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38 8 – Mudança de variável em integrais Triplas De modo análogo as integrais duplas, podemos introduzir novas variáveis de integração na integral tripla. ∫∫∫= T dxdydzzyxfI ),,( Introduzindo novas variáveis de integração u, v, w através das equações x = x(u, v, w), y = y(u, v, w), z = z(u, v, w), a integral I pode ser expressa por ∫∫∫ ∂ ∂ = ' ),,( ),,(),,(),,,(),,,(( T dudvdw wvu zyx wvuwwvuywvuxfI onde T’é a correspondente região no espaço u, v, w e ),,( ),,( wvu zyx ∂ ∂ é o determinante jacobiano de x, y, z em relação a u, v, w. 8.1 – Cálculo de uma integral tripla em coordenadas cilíndricas As coordenadas cilíndricas de um ponto P no espaço, de coordenadas cartesianas (x, y, z), são determinadas pelos números r, θ, z, onde r e θ são as coordenadas polares da projeção de P sobre o plano xy. A relação entre as coordenadas cilíndricas e cartesianas é dada pelas equações: x = r cos θ y = r sen θ z = z O jacobiano de x, y, z em relação as novas variáveis r, θ, z é: rr r zr zyx = − = ∂ ∂ 100 0cossen 0sencos ),,( ),,( θθ θθ θ Assim ∫∫∫∫∫∫ = ' ),sen,cos(),,( TT dzrdrdzrrfdVzyxf θθθ , onde T’ é a região descrita em coordenadas cilíndricas. Se a região T se enquadra no 1º caso da seção 7.3, podemos escrever: 39 ∫∫ ∫ = ' ),( ),( 2 1 ),sen,cos( R rg rg rdrddzzrrfI θθθ θ θ onde: • g1(r, θ) e g2(r, θ) são as superfícies que delimitam T inferiormente e superiormente, respectivamente. • R’ é a projeção de T sobre o plano xy descrita em coordenadas polares. 8.2 – Exemplos 1) Calcular ∫∫∫= T dVI , onde T é a região delimitada por z = x2 + y2, x2 + y2 = 1 e z = 8 - x2 - y2 2) ∫∫∫ T dV , onde T é a porção da esfera x2 + y2 + z2 = 9 que está dentro do cilindro x 2 + y2 = 4 8.3 - Cálculo de uma integral tripla em coordenadas esféricas As coordenadas esféricas (ρ, θ,φ ) de um ponto P (x, y, z) no espaço são conforme a figura: A coordenada ρ é a distância do ponto P até a origem. A coordenada θ é a mesma que em coordenadas cilíndricas e a coordenada φ é o ângulo formado pelo eixo positivo dos z e o segmento que une o ponto P a origem. Como ρ é a distância de P a origem, temos ρ > 0. Como θ coincide com o ângulo polar, utiliza-se a mesma variação usada no cálculo de integrais duplas, ou seja, piθpi ≤≤− ou piθ 20 ≤≤ Quanto a coordenada φ , subentende-se que piφ ≤≤0 . Quando φ = 0, o ponto P estará sobre o eixo positivo dos z e, quando piφ = , sobre o eixo negativo dos z. Comparando as figuras das seções 8.1 e 8.3 , podemos observar que as coordenadas cilíndricas e esféricas se relacionam pelas equações φρ sen=r , θθ = , φρ cos=z Combinando essas equações com as equações θcosrx = , θsenry = , zz = 40 obtemos θφρ cossen=x , θφρ sensen=y , φρ cos=z que são as equações que relacionam as coordenadas esféricas com as coordenadas cartesianas. Podemos usar estas equações para transformar uma integral tripla em coordenadas cartesianas numa integral tripla em coordenadas esféricas. Para isso, vamos utilizar a fórmula de mudança de variáveis para integrais triplas dada acima. ∫∫∫ ∂ ∂ = ' ),,( ),,(),,(),,,(),,,(( T dudvdw wvu zyx wvuwwvuywvuxfI Devemos então calcular o jacobiano ),,( ),,( φθρ∂ ∂ zyx . Temos φρ φρφ θφρθφρθφ θφρθφρθφ φθρ sen sen0cos sencoscossencossen coscossensencossen ),,( ),,( 2 = − − = ∂ ∂ zyx Portanto, ∫∫∫∫∫∫ = ' sen)cos,sensen,cossen(),,( 2 TT dddfdVzyxf θφρφρφρθφρθφρ onde T’ é a região de integração T descrita em coordenadas esféricas. 8.4 – Exemplos 1) Calcular o volume de uma esfera de raio R utilizando integral tripla. 2) Calcular ∫∫∫= T xdxdydzI , onde T é a esfera sólida x2 + y2 + z2 < a2 3) Calcular ∫∫∫= T dxdydzI , onde T é a região limitada superiormente pela esfera x2 + y2 + z2 = 16 e inferiormente pelo cone 22 yxz += 4) Calcular ∫∫∫ ++= T dxdydzzyxI 222 , onde T é a coroa esférica limitada por x 2 + y2 + z2 = 1 e x2 + y2 + z2 = 4. 41 8.5 – Exercícios 1) Calcular ∫∫∫ += T dVyxI )( 22 , onde T é a região interior ao cilindro x2 + y2 = 1 e a esfera x 2 + y2 + z2 = 4. 2) Calcular ∫∫∫ += T dVyxI 22 , onde T é a região limitada por z = x2 + y2 - 4 e z = 4 - x2 - y2. 3) Calcular ∫∫∫ T dV , onde T é a região limitada por x2 + y2 = 4 e a esfera y2 + z2 = 4. 4) Calcular ∫∫∫ T dV , onde T é a região interior ao cilindro x2 - x + y2 = 0 e a esfera x 2 + y2 + z2 =1. 5) Calcular ∫∫∫ T dV , onde T é a casca esférica delimitada por x2 + y2 + z2 = 9 e x 2 + y2 + z2 = 16. 6) Calcular ∫∫∫ + T dVyx )( 22 , onde T é o sólido delimitado por 4 < x2 + y2 + z2 < 9. Respostas: 1) ) 5 344 15 256( −pi 2) 15 256pi 3) 3 128 4) 9 )43(2 −pi 5) 3 148pi 6) 15 1688pi 8.6 - Aplicações – Cálculo de Volume de sólidos As integrais triplas tem aplicações geométricas e físicas. Uma importante aplicação é o cálculo de volumes. É possível calcular o volume de um sólido delimitado num espaço T, considerando f(x, y, z) = 1. Assim, o volume V é dado por ∫∫∫= T dVV 8.7 – Exemplos 1) Calcular o volume do sólido delimitado inferiormente por 2 3 yz −= , superiormente por z = 6 e lateralmente pelo cilindro vertical que contorna a região R delimitada por y = x2 e y = 4. 2) Calcular o volume do sólido T delimitado por y = 0, z = 0, y + z = 5 e z = 4 – x2 42 8.8 – Exercícios 1) Calcular o volume do tetraedro da figura ao lado: 2) Calcular o volume da parte do tetraedro da figura ao lado: • Entre os planos z = 1 e z = 2; • Acima do plano z = 1; • Abaixo do plano z = 2. 3) Calcular o volume do sólido delimitado por x2 + y2 = 4, z = 0 e 4x + 2y + z = 16. 4) Calcular o volume do sólido delimitado por z = 8 - x2 - 2 y2 no 1º octante. 5) Calcular o volume do sólido acima do plano xy delimitado por z = x2 + y2 e x2 + y2 = 16. 6) Calcular o volume do sólido acima do parabolóide z = x2 + y2 e abaixo do cone 22 yxz += . Respostas: 1) 1 2) 27 7 , 27 8 , 27 26 3) pi64 4) pi24 5) pi128 6) 6 pi
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