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História da Educação no Brasil - Conteúdo Online

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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL 
AULA 1 – A CRIAÇÃO DA COMPANHIA DE JESUS: O CONTEXTO 
RELIGIOSO NA EUROPA NO SÉCULO XVI 
A nossa viagem pela história da educação no Brasil tem início no século XVI, na Europa, onde 
uma nova visão de mundo ganhava cada vez mais espaço, fruto das transformações 
decorrentes de um período denominado de Renascimento. 
Com a chamada crise do século XIV na qual as sociedades europeias foram fortemente 
abaladas pelas guerras, a fome e a Peste Negra, a estrutura social, econômica e política 
dominante desde o século V, que caracterizava a Idade Média, começava a ser contestada por 
novos grupos sociais que procuravam dar uma nova ordem tendo o homem e as necessidades 
humanas como centro das atenções e não mais Deus. 
Novos valores e formas de pensamento1 baseados em um crescente racionalismo e 
individualismo surgem como forma de reerguer uma Europa dividida pelos interesses 
comerciais e materialistas dos Estados Nacionais absolutistas em formação. 
1 Expressas principalmente através da pintura, da arquitetura, da escultura, da literatura e das 
artes em geral. 
O Rei e a nobreza, associados à burguesia comercial, buscam no mercantilismo fórmulas 
alternativas para a sustentação econômica de uma nova sociedade. 
Na transição do século XIV para o XV1, a Igreja Católica, instituição símbolo da unidade 
cultural e religiosa e guardiã dos valores cristãos, não consegue dar sustentação ideológica ao 
moderno mundo que estava emergindo dos escombros da sociedade medieval. 
1 Franco Cambi, na sua obra História da Pedagogia, denomina aquele período de “outono da 
Idade Média”, pois “foi uma época na qual duas ordens culturais vieram cruzar-se, diluindo-se 
uma na outra e ativando-se uma pela, e contra, a outra” (p. 192). 
Na educação, a crise do modelo escolástico permite o avanço do humanismo, o que significou 
a valorização do pensamento humano nas artes, na filosofia e uma maior secularização do 
saber. O homem desvia-se do céu para se preocupar mais com as coisas da terra. 
Com isso observa-se um aumento do número de colégios voltados à educação dos filhos, 
principalmente da burguesia, a fim de melhor prepará-los para a administração dos negócios 
da família. 
A Reforma Protestante foi um movimento religioso, no século XVI, que mudou 
consideravelmente os rumos da sociedade e da educação na Europa. A unidade da fé e o 
monopólio da interpretação das escrituras sagradas, até então sob o controle da Igreja 
Católica, foi rompida de forma definitiva, dando origem a diversas religiões, tais como o 
Luteranismo, o Calvinismo e o Anglicanismo. 
Este movimento pode ser explicado por um conjunto de fatores de ordem religiosa, política, 
social e econômica. 
As severas críticas feitas pelo padre e teólogo alemão Martinho Lutero (1483-1546) à venda 
de indulgências e de relíquias religiosas e o comportamento mundano do clero tinham como 
alvo a hierarquia eclesiástica e a corrupção moral da Igreja de Roma. 
Lutero pretendia um retorno às origens do cristianismo, das quais, segundo ele, o clero 
católico teria se afastado ao longo dos mil anos da Idade Média. 
Do ponto de vista político e econômico a reforma recebeu apoio da burguesia e de elementos 
da nobreza alemã. 
A burguesia via no movimento reformista uma maneira de se libertar do jugo da Igreja 
Romana, já que esta condenava diversas práticas comerciais e financeiras que impediam o 
acúmulo de capital. 
Da sua parte, romper com o Papa significava para a nobreza alemã maior autonomia política e 
o controle sobre as terras que pertenciam à Igreja. 
Qual a relação entre a reforma protestante na Europa e a história da educação no Brasil? 
Será a partir da reação da Igreja Católica à Reforma Protestante de Lutero, a chamada 
Contra-Reforma, que poderemos observar um impacto direto. 
Uma das consequências imediatas da disseminação das ideias de Lutero em toda a Europa foi 
a perda de fiéis por parte da Igreja Católica. Reunidos no Concílio de Trento (1545-1563), os 
representantes da Igreja tomaram importantes medidas para conter a expansão do 
protestantismo. Dentre elas, podemos citar a reafirmação da supremacia papal, dos princípios 
da fé e da doutrina católica, a criação da lista de livros proibidos (Index), o fortalecimento da 
atuação do Tribunal de Inquisição e o estímulo à criação de seminários para a formação de 
padres e de novas ordens religiosas. 
Em 1534, foi criada a principal ordem religiosa: a Companhia de Jesus. 
Fundada pelo militar espanhol Inácio de Loyola, a Companhia de Jesus teve atuação 
destacada na propagação da fé católica e na luta contra os infiéis e hereges. 
Conhecidos como “os soldados de Cristo”, os jesuítas se espalharam pelo mundo, a fim de 
cumprir o seu trabalho missionário. 
Como estratégia para atingir os seus objetivos, a Companhia de Jesus optou pela criação de 
colégios, estabelecimentos voltados para a educação de jovens dentro do ensino das primeiras 
letras e da doutrina cristã. 
Os professores jesuítas eram do Colégio Romano, fundado em 1550, e encaminhados para a 
Ásia, América e África onde prestavam os seus serviços religiosos e pedagógicos. 
AULA 2 – OS JESUÍTAS E A EDUCAÇÃO NO BRASIL COLONIAL 
Nesta aula, o nosso ponto de partida é o ano de 1549, na colônia portuguesa na América. 
Mais precisamente na Bahia, quando em terras brasileiras desembarcam os primeiros jesuítas, 
do navio que trouxe de Portugal o governador-geral Tomé de Souza. 
Liderados pelo padre Manuel da Nóbrega, a Companhia de Jesus iniciava um período de 
intensa atuação na sociedade colonial brasileira, cujo legado pode ser percebido nos dias de 
hoje. 
Até a expulsão do Brasil por decreto do Marquês de Pombal, então primeiro-ministro do rei de 
Portugal D. José I, a Companhia de Jesus possuía “25 residências, 36 missões e 17 colégios e 
seminários, sem contar os seminários menores e as escolas de ler e escrever, instaladas em 
quase todas as aldeias e povoações onde existiam casas da Companhia”. 
Quais eram os objetivos da Companhia de Jesus ao enviar seus “soldados de Cristo” para o 
Brasil acompanhando o governador-geral Tomé de Souza, representante do Rei português D. 
Manuel I? 
Recordando a aula passada, temos que ter em mente que o contexto político e religioso na 
Europa, no século XVI, não era favorável a Igreja Católica, que teve o seu poder contestado 
pelos reformistas protestantes. A perda do monopólio sobre as verdades cristãs proporcionou 
uma acentuada evasão de fiéis da Igreja Católica, que viam nas novas igrejas reformistas uma 
oportunidade maior de salvação de suas almas. 
Com isso, um dos objetivos da Companhia de Jesus ao chegar ao Brasil era conquistar um 
maior número de fiéis e seguidores, a fim de expandir a fé cristã e o poder de Roma. Outro 
objetivo da Companhia de Jesus tem relação com a aliança entre a Igreja e o Estado 
português. A intenção de Portugal era colonizar o Brasil. Colonizar, na visão da metrópole 
portuguesa, significava defender, explorar e povoar a terra. A Companhia de Jesus, por seu 
termo, se enquadrava no projeto colonizador do Brasil na condição de disseminadora da 
cultura “civilizatória” europeia entre os índios e colonos. Sem dúvida, dentre os aspectos 
culturais, expandir a religião e a moral católica cristã estavam entre os principais objetivos dos 
jesuítas. 
Ainda no papel de parceira de Portugal na colonização da América portuguesa, a Igreja tinha a 
importante função de garantir a unidade política, a partir da uniformização da fé e das 
consciências. Essa uniformização seria atingida através de um árduo trabalho pedagógico nos 
colégios, nas missões e nas pregações religiosas onde os jesuítas estivessem. 
Nos primeiros anos de sua atuaçãono Brasil, a Companhia de Jesus voltou-se para a 
catequese e o ensino de ler e escrever para índios e filhos dos colonos que dividiam o mesmo 
espaço pedagógico: os colégios. 
O ensino das letras, de acordo com José Maria de Paiva, significava a confirmação da 
organização da sociedade. A sociedade seria hierarquizada pelo acesso às letras. 
Com o decorrer do tempo, os colégios e o domínio das letras passam a ser destinados 
primordialmente aos filhos dos colonos. Os colégios da Companhia de Jesus tinham uma 
função que iam além do próprio ensino formal. O dia-a-dia intramuros formatava consciências 
e modelava indivíduos que acabavam por servir de agentes da ordem e da cultura europeia e 
cristã. Todo o comportamento desviante da moral cristão deveria ser identificado e corrigido 
para a purificação da sociedade. Caso fosse necessário, castigos e punições eram aplicados 
àqueles que insistissem em contrariar as regras do bom comportamento. 
Havia um documento que reunia as diretrizes pedagógicas que os jesuítas deveriam seguir 
tanto em termos de conteúdo quanto em relação aos métodos a serem empregados: o Ratio 
Studiorum. 
O currículo do colégio definido pelo Ratio era composto de: 
 a Gramática média; a Gramática superior; 
 as Humanidades; 
 a Retórica; 
 a Filosofia e a Teologia, em um estágio mais avançado. 
A educação dos gentios, principalmente dos curumins, prosseguia e Padre José de Anchieta foi 
um dos seus mais atuantes pedagogos. Utilizando entre outros recursos o teatro, a música e a 
poesia, Anchieta pode ser apontado como um dos nomes de maior destaque da história da 
educação brasileira naquele período. 
O índio era alvo da disputa entre os jesuítas, que queriam convertê-lo ao cristianismo, e os 
colonos, que o escravizavam para a execução de trabalhos forçados. Tanto os jesuítas quanto 
os caçadores de escravos penetraram pelo interior da colônia portuguesa para “capturá-lo”. 
Tendo em vista a dificuldade que os jesuítas encontravam para realizar a sua obra 
evangelizadora nas tribos indígenas, eles acabaram por criar as chamadas missões. 
As missões eram espaços sob a administração da Companhia de Jesus, onde os gentios, além 
de receberem a educação religiosa, aprendiam a viver sedentariamente em unidades 
individualizadas por família e a executar o trabalho agrícola com divisão de tarefas, a criação 
de gado, a construção de templos, fabricação de instrumentos musicais etc. Estabelecendo 
áreas específicas para trabalhar, descansar e realizar o culto, entre outras. O jesuíta passou a 
controlar os índios e a substituir os hábitos considerados bárbaros (a poligamia, a 
antropofagia, a “ociosidade”, a “desorganização”, o andar nu etc.) por condutas mais 
“civilizadas”. 
Nas missões, os índios abriam mão de sua cultura original para receberem uma cultura 
totalmente estranha a eles. Este processo de aculturamento vai tornar o índio mais dócil e 
fragilizado. A perda do hábito da guerra entre tribos, por exemplo, vai permitir que os 
aldeamentos indígenas fossem presa fácil para aqueles que se ocupavam em aprisioná-lo e 
comercializá-lo como escravo. 
A educação “letrada” no Brasil Colonial era direcionada aos homens. As mulheres não tinham 
acesso aos colégios e eram educadas para a vida doméstica e religiosa. Como esposas dos 
colonos portugueses, elas deveriam servir como reprodutoras, ou seja, gerar filhos para o seu 
senhor e marido. 
De acordo com a hierarquia familiar, dentre as famílias dos colonos portugueses o primogênito 
teria direito sobre todas as propriedades da família; o segundo filho era enviado aos colégios 
e, possivelmente, completaria seus estudos superiores na Europa; o terceiro seria entregue à 
Igreja para seguir a vida religiosa. 
Sobre a educação dos negros africanos no período colonial, Luiz Alberto de Oliveira Gonçalves 
nos adverte que a ação educativa da Igreja Católica em relação ao negro restringia-se à 
catequização. Ao contrário dos índios, a palavra escrita lhes era inacessível. A doutrinação, 
segundo o mesmo autor, se deu a partir das devoções aos santos e à Virgem Maria. 
Como vimos no início dessa aula, o acesso à palavra escrita era uma forma de inserir o 
indivíduo na sociedade colonial brasileira. Assim, a exclusão social dos negros era notória e a 
sua condição de escravo justificada pela Igreja Católica. 
Em 1750, com a assinatura do Tratado de Madrid entre Portugal e Espanha, a confortável e 
estável situação usufruída pela Companhia de Jesus na América portuguesa começou a se 
deteriorar, até atingir um momento crucial, em 1759, com a expulsão desta ordem religiosa 
das terras brasileiras. 
AULA 3 – A REFORMA POMBALINA NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA 
Desde a chegada em 1549, passando por todo o século XVIII onde ampliou e consolidou o 
monopólio sobre a educação, a Companhia de Jesus tornou-se uma das mais poderosas e 
influentes instituições no período colonial brasileiro. 
Com vários colégios e missões espalhadas por todo o território da América portuguesa e 
espanhola, os jesuítas impuseram através da educação religiosa uma determinada forma de 
pensar e ver o mundo baseada na fé e na moral católica. 
O crescente poder da Companhia de Jesus contrasta com um certo declínio econômico e 
financeiro de Portugal, a partir de meados do século XVIII. A rivalidade com outras potências 
coloniais como Holanda, Inglaterra e França e a decadência do comércio com o Oriente 
podem ser apontados como alguns dos fatores que levaram Portugal à crise. 
A descoberta do ouro, em fins do século XVII, deu condições ao Rei D. João V (1706-1750) de 
governar com enorme luxo e ostentação. 
A assinatura do Tratado de Methuen (com a Inglaterra) foi extremamente desfavorável para a 
economia portuguesa, pois elevou o déficit da balança comercial e inibiu o desenvolvimento 
da manufatura têxtil em Portugal. 
Em 1750, D. José I assume o trono português tendo Sebastião José de Carvalho e Melo, o 
Marquês de Pombal, como o seu primeiro-ministro. 
Pombal ficou conhecido como um dos déspotas esclarecidos da Europa no século XVIII. O seu 
período da administração à frente do governo português ficou marcado pelo esforço no 
sentido de minimizar a crise econômica em seu país. 
Uma das políticas adotadas por Pombal foi tentar reduzir a dependência de Portugal dos 
produtos ingleses e reforçar os laços do pacto colonial com o Brasil, a colônia mais rica do já 
decadente Império português. 
A Europa vivia um momento de grande efervescência cultural e ideológica: o Iluminismo. 
Pensadores como Voltaire, Montesquieu, Rousseau, Diderot, entre outros, produziram 
importantes obras centrando suas críticas na sociedade do Antigo Regime e suas estruturas 
políticas (o Absolutismo), econômicas (o Mercantilismo) e religiosas (o dogmatismo da igreja 
Católica). 
Uma nova forma de pensar e ver o mundo focado na racionalidade e nos princípios liberais vai 
ganhar cada vez mais adeptos em toda a Europa. 
Acreditava-se que a razão seria o instrumento capaz de “iluminar” o caminho dos homens, 
conduzindo-os a uma era de novos conhecimentos e de progresso para as sociedades e 
estados. 
Estava declarado, assim, o conflito entre a fé e a razão. O Estado português, ainda 
centralizado nas práticas mercantilistas e no absolutismo monárquico, vai entrar em choque 
com a Igreja Católica em função da existência de interesses econômicos e ideológicos 
conflitantes. A situação no Brasil na segunda metade do século XVIII exemplifica muito bem 
aquele contexto histórico. 
Em 1750, foi assinado o Tratado de Madri. 
Com a assinatura do Tratado de Madri por Portugal e Espanha, o Marquês de Pombal passou 
a exigir a retirada dos jesuítas da região das missões localizada no extremo suldo Brasil. 
Desde a chegada do padre Manoel de Nóbrega no Brasil, em 1549, a Companhia de Jesus 
acumulara muito poder político, ideológico e econômico. 
A posse de vastíssimas extensões de terra, a exploração agrícola e mineral e da atividade 
pecuária, a educação religiosa nos colégios e nas missões e a ocupação pelos jesuítas de 
importantes cargos políticos na colônia conferiram à Companhia de Jesus um poder que 
acabou por rivalizar com os interesses de Portugal. 
Podemos resumir em duas as razões que levaram o Marquês de Pombal a expulsar os jesuítas 
do Brasil. 
 O poder econômico 
Origina-se das riquezas extraídas da terra com a utilização do trabalho escravo indígena e 
africano. 
A Companhia de Jesus se tornou muito rica ao longo dos 210 anos de permanência no Brasil, 
o que conferiu aos jesuítas um enorme poder político, que em alguns momentos rivalizava 
com o poder do estado português, como no caso da resistência em deixar o território dos Sete 
Povos das Missões, na região do Prata. Após a expulsão, Portugal confiscou os bens da 
Companhia de Jesus. 
 O poder ideológico 
Se dá através da educação nos colégios e nas missões, e da moral católica disseminada por 
toda a sociedade colonial. A Companhia de Jesus determinava o que era certo e errado em 
termos de comportamento e costumes. À Igreja Católica interessava formar o “homem de fé”, 
enquanto que para Portugal, em pleno período iluminista, já não interessava mais este tipo de 
educação. Após a expulsão dos jesuítas, foram destruídos muitos livros e manuscritos 
pertencentes àquela ordem religiosa. 
A segunda metade do século XIX representou para a história brasileira um período de grandes 
mudanças. 
A desestruturação do sistema de ensino (ensino elementar, secundário e superior/formação de 
padres), devido ao fechamento dos colégios sob o controle dos padres jesuítas. 
O retorno dos índios, até então sob a tutoria dos padres jesuítas nas missões, à condição de 
presa para os caçadores de escravos. 
A Reforma Pombalina 
Na tentativa de suprir o espaço deixado pela ausência da Companhia de Jesus na educação no 
Brasil Colonial, o estado português tomou algumas medidas efetivas, a partir de 1772, que 
ficaram conhecidas como a reforma pombalina. 
De acordo com Maria Lúcia de Arruda Aranha1, as principais medidas foram: 
1 Autora da obra História da Educação e da Pedagogia Geral e do Brasil. 
 A nomeação de professores; 
 O estabelecimento de um plano de estudos e inspeção; 
 A modificação do curso de humanidades, típico do ensino jesuítico, para o sistema de 
aulas régias de disciplinas isoladas, como ocorrera na metrópole; 
 A instituição do “subsídio literário”, uma espécie de imposto, visando gerar recursos 
para o pagamento dos professores. 
A implantação das medidas efetivas pelo Marquês de Pombal pode caracterizar o início do 
ensino público oficial no Brasil. 
Quais os efeitos das medidas tomadas por Pombal para a educação brasileira? 
De imediato, podemos supor uma queda brusca na qualidade e na organização do ensino. 
 Substituir a experiência e a preparação dos antigos professores (os padres jesuítas) e toda a 
estrutura curricular e metodológica utilizada por eles nos seus colégios em todo o Brasil não 
era tarefa muito simples. Os professores que foram nomeados para o Brasil, provavelmente 
não tinham a formação específica para atuarem na função. 
Por outro lado, as aulas régias, isoladas, dificilmente poderiam suprir o conjunto de aulas e 
disciplinas aplicadas organicamente pelos mestres jesuítas. 
Com todo este quadro, parece ficar claro que houve inúmeras perdas com o desmantelamento 
de um aparato educativo que já funcionava há mais de duzentos anos. 
Cabe, porém, indagar: será que o subsídio literário arrecadado regularmente e transferido em 
forma de salário para os professores proporcionava-lhes condições de viverem dignamente em 
nossas terras? 
AULA 4 – A CHEGADA DA FAMÍLIA REAL AO BRASIL: IMPACTOS NA 
EDUCAÇÃO 
Napoleão Bonaparte: o nome deste general francês ecoava com força e provocava temor em 
muitos dos reis absolutistas na Europa nos primeiros anos do século XIX. 
Você sabe por quê? 
Bonaparte havia tomado o poder na França em 1799 e tinha como um dos objetivos, na sua 
escalada militar, tornar o seu país o maior Império que o mundo já tinha conhecido. Sob os 
símbolos da bandeira tricolor francesa, o hino revolucionário da “marselhesa” e o lema 
“Liberdade, Igualdade e Fraternidade” o exército napoleônico praticamente não possuía um 
adversário à altura que o impedisse de avançar, invadir, derrotar e dominar aqueles países 
que se colocavam à frente de seus planos. 
O imperador francês representava a França e os ideais liberais e burgueses que 
caracterizavam a revolução de 1789. As vitórias francesas nas chamadas “guerras 
napoleônicas” atendiam aos interesses de expansão territorial bem como de uma nova 
ideologia burguesa, cujos princípios estavam delineados no documento “Declaração dos 
Direitos do Homem e do Cidadão”. 
Na visão de Napoleão havia um grande inimigo a ser derrotado: a Inglaterra. 
A Inglaterra foi berço da Revolução Industrial no século XVIII e era a “grande fábrica” da 
Europa, produzindo em larga escala produtos têxteis e comercializando uma série de outros, 
que os fazia economicamente a nação mais poderosa do mundo. 
Como parte da sua estratégia de enfraquecer a economia inglesa, Napoleão Bonaparte 
decretou o chamado Bloqueio Continental, que proibia os países do continente europeu de 
comercializarem com a Inglaterra. Assim, sem o seu principal mercado consumidor, a 
Inglaterra reduziria os seus lucros, abrindo espaço para a nascente manufatura francesa. 
Para aqueles países que desobedecessem ao Bloqueio Continental, Napoleão ameaçava com a 
invasão de seu exército e a destituição da dinastia absolutista até então no poder. 
Portugal e Espanha, dois tradicionais aliados comerciais da Inglaterra, se recusam a aderir ao 
bloqueio imposto por Napoleão e, em resposta, o imperador francês cumpre a promessa, 
invadindo a Península Ibérica e depondo as monarquias absolutistas que ali governavam. 
No caso específico da invasão francesa a Portugal, um fato, talvez inédito, ficou marcado na 
história: orientado por representantes do governo inglês, o príncipe-regente D. João decidiu 
não enfrentar o exército francês e executou uma retirada estratégica. 
Em 1807, ao som dos canhões e das baionetas dos soldados franceses, a Família Real e a 
Corte Portuguesa deixaram Lisboa. Embarcados em vários navios, levaram consigo alguns 
mantimentos, livros e toda a riqueza que puderam carregar. 
Vencendo uma longa travessia do Atlântico e uma viagem conturbada, D. João chega ao Brasil 
em janeiro de 1808. Começava aí, um dos capítulos mais importantes da cultura e da história 
da educação brasileira. 
A primeira medida de D. João no Brasil foi a abertura dos portos às nações “amigas”. 
Esta medida foi de crucial importância para reverter a condição do Brasil como colônia de 
Portugal, pois rompe o monopólio de comércio da metrópole portuguesa, até então existente, 
caracterizado no chamado Pacto Colonial. 
A partir de então, todos os países poderiam negociar livremente em portos brasileiros, desde 
que respeitando as alíquotas de impostos estabelecidas pelo príncipe regente D. João VI. 
As transformações econômicas e políticas vieram acompanhadas de uma série de iniciativas 
no campo da cultura e da educação que também tiveram um caráter de ineditismo na então 
estagnada sociedade colonial brasileira. 
 Criação da Imprensa Régia (1808) 
A importação de máquinas permitiu, pela primeira vez, a impressão oficial e a circulação de 
ideias na Corte do Rio de Janeiro.No mesmo ano, surgiu o primeiro jornal impresso no Brasil, 
a Gazeta do Rio de Janeiro. 
 Criação de uma biblioteca 
Com os quase 60 mil volumes trazidos nos navios que trouxeram a Família Real e a Corte 
Portuguesa para o Brasil. Aquela biblioteca daria origem à futura Biblioteca Nacional, 
localizada no Rio de Janeiro, hoje uma das maiores bibliotecas do mundo. 
 Criação do Jardim Botânico (1810) 
Com a sua extensa variedade de exemplares da flora tropical atraiu uma série de 
pesquisadores e estudiosos estrangeiros interessados no estudo da botânica. 
 A Missão Cultural Francesa (1816) 
Teve como principal destaque o artista Jean Baptiste Debret, que através das suas telas 
retratou modos e costumes da vida urbana da cidade do Rio de Janeiro. 
 Criação do Museu Real (1818) 
Mais tarde daria origem ao Museu Nacional. 
Na educação, o príncipe regente D. João VI preocupou-se em criar algumas escolas de ensino 
superior1 visando atender as necessidades de instrução dos filhos da nobreza e da aristocracia 
brasileira. 
1 De acordo com Maria de Lourdes de Albuquerque de Fávaro: “Estas escolas tiveram duas 
características marcantes: primeiramente, apresentavam um nítido caráter profissionalizante, 
e, em segundo lugar, foram criadas e organizadas como um serviço público, mantido e 
controlado pelo Governo, visando à preparação de pessoal para desempenhar diferentes 
funções na Corte. Daí ter-se tornado quase lugar comum a afirmativa que as primeiras escolas 
superiores brasileiras nasceram e se estruturaram com um caráter nitidamente prático e 
imediatista”. 
 Bahia 
1808 - Curso de Cirurgia 
1808 - Curso de Economia 
1812 - Curso de Agricultura, com estudos de Botânica e o Jardim Botânico 
1817 - Curso de Química, abrangendo Química Industrial, Geologia e Mineralogia. 
1818 - Curso de Desenho Industrial 
 Rio de Janeiro 
1808 - Academia Real de Marinha Curso de Cirurgia e Anatomia 
1810 - Academia Real Militar 
1812 - Laboratório de Química 
1814 - Curso de Agricultura 
1816 - Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, transformada em 1820 na Real Academia de 
Pintura, Escultura e Arquitetura Civil. 
O ensino elementar ainda estava sofrendo os efeitos da reforma pombalina, ou seja, com os 
chamados mestre-escola ministrando aulas-régias, laicas, com pouca ou quase nenhuma 
estruturação ou sequência lógica de conhecimentos. 
Mesmo em vista desta situação precária na educação brasileira, segundo Fernando de 
Azevedo, a transmigração da Família Real portuguesa para o Brasil se constituiu um marco na 
história do ensino brasileiro. (apud Fávero, 1977, p. 22) 
AULA 5 – IMPÉRIO, EDUCAÇÃO E SOCIEDADE DO SÉCULO XIX 
Em 1822, o famoso “grito do Ipiranga” do Imperador Pedro I pouco repercutiu na sociedade 
brasileira daquela época. 
O Brasil continuava a ser um país constituído por ampla maioria de escravos, o que 
contrariava os princípios liberais que se espalhavam pelo mundo e influenciavam boa parte 
dos dirigentes políticos em nosso país. 
A constituinte de 1823 foi dissolvida pelo Imperador, entre outras razões, por apresentar um 
projeto de constituição onde as ideias liberais eram predominantes. 
Com isso, a outorga da Constituição de 1824 pode ser entendida como um ato autoritário e 
conservador por parte de D. Pedro I e do grupo de portugueses que o apoiava. 
Quais seriam os projetos da classe dirigente direcionados à educação, em um país recém 
liberto1 da sua metrópole de base agrária e escravista e uma constituição de caráter antiliberal 
que concentrava boa parte dos poderes nas mãos de um monarca português? 
 
1 Após mais de 300 anos de intensa colonização exploradora. 
Era necessário que o Brasil formasse o seu estado nacional e para isso precisaria articular os 
diversos setores da sociedade no sentido de integrar e dar uma certa unidade política, 
econômica e cultural ao país, constituindo um verdadeiro projeto de nação. 
A determinação legal da gratuidade da instrução elementar não significou, de imediato, 
investimentos e estruturas suficientes em termos de espaços físicos adequados, professores 
bem formados, métodos e materiais didáticos. 
O que podemos observar ao longo de todo o período do Império (1822 – 1889) é que a 
educação pública elementar foi marcada por avanços e retrocessos, sem que houvesse a 
devida continuidade de esforços no sentido de atender uma enorme demanda entre as 
crianças em idade escolar. 
Sem dúvida, os mais prejudicados por esta instabilidade na política educacional foram os 
elementos das classes mais populares, já que os filhos das famílias mais abastadas eram 
educados por preceptores. 
A primeira lei específica sobre matéria educacional foi decretada em 15 de outubro de 1827. 
 Art. 1° - Em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos, haverão as escolas de 
primeiras letras que forem necessárias. 
 Art. 5° - Para as escolas do ensino mútuo se aplicarão os edifícios, que couberem com 
a suficiência nos lugares delas, arranjando-se com os utensílios necessários à custa da 
Fazenda Pública e os Professores que não tiverem a necessária instrução deste ensino, 
irão instruir-se em curto prazo e à custa dos seus ordenados nas escolas das capitais. 
 Art. 6° - Os professores ensinarão a ler, escrever, as quatro operações de aritmética, 
prática de quebrados, decimais e proporções, as noções mais gerais de geometria 
prática, a gramática de língua nacional, e os princípios de moral cristã e da doutrina da 
religião católica e apostólica romana, proporcionados à compreensão dos meninos; 
preferindo para as leituras a Constituição do Império e a História do Brasil. 
A partir da leitura dos três artigos anteriores, podemos entrever algumas características 
básicas do ensino elementar no Brasil Império, tais como a ênfase na educação moral e 
religiosa dentro dos preceitos católicos cristãos e o ensino bastante restrito baseado no ler, 
escrever e contar. 
Chama atenção a exigência feita aos professores pouco qualificados para o exercício do 
magistério, ou seja, que eles deveriam complementar a sua formação arcando com as suas 
próprias despesas. 
Neste ponto, o estado simplesmente se isenta de investir e direcionar a capacitação dos 
profissionais de ensino. Não podemos esquecer que predominavam no país os professores 
régios, os mestre-escola, decorrentes da reforma pombalina do século XVIII. 
A educação sofreu importantes transformações, entre os anos de 1834 e 1837. 
1834: Em pleno período regencial, ocorreu uma reforma na constituição que deixou marcas na 
educação. No chamado Ato Adicional, foi definido que o ensino elementar, o secundário e a 
formação de professores seriam de responsabilidade das províncias, e o ensino superior ficaria 
sob o encargo do poder central. Com isso, oficializou-se a descentralização do ensino, com 
consequências não muito positivas para a unidade e a organicidade da educação no país. 
1837: A “suposta” descentralização foi desrespeitada com a criação do Colégio Pedro II, pelo 
Regente Araújo Lima. Este colégio era um estabelecimento padrão de ensino secundário1, 
tinha o objetivo de atender os filhos daqueles que faziam parte da elite intelectual do país, 
sendo o único autorizado, segundo Maria Lúcia de Arruda Aranha, “a realizar exames 
parcelados para conferir grau de bacharel, indispensável para o acesso aos cursos superiores”. 
1 O ensino secundário ficou caracterizado no Brasil Império como propedêutico, ou seja, o 
ensino cujo principal objetivo era preparar os jovens para obterem uma vaga no nível de 
ensino seguinte, possuindo pouco compromisso com uma educação de caráter prático e geral, 
voltada para conhecimentos mais próximos da realidade social do país. 
O ensinosuperior, apesar de prioritário dentro da estrutura de ensino projetada pelos políticos 
brasileiros, também não atingiu patamares desejáveis para um país que pretendia se tornar 
“civilizado”. 
Os maiores avanços em relação ao nível superior foram: 
 A criação de dois cursos jurídicos – um em São Paulo e outro em Recife, em 1827. 
 Transformação de alguns cursos superiores em faculdades isoladas. 
Apesar dos debates e posição favorável por parte do Imperador D. Pedro II, o governo central 
só criaria a primeira universidade brasileira pública em 1920, no Rio de Janeiro, com a fusão 
dos cursos de Medicina, Engenharia e Direito. 
Mesmo diante de claras evidências do pouco interesse do Estado monárquico brasileiro no 
desenvolvimento de um projeto de qualidade para os três níveis de educação no país, uma 
iniciativa pode ser considerada como relevante e pioneira: a criação das primeiras escolas 
normais. 
A formação de professores passou a ser uma preocupação do estado, tendo em vista a pouca 
qualificação dos mestres-escola e a busca por uma maior uniformidade social. 
Acreditava-se que a instrução elementar seria capaz de promover a disseminação de certas 
práticas sociais e sentimentos (morais e nacionalistas) que garantiriam a unidade e a elevação 
do país a estágios civilizatórios mais avançados. 
Neste contexto, o professor exerceria o papel de agente público, formado pelo estado, 
encarregado de instruir e moralizar difundindo princípios de “ordem” e uma determinada visão 
de mundo da classe dominante. 
Para colocar estas ideias em prática foi criada, em 1835, em Niterói (província do Rio de 
Janeiro) a primeira escola normal do país. Em seguida surgiram ainda as escolas normais de 
Minas Gerais (1835), Bahia (1836) e São Paulo (1846). 
Interessante destacar que ao longo de quase cinquenta anos de existência, as escolas normais 
eram espaços frequentados quase que exclusivamente por homens. Hoje, quando percebemos 
que o magistério, no primeiro segmento do ensino fundamental, é essencialmente uma 
profissão feminina, uma questão surge à mente: como e por que se deu a feminização do 
magistério? 
Heloísa de O. S. Vilela, em seu texto “O mestre-escola e a professora”, discute esta questão e 
aponta algumas possibilidades interpretativas para o entendimento deste fato. Inicialmente 
apontava-se que a entrada da mulher no magistério teria ocorrido como “concessão dos 
homens que abandonariam a carreira em busca de outras mais bem remuneradas”, ou, ainda 
devido “à queda de prestígio da profissão e à baixa remuneração”. 
Baseada em texto de Jane S. Almeida, Vilela expande o campo interpretativo do problema 
afirmando que a feminização do magistério transcenderia a “questão meramente sexual, 
podendo ser explicado também pelo fato de que o magistério passava, cada vez mais, a ser 
uma profissão que atendia à população de baixa renda, desvalorizada, portanto, na ótica 
capitalista”. É notório que a ampliação da rede escolar no Brasil com a criação inclusive de 
escolas femininas levou a necessidade de formação de professoras, a fim de atender esta 
nova demanda. As mulheres que inicialmente eram vistas como pecadoras e sedutoras, 
passam a ser percebidas, dentro de um discurso ideologicamente construído, como 
“naturalmente” preparadas para o exercício do magistério em função de possuir a “pureza dos 
sentimentos maternos”. 
AULA 6 – AS IDEIAS PEDAGÓGICAS DO PERÍODO REPUBLICANO 
A segunda metade do século XIX representou para a história brasileira um período de grandes 
mudanças. 
 Ocorrência de significativos surtos industriais. 
 Abolição da escravatura. 
 Crescimento da burguesia urbana. 
 Chegada de imigrantes oriundos de diferentes países. 
 Enfraquecimento e a queda da monarquia e a proclamação da república. 
Para uma determinada parcela das classes dirigentes (e mais rica) o conjunto dos 
acontecimentos anteriormente citados promoveu uma série de modificações no campo das 
ideias, anteriormente sob forte domínio do pensamento cristão-católico. 
Naquele momento, duas propostas se destacaram no campo das ideias: 
 Positivismo Comteano: penetrou, primeiramente, nas escolas militares e depois se 
propagou entre alguns membros das elites políticas. 
 Liberalismo: atingiu, principalmente, os partidários do abolicionismo e os do movimento 
republicano brasileiro. 
Na área da educação institucionalizada, ainda durante o período do segundo império, houve 
algumas tentativas1 de reformas que buscavam melhorias sem, contudo, lograrem êxito. 
1 Por exemplo, as tentativas de reformas de Leôncio de Carvalho, em 1879 e a de Rodolfo 
Dantas, em 1882. 
A primeira reforma educacional republicana coube ao então ministro da instrução, Benjamin 
Constant, realizada em 1890 e cujo foco principal foi o cientificismo positivista (principalmente 
para a escola secundária e para o ensino superior). 
No entanto, vale relembrar que a maior parte dos “ideais republicanos”1 foi frustrada. 
1 Por exemplo: a federação, a democracia, a convivência social, o progresso, a independência 
cultural, entre outros. 
Como herança educacional do período imperial brasileiro, a Constituição Republicana de 1891 
manteve a dualidade do sistema escolar, ou seja, boas e poucas escolas para as elites e 
escolas de qualidade duvidosa para os demais indivíduos da sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nas primeiras décadas republicanas, a ausência de estruturas sociais, econômicas, políticas e 
culturais somadas à falta de interesse das novas elites dirigentes condenaram, de modo geral, 
as reformas educacionais ao fracasso, pois a maior parte dos projetos1 educacionais não foi 
sequer implantada. 
1 Principalmente, os dirigidos para as classes subalternas da sociedade. 
No decorrer dos anos 20, começaram a surgir no cenário nacional vários acontecimentos, 
principalmente, político-culturais e movimentos intelectuais1 que, direta ou indiretamente, 
atingiram a educação escolar brasileira. 
1 Por exemplo: o escolanovismo, a semana de arte moderna, a criação do partido comunista, 
o anarquismo etc. 
Veja quais eram as principais correntes pedagógicas que circulavam nesse contexto de 
mudanças e permanências históricas no início do século XX. 
 Pedagogia cristã-católica (já tradicional em nossas terras desde os jesuítas). 
 Pedagogia positivista (implantada com as ideias republicanas). 
 Pedagogia cristã-protestante (principalmente após a ruptura entre o Estado e a Igreja 
Católica Romana). 
 Pedagogia escolanovista (alimentada pelo “otimismo pedagógico”, desde os anos 
vinte). 
AULA 7 – A CRISE DOS ANOS 20 NA EDUCAÇÃO: A ABE, A ESCOLA NOVA E 
AS REFORMAS DA INSTRUÇÃO PÚBLICA NOS ESTADOS BRASILEIROS 
Os anos 20 do século XX foram impregnados por diferentes atos políticos e culturais de 
contestação no cenário nacional: foram movimentos intelectuais, greves e revoltas que 
entraram para a nossa história. 
De modo geral, essas manifestações serviram como protestos1 às tradicionais forças dirigentes 
do país. 
1 Especialmente, contra a oligarquia agrária, tradicionalmente representada e comandada 
pelos “coronéis”. 
Sistemas de Ensino 
Sistemas Federal Sistemas Estadual 
Destinado às elites, 
era responsável pelo 
ensino superior e pelo 
ensino secundário 
Destinado às camadas 
pobres, era responsável 
pelo ensino profissional 
e primário 
Uma parte da recém implantada burguesia urbana1 tinha interesses políticos e econômicos em 
vários daqueles movimentos de oposição às aristocracias rurais conservadoras. 
1 Composta por profissionais liberais, intelectuais, militares de alta patente, políticos, 
comerciantes e industriais. 
No campo educacional, surgiu em 1924a Associação Brasileira de Educação – ABE, fundada 
por Heitor Lira, que buscou promover os primeiros grandes debates sobre a educação em 
nosso país. 
Ainda no decorrer dos anos 20, alguns estados realizaram reformas em seus “sistemas de 
ensino” 1. A maior parte das reformas estava impregnada pelos ideais escolanovistas. 
1 Entendem-se aqui escolas primárias e escolas profissionalizantes, para as classes pobres. 
De maneira geral, quatro princípios orientavam as reformas educacionais1 dos anos vinte: 
 a extensão do ensino; 
 a articulação entre os diferentes níveis da escolarização; 
 a adaptação ao meio social; 
 a adaptação às ideias modernas de educação. 
1 Principalmente a reforma ocorrida no Distrito Federal (RJ), implementadas por Fernando de 
Azevedo. 
Na realidade, pouca coisa daquelas propostas foi colocada em prática, algumas escolas 
(especialmente, nos grandes centros urbanos) consideradas “modelos” foram beneficiadas. 
A instrução pública continuava sendo destinada às camadas mais baixas da população 
brasileira, reforçando assim a velha divisão do sistema de ensino brasileiro. 
Diante das várias reformas educacionais, o analfabetismo entre jovens e adultos, um 
problema de âmbito nacional, sequer foi abalado. As camadas mais pobres da população 
permaneceram em sua obscuridade educacional, com “direitos limitados”. E, como sempre 
ocorreu em nosso país, as classes “médias” e “altas” foram as grandes beneficiadas com as 
“novas ideias educacionais”. 
A crise dos anos vinte conduziu o país à denominada “Revolução de 1930”. De acordo com o 
conceito estrito, não houve, de fato, uma “Revolução”, mas sim um golpe pelo qual o poder 
foi tomado. 
Esse fenômeno levou Getúlio Vargas ao comando da nação. Seu governo se demonstrou 
autoritário e ditatorial, influenciado pelo fascismo e pelo nazismo, implantados na Europa. 
O novo tipo de governo implantado por Vargas e sua equipe dirigente tinha como principais 
características: 
 o controle dos sindicatos; 
 a forte propaganda do sistema governamental; 
 a censura sobre os meios de comunicação; 
 a eliminação de todos os opositores do novo regime político implantado. 
É importante destacar que o sistema escolar não ficou fora desse controle. E como em todo 
sistema político ditatorial, a escola serviu como amplo meio e instrumento de dominação e 
controle dos corpos e das mentes. 
AULA 8 – A ERA VARGAS E AS REFORMAS NA EDUCAÇÃO 
Ao final da Primeira República, pouca coisa havia mudado em termos educacionais, nosso país 
continuava sem um “sistema de ensino” coerente e eficiente. 
Com o golpe de 1930 (denominado “Revolução de 30” por alguns historiadores), alguns 
nomes de projeção na educação (desde os anos 20) ocuparam posições de destaque no 
cenário educacional. Vários “reformadores” da década de vinte foram convidados a ocupar 
cargos de relevância no interior do novo governo. 
Assim, pela primeira vez em nossa história da educação, se inicia um movimento em direção a 
criação de um sistema organizado de ensino. 
Uma das primeiras iniciativas do governo, na área da educação, foi a criação do Ministério da 
Educação e das Secretarias Estaduais de Educação. O primeiro nome a ocupar o Ministério da 
Educação foi Francisco Campos (“Chico ciências”, como ficou conhecido popularmente). 
A Constituição de 1934 foi a primeira Carta Magna brasileira a incluir em seu texto um capítulo 
inteiro sobre a educação. Pela primeira vez foram apontadas questões importantes em relação 
ao ensino no Brasil. 
É necessário saber que o movimento de centralização dos poderes também fazia parte do 
sistema educacional em criação acompanhando as orientações e determinações do Governo 
Federal. A autonomia dos Estados, por exemplo, era bastante limitada e regulada. As 
“autoridades superiores” eram as novas mandatárias também na educação e o sistema de 
ensino foi criado sob tais moldes autoritários. 
Para limitar as ações escolares foram criados uma série de instrumentos normatizadores e 
reguladores. Neste período, surgiram os primeiros cursos superiores com as “habilitações” de 
“supervisão escolar”, “administração escolar” e “orientação educacional” nos cursos de 
Pedagogia. 
No mesmo sentido, a burocratização na área educacional também foi ampliada, muitas vezes 
superando os ideais elementares da educação, em nome da “papelada”, dos “carimbos”, das 
“autorizações” etc. A formação humana era suplantada pelos aspectos legais e normativos. 
No ano de 1932, um grupo de educadores (muitos deles profissionais liberais que se 
dedicavam ao ensino) apresentou ao Governo um documento que ficou conhecido 
posteriormente como o “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova” (cujo título original foi: “A 
Reconstrução da Educação no Brasil”). 
O documento apresentava várias propostas e defendia algumas posições que, a partir de 
então, ou foram colocadas em prática (embora moderadamente) ou foram combatidas e 
perseguidas como “ideias subversivas da ordem estabelecida” (entenda-se “status quo”). 
A Educação: 
 Deveria ser compreendida como principal instrumento de construção da democracia no 
Brasil; 
 Necessitaria ser um instrumento de integração social; 
 Precisaria ser essencialmente pública, obrigatória, gratuita e leiga (ou seja, ampla, 
geral e irrestrita); 
 Tinha que ser um veículo de vinculação com as comunidades nas quais estavam 
inseridas; 
 Deveria ser “uma só”, articulando os vários graus e atendendo os diferentes níveis do 
desenvolvimento humano; 
 Necessitaria ser funcional e ativa; 
 Todos os professores deveriam possuir formação em nível superior; 
 Etc. 
Os Ministros da Educação Francisco Campos (1931) e Gustavo Capanema (1942) foram 
responsáveis por reformas (legislação) no sistema de ensino em seus respectivos mandatos. 
Como mero exemplo das semelhanças entre as duas reformas, vale ressaltar que para ambos 
as principais funções do ensino secundário eram a “formação geral” e a “preparação para o 
curso superior”. 
Alguns acontecimentos importantes ocorreram no campo da educação no período de 1931 a 
1946. 
1931: promulgaram os Estatutos das Universidades Brasileiras e em 1934 foi fundada a 
Universidade de São Paulo. 
1937: o artigo 129 da Constituição de 1937 destinava o ensino técnico-comercial às “classes 
menos favorecidas”. 
1942: foi regulamentado o Ensino Industrial, nesse mesmo ano o SENAI foi criado. 
1943: foi regulamentado o Ensino Comercial. 
1946: o SENAC foi criado e o Ensino Normal foi regulamentado (através do Decreto-lei nº 
8.530, de 2 de janeiro) sob os mesmo padrões, ou seja, todos direcionados às camadas mais 
pobres (nos grandes centros urbanos, as Escolas Normais serviram também às famílias das 
elites urbanas) da sociedade brasileira. 
Nesse mesmo ano o Governo Federal (mais um exemplo da centralização do poder) passou a 
regulamentar também o ensino primário. 
AULA 9 – MOVIMENTOS EDUCACIONAIS A PARTIR DE 1950 
Vamos conhecer um pouco da história da educação brasileira no período pós guerra. 
Entre os anos de 1945 e 1964, o nosso país vivenciou talvez pela primeira vez na sua história, 
um período de tentativa democrática, fenômeno que permitiu algum desenvolvimento dos 
movimentos populares e do surgimento de algumas campanhas de educação. 
Houve eleições diretas para praticamente todos os cargos elegíveis (de Vereador à Presidente 
da República) e as várias organizações representativas dos mais diferentes setores sociais 
puderam se manifestar, de algum modo. 
Por meio da Constituição de 1946, houve uma tentativa de democratização e a educação 
aparece, então, como “um direito de todos”, princípio que fora omitido na Constituição de 
1937. 
Vale destacar quenão estávamos diante de uma democracia ampla, geral e irrestrita, havia 
ainda muito para caminharmos neste sentido. 
Em 1947, o Partido Comunista foi considerado “ilegal” e colocado na marginalidade. 
Em 1961, foi lançada (após um longo percurso de treze anos no Congresso Nacional) a 
primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 
Houve um grande movimento favorável à educação popular, à alfabetização de jovens e de 
adultos, ao ensino técnico-profissionalizante, que passou a ter equivalência ao curso 
secundário. 
Várias campanhas foram realizadas em prol da escola e do pessoal docente, sendo algumas 
de âmbito nacional. 
 Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário (CADES). 
 Campanha de Aperfeiçoamento e Expansão do Ensino Comercial (CAEC). 
 Campanha de Erradicação do Analfabetismo (CEA). 
A Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, que estabeleceu as Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (LDBEN) foi a primeira na História da Educação brasileira a abranger todos 
os níveis do ensino no país. 
1 Do “pré primário” (como era denominada a Educação Infantil) ao ensino superior. 
É interessante observar que o projeto daquela Lei foi apresentado ao Congresso Nacional em 
1947 e parece que tudo foi motivo de divergências: desde o significado do conceito de 
“diretrizes e bases” até as questões voltadas aos promotores do ensino: quem poderia? Quais 
instituições? Públicas, privadas, confessionais, leigas etc. 
As lutas pelas escolas populares (públicas) não foram poucas. Grandes campanhas foram 
implantadas, estimuladas e colocadas em prática por diferentes setores da sociedade. Vários 
movimentos1 de apoio a educação de jovens e de adultos também foram levados adiante. 
1 Merece destaque, entre aqueles movimentos, a “Campanha de Educação de Adultos” e o 
“Movimento de Educação de Base” e o “Programa Nacional de Alfabetização”. 
Ao iniciar a década de 1950, surgiu no Recife (Pernambuco) o “Método Paulo Freire” que 
orientou a campanha “De pé no chão também se aprende a ler”. A ideia central do “Método” 
(que o próprio Freire insistia em não chamar de método) é a adequação do processo 
educativo às características do meio no qual está inserido. 
AULA 10 – O REGIME MILITAR E AS REFORMAS EDUCACIONAIS 
O período do Regime Militar impactou significamente a educação brasileira. 
Após o Golpe Militar de 1964, o país mergulhou em uma atmosfera de medo e alienação. A 
ditadura implantada limitou, proibiu, policiou e torturou. 
Os reflexos diretos dos denominados “anos de chumbo” (e sangue) estão sendo vivenciados 
até hoje na cultura e na educação. E, como era de se esperar, as camadas da sociedade mais 
afetadas, direta e indiretamente, pelos métodos adotados foram as populares e as médias 
baixas. 
A opção pelo capital estrangeiro (entenda-se preferência pelas gigantes multinacionais) em 
detrimento dos projetos de desenvolvimento do país, naquela época sob a denominação de 
“nacional-desenvolvimentismo”, favoreceu a grupos específicos ligados às elites dirigentes. 
A reorganização da educação escolarizada foi uma das primeiras medidas de controle do novo 
governo. Por meio de uma série intrincada de leis e atos burocráticos, o sistema se ensino foi 
conduzido aos padrões que desembocaram no caos cultural. 
Nas Universidades, principalmente nos seus cursos mais ligados às Ciências Humanas e 
Sociais, a violência ditatorial atingiu o seu ápice fazendo desaparecer alunos, professores, 
funcionários etc., todos considerados subversivos e ameaçadores. 
Nas Faculdades e Universidades, os “Diretórios Acadêmicos” foram fechados, a União Nacional 
dos Estudantes (UNE) foi colocada na marginalidade; nas escolas secundárias, os “Grêmios 
Estudantis” foram transmutados em “centros cívicos”, que funcionavam sob a direção de 
alunos indicados pela direção. 
Nos currículos, surgem as disciplinas “Educação Moral e Cívica”, “Organização Social e Política 
do Brasil” (nas escolas de 1° e 2° Graus) e “Estudo dos Problemas Brasileiros” (nos cursos 
superiores) em substituição a História do Brasil, Filosofia e Sociologia. A ideologia é a do 
controle das mentes e dos corpos. 
As novas tendências pedagógicas (sob a orientação tecnocratas dos Estados Unidos da 
América do Norte, com os acordos entre o MEC e a USAID) implantadas são pautadas no 
tecnicismo, no neopositivismo e no modelo behaviorista de psicologia. As tendências 
tradicionais e as ideias escolanovistas também permaneceram. 
Na educação brasileira, entram em cena os “testes” como, por exemplo, os de medida do 
“coeficiente de inteligência”, cujo objetivo principal era o de “classificar as pessoas”. 
As reformas educacionais (do ensino universitário ao pré-primário) estavam orientadas pelas 
seguintes diretrizes: desenvolvimento, segurança e comunidade. 
As principais reformas do período ditatorial foram: a Lei 5.540/68, reforma universitária e a Lei 
5.692/71, reforma do 1º e 2º Graus. 
Vale ressaltar a introdução dos estudos e ideias de Jean Piaget (desde o início dos anos 60) no 
Brasil, pelos esforços de Lauro de Oliveira Lima. Nos anos 70, ainda que de maneira muito 
limitada e restrita a algumas poucas universidades, começam a circular no país as ideias de 
autores diversos (a maior parte deles europeus) que, muito lentamente, influenciaram 
algumas práticas educativas. 
Veja alguns fatos que marcaram a década de 80. 
Uma série de profissionais da educação se destacou no movimento nacional para a 
redemocratização. 
Estudos e pesquisas sobre as teorias educacionais receberam um novo impulso. 
Estatísticas oficiais indicavam que de cada 100 indivíduos que se matriculavam no ensino 
primário, 85 deles não chegavam ao ensino secundário (antigo segundo grau, atualmente 
ensino médio). 
Em 1985, a ditadura militar foi substituída por um governo indicado pelos militares (ainda 
influenciado por eles), denominado de “governo de transição” (também chamada de “Nova 
República”). 
Em 1988, foi promulgada uma nova Constituição Federal, nesse documento estava prevista 
uma nova reforma da educação, que seria realizada em 1996, bem como a elaboração de um 
“Plano Nacional de Educação” (Art. 214). 
Foi também durante os anos 80 que o nosso país presenciou uma grande onda de 
privatizações seguindo o modelo neoliberal europeu e norte-americano. 
 Corte de verbas públicas para a educação. 
 Os programas das aposentadorias antecipadas para os professores públicos. 
 A perda do poder aquisitivo dos profissionais da educação. 
 A contratação de mão-de-obra barata pelas universidades públicas na modalidade de 
“professores substitutos”. 
 O avanço sem precedentes das universidades privadas (sob os estímulos e as 
subvenções governamentais). 
Ao iniciarmos o novo milênio (século XXI), observamos uma nova crise na educação. Um 
problema que atinge todos os setores da sociedade, pois tanto as escolas públicas quanto as 
escolas particulares sentem seus reflexos. 
Novos caminhos são necessários, porque ainda é muito longa a distância a ser percorrida e 
bastante difícil será a marcha que nos levará das escolas que temos para as escolas que 
desejamos. Talvez, somente com um novo movimento de união de lutas, de esforços e de 
ideais, alvos impossíveis de serem atingidos individualmente.

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