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PROCESSO CIVIL III. CASO CONCRETO. SEMANA 9. ESTÁCIO. FIC. 2017

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PROCESSO CIVIL III
CASO 09
 
 Questão discursiva: 
1) Antônio Silva, funcionário público, ajuizou ação em face do município de Jacarezinho, alegando que o Plano de Cargos e Salários de sua categoria profissional, estabelece como critério de progressão, níveis de escolaridade diferenciados e isso violaria o princípio da isonomia e o artigo 39, §1° da CRFB, eis que para o exercício do cargo exige-se apenas nível médio. Diante dos fatos, requereu seu reenquadramento na forma da Lei Municipal n. 388/2011, realizando de forma imediata a majoração de seu salário-base. O magistrado em sentença julgou procedente o pedido de Antônio. Inconformado, o ente público recorreu alegando, dentre outros motivos, que os requisitos estabelecidos na lei municipal são constitucionalmente válidos. O órgão colegiado, por unanimidade, acordou em suscitar o incidente processual cabível. Indaga-se: Qual incidente processual enquadra-se na hipótese? Explique e fundamente a sua resposta. 
	Trata-se da ocorrência do incidente de arguição de inconstitucionalidade da lei municipal (Lei nº 388/2011) a qual supostamente afronta ao preceito estabelecido no artigo 39, parágrafo 1º,inciso I da CF/88, exigindo o critério de graus de escolaridade para progressão em cargos de nível médio. 
	O incidente, como fora instaurado em sede de segundo grau de jurisdição, deve seguir o procedimento exposto nos artigos 948 a 950 do CPC/15, caso contrário, se arguido em primeira instância, resolver-se-ia como questão de prejudicial de mérito, cujo efeito é endoprocessual (de incidência inter partes, e sem produção de coisa julgada material). 
Deste modo, no presente caso dá-se a incidência em controle difuso (de legitimidade ativa e passiva ampla) para que o órgão pleno ou especial do tribunal competente profira o julgamento por maioria absoluta dos juízes que o compõem da procedência (declara inconstitucional a lei ou ato normativo), ou improcedência (declare constitucional a lei ou ato normativo) do incidente instaurado. 
	Cabe lembrar que o referido julgamento é precedido pelo juízo de admissibilidade do órgão fracionário do tribunal (turma ou câmara) em que fora instaurado o incidente, na oportunidade em que será declarado o seu cabimento e assim remetido o feito ao pleno do tribunal ou órgão especial, onde houver. Podendo o contrário acontecer, isto é, dando-se a sua inadmissão (reconhecendo a constitucionalidade) por decorrência de entendimento já firmado pelo plenário ou órgão especial, ou do supremo tribunal federal sobre o mesmo tema. 
Registrando que é vedado a tal órgão fracionário o julgamento de mérito declarando a inconstitucionalidade da norma ou lei atacada, visto a reserva do pleno consagrada no artigo no 97 da CF/88. Nesse sentido:
DO INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE
Art. 948.  Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o relator, após ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir o conhecimento do processo.
Art. 949.  Se a arguição for:
I - rejeitada, prosseguirá o julgamento;
II - acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial, onde houver.
Parágrafo único.  Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.
Art. 950.  Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do tribunal designará a sessão de julgamento.
§ 1o As pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do ato questionado poderão manifestar-se no incidente de inconstitucionalidade se assim o requererem, observados os prazos e as condições previstos no regimento interno do tribunal.
§ 2o  A parte legitimada à propositura das ações previstas no art. 103 da Constituição Federal poderá manifestar-se, por escrito, sobre a questão constitucional objeto de apreciação, no prazo previsto pelo regimento interno, sendo-lhe assegurado o direito de apresentar memoriais ou de requerer a juntada de documentos.
§ 3o Considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, o relator poderá admitir, por despacho irrecorrível, a manifestação de outros órgãos ou entidades. (CPC/15)
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. (CF)
Questões objetivas:
2) Na hipótese é cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver: 
I - Simultaneamente efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito e risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica. Correto:
Art. 976.  É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver, simultaneamente:
I - Efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito;
II - Risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
§ 1o A desistência ou o abandono do processo não impede o exame de mérito do incidente.
§ 2o Se não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoriamente no incidente e deverá assumir sua titularidade em caso de desistência ou de abandono.
§ 3o A inadmissão do incidente de resolução de demandas repetitivas por ausência de qualquer de seus pressupostos de admissibilidade não impede que, uma vez satisfeito o requisito, seja o incidente novamente suscitado.
§ 4o É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando um dos tribunais superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já tiver afetado recurso para definição de tese sobre questão de direito material ou processual repetitiva.
§ 5o Não serão exigidas custas processuais no incidente de resolução de demandas repetitivas. (CPC/15)
II - Efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão de fato e de direito. 
III - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica. Correto. Vide item “I” 
a). Apenas o item I está correto. 
b). Apenas o item III está correto. 
c). Os itens II e III estão correto. 
d). Apenas o item II está correto. 
3). Quando o resultado do julgamento do recurso de apelação não for unânime deverá o Presidente do respectivo órgão fracionário do respectivo Tribunal: 
a) dar prosseguimento ao julgamento considerando a extinção do recurso de embargos de infringentes; 
b) deverá sobrestar o julgamento do recurso até a resolução da divergência pelos Supremo Tribunal Federal; 
Xc) deverá instaurar incidente para resolução da divergência instaurada no julgamento do recurso; Correto:
Art. 942.  Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores.
§ 1o Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado.
§ 2o Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do julgamento.
§ 3o A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não unânime proferido em:
I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno;
II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito.
§ 4o Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento:
I - do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandasrepetitivas;
II - da remessa necessária;
III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial. (CPC/15)
d) inadmitir o recurso de apelação que originou a divergência.

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