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OBSERVAÇÃO A observação está voltada para a descrição de comportamentos, ações, práticas, eventos, fatos que somente podem ser conhecidos através de sua percepção integral através dos sentidos. Tem por objetivo identificar regularidades/recorrências, mas também discrepâncias no comportamento dos fenômenos. Realiza-se necessariamente em ato contínuo, posto que a identificação dessas regularidades/discrepâncias não pode ser feita em evento único. Envolve certa intuição, sensibilidade, acuidade, para captar o que possa ser significativo para o estudo. Pode se dar de forma mais ou menos estruturada, com maior ou menor envolvimento/participação do pesquisador no fenômeno pesquisado. No entanto, de um modo ou de outro, deve envolver a elaboração de um roteiro de observação e uma atitude crítica do pesquisador. Afinal, não se pode observar tudo e de qualquer jeito. Ter um roteiro permite o pesquisador ultrapassar a sua visão particular das coisas e registrar informações mais efetivas para o estudo. No entanto, a sua elaboração não deve obscurecer a sensibilidade e a percepção do observador a eventos/fatos não discriminados no roteiro, mas apenas garantir maior objetividade e foco na observação. ENTREVISTA Define-se a entrevista em uma pesquisa, como o diálogo entre o pesquisador e o pesquisado, com a finalidade de levantar informações sobre a problemática em estudo. A entrevista deve se dar preferencialmente num encontro presencial, posto que a atitude do entrevistado (comportamento corporal, entonação de voz, etc) também deve ser considerada na interpretação de seu discurso, no entanto, as novas tecnologias da comunicação tem permitido a realização de entrevistas mediadas por ferramentas como skipe, msm, facebook, entre outros recursos. Essas condições são aceitáveis apenas quando o acesso pessoal aos entrevistados é operacionalmente ou economicamente inviável. As entrevistas podem ser individuais ou em grupo (grupo focal). Realiza-se a entrevista individual quando se pretende saber o que pensam os entrevistados, no entanto, quando o objeto de investigação inclui compreender a dinâmica coletiva e os processos psicolingüísticos envolvidos na elaboração das idéias/representações de um grupo, a entrevista em grupo pode ser mais produtiva. Assim como as observações, as entrevistas podem ser mais ou menos estruturadas a partir de um roteiro de perguntas/temas que orientam a conversa. Dessa forma a entrevista (individual ou em grupo) pode ser estruturada, semi-estruturada, não estruturada. A entrevista estruturada é aquela onde o roteiro de perguntas é rigidamente aplicado, não sendo permitidas quaisquer alterações na formulação e ordem das perguntas. A entrevista semi-estruturada é aquela orientada por um roteiro de perguntas que deve ser aplicado a todos os entrevistados mas onde há uma maior flexibilidade na sua aplicação, podendo o entrevistado alterar a ordem ou mesmo suprimir e acrescentar uma ou outra pergunta. A entrevista não estruturada é aquela onde o entrevistado segue apenas um roteiro de temas, e as perguntas são elaboradas no momento da entrevista de acordo com a dinâmica da conversa. Na elaboração do roteiro devem ser consideradas: as características dos entrevistados (pessoas de idade, sexo, nível de escolaridade diferentes tem diferentes formas de viver e compreender uma situação), a linguagem utilizada (o vocabulário utilizado deve ser familiar ao entrevistado para facilitar a sua compreensão das perguntas), a possibilidade de contaminação das respostas (na ordenação das perguntas devemos tomar cuidado para uma pergunta não influenciar a resposta em outra pergunta subseqüente), o tempo e as condições de aplicação (depois de 20 a 30 min a tendência é o entrevistado se cansar e não responder com o cuidado devido, o ambiente onde se realiza a pergunta pode constranger ou não o entrevistado). ANÁLISE DE DOCUMENTOS Geralmente usada como técnica complementar, a análise de documentos está voltada para o levantamento de informações históricas, referentes a políticas publicas ou mesmo para a compreensão dos sentidos atribuídos a fenômenos a partir de registros escritos (documentos oficiais, cartas, diários, agendas, planos de trabalho), gravuras/desenhos, fotos, vídeos, entre outras formas de registro da experiência humana. Envolve a definição de variáveis a serem consideradas e a seleção de material pertinente. Para uma seleção e análise cuidadosa de documentos devem ser considerados: as condições de sua produção, os autores, as finalidades de sua elaboração, suas características específicas. QUESTIONÁRIOS E FORMULÁRIOS São os instrumentos típicos das pesquisas quantitativas. Referem-se a um documento escrito com um conjunto de perguntas objetivas (fechadas ou abertas), geralmente de múltipla escolha, que pode ser entregue para o respondente preencher (questionário) ou aplicado por um entrevistador (formulário). Assim como o roteiro da entrevista as perguntas devem considerar as características dos entrevistados, a linguagem utilizada, a possibilidade de contaminação das respostas, o tempo e as condições de aplicação. Embora o uso de questionários/formulários permita uma grande economia de tempo e recursos, não é recomendável o seu uso quando o tipo de informação que se pretende obter tem um caráter mais subjetivo posto que ele não permite a livre expressão do respondente. Além disso, a elaboração de um questionário exige conhecimentos técnicos específicos posto que a análise dos dados envolverá tratamento estatístico.
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