Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Guia: a família como maior estimuladora da pessoa com down 03 Introdução 06 O papel da família no estímulo de pessoas com Down 09 Por que é importante incentivar o desenvolvimento 11 Como encorajar em cada etapa da vida 18 Os benefícios do estímulo feito pela família 21 Conclusão 23 Sobre a Incluo Introdução 4 INTRODUÇÃO Sabe-se que a notícia de que o filho tem a Síndrome de Down causa grande impacto nas emoções e na vida dos pais e familiares. É natural. Todos os pais desejam que o filho tenha uma vida plena e se comprometem em trabalhar por isso, porém, há histórias que possuem mais desafios do que as outras. Como sabido é na família que toda criança deve encontrar acolhimento e aceitação, primeiramente, para que possam se desenvolver de forma saudável e equilibrada. 5 INTRODUÇÃO Para os profissionais que acompanham crianças com Síndrome de Down, é unânime a crença de que a experiência do lar é basilar para a inclusão escolar e social da criança. Com o objetivo de contribuir e auxiliar essas famílias na missão de estimular a criança com Down, este material é composto por vários tópicos sobre o assunto. C a d a u m d e l e s a b o r d a r á t e m a s re l a c i o n a d o s a o d e s e n v o l v i m e n t o sociocognitivo em todas as fases da vida da pessoa com Síndrome de Down. Continue conosco e aprenda um pouco mais sobre a sociabilidade e a capacidade de crescimento pessoal da pessoa com deficiência. Boa leitura! O papel da família no estímulo de pessoas com Down 7 O PAPEL DA FAMÍLIA NO ESTÍMULO DE PESSOAS COM DOWN De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil possui hoje 320 mil pessoas com Síndrome de Down. Apesar desse grande número, ainda existem muitas dúvidas e mitos na mente das pessoas, até mesmo na dos pais e familiares. Antes de tudo, este material tem o objetivo de desmistificar alguns conceitos errados que podem inibir sua família de estimular a criança com Down. Por exemplo, um dos grandes erros é acreditar que a síndrome impede o amadurecimento e, por esse motivo, até mesmo na idade adulta, alguns pais não confiam em deixar o filho sozinho e tratam-no como criança. O primeiro passo para superar esse engano é saber que a criança tem potencial para se desenvolver e evitar a infantilização. Oriente a sua família, familiares e amigos a tratar seu filho de acordo com a idade dele. Conforme estudos sobre a Síndrome de Down, sabe-se não existem graus na síndrome de down. Cada ser é singular e tem suas facilidades e dificuldades de aprendizado. 8 O PAPEL DA FAMÍLIA NO ESTÍMULO DE PESSOAS COM DOWN Sendo assim, a família pode e precisa motivar e incentivar o desenvolvimento (pessoal, social, profissional e emocional) da pessoa com Down, evitando fazer para ela as atividades que a família sabe que ela pode cumprir. O primeiro passo então é minimizar a superproteção. A pessoa com Síndrome de Down tem capacidade de amadurecer e de conquistar uma vida satisfatória e plena. Para isso, a família tem um importante papel de coadjuvante. Assim como nas histórias que encontramos em livros, filmes e tantas outras narrativas, os coadjuvantes ajudam a construir a história do personagem principal, porém, em nenhum momento, devem se sobressair e roubar a cena do ator de destaque. No artigo “O desenvolvimento cognitivo das crianças com síndrome de Down à luz das relações familiares”, as autoras Maria Antonieta M. A. Voivodic e Márcia Regina de Souza Storer indicam que, se a família estiver estruturada emocionalmente, a criança passa a ter mais chance de superar suas dificuldades e realizar grande conquistas. De acordo com o texto, “quanto mais estruturada emocionalmente for a família, com relações afetivas satisfatórias, convivências de trocas verdadeiras, e quanto mais precocemente puder ser orientada, tanto maior será sua possibilidade de reestruturação e redimensionamento de funções e papéis e, consequentemente, de facilitação do processo de desenvolvimento de seu filho, na totalidade do ser”. Por que é importante incentivar o desenvolvimento 10 POR QUE É IMPORTANTE INCENTIVAR O DESENVOLVIMENTO Como vimos no tópico anterior, a família tem um importante papel no desenvolvimento da pessoa com Síndrome de Down — mas afinal, por que isso é importante? Assim como todas as outras pessoas, quem nasceu com a síndrome de down precisa de estímulo para ir em frente e não ficar estagnado em um mesmo estágio da vida. Acima de tudo, as pessoas com síndrome de down não devem ser tratadas como seres diferentes e estranhos, mas, sim, como pessoas que possuem necessidades adicionais. A partir dessa conscientização, todos ao seu redor ajudarão naturalmente que ela se desenvolva de forma completa. Não podem ser tratadas como carta branca e como todo ser humano precisa ter sonhos. Nesse contexto, apresentamos, a seguir, algumas sugestões de abordagem e atividades que podem contribuir para o desenvolvimento da criança, do adolescente, do adulto e do idoso. Como encorajar em cada etapa da vida 12 COMO ENCORAJAR EM CADA ETAPA DA VIDA Neste tópico apresentamos dicas de como encorajar a pessoa com Down em cada fase da sua vida, desde a primeira infância até a fase adulta. O BEBÊ Assim como toda criança, o bebê com Síndrome de Down precisa de total atenção dos pais para que possa crescer e se desenvolver de forma saudável. Depois do choque inicial, os pais percebem que a diferença é que o neném com SD inspira mais cuidados e deve ser acompanhado de perto por pediatras, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e outros profissionais que ajudarão a estimular a parte psicomotora, a iniciação da fala e o desenvolvimento como um todo da criança. 13 COMO ENCORAJAR EM CADA ETAPA DA VIDA As crianças com Síndrome de Down podem apresentar atraso no desenvolvimento da fala, por exemplo, e é comum apontarem para os objetos em vez de pronunciar o nome deles. No entanto, os pais devem incentivar que o filho diga a palavra, auxiliando se necessário. Caso a criança queira subir no sofá, por exemplo, os familiares devem deixar que ela se esforce para conseguir sozinha. Essas e outras ações vão ajudar que ela seja mais independente e que se desenvolva gradualmente. Como é com a família que a criança passa a maior parte do dia, essa fase é se suma importância para que ela comece bem a sua jornada da vida. 14 A CRIANÇA E O ADOLESCENTE No processo de alfabetização, uma dúvida muito comum entre os pais diz respeito a matricular o filho em uma escola comum ou especial. Entretanto, pesquisadores da área entendem que a criança deve frequentar as escolas comuns, pois isso é de grande valia para a criança e para os colegas, contribuindo para a diversidade em sala de aula. Outro mito que preocupa pais e familiares é a prática de atividade física para crianças com Síndrome de Down. Muito acreditam que as pessoas com SD devem fazer apenas fisioterapia, mas isso não é verdade. Para estimular o desenvolvimento da criança e do adolescente, a atividade física é uma grande aliada, pois ajuda a criança a desenvolver não apenas o condicionamento físico e a capacidade respiratória, mas também a autoestima, a sociabilidade, a autoconfiança e a capacidade de lidar com frustrações e situações desafiadoras. COMO ENCORAJAR EM CADA ETAPA DA VIDA 15 COMO ENCORAJAR EM CADA ETAPA DA VIDA Descubra qual hobby a criança mais gosta e incentive-a a mantê-lo — seja ler livros, aprender a tocar um instrumento musical ou fazer artesanato, por exemplo.As necessidades da criança vão mudando conforme o tempo, então, é importante que os pais fiquem atentos e observem essas mudanças de comportamento de perto. A fase da adolescência é uma fase de descobertas e, com o adolescente com Síndrome de Down, isso não é diferente. Nessa fase as pessoas com down precisam de compreensão e acolhimento em dobro. É nessa faixa etária que os rapazes costumam despertar o interesse sexual e podem apresentar tendência à obesidade. As moças, por sua vez, passam pela primeira menstruação — por volta dos 11 a 13 anos. Os pais precisam acompanhar essa transição para a vida adulta dando suporte ao filho ou filha no que precisarem. 16 COMO ENCORAJAR EM CADA ETAPA DA VIDA O JOVEM ADULTO No início da fase adulta, é importante que os pais avaliem a possibilidade de o que jovem faça algum curso de capacitação profissional, técnico ou graduação, assim como incentivem-no a ingressar no mercado de trabalho. Atualmente, muitas empresas dispõem de vagas para pessoas com deficiência e essa é uma grande oportunidade para o desenvolvimento pessoal do jovem com SD. No portal incluo temos várias vagas cadastradas. Assim como acontece com as crianças e adolescentes, os adultos podem apresentar dificuldades na oralização, apresentando troca de letras na fala — como substituir o “p” pelo “b” e o “v” por “f”, por exemplo. Para aqueles que não trabalharam o desenvolvimento da fala quando criança, é indicado que os pais procurem um fonoaudiólogo para orientações. Sabe-se também que é possível a alfabetização na idade adulta. Embora o desenvolvimento físico aconteça naturalmente, o número de pessoas com Síndrome de Down a ter uma vida sexual ativa é reduzido, pois elas costumam ver suas relações sociais apenas de forma amigável, não romântica. As mulheres com Down podem engravidar, mas a chance de que a criança nasça com Down é de 50%. 17 COMO ENCORAJAR EM CADA ETAPA DA VIDA O IDOSO Chegar na terceira idade é um desafio que vem sendo consquistado pelas pessoas com síndrome de down , uma vez que a expectativa de vida vem aumentando bastante. . Diante dessa conquista, a família deve continuar incentivando o idoso a aproveitar a vida da melhor forma possível e a manter a mente ativa. Afinal, é possível envelhecer bem independente da síndrome de down. Vale ressaltar que quando mais indepedência tiver maior será a qualidade de vida e tudo isso como dissemos deve começar desde novinho. Assim como os outros idosos, as pessoas que possuem SD necessitarão de cuidados e atenção, principalmente quando a saúde já não é mais a mesma. Nessa fase, a família deve incentivar que o adulto mantenha uma atividade física regular e algum hobby de sua preferência, além de tentar manter a saúde física, mental e emocional em dia. Os benefícios do estímulo feito pela família 19 OS BENEFÍCIOS DO ESTÍMULO FEITO PELA FAMÍLIA Mais do que beneficiar o desenvolvimento da pessoa com Down, os estímulos da família beneficiam também os pais, irmãos, familiares e amigos, pois todos terão a oportunidade de ver uma pessoa crescendo, superando dificuldades e incertezas. Os pais não devem subestimar o potencial da dinâmica familiar no desenvolvimento da criança. Afinal, para ser integrada na sociedade, ela necessita primeiramente estar integrada na família. No Brasil e em muitos outros países há exemplos de crianças e adultos com Síndrome de Down que estão desenvolvendo suas vidas e superando continuamente as suas expectativas. Isso é possível graças a avanços nos cuidados médicos e ao aumento na aceitação, na inclusão social e no desenvolvimento educacional, que abrem mais oportunidades para a independência e a inserção e a participação da pessoa com deficiência na sociedade. 20 OS BENEFÍCIOS DO ESTÍMULO FEITO PELA FAMÍLIA Muitas crianças com Down estão frequentando escolas comuns, aprendendo a ler e a escrever, e os jovens estão conseguindo o primeiro emprego e se casando. Esses exemplos confirmam que o estímulo dos pais, amigos, familiares e profissionais só contribui para que as pessoas com Síndrome de Down se desenvolvam e possam ir cada vez mais longe. O fato é que as famílias se fortalecem ao compartilhar suas dificuldades e, a partir disso, conscientizam-se de que há maneiras de melhorar a qualidade de suas vidas e a de seus filhos. Muitas vezes, essa construção restaura os relacionamentos familiares e estabelece novas formas de interação e convívio. Além disso, a família deve ver como algo natural o hábito de pedir ajuda e conselhos a profissionais e a outras famílias que tenham crianças com síndorme de down. Conclusão 22 CONCLUSÃO Acreditem nas pessoas com down. A Síndrome de Down é uma alteração genética, na qual o bebê possui três cromossomos 21 em vez de dois. Ou seja, os indivíduos sem a síndrome possuem 46 cromossomos e as que têm SD possuem 47 ao todo. Essa alteração é responsável por realizar mudanças físicas e determinados problemas de saúde — como uma predisposição para problemas cardiológicos, malformação de órgãos e hipotireoidismo, por exemplo. Apesar dessas dificuldades, como vimos, as pessoas com Síndrome de Down conseguem superar suas próprias limitações e seguir seus próprios sonhos. Constatamos, aqui, a grande importância da família no processo educacional e terapêutico da criança. A Incluo é uma empresa que trabalha com o empoderamento e a minimização da invisibilidade social das pessoas com deficiência — especificamente das pessoas com Síndrome de Down. A instituição nasceu com o intuito de ajudar as famílias a lidar com as dificuldades, a exemplo do próprio fundador, que é irmão do Eduardo Gontijo (Mano Down, também conhecido como Dudu do Cavaco). Ele acompanhou de perto as angústias de seus pais e familiares na busca por informações confiáveis e pessoas para trocar conhecimento, alegrias e dilemas. Nos últimos anos, o projeto impactou diversas regiões brasileiras por meio da realização de palestras, da visita a instituições e da participação em congressos. Vendo a necessidade de reunir essas informações, surgiu o portal Incluo. Acima de tudo, a instituição acredita que a conectividade entre as pessoas e a troca de informação é um caminho para a efetiva inclusão. Venha nos conhecer! Sobre a Incluo
Compartilhar