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DISCIPLINA DE DENTÍSTICA OPERATÓRIA Titular Prof. Me Mario Sergio Sandoval Restaurações com Resina Composta a. Introdução Uma das grandes preocupações da Odontologia ,desde seu inicio , foi a de encontrar um material restaurador direto que, além de restabelecer a função do elemento dental,apresentasse adequada resistência à abrasão, boa adaptação marginal, biocompatibilidade e que reproduzisse a cor natural dos dentes. As primeiras resinas autopolimerizáveis foram introduzidas na Alemanha 1934.E essas apresentavam um grau elevado de contração de polimerização,instabilidade de cor , além de uma adaptação marginal precária devido ao alto coeficiente de expansão térmica. Em 1940 para melhorar as propriedades físicas da resina acrílica foi adicionada partículas inorgânicas de quartzo (carga) com a finalidade de eliminar o coeficiente de dilatação e aumentar sua resistência. b. Constituição Matriz orgânica- BIS-GMA, UDMA e TEGDMA, sendo esta última fase responsável pelas propriedades negativas das resinas compostas tais como: contração de polimerização, sorção de água, alto coeficiente de expansão térmica linear e desgaste. Matriz inorgânica- inicialmente foi usado partículas de quartzo por apresentarem um ótimo índice de refração e serem quimicamente inertes. c. Classificação pelo tamanho das partículas inorgânicas 1ª- MACROPARTÍCULAS ou resinas composta convencional (1,0 – 5,0 m) quantidade de partículas em peso 83% características : boa resistência ao desgaste resistência à fratura de média a alta polimento razoável estabilidade de cor indicação -áreas de esforços de médio a alta 2ª- MICROPARTÍCULAS ( 0,02-0,07 m ) partículas de dióxido de silício (SiO2) quantidade de partículas em peso 50% características : Maior contração de polimerização Maior sorção de água Maior coeficiente de expansão térmica linear Baixa resistência à fratura Excelente polimento Estabilidade de cor muito boa Baixa resistência ao desgaste Maior translucidez indicações – Necessidade estética Áreas de baixos esforços Cobertura de compostos híbridos 3ª- HÍBRIDA (0,04 -5,0 m ) misturam partículas de dióxido de silício (SiO2)0,04 m com partículas de Bário com tamanho variável de 5 a 15 m MICRO-HIBRIDAS –partículas misturadas de dióxido de silício (SiO2)de 0,04m com partículas de Bário ou de zircônia com tamanho inferiores a 5m (com um tamanho médio menor de 1nm ). As resinas compostas microhíbridas são as mais ecléticas , servindo para qualquer tipo de restauração direta. O brilho obtido no polimento não dura muito , sendo nesse quesito superadas pelas resinas compostas de micropartículas. As resinas compostas micro híbridas apresentam melhores propriedades de refração, copiando melhor a cor do dente,apresentando maior resistência mecânica e ótima radiopacidade características -alta porcentagem de carga alta resistência alta resistência à fratura polimento muito bom excelente estabilidade de cor resistência de desgaste muito boa indicações –área de grandes esforços restaurações extensas restauração de cavidade média em dentes posteriores 4ª - NANO PARTÍCULAS composta por 60%(em volume) de partículas com tamanho que variam de 20 nm a 75 nm e aglomerados de partículas (nanoclusters) entre 0,6 e 1,4m. Esse tamanho extremamente pequeno das nanopartículas garante que a resina apresente um excelente polimento inicial que se mantém com o tempo e excelente desempenho mecânico. RESINAS NANOHÍBRIDAS: essas resinas têm uma mistura de nanopartículas, mas contêm também partículas maiores, como àquelas presentes nas resinas microhíbridas, com tamanho de partículas que variam de 400 a 600nm. Com isso,essas resinas apresentam um polimento inicial muito bom, que se perde com o tempo devido ao desgaste das restaurações através da escovação perdendo o brilho inicial devido a perda dessas partículas maiores, estando sujeitas ao manchamento, rugosidade superficial e havendo a necessidade de se fazer o repolimento. d. Contração de polimerização / Tensão Apesar da evolução das resinas compostas elas podem contrair de 2 a 5% em volume durante a polimerização Quanto maior a intensidade da polimerização , maior será o grau de polimerização e consequentemente maior a contração da resina composta .Não existindo uma boa união da resina composta às paredes cavitárias pela contração de polimerização haverá a formação de uma fenda(gap)ocorrendo sensibilidade pós-operatória, manchamento e recidiva de cárie. Com a boa adesão das resinas compostas às paredes do preparo cavitário,ocorrerão tensões internas na massa da resina pela contração de polimerização , que é inevitável,gerando estresse na interface dente restauração. Essa tensão poderá provocar deflexão de cúspides e até mesmo fratura do esmalte ou microrrachaduras na resina composta. Para aliviar o estresse realizamos a inserção da resina composta em pequenos incrementos de no maximo 2mm de espessura que tocam em uma ou duas paredes da cavidade e, ao serem polimerizadas, produzem um FATOR C menor. O ideal é buscar para cada incremento um fator C o mais próximo possível a 1. A resina composta contrai em direção ao adesivo. Módulo de elasticidade quanto mais alto o módulo de elasticidade dos matérias restauradores mais rígido (duro ) é o material não se deformando e sendo incapaz de escoar ou se acomodar de encontro as paredes cavitárias no momento da polimerização gerando estresse na interface aderida. Portanto o módulo de elasticidade, a técnica de inserção e o modo de polimerização escolhidos irão determinar o valor do estresse na interface dente restauração. Após a execução da restauração um excesso de fotoativação não prejudica a restauração, trazendo apenas benefícios como menor infiltração marginal e maior dureza superficial. e. Polimerização Quimicamente ativados- empregam o peróxido de benzoila como iniciador que é ativado pela amina terciária,este processo é denominado sistema de indução peróxido/amina. O processo de polimerização é iniciado quando se misturam as duas pastas (pasta base /pasta catalizador). Fotoativados ou fotoquímica – a forma de apresentação da resina composta é apenas uma pasta que contém as substâncias químicas que desencadearão a reação de polimerização quando em presença de LUZ. O agente iniciador é a canforoquinona que absorve luz com comprimento de onda na faixa de 420-450 nm. f. Fonte de luz a. aparelhos de fotoativação halógenos - emissão de luz com comprimento de onda entre 450 e 500 nm b. aparelhos de fotoativação por LED – emissão de luz com comprimento de onda entre 450 e 490 nm g. Indicação – estética Classe III ,IV,V ,I e II (após correta avaliação) h. SEQUÊNCIA DE RESTAURAÇAO ESTÉTICA a. Diagnóstico (exame clinico, radiográfico e transiluminação). b. Anestesia c. Preparo cavitario – remoção da estrutura alterada Remoção da Restauração - no caso de troca de restauração Acesso à cárie - no caso de cárie incipiente. Sempre que possível acesso lingual d. Profilaxia com pedra pomes e água com escova Robinson ou taça de borracha. e. Seleção de cor: não usar luz do refletor f. Isolamento Absoluto g. Bisel cavo superficial Aumenta a área de superfície Aumenta a retenção da restauração Melhora o vedamento marginal da restauração Melhora a estética da restauração h. Profilaxia com pedra pomes e água com escova Robinson ou taça de borracha.i. Secar. j. Proteção do complexo Cavidade rasa – hibridização Cavidade média – Cimento de ionômero de + hibridização Cavidade profunda – Cimento de hidróxido de cálcio + Cimento de ionômero de + hibridização k. Condicionamento ácido total Aplicação de ácido fosfórico 37% em gel por 30 segundos no esmalte e 15 segundos na dentina. l. Sistema adesivo e técnica de hibridização. Para que as resinas composta possam unir-se de uma forma eficaz e duradoura com a estrutura dental e com isso possibilitar maior longevidade às restaurações , é fundamental o emprego prévio de uma resina de baixa viscosidade (adesivo) que seja capaz de penetrar no íntimo da estrutura dental (esmalte e dentina) e aí polimeriza-se fazendo a ponte de união dente restauração. A base da adesão com o esmalte é o seu prévio condicionamento com o ácido, cuja a aplicação em sua superfície cria micro porosidade com profundidade aproximada de 25 à m Dentina – o ácido fosfórico remove o esfregaço superficial (smear layer), esfregaço das entradas dos túbulos (smear plug), desmineraliza a dentina intratubular , além de alargar a entrada dos túbulos dentinários pela dissolução da dentina –peritubular . Desmineraliza até uma profundidade média de 5 um ,promovendo a exposição de uma rede de fibras de colágeno,o adesivo hidrofílico tem a capacidade de penetrar na rede de colágeno que está sustentada pela quantidade correta de água, o adesivo deve ser capaz de penetrar através de um adensamento de fibras colágenas que existe na superfície, p/se infiltrar na trama colágeno e criar a camada hibrida .Após a aplicação do adesivo o tempo de secagem com jatos de ar para a evaporação do solvente é variável ,pois cada solvente se comporta de uma maneira . Acetona evapora facilmente; Álcool requer uma secagem cuidadosa e Solvente água há necessidade de secar por um tempo maior . Adesivos com solventes a base de acetona a dentina deve apresentar aspecto brilhante molhada pela água. Adesivos com solvente a base de álcool ou água a dentina deve apresentar aspecto umedecida (não pode estar desidratada com aparência seca nem precisa estar molhada brilhante) esses cuidados evita o colapso da rede de colágeno . 4ª geração ---- primer e adesivo separados 5ª geração --- primer + adesivo juntos 6ª geração – ácido + primer + adesivo juntos m. Matriz e matriciamento Classe III e IV – matriz de poliéster trabalhada + cunha individualizada Classe II – sistema retentor de matriz seccional n. Fotopolimerização do sistema adesivo o. Aplicação da resina Aplicação da resina composta em pequenas camadas 2mm e no menor numero de paredes e fotopolimerizar 10-20 segundos. Repetir até completar a cavidade, por fim dar banho de luz *Em classe III; e IV que se estendam de vestibular para lingual aparecendo o fundo negro da boca, deve-se confeccionar “muralha” com resina composta cor opaca ( L ,UD ) para evitar que p0r transparência a restauração fique acinzentada. A "muralha" deve ficar por palatina e a cor escolhida por vestibular. p. Acabamento Remoção do Excesso Grosseiro com laminas de bisturi nº11,12 ou 15 q. Remoção do Isolamento Absoluto. r. Checagem da oclusão com carbono. Orientar o paciente para evitar substância corante como: Batom, café, chá, coca-cola etc. s. Acabamento e polimento final após 7 dias Acabamento: broca douradas e multilaminadas de 12 e 36 laminas e tiras de lixas(nas ameias incisal e gengival nunca na área de contato proximal. Polimento: borrachas abrasivas brancas com vaselina ou gel lubrificante mais discos soflex. Nas restaurações de Classe I e II aplicação de selante de superfície Referências bibliográficas Garone Netto,Narciso ET AL. Introdução à dentistica Restauradora Baratieri/ Cols – Dentística –Procedimentos Preventivos e Restauradores
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