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RESPOSTA DO TRABALHO FINAL DE ANTROPOLOGIA

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RESPOSTA DO TRABALHO FINAL DE ANTROPOLOGIA 
1- Clifford Geertz realizou trabalho de campo, principalmente para conduzir as pesquisas sobre a religião e sobre o Islã, na Indonésia e no Marrocos em 1951 e depois de 1963 a 1971 respectivamente. Ao buscar informações sobre o molde religioso também, Talal Asad trabalhou em sua pesquisa no Paquistão e na Arábia Saudita preferencialmente. 
2- A bibliografia do debate construído entre Talal Asad e Clifford Geertz é bastante amplo e variado, passando por autores desde a Idade Média até a contemporaneidade. No entanto, alguns textos apontados na bibliografia são essenciais para o entendimento e para o desenvolvimento argumentativo do debate e alguns trechos foram incorporados ao texto de Asad e Geertz. Dentre esses preferenciais, existem os mais marcantes: 
ASAD, Talal. Medieval heresy: an anthropological view;
BROWN, Peter. Santo Agostinho: uma biografia;
DUMONT, Louis. Religion, politics, and society in the individualistic universe;
EVANS-PRITCHARD, Edward. E. Nuer religion;
GEERTZ, Cli/ord. A religião como sistema cultural. In: A Interpretação das Culturas;
KANT, Immanuel. A Paz Perpétua e Outros Opúsculos;
NEEDHAM, Rodney. Belief, Language, and Experience;
VIGOTSKY, Lev S. Thought and Language;
WILLIAM, James. The Varieties of Religious Experience, A Study in Human Nature;
WEBER, Max. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo;
DURKHEIM, Émile. As Formas Elementares da Vida Religiosa.
É válido ressaltar que toda a coletânea utilizada pelos autores é de extrema importância para a compreensão e estruturação do debate acerca da Religião, não obstante os supracitados têm forte contribuição por serem usados como fonte direta de argumentação via citações ipsis literis. 
3- Formulação do Glossário:
Pensamento Evolucionário do século XIX: em muito do pensamento evolucionário do século XIX, a religião era considerada uma condição humana primeira a partir da qual o direito, a ciência e a política modernos emergiram e se separaram. Isso foi proposto por Fustel de Coulange e publicada originalmente em francês em 1864, a obra exerceu influência, historicamente, sobre várias disciplinas que se sobrepunha – antropologia, estudos bíblicos e clássicos. 
Louis Dumond: “antropólogo francês, autor de obras consagradas, estudou profundamente o sistema de castas da Índia, teorizando sobre as ideologias da hierarquia e igualdade, e a emergência do individualismo na sociedade moderna. Além de ter contribuído profundamente para o estudo das terminologias de parentesco dravidianas da Índia do sul.” Afirmou que católico. Todos sabem que a religião era, anteriormente, uma questão coletiva e que se tornou uma questão individual (em princípio, e também na prática, ao menos em vários ambientes e situações). 
Reforma Protestante e Pós-Reforma: Iniciada com as 95 teses de Martinho Lutero em 1517, a Reforma Protestante não pretendeu criar uma nova linha religiosa paralela à Católica, apenas reformular alguns dogmas e modificar práticas consideradas erradas, como as indulgências. No entanto, as propostas foram condenadas pelo catolicismo e, como as divergências já eram grandes, derivaram-se diversos ramos cristãos, como os anglicanos, os calvinistas, os batistas e luteranos. Frente a esse enfraquecimento de Roma, a repressão foi fortemente implantada a partir das medidas concordadas no Concílio de Trento: novas ordens de cristandade foram criadas e usou-se as técnicas da Santa Inquisição contra os reformadores. Com a Reforma Protestante vieram as guerras de religião, culminando na grandiosa Guerra dos Trinta Anos, a qual, basicamente, opôs católicos e protestantes. Desses conflitos resultou o momento Pós-Reforma, muito importante para consolidar o pensamento de separação entre Estado e Religião no mundo Ocidental. 
Vygotsky: foi um psicólogo, proponente da Psicologia cultural-histórica, desenvolveu a teoria do ensino como processo social e o conceito de aprendizagem mediada. Acrescentou, ao texto de Talal Asad, como o desenvolvimento do intelecto infantil depende da internalização da fala social. Isso significa que a formação daquilo que Asad e Geertz chamam de “símbolos” (complexos, conceitos) é condicionada pelas relações sociais com as quais a criança em crescimento se envolve. 
Teoria Parsoniana: Teoria que afirma que a ação humana é intencional simbólica, indivíduos são autores que representam de acordo com o ambiente social.
Santo Agostinho: Agostinho desenvolveu sua visão sobre a função religiosa criativa do poder após sua experiência com a heresia donatista, insistindo que a coação seria uma condição para a realização da verdade, assim como a disciplina seria essencial para a sua manutenção. penitência). Para Agostinho era bastante claro que o poder, efeito de toda uma rede de práticas motivadas, assume uma forma religiosa em razão do fim a que se dirige, pois os eventos humanos são instrumentos de Deus.
Disciplina: Para Santo Agostinho disciplina é a palavra que resume sua atitude de preparar o caminho dos homens (através da coerção) para escolher o caminho do bem, pode se chamar também de punição coercitiva. Para os contemporâneos romanos mais tradicionais, era a preservação estática de um "estilo de vida romano". ‘Que se encontre a coerção do lado de fora; é dentro que nasce a vontade’, Agostinho convencera-se de que os homens precisavam desse manejo firme. Resumiu sua atitude numa palavra: disciplina.
Religião - Kant: em 1795, Kant foi capaz de produzir uma ideia de religião plenamente essencializada, que poderia ser contraposta a suas formas fenomênicas: “Pode, sem dúvida, haver diferentes tipos de fé” mas só pode existir uma única religião válida para todos os homens e em todos os tempos. Por conseguinte, as crenças apenas contêm o veículo da religião, que é acidental e pode variar segundo os tempos e os lugares. (Kant, 2009).
Religião Natural - Hebert : Fenômeno que se tornou universal, surgiu em resposta para problemas enfrentados em determinado contexto histórico pela teologia cristã. Conjunto de crenças e práticas comuns em todas as sociedades, ou seja um denominador comum, Herbert buscava uma crença que deveria reger o consentimento universal.
Perspectivismo: Maneira com que Geertz coloca a religião como "atitude"pois diferentemente da ciência, que cria e molda as fibras da sociedade, a religião é hoje uma opção, uma perspectiva. Nesse sentido, a religião hoje é uma perspectiva (ou uma “atitude”, como Geertz a chama às vezes), mas a ciência não o é. E nesse mesmo sentido, a ciência não é encontrada em qualquer sociedade, passada e presente.
Ponto de vista arquimediano: Mecanismo através do qual, segundo Geertz, a mente sem corpo torna-se apta a identificar a religião.
Abordagem Fenomenológica - Schutz: A principal contribuição de Schütz foi desenvolver a filosofia fenomenológica de Husserl como a base de uma filosofia das ciências sociais, particularmente para a teorização formulada por Max Weber. A abordagem fenomenológica, ou seja, a fenomenologia, é uma metodologia e corrente filosófica que afirma a importância dos fenômenos da consciência, os quais devem ser estudados em si mesmos – tudo que podemos saber do mundo resume-se a esses fenômenos, a esses objetos ideais que existem na mente, cada um designado por uma palavra que representa a sua essência, sua "significação". Este último aspecto é coerente com a abordagem fenomenológica, na qual os símbolos religiosos são sui generis, demarcando um domínio religioso independente.
Antropologia Simbólica: Vertente que estuda a cultura, a partir de uma teia de significados produzida dentro de um sistema compartilhado de indivíduos que compõem a respectiva sociedade, ou seja, um sistema de símbolos.
4- O debate sobre Religião é sistematizado entre Clifford Geertz ao escrever o capítulo “O Beliscão do destino” e Talal Asad em “A construção da Religião como uma categoria antropológica” no qual mostra que até mesmo alguns pontos culturais “laicos” possuem raízes religiosas.Geertz chama a religião de um “sistema de símbolos” com abrangência universalista, ao passo que Asad afirma que ela se diferencia a partir de determinados contextos e localidades. 
 Outra crítica realizada é acerca da denotação dos papéis dos símbolos como fundamentais na demanda por ordem e explicação do sistema do mundo, ou seja, Talal deixa evidente que isso é um tipo de pensamento evolucionário e é clara a crítica sobre a definição de religião como um fenômeno trans-histórico e transcultural. “De acordo com Geertz, é porque todo ser humano tem profunda necessidade de uma ordem geral de existência que os símbolos religiosos funcionam para satisfazer essa necessidade. Conclui-se que os seres humanos têm um pavor profundo da desordem” e completa com “É função dos símbolos religiosos lidar com ameaças à ordem percebidas em cada uma dessas dimensões (intelectual, física e moral)”.
 Além disso, Direito, ciência Religião e Política é bem dividido no Ocidente, mas às vezes bastante interligado no mundo islâmico (parâmetro de estudos e pesquisas de ambos os autores focalizados), logo a Religião não está presente apenas no âmbito do sagrado. “Nesse sentido, a religião hoje é uma perspectiva (ou uma “atitude”, como Geertz a chama às vezes), mas a ciência não o é. E nesse mesmo sentido, a ciência não é encontrada em qualquer sociedade, passada e presente.” Dessa forma, Talal Asad diz que a definição de religião é arbitrária e tende a limitar as explicações, separando-a de todas as outras áreas; a preocupação dele é tentar desconstruir, também, essa delimitação outorgada. 
 Geertz está preocupado com os símbolos, suas construções e significados; a questão proposta por Asad, nesse ponto, é: como foram construídos, ou seja, por via de quais processos históricos - enfatizando os discursos de poder criados ao longo do tempo - e a quais questões de exercício de poder estão envolvidos na formação dos símbolos. Há um diálogo, nesse ponto, com Max Weber ao verificar a importância e a força do discurso protestante para alavancar a mentalidade capitalista no desenvolvimento de certos grupos como os Calvinitas. Asad evoca, por fim, uma analogia à argumentação de Durkheim sobre a própria verdade da religião ao criticar Geertz, como demarcado no trecho a seguir: “Notei mais de uma vez a preocupação de Geertz em definir os símbolos religiosos de acordo com critérios cognitivos e universais, para distinguir claramente a perspectiva religiosa das não religiosas. A separação entre religião e ciência, senso comum, estética, política, e assim por diante, permite-lhe defendê-la das acusações de irracionalidade. Se a religião tem uma perspectiva específica (sua própria verdade, como Durkheim teria dito) e realiza uma função indispensável, ela não compete, em essência, com outras esferas e não pode, portanto, ser acusada de gerar falsa consciência. No entanto, de certo modo esta defesa é equivocada. Geertz observa que os símbolos religiosos criam disposições que parecem singularmente realistas.” 
5- Para Geertz, o sistema de símbolos que existe está intrinsecamente ligado às manifestações culturais as quais, por sua vez, têm como destaque a Religião. Todas as coisas que significam, como um ato, um objeto, um acontecimento ou uma relação representam um símbolo e estes conotam todas as esferas da vida. Dessa forma, a religião se resume em um sistema de símbolos que torna verídico e fomenta os acontecimentos, explicando como o mundo é no plano real e metafísico. “Os dois estágios propostos por Geertz são, eu (Talal Asad) sugeriria, um. Os símbolos religiosos – sejam eles pensados em termos de comunicação ou cognição, como guias para a ação ou para expressar emoção – não podem ser compreendidos independentemente de suas relações históricas com os símbolos não religiosos ou de suas articulações no interior e sobre a vida social, na qual trabalho e poder são sempre cruciais.”
 Isso ocorre devido a necessidade inata do homem em relação a possuir - ou não - uma religião. De acordo com Geertz, a crença precisa ter caráter explicativo e responder às necessidades do homem, o qual busca a compreensão do mundo; a existência de símbolos nessa esfera é o que a diferencia de ser apenas moralismo. “No entanto, Geertz tem muito mais a dizer acerca da fugidia questão do significado religioso: os símbolos religiosos não apenas formulam concepções sobre uma ordem geral da existência; eles também investem essas concepções de uma aura de factualidade.” Ademais, esses símbolos têm como função formar uma base para a formação de saberes, por meio do qual os homens se comunicam e que serão documentados para a posterioridade. Dialoga também com Durkheim ao dizer que a religião forma símbolos que produzem a ordem e as ideias: “[...] Se a religião tem uma perspectiva específica (sua própria verdade, como Durkheim teria dito) e realiza uma função indispensável, ela não compete, em essência, com outras esferas e não pode, portanto, ser acusada de gerar falsa consciência.”.

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