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JÚNIOR CÉSAR BARROS A FINALIDADE E O PAPEL DO CONTROLE INTERNO NO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DO MUNICÍPIO DE BARRA BONITA, SANTA CATARINA SÃO MIGUEL DO OESTE, 2014 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA JÚNIOR CÉSAR BARROS A FINALIDADE E O PAPEL DO CONTROLE INTERNO NO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DO MUNICÍPIO DE BARRA BONITA, SANTA CATARINA Monografia submetida ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Gestão Pública Orientadora: Dárlen Priestsch Medeiros SÃO MIGUEL DO OESTE, 2014 FICHA CATALOGRÁFICA B277f Barros, Júnior César A finalidade e o papel do controle interno no planejamento e execução orçamentária do município de Barra Bonita, Santa Catarina [monografia] /. Júnior César Barros ; orientadora Dárlen Priestch Medeiros. – São Miguel do Oeste, SC, 2014. 1 v. Monografia de especialização (Gestão Pública) – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina. Curso de Pós-Graduação em Gestão Pública. Inclui referências. 1 . Administração pública. 2 . Orçamento público. 3. Fiscalização. I. Medeiros, Darten Priestch. II. Título. CDD:351 Catalogado por Laura da Rosa Bourscheid CRB14/983 A FINALIDADE E O PAPEL DO CONTROLE INTERNO NO PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DO MUNICÍPIO DE BARRA BONITA, SANTA CATARINA JÚNIOR CÉSAR BARROS Este trabalho foi julgado adequado para obtenção do Título de Especialista em Gestão Pública e aprovado na sua forma final pela comissão examinadora do Curso de Pós-Graduação em 11/04/2014 do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Santa Catarina. SSão Miguel do Oeste, 11 de Abril, de 2014 Comissão Examinadora: AGRADECIMENTOS A finalização de um trabalho acadêmico é sem dúvida nenhuma uma conquista para qualquer estudante, mas para a pesquisa ter êxito é necessária a paciência e colaboração de várias pessoas que estão à volta do acadêmico. Agradeço em primeiro lugar à Deus, que me deste o dom da vida e a oportunidade de estudar em uma importante instituição, como o Instituto Federal de Santa Catarina. À meus pais e familiares por estarem sempre ao meu lado em todos os momentos. À minha esposa pelo incentivo e paciência no decorrer do trabalho. E a todos que colaboraram para a conclusão da pesquisa. BARROS, JÚNIOR CÉSAR. A finalidade e o papel do controle interno no planejamento e execução orçamentária do município de Barra Bonita, Santa Catarina, 2014.41f. Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-Graduação em Gestão Pública, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina- IFSC, Unidade Florianópolis. RESUMO A administração pública torna-se a cada dia mais importante e novas Leis e Normativas são criadas para não haver descontrole das atividades do ente público. A Lei 4.320 de 1964, que instituiu normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, Estados, Municípios e do Distrito Federal que e mais recentemente a Lei Complementar n° 101 de 2000, mais conhecida com Lei de Responsabilidade Fiscal vieram ajudar no controle do gasto público. A presente pesquisa justifica-se por apresentar a real finalidade do Controle Interno da administração pública, mais precisamente, o Controle Interno no planejamento e execução do orçamento público do município de Barra Bonita, Santa Catarina, pois o Controlador Interno é o agente público que tem o dever de fiscalizar, e comunicar qualquer fato relativo a não conformidade aos preceitos e princípios da administração pública. Para finalizar o trabalho foi utilizado uma entrevista estruturada feita por meio de gravação com o Assessor de Planejamento e Administração do Município de Barra Bonita para coleta de dados para subsidiar e enriquecer a pesquisa. A presente pesquisa teve como premissa identificar o papel do Controle Interno no planejamento e execução orçamentária no Município de Barra Bonita. Verifcou-se que o Controle Interno do Município desenvolve papel fundamental na fiscalização da aplicação dos recursos públicos, e é desenvolvida por meio de auditorias internas em diferente departamentos. Palavras-chave: controle interno, fiscalização, recursos públicos. BARROS, JÚNIOR CÉSAR. The purpose and role of internal control in planning and budgetary execution of the Barra Bonita, Santa Catarina, 2014.40f. Working End of Course Graduate in Public Administration, Federal Institute of Education, Science and Technology of Santa Catarina, IFSC, Florianópolis Unit. ABSTRACT The public administration becomes increasingly important and new day and Regulatory Laws are created to be no lack of activities of the public entity . Law 4.320 of 1964 which established general standards of financial law for the preparation and control of budgets and balance sheets of the Federal Government, States , municipalities and the Federal District, which most recently Complementary Law 101 of 2000, more known as the Fiscal Responsibility Law came to help in the control of public spending . Therefore, knowing the principles of administration and especially the law of public administration factor is inherent to all who wish to participate in the planning , execution and control of any act of management in the public sector. This research is justified by presenting the real purpose of the internal control of public administration , more precisely , the Internal Control in the planning and execution of the public budget of the municipality of Barra Bonita , Santa Catarina , because the Internal Controller is the public officer who has the duty to monitor and report any fact relating to non-compliance with the precepts and principles of public administration . To finish the job a structured interview by recording with the Advisor for Planning and Administration of the City of Bonita for data collection to support and enhance the research was used . This research was based on identifying the role of internal control in planning and budget execution in the city of Bonita . Verifcou is that the Internal Control Municipality develops key role in monitoring the use of public resources , and is developed through internal audits in different departments . Key words : internal control , surveillance, public resources . SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................8 1.1 Justificativa...........................................................................................................9 1.2 Problemática de pesquisa...................................................................................9 1.3 Objetivo geral......................................................................................................10 1.4 Objetivos específicos.........................................................................................10 2 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................11 2.1 Definição de Controle........................................................................................112.2 Controle Interno na Administração Pública.....................................................12 2.2.1 O Sistema de Controle Interno..........................................................................14 2.3 Orçamento Público e Planejamento Governamental......................................16 2.3.1 O Plano Plurianual............................................................................................16 2.3.2 A Lei de Diretrizes Orçamentárias....................................................................17 2.3.3 A Lei Orçamentária Anual.................................................................................18 2.3.4 O Ciclo Orçamentário na Administração Pública..............................................19 2.3.4.1 Elaboração e Planejamento...........................................................................20 2.3.4.2 Discussão e Aprovação.................................................................................21 2.3.4.3 Execução.......................................................................................................21 2.3.4.4 Controle e Avaliação......................................................................................22 2.4 Receita Orçamentária.........................................................................................23 2.5 Despesa Orçamentária.......................................................................................24 2.6 O Município de Barra Bonita.............................................................................25 3 MÉTODO.................................................................................................................27 3.1 Delimitação.........................................................................................................27 3.2 Delineamento......................................................................................................27 3.3 Técnicas de coleta, análise e interpretação dos dados..................................29 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS.......................................................30 5 CONSTATAÇÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................35 REFERÊNCIAS..........................................................................................................38 APÊNDICES...............................................................................................................40 8 1 INTRODUÇÃO A Administração passou a desempenhar papel fundamental nas atividades do ser humano, tanto em atividades complexas, como gerir uma empresa ou em tarefas simples, como administrar o próprio tempo. Nesse contexto, a administração pode abrir várias dimensões. Uma importante área é a administração pública, que tem o dever de executar da melhor maneira as atividades as quais o gestor público está incumbido de realizar. Administrar o erário público é uma das principais funções do gestor público. Conhecer suas tarefas e obrigações, de forma clara e objetiva, torna-se preponderante para que o administrador do dinheiro público tenha êxito no desempenho da função a qual o povo o escolheu. Dessa forma, conhecer os princípios de administração e sobretudo de administração pública é fator inerente a todo aquele que deseja participar do planejamento e execução de qualquer ato de gestão no setor público. O gasto público passou a ser um elemento de grande importância e controle nos últimos anos na administração pública brasileira. Os governantes não podem mais gastar de forma exacerbada e como bem entendem, mas de forma a seguir princípios, leis e normas do planejamento público, como: o plano plurianual, as leis de diretrizes orçamentárias e a lei orçamentária anual. A legalidade e formalidade dos atos e procedimentos na área pública está explicitamente expressa na legislação brasileira. A lei 4.320 de 1964 institui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, Estados, Municípios e do Distrito Federal. Outro importante meio de controle dos gastos públicos é a Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. A Constituição Federal de 88, em seu artigo 70, obriga cada ente da federação manter o controle interno contábil, financeiro, orçamentário, patrimonial e operacional. Devido a esse grande passo da administração pública com a criação de novas leis e normas, o setor público obrigou-se a criar procedimentos de controle e avaliação. 9 1.1 Justificativa O Controle Interno é sem dúvida nenhuma um dos principais fatores de fiscalização do planejamento e execução do orçamento público, pois é uma ferramenta essencial do setor público, haja visto que todo procedimento e ato do gestor público deve ser transparente, visível e sobretudo com extrema exatidão. Partindo desse pressuposto, todo cidadão deve ter conhecimento dos atos públicos, bem como, as leis que comprovem a legitimidade desses atos. A presente pesquisa justifica-se por apresentar a real finalidade do Controle Interno da administração pública, mais precisamente, o Controle Interno no planejamento e execução do orçamento público do município de Barra Bonita, Santa Catarina, pois o Controlador Interno é o agente público que tem o dever de fiscalizar, e comunicar qualquer fato relativo a não conformidade aos preceitos e princípios da administração pública. 1.2 Problemática de pesquisa O Controle Interno é sem dúvida nenhuma a principal ferramenta de gestão pública. A fiscalização dos gastos e atos da administração pública é de fundamental importância para que os objetivos da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, e eficiência sejam atendidos pelo gestor do dinheiro público. Partindo desse pressuposto, cada ente da federação poderá desenvolver e implementar sua forma de controle interno em seus diferentes departamentos, como os setores operacionais, patrimoniais, orçamentários e financeiros. 10 Sendo assim, o Controle Interno desempenha papel essencial no decorrer do desenvolvimento das atividades e tarefas pertinentes à administração pública. Para qualquer ente da federação, tanto federal, estadual ou mesmo municipal é necessário desenvolver um bom sistema de controle interno deixar bem claro as atribuições e funções do controle interno para que no momento de realizar as funções inerente ao cargo, como por exemplo, uma auditoria operacional ou contábil, não haja rejeição por parte dos demais colaboradores. Dessa forma, é dever do setor público manter normatizado e regulamentado o Controle Interno dentro de sua estrutura administrativa para que todas as funções do administrador público sejam desempenhadas de forma eficiente e em perfeita concordância com a legislação em vigor. O trabalho a seguir tem o propósito de definir a real importância e finalidade do controle interno no planejamento e execução do orçamento público do município de Barra Bonita, Santa Catarina, para com isso, desenvolver e incrementar maior eficiência na operacionalização do Controle Interno do município citado. 1.3 Objetivo geral Identificar qual a finalidade e o papel do controle interno no planejamento e execução orçamentária do Município de Barra Bonita, Santa Catarina. 1.4 Objetivos específicos -Caracterizar Controle Interno e verificar sua importância. -Identificar os principais conceitos referentes à administração orçamentária e financeira aplicada ao setor público. -Verificar a importânciado Controlador Interno. -Identificar de que forma é realizada a fiscalização pelo Controle Interno no Município de Barra Bonita. 11 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Definição de controle Toda e qualquer instituição independente de sua natureza jurídica deve manter alguma forma de controlar seus suas ações e seus gastos. Grande parte das empresas no setor privado adotam sistemas de controle para aumentar a eficiência de suas atividades. A maximização dos resultados em uma organização depende em grande parte da maneira como os gestores controlam suas finanças. Isso mostra que o controle sempre esteve e estará no contexto empresarial. De acordo com Castro: Historicamente, a palavra controle sempre esteve ligada às finanças. Em francês, controler significa registrar, inspecionar, examinar. A palavra é originária de contre-role, registro efetuado em confronto com o documento original, com a finalidade da verificação da fidedignidade dos dados. No italiano, controllo é o mesmo que registro ou exame. Consagrou-se o vocábulo, na técnica comercial, para indicar inspeção ou exame que se processa nos papéis ou nas operações registradas nos estabelecimentos comerciais (CASTRO, 2010, P.255). O controle está definido entre as quatro principais funções da administração. Segundo Chiavenato (1987) o controle tem a função de verificar se o planejamento, a organização e a direção estão de acordo com o plano de trabalho. Dessa forma, a função controle desenvolve um papel essencial na organização, pois é ele que controla e supervisiona o que foi feito e especifica o que deve ser corrigido. A principal função controle é a de analisar as ações traçadas com os resultados do planejamento. A partir desse pressuposto é possível corrigir os eventuais erros que não estão de acordo com o plano de trabalho (TENÓRIO, 2001). A probidade na administração pública dificulta o desenvolvimento do seu trabalho como gestor, contudo, o controle é essencial para que a verificação e o comando das ações dos agentes públicos sejam desempenhados de forma eficiente e que respeite os princípios da administração pública. 12 Para uma maior eficiência na verificação da execução física e financeira das ações, visando preservar a probidade do agente público e manter a eficácia, o controle interno administrativo do Poder Executivo tem responsabilidade de diagnosticar os fatos relativos não conformidade dos atos e tarefas da administração (CASTRO, 2010). 2.2 Controle Interno na Administração Pública Dentre as funções do controle na atividade pública, destaca-se a função de equilibrar o orçamento público, com base na lei de responsabilidade fiscal, por ser um recurso da sociedade e gerido pelos agentes públicos (CASTRO, 2010). Nesse contexto, o controle desempenha papel estratégico para que os objetivos sejam alcançados, tanto em instituição pública ou privada. O controle interno desempenha papel fundamental na estrutura da organização da administração pública. O Controle interno tem por função acompanhar a execução dos atos e apontar, em caráter sugestivo, preventivo, ou corretivo, as ações a serem desempenhadas. Além disso, percebe-se também o caráter opinativo do Controle Interno, haja visto que o gestor pode atender ou não à proposta que lhe seja indicada, sendo dele a responsabilidade e riscos dos atos praticados (TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS, 2012). Outro importante papel do Controle Interno é definido pelo Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, 2010 que cita que o responsável pelo controle interno deve levar os fatos ao conhecimento da autoridade administrativa competente e sugerir a adoção de providências administrativas para o saneamento. Além disso, é seu dever alertar formalmente a autoridade sobre a necessidade de instalar tomadas de contas especial quando não foi possível composição de outra forma. 13 Este mecanismo de controle está inserido nas mais diversas leis. A lei de responsabilidade Fiscal tem o papel de fundamentar o dever do gestor público em relação ao controle dos gastos no setor público. O controle dos gastos com pessoal é um exemplo de como o administrador público deve gerir e controlador os gastos. De acordo com os artigos 19 a 23 da LRF, caso o valor dos gastos com pessoal não atenda o que determina a lei, o estado ou município poderá sofrer sérios danos, ou seja, poderá não receber determinados valores da esfera federal até regulamentar esse problema. Esse fato mostra a grande importância do controle na administração pública. O Controle Interno deverá ter total independência sobre sua atuação dentro do sistema. O sistema de controle interno no exercício de sua função terá livre acesso a todos as dependências do órgão ou entidade, assim como a documentos, valores e livros considerados indispensáveis ao cumprimento de suas atribuições, não lhe devendo ser sonegado, sob qualquer pretexto, nenhum processo ou informação, devendo o servidor guardar o sigilo das informações caso elas estejam protegidas legalmente, (TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS, 2012). Ainda de acordo com a Lei Complementar nº 101, de 04 de Maio de 2000, que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, a gestão pública deverá atender a alguns princípios na execução do orçamento, no seu artigo 75 está bem claro os três tipos de controle: Art. 75. O controle da execução orçamentária compreenderá: I - a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações; II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos; III - o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em têrmos de realização de obras e prestação de serviços (BRASIL, Lei Complementar nº 101, de 04 de Maio de 2000). Percebe-se a grande importância do Controle para a eficiência e eficácia dentro da Administração Pública, dessa forma os controles internos servem para auxiliar o gestor no cumprimento de sua missão institucional, tendo em vista a 14 necessidade de conhecimento daquilo que ocorre no município, voltado para técnicas modernas de administração (planejamento e gestão). Antes de ser meio de fiscalização, os controles internos têm papel de prevenção, ou seja, oferecem ao gestor público a tranquilidade de estar informado da legalidade e legitimidade dos atos de administração que estão sendo praticados, e se esses atos estão de acordo com os princípios da Administração Pública, para a viabilidade ou não do cumprimento das diretrizes e metas estabelecidas, possibilitando a correção de eventuais desvios ou rumos de sua administração (TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS, 2012). A auditoria e a controladoria são ferramentas essenciais para a fiscalização e controle da Administração Público. Conforme Castro: O controle interno é peça-chave para a auditoria. Esta emite pinião sobre os resultados de uma gestão ou sobre a realidade dos números divulgados nos balanços. Como ninguém consegue ver todos os atos e checar todos os números sempre poderá pairar dúvida se não ficou algo para ser conferido ou verificado, por mais que se façam testes, para saber se os números são verdadeiros e se os atos praticados foram corretos. Logo, a auditoria deve avaliar os mecanismos de controle interno, para saber o riscoque se corre, quando dá opinião com base em testes, para avaliar uma gestão ou certificar um balanço (Castro, 2010, p.284) 2.2.1 O Sistema de Controle Interno A partir da Constituição Federal de 88, a Administração Pública passou ser percebida não somente como uma esfera de governo de prestação de serviços públicos, mas como órgão que deverá ser eficiente nas tarefas executadas. Mas para cada ato na administração pública é necessário que esse ato seja regulamentado e esteja dentro da lei que o permite realizar. Dessa forma, o Controle Interno surge como um aliado do gestor público, onde o Controle interno poderá ajudar na certificação que seus atos estejam de acordo com a lei. O sistema de Controle Interno é um grande aliado do administrador público, pois poderá ajudar o ente público a desenvolver suas atividades dentro da 15 legalidade. A Constituição Federal de 1988 no seu artigo 74 define qual a finalidade do Controle Interno na esfera pública: Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União; IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. § 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária (BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, 5 de outubro de 1988). Percebe-se que no § 1º do artigo 74 fala-se em responsabilidade solidária, esse fato se deve à importância que um bom sistema de controle interno que o ente público deverá adotar, pois a legalidade dentro da Administração Pública é fator essencialmente necessário. O Controle interno pode ser definido também controle administrativo ou autocontrole, constitui espécie de controle da Administração Pública e designa os vários tipos de fiscalização existentes no interior da própria Administração Pública, já o Sistema de Controle Interno Sistema de Controle Interno é o conjunto de normas, atividades, procedimentos, métodos, rotinas, bem como de unidades estrutura da Administração Pública estadual ou municipal com atuação articulada, visando o controle interno da gestão administrativa TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA (2010). O Sistema de Controle Interno é fundamental no ambiente público, destaca- se que não somente em âmbito Federal, mas no Estadual e no Municipal. Outra importante finalidade do Sistema de Controle Interno bem definido é o imprescindível apoio aos Tribunais de Contas dos Estados, para que possam atuar no momento certo na defesa do erário e no resguardo do patrimônio público, e ainda, realizar a fiscalização financeira, contábil e orçamentária da Administração Pública com eficiência e eficácia, com o objetivo de assegurar a correta aplicação dos recursos públicos nos fins determinados pela lei e assim garantir o atendimento das 16 necessidades básicas do cidadão TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTACATARINA (2010). 2.3 Orçamento Público e planejamento governamental O orçamento público objetiva a elaboração de planos de médio prazo, onde são esboçadas as ações que serão desenvolvidas para os próximos três a cinco anos (KOHAMA, 2010). O orçamento é uma ferramenta de planejamento adotado pela Administração Pública -União, Estados, Distrito Federal e Municípios-, realizado nas três esferas de poder – Executivo, Legislativo e Judiciário- o qual prevê e estabelece as receitas a serrem arrecadadas e fixa as despesas a serem realizadas no exercício financeiro seguinte, objetivando a continuidade, eficácia, eficiência, efetividade e economicidade na qualidade dos serviços prestados à sociedade (CARVALHO, 2010). O Brasil adota o regime de governo democrático com três níveis de governo, o federal, estadual e municipal. De acordo com a constituição, todos tem autonomia para planejar e executar seus próprios orçamentos. O planejamento do orçamento público desempenha papel preponderante para o bom desempenho das atividades no setor público. As receitas são previstas e as despesas são fixadas de acordo com o planejamento de cada ente federativo. O planejamento passa por diversos passos antes de sua aprovação e execução. Segundo a carta magna de 88, em seu artigo 165, o poder executivo estabelecerá o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais. 2.3.1 O Plano Plurianual O Plano Plurianual (PPA) é um instrumento de grande importância para a execução do orçamento. Trata-se de uma ferramenta vital para a concretização de 17 todos os planos traçados pelo governo, todavia ainda não está descrito e regulamentado. De acordo com a constituição de 1988: “a lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.” Percebe-se que o PPA não é apenas um simples plano e sim o principal instrumento do planejamento público. Nele será definido os principais objetivos do governo ao longo de quatro anos. Ainda de acordo com a constituição de 88 “o projeto do plano plurianual, terá vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa. Nota-se que esse fato se deve pelo motivo de haver um contínuo desenvolvimento das atividades e não uma quebra do planejamento simplesmente pela troca de governo. 2.3.2 A Lei de Diretrizes Orçamentárias Outra importante forma de controle dos gastos e do planejamento orçamentário é a lei de diretrizes orçamentárias. Devido à grande mudança do planejamento e execução orçamentária, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) foi instituída para haver uma maior organização nas metas e objetivos do governo durante a gestão. No artigo 165 § 2º da Constituição Federal de 1988: A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. (BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, 5 de outubro de 1988). Outro importante elemento da Lei de Diretrizes Orçamentárias é normatizado na carta magna de 1988, cita: “o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão 18 legislativa”. A LDO é uma importante ferramenta de controle do povo em relação aos gastos e metas previstas pelo governo. Dessa forma, basta ao cidadão ter ummínimo de conhecimento e fazer a denúncia aos órgãos competentes para que a gestão do administrador público seja em conformidade a lei pertinente. 2.3.3 A Lei Orçamentária Anual Orçamento é uma ferramenta essencial em toda empresa. Programar as receitas e as despesas é uma forma de obter o mínimo de eficiência nas tarefas e atividades a serem executadas ao longo da execução orçamentária. Na administração pública isso não é diferente, mas é mais importante ainda, pois o que está em foco é o dinheiro do cidadão. Para que o planejamento orçamentário seja executado de forma clara, correta e objetiva a constituição brasileira de 1988 em seu o artigo 165 parágrafo 5º, esclarece a respeito da Lei Orçamentária Anual (LOA): § 5º -A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público”. § 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. § 7º - Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional. § 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. (BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, 5 de outubro de 1988). 19 Com relação aos prazos a constituição de 88 define que: “o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa. Já Lei de Responsabilidade define algumas punições ao gestor público que não atenda a certos preceitos das referidas leis. A constituição dá uma certa definição relativo a LOA, mas não é única. De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal n 101 de 2000 e suas alterações, no seu art. 5 cita que: Art. 5o O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar: I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes do documento de que trata o § 1o do art. 4o; II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6o do art. 165 da Constituição, bem como das medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado; III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao: b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistoS. ( BRASIL, Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000). 2.3.4 O Ciclo Orçamentário da Receita e da Despesa Pública A principal função do gestor público é administrar da melhor maneira o dinheiro público. Para isso, é necessário que a administração do erário seja de forma sistematizada e ordenada. Dessa forma o orçamento deverá manter um ciclo, que na administração pública chama-se de ciclo orçamentário da despesa. Conforme Kohama (2010), o ciclo orçamentário pode ser definido como a sequência lógica das etapas orçamentárias e que podem ser substanciadas da seguinte forma: 1- elaboração e planejamento; 2-estudo e aprovação; 20 3-execução; e 4-avaliação proposta orçamentária. 2.3.4.1 Elaboração e Planejamento Para que qualquer projeto tenha êxito e possa ter efeito, deve ser elaborado da melhor forma possível, na administração isso não é diferente. O planejamento da execução orçamentária é sem dúvida nenhuma a melhor ferramenta para o alcance da eficiência na administração pública. Carvalho (2010) ilustra em sua obra que o planejamento pode ser divido em quatro etapas: - fixação da despesa: é o processo pelo qual a despesa se insere no planejamento e compreende uma posição de adoção de medidas em direção a uma situação idealizada; - descentralização de créditos orçamentários: a descentralização ocorre para manter a movimentação de parte do orçamento, contudo, mantidas as classificações institucional, funcional, programática e econômica em diferentes unidades gestoras ou administrativas. - programação orçamentária e financeira: é o processo que consiste em ajustar o fluxo da despesa com a receita e projetar os resultados de arrecadação. - processo de licitação: é o conjunto de procedimentos que tem o objetivo de adquirir materiais, serviços bem como fazer concessões para melhorar as condições do serviço público, precedidos dos princípios constitucionais, tais como, a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, probidade administrativa, vinculação ao instrumento convocatório e outros pertinentes a administração pública. De acordo com a lei 4.320 de 1964 em seu artigo 27, as propostas parciais de orçamento guardarão estritamente conformidade com a política econômico- financeira, o programa anual de trabalho do Governo e, quando fixado, o limite global máximo para o orçamento de cada unidade administrativa. A lei ainda cita no artigo 30 que a estimativa da receita terá por base as demonstrações mensais da receita arrecadada dos três últimos exercícios, pelo menos, bem como as 21 circunstâncias do cenário conjuntural e outras, que possam afetar a produtividade de cada fonte de receita. 2.3.4.2 Discussão e Aprovação Após o planejamento da despesa, é necessário o estudo para constatar eventual falha no orçamento público. Dessa forma, o poder legislativo fica responsável pela sua aprovação. Segundo Kohama (2010) a discussão e a aprovação da proposta orçamentária é a fase de competência do Poder Legislativo, e deverá atender às necessidades do povo, por meio de seus representantes, e o Legislativo tem a obrigação de apreciar a proposta orçamentária enviada pelo Poder Executivo, para posterior aprovação ou ajustes. A proposta orçamentária é sem dúvida nenhuma uma das principais etapas do ciclo orçamentário. Partindo desse pressuposto, a lei 4320/1964 tratou de regulamentar a questão referente à apreciação orçamentária, no artigo 32 a referida lei cita que: “Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente”. 2.3.4.3 Execução A execução do orçamento compreende uma importante etapa e essencial para que a Administração Pública alcance os objetivos traçados no planejamento. Nesta etapa do ciclo é que realmente se desenvolve e operacionalizaas ações o que foi planejado pelo poder executivo. Na execução do orçamento público a administração desenvolverá os planos de governo. Ao executar o orçamento anual dos objetivos e metas já determinados 22 no setor público, o processo de planejamento integrado implicará na mobilização de recursos humanos, materiais e financeiros (KOHAMA, 2010). A lei 4320 de 1964 em seu artigo 34 determina que a execução do orçamento deve respeitar o exercício corrente, que conforme a lei dos orçamentos, a administração financeira e orçamentária deverá respeitar o ano cível, de acordo com a mesma lei: Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil. Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: I - as receitas nêle arrecadadas; II - as despesas nêle legalmente empenhadas. (BRASIL, Lei 4.320 de 17 de março de 1964). 2.3.4.4 Controle e Avaliação O controle e avaliação do orçamento público são realizados de acordo com o artigo 70 da constituição de 88 que preconiza: “a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.” O artigo 74 da carta magna de 88 ilustra com extrema exatidão como será estabelecido o controle e avaliação da administração pública: Art. 74. “Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União; IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. §1º-Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.” (BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, 5 de outubro de 1988). 23 A administração pública, diferentemente da administração privada é sem dúvida nenhuma a principal área da administração onde todos os atos devem ser regulamentados. Partindo desse pressuposto, tanto a constituição como a lei 4.320 de 1964 abordam o controle e avaliação do orçamento público. No âmbito federal o controle externo é exercido pelo Congresso nacional com o auxílio do Tribunal de Contas da União - TCU, artigo 71 da constituição federal. Já nos estados é exercido com o auxílio dos Tribunais de cada estado. No artigo 75 da lei 4.320 de 1964 trata com exatidão do controle da execução orçamentária: Art. 75. O controle da execução orçamentária compreenderá: I - a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações; II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos; III - o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em termos de realização de obras e prestação de serviços. (BRASIL, Lei 4.320 de 17 de março de 1964). 2.4 Receitas Orçamentárias A administração pública diferencia-se da administração tradicional pois naquela o objetivo não é o lucro, mas sim, a eficiência e eficácia nas tarefas executadas. Partindo desse ponto, que na administração não existe lucro, então como que sobrevive os órgão públicos?. A resposta para essa pergunta são as receitas orçamentárias. As receitas dentro do setor público podem advir de inúmeras fontes, desde um simples serviço, conhecidas como receitas de serviços ou receitas tributárias, como o próprio nome já diz. As receitas podem ser classificadas em receitas originárias e derivadas. As receitas originárias são aquelas que derivam do patrimônio da sociedade, isto é, o governo obtém tributando a sociedade, são receitas oriundas das rendas produzidas pelos ativos do poder público, pela cessão remunerada de bens e valores, tais como: aluguéis, ganhos em aplicações financeiras, aplicações em atividades econômicas, produção, comércio, é uma classificação da receitas corrente. Já as 24 receitas derivadas são as receitas obtidas pelo ente Público por meio de seu poder, como exemplo: os tributos, penalidades, indenizações e restituições (CARVALHO, 2010 ). A classificação da receita pública pode ter várias definições. Outra forma de classificação é a divisão em receitas orçamentárias e receitas extraorçamentárias. De acordo com a definição do Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público (2012, p.09), receitas orçamentárias: São disponibilidades de recursos financeiros que ingressam durante o exercício orçamentário e constituem elemento novo para o patrimônio público. Instrumento por meio do qual se viabiliza a execução das políticas públicas, as receitas orçamentárias são fontes de recursos utilizadas pelo Estado em programas e ações cuja finalidade precípua é atender às necessidades públicas e demandas da sociedade. Essas receitas pertencem ao Estado, transitam pelo patrimônio do Poder Público, aumentam-lhe o saldo financeiro, e, via de regra, por força do princípio orçamentário da universalidade, estão previstas na Lei Orçamentária Anual-LOA. (MINISTÉRIO DAFAZENDA SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL, 2012 P.09) 2.5 Despesa Orçamentária A Despesa Pública se caracteriza pelos gastos que advém da lei orçamentária ou de leis específicas que são destinadas à execução dos serviços públicos e dos aumentos do patrimônio público, à prestação dos compromissos da dívida pública ou ainda à restituição de pagamento de importâncias recebebidas a título de cauções, depósitos, consignações (KOHAMA, 2010, p.87) Percebe-se que a despesa pública é um elemento inerente a execução dos serviços públicos, dessa forma, uma despesa será de extrema importância se aplicado de forma correta e com destino que realmente satisfaça um anseio da população. Castro (2010) cita em sua obra que a despesa é um conjunto de dispêndios realizados pelo gestor público com o objetivo de atender o funcionalismo e a manutenção dos serviços públicos prestados à sociedade. A despesa pública pode ter várias classificações, a classificação mais usual é referente ao impacto que provoca no patrimônio do ente público, ou seja, 25 dependendo da despesa poderá ou não aumentar a situação líquida patrimonial. As classificações quanto ao impacto na situação líquida patrimonial podem ser dividas em duas formas: despesa orçamentária efetiva e despesa orçamentária não-efetiva. ( MINISTÉRIO DA FAZENDA SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL, 2012). A Orçamentária Efetiva é aquela despesa que quando realizada reduz a situação líquida patrimonial da entidade e constitui dessa forma um fato contábil modificativo diminutivo, e que de forma geral é uma despesa corrente, entretanto, poderá haver despesa corrente não efetiva, tais como, a despesa com a aquisição de materiais para estoque e a despesas com adiantamentos. Já a Receita Orçamentária Não Efetiva é aquela que não no momento da sua realizaçãonão implica na situação líquida patrimonial e constitui-se um fato contábil permutativo. ( MINISTÉRIO DA FAZENDA SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL, 2012). Outra classificação muito importante referente às despesas diz respeito às categorias econômicas. As despesas correntes são todas as despesas que de certa forma não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital, são aqueles gastos que realizados pelo ente público para a manutenção e funcionalismo do próprio ente, enquanto despesas de capital são despesas que contribuem diretamente para a formação ou aquisição de um bem de capital e que o objetivo desse gasto é considerado um investimento a longo prazo (KOHAMA, 2010). 2.6 O Município de Barra Bonita O Município de Barra Bonita está localizado no extremo-oeste catarinense. Barra Bonita é um dos municípios com menor número populacional do Estado de Santa Catarina. De acordo com o site oficial do Município, Barra Bonita teve o início de sua colonização na década de 50, com imigrantes italianos e alemães, oriundos do Rio Grande do Sul. Em 1959 Barra Bonita passou a se tornar distrito de São Miguel do Oeste, e sua emancipação político-administrativa só aconteceu em 29 de dezembro de 1995. A população é 2.111 habitantes, com descendência 26 predominante Italiana e Alemã, localizada à 717 Km de Florianópolis. A economia do Município é basicamente composta da agricultura e a renda principal do Município advém de recursos federais. 27 3 MÉTODO Para alcançar os objetivos do presente trabalho foi necessário subsídios e o apoio dos procedimentos previamente estabelecidos com a metodologia. O método está ligado à escolha correta de procedimentos que auxiliem na descrição e exposição de fenômenos que ocorrem no decorrer do dia a dia (RICHARDSON, 1999). Para que uma pesquisa tenha credibilidade e seja considerada segura e confiável é preciso um método de pesquisa. Para que um conhecimento possa ser considerado científico, é fundamental que seja identificado as operações mentais e técnicas que possibilitam a sua verificação, ou seja, determinar o método que possibilita chegar a esse conhecimento (GIL, 1999). 3.1 Delimitação O controle interno poder ter vários pontos de estudos dentro da administração. A fiscalização é um dever do Controlador Interno, dessa forma, poderão surgir diversos assuntos pertinentes ao controle público. A presente pesquisa limitou-se à Prefeitura Municipal de Barra Bonita e terá como objetivo definir qual a finalidade e o papel do Controle Interno no planejamento e execução do orçamento público do município citado. 3.2 Delineamento Segundo Gil (1999), o delineamento preocupa-se principalmente com a comparação entre a teoria e os fatos, sua forma é de uma estratégia ou plano que 28 tende a direcionar a pesquisa para que os objetivos previamente estabelecidos sejam alcançados com maior rapidez e eficiência. Para que a pesquisa seja considera de grande valia e para alcançar os objetivos propostos e dar sustentação à pesquisa, foi utilizado em boa parte documentos bibliográficos, dessa forma considerada uma pesquisa descritiva, pois os lementos utilizados para dar sustentação ao trabalho foram de caráter referencial. Gil (1999) destaca que as pesquisas com essa características têm como objetivo principal a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou mesmo estabelecimento de relações entre variáveis e várias são as formas e os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados. Para concretizar o objetivo da pesquisa, o pesquisador tem a responsabilidade de encontrar tudo o que existe a respeito do objeto em estudo, a fonte principal deve estar baseada em livros, revistas e outros relatórios de pesquisas ( RICHARDSON, 1999). O trabalho foi considerado descritivo, contudo foi amplamente utilizado no desenvolvimento de pesquisas, o método quantitativo, que representa basicamente a intenção de assegurar a precisão dos resultados, e evitar distorções durante a análise e interpretação, possibilitando assim um maior grau de segurança em relação à análise das informações levantadas. (RICHARDSON, 1999). Além de ser uma pesquisa quantitativa a pesquisa foi vista como qualitativa, pois, em certos momentos tentou explicar alguns acontecimentos de determinado grupo de indivíduos. Para Richardson (1999, p. 79): O aspecto qualitativo de uma investigação pode estar presente até mesmo nas informações colhidas por estudos essencialmente quantitativos, não obstante perderem seu caráter qualitativo quando são transformadas em dados quantificáveis, na tentativa de assegurar a exatidão no plano dos resultados. (RICHARDSON,1999, p 79). 29 3.3 Técnicas de coleta, análise e interpretação dos dados Para obtenção dos dados necessários para finalizar o trabalho, foi utilizado como ferramenta de coleta de dados o formulário, que foi aplicado ao assessor de Planejamento e Administração do Município de Barra Bonita, no dia 17 de dezembro de 2013, nas dependências da Prefeitura Municipal de Barra Bonita, por meio de entrevista estruturada, a entrevista foi gravada e previamente autorizada pelo entrevistado. A gravação foi transcrita e analisada pelo entrevistador para obtenção da maior quantidade possível de informações e durou cerca de uma hora. Conforme Michel (2009), o formulário pode ser visto como uma técnica de investigação composta de uma lista de questões formuladas com o objetivo de atender o propósito da pesquisa e a entrevista pode ser vista como o encontro de duas pessoas, com o objetivo de que uma delas obtenha dados e informações a respeito de determinado assunto específico, mediante conversação de natureza profissional. Para Martins e Theóphilo (2007) a entrevista trata-se de uma técnica de pesquisa para coleta de informações, dados e evidências com o objetivo de entender e compreender o significado que os entrevistados atribui a determinadas questões e situações. A entrevista realizada com base no formulário pode ser caracterizada como padronizada e estruturada, que de acordo com Para Marconi e Lakatos (1999), a entrevista padronizada ou estruturada possui as seguintes características: um roteiro previamente estabelecido; os questionamentos feitos aos indivíduos são predeterminados. Martins e Theóphilo (2007) citam que uma entrevista pode ser considerada padronizada ou estruturada, quando esta for orientada por meio de um roteiro previamente determinado e aplicada para todos os entrevistados. O formulário utilizado para realizar a entrevista foi composto de 11 questões pré- estabelecidas. 30 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS A fiscalização orçamentária, financeira, patrimonial e operacional é essencial para que a administração pública tenha eficiência, eficácia e efetividade nas tarefas executadas e que o dinheiro público seja aplicado da melhor forma possível. O Controle Interno é uma das principais ferramentas para que esse objetivo seja alcançado. O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de esclarecer com maior clareza a tarefa e finalidade do Controle Interno no Município de Barra Bonita, utilizando-se de uma entrevista com o Assessor de Planejamento e Administração do Município,por meio de um formulário preestabelecido e um gravador, foram coletadas todas as informações necessárias para finalizar a pesquisa. Embora a pesquisa tenha o caráter de esclarecer e não de coleta de dados, eis que não foi realizada com um número considerável de entrevistados, esta resultou no esclarecimento de muitas questões estudadas, aliando a teoria à pratica. As primeiras questões formuladas tiveram o objetivo de esclarecer a regulamentação do Sistema de Controle Interno do Município e identificar com maior clareza o cargo do Controlador Interno. A primeira pergunta teve o objetivo de identificar qual a forma de regulamentação do Controle Interno no Município. O assessor respondeu que a Lei Complementar n° 13 de 17 de Março de 2003 instituiu o Sistema de Controle Interno na estrutura organizacional do Município e criou o cargo de Coordenador do Sistema de Controle Interno, com carga horária de 40 horas semanais. O assessor ainda pontuou que no ano de 2006 foi criado o Manual de operacionalização do Sistema de Controle Interno regulamentado pelo decreto n° 291 de 17 de Março de 2006, e esse manual disciplina sobre procedimentos de rotinas que deverão ser seguidas nas tarefas executas pelos servidores públicos municipais. A segunda pergunta teve como objetivo saber qual o nível hierárquico que se encontra o Controle Interno dentro da Organização, ou seja, questionou-se em que parte da estrutura administrativa está inserido o Controle Interno. De acordo com o Assessor, o Controle Interno do Município não está vinculado à nenhuma Secretaria, mas está subordinado unicamente ao Prefeito. 31 A terceira pergunta procurou esclarecer qual o nível de autonomia do Controle Interno na organização, pois, sabe-se que o órgão de Controle Interno deverá ter maior independência possível para realizar a fiscalização que é inerente ao cargo de CI. Perguntado se o Controle Interno tem total autonomia para fiscalização, foi respondido que o dever de todo agente público é desenvolver suas atividades dentro do que a lei permite, dessa forma, se o setor de Controle Interno perceber qualquer irregularidade, deverá comunicar à administração e ambos irão de qualquer forma sanar o problema. Ainda de acordo com o assessor ele enfatizou que o Controle Interno tem total autonomia para aplicar as auditorias que são características do setor. Outra importante questão indagada ao Assessor foi referente à forma que é feita a contratação do CI, se é por concurso público ou por meio de indicação. O Assessor respondeu que o Tribunal de Contas de Santa Catarina orienta aos Municípios realizarem concurso para esse tipo de cargo. Ainda conforme o Assessor, no ano de 2012 foi criado o cargo de Coordenador do Sistema de Controle Interno, de provimento efetivo e regido pelo regime estatutário do Município de Barra Bonita e que foi essa nova forma de provimento foi regulamentado pelo artigo 5 da Lei n°42 de 20 de dezembro de 2012, dessa forma, o Município de Barra Bonita atendeu a essa orientação e a partir do ano de 2013 realizou concurso para esse cargo no Município. O Assessor enfatizou que o Controlador interno concursado torna a lisura das ações do governo cada vez mais transparentes. A função da controladoria é sem dúvida nenhuma uma função que requer maior capacitação profissional possível, pois fiscaliza e acompanha as ações de governo. Partindo desse pressuposto, foi perguntado se para exercer o cargo de Controlador Interno é necessário formação acadêmica. A resposta foi que para concorrer a vaga é imprescindível formação nas áreas de Administração, Direito ou Contabilidade. Para desenvolver as atividades de fiscalização é necessário profissionais qualificados, mas não adianta bons profissionais se não tiver uma quantidade de funcionários adequada a demanda do Município. 32 A sexta pergunta teve como ponto central saber a quantidade de funcionários que fazem parte do Sistema de Controle Interno do Município. O Assessor respondeu que apenas uma pessoa faz parte da Coordenação do Sistema de Controle Interno, contudo cada secretaaria deverá ter o seu próprio controle de suas tarefas e atividades. A sétima pergunta teve um papel importantíssimo para a pesquisa, a questão foi: quais as atribuições do Controlador Interno. Para responder a essa pergunta o Assessor listou algumas das atribuições do Coordenador do Sistema de Controle Interno e citou a Lei Complementar n° 13. Conforme a Lei citada pelo Assessor: Art. 2°. Fica instituído o Sistema de Controle Interno do Poder Executivo, com a finalidade de: I – avaliar o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias, na Execução dos Programas de Governo e dos Orçamentos do Município; II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração municipal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres do Município; IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional; Art. 3°. O Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Municipal abrange: I – o acompanhamento da execução do Orçamento Municipal, Plano Plurianual e Lei das Diretrizes Orçamentárias e dos Contratos e Atos Jurídicos análogos; II – a verificação da regularidade e contabilização dos atos que resultem da arrecadação de receitas e realização de despesas; III – a verificação da regularidade da contabilização dos atos que resultem no nascimento ou extinção de direitos e obrigações; IV – a verificação e registro da fidelidade funcional dos agentes da administração e responsáveis por bens e valores públicos; Art. 4°. O Sistema de Controle Interno será exercido por todos os níveis, órgãos e unidades administrativas do poder Executivo Municipal, através do Coordenador do Controle Interno, compreendendo, particularmente: I – o controle da execução dos programas e da observância das normas que regem a atividade específica de cada nível, órgão ou unidade administrativa, com a supervisão do Coordenador de Controle Interno; II – o controle pelo Coordenador de Controle Interno, da aplicação de dinheiros públicos e da guarda de bens do Município. (BARRA BONITA, SANTA CATARINA, Lei Complementar n° 013 de 17 de Março de 2013.) 33 O assessor listou mais algumas das atribuições que estão no cargo do Coordenador do Sistema de Controle Interno, dentre elas: – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional, quando solicitado expressamente e por escrito pelo Presidente do Poder Legislativo; –acompanhar a execução dos contratos e atos jurídicos análogos, especialmente quanto à entrega dos respectivos objetos na forma e condições ajustadas; – verificar a regularidade e contabilização dos atos que resultem da arrecadação de receitas e realização de despesas; – verificar a regularidade da contabilização dos atos que resultem no nascimento ou extinção de direitos e obrigações; – verificar o cumprimento registro da fidelidade funcional dos agentes da administração e responsáveis por bens e valores públicos. – o controle da execução dos programas e da observância das normas que regem a atividade especifica da cada nível, órgão ou unidade administrativa, com a supervisãodo Coordenador de Controle Interno. Ao ser indagado referente ao papel do Controle Interno na elaboração do planejamento de governo, como o PPA a LDO e a LOA, o Assessor respondeu que uma das principais funções do CI é participar, com a Administração Municipal, da elaboração do PPA, LDO, Orçamentos, Programação Financeira e Cronograma de Execução Mensal de Desembolso, Metas Bimestrais de Arrecadação, bem com outras peças de planejamento a serem exigidas pela legislação inerente e órgãos de controle externo, observando rigorosamente, os prazos estabelecidos para envio de documentos ao Tribunal de Contas do Estado. Referente ao questionamento sobre a fiscalização orçamentária, financeira, patrimonial e operacional no Município de Barra Bonita, as palavras do Assessor foram que o Coordenador do Sistema de Controle Interno tem por função realizar auditorias em todos os departamentos da administração, dentre as auditorias estão: auditoria financeira, com a finalidade de verificar a regularidade e correção dos recebimentos e pagamentos; auditoria no setor contábil, com a finalidade de examinar a correção técnica escrituração, a legitimidade dos atos que deram aos lançamentos; auditoria de administração de material, com a finalidade de avaliar os 34 controles existentes nos almoxarifados e depósitos, com o objetivo da verificação adequada das condições dos bens públicos. Perguntado se o Município possui Sistema de Informações Gerenciais para auxiliar no controle e na tomada de decisão do gestor público, a Assessor enfatizou que a Prefeitura possui contrato com uma empresa terceirizada e a mesma fornece vários softwares com a finalidade de tornar as rotinas e as atividades mais ágeis e eficientes, além de ajudar o Coordenador do Controle Interno nas suas tarefas, dentre os principais serviços oferecidos pela empresa estão programas na área de contabilidade, administração dos veículos e equipamentos, tesouraria e compras. Sabe-se que grande parte dos recursos dos Municípios são oriundos do Governo Federal, dessa forma, a última pergunta teve como objetivo saber como funciona a fiscalização dos recursos repassados ao Município. O Assessor explanou que o Coordenador do Sistema de Controle Interno faz o controle referente à aplicação de dinheiros públicos, e auditorias de despesas, com a finalidade de verificar a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, publicidade e moralidade na despesa pública e se a despesa está de acordo com a legislação federal e municipal. 35 5 CONSTATAÇÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS A modernização da legislação, tanto federal, estadual como municipal faz com que os gestores públicos pensem várias vezes antes de tomar qualquer decisão. A inclusão do princípio da eficiência na constituição federal obrigou os gestores públicos maximizarem suas ações no decorrer do andamento da execução orçamentária. Contudo, para que os princípios da administração pública sejam efetivamente cumpridos é necessária certa fiscalização e acompanhamento. Sendo assim, todos os Municípios devem criar o Controle Interno que foi inserido na carta magna de 1988 com o dever de fiscalizar o Poder Executivo Municipal. O Município de Barra Bonita regulamentou por meio da Lei Complementar n°13 de 2003 o Sistema de Controle Interno, e mais recentemente, no ano de 2013 tornou o cargo de Controle Interno efetivo, provido de concurso público. Com isso, o Município pesquisado mostra de certa forma que tenta implementar o que a constituição ordena referente ao Controle Interno, quanto a legalidade e legimitidade da aplicação dos recursos públicos. Outra importante característica do Município é que o Controle Interno possui total autonomia para fiscalização e não está subordinado a nenhuma secretaria, esse fato é essencial para um melhor controle e economicidade dos gastos e atos do Poder Executivo Municipal, além de observar que o funcionário responsável pelo setor deverá ter formação acadêmica. Grande parte dos Municípios adota legislação correlata a legislação federal ou estadual, no Município de Barra Bonita isso não é diferente. Percebe-se que as atribuições do CI estão diretamente combinadas à constituição e às recomendações do Tribunal de Contas, mas esse fato é benéfico já que a constituição é o ordenamento jurídico que o ente público deverá seguir. Verifcou-se que a controladoria integra um importante papel na administração municipal, já que verifica, acompanha e controla atos de contratos administrativos, contabilização de receitas e despesas além de observar a fidelidade funcional dos agentes públicos. 36 Assim, o Controle Interno do Município atende ao artigo 31 da constituição, que normatiza o sistema de controle interno do Poder Executivo Municiapal. Em relação a participação do Controle Interno no Planejamento da execução orçamentária, verificou-se uma participação acentuada, já que a legislação municipal prevê a participação do Controle Interno na elaboração do PPA, LDO, LOA e várias outras ferramentas de gestão e planejamento. A auditoria em uma organização é uma ferramenta indispensável para comprovar e identificar qualquer tipo de irregularidade nos atos e tarefas executadas. No setor público isso não é diferente, aliás, é mais importante, por que todas as ações do agente público devem ser dentre da legalidade. No Município pesquisado, nota-se que as auditoras são instrumentos de trabalho essenciais para o Controle Interno desenvolver seu trabalho. As auditorias nos diversos departamentos, tanto contábil como operacional fazem com que o Controle Interno aplique as ações de fiscalizações, as quais a legislação determina. A aplicação do dinheiro público deve ter o maior zelo e sensibilidade possível quando da realização de alguma despesa pelo agente público, dessa forma, qualquer movimentação dos recursos recebidos deve ser de acordo com os princípios constitucionais da administração pública. No Município de Barra Bonita o controle dos gastos e aplicações de recursos públicos é feita pelo Controle Interno por meio de auditorias, o que comprova que o Controle Interno do Município tem papel essencial na gestão e execução do orçamento público. O controle dos gastos, combinado com a fiscalização dos atos dos administradores públicos são fatores elementares para uma gestão eficaz dos recursos públicos, sendo assim, não basta apenas estar normatizado princípios de administração pública na constituição, mas deve haver também a fiscalização por parte da população no decorrer da execução orçamentária. Devido às mundanças na legislação brasileira, em virtude ao aperfeiçoamento da gestão institucional dos entes da federal, pode-se afirmar que administração pública brasileira passa por uma grande reformulação. A inserção do Controle Interno na constituição de 88 teve grande importância para uma maior transparência e lisura dos atos na administração pública. 37 A presente pesquisa teve como premissa identificar o papel do Controle Interno no planejamento e execução orçamentária no Município de Barra Bonita. Para que o objetivo do trabalho fosse alcançado foi necessário manter contato com o Assessor de Planejamento e Administração do Município para aliar conhecimentos teóricos e práticos, assim, constatou-se a importância do conhecimento dos agentes públicos na área pública, pois administrar o erário público é tarefa de profissionais bem preparadose qualificados. Por todos os aspectos apresentados na pesquisa, conclui-se que os objetivos apresentados foram inteiramente atingidos, mostrando que o dever de acompanhar e fiscalizar os atos na administração pública são umas das mais importantes tarefas do Controle Interno para que a eficiência no setor público tenha pleno êxito. 38 REFERÊNCIAS BARRA BONITA, SANTA CATARINA. Lei Complementar n° 13 de 17 de Março de 2003. Institui o Sistema de Controle Interno, dispõe sobre sua estrutura, cria cargo e dá outras providências. Barra Bonita, SC, Brasil. BRASIL. Lei n° 4.320 de de 17 de Março de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Brasília. Disponível em: <www4.planalto.gov.br/legislação >. Acesso em: 10 de setembro de 2013. _______. Lei Complementar n° 101 de 04 de Maio de 2000. 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Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999. TENÓRIO, Fernando Guilherme. Gestão de ONGS: principais funções gerenciais. 5. ed. Rio de Janeiro, FGV, 2001. TRIBUNAL DE CONTAS DE MINAS GERAIS. Cartilha de orientações obre controle interno. Minas Gerais. Disponível em: <http://www.tce.mg.gov.br >. Acesso em: 25 de Agosto de 2013. TRIBUNAL DE CONTAS DE SANTA CATARINA. XV ciclo de estudos de controle público da admnistração municipal. 15 ed. Florianópolis, Santa Catarina, 2013. 40 APÊNDICES APÊNDICE A - Formulário de Peguntas Formulário de Perguntas feitas ao Assessor de Planejamento e Administração do Município de Barra Bonita, Santa Catarina. 1 Existe alguma regulamentação do Controle interno no Município? 2 Em que parte da estrutura administrativa está inserido o Controle Interno? 3 O Controle Interno tem autonomia para fiscalização? 4 O cargo de Controlador Interno é comissionado ou é por meio de concurso público? 5 Para exercer a função de Controle Interno é necessária formação acadêmica? 6 Quantos profissionais fazem parte do Sistema de Controle Interno? 7 Quais são as atribuições do Controlador Interno? 8 Qual o papel do Controle Interno na elaboração do planejamento de governo, como o PPA a LDO e a LOA? 9 De que maneira o CI realiza fiscalização a orçamentária, financeira, patrimonial e operacional no Município? 10 O Município adota algum Sistema de informações Gerenciais, para auxiliar no controle dos gastos e bens públicos? 11 O CI realiza a fiscalização dos recursos repassador pelo Governo Federal e Estadual? Identificar qual a finalidade e o papel do controle interno no planejamento e execução orçamentária do Município de Barra Bonita, Santa Catarina.
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