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TEORIA DA RELAÇÃO JURÍDICA 2 1 ° bimestre

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TEORIA DA RELAÇÃO JURÍDICA
FATO JURÍDICO:
DEFINIÇÃO:
- O Direito também seu ciclo vital: nasce, desenvolve-se e extingue-se. Essas fases ou momentos decorrem de fatos, denominados de FATOS JURÍDICOS, exatamente por produzirem efeitos jurídicos. Nem todo acontecimento constitui fatos. Alguns são simplesmente fatos, irrelevantes para o direito. Somente acontecimento da vida relevante para o direito, mesmo que seja fato ilícito, pode ser considerado fato jurídico.
- Todo fato, para ser considerado jurídico, deve passar por um juízo de valoração.
- O ordenamento jurídico, que regula a atividade humana, é composto de normas jurídicas, que preveem hipóteses de fatos e consequentes modelos de comportamento considerados relevantes e que, por isso, foram normatizados.
- Fato jurídico em sentido amplo é, portanto, todo acontecimento da vida que o ordenamento jurídico considera relevante no campo do direito.
- Fato jurídico em sentido amplo é qualquer evento da natureza ou conduta humana relevante para o direito (criação, modificação, transmissão, transmissão, extinção de direitos).
CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS JURÍDICOS:
- Os fatos jurídicos em sentindo podem ser classificados em:
Fatos naturais, fatos jurídicos stricto sensu ou fatos jurídicos em sentido estrito: simples manifestação de natureza, classificados em: 
ORDINÁRIOS, constituem o termo inicial e final da personalidade (nascimento, maioridade, morte...), ou seja, situações que não dependem exclusivamente da vontade humana.
EXTRAORDINÁRIOS, se enquadra na categoria do fortuito e da força maior (terremoto, raio, tempestade...), ou seja, eventos da natureza juridicamente relevantes.
Fatos humanos, fatos lato sensu ou fatos jurídicos em sentido amplo: atividade humana.
ILÍCITOS, por serem praticados em desacordo com o prescrito no ordenamento jurídico, embora repercutam na esfera do direito, produzem efeitos jurídicos involuntários, mas imposto por esse ordenamento. Em vez de direito, criam obrigações, deveres. São definidos no art. 186, gerando a obrigação de reparar um dano (indenização).
OBS: Ato ilícito CIVIL (Art. 186 = dever de indenização) é diferente de ato ilícito PENAL (existência de crime).
LÍCITOS, são os atos jurídicos a que a lei defere os efeitos almejados pelo agente. Praticados em conformidade com o ordenamento jurídico, produzem efeitos jurídicos voluntários, queridos pelo agente. Os atos lícitos são divididos em 3 tipos:
NEGÓCIO JURÍDICO, um contrato de compra e venda por exemplo, onde a ação humana visa diretamente alcançar um fim prático permitido na lei, dentre a multiplicidade de efeitos possíveis.
ATO JURÍDICO EM SENTIDO ESTRITO, o efeito da vontade esta predeterminado na lei, como ocorre com a notificação, que constitui em mora o devedor, o reconhecimento de filho, a tradição, a percepção dos frutos, a ocupação, o uso de uma coisa... Não havendo, por isso, qualquer dose de escolha de categoria jurídica. A ação humana se baseia não numa vontade qualificada, mas em simples intenção, ou seja, não demanda da vontade qualificada que se exige para a formação de um contrato.
ATO-FATO JURÍDICO ressalta a consequência do ato, o fato resultante, sem se levar em consideração a vontade de pratica-lo. Decorre de uma conduta, ou seja, tem origem em uma conduta humana (o evento entra no mundo jurídico como um fato) e é sancionado pela lei, como no caso da pessoa que acha, casualmente, um tesouro. Não é previsto no CCB.
NEGÓCIOS JURÍDICOS:
Conceito:
- Conduta humana (comissiva ou omissiva), juridicamente relevante, em conformidade com a lei (lícito), pelo qual o agente pretende alcançar resultados jurídicos específicos (criação, modificação, transmissão ou extinção de direitos), ou seja, há manifestação de vontade.
- “Negócio jurídico é um ato, ou uma pluralidade de atos, entre si relacionados, quer sejam de uma ou de várias pessoas, que tem por fim produzir efeitos jurídicos, modificações nas relações jurídicas no âmbito do Direito Privado.”, KARL LARENZ.
- “Negócio jurídico é aquela espécie de ato jurídico que, além de se originar de um ato de vontade, implica a declaração expressa da vontade, instauradora de uma relação entre dois ou mais sujeitos tendo em vista um objetivo previsto pelo ordenamento jurídico.”, MIGUEL REALE.
- “Negócio jurídico é o meio para a realização da autonomia privada, ou seja, a atividade e postestade criadoras, modificações ou extintoras de relações jurídicas entre particulares” RENAN LOTUFO
- “Por negócio jurídico deve-se entender a declaração de vontade privada destinada a produzir efeitos que o agente pretende e o direito reconhece Tais efeitos são a constituição, a modificação ou a extinção de relações jurídicas, de modo vinculante, obrigatória para as partes intervenientes [...] De qualquer modo, o negócio jurídico é o meio de realização da autonomia privada, e o contrato é o seu símbolo” FRANCISCO AMARAL
Finalidade negocial:
- No Negócio Jurídico a manifestação de vontade tem finalidade negocial que abrange a aquisição, conservação, modificação ou extinção de direitos.
Art. 81, CCB de 1961: “Todo ato lícito, que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos, se denomina ato jurídico.” *** Na verdade hoje denomina-se negócio jurídico, por haver o intuito negocial
Aquisição de Direitos:
- Ocorre a aquisição de um direito com sua incorporação ao patrimônio e á personalidade do titular.
- Direito objetivo: Direitos abstratamente considerados em lei. Conjunção a determinado titular.
- Tipos de Aquisição em relação a sua origem:
Originária: quando se dá sem qualquer interferência do anterior titular, por exemplo, na ocupação de coisa sem dono. O titular cria para si um direito novo, original, que não existia em nome de ninguém até aquele momento.
- Ex. Pesca, Criação de obra intelectual, Usucapião...
Art. 1263, CCB: “Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei.”
Art. 1238, CCB: “Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. 						Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo”
Derivada: quando decorre de transferência feita por outra pessoa, ou seja, o proprietário recebe o direito de um antecessor (existe transmissão de direito). Nesse caso, o direito é adquirido com todas as qualidades ou defeitos do título anterior, visto que ninguém pode transferir mais direitos do que tem. A aquisição se funda numa relação existente entre o sucessor e o sucedido. O contrato de compra e venda serve de exemplo.
- Ex. Compra e Venda, Doação, Sucessão Hereditária
- Tipos de aquisição derivada:
Gratuitas: quando só o adquirente aufere vantagem, como acontece na sucessão hereditária.
Onerosa: quando se exige do adquirente uma contraprestação, possibilitando a ambos os contratantes a obtenção de benefícios, como ocorre na compra e venda, locação...
- Tipos de aquisição em relação à sua extensão:
a) Título Singular: que ocorre no tocante à bens determinados: em relação ao comprador, na sucessão inter vivos, em relação ao legatário, na sucessão causa mortis.
b) Título Universal: quando o adquirente sucede de seu antecessor na totalidade de seus direitos, como se dá o herdeiro.
	
- Tipos de aquisição em relação ao momento de aquisição:
Direito Atual: é o direito já formado e incorporado ao patrimônio jurídico do titular, podendo ou não ser por ele exercício.
Direito Futuro ou Direito Embrionário: é o que ainda não se constituiu. Denomina-se deferido quando a sua aquisição depende do arbítrio (vontade) do sujeito. Diz-se não deferido quando a sua consolidação se subordina a fatos oucondições falíveis.
Expectativa de Direito: quando há apenas esperança ou possibilidade de que venha a ser adquirido, ou seja, simples hipótese e especulação.
- O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
Art. 131. CCB “O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.”
	*** OBS: Negócio jurídico com termo inicial é exemplo de direito atual
	- Negócio jurídico com condição suspensiva
Art. 125, CCB: “Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.”
Modificação de Direitos:
- Podem sofrer mutações quanto ao seu objeto, quanto à pessoa do sujeito e, ás vezes, quanto à ambos os aspectos. A manifestação da vontade, com finalidade negocial, pode objetivar não apenas a aquisição e a conservação de direitos, mas também sua modificação.
- “Sem sacrifício de sua integridade específica e lógica, os direitos são suscetíveis de modificação, quer em relação aos seus respectivos titulares, quer em relação ao seu conteúdo. Essa modificação pode ocorrer, seja para elevar a intensidade do negócio jurídico, seja pra diminui-la, enquanto que se pode encontrar igualmente uma categoria que não implique nem em aumento nem em diminuição dessa eficácia, como no caso de apenas ser alterada a clausula referente ao lugar da execução da obrigação.”, SERPA LOPES.
- Tipos de Modificação de Direitos:
Objetiva: Quando se refere ao objeto
Qualitativa: Diz respeito á natureza do objeto o qual o direito recai, ou seja, o conteúdo do direito se converte em outra espécie, sem que aumentem ou diminuam as faculdades do sujeito.			-Ex. Um veículo com PT (Bem infungível), 	transformado em indenização $ (Bem 	fungível).
Quantitativa: Diz respeito à extensão do objeto sobre o qual o direito recai, ou seja, o objeto aumenta ou diminui no volume ou extensão, sem também alterar a qualidade do direito.					-Ex. Divida paga com atraso acarreta juros.
Subjetiva: Quando concerne em relação à relação do titular, ou seja, modificação de titularidade, permanecendo inalterada a relação jurídica primitiva (apenas aquisições derivadas), podendo dar-se essa modificação inter vivos ou causa mortis. Certos direitos, por serem personalíssimos, constituídos intuitu personae, são insuscetíveis de modificação subjetiva, como sucede com os direitos de família puros.
Extinção de Direitos:
- É o desaparecimento de direitos sem substituição por outro, o que o difere da perda.
- A extinção pode ser causada por perecimento do objeto sobre o qual recaem, alienação, renúncia, abandono, falecimento do titular de direito personalíssimo, prescrição, decadência, confusão, implemento de condição resolutiva, escoamento do prazo, perempção da instância e desapropriação.
- Tipos das causas de Extinção de Direitos:
Subjetiva: quando o direito é personalíssimo e morre o titular.
Objetivas: perecimento do objeto sobre o qual recai.
Concernentes ao Vínculo Jurídico: perecimento da pretensão ou do próprio direito material, como na prescrição e na decadência.
Defesa e Conservação de Direitos:
- Para resguardar ou conservar seus direitos muitas vezes necessita o titular tomar certas medidas ou providências preventivas ou repressivas, judiciais ou extraordinárias (Direito de Ação, podendo ser indenizatória ou de cobrança). As relações econômicas e sociais tornam inevitáveis e constantes o conflito de interesses e a violação de direitos.
- As medidas de caráter preventivo visam garantir e acautelar o direito contra futura violação. Podem ser de natureza extrajudicial, para assegurar o cumprimento de obrigação creditícia, por exemplo, como as garantias reais (hipoteca, penhor...) e as pessoais (fiança, aval), bem como de natureza judicial, correspondentes às medidas cautelares previstas no CPC. Já as medidas de caráter repressivo visam restaurar o direito violado. A pretensão é deduzida em juízo por meio da ação.
Art. 75, CC/1916: “Art. 75. A todo o direito corresponde uma ação, que o assegura.”
 Histórico:
- O Negócio Jurídico surgiu no Século XIX, na Escola Pandectista do Direito Alemão, através da elaboração do Bürgerliches Gesetzbuch (BGB), o código civil alemão, primeiro diploma legal a lhe conferir como um regime específico, sob a denominação de Rechtsgeschäfte, acolhendo a concepção do negócio jurídico como figura autônoma, diferentemente dos franceses no Código Civil Napoleônico de 1804, porém deve-se a Savigny a sua explicitação como “espécie de fatos jurídicos que não são apenas ações livres, mas em que a vontade dos sujeitos se dirige imediatamente à constituição ou extinção de uma relação jurídica”.
- No Brasil, a elaboração Código Civil de 1916 por parte de Clóvis Biveláqua seguia a doutrina unitária francesa, que não separava negócio jurídico de ato jurídico, devido a falta de subsídios, que apenas anos mais tardes foram ministrados pela doutrina germânica para a distinção, em categoria dos atos jurídicos ilícitos.
- O atual Código Civil brasileiro, CCB/2002, adota a posição dualista, com referência expressa aos negócios e aos atos jurídicos lícitos.
Elemento Central 			Vontade:
- 2 teorias: 
Teoria da Vontade (Willesthrose)
- Na analise do Negócio Jurídico deve-se priorizar a verdade/real intenção do agente em face da forma como a vontade foi declarada
	Ex. Coação, Fraude contra criadores
Teoria da Declaração (Ehlarvngsthrosie)
- Na analise do Negócio Jurídico deve prevalecer a forma em que a vontade foi declarada
- A vontade é pressuposto básico do negócio jurídico e é imprescindível que se exteriorize, pois do ponto de vista do Direito, somente vontade que se exterioriza é considerada suficiente para compor suporte fático de negócio jurídico. A vontade que permanece interna, como acontece com a reserva mental, não serve a esse desiderato, pois que de difícil, senão impossível, apuração. A declaração da vontade é, assim, o instrumento da manifestação da vontade.
-“ Vontade interna ou real é a que traz força jurígena, mas é a sua exteriorização pela declaração que a torna conhecida, o que permite dizer que a produção de efeitos é um resultado da vontade mas que esta não basta sem a manifestação exterior”, CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA.
- A vontade é um elemento de caráter subjetivo, que se revela através da declaração. Esta, portanto, e não aquela, constitui requisito de existência do negócio jurídico.
- PRINCÍPIOS DA DECLARAÇÃO DE VONTADE:
Autonomia da vontade: as pessoas têm liberdade de, em conformidade com a lei, celebrar negócios jurídicos, criando direitos e obrigações.
Supremacia da Ordem Pública: limita o principio anterior, pois muitas vezes, em nome da ordem pública e do interesse social, o Estado interfere nas manifestações de vontade, especialmente para evitar opressão dos economicamente mais fortes sobre os mais fracos.
Obrigatoriedade dos Contratos: significa que o contrato faz lei entre as partes, não podendo ser modificado pelo Judiciário. Destina-se também a dar segurança aos negócios em geral.
Revisão dos Contratos ou Onerosidade Excessiva: Autoriza o recurso ao Judiciário para se pleitear a revisão dos contratos, ante a ocorrência de fatos extraordinários e imprevisíveis.
 - TIPOS DE DECLARAÇÃO DE VONTADES QUANTO À FORMA:
Expressa: Se realiza por meio da palavra, falada ou escrita, e de gestos, sinais ou mímicas, de modo explicito, ou seja, através de uma conduta comissiva direta.
Ex. Afirmas sim/não estar de acordo, Assinar um contrato.
Tácita: É a ação que se revela por meio do comportamento do agente. Pode-se, com efeito, deduzir da conduta da pessoa a sua intenção, através de uma conduta comissiva indireta.
Ex. - Aceitação da herança:
Art. 1.805, CCB:.” A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por declaração escrita; quando tácita, há de resultar tão-somente de atos próprios da qualidade de herdeiro. 
§ 1o Não exprimem aceitação de herança os atos oficiosos, como o funeral do finado, os meramente conservatórios, ou os de administração eguarda provisória.
§ 2o Não importa igualmente aceitação a cessão gratuita, pura e simples, da herança, aos demais co-herdeiros”
Presumida: É a declaração não realizada expressamente mas que a lei deduz certos comportamentos do agente. 
Silêncio: Normalmente o silêncio nada significa, por construir total ausência de manifestação de vontade e, como tal, não produzir. Todavia, excepcionalmente, em determinadas circunstâncias, pode ter um significado relevante e produzir efeitos, o silêncio pode ser interpretado como manifestação tácita da vontade quando a lei conferir a ele tal efeito
Art. 111, CCB: “O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.”
Ex. – Doação: 
Art. 539, CCB: “O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.”
	
– Assunção de Dívida:
	Art. 299, CCB: “É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. 
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.”
– Casamento ( Não pode haver silêncio) 	 Art. 1.535, CCB: “Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos: “De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados.”
- TIPOS DE DECLARAÇÃO DE VONTADE EM RELAÇÃO AO DESTINATÁRIO:
- Em geral as declarações de vontades são receptivas, Por se dirigirem a uma outra pessoa, que dela deve ter ciência do ato, para produzirem efeitos.
Receptivas: Se dirige a pessoa determinada, ou seja, que se exige que se alcance/ atinja destinatário certo com o escopo de levar ao seu conhecimento a intenção do declarante, sob pena de ineficácia.
Ex. Compra e venda à distância.
Não Receptivas: São as que se efetivam com a manifestação do agente, não se dirigindo a destinatário especial, sendo assim não precisa atingir destinatário certo. Produzem efeitos independentes da recepção e de qualquer declaração de outra pessoa
Ex. Testamento, promessa de recompensa e denúncia. 
- Reserva Mental: 
Art. 110, CCB: A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
Divergência entre o querer íntimo do agente e aquilo que ele declara.
Ocorre reserva mental quando um dos declarantes oculta sua verdadeira intenção, isto é, quando não quer um efeito jurídico que declare querer. 
Tem por objetivo enganar o outro contratante ou declaratário. Se este, entretanto, não soube da reserva, o ato subsiste e produz os efeitos que o declarante não desejava.
A reserva, isto é, o que passa na mente do declarante é irrelevante no que se refere à validade e eficácia do negócio jurídico.
 “A emissão de uma declaração não querida em seu conteúdo, tampouco em seu resultado, tendo por único objetivo enganar o declaratário”, NELSON NERY JUNIOR.
Tipos de Reserva mental:
Unilateral: A reserva mental desconhecida da outra parte é irrelevante. A vontade declarada produzirá normalmente os seus efeitos, a despeito de estar conscientemente em com o íntimo desejo do declarante. Considera-se somente o que foi declarado, ou seja, é irrelevante, subsiste a vontade como ela foi declarada.
Bilateral: Se o declaratário conhece a reserva mental a solução é outra. Ao tempo do CCB de 1916, a despeito de inexistir norma reguladora do assunto, a doutrina entendia ser anulável o negócio se a reserva era conhecida da outra parte. Considerava-se caracterizada, in casu, a simulação, o vício do negócio jurídico. O Atual CCB, adotou solução diversa, segundo Moreira Alves, “ a reserva mental conhecida da outra parte não torna nula a declaração de vontade, esta inexiste, e em consequência, não se forma o negócio jurídico”.
Planos do Negócio Jurídico: 
PLANO DA EXISTÊNCA:
- No plano da existência não se indaga da invalidade ou eficácia do Negócio Jurídico, importando apenas a realidade da existência. Tal ocorre quando este sofre a incidência da norma jurídica, desde que presente todos os seus elementos estruturais. Se faltar, no suporte fático, um desses elementos, o fato não ingressa no mundo jurídico: é inexistente. Neles podem, porém, ingressar todos os fatos jurídicos, lícitos ou ilícitos.
- Os requisitos de existência de do negócio jurídico são os seus elementos estruturais (o suporte fático), sendo eles:
VONTADE................ exteriorizada = declaração das vontades
AGENTE................... Suporte de direitos, titular da vontade
OBJETO................... Bem de vida sobre o qual recai a vontade
FORMA .................... Modo pelo qual a vontade se manifesta
PLANO DA VALIDADE:
- O ato existente deve passar por uma triagem quanto à sua regularidade, para ingressar no plano da validade, quando então se verifica se está perfeito ou se encontra eivado de algum vício ou defeito inviabilizam-te, testando, assim, sua qualidade jurídica. 
- TIPOS DE VÍCIOS:
Falta de Liberdade e Consciência:
- Quando falta existe vício de vontade (de consentimento).
- Erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão = Anulabilidade do NJ
Art. 171, CCB: “Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.”
Falta de Boa Fé:
- Quando falta existe vício social.
- Problemas nos objetivos da manifestação
- Fraude contra credores = Anulabilidade do NJ
- Simulação = Nulidade do NJ
Art. 167, CCB: “É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. 
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: NULIDADE:
- Ação declaratória de nulidade (ordem pública)
ANULABILIDADE:
- Ação anulatória
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; 
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; 
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. 
§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado.”
- Fraude a lei: 
Art. 166, CCB: “É nulo o negócio jurídico quando:			IV - não revestir a forma prescrita em lei.”
- AGENTE:
A capacidade do agente (condição subjetiva) é a aptidão para intervir em negócios jurídicos como declarante ou declaratário. Trata-se da capacidade de fato ou do exercício, necessário para que uma pessoa possa exercer, por si só, os atos da vida civil.
Agente capaz: É o que tem capacidade de exercer de direitos, ou seja, aptidão para exercer direitos e contrais obrigações na ordem civil. Essa é adquirida com a maioridade, aos 18 anos, ou com emancipação.
Absolutamente incapaz: Proibição total do exercício, por si só, do direito, sob pena de nulidade e não decorre só da idade como também das outras causas elencadas no art 3° do CCB, concernentes à falta de higidez mental, mesmo que transitória
Art. 3°, CCB: “São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.”
Art. 166, CCB: “É nulo o negócio jurídico quando: 
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz.”
Relativamente incapaz: casos como os elencados no art 4°, do CCB, acarreta a anulabilidade do ato, salvo em hipóteses especiais, e também quando o incapaz é assistido por seu representante legal.
Art.4°, CCB: “São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV - os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.”
Art. 171, CCB: “Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
 I - por incapacidade relativa do agente;”
A declaração de vontade é elemento necessário à existência do negócio jurídico, enquanto a capacidade é requisito necessário á sua validade e eficácia, bem como ao poder de disposição do agente.
A incapacidade de exercício é suprida pelos meios legais: a representação e a assistência:
Representação: Dá-se quando uma pessoa, denominada representante, substitui outra na prática de ato ou negócio jurídico, agindo em nome e no interesse desta. Pode ser legal ou convencional. A representação legal é usada no caso dos absolutamente incapazes:
PAIS................................. FILHOS
TUTORES....................... TUTELADOS
CURADORES................. CURATELADOS
OBS: Em alguns casos, necessitam os mencionados representantes de prévia autorização judicial.
Assistência: A assistência aos relativamente incapazes é necessária para validar a sua manifestação de vontade. Malgrado já tenham um certo discernimento que lhes permite participar pessoalmente dos atos e negócios jurídicos, exige a lei que sejam acompanhados e assistidos por seus representantes legais, deles participando juntamente com estes.
As pessoas jurídicas participam dos negócios em geral por intermediário de quem as represente, ativa e passiva, judicial e extrajudicialmente.
A incapacidade não se confunde com os impedimentos ou falta de legitimação. Esta é a incapacidade para a prática de determinados atos, onde para certos negócios jurídicos a lei cria restrições, ou mesmo, proibições de sua prática para certas pessoas.
Venda de ascendente para descendente necessita dos demais descendentes. É anulável
Art. 496, CCB: “É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. 
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória.”
Tutor não pode adquirir bens do tutelado
Art. 497, CCB: “Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública:
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração;”
Autorização do conjugue para certos negócios jurídicos, como por exemplo alterações mobiliárias, negócios jurídicos (alienações imobiliárias e fiança), outroga usória (homem), outroga marital (mulher). O que pode levar a anulabilidade do negócio jurídico
Art. 1.647, CCB: “Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: 
I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; 
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; 
III - prestar fiança ou aval; 
IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação. 
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.”
Art. 1.649, CCB: “A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal. 
Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou particular, autenticado.”
- OBJETO: A validade do negócio jurídico ainda requer objeto lícito, possível, determinado ou determinável.
Objeto Lícito: é o que não atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes.
Objeto Possível: O objeto deve ser, também, possível. Quando impossível, o negócio é nulo. A impossibilidade pode ser física ou jurídica.
Física: Emana de leis Físicas ou Naturais. Deve ser absoluta, isto é, alcançar a todos, indistintamente. A relativa, que atinge o devedor mas não outras pessoas, não constitui obstáculo ao negócio jurídico, ou seja, não invalida o negócio jurídico uma circunstância pessoal ou transitória, aparentemente impede a realização do negócio jurídico, mas o obstáculo é contornável, superável.
Jurídica: Quando o ordenamento jurídico proíbe, expressamente, negócios a respeito de determinado bem. A ilicitude do objeto é mais ampla, pois abrange os contrários à moral e aos bons costumes. 
O objeto do negócio jurídico de ve ser, igualmente, determinado ou determinável (indeterminado relativamente ou sucetível de determinação no momento da execução).
- FORMA: O terceiro requisito de validade do negócio jurídico é a forma, que é o meio de revelação da vontade. Deve ser a prescrita na lei.
Há dois sistemas que tange à forma como requisito de validade do negócio jurídico: o consensualismo, da liberdade de forma, e o formalismo ou da forma obrigatória.
O direito brasileiro, a forma, é em regra livre. As partes podem celebrar o contrato por escrito, público ou particular, ou verbalmente, a não ser nos casos previstos em lei, para dar maior segurança e seriedade ao negócio, exija a forma escrita, pública ou particular. O consesualismo, portanto, é regra, e o formalismo, a exceção.
Ex. de exceções 
Escritura Pública (tabelionato) = Alienação de bens moveis
Art. 108, CCB: “Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.”
Fiança = Sempre por escrito
Art. 819, CCB: “A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.”
Pacto Antenupcial = Escritura Pública
Art. 1.653, CCB: ”É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento.”
Testamento
Art. 1.864, CCB: “São requisitos essenciais do testamento público: 
Parágrafo único. O testamento público pode ser escrito manualmente ou mecanicamente, bem como ser feito pela inserção da declaração de vontade em partes impressas de livro de notas, desde que rubricadas todas as páginas pelo testador, se mais de uma.”
TIPOS DE FORMAS:
Forma Livre: é predominante no direito brasileiro. É qualquer forma de manifestação da vontade, não imposto obrigatoriamente pela lei.
Forma especial ou solene: Há a exigência de que o ato seja praticado com observância de determinada solenidade, que tem por finalidade assegurar a autenticidade dos negócios, garantir a livre manifestação da vontade, demonstrar a seriedade do ato e facilitar a sua prova. A forma solene pode ser única ou múltipla (plural). Forma única, por lei, é aquela que não pode ser substituída por outra, já a forma múltipla diz-se quando o ato é solene mas a lei permite a formalização do negócio por diversos modos, podendo o interessado optar validamente por um deles
Forma Contratual: é convencionada pelas partes, ou seja, os contratantes podem, portanto, mediante convenção, determinar que o instrumento público torne-se necessário para validade do negócio.
A forma pode ser ad solemnitatem, também denominaa ad substantiam, ou ad probationem tantum. A primeira, quando determinada forma é de substância do ato, indispensável para que a vontade produza efeitos. A segunda, quando a forma destina-se a facilitar a prova do ato.
PLANO DA EFICÁCIA
- Validade:
	+ Regularidade do negócio jurídico (Conformidade com eles)
	+ Possibilidade, em tese, pode gerar frutos
- Eficácia: Um negócio jurídico pode não produzir efeitos ainda. Os efeitos de um negócio jurídico podem ser limitados
+ Clausulas criadas por interesse e convivência da(s) parte(s), que limitam os efeitosdo negócio jurídico.
+ Limitadores de efeitos não são requisitos legais
+ Condição termo encargo
	
Elementos do Negócio Jurídico
- A classificação tradicional dos elemento do negócio jurídico, que vem do direito romano, divide-os em:
Elementos Essenciais (essentialia negotti) são os estruturais, indispensáveis a existência do ato e que lhe formam a substancia. Ele se subdivide em dois grupos:
Gerais: São comuns a todos os negócios, como a declaração de vontade por exemplo.
Particulares: Características típicas de cada negócio
Elementos Naturais (naturalia negotti) são as consequências ou efeitos que decorrem da própria natureza do negócio, sem necessidade expressa menção. Normas supletivas já determinam essas consequências jurídicas, que podem ser afastadas por estipulação contrária.
Elementos acidentais (accidentalia negotti) consistem em estipulações acessórias, que as partes podem facultativamente adicionar ao negócio, para modificar alguma de suas consequências naturai, como a condição, o termo e o encargo ou modo.
Causa do Negócio Jurídico
- Sistemas Jurídicos causalistas (França/Itália)
Grande importância ao motivo de um negócio jurídico como requisito de validade
Excesso de subjetividade
- Sistemas Jurídicos Anti-causalistas (Brasil/Alemanha/Portugal)
Prevalência do objeto no negócio jurídico
Mediato e Imediato
Classificação dos Negócios Jurídicos
Unilaterais, Bilaterais e Plurilaterais
- Quanto ao número de declarantes ou de manifestações de vontade necessárias ao seu aperfeiçoamento, os negócios jurídicos se classificam em:
Unilaterais: São os que se aperfeiçoam com uma única manifestação de vontade. Subdividem-se em dois:
Receptivos: São aqueles em que a declaração de vontade tem de se tornar conhecida do destinatário para produzir efeitos, como sucede na denúncia, resilição de um contrato, na revogação de mandato...
Não Receptivos: São aqueles em que o conhecimento por parte de outras pessoas é irrelevante, como se dá no testamento, na confissão de dívida...
Ex. – Associação e Fundações
Bilaterais: São os que se perfazem com duas manifestações de vontade, coincidentes sobre o objeto. Essa coincidência chama-se consentimento mútuo ou acordo de vontades, que se verifica nos contratos em geral. Subdividem-se em dois grupos
 Bilaterais Simples: São aqueles em que somente uma das partes aufere vantagens, enquanto a outra arca com o ônus, como ocorre na doação e no comodato.
Bilaterais Sinalagmáticos: São aqueles que há reciprocidade de direitos de direitos e obrigações. São os que outorgam, ônus e vantagens recíprocas, como na compra e venda e na locação, verbia gratiaI (Essa denominação deriva do vocábulo grego sinalagma, que significa contrato com reciprocidade)
Plurilaterais: São os contratos que envolvem mais de duas partes, como o contrato de sociedade com mais de dois sócios e os consórcios de bens móveis e imóveis. As deliberações nesse caso não decorrem de um intercambio de declarações convergentes, de unanimidade de manifestações, mas da soma de sufrágios, ou seja, de decisões da maioria, como acontece nas deliberações societárias, nas resultantes de assembleia geral de acionistas e dos credores que deliberam no processo de concurso. 
OBS: Ás vezes a noção de parte coincide com de pessoa, como na hipótese em que um individuo aluga seu imóvel a outro. Em outras, há pluralidade de individuo e unidade de parte no negócio jurídico. Quando duas ou mais partes fazem uma declaração volitiva em direção única, consistem uma parte só. Nesse caso, mesmo que haja participação coletiva de indivíduos o negócio não será bilateral.
Gratuitos, Onerosos, Neutros e Bifrontes
- Quanto às vantagens patrimoniais que podem produzir, os negócios jurídicos classificam-se em:
Gratuitos: Negócios Jurídicos gratuitos são aqueles em que só uma das partes aufere vantagens ou benefícios, como sucede na doação pura e no comodato. Nessa modalidade, outorgam-se vantagens a uma das partes sem exigir contraprestação da outra.
Onerosos: Nos contratos onerosos ambos os contratantes auferem vantagens, às quais, porém, corresponde um sacrifício ou contraprestações. São dessa espécie quando impõem ônus e ao mesmo tempo acarretam vantagens a ambas as partes, ou seja, sacrifícios e benefícios recíprocos. É o que se passa com a compra e venda, a locação, a empreitada... Os contratos onerosos subdividem-se em:
Comutativos: São os de prestações certas e determinadas. As partes podem antever as vantagens e os sacrifícios, que geralmente se equivalem, decorrentes de sua celebração, porque não envolvem nenhum risco, como por exemplo, os contratos sinalagmáticos.
Aleatórios: Os contratos aleatórios caracterizam-se pela incerteza, para as duas partes, sobre as vantagens e sacrifícios que deles pode advir. É que a perda ou lucro dependem de um fato futuro e imprevisível, por exemplo, o contrato de seguro. Todo negócio oneroso é bilateral, porque a prestação de uma partes envolve uma contraprestação da outra.
Neutras: Há negócios que não podem ser incluídos na categoria dos onerosos, nem dos gratuitos, pois lhe falta atribuição patrimonial. São chamados de neutros e se caracterizam pela destinação de bens. Em geral coligam-se aos negócios translativos, que têm atribuição patrimonial.
Bifrontes: São os contratos que podem ser onerosos ou gratuitos, segundo a vontade das partes, como mútuo, o mandato, o depósito. A conversão só se torna possível se o contrato é definido na lei como negócio gratuito, pois a vontade das partes não pode transformar um contrato oneroso em benéfico, visto que subverteria sua causa.
Inter Vivos e Mortis Causa
- Levando-se em conta o momento da produção dos efeitos, os negócios jurídicos dizem-se inter vivos e mortis causa
Inter Vivos: Os negócios celebrados inter vivos destinam-se a produzir efeitos desde logo, isto é, estando as partes ainda vivas, como a promessa de venda e compra, a locação, a permuta, o mandato, o casamento, seguro de vida...
Mortis Causa: São os negócios destinados a produzir efeitos após a morte do agente, como ocorre no testamento, o codicilo e a doação estipulada em pacto antenupcial para depois da morte do doador. O evento morte nesses casos é pressuposto necessário de sua eficácia.
Principais e Acessórios; Negócios Derivados
- Quanto ao modo de existência, os negócios jurídicos denominam-se principais e acessórios:
Principais: São os que tem existência própria e não dependem, pois, da existência de qualquer outro, como a compra e venda, a locação, a permuta...
Acessórios: São os que têm sua existência subordinada à do contrato principal, como se dá com a cláusula penal fiança, o penhor e a hipoteca, por exemplo. Em consequência, como regra seguem o destino do principal, salvo estipulação em contrário na convenção ou na lei. Desse modo, a natureza do acessório é a mesma do principal. Extinta a obrigação principal, extingue-se também a acessória, mas o contrário não é verdadeiro
Ex. Locação (principal) ........................... Fiança (Acessório)
Casamento (principal) ... Pacto Antenupcial (Acessório)
Mútuo (principal) ........................... Hipoteca (Acessório)
Negócios Derivados: São os que têm por objeto, direitos estabelecidos em outro contrato, denominados básicos ou principais. Têm em comum com os acessórios o fato de que ambos são dependentes de outro. Diferem, porem, pela circunstância de o derivado participar da própria natureza do direito versado no contrato-base.
 Solenes (formais) e não solenes ( de forma livre)
- Em atenção às formalidades a observar, os negócios jurídicos apresentam-se como solenes, também chamados de formais, e não solenes ou de forma livre:
Solenes: São os negócios que devem obedecer à forma prescrita em lei para a aperfeiçoarem. Quando a forma é exigida como condição de validade do negócio, este é solene e a formalidade é ad solemnitatem ou ad substantiam, isto é, constitui a própria substância do ato
Ex. – Escritura pública na alienação de imóvel acima de certo valorArt. 108, CCB: “Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.”
- Testamento como manifestação última de vontade
Art. 1.864, CCB: “São requisitos essenciais do testamento público: 
I - ser escrito por tabelião ou por seu substituto legal em seu livro de notas, de acordo com as declarações do testador, podendo este servir-se de minuta, notas ou apontamentos; 
II - lavrado o instrumento, ser lido em voz alta pelo tabelião ao testador e a duas testemunhas, a um só tempo; ou pelo testador, se o quiser, na presença destas e do oficial; 
III - ser o instrumento, em seguida à leitura, assinado pelo testador, pelas testemunhas e pelo tabelião. 
Parágrafo único. O testamento público pode ser escrito manualmente ou mecanicamente, bem como ser feito pela inserção da declaração de vontade em partes impressas de livro de notas, desde que rubricadas todas as páginas pelo testador, se mais de uma.”
- Renúncia de herança
Art. 1.806, CCB: “A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento público ou termo judicial.”
OBS: Todavia, determinada forma pode ser exigida apenas como prova do ato. Nesse caso se diz tratar-se de uma formalidade ad probationem tantum, como o é por exemplo, a lavratura do casamento no livro de registros. Essa situação acontece nos casos em que o resultado do negócio jurídico pode ser atingido por outro meio.
Art. 1.536, CCB: “Do casamento, logo depois de celebrado, lavrar-se-á o assento no livro de registro. No assento, assinado pelo presidente do ato, pelos cônjuges, as testemunhas, e o oficial do registro, serão exarados:
I - os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento, profissão, domicílio e residência atual dos cônjuges; 
II - os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento ou de morte, domicílio e residência atual dos pais; 
III - o prenome e sobrenome do cônjuge precedente e a data da dissolução do casamento anterior; 
IV - a data da publicação dos proclamas e da celebração do casamento; 
V - a relação dos documentos apresentados ao oficial do registro; 
VI - o prenome, sobrenome, profissão, domicílio e residência atual das testemunhas; 
VII - o regime do casamento, com a declaração da data e do cartório em cujas notas foi lavrada a escritura antenupcial, quando o regime não for o da comunhão parcial, ou o obrigatoriamente estabelecido.”
Não Solenes (de forma livre): São os negócios livres de forma. Basta o consentimento para a sua formação. Como a lei não reclama nenhuma formalidade para o aperfeiçoamento, podem ser celebrados por qualquer forma, inclusive a verbal. Em regra, os contratos têm forma livre, salvo exceções. Dispõe, com efeito, o art. 107, do CCB que “a validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir”
De disposição e de mera administração:
- Os negócios jurídicos, quando se referem ao exercício de direitos, podem ser classificados em:
De Disposição: Negócios jurídicos que implicam na transferência de direitos, havendo aí, diminuição no patrimônio do declarante. Podem ser divididos em dois grupos:
Alienação do Direito de Propriedade: Referente a transmissão/ transferência
Constituição de Direitos Reais: 
Art. 1.225, CCB: “São direitos reais: 
I - a propriedade; 
II - a superfície; 
III - as servidões; 
IV - o usufruto; 
V - o uso; 
VI - a habitação; 
VII - o direito do promitente comprador do imóvel; 
VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese. 
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; 
XII - a concessão de direito real de uso; e
XIII - a laje.”
De mera administração: não implicam transferência do domínio ou disposição de direitos, estes admitem apenas a administração e uso do objeto cedido, assim criando direitos pessoais e obrigacionais.
Ex. Locação, Comodato, Prestação de serviços e mútuo
Art. 108, CCB: “Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.”
Art. 1.691, CCB: “Não podem os pais alienar, ou gravar de ônus real os imóveis dos filhos, nem contrair, em nome deles, obrigações que ultrapassem os limites da simples administração, salvo por necessidade ou evidente interesse da prole, mediante prévia autorização do juiz.
Parágrafo único. Podem pleitear a declaração de nulidade dos atos previstos neste artigo:
I - os filhos;
II - os herdeiros;
III - o representante legal.”
 Patrimoniais e Extrapatrimoniais
- Os negócios Jurídicos podem ser classificados em relação ao seu conteúdo como:
Patrimoniais: São os negócios jurídicos como o conteúdo inteiramente econômico, que acarretam apenas efeitos patrimoniais.
Ex. Contratos em Geral
Extrapatrimoniais: Até acarretam consequências econômicas, mas a relação negocial extrapola essa dimensão.
Ex. Direito de Família (casamento, reconhecimento de filho, emancipação).
 Diretos e Indiretos
- A classificação dos negócios jurídicos quanto aos objetos é:
Diretos: As partes usam um modelo jurídico negocial previsto em lei, para atingir outros objetivos que não aqueles previstos pelo legislador para aquele modelo.
Indiretos: As partes fazem uso impróprio de modelos jurídicos regulados em lei, para atingir outros objetivos que não aqueles previstos pelo legislador.
OBS: 	1. Proximidade com a simulação = Nulidade do NJ
	2. Nem sempre o NJ será ilícito ou inválido
Ex. Procuração fazendo as vezes de compra e venda, compra e venda com preço irrisório (doação), Renúncia a herança (doação).
OBSERVAÇÃO FINAL (Seria o 9° critério): Causais e Abstratos
- Os negócios jurídicos podem ser classificados quanto a forma de pagamento como:
Causais: Há obrigação de pagamento, porém ele é feito entre as próprias partes
Ex. Comprador............ Vendedor		Inquilino............... Locador 
Abstratos: Há obrigação de pagamento, porém ele é feito por um título de crédito, que pode circular por várias pessoas por endosso.
Ex. Cheque, nota promissória
REPRESENTAÇÃO
Conceito: 
- Os direitos podem ser adquiridos por ato próprio interessado ou por intermédio de outrem. Quem prática o ato é o representante. A pessoa em nome de quem ele atua e fica vinculado ao negócio é o representado.
- Representação tem o significado, pois, de atuação jurídica em nome de outrem, que não quer ou não pode estar presente para a prática do ato civil. Constitui verdadeiramente legitimação para agir por conta de outrem, que nasce da lei ou do contrato. 
- A representação legal é sempre exercida no interesse do representado, enquanto a convencional pode realizar-se no interesse do próprio representante, como sucede, por exemplo, na procuração em causa própria.
 A B COUTRA PARTE
REPRESENTADO
REPRESENTANTE
- Pouco desenvolvido no Direito Romano
- No Direito brasileiro é admitido na generalidade do negócio jurídico (Salvo os personalíssimos = testamento)
- É distinto de NÚNCIO, onde a mensagem de vontade já foi declarada
Artigos referentes à Representação:
Art. 116, CCB: “A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relação ao representado.”
Art. 115, CCB: “Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado.”
Poder de representação:
De lei
De convenção
Prorrogativa de agir no nome ou no interesse de outra pessoa
3 elementos:
Ânimo: Existe consciência por parte do representante de agir por conta (no interesse) do representado (contemplativo domine)
Substituição: O representante substitui o representado na prática do ato
Limitação/Contenção: Os poderes do representanteestão limitados pelo que diz a lei ou conservação
Art. 118, CCB: “O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem.”
Dever de informação do representante: Aplicação do principio de boa fé e objetiva.
Excesso do poder: Responsabilidade civil
Art. 119, CCB: “É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou. 
Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo.”
Dever do representante agir no interesse (defesa) do representado
Concluio (Acordo fraudulento): Entre o representante e o terceiro para lesar o representado
Tipos de Representação:
 Representação Legal: A representação legal, que deriva da lei, constitui um verdadeiro múnus (dever, encargo), tendo em vista que o representante exerce uma atividade obrigatória, investido de autêntico poder, sendo instituída em razão da necessidade de se atribuir a alguém a função de cuidar dos interesses das pessoas incapazes. Neste caso, supre a falta de capacidade do representado e tem caráter personalíssimo, sendo indelegável o seu exercício.
Ex. Pais ........................... Filhos
 Tutor .......................... Menor
 Outros incapazes................ Curador
 Ausência ............................ Curador
 Pessoas Jurídicas ............. Gestores/ administradores
 Representação Voluntária (Convencional): A representação voluntária tem por finalidade permitir o auxílio de uma pessoa na defesa ou administração de interesses alheios e, assim, caracteriza-se pelo propósito de cooperação jurídica, que se alcança por seu intermédio. Mediante acordo de vontade, intervém na conclusão de um negócio outra pessoa que não o interessado direto e imediato. Essa modalidade e representação estrutura-se no campo da autonomia privada mediante a outorga de procuração, que é o instrumento do mandato (uma figura típica desse tipo de representação), pela qual uma pessoa investe outra no poder de agir em seu nome. Pode ser revogado a qualquer tempo pelo representado, o que não ocorre com a representação legal, da qual o representante não pode ser privado por ato daquele.
Art. 653, CCB: "Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato."
OBS: Representação em juízo:
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado;
II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;
III - o Município, por seu prefeito ou procurador;
IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar;
V - a massa falida, pelo administrador judicial;
VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador;
VII - o espólio, pelo inventariante;
VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores;
IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens;
X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil;
XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico.
§ 1o Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão intimados no processo no qual o espólio seja parte.
§ 2o A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá opor a irregularidade de sua constituição quando demandada.
§ 3o O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica estrangeira a receber citação para qualquer processo.
§ 4o Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco para prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio firmado pelas respectivas procuradorias.
OBS 2: Gestor de Negócio Alheios
- Figura atípica, que ocupa uma faixa intermediária entre a representação legal e representação voluntária, e tem origem na representação legal, onde o gestor atua em nome e por conta de terceiros, sem ter dele, ainda, poder de representação, por motivo de urgência ou solidariedade. Essa figura se finaliza após a ratificação (confirmação) posterior dos atos praticados pelo gestor, por parte do titular dos direitos envolvidos (dono), podendo ser ela por um mandato com efeitos extunc ou por representação voluntária. 
OBS 3: Autocontrato´
- É da natureza da representação que o representante atue em nome de apenas uma das partes do negócio jurídico no qual intervém. Todavia, pode ocorrer a hipótese de ambas as partes se manifestarem por meio do mesmo representante, configurando-se a situação de dupla representação. O representante não se envolve no negócio jurídico, mas somente os representados. Pode ocorrer que o representante seja outra parte no negócio jurídico celebrado, exercendo nesse caso dois papéis distintos: participando de sua formação como representante, atuando em nome do dono do negócio, e como contratante, por si mesmo, intervindo com dupla qualidade, como ocorre no cumprimento do mandato em causa própria, previsto no art. 685 do CCB, em que o mandatário recebe poderes para alienar determinado bem, por determinado preço, a terceiros ou a si próprio. Surge nas hipóteses mencionadas, o negócio jurídico que se convencionou chamar de contrato com sigo mesmo ou autocontratação.
- O atual CCB prevê expressamente a possibilidade da celebração de contrato com sigo mesmo, desde que a lei ou o representante autorizem sua realização. Sem a observância dessa condição o negócio é anulável.
Extinção da Representação
Extinção da representação legal: Acontece automaticamente por força da lei (ope legi)
Ex. - Maioridade Civil
- Decisão Judicial ( Destituição de um tutor, Remoção de investimento). 
Extinção da representação voluntária: Ocorre pelo parâmetro de extinção de mandato (Prática do ato, Término do prazo, Morte ou interdição de qualquer das parte, anulação ou nulidade do negócio jurídico que atribuiu poder de representação, revogação de mandato pelo mandante renúncia pelo mandatário).
Art. 682, CCB:. “Cessa o mandato: 							I - pela revogação ou pela renúncia; 					II - pela morte ou interdição de uma das partes; 
III - pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o mandatário para os exercer; 
IV - pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio.”
Plano da eficácia
- Limitadores de um efeito do negócio jurídico, criadores por iniciativa, convivência da(s) parte(s), criadas por iniciativa/convivência da(s) part(s), mesmo não sendo requisito de validade
- 3 tipos:
Termo
Condição 
Encargo
Termo: Termo é o dia ou momento em que começa ou se extingue a eficácia de um negocio jurídico, podendo ter como unidade de medida a hora, o dia, o mês ou o ano. Termo convencional é a clausula contratual que subordina a eficácia do negócio a evento futuro e certo (Prazos em geral, tem o momento da ocorrência definida).
- O termo não suspende a aquisição (pode apenas suspender o exercício, art. 131) do direito por ser evento futuro, mas dotado de certeza. Difere da condição difere da condição, que subordina a eficácia do negócio a evento futuro e incerto ( Certeza de ocorrência, mas não de momento, como por exemplo a morte de alguém e competição esportiva que depende do clima).
Art. 131, CCB: “O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.”
- Quando não há termo inicial deferido, os negócios jurídicos devem ser cumpridos/ executados desde logo.
- Tipos de termos eferentes ao momento: 
Inicial ou suspensivo(dies a quo): quando se inicia o termo
Final ou Resolutivo (dies ad quem): quando encerra um termo
- Possibilidades de Termo: 
Negócios Jurídicos Instantâneos:
Execução de Efeitos
Celebração
Negócios Jurídicos Negócio Jurídicos Contínuados:
Execução de Efeitos
Celebração
Negócios Jurídicos 
 	Começo dos Efeitos
Celebração
- Prazos e suas contagens:
Prazo é o intervalo de tempo entre o termo a quo e o termo ad que, ou entre a manifestação de vontade e o advento de termo.
O prazo é certo ou incerto, conforme também o seja o termo.
Na contagem dos prazos, exclui-se o dia do inicio e inclui-se o do vencimento. 
Se este cair em feriado será prorrogado o prazo até o seguinte dia útil. 
Meados do mês considera-se o seu 15° dia.
Os prazos de meses e anos no dia igual de número do inicio do prazo, ou no imediato, se faltar essa informação, como ocorre em ano bissexto.
 Os prazos fixados por hora contar-se-ão por minuto.
Art. 132, CCB: “Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento.
§ 1° Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.
§ 2° Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.
§ 3° Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência.
§ 4° Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.”
No testamento presume-se prazo em favor do herdeiro. Assim se o testador fixar prazo para entrega do legado entender-se-á que foi estabelecido em favor do herdeiro, obrigando ao pagamento, e não do legatário. Nos contratos, presume-se em proveito do devedor. Pode assim o devedor renunciar ao prazo e antecipar o pagamento da divida, para livrar-se, por exemplo, de um índice de atualização monetária que estaria vigorando na data do seu vencimento, sem que o credor possa impedi-lo.
Art. 133, CCB: “Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos contratos, em proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das circunstâncias, resultar que se estabeleceu a benefício do credor, ou de ambos os contratantes.”
Os negócios jurídicos entre vivos, para os quais não se estabelece prazo, são exequíveis desde logo. A regra, no entanto, não é absoluta, como ressalva o art. 134, pois alguns atos dependem de certo tempo, seja porque terão de ser praticados em lugar diverso, seja pela sua própria natureza.
Art. 134, CCB: “Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exeqüíveis desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo.”
Aplicam-se ao termo todas as disposições relativas às condições, desde que não contrariem a sua natureza.
Art. 135, CCB: “Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições relativas à condição suspensiva e resolutiva.” 
OBS: Caracterização da Mora (Art. 397, CCB)
Termo ad quem = vencimento
Regra Geral: Se o vencimento é claro (termo certo), dia específico. O não pagamento constitui automaticamente em mora
Atraso = Principal + multa + juro monetário
Art. 397, CCB: “O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor. 
Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial.”
Encargo (modo): Encargo ou modo é uma determinação/ obrigação.
- Trata-se de clausula acessória as liberalidades (doações, testamentos), pela qual se impõe uma obrigação ao benificiário. É admissível, também, em declarações unilaterais da vontade, como na promessa de recompensa. Não pode ser aposta em negócio a título oneroso, pois equivaleria a uma contraprestação.
- A característica mais marcante do encargo é a obrigatoriedade, apresentando caráter coercitivo, podendo o seu cumprimento ser exigido por meio de ação cominatória. Por outro lado, não se confunde o modo ou o encargo com a situação de condição, que é um evento futuro e incerto, que não apresenta caráter coercitivo, sendo assim ocorre ou não.
- Tipos de encargo:
Dar = pagar
Ex. Doação da casa com o encargo de o donatário fazer doações em dinheiro por 5 anos, para certa instituição e caridade
Fazer
Ex. 	- Doação de casa com o encargo de manter a creche
- Doação de um terreno com o encargo de construir um asilo
Não Fazer
Ex. Doação de casa com o encargo de não devolve-la ou descaracteriza-la
- Caráter Coercitivo do Encargo:
Exigir judicialmente o cumprimento da obrigação
Art. 553, CCB: “O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral.
Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o Ministério Público poderá exigir sua execução, depois da morte do doador, se este não tiver feito.”
			Ex. - Encargo de obrigação de pagar = ação de cobrança
- Encargo de obrigação de fazer ou não fazer = ação cominatória 
Apresenta legitimidade ativa:
Doação:
Doador (herdeiros do doador)
Pessoas beneficiadas pelo encargo
Ministério Público (subsidiária)
Testamento
Os herdeiro
O testamenteiro
As pessoas beneficiadas pelo cumprimento
Ministério púnico (interesse geral)
Revogação da doação por descumprimento
Art. 562, CCB: “A doação onerosa pode ser revogada por inexecução do encargo, se o donatário incorrer em mora. Não havendo prazo para o cumprimento, o doador poderá notificar judicialmente o donatário, assinando-lhe prazo razoável para que cumpra a obrigação assumida.”
Caracterização da Mora
Ação privativa do doador (Divergência Doutrinária)
Art. 560, CCB: “O direito de revogar a doação não se transmite aos herdeiros do doador, nem prejudica os do donatário. Mas aqueles podem prosseguir na ação iniciada pelo doador, continuando-a contra os herdeiros do donatário, se este falecer depois de ajuizada a lide.”
- Encargos ilícitos ou impossíveis são considerados incertos, o negócio jurídico subsiste o puro e simples.
Encargo ilícito = Motivo determinante do de negócio, pode causar nulidade do negócio jurídico inteiro.
Art. 166, CCB: “É nulo o negócio jurídico quando:
	III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;”

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