias, as fundações desfrutam de liberdade, nos limites da lei e das finalidades que perseguem, para definir a melhor forma de utilização de seu patrimônio e capital; todavia, porque integrantes da Administração indireta do Estado e destinatárias de verbas públicas, submetem-se ao controle do respectivo Tribunal de Contas do ente a que se vincula.
·                 Liberdade administrativa: cumpre às fundações decidir a melhor forma de atuar na busca dos objetivos que nortearam sua instituição, definindo sua política de prestação de serviços; todavia, com controle finalístico dos atos pelo Judiciário.  
·                 Dirigentes próprios: também possuem liberdade na escolha de seus dirigentes, que deve ser realizada na forma determinada nos atos constitutivos da fundação.
·                 Patrimônio próprio e  personalizado: significa que sobre ele recaem normas jurídicas que o tornam sujeito de direitos e obrigações e está voltado a garantir que seja atingida a finalidade para qual foram criadas. Em coerente lição da doutrina, a fundação não é dotada de patrimônio, ela é opatrimônio.
 
3. Criação e Extinção
As fundações são criadas no ordenamento jurídico. Se sua personalidade for de direito público, será criada por lei específica (regras de direito público).
As fundações governamentais, sejam de personalidade de direito público, sejam de direito privado, integram a Administração Pública. Com efeito, de acordo com maioria doutrinária, a lei cria e dá personalidade para as fundações governamentais de direito público, denominadas autarquias fundacionais. As fundações governamentais de direito privado são autorizadas por lei e sua personalidade jurídica se inicia com a constituição e o registro de seus estatutos (artigo 37, inciso XIX, da Constituição Federal). Cumpre observar que as fundações são extintas da mesma forma como são criadas.
4. Responsabilidade
As fundações também respondem pelas suas próprias dívidas e obrigações contraídas. A Administração direta tem responsabilidade subsidiária quanto às dívidas e obrigações das fundações, ou seja, a Administração somente poderá ser acionada depois de exaurido todo o patrimônio, as forças das fundações.
As fundações governamentais, independentemente de serem dotadas de personalidade de direito público ou privado, assim como as autarquias, também terão responsabilidade objetiva quanto aos atos praticados pelos seus funcionários (artigo 37, § 6.º, da Constituição Federal/88), respondendo pelos prejuízos que esses causarem a terceiros. Tal responsabilidade se justifica não só em razão da previsão constitucional, mas sim em razão da natureza das atividades e dos fins de criação das fundações. 
 
EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
 
1-   COMPARAÇÃO
EMPRESA PÚBLICA:
- Pessoa jurídico de direito público ou privado? PRIVADO.
- Para que serve? Prestação de serviços públicos ou exploração de atividade econômica.
- A qualificação “pública” diz respeito ao capital, que é exclusivamente público.
- Pode adotar qualquer modalidade empresarial admitida em nosso ordenamento (S/A, Ltda. etc.).
 
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA:
- Pessoa Jurídica direito PRIVADO.
- Para que serve? Prestação de serviços públicos ou exploração de atividade econômica.
- Capital misto. A maioria do capital votante deve estar nas mãos do poder público.
- Só pode ser S/A.
 
Assim, quais as SIMILARIDADES entre empresa pública e sociedade de economia mista?  Pessoa Jurídica de Direito Privado e  servem para mesma finalidade.
Quais as DIFERENÇAS?
- Capital: Empresa Pública: exclusivamente público, enquanto Sociedade de Economia Mista: misto.
- Constituição: Empresa Pública pode adotar  qualquer tipo; Sociedade de Economia Mista só pode ser S/A.
- Competência para ações. Conforme dispõe a CF/88 em seu artigo  109, I: Empresa pública federal, de quem é a competência? Justiça federal. Sociedade de Economia federal: Justiça estadual. STF, súmulas 517 e 556.
	Empresa Pública
	Sociedade de Economia Mista
	SIMILARIDADES
	PJ de direito privado
	Podem prestar serviço público ou exercer atividade econômica
	DIFERENÇAS
	Capital exclusivamente público
	Capital misto
	Pode constituir-se em qualquer tipo de empresa
	Só S/A
	Competência da Justiça Federal
	Competência da Justiça Estadual
 
 
 2. REGIME JURÍDICO
 
                               Regime MISTO, porque mistura regras de direito privado e público. Se prestadora de serviço público, prevalência de regime de direito público, mais próxima da autarquia. Se exploradora de atividade econômica, regime mais próximo da iniciativa privada.
 
CF/88: Art. 173, “a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei”, intervenção na atividade econômica só se justifica pela (i) segurança nacional e (ii) relevante interesse coletivo. Assim, não se pode explorar qualquer atividade econômica.
Regras para Empresa Pública (EP) ou Sociedade de Economia Mista (SEM) prestadoras de serviço público:
	 
	SEM/EP prestadora de serviço público
	SEM/EP exploradora de atividade econômica
	Licitação
	Obrigatório, lei 8.666: 1º; CF: 37, XXI. Possibilidade de dispensa (lei 8.666: 17 e 24) e inexigibilidade (lei 8.666: 25)
	Facultativo, CF: 173, par. 1º, III. “A lei estabelecerá o estatuto jurídico”: estatuto ainda não veio; enquanto isso, aplica-se 8.666. Possibilidade de dispensa (lei 8.666: 17 e 24*) e inexigibilidade (lei 8.666: 25).
	Falência
	Não estão sujeitas a falência, cf. lei 11.101/05: 1º.
	Havia alguma doutrina dizendo que cabível falência, mas LRE não faz distinção; assim, não estão sujeitas a falência, cf. lei 11.101/05: 1º.
	Responsabilidade
	SIM, CF: 37, VI.
Responsabilidade OBJETIVA. Solidariamente, existe ordem de preferência.
	NÃO, aplica-se o direito civil.
Responsabilidade SUBJETIVA. Aqui, o Estado não responde.
	Bens públicos
	Em regra, NÃO, são penhoráveis etc., porque seguem regime privado. EXCEÇÃO: só serão bens públicos aqueles diretamente ligados à prestação de serviço público, pelo princípio da continuidade do serviço público. Há divergência minoritária, no entanto.
	Privilégios tributários
	NÃO têm privilégios, desde que cobre tarifas. CF: 150, par. 3º: não há aplicação da imunidade recíproca quando houver cobrança do tarifa do usuário. Assim, quando houver prestação de serviço público, possível a tarifa.
	CF: 173, par. 2º: NÃO têm privilégios, salvo os extensíveis à iniciativa privada.
	Pessoal
	Quadro NÃO TEM SERVIDOR PÚBLICO, mas SERVIDORES DE ENTES GOVERNAMENTAIS DE DIREITO PRIVADO, seguindo regime celetista, i.e. empregados. Esses empregados equiparam-se a servidor público em alguns aspectos:
(i)             Concurso público;
(ii)            Regime da não-acumulação (exceções na CF);
(iii)          Teto remuneratório (caso precise de repasse; em caso contrário, não aplicável teto);
(iv)         Improbidade, equiparados a funcionários públicos pela lei penal;
(v)           Sujeitos a remédios constitucionais.
O empregado da EP ou SEM não goza de estabilidade do CF: 41, podendo ser a dispensa imotivada (TST, súmula 390; OJ 247)**.
 
* Dispensa para 20% do convite.
** ECT é empresa pública, mas tem tratamento de Fazenda Pública, ou seja, autarquia (regime de precatório, imunidade tributária recíproca, impenhorabilidade de bens etc.). Mesmo tendo tratamento de empresa pública, abriu lojas por franchising, quando deveria fazer licitação. Tribunal de contas foi atrás.
 
A licitação é dispensável quando a competição for impossível, o que ocorre quando prejudica a finalidade da atividade ou prestação do serviço. Como essa atividade é de interesse público, teríamos a licitação, que visa ao interesse público, obstando a busca do interesse público. A licitação é afastável sempre que prejudicar o interesse público, que ela mesma quer proteger. O rol de circunstâncias é EXEMPLIFICATIVO. Exemplo: gráficas de diários oficiais são normalmente sociedades de economia mista, que também atuam no mercado. Se para comprar papel tivesse que licitar, deixaria de ser competitiva, daí dispensa. Agora, para construir sede nova, obviamente necessário o certame licitatório.
 
ENTES DE COOPERAÇÃO 
 
        Entes de cooperação estão fora da administração, pertencem ao TERCEIRO SETOR, também chamados ENTES PARA-ESTATAIS. ONGs podem pertencer a esta categoria, mas não necessariamente. São pessoas jurídicas de direito privado que não podem ter fins lucrativos, apesar de poder acontecer incidentalmente.
 
1. SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS
 
                               Ou SISTEMA “S”, vez que quase todos começam com letra “S”: SESI, SENAC, SEBRAE, SENAI, SEST (transportes), SENAT (transportes), SENAR (rural) etc.
FINALIDADE. Ente para-estatal serve para fomentar e dar apoio às diversas categorias profissionais. Exemplos: cursos de profissionalização do SEBRAE, show do SESI etc. Desenvolvimento da categoria causa o desenvolvimento do Estado.
 
FINANCIAMENTO. O sistema “S” tem duas receitas:(i) recursos orçamentários, isto é, direto do orçamento, mas que não formam sua principal receita; (ii) PARAFISCALIDADE, ou seja, cobra contribuição social. Lembrando: competência tributária é a aptidão para criar tributos e é indelegável; já capacidade tributária é a aptidão para cobrar tributos, esta sim, delegável. Pode-se delegar a capacidade tributária para Pessoa Jurídica de direito público (contribuição do INSS) ou pessoa Jurídica de direito privado, desde que perseguidoras do interesse público.
 
CONTROLE. Se serviço social autônomo recebe recurso público (orçamentário e contribuição), está sujeito ao Tribunal de Contas. E licitação? Lei das licitações prevê também que está sujeito a licitação, não precisando seguir todas as regras, bastando o procedimento simplificado.
 
TRABALHADORES. Empregado privado, sob regime celetista.
 
PRIVILÉGIOS TRIBUTÁRIOS. Entes para-estatais não têm privilégios tributários.
 
2. ENTIDADE DE APOIO (FUNDAÇÃO DE APOIO)
 
 NATUREZA. Pode ser fundação, associação ou cooperativa; normalmente, fundação. Todas de natureza privada, formadas por funcionários. Vão cooperar com Estado por meio de CONVÊNIO. Atuam junto de universidades públicas e hospitais, sendo criadas pelos servidores públicos. Pós paga em universidade pública: organizada pelas entidades de apoio a fim de amealhar recursos para pesquisa. Exemplos: FAPESP, FUSP etc.
 
Alvos de muita crítica:
(i)             Falta regulamentação, com exceção dos entes de apoio a universidades públicas (lei 8.958/94).
(ii)            PRIVILÉGIOS: podem receber dotação orçamentária, tomar emprestados servidores públicos, utilizar bens públicos. Têm regime privado, mas usam recursos públicos.
 
3. ORGANIZAÇÃO SOCIAL (OS)
 
                               Tem respaldo na Lei 9.637/98 (ver referida Lei). É pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, fora da administração. Normalmente, existe de extinções de estruturas da administração – tenho órgão público desnecessário e transfiro seus bens para ente privado. A OS, beneficiada pelo Estado, vai manter-se vinculada ao Estado mediante CONTRATO DE GESTÃO, que preverá recursos orçamentários e utilização de bens públicos e servidores.
 
FINALIDADES. A OS não vai necessariamente prestar serviço público, mas cooperar com o Estado nas áreas do ensino, pesquisa, saúde, meio ambiente e cultura.
 
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO é responsável pela administração da OS, composta por particulares e servidores. Incoerência! Servidor com pé no privado.
 
CONTROLE. O Tribunal de Contas pode controlar OS.
experiência.
 
4. ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (OSCIPs)
 
                               Organização da sociedade civil de interesse público são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, fora da administração respaldada pela Lei 9.790/99. (ver referida Lei)
LICITAÇÃO
 
          Licitação é o procedimento administrativo realizado pela Administração Pública prévia a contratação, e que de destina a selecionar a melhor proposta, garantindo a igualdade entre os participantes e promovendo o desenvolvimento nacional.
          Além da Constituição Federal (artigo 37, XXI, CF), que prescreve que “ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações será contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações”.  Diversos diplomas normativos disciplinam no âmbito federal aspectos gerais do procedimento licitatório. Entre eles, merecem destaque:
- Lei nº 8.666/93: estabelece as normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
- Lei nº 8.883/94:  alterou diversos dispositivos da Lei nº 8666/93.
- Medida Provisória nº 2.026-3/2000: criou, somente para o âmbito federal, a modalidade licitatória denominada pregão.
- Decreto nº 3.555/00: regulamentou o procedimento do pregão federal.
- Lei nº 10.520/2002: estendeu a todas as esferas federativas a modalidade licitatório pregão, utilizada para contratação de bens e serviços comuns.
- Decreto nº 5.450/2005:  definiu o procedimento a ser adotado para o pregão eletrônico.
- Lei 9.472/97:  estabeleceu duas novas modalidades licitatórias exclusivas para o âmbito da Agência Nacional das Telecomunicações - Anatel: o pregão e a consulta (arts. 54 a 57 da Lei)
- Lei n. 11.107/2005: dobou o limite de valor para a contratação direta por dispensa de licitação nas compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos
-Lei Complementar n. 123/2006: definiu como critério de desempate nas licitações a preferência na contratação para as microempresas e empresas de pequeno porte.
- Lei 12.349/2010: acrescentou a promoção do desenvolvimento sustentável como um dos objetivos do procedimento licitatório (art. 3 da Lei n. 8666/93) e criou a possibilidade de ser estabelecida margem de preferência para produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras.
- Lei nº 12.462/2011: estabeleceu o Regime Diferenciado de Contratação (RDC) para obras de infraestrutura vinculadas à Copa do Mundo de 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016.
          Procedimento administrativo é uma sucessão encadeada de atos destinados à obtenção de um ato final.
 As finalidades/objetivos da licitação, segundo dispõe a redação da Lei nº 8666/93, em seu artigo 3º, são: 
a) selecionar a melhor proposta para o contrato de interesse da Administração;
b) propiciar igualdade de participação entre os licitantes interessados; e
c) promover o desenvolvimento nacional sustentável.
           1. Pessoas obrigadas a licitar
           São obrigadas a realizar o certame licitatório: os três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), Ministério Público, Tribunais de Contas, órgãos da Administração Pública direta, as autarquias, as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, as empresas públicas e demais sociedades controladas direta ou indiretamente pelos entes da Federação. Quanto às empresas públicas e as sociedades de economia mista, parte da doutrina sustenta que as que sejam exploradoras da ordem econômica só estão obrigadas a licitar no que se refere à suas atividades-meio.
Quanto às atividades-fim, a licitação não é exigível, porque inviabiliza o atendimento do fim da empresa, como bem leciona Celso Antonio Bandeira de Mello: “quem quer os fins, não pode negar os meios”. Isso tem aplicação até que sobrevenha a lei de que trata o art. 173, § 10, III, CF.
Assim, por exemplo, supondo uma empresa pública municipal criada para comercializar refeições populares, a compra de gêneros alimentícios pode ser feita sem licitação. Mas, como tal exceção somente se aplica a objetos relacionados a atividade fim, a aquisição de uma viatura para a diretoria da referida empresa pública deve ser realizada com observância da prévia licitação.
Portanto, as contratações feitas por empresas públicas e sociedades de economia mista, em regra, exigem licitação. Quando às prestadoras de serviço público, não há exceção a essa regra. Já no caso das exploradoras de atividade econômica, o procedimento licitatório é dispensado para a contratação de objetos vinculados à sua atividade-fim; em relação aos demais objetos, a licitação é obrigatória.
 
2. Princípios da licitação
 
O art. 3°, Lei nº 8666/93 enumera, em rol exemplificativo, os princípios da licitação. Após mencionar que a licitação se destina a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a Administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável,impõe que seja processada e julgada de acordo com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhe sejam correlatos.
A doutrina costuma acrescentar outros princípios, tais como: o da ampla defesa, o do sigilo na apresentação das propostas, o do procedimento formal e o da adjudicação compulsória.
a) Princípio da legalidade, do procedimento formal e da vinculação ao ato convocatório.
 
Obedecer ao princípio da legalidade em matéria de licitação significa obedecer à CF, às leis infraconstitucionais aplicáveis e ao ato convocatório da licitação (edital ou carta-convite), que é verdadeira lei interna da licitação. É por isso que a Administração está vinculada aos termos do edital.
Obedecer ao procedimento formal também diz respeito ao princípio da legalidade. O art. 4° da Lei nº 8666/93 confere a todos os licitantes direito público subjetivo à fiel observância do procedimento estabelecido em lei.
b) Princípio da impessoalidade, princípio da igualdade e princípio do julgamento objetivo.
O princípio da impessoalidade relaciona-se intimamente com o da igualdade e com o do julgamento objetivo, porque a impessoalidade impõe que os licitantes sejam tratados com isonomia, sem discriminações indevidas.
É o princípio da igualdade que exige tratamento igual aos iguais e desigual aos desiguais, de forma que, eventual distinção relativamente aos desiguais não se apresentará como indevida. O julgamento objetivo, por sua vez, impõe que as regras para a escolha da melhor proposta constem do ato convocatório, e não sejam fundadas em critérios secretos, subjetivos, de forma que, quem quer que seja membro da comissão de julgamento, proferirá decisão de escolha da melhor proposta pelo simples confronto dela com os critérios de julgamento (vide art. 44, Lei nº 8666/93).
c) Princípio da moralidade e princípio da probidade administrativa
Alguns autores identificam o princípio da moralidade com os da probidade administrativa, pelos quais se exige atuação ética, de boa-fé, com honestidade, tanto da Administração quanto dos licitantes. Outros autores entende que o princípio da probidade é aquele que reforça o dever da Administração de agir com boa-fé, ética e honestidade. Isto é, a probidade administrativa, ao ser mencionada, reforçaria a observância da moralidade pela Administração.
d) Princípio da publicidade e princípio do sigilo na apresentação das propostas
 
Não existe licitação sigilosa. Havendo caso de sigilo, como ocorre na hipótese do art. 24, IX, quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, a licitação não será realizada, ou seja, ocorrerá a contratação direta. A licitação é pública, e os atos de seu procedimento são acessíveis ao público (art. 3°, §3°, Lei 8666/93). Qualquer cidadão pode acompanhar o desenvolvimento do procedimento da licitação, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos (art. 4°, caput, Lei nº 8666/93).
As propostas são sigilosas até sua abertura, haja vista que, do contrário, poderia haver ofensa ao princípio da igualdade.
O sigilo das propostas é tão importante, que devassar tal sigilo, ou propiciar a terceiro o ensejo de fazê-lo, é crime, punido com detenção de 2 a 3 anos, e multa, nos termos do art. 94 da Lei nº 8666/93.
e) Princípio da ampla defesa
A ampla defesa deve ser observada sempre que o licitante ou mesmo o contratado puder vir a sofrer alguma restrição em sua esfera jurídica, como ocorre nos casos de anulação e revogação da licitação, e também na imposição de penalidades ao contratado inadimplente (art. 87, Lei nº 8666/93).
f) Princípio da adjudicação compulsória
Concluído o julgamento e homologada a licitação, o objeto da licitação será adjudicado, atribuído, ao licitante vencedor. A isso de denomina adjudicação compulsória.
             
3. Obrigatoriedade, dispensa e inexigibilidade de licitação
 
A regra é de que se licita antes da contratação, por parte da Administração Pública, como, aliás, decorre da CF. Há casos em que a licitação não é realizada, ocorrendo a contratação direta. A contratação direta decorre da inexigibilidade, e da dispensa de licitação.
a) Casos de inexigibilidade.
A licitação é inexigível quando houver inviabilidade de competição (art. 25, Lei 8666/93). A inexigibilidade decorre:
- da singularidade do sujeito que a Administração quer contratar: se o sujeito que atende à necessidade da Administração possui singularidade relevante, como, por exemplo, para a contratação de um jurista famoso, para elaborar um parecer, a licitação é inexigível.
- da singularidade do objeto que a Administração pretende contratar, como, por exemplo, um selo único para completar a coleção do museu.
O art. 25 da Lei  8666/93 traz um rol exemplificativo de situações em que a licitação é inexigível. Destaca-se, na oportunidade, a contratação de serviços técnicos de natureza singular com profissionais ou empresas de notória especialização, sendo que o conceito de notória especialização é o que consta do §1° do mesmo artigo:
“Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permite inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato”.
Acrescente-se que é vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação, ainda que o profissional ou empresa seja de notória especialização.
 
b) casos de dispensa de licitação
 
Nos casos de dispensa de licitação,  a competição é até viável, mas o legislador optou por afastar a obrigação de licitar.
A dispensa de licitação se divide em: licitação dispensada e licitação dispensável.
Nos casos da licitação dispensada: o legislador já liberou a Administração de licitar, e as hipóteses são as que constam dos incisos I e II do art. 17 da lei. Cite-se como exemplo a hipótese de alienação de imóvel por dação em pagamento, que consta do art. 17, I, “a”, Lei  8666/93. (ver mencionado artigo da Lei)
Nos casos de licitação dispensável: a autoridade fará um juízo discricionário para aferir se é conveniente ou não realizar a licitação. Todos os casos de licitação dispensável estão no art. 24 da Lei  8666/93. (ver mencionado artigo da Lei)
Os casos de licitação dispensável podem ser agrupados sob quatro critérios:
Em razão do pequeno valor. Ex: art. 24, I e II.
- para obras e serviços de engenharia de valor até R$ 15.000, 00 (quinze mil reais), desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;
- para outros serviços e compras de valor de até  R$ 8.000,00 (oito mil reais), nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez.
Em razão de situações excepcionais. Ex: art. 24, III e IV.
- nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
- nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;
Em razão do objeto. Ex: art. 24, XII.
- nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processoslicitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia;
Em razão da pessoa. Ex: art. 24, XXII.
- na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica;
Vejamos um quadro comparativo entre os diferentes institutos da contratação direta
 
	 
 
	Dispensável
	Inexigibilidade
	Licitação Dispensada
	Base legal
	Art. 24 da Lei
	Art. 25
 
	Art. 17
	 
Rol
	 
Taxativo
	 
Exemplificativo
	 
Taxativo
	 
 
 
Caracterização
	 
Casos em que a licitação é possível, mas podes ser inconveniente ao interesse publico
	 
A realização da licitação é logicamente impossível por inviabilidade de competição
	 
A Lei descreve os casos em que a licitação é dispensada, obrigando a contratação direta
	 
Natureza da Decisão
	 
a decisão pela contratação direta é discricionária
	 
A decisão é vinculada
	 
É vinculada
	 
 
 
Exemplo Importante
	 
Compra de objetos de pequeno valor
	 
Contratação de artista consagrado para show da Prefeitura
	 
Alienação de bens imóveis provenientes de dação em pagamento
 
 
 
4. Modalidades de licitação previstas na Lei nº 8666/93
 
As modalidades de licitação previstas na Lei 8666/93 são cinco: concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão.
 
a. Concorrência
É modalidade de licitação entre quaisquer interessados, que na fase inicial de habilitação preliminar comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto (art. 22, §1°, Lei 8666/93).
Em regra, a concorrência é utilizada para a contratação que envolve valores elevados, conforme os limites do art. 23, I, “c” e II, “c”. A concorrência é modalidade de licitação cabível independentemente do valor de seu objeto, nas seguintes hipóteses:
a) na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o cabimento do leilão para alienação de imóveis, conforme art. 19 da Lei 8666/93.
b) nas concessões de direito real de uso;
c) nas licitações internacionais, ressalvado o disposto no art. 23, §3°, Lei 8666/93.
d) para o sistema de registro de preços, previsto no art. 15 da Lei 8666/93, ressalvado o cabimento do pregão nos casos previstos na Lei 10.520/02.
e) nas concessões de obra pública, de serviço público e nas contratações de parceria público-privada.
Na concorrência vigoram dois princípios: o da universalidade e o da ampla publicidade.
O princípio da universalidade decorre da participação de quaisquer interessados na licitação. Quer dizer, basta ter habilitação (qualificação ou capacidade) para desenvolver ou executar o objeto do contrato para que o interessado requeira sua participação na concorrência. Não se exige que ele seja cadastrado e nem mesmo convidado a participar da licitação.
A ampla publicidade decorre do disposto no art. 21 da Lei 8666/93, em que a divulgação do edital de concorrência é a mais abrangente.
Obs.: Ver dispositivos mencionados ao longo do texto.
b. Tomada de Preços
É a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados, ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.
A tomada de preços pelo regime da atual lei foi bastante aproximada ao regime da licitação por concorrência, porque a lei possibilita a quem não seja cadastrado ao tempo da abertura da tomada de preços que requeira o seu castramento até o terceiro dia anterior da data do recebimento das propostas. Isso possibilitou a ampliação do universo de participantes.
A princípio, basta o certificado de registro cadastral para que o interessado se habilite na tomada de preços, mas é possível que a Administração exija dos licitantes documentação complementar a respeito de sua real capacidade técnica e financeira.
A propósito, o registro cadastral é mantido por entidades da Administração pública que realizem licitação com frequência, para efeito de habilitação. Os interessados em se cadastrar apresentam documentação relativa à sua capacidade técnica, jurídica, econômica e regularidade fiscal e obtém o certificado de registro cadastral.
A inscrição no registro cadastral está permanentemente aberta aos interessados, sem prejuízo da unidade por ele responsável estar obrigada a proceder pelo menos uma vez por ano a chamamento público para atualização dos cadastros e inscrição de novos interessados (art. 34, §1°, Lei 8666/93).
A tomada de preços é modalidade de licitação cabível nas contratações de vulto econômico médio, conforme os limites econômicos do art. 23, I, “b” e II, “b”.
Obs.: Ver dispositivos mencionados ao longo do texto.
c. Convite
Nos termos do art. 22, §3°, Lei 8666/93, convite é a modalidade de licitação entre interessados, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de três pela unidade que está licitando.
O ato ou instrumento convocatório do convite é denominado de “carta-convite”. A Administração está obrigada a fixar cópia da carta-convite em local apropriado com o que estenderá a participação aos demais interessados, desde que sejam cadastrados, os quais deverão requerer a participação com antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas.
O cadastramento então também possibilita a participação no convite ainda que o cadastrado não tenha sido convidado.
A lei NÃO exige que a carta-convite seja publicada em jornal, nem mesmo oficial. A publicidade ocorre com a afixação da carta-convite em local apropriado. Pode-se dizer então que no convite o princípio da publicidade tem conformação mais restritiva em comparação à concorrência e à tomada de preços.
O convite é modalidade de licitação cujo procedimento é mais simples ou menos complexo do que na concorrência e na tomada de preços, até porque os valores envolvidos na futura contratação são mais baixos, conforme os limites do art. 23, I, “a” e II, “a”.
Quando for cabível a concorrência não se pode realizar nem a tomada de preços e nem o convite. Quando for cabível a tomada de preços, não se pode realizar o convite. O inverso, é possível. Quer dizer, nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência (art. 23, §4°).
Obs.: Ver dispositivos mencionados ao longo do texto.
d. Concurso
É modalidade de licitação entre quaisquer interessados, para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de quarenta e cinco dias.
Como exemplo a escolha de projeto arquitetônico para um museu. Todo concurso será precedido de regulamento próprio, que indique a qualificação exigida dos participantes, as diretrizes e forma de apresentação do trabalho e as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.
O concurso será julgado por comissão especial integrada por pessoas de reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não, e de reputação ilibada.
Obs.: Ver dispositivos mencionados ao longo do texto.
e. Leilão
Leilão, nos termos do art. 22, §5°, é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente apreendidos ou “penhorados”, ou para alienação de bens imóveis, prevista no art. 19, a quem oferecer maior lance igual ou superior ao valor da avaliação.
Quanto aos bens penhorados, houve equívoco, porque bem penhorado é alienado judicialmente, conforme o CPC. O legislador provavelmente quis dizer “bens empenhados”, isto é, dados em penhor, que é direito real de garantia normalmente acessório a contrato de mútuo. Pode ser também que o legislador tenha querido dizer bem adquirido em procedimento judicial, isto é, adjudicado ou arrematado em juízo.
Quanto aos bens imóveis, só são alienáveis em leilão aqueles que foram adquiridos

Continue navegando