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Artigo - A influencia da história de vida na formação pessoal, profissional e acadêmica dos bolsistas do PACCE

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1 
 
Universidade Federal do Ceará – UFC 
Programa de Aprendizagem Cooperativa - PACCE 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO SOBRE A INFLUÊNCIA DA OFICINA DE HISTÓRIA DE VIDA NA 
FORMAÇÃO PESSOAL E PROFISSIONAL DOS MEMBROS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fortaleza 
2 
 
Novembro/2017 
Ana Thaís Cavalcante de Sousa Bezerra da Cunha1 
Emili Borges Farias2 
Mateus Magalhães dos Anjos3 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO SOBRE A INFLUÊNCIA DA OFICINA DE HISTÓRIA DE VIDA NA 
FORMAÇÃO PESSOAL E PROFISSIONAL DOS MEMBROS. 
 
Este artigo tem como objetivo analisar se a Oficina de 
História de Vida está contribuindo na formação pessoal e 
profissional dos seus membros e identificar de que forma essa 
influenciando e impactou, nesses âmbitos, em suas vidas. 
 
 
 
 
 
 
Fortaleza 
Novembro/2017 
 
1 Autor 1: Graduanda em Química Licenciatura - UFC e articuladora de células estudantis no PACCE. 
2 Autor 2: Graduando em Sistemas e Mídias Digitais - UFC e articuladora de células estudantis no 
PACCE 
3 Autor 3: Graduando em Engenharia de Produção Mecânica - UFC e articulador de células estudantis 
no PACCE. 
3 
 
 
Resumo 
A formação de um indivíduo é construída a partir de vários fatores internos e externos 
de sua vida. Um dos principais fatores externos, salientado pela psicologia, é a vivência em 
sociedade. O Programa de Aprendizagem Cooperativa em Células Estudantis (PACCE) tendo 
em vista esse fator imprescindível, busca a socialização dos seus membros como elemento 
essencial para a formação pessoal e profissional do indivíduo, dentro de um contexto 
institucional. Com esse intuito, um dos pilares do Programa é a Oficina de História de Vida, 
também conhecida como Roda Viva, em que os bolsistas se reúnem em grupos, 
semanalmente, e relatam suas experiências e vivências uns para os outros. O objetivo desse 
artigo é identificar se tal atividade está contribuindo no âmbito pessoal e profissional dos seus 
membros e de que forma impactou em suas vidas. A coleta de dados foi feita por meio de 
questionários aplicados em 20 bolsistas do PACCE de diferentes cursos, na Universidade 
Federal do Ceará (UFC); e a análise de maneira qualitativa e quantitativa, com a finalidade de 
uma compreensão mais efetiva dos resultados, tomando como base que ambas são de 
naturezas não excludentes e que se complementam. Os resultados foram expressos tanto em 
forma de gráficos como de relatos. Em síntese, essas duas abordagens foram empregadas de 
modo a contribuir para a compreensão e para aproximar da forma de relatos utilizada na 
Oficina, além de identificar os fatores que levaram ao alcance do objetivo desejado. 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
Sumário 
 
1. Introdução ................................................................................................................................ 5 
2. Referencial Teórico ................................................................................................................. 6 
3. Metodologia ............................................................................................................................. 8 
4. Análise dos Resultados ............................................................................................................ 9 
5. Conclusão .............................................................................................................................. 14 
6. Anexo .................................................................................................................................... 16 
7. Bibliografia ............................................................................................................................ 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1. Introdução 
A psicologia sócio-histórica apresenta a concepção de que o indivíduo se constitui 
como ser humano através se suas relações sociais. Segundo Janet (1929, p. 266), “O indivíduo 
psicológico é uma criação particularmente social. Nós nos inventamos graças à sociedade que 
nos fez e que pode igualmente nos desfazer”. Desde o nosso nascimento, entramos em um 
processo em que, de um lado, a sociedade nos oferece as informações sobre o mundo e visões 
diversas sobre ele e, de outro lado, permite a construção de uma visão pessoal sobre este. 
Nas relações do indivíduo com os grupos sociais, a comunicação é extremamente 
fundamental. Essa tem a função de adequar às ações e de tornar propícia uma conduta 
proposital humana, além de expressar os pensamentos e ser uma importante reguladora de 
fatores culturais vigentes em relações sociais. 
Resumidamente, a construção social do indivíduo é uma história de relações com 
outros e que por meio da comunicação, de transformações psicológicas conseqüentes das 
interações face-a-face e das relações sociais, que configuram lugares, diferentes esferas da 
cultura, papéis a serem assumidos, entre outros. 
A Oficina de História de Vida, do Programa de Aprendizagem Cooperativa em 
Células Estudantis (PACCE), utiliza como instrumentos essas concepções da psicologia: a 
troca de experiências de seus membros, através da interação face-a-face e do relato oral de 
suas histórias, visando à construção dos indivíduos pelas relações sociais. 
O presente estudo se justifica por sua relevância ao ratificar a importância da Oficina 
de História de Vida na formação do indivíduo, tanto no âmbito pessoal como profissional. 
Demonstrando que todos os seres humanos têm uma história de vida integrada com outras 
muitas histórias que se cruzam, em que nos apropriamos de idéias e nos fundamentamos em 
visões pessoais, passíveis de transformações, sobre diversos assuntos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
2. Referencial Teórico 
A comunicação, em suas diversas faces, representa, segundo a psicologia sócio-
histórica, uma ferramenta importante para o desenvolvimento de um indivíduo em sua 
totalidade, que busca, através de relações sociais, a formação de um pensamento crítico e 
em constante evolução. Isto é: 
A psicologia sócio-histórica traz em seu bojo a concepção de que todo 
Homem se constitui como ser humano pelas relações que estabelece com os 
outros. Desde o nosso nascimento somos socialmente dependentes dos 
outros e entramos em um processo histórico que, de um lado, nos oferece os 
dados sobre o mundo e visões sobre ele e, de outro lado, permite a 
construção de uma visão pessoal sobre este mesmo mundo. 
(MARTINS, p. 113) 
 
 A partir da noção básica do papel das relações sociais para o molde de um ser humano, é 
importante contestar a consideração de que um indivíduo se constitui singularmente. Estudos 
de Semiótica mostram que a identidade de um ser só se forma através da alteridade, ou seja, 
tendo o outro como parâmetro de comparação do que se é com base em o que se não é. 
Segundo Woodward (2000), é por meio da significação de representações simbólicas que se é 
definida a identidade, em formação, de um indivíduo, e que essas mesmas representações são 
consideradas culturais, portanto, fazem parte de um grupo social. 
 Partindo dessas proposições e adentrando em um contexto de comunicação social, 
torna-se necessário enfatizar a história de vida nesse âmbito, que se trata de: 
 
Narrar - contar ou relatar – as experiências do cotidiano (vividas/inventadas) 
consiste, como assinalado, numa atividade social do homem, é uma atividade 
constitutiva da sua humanização. Narrar é uma atividade de linguagem que 
concorre fortemente para recordar,tirar do esquecimento, trazer à lembrança 
algo. 
(SILVA, p. 05) 
 
 
 
7 
 
A função dessa atividade torna-se um fator relevante na formação de um indivíduo, 
tendo como consequência uma influência nas opiniões de mundo e a ruptura de um paradigma 
formado anteriormente ao contato com a história de vida. 
 Entrando um pouco mais no âmbito de relações sociais e como podem influenciar no 
comportamento de um ser humano, deve-se considerar o grupo e o contexto em que se 
encontra. Para Pierre Janet (1929 apud Góes, 2000), um grupo social inclui amigos, inimigos, 
conhecidos, entre outros, de um indivíduo inserido naquele contexto, onde se é necessário 
ponderar a formação de uma “personalidade geral”, baseando-se na troca de experiências e 
opiniões durante o tempo de convívio. Assim, nos momentos em que o indivíduo se isola, vão 
existir características, pensamentos que fazem parte do grupo como um todo, não apenas da 
pessoa como uno. A partir disso, pode-se concluir, segundo Góes (2000), que um indivíduo é 
formado socialmente com base nas suas relações com os outros, gerada através da linguagem 
e seus meios, podendo, também, acarretar em mudanças nas concepções individuais 
estabelecidas por interações face-a-face e conexões gregárias de maior amplitude. 
 Aprofundando essa abordagem para o enfoque deste trabalho, deve-se entender a 
metodologia de ensino nomeada Aprendizagem Cooperativa, que trabalha com pilares 
principais tendo a interação, empatia e colaboração como foco para o sucesso. Segundo 
Johnson et al. (1984), essa metodologia aborda a ideia de pequenos grupos, que possuem 
objetivos em comum, trabalhando em conjunto numa relação de interdependência positiva, 
onde todos só alcançam a meta se o grupo alcançar. Para isso, é reforçada a conexão entre os 
indivíduos com a resolução e compreensão do material em conjunto, estímulo e 
encorajamento para todos cumprirem seus papéis, entre outros. 
 Para que essas determinadas condutas sejam efetivas na relação de convivência entre os 
membros, é necessária a aplicação dos pilares da Aprendizagem Cooperativa nas diversas 
situações em grupo, sendo eles, de acordo com Johnson et al. (1984): Interdependência 
Positiva, a equipe possui objetivos em comum e devem trabalhar em conjunto para atingi-los, 
através de uma relação de dependência mútua; Interação face-a-face, os membros devem 
interagir entre si, de forma verbal e não-verbal, estimulando-os a prosseguir com o trabalho; 
Responsabilidade Individual, é necessário que cada um tenha seu papel no projeto para que 
todos participem e dêem suporte uns aos outros; Habilidades Sociais, os membros devem ser 
socialmente capazes de lidar com seus companheiros e aptos a cooperar entre si; Por fim, os 
envolvidos devem, também, separar um tempo para a manutenção do funcionamento da 
8 
 
equipe, sendo relevante para manter o bom relacionamento no trabalho e a curva de 
produtividade alta. 
 Segundo Johnson, Johnson e Smith (1998), no ambiente acadêmico, o fortalecimento 
positivo das relações interpessoais é de suma importância para o relacionamento aluno-
faculdade. Adentrando no âmbito relações sociais e história de vida, em conjunto, nesse 
contexto, o pilar Interação Face-a-face comunica-se com a importância de narrar sua 
experiência de vida para fortalecer a conexão entre os envolvidos, mostrando que a atividade 
de história de vida é bastante efetiva nesse quesito. 
 
3. Metodologia 
A pesquisa combinou dois métodos, qualitativo e quantitativo, visando uma melhor 
compreensão e análise da temática abordada nesse artigo, além de se aproximar mais da forma 
de relatos utilizada pela Oficina de História de Vida. 
A amostragem selecionada para o estudo foi uma população de quinze bolsistas do 
Programa de Aprendizagem Cooperativa em Células Estudantis (PACCE), sendo desses:dez 
bolsistas articuladores que tiveram contato com a metodologia da Oficina de História de Vida 
no presente ano desse estudo (2017), e cinco bolsistas veteranos e membros da Comissão 
responsável pela Oficina, que conhecem a metodologia há mais tempo. 
 Para a realização do estudo, aplicou-se um questionário que pudesse abranger os 
objetivos desejados. Esse contém nove perguntas, mescladas entre as formas objetiva e 
discursiva, que abordam temas sobre a influência da Oficina de Histórias de Vida na formação 
pessoal e profissional dos entrevistados. 
 A aplicação foi feita através de uma entrevista estruturada pessoal com a população 
dos vinte bolsistas que se voluntariaram para participar. O local da entrevista foi na Seara da 
Ciência da Universidade Federal do Ceará, onde sedia o Programa de Aprendizagem 
Cooperativa da UFC, com o intuito de tornar mais confortável para os entrevistados que já 
convivem diariamente no local e não atrapalhar suas atividades acadêmicas. 
Antes de todas as entrevistas, foram realizadas dinâmicas, para explicar o intuito do 
questionário, descontrair os entrevistados e criar uma atmosfera propícia para o 
compartilhamento de vivências, a fim de diminuir possíveis tensões que pudessem ocorrer. 
9 
 
Essa atividade foi indispensável para que as respostas fossem dadas de um modo franco, 
prevenindo que informações fossem ocultadas, o que poderia gerar erros na análise do estudo. 
Também foram propostas, para uma melhor captação de todos os dados, que fossem 
gravadas as respostas, não sendo de caráter obrigatório e somente feita mediante a autorização 
do entrevistado. Além disso, foi informado ao entrevistado que ele poderia fazer uma pausa, 
ao ser feita cada pergunta, para que pudesse pensar e recordar os dados necessários, 
acarretando respostas, justificativas e explanações mais adequadas possível com a realidade 
vivenciada. 
 Em relação às perguntas do questionário, havia cinco de caráter quantitativo, com 
mostruário de sugestões de respostas, com a finalidade de entender o perfil do entrevistado na 
Oficina, além de estimar o quanto essa influenciou não somente no ciclo de relacionamentos 
(família, amizade, entre outros), como também na sua visão sobre determinados sentimentos e 
acontecimentos impactantes; e quatro perguntas, que focavam diretamente no objeto de 
estudo, o qual é que seria a influência das histórias de vida no caráter pessoal, acadêmico e 
profissional dos indivíduos estudados. 
 
4. Análise dos Resultados 
 As questões foram analisadas pelo método quantitativo-qualitativo e divididas em duas 
categorias no questionário aplicado: em formato de questão objetiva, porém possível de 
escolha de mais de um item pelo entrevistado, e de questão discursiva. 
 Permitir a escolha de mais de um item pelo entrevistado, nas questões objetivas, teve 
como finalidade uma análise mais ampla, já que o objeto de estudo são as vivências dos 
membros da Oficina. Essas foram analisadas de uma forma quantitativa, para que fossem 
possíveis de avaliar quais dos diversos itens foram mais significativos para a formação dos 
indivíduos entrevistados. 
 As questões discursivas examinavam de uma forma mais direta o que foi incluído no 
desenvolvimento pessoal, acadêmico e profissional, tendo como intenção se assemelhar a 
metodologia de relatos utilizada na Roda Viva. 
10 
 
 Tendo em vista esses fatores, um dos pontos a serem analisados foi à proximidade que 
os membros da Oficina tiveram entre si, graças aos encontros semanais e a aplicação dos 
pilares de Interação face-a-face e Habilidades Sociais. Salienta-se que essa era a única questão 
objetiva que não era passível de escolher mais de um item. Percebeu-se que a maioria dos 
membros tem pelo menos entre 11% a 50% de proximidade com membros da bolsa após 
escutarem suahistória de vida durante as Oficinas, como mostrado no gráfico abaixo: 
Gráfico 1 – Nível de proximidade entre os membros da Oficina de História de Vida 
Fonte: Dados autorais. 
 
 
 
 
6%
67%
27%
≤10% do total de membros
≤50% do total de membros
≤100% do total de membros
Nenhum
11 
 
O segundo ponto a ser analisado foi à identificação dos membros da bolsa em relação 
a alguns tópicos que costumam ser abordados durante os encontros da Oficina. Demonstrado 
no gráfico, a seguir, quais tópicos os entrevistados mais se identificaram, gerando assim uma 
frequência de respostas para cada entrevistado, citando um ou mais tópicos: 
Gráfico 2 – Frequência de tópicos de identificação dos membros da Oficina de 
História de Vida 
Fonte: 
Dados autorais. 
 Pode-se destacar que há uma frequência de três para tópicos que não foram citados por 
ser menos comum durante a Oficina, como exemplo desses estão: relacionamentos, mudança 
de curso e ideologias. Cada um sendo citado por uma pessoa diferente. 
 Depois de ambientar os entrevistados sobre a pesquisa, o próximo passo foi extrair os 
dados principais para a mesma, traçando assim um rumo para o ponto central como foi 
mencionado na metodologia. Sendo assim, a pesquisa focou em tópicos que abrangiam 
mudança de opinião dos entrevistados, conforme ele participava das oficinas. Um dos tópicos 
citado apenas uma vez foi sobre a mudança de visão que um dos membros de comissão teve 
com os deficientes auditivos, após ouvir a história de vida deles, que também foram alocados 
na coluna do tópico “outros’’: 
0
2
4
6
8
10
12
Amizade Família Sentimentos Atitudes Acontecimentos Outros
12 
 
Gráfico 3 – Frequência de tópicos que mudaram a opinião dos membros da Oficina de 
História de Vida 
 
Fonte: Dados autorais. 
 Com as respostas, foi possível ter uma melhor visão do que está sendo proposto na 
pesquisa. Concluiu-se que as Oficinas são uma chave de influência na formação do indivíduo 
pelo menos no seu âmbito pessoal, como demonstrado no gráfico acima. A maior parte dos 
membros entrevistados, graças aos encontros semanais, adquiriu uma visão mais diversificada 
de como lidar com certas situações. 
 Como última análise quantitativa, buscou-se analisar o sentimento de empatia dos 
membros do PACCE ao se sensibilizarem com alguns tópicos abordados durante os 
encontros. Mostrando, assim, o quanto a empatia está envolvida no desenvolvimento do 
indivíduo, pois devido a essas oficinas, que tiveram o intuito de conectar sentimentos e 
experiências entre os membros da bolsa, muitos membros tiveram a oportunidade de 
amadurecer novas idéias e sentimentos. 
 
0
2
4
6
8
10
12
Opinião sobre
alguma pessoa
Família Amizades Como lidar com
certas situações
Sentimentos Outros
13 
 
Gráfico 4 – Frequência de tópicos que causaram sensibilidade nos membros da Oficina 
de História de Vida 
 
Fonte: Dados autorais. 
 Embora não tão comum como os demais tópicos: tragédia, depressão e bullying 
também foram assuntos que sensibilizaram alguns membros durante as oficinas. Porém, sendo 
mostrado com mais frequência o preconceito como ponto de sensibilização por muitos 
entrevistados. 
 Após essa coleta para quantificar os tópicos que mais abalaram com o psicológico dos 
entrevistados, deu-se início as perguntas mais especificas com caráter qualitativo. Chegando, 
enfim, ao ponto principal da pesquisa. 
 Evidenciou-se que a empatia foi o assunto que rendeu um grande desenvolvimento no 
caráter pessoal, acadêmico e profissional dos indivíduos entrevistados. Obtendo, assim, que a 
maioria das respostas se direcionou aos vínculos formados com outros indivíduos, pois como 
o ser humano não passa de um ser social, todos os vínculos formados durante a vida 
influenciam na formação do mesmo. Contudo, não somente as pessoas vinculadas que 
influenciam na formação, mas de acordo com as respostas a forma que se montam esses 
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Preconceito Injustiça Abuso
psicológico
Abuso
sexual
Humilhação Ignorância Traição Outros
14 
 
vínculos de relacionamento também influenciam muito. Tendo em vista, que ao se tornarem 
mais empáticos tendem a julgar ao próximo com menos frequência, buscando entender o lado 
do outro e gerando um vínculo mais forte. 
 Visto que alguns entrevistados foram bem específicos no pilar de habilidades sociais, 
exemplificando nos ambientes acadêmico e profissional; através da paciência de trabalhar em 
grupo, tentando sempre entender o lado dos outros participantes e das dificuldades que os 
assola, e por conseqüência tentam se aproximar do indivíduo a fim de ajudá-lo, tornando o 
ambiente mais confortável para o desenvolvimento de um trabalho mais eficaz. 
Refletindo assim também em suas vidas os diversos pontos de vista adquiridos para lidar 
com problemas e situações adversas que outras pessoas relataram durante as oficinas, além da 
empatia de lidar com certas pessoas que podem gerar desavenças por não serem bem 
compreendidos. 
 
5. Conclusão 
O objetivo deste é enfatizar a importância da História de Vida para a formação de um 
indivíduo. A partir dessa motivação, foi-se possível aprofundar e destrinchar os 
questionamentos sobre essa atividade aplicada e se muda a vida daqueles que participam ou 
não, seja interna ou externamente, em diferentes âmbitos, como pessoal e profissional, pois 
trocam experiências por meio de relatos e interações sociais. 
Os estudos aplicados apresentam resultados convergentes quando se observa que em 
vários aspectos houve mudanças na vida de um indivíduo e na forma de tratar aqueles ao seu 
redor. Explanando sobre a temática, em sua grande maioria, os entrevistados relataram ter se 
tornado mais empático e aprenderam com a História de Vida a lidar com pessoas de maneira 
mais condolente. 
A partir dessas afirmações, tomando como base as referências abordadas 
anteriormente em um contexto geral, isto é: Góes (2000) afirma que existe a possibilidade da 
alteração de pensamentos e ideias preestabelecidas sobre um determinado aspecto, 
fundamentada pelas relações e interações sociais, pode ser reafirmado e reforçado esse 
conceito na pesquisa em questão. 
15 
 
Além disso, outro âmbito muito importante tratado na pesquisa foi o estreitamento de 
laços entre os participantes. Os entrevistados, no geral, se tornaram mais próximos de entre 
11% e 50% dos bolsistas que faziam parte de suas turmas na atividade de História de Vida. 
Isso implica que, através desses números, tornou-se perceptível a validez da mesma, servindo 
de impulso para tornar as relações em grupo mais saudáveis, dinâmicas e profundas. 
Conquanto, existem aspectos que poderiam ser tratados de maneira mais aprofundada 
e específica. Apesar da extensão dos relatos das três perguntas finais, foram abordados de 
uma maneira generalizada os âmbitos de uma vida em questão: pessoal, profissional e 
universitário. Para pesquisas futuras, há a possibilidade de destrinchar esses e pontuar 
aspectos mais específicos, podendo, até mesmo, interligá-los. 
Diante das informações apresentadas acima e o desenvolvimento dessa pesquisa, 
pode-se concluir que a aplicação dessa prática no PACCE é de suma importância para o seu 
andamento. A fomentação da evolução e mudança dos bolsistas que fazem parte desse projeto 
tem a Oficina de História de Vida como sustentação de sua continuidade, que alimenta e 
estreita as relações sociais, além de trabalhar constantemente um dos pontos mais prezados 
pelo Programa: a empatia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
6. Anexo 
 
 
QUESTIONÁRIOSetembro/2017 
DADOS GERAIS 
Função no PACCE: 
 
Curso: 
 
ESSE QUESTIONÁRIO VISA O ESTUDO SOBRE A INFLUÊNCIA DA OFICINA DE 
HISTÓRIA DE VIDA NA FORMAÇÃO PESSOAL E PROFISSIONAL DOS MEMBROS. 
 
QUESTÕES OBJETIVAS* 
*Obs: possível de escolher mais de um item. 
1. Após os relatos, de quantos membros da Oficina você se sentiu mais próximo? 
o ≤ 10% do total de membros 
o ≤ 50% do total de membros 
o ≤ 100% do total de membros 
o Nenhum 
 
2. Você se identificou com alguma história de vida em relação a: 
o Amizade 
o Família 
o Sentimentos 
o Atitudes 
o Acontecimentos 
o Outros 
17 
 
3. Alguma história fez você repensar alguma idéia/opinião pré-estabelecida em relação a: 
o Opinião sobre alguma pessoa 
o Sua família 
o Suas amizades 
o Como lidar com certas situações 
o Sentimentos 
o Outros 
 
4. Alguma história fez você se sentir sensibilizado em relação a: 
o Preconceito 
o Injustiça 
o Abuso psicológico 
o Abuso sexual 
o Humilhação 
o Ignorância 
o Traição 
o Outros 
 
QUESTÕES DISCURSIVAS 
5. Graças a Oficina de História de Vida, você ganhou algum conhecimento a mais sobre 
algo? 
 
6. A partir dos relatos, você aprendeu algo que irá pôr em prática na sua vida pessoal? 
 
7. A partir dos relatos, você aprendeu algo que irá pôr em prática no seu ambiente 
universitário? 
 
8. A partir dos relatos, você aprendeu algo que irá pôr em prática no seu ambiente de 
trabalho? 
 
18 
 
7. Bibliografia 
 
JOHNSON, David W.; JOHNSON, Roger T.; SMITH, Karl A. A Aprendizagem 
Cooperativa Retorna às Faculdades: Qual é a Evidência de que Funciona?, 1998. 26 p. v. 
30. 
RAFAEL DE GÓES, Maria Cecília. A formação do indivíduo nas relações 
sociais: Contribuições teóricas de Lev Vigotski e Pierre Janet. Educação & Sociedade, Rio 
de Janeiro, v. 1, p. 116-131, jan. 2000. 
TINOCO, Rui.Histórias de Vida: Um Método Qualitativo de Investigação, 2004, p. 1-3. 
VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989. 
MARTINS, João Carlos. Vygotsky e o Papel das Interações Sociais na Sala de Aula: 
Reconhecer e Desvendar o Mundo. 
SMOLKA, Ana L. B., GOES, M. C. R. (Orgs.). A linguagem e o outro no espaço escolar. 
Vygotsky e a construção do conhecimento. Campinas: Papirus, 1993. 
 
KRZNARIC, Roman. O poder da empatia. A arte de se colocar no lugar do outro para 
transformar o mundo. Rio de Janeiro: Zahar, 2015.