Buscar

MONOGRAFIA COMPLETA

Prévia do material em texto

JÚNIOR CÉSAR BARROS
A FINALIDADE E O PAPEL DO CONTROLE INTERNO NO 
PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DO 
MUNICÍPIO DE BARRA BONITA, SANTA CATARINA
SÃO MIGUEL DO OESTE, 2014
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE 
SANTA CATARINA
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA
JÚNIOR CÉSAR BARROS
A FINALIDADE E O PAPEL DO CONTROLE INTERNO NO 
PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DO 
MUNICÍPIO DE BARRA BONITA, SANTA CATARINA
Monografia submetida ao Instituto 
Federal de Educação, Ciência e 
Tecnologia de Santa Catarina como 
parte dos requisitos para obtenção 
do título de Especialista em Gestão 
Pública
Orientadora: Dárlen Priestsch 
Medeiros
SÃO MIGUEL DO OESTE, 2014
FICHA CATALOGRÁFICA
B277f Barros, Júnior César 
 A finalidade e o papel do controle interno no
 planejamento e execução orçamentária do município de
 Barra Bonita, Santa Catarina [monografia] /.
 Júnior César Barros ; orientadora Dárlen Priestch
 Medeiros. – São Miguel do Oeste, SC, 2014. 
 1 v. 
 
 Monografia de especialização (Gestão Pública)
 – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
 de Santa Catarina. Curso de Pós-Graduação em
 Gestão Pública.
 Inclui referências. 
 1 . Administração pública. 2 . Orçamento público.
 3. Fiscalização. I. Medeiros, Darten Priestch. II. Título.
 
 CDD:351
 
 Catalogado por Laura da Rosa Bourscheid CRB14/983
A FINALIDADE E O PAPEL DO CONTROLE INTERNO NO 
PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DO MUNICÍPIO 
DE BARRA BONITA, SANTA CATARINA
JÚNIOR CÉSAR BARROS
Este trabalho foi julgado adequado para obtenção do Título de Especialista em 
Gestão Pública e aprovado na sua forma final pela comissão examinadora do 
Curso de Pós-Graduação em 11/04/2014 do Instituto Federal de Educação Ciência e 
Tecnologia de Santa Catarina.
SSão Miguel do Oeste, 11 de Abril, de 2014
Comissão Examinadora:
AGRADECIMENTOS
A finalização de um trabalho acadêmico é sem dúvida nenhuma uma 
conquista para qualquer estudante, mas para a pesquisa ter êxito é necessária a 
paciência e colaboração de várias pessoas que estão à volta do acadêmico.
Agradeço em primeiro lugar à Deus, que me deste o dom da vida e a 
oportunidade de estudar em uma importante instituição, como o Instituto Federal de 
Santa Catarina.
À meus pais e familiares por estarem sempre ao meu lado em todos os 
momentos.
À minha esposa pelo incentivo e paciência no decorrer do trabalho. 
E a todos que colaboraram para a conclusão da pesquisa.
BARROS, JÚNIOR CÉSAR. A finalidade e o papel do controle interno no 
planejamento e execução orçamentária do município de Barra Bonita, Santa 
Catarina, 2014.41f. Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-Graduação em Gestão 
Pública, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina-
IFSC, Unidade Florianópolis.
RESUMO
A administração pública torna-se a cada dia mais importante e novas Leis e 
Normativas são criadas para não haver descontrole das atividades do ente público. 
A Lei 4.320 de 1964, que instituiu normas gerais de direito financeiro para 
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, Estados, Municípios e 
do Distrito Federal que e mais recentemente a Lei Complementar n° 101 de 2000, 
mais conhecida com Lei de Responsabilidade Fiscal vieram ajudar no controle do 
gasto público. A presente pesquisa justifica-se por apresentar a real finalidade do 
Controle Interno da administração pública, mais precisamente, o Controle Interno no 
planejamento e execução do orçamento público do município de Barra Bonita, Santa 
Catarina, pois o Controlador Interno é o agente público que tem o dever de fiscalizar, 
e comunicar qualquer fato relativo a não conformidade aos preceitos e princípios da 
administração pública. Para finalizar o trabalho foi utilizado uma entrevista 
estruturada feita por meio de gravação com o Assessor de Planejamento e 
Administração do Município de Barra Bonita para coleta de dados para subsidiar e 
enriquecer a pesquisa. A presente pesquisa teve como premissa identificar o papel 
do Controle Interno no planejamento e execução orçamentária no Município de 
Barra Bonita. Verifcou-se que o Controle Interno do Município desenvolve papel 
fundamental na fiscalização da aplicação dos recursos públicos, e é desenvolvida 
por meio de auditorias internas em diferente departamentos.
Palavras-chave: controle interno, fiscalização, recursos públicos.
BARROS, JÚNIOR CÉSAR. The purpose and role of internal control in planning
and budgetary execution of the Barra Bonita, Santa Catarina, 2014.40f. Working
End of Course Graduate in Public Administration, Federal Institute of Education,
Science and Technology of Santa Catarina, IFSC, Florianópolis Unit.
ABSTRACT
The public administration becomes increasingly important and new day and 
Regulatory Laws are created to be no lack of activities of the public entity . Law 4.320 
of 1964 which established general standards of financial law for the preparation and 
control of budgets and balance sheets of the Federal Government, States , 
municipalities and the Federal District, which most recently Complementary Law 101 
of 2000, more known as the Fiscal Responsibility Law came to help in the control of 
public spending . Therefore, knowing the principles of administration and especially 
the law of public administration factor is inherent to all who wish to participate in the 
planning , execution and control of any act of management in the public sector. This 
research is justified by presenting the real purpose of the internal control of public 
administration , more precisely , the Internal Control in the planning and execution of 
the public budget of the municipality of Barra Bonita , Santa Catarina , because the 
Internal Controller is the public officer who has the duty to monitor and report any fact 
relating to non-compliance with the precepts and principles of public administration . 
To finish the job a structured interview by recording with the Advisor for Planning and 
Administration of the City of Bonita for data collection to support and enhance the 
research was used . This research was based on identifying the role of internal 
control in planning and budget execution in the city of Bonita . Verifcou is that the 
Internal Control Municipality develops key role in monitoring the use of public 
resources , and is developed through internal audits in different departments .
Key words : internal control , surveillance, public resources .
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................8
1.1 Justificativa...........................................................................................................9
1.2 Problemática de pesquisa...................................................................................9
1.3 Objetivo geral......................................................................................................10
1.4 Objetivos específicos.........................................................................................10
2 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................11
2.1 Definição de Controle........................................................................................112.2 Controle Interno na Administração Pública.....................................................12
2.2.1 O Sistema de Controle Interno..........................................................................14
2.3 Orçamento Público e Planejamento Governamental......................................16
2.3.1 O Plano Plurianual............................................................................................16
2.3.2 A Lei de Diretrizes Orçamentárias....................................................................17
2.3.3 A Lei Orçamentária Anual.................................................................................18
2.3.4 O Ciclo Orçamentário na Administração Pública..............................................19
2.3.4.1 Elaboração e Planejamento...........................................................................20
2.3.4.2 Discussão e Aprovação.................................................................................21
2.3.4.3 Execução.......................................................................................................21
2.3.4.4 Controle e Avaliação......................................................................................22
2.4 Receita Orçamentária.........................................................................................23
2.5 Despesa Orçamentária.......................................................................................24
2.6 O Município de Barra Bonita.............................................................................25
3 MÉTODO.................................................................................................................27
3.1 Delimitação.........................................................................................................27
3.2 Delineamento......................................................................................................27
3.3 Técnicas de coleta, análise e interpretação dos dados..................................29
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS.......................................................30
5 CONSTATAÇÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................35
REFERÊNCIAS..........................................................................................................38
APÊNDICES...............................................................................................................40
8
1 INTRODUÇÃO 
A Administração passou a desempenhar papel fundamental nas atividades do 
ser humano, tanto em atividades complexas, como gerir uma empresa ou em tarefas 
simples, como administrar o próprio tempo. 
Nesse contexto, a administração pode abrir várias dimensões. Uma 
importante área é a administração pública, que tem o dever de executar da melhor 
maneira as atividades as quais o gestor público está incumbido de realizar. 
Administrar o erário público é uma das principais funções do gestor público. 
Conhecer suas tarefas e obrigações, de forma clara e objetiva, torna-se 
preponderante para que o administrador do dinheiro público tenha êxito no 
desempenho da função a qual o povo o escolheu. Dessa forma, conhecer os 
princípios de administração e sobretudo de administração pública é fator inerente a 
todo aquele que deseja participar do planejamento e execução de qualquer ato de 
gestão no setor público.
O gasto público passou a ser um elemento de grande importância e controle 
nos últimos anos na administração pública brasileira. Os governantes não podem 
mais gastar de forma exacerbada e como bem entendem, mas de forma a seguir 
princípios, leis e normas do planejamento público, como: o plano plurianual, as leis 
de diretrizes orçamentárias e a lei orçamentária anual.
A legalidade e formalidade dos atos e procedimentos na área pública está 
explicitamente expressa na legislação brasileira. A lei 4.320 de 1964 institui normas 
gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços 
da União, Estados, Municípios e do Distrito Federal. Outro importante meio de 
controle dos gastos públicos é a Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece 
normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. A 
Constituição Federal de 88, em seu artigo 70, obriga cada ente da federação manter 
o controle interno contábil, financeiro, orçamentário, patrimonial e operacional. 
Devido a esse grande passo da administração pública com a criação de 
novas leis e normas, o setor público obrigou-se a criar procedimentos de controle e 
avaliação.
9
1.1 Justificativa
O Controle Interno é sem dúvida nenhuma um dos principais fatores de 
fiscalização do planejamento e execução do orçamento público, pois é uma 
ferramenta essencial do setor público, haja visto que todo procedimento e ato do 
gestor público deve ser transparente, visível e sobretudo com extrema exatidão. 
Partindo desse pressuposto, todo cidadão deve ter conhecimento dos atos 
públicos, bem como, as leis que comprovem a legitimidade desses atos. A presente 
pesquisa justifica-se por apresentar a real finalidade do Controle Interno da 
administração pública, mais precisamente, o Controle Interno no planejamento e 
execução do orçamento público do município de Barra Bonita, Santa Catarina, pois o 
Controlador Interno é o agente público que tem o dever de fiscalizar, e comunicar 
qualquer fato relativo a não conformidade aos preceitos e princípios da 
administração pública.
1.2 Problemática de pesquisa
O Controle Interno é sem dúvida nenhuma a principal ferramenta de gestão 
pública. A fiscalização dos gastos e atos da administração pública é de fundamental 
importância para que os objetivos da legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade, e eficiência sejam atendidos pelo gestor do dinheiro público. Partindo 
desse pressuposto, cada ente da federação poderá desenvolver e implementar sua 
forma de controle interno em seus diferentes departamentos, como os setores 
operacionais, patrimoniais, orçamentários e financeiros.
10
Sendo assim, o Controle Interno desempenha papel essencial no decorrer do 
desenvolvimento das atividades e tarefas pertinentes à administração pública. Para 
qualquer ente da federação, tanto federal, estadual ou mesmo municipal é 
necessário desenvolver um bom sistema de controle interno deixar bem claro as 
atribuições e funções do controle interno para que no momento de realizar as 
funções inerente ao cargo, como por exemplo, uma auditoria operacional ou 
contábil, não haja rejeição por parte dos demais colaboradores.
Dessa forma, é dever do setor público manter normatizado e regulamentado o 
Controle Interno dentro de sua estrutura administrativa para que todas as funções do 
administrador público sejam desempenhadas de forma eficiente e em perfeita 
concordância com a legislação em vigor. 
O trabalho a seguir tem o propósito de definir a real importância e finalidade 
do controle interno no planejamento e execução do orçamento público do município 
de Barra Bonita, Santa Catarina, para com isso, desenvolver e incrementar maior 
eficiência na operacionalização do Controle Interno do município citado.
1.3 Objetivo geral
Identificar qual a finalidade e o papel do controle interno no planejamento e 
execução orçamentária do Município de Barra Bonita, Santa Catarina.
1.4 Objetivos específicos
 -Caracterizar Controle Interno e verificar sua importância.
-Identificar os principais conceitos referentes à administração 
orçamentária e financeira aplicada ao setor público. 
-Verificar a importânciado Controlador Interno.
-Identificar de que forma é realizada a fiscalização pelo Controle Interno 
 no Município de Barra Bonita.
11
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Definição de controle
Toda e qualquer instituição independente de sua natureza jurídica deve 
manter alguma forma de controlar seus suas ações e seus gastos. Grande parte das 
empresas no setor privado adotam sistemas de controle para aumentar a eficiência 
de suas atividades. A maximização dos resultados em uma organização depende 
em grande parte da maneira como os gestores controlam suas finanças. Isso 
mostra que o controle sempre esteve e estará no contexto empresarial. De acordo 
com Castro:
Historicamente, a palavra controle sempre esteve ligada às finanças. 
Em francês, controler significa registrar, inspecionar, examinar. A 
palavra é originária de contre-role, registro efetuado em confronto 
com o documento original, com a finalidade da verificação da 
fidedignidade dos dados. No italiano, controllo é o mesmo que 
registro ou exame. Consagrou-se o vocábulo, na técnica comercial, 
para indicar inspeção ou exame que se processa nos papéis ou nas 
operações registradas nos estabelecimentos comerciais (CASTRO, 
2010, P.255).
O controle está definido entre as quatro principais funções da administração. 
Segundo Chiavenato (1987) o controle tem a função de verificar se o planejamento, 
a organização e a direção estão de acordo com o plano de trabalho. 
Dessa forma, a função controle desenvolve um papel essencial na 
organização, pois é ele que controla e supervisiona o que foi feito e especifica o que 
deve ser corrigido. A principal função controle é a de analisar as ações traçadas 
com os resultados do planejamento. 
A partir desse pressuposto é possível corrigir os eventuais erros que não 
estão de acordo com o plano de trabalho (TENÓRIO, 2001).
A probidade na administração pública dificulta o desenvolvimento do seu 
trabalho como gestor, contudo, o controle é essencial para que a verificação e o 
comando das ações dos agentes públicos sejam desempenhados de forma eficiente 
e que respeite os princípios da administração pública. 
12
Para uma maior eficiência na verificação da execução física e financeira das 
ações, visando preservar a probidade do agente público e manter a eficácia, o 
controle interno administrativo do Poder Executivo tem responsabilidade de 
diagnosticar os fatos relativos não conformidade dos atos e tarefas da administração 
(CASTRO, 2010).
2.2 Controle Interno na Administração Pública
Dentre as funções do controle na atividade pública, destaca-se a função de 
equilibrar o orçamento público, com base na lei de responsabilidade fiscal, por ser 
um recurso da sociedade e gerido pelos agentes públicos (CASTRO, 2010). Nesse 
contexto, o controle desempenha papel estratégico para que os objetivos sejam 
alcançados, tanto em instituição pública ou privada.
O controle interno desempenha papel fundamental na estrutura da 
organização da administração pública. O Controle interno tem por função 
acompanhar a execução dos atos e apontar, em caráter sugestivo, preventivo, ou 
corretivo, as ações a serem desempenhadas. Além disso, percebe-se também o 
caráter opinativo do Controle Interno, haja visto que o gestor pode atender ou não à 
proposta que lhe seja indicada, sendo dele a responsabilidade e riscos dos atos 
praticados (TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS, 2012). Outro 
importante papel do Controle Interno é definido pelo Tribunal de Contas do Estado 
de Santa Catarina, 2010 que cita que o responsável pelo controle interno deve levar 
os fatos ao conhecimento da autoridade administrativa competente e sugerir a 
adoção de providências administrativas para o saneamento. Além disso, é seu dever 
alertar formalmente a autoridade sobre a necessidade de instalar tomadas de contas 
especial quando não foi possível composição de outra forma.
13
Este mecanismo de controle está inserido nas mais diversas leis. A lei de 
responsabilidade Fiscal tem o papel de fundamentar o dever do gestor público em 
relação ao controle dos gastos no setor público. O controle dos gastos com pessoal 
é um exemplo de como o administrador público deve gerir e controlador os gastos. 
De acordo com os artigos 19 a 23 da LRF, caso o valor dos gastos com 
pessoal não atenda o que determina a lei, o estado ou município poderá sofrer 
sérios danos, ou seja, poderá não receber determinados valores da esfera federal 
até regulamentar esse problema. Esse fato mostra a grande importância do controle 
na administração pública. 
O Controle Interno deverá ter total independência sobre sua atuação dentro 
do sistema. O sistema de controle interno no exercício de sua função terá livre 
acesso a todos as dependências do órgão ou entidade, assim como a documentos, 
valores e livros considerados indispensáveis ao cumprimento de suas atribuições, 
não lhe devendo ser sonegado, sob qualquer pretexto, nenhum processo ou 
informação, devendo o servidor guardar o sigilo das informações caso elas estejam 
protegidas legalmente, (TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS, 
2012).
Ainda de acordo com a Lei Complementar nº 101, de 04 de Maio de 2000, 
que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na 
gestão fiscal, a gestão pública deverá atender a alguns princípios na execução do 
orçamento, no seu artigo 75 está bem claro os três tipos de controle:
Art. 75. O controle da execução orçamentária compreenderá:
I - a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou 
a realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e 
obrigações;
II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis 
por bens e valores públicos;
III - o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos 
monetários e em têrmos de realização de obras e prestação de 
serviços (BRASIL, Lei Complementar nº 101, de 04 de Maio de 
2000). 
Percebe-se a grande importância do Controle para a eficiência e eficácia 
dentro da Administração Pública, dessa forma os controles internos servem para 
auxiliar o gestor no cumprimento de sua missão institucional, tendo em vista a 
14
necessidade de conhecimento daquilo que ocorre no município, voltado para 
técnicas modernas de administração (planejamento e gestão). 
Antes de ser meio de fiscalização, os controles internos têm papel de 
prevenção, ou seja, oferecem ao gestor público a tranquilidade de estar informado 
da legalidade e legitimidade dos atos de administração que estão sendo praticados, 
e se esses atos estão de acordo com os princípios da Administração Pública, para a 
viabilidade ou não do cumprimento das diretrizes e metas estabelecidas, 
possibilitando a correção de eventuais desvios ou rumos de sua administração 
(TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS, 2012).
A auditoria e a controladoria são ferramentas essenciais para a fiscalização e
controle da Administração Público. Conforme Castro:
O controle interno é peça-chave para a auditoria. Esta emite pinião 
sobre os resultados de uma gestão ou sobre a realidade dos 
números divulgados nos balanços. Como ninguém consegue ver 
todos os atos e checar todos os números sempre poderá pairar 
dúvida se não ficou algo para ser conferido ou verificado, por mais 
que se façam testes, para saber se os números são verdadeiros e se 
os atos praticados foram corretos. Logo, a auditoria deve avaliar os 
mecanismos de controle interno, para saber o riscoque se corre, 
quando dá opinião com base em testes, para avaliar uma gestão ou 
certificar um balanço (Castro, 2010, p.284)
2.2.1 O Sistema de Controle Interno
A partir da Constituição Federal de 88, a Administração Pública passou ser 
percebida não somente como uma esfera de governo de prestação de serviços 
públicos, mas como órgão que deverá ser eficiente nas tarefas executadas. Mas 
para cada ato na administração pública é necessário que esse ato seja 
regulamentado e esteja dentro da lei que o permite realizar. Dessa forma, o Controle 
Interno surge como um aliado do gestor público, onde o Controle interno poderá 
ajudar na certificação que seus atos estejam de acordo com a lei. 
O sistema de Controle Interno é um grande aliado do administrador público, 
pois poderá ajudar o ente público a desenvolver suas atividades dentro da 
15
legalidade. A Constituição Federal de 1988 no seu artigo 74 define qual a finalidade 
do Controle Interno na esfera pública:
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de 
forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a 
execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia 
e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos 
órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação 
de recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, 
bem como dos direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem 
conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão 
ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de 
responsabilidade solidária (BRASIL, Constituição da República 
Federativa do Brasil, 5 de outubro de 1988).
Percebe-se que no § 1º do artigo 74 fala-se em responsabilidade solidária, 
esse fato se deve à importância que um bom sistema de controle interno que o ente 
público deverá adotar, pois a legalidade dentro da Administração Pública é fator 
essencialmente necessário. 
O Controle interno pode ser definido também controle administrativo ou 
autocontrole, constitui espécie de controle da Administração Pública e designa os 
vários tipos de fiscalização existentes no interior da própria Administração Pública, já 
o Sistema de Controle Interno Sistema de Controle Interno é o conjunto de normas, 
atividades, procedimentos, métodos, rotinas, bem como de unidades estrutura da 
Administração Pública estadual ou municipal com atuação articulada, visando o 
controle interno da gestão administrativa TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA 
CATARINA (2010).
O Sistema de Controle Interno é fundamental no ambiente público, destaca-
se que não somente em âmbito Federal, mas no Estadual e no Municipal. Outra 
importante finalidade do Sistema de Controle Interno bem definido é o imprescindível 
apoio aos Tribunais de Contas dos Estados, para que possam atuar no momento 
certo na defesa do erário e no resguardo do patrimônio público, e ainda, realizar a 
fiscalização financeira, contábil e orçamentária da Administração Pública com 
eficiência e eficácia, com o objetivo de assegurar a correta aplicação dos recursos 
públicos nos fins determinados pela lei e assim garantir o atendimento das 
16
necessidades básicas do cidadão TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTACATARINA 
(2010). 
2.3 Orçamento Público e planejamento governamental
O orçamento público objetiva a elaboração de planos de médio prazo, onde 
são esboçadas as ações que serão desenvolvidas para os próximos três a cinco 
anos (KOHAMA, 2010). O orçamento é uma ferramenta de planejamento adotado 
pela Administração Pública -União, Estados, Distrito Federal e Municípios-, realizado 
nas três esferas de poder – Executivo, Legislativo e Judiciário- o qual prevê e 
estabelece as receitas a serrem arrecadadas e fixa as despesas a serem realizadas 
no exercício financeiro seguinte, objetivando a continuidade, eficácia, eficiência, 
efetividade e economicidade na qualidade dos serviços prestados à sociedade 
(CARVALHO, 2010).
O Brasil adota o regime de governo democrático com três níveis de governo, 
o federal, estadual e municipal. De acordo com a constituição, todos tem autonomia 
para planejar e executar seus próprios orçamentos. O planejamento do orçamento 
público desempenha papel preponderante para o bom desempenho das atividades 
no setor público. As receitas são previstas e as despesas são fixadas de acordo com 
o planejamento de cada ente federativo. O planejamento passa por diversos passos 
antes de sua aprovação e execução. Segundo a carta magna de 88, em seu artigo 
165, o poder executivo estabelecerá o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e 
os orçamentos anuais.
2.3.1 O Plano Plurianual
O Plano Plurianual (PPA) é um instrumento de grande importância para a 
execução do orçamento. Trata-se de uma ferramenta vital para a concretização de 
17
todos os planos traçados pelo governo, todavia ainda não está descrito e 
regulamentado. De acordo com a constituição de 1988: “a lei que instituir o plano 
plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da 
administração pública federal para as despesas de capital e outras delas 
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.”
Percebe-se que o PPA não é apenas um simples plano e sim o principal 
instrumento do planejamento público. Nele será definido os principais objetivos do 
governo ao longo de quatro anos. Ainda de acordo com a constituição de 88 “o 
projeto do plano plurianual, terá vigência até o final do primeiro exercício financeiro 
do mandato presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes 
do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o 
encerramento da sessão legislativa. Nota-se que esse fato se deve pelo motivo de 
haver um contínuo desenvolvimento das atividades e não uma quebra do 
planejamento simplesmente pela troca de governo. 
2.3.2 A Lei de Diretrizes Orçamentárias
Outra importante forma de controle dos gastos e do planejamento 
orçamentário é a lei de diretrizes orçamentárias. Devido à grande mudança do 
planejamento e execução orçamentária, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) foi 
instituída para haver uma maior organização nas metas e objetivos do governo 
durante a gestão. No artigo 165 § 2º da Constituição Federal de 1988: 
A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e 
prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas 
de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a 
elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na 
legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das 
agências financeiras oficiais de fomento. (BRASIL, Constituição da 
República Federativa do Brasil, 5 de outubro de 1988).
Outro importante elemento da Lei de Diretrizes Orçamentárias é normatizado 
na carta magna de 1988, cita: “o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será 
encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e 
devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão 
18
legislativa”. A LDO é uma importante ferramenta de controle do povo em relação aos 
gastos e metas previstas pelo governo. Dessa forma, basta ao cidadão ter ummínimo de conhecimento e fazer a denúncia aos órgãos competentes para que a 
gestão do administrador público seja em conformidade a lei pertinente. 
2.3.3 A Lei Orçamentária Anual
Orçamento é uma ferramenta essencial em toda empresa. Programar as 
receitas e as despesas é uma forma de obter o mínimo de eficiência nas tarefas e 
atividades a serem executadas ao longo da execução orçamentária. Na 
administração pública isso não é diferente, mas é mais importante ainda, pois o que 
está em foco é o dinheiro do cidadão. Para que o planejamento orçamentário seja 
executado de forma clara, correta e objetiva a constituição brasileira de 1988 em seu 
o artigo 165 parágrafo 5º, esclarece a respeito da Lei Orçamentária Anual (LOA): 
§ 5º -A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, 
órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, 
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com 
direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as 
entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou 
indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos 
pelo Poder Público”. 
§ 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de 
demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, 
decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios 
de natureza financeira, tributária e creditícia.
§ 7º - Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, 
compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a 
de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério 
populacional.
§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à 
previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na 
proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e 
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de 
receita, nos termos da lei. (BRASIL, Constituição da República 
Federativa do Brasil, 5 de outubro de 1988).
19
Com relação aos prazos a constituição de 88 define que: “o projeto de lei 
orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento 
do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão 
legislativa. Já Lei de Responsabilidade define algumas punições ao gestor público 
que não atenda a certos preceitos das referidas leis.
A constituição dá uma certa definição relativo a LOA, mas não é única. De 
acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal n 101 de 2000 e suas alterações, no 
seu art. 5 cita que:
Art. 5o O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma 
compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes 
orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar:
I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da 
programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes 
do documento de que trata o § 1o do art. 4o;
II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6o do art. 
165 da Constituição, bem como das medidas de compensação a 
renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de 
caráter continuado;
III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e 
montante, definido com base na receita corrente líquida, serão 
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao:
b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos 
fiscais imprevistoS. ( BRASIL, Lei Complementar nº 101, de 04 de 
maio de 2000).
2.3.4 O Ciclo Orçamentário da Receita e da Despesa Pública
A principal função do gestor público é administrar da melhor maneira o 
dinheiro público. Para isso, é necessário que a administração do erário seja de 
forma sistematizada e ordenada. Dessa forma o orçamento deverá manter um ciclo, 
que na administração pública chama-se de ciclo orçamentário da despesa.
Conforme Kohama (2010), o ciclo orçamentário pode ser definido como a 
sequência lógica das etapas orçamentárias e que podem ser substanciadas da 
seguinte forma:
1- elaboração e planejamento;
2-estudo e aprovação;
20
3-execução; e
4-avaliação proposta orçamentária.
2.3.4.1 Elaboração e Planejamento
Para que qualquer projeto tenha êxito e possa ter efeito, deve ser elaborado 
da melhor forma possível, na administração isso não é diferente. O planejamento da 
execução orçamentária é sem dúvida nenhuma a melhor ferramenta para o alcance 
da eficiência na administração pública. Carvalho (2010) ilustra em sua obra que o 
planejamento pode ser divido em quatro etapas:
- fixação da despesa: é o processo pelo qual a despesa se insere no 
planejamento e compreende uma posição de adoção de medidas em direção a uma 
situação idealizada;
- descentralização de créditos orçamentários: a descentralização ocorre para 
manter a movimentação de parte do orçamento, contudo, mantidas as classificações 
institucional, funcional, programática e econômica em diferentes unidades gestoras 
ou administrativas.
- programação orçamentária e financeira: é o processo que consiste em 
ajustar o fluxo da despesa com a receita e projetar os resultados de arrecadação.
- processo de licitação: é o conjunto de procedimentos que tem o objetivo de 
adquirir materiais, serviços bem como fazer concessões para melhorar as condições 
do serviço público, precedidos dos princípios constitucionais, tais como, a 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, probidade administrativa, 
vinculação ao instrumento convocatório e outros pertinentes a administração pública.
De acordo com a lei 4.320 de 1964 em seu artigo 27, as propostas parciais de 
orçamento guardarão estritamente conformidade com a política econômico-
financeira, o programa anual de trabalho do Governo e, quando fixado, o limite 
global máximo para o orçamento de cada unidade administrativa. A lei ainda cita no 
artigo 30 que a estimativa da receita terá por base as demonstrações mensais da 
receita arrecadada dos três últimos exercícios, pelo menos, bem como as 
21
circunstâncias do cenário conjuntural e outras, que possam afetar a produtividade de 
cada fonte de receita.
2.3.4.2 Discussão e Aprovação
Após o planejamento da despesa, é necessário o estudo para constatar 
eventual falha no orçamento público. Dessa forma, o poder legislativo fica 
responsável pela sua aprovação. Segundo Kohama (2010) a discussão e a 
aprovação da proposta orçamentária é a fase de competência do Poder Legislativo, 
e deverá atender às necessidades do povo, por meio de seus representantes, e o 
Legislativo tem a obrigação de apreciar a proposta orçamentária enviada pelo Poder 
Executivo, para posterior aprovação ou ajustes.
A proposta orçamentária é sem dúvida nenhuma uma das principais etapas 
do ciclo orçamentário. Partindo desse pressuposto, a lei 4320/1964 tratou de 
regulamentar a questão referente à apreciação orçamentária, no artigo 32 a referida 
lei cita que: “Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas 
Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios, o Poder Legislativo considerará 
como proposta a Lei de Orçamento vigente”.
2.3.4.3 Execução
A execução do orçamento compreende uma importante etapa e essencial 
para que a Administração Pública alcance os objetivos traçados no planejamento. 
Nesta etapa do ciclo é que realmente se desenvolve e operacionalizaas ações o 
que foi planejado pelo poder executivo. 
Na execução do orçamento público a administração desenvolverá os planos 
de governo. Ao executar o orçamento anual dos objetivos e metas já determinados 
22
no setor público, o processo de planejamento integrado implicará na mobilização de 
recursos humanos, materiais e financeiros (KOHAMA, 2010).
A lei 4320 de 1964 em seu artigo 34 determina que a execução do orçamento 
deve respeitar o exercício corrente, que conforme a lei dos orçamentos, a 
administração financeira e orçamentária deverá respeitar o ano cível, de acordo com 
a mesma lei:
Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.
Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:
I - as receitas nêle arrecadadas;
II - as despesas nêle legalmente empenhadas. (BRASIL, Lei 4.320 de 
17 de março de 1964).
2.3.4.4 Controle e Avaliação
O controle e avaliação do orçamento público são realizados de acordo com o 
artigo 70 da constituição de 88 que preconiza: “a fiscalização contábil, financeira, 
orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração 
direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das 
subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, 
mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.”
O artigo 74 da carta magna de 88 ilustra com extrema exatidão como será 
estabelecido o controle e avaliação da administração pública:
Art. 74. “Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de 
forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a 
execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia 
e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos 
órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação 
de recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, 
bem como dos direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão 
institucional.
§1º-Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento 
de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao 
Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade 
solidária.” (BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, 5 
de outubro de 1988).
23
A administração pública, diferentemente da administração privada é sem 
dúvida nenhuma a principal área da administração onde todos os atos devem ser 
regulamentados. Partindo desse pressuposto, tanto a constituição como a lei 4.320 
de 1964 abordam o controle e avaliação do orçamento público. No âmbito federal o 
controle externo é exercido pelo Congresso nacional com o auxílio do Tribunal de 
Contas da União - TCU, artigo 71 da constituição federal. Já nos estados é exercido 
com o auxílio dos Tribunais de cada estado. No artigo 75 da lei 4.320 de 1964 trata 
com exatidão do controle da execução orçamentária:
Art. 75. O controle da execução orçamentária compreenderá:
I - a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou 
a realização da despesa, o
nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;
II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis 
por bens e valores públicos;
III - o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos 
monetários e em termos de
realização de obras e prestação de serviços. (BRASIL, Lei 4.320 de 
17 de março de 1964).
2.4 Receitas Orçamentárias
A administração pública diferencia-se da administração tradicional pois 
naquela o objetivo não é o lucro, mas sim, a eficiência e eficácia nas tarefas 
executadas. Partindo desse ponto, que na administração não existe lucro, então 
como que sobrevive os órgão públicos?. A resposta para essa pergunta são as 
receitas orçamentárias. As receitas dentro do setor público podem advir de inúmeras 
fontes, desde um simples serviço, conhecidas como receitas de serviços ou receitas 
tributárias, como o próprio nome já diz. 
As receitas podem ser classificadas em receitas originárias e derivadas. As 
receitas originárias são aquelas que derivam do patrimônio da sociedade, isto é, o 
governo obtém tributando a sociedade, são receitas oriundas das rendas produzidas 
pelos ativos do poder público, pela cessão remunerada de bens e valores, tais 
como: aluguéis, ganhos em aplicações financeiras, aplicações em atividades 
econômicas, produção, comércio, é uma classificação da receitas corrente. Já as 
24
receitas derivadas são as receitas obtidas pelo ente Público por meio de seu poder, 
como exemplo: os tributos, penalidades, indenizações e restituições (CARVALHO, 
2010 ).
A classificação da receita pública pode ter várias definições. Outra forma de 
classificação é a divisão em receitas orçamentárias e receitas extraorçamentárias. 
De acordo com a definição do Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público 
(2012, p.09), receitas orçamentárias:
São disponibilidades de recursos financeiros que ingressam durante 
o exercício orçamentário e constituem elemento novo para o 
patrimônio público. Instrumento por meio do qual se viabiliza a 
execução das políticas públicas, as receitas orçamentárias são 
fontes de recursos utilizadas pelo Estado em programas e ações cuja 
finalidade precípua é atender às necessidades públicas e demandas 
da sociedade. Essas receitas pertencem ao Estado, transitam pelo 
patrimônio do Poder Público, aumentam-lhe o saldo financeiro, e, via 
de regra, por força do princípio orçamentário da universalidade, estão 
previstas na Lei Orçamentária Anual-LOA. (MINISTÉRIO 
DAFAZENDA SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL, 2012 
P.09)
2.5 Despesa Orçamentária
A Despesa Pública se caracteriza pelos gastos que advém da lei 
orçamentária ou de leis específicas que são destinadas à execução dos serviços 
públicos e dos aumentos do patrimônio público, à prestação dos compromissos da 
dívida pública ou ainda à restituição de pagamento de importâncias recebebidas a 
título de cauções, depósitos, consignações (KOHAMA, 2010, p.87)
Percebe-se que a despesa pública é um elemento inerente a execução dos 
serviços públicos, dessa forma, uma despesa será de extrema importância se 
aplicado de forma correta e com destino que realmente satisfaça um anseio da 
população. Castro (2010) cita em sua obra que a despesa é um conjunto de 
dispêndios realizados pelo gestor público com o objetivo de atender o funcionalismo 
e a manutenção dos serviços públicos prestados à sociedade.
A despesa pública pode ter várias classificações, a classificação mais usual é 
referente ao impacto que provoca no patrimônio do ente público, ou seja, 
25
dependendo da despesa poderá ou não aumentar a situação líquida patrimonial. As 
classificações quanto ao impacto na situação líquida patrimonial podem ser dividas 
em duas formas: despesa orçamentária efetiva e despesa orçamentária não-efetiva. 
( MINISTÉRIO DA FAZENDA SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL, 2012).
A Orçamentária Efetiva é aquela despesa que quando realizada reduz a 
situação líquida patrimonial da entidade e constitui dessa forma um fato contábil 
modificativo diminutivo, e que de forma geral é uma despesa corrente, entretanto, 
poderá haver despesa corrente não efetiva, tais como, a despesa com a aquisição 
de materiais para estoque e a despesas com adiantamentos. Já a Receita 
Orçamentária Não Efetiva é aquela que não no momento da sua realizaçãonão 
implica na situação líquida patrimonial e constitui-se um fato contábil permutativo. 
( MINISTÉRIO DA FAZENDA SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL, 2012).
Outra classificação muito importante referente às despesas diz respeito às 
categorias econômicas. As despesas correntes são todas as despesas que de certa 
forma não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de 
capital, são aqueles gastos que realizados pelo ente público para a manutenção e 
funcionalismo do próprio ente, enquanto despesas de capital são despesas que 
contribuem diretamente para a formação ou aquisição de um bem de capital e que o 
objetivo desse gasto é considerado um investimento a longo prazo (KOHAMA, 
2010).
2.6 O Município de Barra Bonita
O Município de Barra Bonita está localizado no extremo-oeste catarinense. 
Barra Bonita é um dos municípios com menor número populacional do Estado de 
Santa Catarina. De acordo com o site oficial do Município, Barra Bonita teve o início 
de sua colonização na década de 50, com imigrantes italianos e alemães, oriundos 
do Rio Grande do Sul. Em 1959 Barra Bonita passou a se tornar distrito de São 
Miguel do Oeste, e sua emancipação político-administrativa só aconteceu em 29 de 
dezembro de 1995. A população é 2.111 habitantes, com descendência 
26
predominante Italiana e Alemã, localizada à 717 Km de Florianópolis. A economia do 
Município é basicamente composta da agricultura e a renda principal do Município 
advém de recursos federais.
27
3 MÉTODO
Para alcançar os objetivos do presente trabalho foi necessário subsídios e o 
apoio dos procedimentos previamente estabelecidos com a metodologia. O método 
está ligado à escolha correta de procedimentos que auxiliem na descrição e 
exposição de fenômenos que ocorrem no decorrer do dia a dia (RICHARDSON, 
1999). 
Para que uma pesquisa tenha credibilidade e seja considerada segura e 
confiável é preciso um método de pesquisa. Para que um conhecimento possa ser 
considerado científico, é fundamental que seja identificado as operações mentais e 
técnicas que possibilitam a sua verificação, ou seja, determinar o método que 
possibilita chegar a esse conhecimento (GIL, 1999).
3.1 Delimitação
O controle interno poder ter vários pontos de estudos dentro da 
administração. A fiscalização é um dever do Controlador Interno, dessa forma, 
poderão surgir diversos assuntos pertinentes ao controle público. A presente 
pesquisa limitou-se à Prefeitura Municipal de Barra Bonita e terá como objetivo 
definir qual a finalidade e o papel do Controle Interno no planejamento e execução 
do orçamento público do município citado. 
3.2 Delineamento 
Segundo Gil (1999), o delineamento preocupa-se principalmente com a 
comparação entre a teoria e os fatos, sua forma é de uma estratégia ou plano que 
28
tende a direcionar a pesquisa para que os objetivos previamente estabelecidos 
sejam alcançados com maior rapidez e eficiência. 
Para que a pesquisa seja considera de grande valia e para alcançar os 
objetivos propostos e dar sustentação à pesquisa, foi utilizado em boa parte 
documentos bibliográficos, dessa forma considerada uma pesquisa descritiva, pois 
os lementos utilizados para dar sustentação ao trabalho foram de caráter referencial.
Gil (1999) destaca que as pesquisas com essa características têm como 
objetivo principal a descrição das características de determinada população ou 
fenômeno ou mesmo estabelecimento de relações entre variáveis e várias são as 
formas e os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas 
características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de 
coleta de dados. 
Para concretizar o objetivo da pesquisa, o pesquisador tem a 
responsabilidade de encontrar tudo o que existe a respeito do objeto em estudo, a 
fonte principal deve estar baseada em livros, revistas e outros relatórios de 
pesquisas ( RICHARDSON, 1999).
O trabalho foi considerado descritivo, contudo foi amplamente utilizado no 
desenvolvimento de pesquisas, o método quantitativo, que representa basicamente 
a intenção de assegurar a precisão dos resultados, e evitar distorções durante a 
análise e interpretação, possibilitando assim um maior grau de segurança em 
relação à análise das informações levantadas. (RICHARDSON, 1999). Além de ser 
uma pesquisa quantitativa a pesquisa foi vista como qualitativa, pois, em certos 
momentos tentou explicar alguns acontecimentos de determinado grupo de 
indivíduos. Para Richardson (1999, p. 79):
O aspecto qualitativo de uma investigação pode estar presente até 
mesmo nas informações colhidas por estudos essencialmente 
quantitativos, não obstante perderem seu caráter qualitativo quando 
são transformadas em dados quantificáveis, na tentativa de 
assegurar a exatidão no plano dos resultados. 
(RICHARDSON,1999, p 79).
29
3.3 Técnicas de coleta, análise e interpretação dos dados
Para obtenção dos dados necessários para finalizar o trabalho, foi utilizado 
como ferramenta de coleta de dados o formulário, que foi aplicado ao assessor de 
Planejamento e Administração do Município de Barra Bonita, no dia 17 de dezembro 
de 2013, nas dependências da Prefeitura Municipal de Barra Bonita, por meio de 
entrevista estruturada, a entrevista foi gravada e previamente autorizada pelo 
entrevistado. A gravação foi transcrita e analisada pelo entrevistador para obtenção 
da maior quantidade possível de informações e durou cerca de uma hora. 
Conforme Michel (2009), o formulário pode ser visto como uma técnica de 
investigação composta de uma lista de questões formuladas com o objetivo de 
atender o propósito da pesquisa e a entrevista pode ser vista como o encontro de 
duas pessoas, com o objetivo de que uma delas obtenha dados e informações a 
respeito de determinado assunto específico, mediante conversação de natureza 
profissional. Para Martins e Theóphilo (2007) a entrevista trata-se de uma técnica de 
pesquisa para coleta de informações, dados e evidências com o objetivo de 
entender e compreender o significado que os entrevistados atribui a determinadas 
questões e situações. 
A entrevista realizada com base no formulário pode ser caracterizada como 
padronizada e estruturada, que de acordo com Para Marconi e Lakatos (1999), a 
entrevista padronizada ou estruturada possui as seguintes características: um roteiro 
previamente estabelecido; os questionamentos feitos aos indivíduos são 
predeterminados. Martins e Theóphilo (2007) citam que uma entrevista pode ser 
considerada padronizada ou estruturada, quando esta for orientada por meio de um 
roteiro previamente determinado e aplicada para todos os entrevistados. O 
formulário utilizado para realizar a entrevista foi composto de 11 questões pré-
estabelecidas.
30
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
A fiscalização orçamentária, financeira, patrimonial e operacional é essencial 
para que a administração pública tenha eficiência, eficácia e efetividade nas tarefas 
executadas e que o dinheiro público seja aplicado da melhor forma possível. O 
Controle Interno é uma das principais ferramentas para que esse objetivo seja 
alcançado. O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de esclarecer com 
maior clareza a tarefa e finalidade do Controle Interno no Município de Barra Bonita, 
utilizando-se de uma entrevista com o Assessor de Planejamento e Administração 
do Município,por meio de um formulário preestabelecido e um gravador, foram 
coletadas todas as informações necessárias para finalizar a pesquisa. 
Embora a pesquisa tenha o caráter de esclarecer e não de coleta de dados, 
eis que não foi realizada com um número considerável de entrevistados, esta 
resultou no esclarecimento de muitas questões estudadas, aliando a teoria à pratica.
As primeiras questões formuladas tiveram o objetivo de esclarecer a 
regulamentação do Sistema de Controle Interno do Município e identificar com maior 
clareza o cargo do Controlador Interno. A primeira pergunta teve o objetivo de 
identificar qual a forma de regulamentação do Controle Interno no Município. O 
assessor respondeu que a Lei Complementar n° 13 de 17 de Março de 2003 instituiu 
o Sistema de Controle Interno na estrutura organizacional do Município e criou o 
cargo de Coordenador do Sistema de Controle Interno, com carga horária de 40 
horas semanais. O assessor ainda pontuou que no ano de 2006 foi criado o Manual 
de operacionalização do Sistema de Controle Interno regulamentado pelo decreto n° 
291 de 17 de Março de 2006, e esse manual disciplina sobre procedimentos de 
rotinas que deverão ser seguidas nas tarefas executas pelos servidores públicos 
municipais.
A segunda pergunta teve como objetivo saber qual o nível hierárquico que se 
encontra o Controle Interno dentro da Organização, ou seja, questionou-se em que 
parte da estrutura administrativa está inserido o Controle Interno. De acordo com o 
Assessor, o Controle Interno do Município não está vinculado à nenhuma Secretaria, 
mas está subordinado unicamente ao Prefeito. 
31
A terceira pergunta procurou esclarecer qual o nível de autonomia do Controle 
Interno na organização, pois, sabe-se que o órgão de Controle Interno deverá ter 
maior independência possível para realizar a fiscalização que é inerente ao cargo de 
CI. Perguntado se o Controle Interno tem total autonomia para fiscalização, foi 
respondido que o dever de todo agente público é desenvolver suas atividades dentro 
do que a lei permite, dessa forma, se o setor de Controle Interno perceber qualquer 
irregularidade, deverá comunicar à administração e ambos irão de qualquer forma 
sanar o problema. Ainda de acordo com o assessor ele enfatizou que o Controle 
Interno tem total autonomia para aplicar as auditorias que são características do 
setor.
Outra importante questão indagada ao Assessor foi referente à forma que é 
feita a contratação do CI, se é por concurso público ou por meio de indicação. O 
Assessor respondeu que o Tribunal de Contas de Santa Catarina orienta aos 
Municípios realizarem concurso para esse tipo de cargo. 
Ainda conforme o Assessor, no ano de 2012 foi criado o cargo de 
Coordenador do Sistema de Controle Interno, de provimento efetivo e regido pelo 
regime estatutário do Município de Barra Bonita e que foi essa nova forma de 
provimento foi regulamentado pelo artigo 5 da Lei n°42 de 20 de dezembro de 2012, 
dessa forma, o Município de Barra Bonita atendeu a essa orientação e a partir do 
ano de 2013 realizou concurso para esse cargo no Município. O Assessor enfatizou 
que o Controlador interno concursado torna a lisura das ações do governo cada vez 
mais transparentes. 
A função da controladoria é sem dúvida nenhuma uma função que requer 
maior capacitação profissional possível, pois fiscaliza e acompanha as ações de 
governo. Partindo desse pressuposto, foi perguntado se para exercer o cargo de 
Controlador Interno é necessário formação acadêmica. A resposta foi que para 
concorrer a vaga é imprescindível formação nas áreas de Administração, Direito ou 
Contabilidade. 
Para desenvolver as atividades de fiscalização é necessário profissionais 
qualificados, mas não adianta bons profissionais se não tiver uma quantidade de 
funcionários adequada a demanda do Município. 
32
A sexta pergunta teve como ponto central saber a quantidade de funcionários 
que fazem parte do Sistema de Controle Interno do Município. O Assessor 
respondeu que apenas uma pessoa faz parte da Coordenação do Sistema de 
Controle Interno, contudo cada secretaaria deverá ter o seu próprio controle de suas 
tarefas e atividades.
A sétima pergunta teve um papel importantíssimo para a pesquisa, a questão 
foi: quais as atribuições do Controlador Interno. Para responder a essa pergunta o 
Assessor listou algumas das atribuições do Coordenador do Sistema de Controle 
Interno e citou a Lei Complementar n° 13. Conforme a Lei citada pelo Assessor:
Art. 2°. Fica instituído o Sistema de Controle Interno do Poder 
Executivo, com a finalidade de:
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual, na 
Lei de Diretrizes Orçamentárias, na Execução dos Programas de 
Governo e dos Orçamentos do Município;
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia 
e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos 
órgãos e entidades da administração municipal, bem como da 
aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, 
bem como dos direitos e haveres do Município;
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão 
institucional;
Art. 3°. O Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Municipal 
abrange:
I – o acompanhamento da execução do Orçamento Municipal, Plano 
Plurianual e Lei das Diretrizes Orçamentárias e dos Contratos e Atos 
Jurídicos análogos;
II – a verificação da regularidade e contabilização dos atos que 
resultem da arrecadação de receitas e realização de despesas;
III – a verificação da regularidade da contabilização dos atos que 
resultem no nascimento ou extinção de direitos e obrigações;
IV – a verificação e registro da fidelidade funcional dos agentes da 
administração e responsáveis por bens e valores públicos;
 Art. 4°. O Sistema de Controle Interno será exercido por todos os 
níveis, órgãos e unidades administrativas do poder Executivo 
Municipal, através do Coordenador do Controle Interno, 
compreendendo, particularmente:
I – o controle da execução dos programas e da observância das 
normas que regem a atividade específica de cada nível, órgão ou 
unidade administrativa, com a supervisão do Coordenador de 
Controle Interno;
II – o controle pelo Coordenador de Controle Interno, da aplicação de 
dinheiros públicos e da guarda de bens do Município. (BARRA 
BONITA, SANTA CATARINA, Lei Complementar n° 013 de 17 de 
Março de 2013.)
33
O assessor listou mais algumas das atribuições que estão no cargo do 
Coordenador do Sistema de Controle Interno, dentre elas: 
– apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional, quando 
solicitado expressamente e por escrito pelo Presidente do Poder Legislativo; 
 –acompanhar a execução dos contratos e atos jurídicos análogos, especialmente 
quanto à entrega dos respectivos objetos na forma e condições ajustadas;
 – verificar a regularidade e contabilização dos atos que resultem da arrecadação 
de receitas e realização de despesas; 
 – verificar a regularidade da contabilização dos atos que resultem no nascimento 
ou extinção de direitos e obrigações; 
 – verificar o cumprimento registro da fidelidade funcional dos agentes da 
administração e responsáveis por bens e valores públicos. 
 – o controle da execução dos programas e da observância das normas que regem 
a atividade especifica da cada nível, órgão ou unidade administrativa, com a 
supervisãodo Coordenador de Controle Interno. 
Ao ser indagado referente ao papel do Controle Interno na elaboração do 
planejamento de governo, como o PPA a LDO e a LOA, o Assessor respondeu que 
uma das principais funções do CI é participar, com a Administração Municipal, da 
elaboração do PPA, LDO, Orçamentos, Programação Financeira e Cronograma de 
Execução Mensal de Desembolso, Metas Bimestrais de Arrecadação, bem com 
outras peças de planejamento a serem exigidas pela legislação inerente e órgãos de 
controle externo, observando rigorosamente, os prazos estabelecidos para envio de 
documentos ao Tribunal de Contas do Estado. 
Referente ao questionamento sobre a fiscalização orçamentária, financeira, 
patrimonial e operacional no Município de Barra Bonita, as palavras do Assessor 
foram que o Coordenador do Sistema de Controle Interno tem por função realizar 
auditorias em todos os departamentos da administração, dentre as auditorias estão: 
auditoria financeira, com a finalidade de verificar a regularidade e correção dos 
recebimentos e pagamentos; auditoria no setor contábil, com a finalidade de 
examinar a correção técnica escrituração, a legitimidade dos atos que deram aos 
lançamentos; auditoria de administração de material, com a finalidade de avaliar os 
34
controles existentes nos almoxarifados e depósitos, com o objetivo da verificação 
adequada das condições dos bens públicos. 
Perguntado se o Município possui Sistema de Informações Gerenciais para 
auxiliar no controle e na tomada de decisão do gestor público, a Assessor enfatizou 
que a Prefeitura possui contrato com uma empresa terceirizada e a mesma fornece 
vários softwares com a finalidade de tornar as rotinas e as atividades mais ágeis e 
eficientes, além de ajudar o Coordenador do Controle Interno nas suas tarefas, 
dentre os principais serviços oferecidos pela empresa estão programas na área de 
contabilidade, administração dos veículos e equipamentos, tesouraria e compras. 
Sabe-se que grande parte dos recursos dos Municípios são oriundos do 
Governo Federal, dessa forma, a última pergunta teve como objetivo saber como 
funciona a fiscalização dos recursos repassados ao Município. O Assessor explanou 
que o Coordenador do Sistema de Controle Interno faz o controle referente à 
aplicação de dinheiros públicos, e auditorias de despesas, com a finalidade de 
verificar a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, publicidade e 
moralidade na despesa pública e se a despesa está de acordo com a legislação 
federal e municipal.
35
5 CONSTATAÇÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A modernização da legislação, tanto federal, estadual como municipal faz 
com que os gestores públicos pensem várias vezes antes de tomar qualquer 
decisão. A inclusão do princípio da eficiência na constituição federal obrigou os 
gestores públicos maximizarem suas ações no decorrer do andamento da execução 
orçamentária. Contudo, para que os princípios da administração pública sejam 
efetivamente cumpridos é necessária certa fiscalização e acompanhamento. Sendo 
assim, todos os Municípios devem criar o Controle Interno que foi inserido na carta 
magna de 1988 com o dever de fiscalizar o Poder Executivo Municipal.
O Município de Barra Bonita regulamentou por meio da Lei Complementar 
n°13 de 2003 o Sistema de Controle Interno, e mais recentemente, no ano de 2013 
tornou o cargo de Controle Interno efetivo, provido de concurso público. Com isso, o 
Município pesquisado mostra de certa forma que tenta implementar o que a 
constituição ordena referente ao Controle Interno, quanto a legalidade e legimitidade 
da aplicação dos recursos públicos. 
Outra importante característica do Município é que o Controle Interno possui 
total autonomia para fiscalização e não está subordinado a nenhuma secretaria, 
esse fato é essencial para um melhor controle e economicidade dos gastos e atos 
do Poder Executivo Municipal, além de observar que o funcionário responsável pelo 
setor deverá ter formação acadêmica.
Grande parte dos Municípios adota legislação correlata a legislação federal 
ou estadual, no Município de Barra Bonita isso não é diferente. Percebe-se que as 
atribuições do CI estão diretamente combinadas à constituição e às recomendações 
do Tribunal de Contas, mas esse fato é benéfico já que a constituição é o 
ordenamento jurídico que o ente público deverá seguir. 
Verifcou-se que a controladoria integra um importante papel na administração 
municipal, já que verifica, acompanha e controla atos de contratos administrativos, 
contabilização de receitas e despesas além de observar a fidelidade funcional dos 
agentes públicos. 
36
Assim, o Controle Interno do Município atende ao artigo 31 da constituição, 
que normatiza o sistema de controle interno do Poder Executivo Municiapal. 
Em relação a participação do Controle Interno no Planejamento da execução 
orçamentária, verificou-se uma participação acentuada, já que a legislação municipal 
prevê a participação do Controle Interno na elaboração do PPA, LDO, LOA e várias 
outras ferramentas de gestão e planejamento.
A auditoria em uma organização é uma ferramenta indispensável para 
comprovar e identificar qualquer tipo de irregularidade nos atos e tarefas 
executadas. No setor público isso não é diferente, aliás, é mais importante, por que 
todas as ações do agente público devem ser dentre da legalidade. 
No Município pesquisado, nota-se que as auditoras são instrumentos de 
trabalho essenciais para o Controle Interno desenvolver seu trabalho. As auditorias 
nos diversos departamentos, tanto contábil como operacional fazem com que o 
Controle Interno aplique as ações de fiscalizações, as quais a legislação determina. 
A aplicação do dinheiro público deve ter o maior zelo e sensibilidade possível 
quando da realização de alguma despesa pelo agente público, dessa forma, 
qualquer movimentação dos recursos recebidos deve ser de acordo com os 
princípios constitucionais da administração pública. 
No Município de Barra Bonita o controle dos gastos e aplicações de recursos 
públicos é feita pelo Controle Interno por meio de auditorias, o que comprova que o 
Controle Interno do Município tem papel essencial na gestão e execução do 
orçamento público. 
O controle dos gastos, combinado com a fiscalização dos atos dos 
administradores públicos são fatores elementares para uma gestão eficaz dos 
recursos públicos, sendo assim, não basta apenas estar normatizado princípios de 
administração pública na constituição, mas deve haver também a fiscalização por 
parte da população no decorrer da execução orçamentária. 
Devido às mundanças na legislação brasileira, em virtude ao aperfeiçoamento 
da gestão institucional dos entes da federal, pode-se afirmar que administração 
pública brasileira passa por uma grande reformulação. A inserção do Controle 
Interno na constituição de 88 teve grande importância para uma maior transparência 
e lisura dos atos na administração pública. 
37
A presente pesquisa teve como premissa identificar o papel do Controle 
Interno no planejamento e execução orçamentária no Município de Barra Bonita. 
Para que o objetivo do trabalho fosse alcançado foi necessário manter contato com 
o Assessor de Planejamento e Administração do Município para aliar conhecimentos 
teóricos e práticos, assim, constatou-se a importância do conhecimento dos agentes 
públicos na área pública, pois administrar o erário público é tarefa de profissionais 
bem preparadose qualificados. 
Por todos os aspectos apresentados na pesquisa, conclui-se que os objetivos 
apresentados foram inteiramente atingidos, mostrando que o dever de acompanhar 
e fiscalizar os atos na administração pública são umas das mais importantes tarefas 
do Controle Interno para que a eficiência no setor público tenha pleno êxito.
38
 REFERÊNCIAS 
BARRA BONITA, SANTA CATARINA. Lei Complementar n° 13 de 17 de Março de 
2003. Institui o Sistema de Controle Interno, dispõe sobre sua estrutura, cria 
cargo e dá outras providências. Barra Bonita, SC, Brasil.
 
BRASIL. Lei n° 4.320 de de 17 de Março de 1964. Estatui Normas Gerais de 
Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da 
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Brasília. 
Disponível em: <www4.planalto.gov.br/legislação >. Acesso em: 10 de setembro de 
2013.
 
_______. Lei Complementar n° 101 de 04 de Maio de 2000. Estabelece normas de 
finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá 
outras providências. Brasília. Disponível em: <www4.planalto.gov.br/legislação >. 
Acesso em: 10 de setembro de 2013. 
_______. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do 
Brasil:promulgada em 5 de outubro de 1988.Brasília. Disponível em: 
<www4.planalto.gov.br/legislação >. Acesso em: 30 agosto de 2013.
CARVALHO, Deusvaldo. Orçamento e contabilidade pública: teoria, prática e 
mais de 800 exercícios. 5 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 
CASTRO, Domingos Pupel de. Auditoria, contabilidade e controle interno no 
setor público: integração das áreas do ciclo de gestão: contabilidade, orçamento e 
auditoria e organização dos controles internos, como suporte à governança 
corporativa. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administração: abordagens prescritivas e 
normativas da administração. 3. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 1987.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: 
Atlas, 1999.
KOHAMA, Hélio. Contabilidade pública: teoria e prática. 11. ed. São Paulo: Atlas, 
2010.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa: 
planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, 
elaboração, análise e interpretação de dados. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1999.
MARTINS, Gilberto de Andrade; THEÖPHILO, Carlos Renato. Metodologia da 
Investigação Cientifica para Ciências Sociais Aplicadas. São Paulo: Atlas, 2007.
39
MICHEL, Maria Helena. Metodologia e Pesquisa Cientifica em Ciências Sociais: 
Um Guia Pratico para Acompanhamento da Disciplina e Elaboração de Trabalhos 
Monográficos. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MINISTÉRIO DA FAZENDA SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL. Manual de
contabilidade aplicada ao setor público. Brasília. 5 ed. Disponível em:
<https://www.tesouro.fazenda.gov.br>. Acesso em: 10 de Setembro de 2012.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São 
Paulo: Atlas, 1999.
TENÓRIO, Fernando Guilherme. Gestão de ONGS: principais funções gerenciais. 5. 
ed. Rio de Janeiro, FGV, 2001.
TRIBUNAL DE CONTAS DE MINAS GERAIS. Cartilha de orientações obre 
controle interno. Minas Gerais. Disponível em: <http://www.tce.mg.gov.br >. Acesso 
em: 25 de Agosto de 2013.
TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA. XV ciclo de estudos de controle
público da admnistração municipal. 15 ed. Florianópolis, Santa Catarina, 2013.
40
APÊNDICES
APÊNDICE A - Formulário de Peguntas 
Formulário de Perguntas feitas ao Assessor de Planejamento e Administração do 
Município de Barra Bonita, Santa Catarina.
1 Existe alguma regulamentação do Controle interno no Município?
2 Em que parte da estrutura administrativa está inserido o Controle Interno?
3 O Controle Interno tem autonomia para fiscalização?
4 O cargo de Controlador Interno é comissionado ou é por meio de concurso 
público?
5 Para exercer a função de Controle Interno é necessária formação acadêmica?
6 Quantos profissionais fazem parte do Sistema de Controle Interno?
7 Quais são as atribuições do Controlador Interno?
8 Qual o papel do Controle Interno na elaboração do planejamento de governo, 
como o PPA a LDO e a LOA?
9 De que maneira o CI realiza fiscalização a orçamentária, financeira, patrimonial e 
operacional no Município?
10 O Município adota algum Sistema de informações Gerenciais, para auxiliar no 
controle dos gastos e bens públicos?
11 O CI realiza a fiscalização dos recursos repassador pelo Governo Federal e 
Estadual?
	Identificar qual a finalidade e o papel do controle interno no planejamento e execução orçamentária do Município de Barra Bonita, Santa Catarina.

Continue navegando