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PRATICA III

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PRÁTICA SIMULADA - PENAL 
FIC/ESTÁCIO – PROFA. BRUNA SOUZA 
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO 
 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
RESPOSTA INICIAL OBRIGATÓRIA 
DEFESA INICIAL ACUSATÓRIA 
 
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, 
o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado 
para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. (...) 
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que 
interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas 
pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, 
quando necessário. (...) 
 
Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação do acusado 
para responder a acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 
 § 1o O prazo previsto no caput deste artigo será contado a partir do efetivo 
cumprimento do mandado ou do comparecimento, em juízo, do acusado ou de 
defensor constituído, no caso de citação inválida ou por edital. 
§ 2o A acusação deverá arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), na denúncia 
ou na queixa. 
§ 3o Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo que interesse 
a sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas 
e arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), qualificando-as e requerendo sua 
intimação, quando necessário. 
 
1. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL 
- ART. 396, CPP; ART. 396-A, CPP (PEÇA OBRIGATÓRIA) 
*Art. 406, §3º (juri) 
2. PRAZO 
- 10 DIAS – exclui o dia do começo e inclui o início; 
- a partir da citação e não da juntada do mandado – Súmula 710, STF1 - por edital conta-se do 
comparecimento do acusado ou defensor (art. 396, CPP). 
3. MOMENTO PROCESSUAL 
- CITAÇÃO  Após recebida a denúncia ou queixa; 
 
1 S. 710, STF – “No processo penal, contam-se os prazos para a data da intimação e não da juntada aos autos do 
mandado ou da carta precatória ou de ordem.”. 
* “SÚMULA 523 - NO PROCESSO PENAL, A FALTA DA DEFESA CONSTITUI NULIDADE ABSOLUTA, MAS A SUA 
DEFICIÊNCIA SÓ O ANULARÁ SE HOUVER PROVA DE PREJUÍZO PARA O RÉU.” 
- procedimentos ordinários e sumários (INCLUI O JÚRI); 
* No JECRIM, a resposta chama-se defesa preliminar e trata-se de peça não obrigatória, pode ser oferecida 
na forma oral ou escrita, na audiência de instrução e julgamento, objetiva a rejeição da denúncia ou queixa 
e a introdução de matéria técnica. (LEMBRE-SE QUE CABE APELAÇÃO PELA REJEIÇÃO DA INICIAL). E tem 
fundamento legal no artigo 81 da Lei 9.099/95 e não no artigo 396,CPP.2 
 
4. FINALIDADE 
I. Arguir questões prejudiciais (art. 92 e 93, CPP); preliminares (art. 95, CPP – autos apartados – instrumento 
autônomo) – momento das nulidades (art. 564,CPP – pedido de anulação); 
* Na prática, os autos da exceção devem vir em apartado, todavia na elaboração deve-se incluir antes das 
preliminares. 
II. Introduzir a defesa técnica – todavia limitar as hipóteses do art. 397, CPP – absolvição sumária – 
aprofundar as teses defensivas nas alegações finais; 
* A absolvição sumária do artigo 397 por depender apenas dos elementos de informação (provas 
inquisitoriais) do IP e dos documentos acostados na defesa inicial é opção pouco utilizada pelo juiz, pois ele 
é feita antes da instrução da ação penal. Lembre-se que esta absolvição sumária é distinta da prevista no 
artigo 415,CPP realizada no Júri e feita após a instrução. 
* Fundamento da absolvição sumária: 
 INCISO I – excludente de ilicitude (art. 23, CP – legítima defesa; estado de necessidade; exercício regular do 
direito e estrito cumprimento do dever legal); 
INCISO II – excludente de culpabilidade (doença mental, coação moral irresistível, por ex. – salvo a 
inimputabilidade3); 
INCISO III – o fato não constitui crime (fato atípico); 
 
2 Enunciado nº 108 – O artigo 396 do CPP não se aplica ao Juizado Especial Criminal regido por lei especial (Lei nº 
9.099/95) que estabelece regra própria”. (XXV FONAJE) 
3 O art. 397 faz ressalva em relação ao inimputável, e a razão é a seguinte: caso o réu seja, por exemplo, 
esquizofrênico, a ponto de não ter discernimento do que fez, o juiz o absolverá (absolvição imprópria). No entanto, 
ele será submetido a medida de segurança. Para que se conclua pela inimputabilidade, é necessário o 
prosseguimento da ação para o julgamento do respectivo incidente (veja o art. 149 do CPP). Por esse motivo, não é 
possível absolvê-lo sumariamente, com imposição de medida de segurança, com fundamento em inimputabilidade. 
 
INCISO IV – extinta a punibilidade (art. 107, CP – prescrição, decadência, perdão judicial, por ex. – 
tecnicamente é uma declaração de extinção de punibilidade – aqui temos um erro do legislador, pois 
prescrição por ex. gera declaração de extinção de punib. e não absolvição) 
III. Juntar documentos, requerer diligências e arrolar testemunhas. 
8 testemunhas – proc. ordinário / 5 testemunhas – proc. sumário 
IV. Pedido de rejeição da denúncia – apesar de questionável – em informativo (2013 - abaixo4) recente do 
STJ conclui que é admissível o pedido do não recebimento da inicial acusatória na resposta acusação. 
OBS.: Desclassificação: o STJ tem aceito que o magistrado altere a classificação do crime no 
momento do recebimento da denúncia. Portanto, é possível, em resposta, pedir a desclassificação 
de um crime para outro – por exemplo, de homicídio para lesão corporal. 
 
 
6. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
6.1 DEFESA PRÉVIA DA LEI DE DROGAS 
- Art. 55 da Lei 11.343/06 – peça obrigatória apresentada após o oferecimento da denúncia, prazo de 10 dias, 
antes do recebimento da denúncia. Não há ação penal ainda, pois o juiz ainda não recebeu a inicial, por isso 
que não se pede absolvição neste momento. 
OBJETIVO: rejeição da inicial acusatória – art. 395,CPP 
Art.55 . Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer 
defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 
 
- Tese de defesa: art. 395, CPP - PEDIDOS: carência da ação; inépcia da exordial; meios de prova (rol de 
testemunhas) e exceções. (defesa formal) 
DENÚNCIA  NOTIFICAÇÃO  DEFESA PRÉVIA (10 DIAS) – RECEB. OU REJEIÇÃO DA DENÚNICA. 
6.2 DEFESA PRELIMINAR DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO (ou resposta por escrito) 
- Art. 514, CPP – peça apresentada após o oferecimento da denúncia, no prazo de 15 dias, mas antes do 
recebimento da denúncia, NOS CRIMES AFIANÇAVEIS. 
 
4 Informativo de n. 522: “O fato de a denúncia já ter sido recebida não impede o juízo de primeiro grau de, logo 
após o oferecimento da resposta do acusado, prevista nos arts. 396 e 396-A doCPP, reconsiderar a anterior decisão 
e rejeitar a peça acusatória, ao constatar a presença de uma das hipóteses elencadas nos incisos do art.395 do CPP, 
suscitada pela defesa.”. 
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz 
mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, 
dentro do prazo de quinze dias. 
 
- Súmula 330, STJ – “é desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo 514 do Código de Processo 
Penal, na ação penal instruída por inquérito policial”. DIVERGÊNCIA SOBRE SUA NULIDADE ABSOLUTA OU 
RELATIVA. 
DENÚNCIA (BASEADO EM PROC. ADMIN.)  NOTIF.  DEFESA PRELIMINAR (15 DIAS) 
 
7. ESTRUTURA DA PEÇA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENDEREÇAMENTO*
• RESPOSTA A ACUSAÇÃO
• NOME DO ACUSADO, já
qualificado nos autos, vem por
intermédio de seu procurador
judicial, a presença de Vossa
Excelência, apresentar RESPOSTA À
ACUSAÇÃO,com fundamento legal
nos artigos 396 e 396-A do Código
de Processo Penal, pelos motivos a
seguir expostos.
• DOS FATOS
•Breve RELATO DOS FATOS -
narração do fato criminoso (No 
dia xx, o ora acusado...)
DAS EXCEÇÕES
(PRELIMINARES)
DA REJEIÇÃO DA
DENÚNCIA OU DA
QUEIXA-CRIME
DO DIREITO
ART. 397, CPP
PEDIDO
Diante do exposto, requer inicialmente a
rejeição da exordial inicial em vista artigo
395 do CPP (SE HOUVER); que seja
declarada a nulidade ab initio, com fulcro
no artigo 564 do CPP, ao final a
ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA do artigo 397, inciso
... do CPP, em face ... Não sendo este o seu
entendimento, pleiteia-se ... Ademais,
requer a fixação da pena no mínimo e a
notificação das testemunhas arroladas.
Nestes termos, pede deferimento.
• Local e data
• Assinatura do advogado
• ROL DE TESTEMUNHAS.
 
 
JURISPRUDÊNCIA COLACIONADA 
Informativo 522-AGOSTO 2013 
DIREITO PROCESSUAL PENAL. POSSIBILIDADE DE RECONSIDERAÇÃO DA DECISÃO DE RECEBIMENTO DA 
DENÚNCIA APÓS A DEFESA PRÉVIA DO RÉU. 
O fato de a denúncia já ter sido recebida não impede o juízo de primeiro grau de, logo após o oferecimento 
da resposta do acusado, prevista nos arts. 396 e 396-A do CPP, reconsiderar a anterior decisão e rejeitar a 
peça acusatória, ao constatar a presença de uma das hipóteses elencadas nos incisos do art. 395 do CPP, 
suscitada pela defesa. Nos termos do art. 396, se não for verificada de plano a ocorrência de alguma das 
hipóteses do art. 395, a peça acusatória deve ser recebida e determinada a citação do acusado para 
responder por escrito à acusação. Em seguida, na apreciação da defesa preliminar, segundo o art. 397, o juiz 
deve absolver sumariamente o acusado quando verificar uma das quatro hipóteses descritas no dispositivo. 
Contudo, nessa fase, a cognição não pode ficar limitada às hipóteses mencionadas, pois a melhor 
interpretação do art. 397, considerando a reforma feita pela Lei 11.719/2008, leva à possibilidade não apenas 
de o juiz absolver sumariamente o acusado, mas também de fazer novo juízo de recebimento da peça 
acusatória. Isso porque, se a parte pode arguir questões preliminares na defesa prévia, cai por terra o 
argumento de que o anterior recebimento da denúncia tornaria sua análise preclusa para o Juiz de primeiro 
grau. Ademais, não há porque dar início à instrução processual, se o magistrado verifica que não lhe será 
possível analisar o mérito da ação penal, em razão de defeito que macula o processo. Além de ser 
desarrazoada essa solução, ela também não se coaduna com os princípios da economia e celeridade 
processuais. Sob outro aspecto, se é admitido o afastamento das questões preliminares suscitadas na defesa 
prévia, no momento processual definido no art. 397 do CPP, também deve ser considerado admissível o seu 
acolhimento, com a extinção do processo sem julgamento do mérito por aplicação analógica do art. 267, § 
3º, CPC. Precedentes citados: HC 150.925-PE, Quinta Turma, DJe 17/5/2010; HC 232.842-RJ, Sexta Turma, 
DJe 30/10/2012. REsp 1.318.180-DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 16/5/2013. 
 
 
 
 
 
 
CASO PRÁTICO 1 
 
Visando abrir um restaurante, José pede vinte mil reais emprestados a Caio, assinando, como garantia, uma 
nota promissória no aludido valor, com vencimento para o dia 15 de maio de 2010. Na data mencionada, não 
tendo havido pagamento, Caio telefona para José e, educadamente, cobra a dívida, obtendo do devedor a 
promessa de que o valor seria pago em uma semana. Findo o prazo, Caio novamente contata José, que, desta 
vez, afirma estar sem dinheiro, pois o restaurante não apresentara o lucro esperado. Indignado, Caio 
comparece no dia 24 de maio de 2010 ao restaurante e, mostrando para José uma pistola que trazia consigo, 
afirma que a dívida deveria ser saldada imediatamente, pois, do contrário, José pagaria com a própria vida. 
Aterrorizado, José entra no restaurante e telefona para a polícia, que, entretanto, não encontra Caio quando 
chega ao local. Os fatos acima referidos foram levados ao conhecimento do delegado de polícia da localidade, 
que instaurou inquérito policial para apurar as circunstâncias do ocorrido. Ao final da investigação, tendo 
Caio confirmado a ocorrência dos eventos em sua integralidade, o Ministério Público o denuncia pela prática 
do crime de extorsão qualificada pelo emprego de arma de fogo. Recebida a inicial pelo juízo da 5ª Vara 
Criminal, o réu é citado no dia 18 de janeiro de 2011. Procurado apenas por Caio para representá-lo na ação 
penal instaurada, sabendo-se que Joaquim e Manoel presenciaram os telefonemas de Caio cobrando a dívida 
vencida, e com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso 
concreto acima, redija, no último dia do prazo, a peça cabível, invocando todos os argumentos em favor de 
seu constituinte. 
 
CASO PRÁTICO 2 
Hugo é inimigo de longa data de José e há muitos anos deseja matá-lo. Para conseguir seu intento, Hugo 
induz o próprio José a matar Luiz, afirmando falsamente que Luiz estava se insinuando para a esposa de José. 
Ocorre que Hugo sabia que Luiz é pessoa de pouca paciência e que sempre anda armado. Cego de ódio, no 
dia 21 de março de 2012, José espera Luiz sair do trabalho e, ao vê-lo, corre em direção dele com um facão 
em punho, mirando na altura da cabeça. Luiz, assustado e sem saber o motivo daquela injusta agressão, 
rapidamente saca sua arma e atira justamente no coração de José, que morre instantaneamente. No 
momento da agressão Ana e Maria, colegas de trabalho de Luiz, viram todo o ocorrido. Instaurado inquérito 
policial para apurar as circunstâncias da morte de José, ao final das investigações, o Ministério Público formou 
sua opinião no seguinte sentido: Luiz deve responder pelo excesso doloso em sua conduta, ou seja, deve 
responder por homicídio doloso; Hugo por sua vez, deve responder como partícipe de tal homicídio. A 
denúncia foi oferecida e recebida. No dia 01 de maio José e Hugo são citados. 
Procurado pela família de Luiz e pela família de Hugo para representa-los na ação penal instaurada apresente 
a peça cabível, exclusiva do advogado, no último dia do prazo, invocando todos os argumentos em favor de 
seu constituinte (escolha um deles), com base apenas nas informações que dispõe e nas podem ser inferidas 
pelo caso concreto. 
 
 
 
 
CASO PRÁTICO 3 
Gabriela, nascida em 28/04/1990, terminou relacionamento amoroso com Patrick, não mais suportando as agressões 
físicas sofridas, sendo expulsa do imóvel em que residia com o companheiro em comunidade carente na cidade de 
Fortaleza, Ceará, juntamente com o filho do casal de apenas 02 anos. Sem ter familiares no Estado e nem outros 
conhecidos, passou a pernoitar com o filho em igrejas e outros locais de acesso público, alimentandose a partir de ajudas 
recebidas de desconhecidos. Nessa época, Gabriela fez amizade com Maria, outra mulher em situação de rua que 
frequentava os mesmos espaços que ela. No dia 24 de dezembro de 2010, não mais aguentando a situação e vendo o 
filho chorar e ficar doente em razão da ausência de alimentação, após não conseguir emprego ou ajuda, Gabriela decidiu 
ingressar em um grande supermercado da região, onde escondeu na roupa dois pacotes de macarrão, cujo valor 
totalizava R$18,00 (dezoito reais). Ocorre que a conduta de Gabriela foi percebida pelo fiscal de segurança, que a 
abordou no momento em que ela deixava o estabelecimento comercial sem pagar pelos bens, e apreendeu os dois 
produtos escondidos. Em sede policial, Gabriela confirmou os fatos, reiterando a ausência de recursos financeiros e a 
situação de fome e risco físico de seu filho. Juntado à Folha de Antecedentes Criminais sem outras anotações, o laudo 
de avaliação dosbens subtraídos confirmando o valor, e ouvidos os envolvidos, inclusive o fiscal de segurança e o 
gerente do supermercado, o auto de prisão em flagrante e o inquérito policial foram encaminhados ao Ministério 
Público, que ofereceu denúncia em face de Gabriela pela prática do crime do Art. 155, caput, c/c Art. 14, inciso II, ambos 
do Código Penal, além de ter opinado pela liberdade da acusada. O magistrado em atuação perante o juízo competente, 
no dia 18 de janeiro de 2011, recebeu a denúncia oferecida pelo Ministério Público, concedeu liberdade provisória à 
acusada, deixando de converter o flagrante em preventiva, e determinou que fosse realizada a citação da denunciada. 
Contudo, foi concedida a liberdade para Gabriela antes de sua citação e, como ela não tinha endereço fixo, não foi 
localizada para ser citada. No ano de 2015, Gabriela consegue um emprego e fica em melhores condições. Em razão 
disso, procura um advogado, esclarecendo que nada sabe sobre o prosseguimento da ação penal a que respondia. Disse, 
ainda, que Maria, hoje residente na rua X, na época dos fatos também era moradora de rua e tinha conhecimento de 
suas dificuldades. Diante disso, em 16 de março de 2015, segunda-feira, sendo terça-feira dia útil em todo o país, 
Gabriela e o advogado compareceram ao cartório, onde são informados que o processo estava em seu regular 
prosseguimento desde 2011, sem qualquer suspensão, esperando a localização de Gabriela para citação. Naquele 
mesmo momento, Gabriela foi citada, assim como intimada, junto ao seu advogado, para apresentação da medida 
cabível. Cabe destacar que a ré, acompanhada de seu patrono, já manifestou desinteresse em aceitar a proposta de 
suspensão condicional do processo oferecida pelo Ministério Público. Considerando a situação narrada, apresente, na 
qualidade de advogado(a) de Gabriela, a peça jurídica cabível, diferente do habeas corpus, apresentando todas as teses 
jurídicas de direito material e processual pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo. (Valor: 5,00) 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. 
A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação.

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